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"Era um lugar sagrado, cingido de montanhas, onde não penetraria a
ação do governo maldito" (p. 35).
"A urbs monstruosa, de barro, definia bem a civitas sinistra do erro. O
novo povoado surgia, dentro de algumas semanas já feito ruínas.
Nascia velho. Visto de longe, desdobrado pelo cômoros, atulhando as
canhadas, cobrindo área enorme, truncado nas quebradas, revolto nos
pendores - tinha o aspecto perfeito de uma cidade cujo solo houvesse
sido sacudido e brutalmente dobrado por um terremoto" (p. 136).
"Não se distinguiam as ruas. Substituía-as dédalo desesperador de
becos estreitíssimos, mal separando o baralhamento caótico dos
casebres feitos ao acaso, testadas volvidas para todos os pontos,
cumeeiras orientando-se para todos os rumos, como se tudo aquilo
fosse construído, febrilmente, numa noite, por uma multidão de loucos
..." (p. 138).
"[os casebres] Cobertas de camadas espessas de vinte centímetros
de barro, sobre ramos de iço, lembravam as choupanas dos gauleses
de César. Traiam a fase transitória entre a caverna primitiva e a casa.
(...). O mesmo desconforto e, sobretudo, a mesma pobreza
repugnante, traduzindo de certo modo, mais do que a miséria do
homem, a decrepitude da raça." (p. 138).
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Releia o trecho, observando os adjetivos.
1. O que os adjetivos sugerem a respeito das
casas de Canudos?
2. No fim desse parágrafo, o narrador conclui
que aquelas casas traduziam “mais do que
a miséria do homem, a decrepitude da
raça”. Que relação há entre essa conclusão
e a comparação entre as casas romanas e
as habitações dos fiéis?
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"Na falta de uma irmandade de sangue, a consanguinidade moral
dera-lhe a forma exata de um clã , em que as leis era o arbítrio do
chefe e a justiça as suas decisões irrevogáveis. Canudos
estereotipava o fácies dúbio dos primeiros agrupamentos bárbaros.
O sertanejo simples transmudava-se penetrando-o, no fanático
destemeroso e bruto. Absorvia-o a psicose coletiva. E adotava, ao
cabo, o nome até então consagrado aos turbulentos de feira, aos
valentões de refregas eleitorais e saqueadores de cidades -
jagunços." (p. 141).
"Os jagunços errantes ali armavam (em Canudos) pela derradeira
vez as tendas, na romaria miraculosa para os céus ..." (p. 142).
"A nossa civilização de empréstimo arregimentava, como sempre o
fez, o banditismo sertanejo." (p. 145).
“Vinham [as caravanas de fiéis] de todos os pontos, carregando os
haveres todos; e, transpostas as últimas voltas do caminho,
quando divisavam o campanário humilde da antiga Capela, caíam
genuflexos sobre o chão aspérrimo. Estava atingido o termo da
romagem. Estavam salvos da pavorosa hecatombe, que
vaticinavam as profecias do evangelizador. Pisavam, afinal, a terra
da promissão – Canaã sagrada, que o Bom Jesus isolara do resto
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Depois de descrever o povoado, o
narrador volta-se para as pessoas. Que
motivação elas tinham para ir até o
povoado e ali ficar?
a) Transcreva o trecho que comprove sua
resposta.
b) “Vinham de todos os pontos, carregando os
haveres todos”. Essa frase oferece uma
importante pista sobre a condição social dos
fiéis que mudam para Canudos. Que
condição é essa?
Que explicação o texto dá para o fato de,
mesmo chegando “estropiados”, os
romeiros estarem felizes?
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Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha nasceu no dia 20 de
janeiro de 1866, em Cantagalo (RJ).
Passou sua infância no Rio de Janeiro, mais precisamente
em Teresópolis e São Fidélis, onde foi criado por tias, pois era órfão.
Após alguns anos, ingressou na Escola Militar, da qual foi expulso
por suas idéias republicanas que o levaram a desacatar o Ministro
de Guerra, em 1888.
Contudo, com a proclamação da República, o
autor voltou à Escola Superior de Guerra e
formou-se em Engenharia Militar e Ciências
Naturais. Porém, Euclides da Cunha começou a
contestar as decisões republicanas e resolveu
desligar-se totalmente da carreira militar.
Em 1897, quando mudou-se do Rio
para São Paulo, passou a fazer a cobertura da
revolta de Canudos para o jornal O Estado de
S. Paulo. A experiência como jornalista no
nordeste resultou na obra mais conhecida do
escritor: Os sertões.
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A esposa de Euclides, conhecida como Anna de Assis, veio a tornar-se
amante de um jovem cadete 17 anos mais novo do que ela chamado
Dilermando de Assis. Ainda casada com Euclides, teve dois filhos de
Dilermando. Um deles morreu ainda bebê. O outro filho era chamado por
Euclides de "a espiga de milho no meio do cafezal", por ser o único louro
numa família de morenos. Aparentemente, Euclides aceitou como seu esse
menino louro.
A traição de Anna desencadeou uma tragédia em 1909, ao que Euclides
entrou armado na casa de Dilermando dizendo-se disposto a matar ou
morrer. Dilermando reagiu e matou Euclides, mas foi absolvido pela justiça
militar ao ser julgado. Entretanto, até hoje o episódio permanece em
discussão. Dilermando mais tarde casou-se com Anna. O casamento durou