Download - PORT.COM - Edição nº 10 - Agosto de 2015
www. rev i s tapo r t .co m2015 . Nº 10 . AGOSTO . REVISTA MENSAL . PREÇO: 2,50€
PRAIAS DE NORTE A SUL
Dez escolhas acertadas
Vis i te o s i te www. rev i s tapor t .com e f ique ma i s pe r to de Por tuga l+
O que mudou desde o último verão?
PORTUGAL ESTÁ DIFERENTE
CERVEJAS PORTUGUESAS
Cada vez mais por onde escolher
SUPERTAÇA ESCALDANTE
Jorge Jesus estreia-se contra o Benfica
www.revistaport.com 7
Dossiê Cerveja
SUMÁRIO6 EDITORIAL
DESTAQUE 9. Mensagem do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas
10. O que mudou em Portugal desde o último verão?14. Informação útil para emigrantes
16. Calendário de festas e romarias em Portugal
TURISMO20. Uma dezena de praias para conhecer este verão
24. Fátima: paragem obrigatória no regresso a Portugal28. O que fazer no Alentejo?
NEGÓCIOS31. Dossiê especial Cerveja
Portugueses unidos pela CervejaCerveja Sagres: 75 anos de portugalidade
Praxis: pioneira no “fenómeno” das artesanais
CULTURA42. Azulejo português candidato a Património da Humanidade
44. Dez novos nomes da música portuguesa
GASTRONOMIA48. Histórias sobre petiscos para contar à mesa
50. Receita de Caldeirada de Peixe
DESPORTO52. Supertaça apadrinha estreia
de Jesus no Sporting… contra o Benfica55. Calendário Liga NOS 2015/2016
56. O domínio ibérico da Volta a Portugal
58 DISCURSO DIRETONum ano em França, tudo mudou!
50 Aprenda a fazer Caldeirada de
Peixe
42 Azulejo português
quer ser da humanidade
Praias20
52Todos de olhos postos no novo
treinador do Sporting
24Fátima
31
PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES8
Finalmente chegou o mês mais esperado pelos milhares de portugueses espalha-dos pelo mundo, o “querido mês de agos-
to”. A Revista PORT.COM saúda o regresso destes compatriotas para as suas merecidas férias em Portugal, oferecendo-lhes a revista e lembranças em vários pontos do país. Para além da fronteira de Vilar Formoso, onde já somos presença habitual, pela primeira vez também estaremos no Aeroporto do Porto, assim como em Fátima, por ocasião de mais uma peregrinação dos migrantes. Marcaremos ainda presença em dois festivais dedicados aos emigrantes, o Dancefloor, em Leiria, e o Tuga Fest, na península de S. Jacinto, perto de Aveiro.
Esta edição da Revista PORT.COM foi especialmente preparada para ajudar os que visitam o país a adaptarem-se ao Portugal de hoje. Já passou um ano, muitas coisas mudaram. Nas próximas páginas poderá pôr-se a par do que de mais importante se passou em Portugal desde o último verão.
Tal como temos habituado os nossos leitores, apresentamos alguns dos principais atrativos do nosso país, pequeno em tamanho mas enorme em riqueza natural e cultural. Escolhemos uma dezena de praias a visitar, explicamos como é que o azulejo tem sido valorizado, apresentamos alguns dos músicos nacionais que mais se têm destacado, contamos algumas curiosidades sobre petiscos portugueses.
Para acompanhar tanta portugalidade e, por em agosto se comemorar o Dia Internacional da Cerveja, contamos histórias sobre a bebida de verão mais apreciada pelos portugueses.
Desfrute da companhia da família e dos amigos, dos petiscos e das cervejas, das praias e dos rios, das festas e dos concertos, do regresso do futebol e da Volta a Portugal em bicicleta. No meio de tantas experiências, reserve um minuto para se tornar seguidor do nosso site: www.revistaport.com e da nossa página no Facebook: www.facebook.com/revistaportcom
Seja bem-vindo a Portugal!
NOTA: Por motivo de férias, a Revista PORT.COM não será publicada em setembro, mas a informação no nosso site continuará a ter atualização diária durante todo o mês. A revista volta em outubro, com a informação que interessa a todos os portugueses e, em especial, aos que vivem e trabalham no estrangeiro.
EDITORIAL
LUÍS CARLOS SOARESCoordenador Editorial
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dos anunciantes e agências ou empresas publicitárias. Interdita a reprodução, mesmo parcial, de textos, fotografias ou ilustrações, - sob quaisquer meios e para quaisquer fins,
inclusive comerciais.
FICHA TÉCNICA
REVISTA DE PORTUGAL E DAS COMUNIDADES
Edição Mensal - agosto 2015www.revistaport.com
Nº de registo na ERC: 126526
Rua João de Ruão, nº 12 – 8º3000-299 Coimbra (Portugal)
Tel: (+351) 239 820 688
EDITOR E PROPRIETÁRIO
NIF: 510 475 353
DIREÇÃO Abílio Bebiano
COORDENAÇÃO EDITORIALLuís Carlos Soares (CP-9959)[email protected]
REDAÇÃO Luís Carlos Soares, Márcia de Oliveira,
Filipa Marques Colaboradores: Rita Sarmento
PLATAFORMA ONLINE Márcia de Oliveira - Edição de conteúdos
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(+351) 967 583 [email protected]
EDIÇÃO PAPEL: Agosto 2015
Tiragem: 100.000 Exemplares Impressão: Lisgráfica
Depósito Legal: 376930/14Distrib. nacional e internacional: CTT
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DESTAQUE
MENSAGEM DO SECRETÁRIO DE ESTADO
DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS
esta altura em que tantos milhares de portugueses emigrados visitam o seu país, a todos endereço uma sincera e amiga saudação.
Ano após ano, o vosso regresso dá vida e animação a tantas e tantas aldeias, vilas e cidades de Portugal, dinamizando a vida cultural, económica e comercial dessas
localidades. As contribuições da Diáspora para a econo-mia nacional, quer através das divisivas, quer através da contribuição para o turismo, restauração e exportações na-cionais, para além do investimento direto que já represen-tam, são essenciais para a saúde das nossas finanças. Num período difícil da v ida económica do País, os emigrantes mais uma vez estiveram na linha da frente e deram o seu contributo para a recuperação cujos efeitos felizmente começamos já a sentir.
Tal como tenho feito no passado, gostaria de recordar a necessidade de respeitar as regras de trânsito e os limites de velocidade em todos os países e jurisdições por que passarem, cumprindo os períodos de repouso recomenda-dos, de forma a garantir a segurança rodoviária e que todos chegam bem.
Gostaria também de saudar a iniciativa de receção dos emigrantes, a que se associaram as autoridades muni-cipais e regionais, oficiais e privadas, nomeadamente a Revista PORT.COM.
Aos nossos compatriotas que regressam, as minhas boas-vin-das ao vosso país, e os votos de uma ótima estadia e boas férias.
“ANO APÓS ANO, O VOSSO REGRESSO DÁ VIDA E ANIMAÇÃO A TANTAS E TANTAS ALDEIAS, VILAS E CIDADES DE PORTUGAL, DINAMIZANDO A VIDA CULTURAL, ECONÓMICA E COMERCIAL DESSAS LOCALIDADES”
JOSÉ DE ALMEIDA CESÁRIOSecretário de Estado
das Comunidades Portuguesas
N
PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES12
DESTAQUE
Ninguém percebe melhor a expressão “A vida dá muitas voltas” do que os nossos emi-grantes. Cada vez que regressam a Portugal, apressam-se a saber
as novidades desde a última partida. A internet ajudou a diminuir distâncias para as notícias que ditam a atuali-dade do país, mas há sempre uma ou outra que acaba por surpreender. Na altura do ano em que mais emigrantes regressam a Portugal, a Revista PORT.COM recorda os principais aconte-cimentos mediáticos ocorridos nos últimos 12 meses.
No mundo dos negócios e da política registaram-se alguns sobressaltos inolvidáveis. Pela primeira vez um antigo primeiro-ministro português
foi preso, um dos maiores bancos nacionais mudou de administradores, modelo de gestão e até de nome. A maior empresa de telecomunicações foi vendida, assim como a principal companhia de transportes aéreos.
As polémicas em torno de José Só-crates, do BES, da PT e da TAP foram analisadas com muita intensidade nos órgãos de comunicação social, assim como a liderança do PS. O principal partido da oposição trocou de líder no final de setembro, com António José Seguro a perder o lugar para António Costa. A presidência da Câmara Mu-nicipal de Lisboa passou assim para Fernando Medina.
Perto da capital, no concelho de Vila Franca de Xira, um surto de legionella vitimou 12 pessoas, e causou mais de
370 doentes. Tudo isto no final do ano passado, quando muitos outros países combatiam o ébola, que em Portugal não causou qualquer vítima.
Um destino afortunado teve o português a quem, em outubro, saiu um prémio do Euromilhões no valor de 190 milhões de euros, o mais alto de sempre no país. O Estado ficou
O Papa Francisco anunciou visita,um antigo primeiro-ministro foi preso, um banco mudou de nome, o principal partido da oposição trocou de líder
e um vinho foi eleito melhor do mundo, à imagem de Cristiano Ronaldo. Recorde ou conheça momentos que
marcaram o país desde agosto de 2014.
O QUE MUDOU EM PORTUGAL DESDE O ÚLTIMO VERÃO?
O CANTE ALENTEJANO FOI CLASSIFICADO PATRIMÓNIO IMATERIAL DA HUMANIDADE, TAL COMO O FADO JÁ HAVIA SIDO EM 2011
www.revistaport.com 13
com €38 milhões, mas isso nem lhe retira a possibilidade de, por exemplo, comprar um conjunto de garrafas do melhor vinho do mundo, o Porto Vin-tage Dow s 2011, do grupo Symington. A distinção a este vinho foi feita pela revista americana Wine Spectator, que colocou mais dois vinhos do Douro no top cinco.
Do Papa Francisco a Camané
Nem só de momentos atribulados se fez a atualidade nacional, com vários motivos de orgulho para os portugueses a ocorrerem nos últimos meses. O Papa Francisco demonstrou intenção de visitar Portugal em 2017, ano em que será assinalado o primeiro centenário das aparições em Fátima. A intenção foi comunicada pelo próprio Sumo Pontífice ao bispo da Diocese
Leiria-Fátima, D. António Marto, no final de abril. Antes disso, em janeiro, os católicos portugueses receberam uma outra boa nova proveniente do Vaticano, a nomeação de D. Manuel Clemente como cardeal.
No campo da cultura e dos costumes portugueses também foi assinalada uma nomeação internacional, a do cante alentejano como Património Imaterial da Humanidade, no final de novembro de 2014, juntando-se assim ao fado, que já havia sido classificado em 2011.
O fado continuou a ser uma das formas de expressão artística mais populares entre os portugueses, com artistas como Camané, Cuca Roseta e Carminho a verem os discos que lançaram nos últimos meses a
partilharem os primeiros lugares do top de vendas nacional, junto a discos recentes de outros nomes portugue-ses, como Tony Carreira e os D.A.M.A. Estes últimos, uma banda de três jovens nascidos em Cascais, podem ser mesmo considerados a maior reve-lação do mundo da música portuguesa desde o verão passado.
Não tem origem portuguesa, mas há um outro género musical lusófono em voga. A kizomba, interpretada maio-ritariamente por artistas angolanos, é uma presença constante nas rádios e discotecas nacionais.
De Cristiano Ronaldoa Jorge Jesus
Para além das aulas de kizomba, os portugueses têm aderido em massa
O QUE MUDOU EM PORTUGAL DESDE O ÚLTIMO VERÃO?
PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES14
CLÍNICA DELILLE
DIRETOR CLINICO Dr. FRANCISCO DELILLE
COIMBRA
• REABILITAÇÃO TOTAL E ESTÉTICA • IMPLANTOLOGIA AVANÇADA• EQUIPA MULTIDISCIPLINAR
Porque o seu sorriso é português!
Nº 1 da Rua Monsenhor Nunes Pereira - 3030-779 Solum Coimbra239 488 010 • 919 416 547 • 966 012 560Seg. a Sex. 09h - 22h • Sáb. 09h - 19hwww.facebook.com/clinica.delille • [email protected]
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DESTAQUE
a aulas de zumba e crossfit. A prática regular de desporto chega a cada vez mais pessoas e escalões etários. Pessoas a correr e em caminhadas são uma presença comum à maior parte das localidades em solo nacional.
No que toca ao desporto profissio-nal, Cristiano Ronaldo começou o ano a receber mais uma Bola de Ouro, que pela 3.ª vez o consagrou como me-lhor futebolista do mundo. O corpo do primeiro português a vencer este galardão, Eusébio, foi trasladado para o Panteão Nacional, como reconheci-mento dos feitos com que dignificou o país.
Na seleção portuguesa, Paulo Bento foi obrigado a ceder o lugar a
Fernando Santos, em setembro do ano passado. O novo selecionador ainda não perdeu em jogos oficiais pela “Equipa das Quinas”, que está perto de qualificar para o EURO 2016.
Nos clubes nacionais, o Benfica sagrou-se bicampeão e renovou o título na Taça da Liga, o Sporting conquistou a Taça de Portugal. Ape-sar da divisão de títulos por parte dos clubes lisboetas, ambos trocaram de treinadores. O Benfica viu Jorge Jesus “fugir” para o Sporting, com Marco Silva a ser despedido pelo clube leo-nino. Apesar de não ter conquistado nada, Julen Lopetegui mantém-se como técnico do FC Porto.
Da política à economia, da gastro-
nomia à religião, das artes ao despor-to, foram vários os acontecimentos que marcaram os últimos 12 meses. Prever como serão os próximos, nos quais haverá eleições para escolher Presidente da República, primeiro-ministro e deputados, também não é tarefa fácil.
FERNANDO SANTOS SUCEDEU A PAULO BENTO E ESTÁ PERTO DE QUALIFICAR A SELEÇÃO NACIONAL PARA O EURO 2016, EM FRANÇA
O BES mudou de nome após um dos maiores casos da história da banca portuguesa
Camané chegou ao número um do top de vendas
D. Manuel Clemente já é cardeal
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PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES16
DESTAQUE
Sacos de plástico são pagos
Desde fevereiro que os sacos de plástico que utiliza, por exemplo,
para levar as compras do supermer-cado para casa, passaram a ser pagos. Se
um comerciante lhe pedir 10 cêntimos por cada um, não pense que está a ser engana-
do. É que as multas para os comerciantes incumpridores podem ir até 35 mil euros.
Cerveja e vinho só a partir dos 18 anos
O Conselho de Ministros aprovou uma nova lei do álcool, proibindo o
consumo de bebidas alcoólicas aos menores de 18 anos, independentemente
do tipo de bebida. A lei anterior previa uma diferenciação entre as bebidas espirituosas
(como uísque, vodka e gin), permitidas só a partir dos 18 anos, e restantes bebidas
alcoólicas, que podiam ser consumidas a partir dos 16 anos. Agora, nem mesmo a cerveja ou o
vinho escapam.
Idas ao hospital estão mais baratas
Em 2015, as taxas mode-radoras dos hospitais desce-ram, enquanto as visitas ao
centro de saúde continuam a pesar o mesmo na carteira dos utentes do Sistema Nacional de Saúde (SNS), em
comparação com o ano transato.
Passe recibo aos seus inquilinos
Tem a sua casa, em Portugal, arrendada? Novas regras sobre recibos eletrónicos fo-
ram criadas com a reforma do IRS. Uma das novidades estipula que a partir dos 70 euros mensais os recibos eletrónicos são obriga-
tórios. Os recibos eletrónicos nas rendas já estão disponíveis,
mas até outubro os senhorios não serão alvo de coimas se continua-rem a passar os recibos em papel.
Milhares de emigrantes portugueses e lusodescendentes passam as férias de verão em Portugal, mas nem tudo permanece igual de ano para ano: há novas regras, novas leis e novos procedimentos que devem ser
cumpridos. A Revista PORT.COM indica o que deve ser tido em conta para se evitar imprevistos.
NOVAS REGRAS
EM PORTUGAL
POR FILIPA MARQUES
0,10€
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E xistem alg umas autoestra-das em Por tugal em que o sistema de cobrança é exclu-
sivamente eletrónico, isto é, não existem cabines de por tagem e a passagem dos veículos é detetada através dos pór ticos existentes no início dessas v ias, que estão identif icadas no seu início com a referência Electronic toll only.
O sistema não foi criado este ano, mas vale a pena recordar que, para andar nas autoestradas por tug uesas sem ter que estar preocupado com o pagamento das por tagens, deve aderir à Easy Toll, uma solução de pagamento automático destinada a turistas e emigrantes. A utilização deste sistema é simples, implica apenas que um car tão de crédito (Mas-terCard ou Visa) seja associado à matrícula da v iatura.
A adesão é feita pelo condutor que, sem ter de sair da v iatura, introduz o car tão bancário no terminal de pagamento e o sis-tema associa automaticamente a matrícula do veículo ao car tão bancário. As por tagens dev idas serão diretamente debitadas na conta associada ao car tão.
A adesão é válida por 30 dias, sendo que nesse momento é emi-tido um talão comprovativo, que deve ser conser vado. O condutor tem sempre a possibilidade de alterar as matrículas ou cancelar a adesão através do call center, ao telefonar para um dos seg uintes números: 707 500 501 (a par tir de Por tugal) ou 00 351 21287955 (a par tir do estrangeiro).
www.revistaport.com
Onde aderir ao Sistema Easy Toll?
Os Welcome Points onde é possível a adesão ao Sistema Easy Toll estão localizados em quatro postos de fronteira, nos seguintes locais:
EN13 Vila Nova de Cerveira
A24 3.º quilómetro após a fronteira Chaves/Verin
A25 Área de serviço de Alto de Leomil (Vilar Formoso)
A22 Vila Real de Santo António
COMO PAGAR PORTAGENS ELETRÓNICAS COM UMA VIATURA ESTRANGEIRA
PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES18
DESTAQUE
Aveiro1.º fim de semana - Festa em honra de N.ª Senhora da Boa Fortuna e St.º António, em Guisande, Santa Maria da Feira1.º fim de semana - Festa em honra de S. Cipriano e Senhor dos Desam-parados (Festa dos Arcos) - Paços de Brandão, Santa Maria da Feira1.º fim de semana - Festa em honra de N.ª Senhora do Rosário, em Nariz, Aveiro14 e 15/08 - Festa em honra de N.ª Senhora da Saúde, em Tropeço, Arouca14 e 15/08 - Festa em honra de N.ª Senhora da Saúde em Avelãs de Caminho, Anadia15/08 - Festa de N.ª Senhora da Saúde, em Cabeçais, Arouca15/08 - Festa da N.ª Senhora dos Milagres, em Paçô de Cedrim, Sever do Vouga15 a 24/08 - Festa em honra de N.ª Senhora da Saúde e St.º António, em S.Paio de Oleiros, Santa Maria da Feira25/08 – Romaria Milagre de Urguei-ra, em Urgueira, Águeda
Braga13/08 – Romaria de S. Bento da Porta Aberta, em Rio Caldo, Gerês24/08 – Romaria de S. Bartolomeu do Mar, em S. Bartolomeu do Mar, Esposende
Bragança13 a 16/08 - Romarias da N.ª Senho-ra dos Remédios, em Lousa, Torre de Moncorvo15/08 - Romarias de N.ª Senhora da Assunção, em Vila Flor
Castelo Branco7 a 9/08 - Festa em honra de Santa Margarida, em Cambas, Oleiros8/08 - Festa em honra de N.ª Se-nhora da Confiança, em Isna, Oleiros13 a 16/08 - Festa em honra de N.ª Senhora da Paz, em Milrico, Oleiros14 a 16/08 - Festa em honra de N.ª Senhora da Conceição, em Sarnadas de S. Simão, Oleiros
Coimbra15/08 – Festa da N.ª Senhora de Fátima, em Casconho, Soure
Évora10 a 12/08 – Festas em honra de N.ª Senhora da Conceição, em Cabrela, Montemor-o-Novo
Faro1.º domingo - Festa de N.ª Senhora da Rocha, em Alporchinhos, Lagoa2.º domingo - Festa de N.ª Senhora dos Navegantes, em Armação de Pêra2.º domingo - Festa de Nossa Senhora da Boa Hora, em Parragil, Loulé2.º domingo - Festa de N.ª Senhora do Pé da Cruz, em Salir, Loulé14/08 - Festa de N.ª Senhora da Orada, em Albufeira15/08 - Festa de N.ª Senhora da Conceição, no Ferragudo, Lagoa15/08 - Festa de N.ª Senhora da Assunção, em Alte, Loulé3.º domingo - Festa de Senhora das Dores e de Jesus Cristo, em Pêra, Silves3.º domingo - Festa de N.ª Senhora da Boa Viagem, no Alvor, PortimãoÚltimo domingo - Festa de N.ª Se-nhora da Encarnação, no Carvoeiro, LagoaÚltimo domingo - Festa de N.ª Senhora da Guia, em Faro Último domingo - Festa de N.ª Senhora dos Mártires, em Silves
Guarda1.º fim de semana - Festa de São Sebastião, em Baraçal, Sabugal5/08 - Festa de N.ª Senhora das Ne-ves, em Lageosa da Raia, Sabugal2.º domingo - Festa do N.º Sr. da Boa Sorte, em Ribeira dos Carinhos, Guarda2.º fim de semana - Festa de N.ª Senhora dos Milagres, em Aldeia do Bispo, Sabugal10 a 15/08 – Festa de St.º António, em Aldeia da Ponte, Sabugal
Bailaricos, comezainas, mostras de artesanato, concertos de música tradicional portuguesa, exibições de grupos de danças, procissões, romarias, passeios, desportos populares, jogos de futebol
de solteiros contra casados, porcos no espeto, cerveja, farturas. Tudo isto faz parte das festas portuguesas de verão, espalhadas por todo o país. Traçamos o calendário de algumas, divididas
por distrito, para que fique a saber quando e onde pode festejar.
AGOSTO EM FESTA
A não perder
7 de agosto a 13 de setembro Feira de São Mateus, em Viseu
20 a 23 de agosto Romaria da Senhora da Agonia, em Viana do Castelo
21 a 30 de agosto FATACIL, em Lagoa
22 a 30 de agosto Festas do Povo, em Campo Maior
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DESTAQUE
Leiria1.º fim de semana - Festa da N.ª Senhora da Boa Viagem, em Matos da Ranha, Pombal5/08 - Festa em Honra de N.ª Senho-ra da Guia, em Ferrel, Peniche2.º fim de semana - Festa de Santa Catarina, em Azóia, Leiria15/08 – Festa de Santa Ana, em Ramalheira, Ourém15/08 - Festa da N.ª Senhora da Nati-vidade, em Rio de Couros, Ourém15/08 - Festa em Honra de N.ª Senhora da Nazaré, Coentral, Casta-nheira de Pera18 a 23/08 – Festa em Honra de N.ª Srª da Saúde, em Famalicão, Cortes3.º domingo – Festa da Freixianda, em Freixianda, Ourém
Lisboa16/08 – Festa da Senhora da Boa Viagem, na Ericeira, Mafra3.º Fim de semana - Festas de N.ª Senhora da Boa Viagem, na Ericeira, MafraÚltimo domingo – Romaria do Se-nhora da Serra, em Belas, Sintra
Porto8 a 12/08 – Festas em honra de N.ª Senhora do Resgate, em Touguinhó, Vila do Conde13 a 15/08 - N.ª Senhora Aparecida, em Torno, Lousada14/08 – Festa em honra de São Mamede, em Lugar Casal Pedro, Vila do Conde14/08 – Romaria da Senhora da Aparecida, em Torno, Lousada15/08 – Festas de Nª Sª da Assunção, na Póvoa de Varzim23 e 24/08 – Festas de S. Bartolo-meu, em PenafielÚltimo fim de semana - S. Gens e N.ª Senhora do Rosário, em Boelhe, Penafiel
Viana do Castelo1.º fim de semana - Festa de Santa Cristina, na Meadela, Viana do Castelo1.º fim de semana - Festa da Senho-ra, em Vila Nova de Cerveira7 a 10/08 – Festas do Concelho, em Paredes de Coura7 a 9/08 – Romaria de Santa Marta de Portuzelo, em Santa Marta de
Portuzelo, Viana do Castelo 2.º Fim de semana – Festa em honra de Santa Rita de Cássia, Caminha2.º Fim de semana – Festa de N.ª Senhora da Lapa e Feiras Francas, em Arcos de Valdevez2.º Fim de semana – Festas do Concelho, em Monção2.º Fim de semana – Festa concelhia, em Valença2.º Fim de semana – Festa de Santa Rita, em Caminha10/08 – Romaria de S. Lourenço da Armada, em Armada, Ponte de Lima13 a 15/08 – Festas em honra de S. Tomé, em Mangoeiro, Vila Nova de Cerveira15/08 – Festa em honra de N.ª Senhora do Azevedo, em Cabração, Ponte de Lima3.º domingo – Festa do Senhor dos Perdidos, em Calheiros, Ponte de Lima3.º Fim de semana - Romaria da Senhora da Agonia, em Viana do Castelo19 e 24/08 – Romaria de S. Bartolo-meu, em Ponte da Barca28 e 29/08 – Romaria de S. João d’Arga, em Arga de S. João, CaminhaÚltimo fim de semana – Festa de São Bartolomeu, em Ponte da Barca
Vila Real1.º domingo - Festa do Senhor Jesus do Outeiro, em Favaios, Alijó7 a 9/08 – Romaria de N.ª Senhora da Saúde, em Saudel, Sabrosa7, 8 e 9/08 - Romaria de N.ª Senhora da Saúde, em S. Lourenço de Ribapi-nhão, Sabrosa8 e 9/08 - Festa do São Caetano, no Couto de Ervededo, Chaves2.º domingo - Romaria de N.ª Senho-ra da Piedade, em Sanfins do Douro14 e 15/08 – Festa de N.º Sr. dos Aflitos, em Lordelo, Vila Real15/08 – Festa da N.ª Senhora da Assunção, em Vilela Seca, Chaves15/08 – Romaria de Nossa Senhora de La Salette, em Vila Cova, Vila Real15/08 - Festas de Santa Maria Maior, em AlijóÚltimo domingo – Romaria de N.ª Senhora dos Aflitos, em Pegarinhos, AlijóÚltimo domingo – Romaria de Se-nhora Ana, em Campeã, Vila Real
“O festival mais portu-guês de Portugal”. Este é o slogan do Tuga Fest, festival de música portu-guesa cuja primeira edição vai ter lugar na Praia de S. Jacinto, localizada numa das penínsulas mais bonitas do país, a poucos quilóme-tros em Aveiro. O mês de agosto foi o escolhido para a realização deste evento, entre os dias 19 e 23, por ser aquele em que milhares de portugueses regressam ao país, para desfrutarem das suas férias.
Depois de grupos popula-res de várias regiões do país abrirem as festividades em cada um dos cinco dias, pelo palco principal vão passar nomes como Xutos & Ponta-pés, B4 Los Compadres, Ana Moura, Quim Barrei-ros, José Cid, Rita Guerra e Herman José. Os mais enérgicos poderão divertir-se noite fora num palco com música eletrónica.
O Tuga Fest inclui uma área com cerca de 100 expositores que vão estar a vender e divulgar produtos nacionais, particularmente de gastronomia, vinhos e artesanato. Conta ainda com uma área própria para campismo e piscina. Os bi-lhetes podem ser adquiridos no site da Ticketline e nas lojas Worten.
TUGA FESTFESTIVAL DEDICADO AOS PORTUGUESES DE TODO O MUNDO
PROGRAMAPALCO PRINCIPAL
19 de agosto Quim Barreiros, Zé Amaro e DJ Poppy
20 de agosto: José Cid, Rita Guerra e DJ Kika Lewis
21 de agosto: Xutos & Pontapés, Banda Red e RTP Vídeo Hits com DJ Pantaleão
22 de agosto: Ana Moura, Mariana Oliveira e DJ The Fox
23 de agosto: B4 Los Compadres, Herman José e Mastiksoul
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RevistaPortCom_210x250_ResEstrangeiro.pdf 1 13/07/15 14:45
PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES22
TURISMO
O número de praias com bandeira azul quase que triplicou nos últimos 25 anos. Atualmente são 299, contra as 101 em 1990. A grande maioria
está voltada para o mar, mas também há 18 fluviais. O Algarve é, sem surpresa, a região mais galardoada (85 praias com bandeira azul), à frente do Norte (63). Da minhota Moledo à algarvia Cabanas de Tavira, apresentamos escolhas sensa-tas na Costa de Caparica e na Figueira da Foz, e até praias fluviais como a da Fróia e a da Ribeira (Azibo).
NORTE
MoledoA praia dos famosos, rica em iodo
Com um extenso areal e alheia a fenó-menos de sobrelotação, durante muitos anos esta praia no concelho de Caminha foi conhecida como a mais procurada pelos políticos e figuras mediáticas do norte de Portugal, que a preferiam a ru-mar a sul. Ultimamente tem sido notícia devido a estudos que a indicam como muito rica em iodo. O vento que aparece com regularidade não é a presença mais
saudada pela generalidade dos banhis-tas, mas faz as delícias de praticantes de desportos como windsurf, kitesurf, vela e até surf.
Ribeira (Azibo)Eleita a melhor praia fluvial do país
A praia mais frequentada de Trás-os-Montes, sobretudo por portugueses dos dois distritos transmontanos e também muitos espanhóis, fica a poucos quilómetros de Macedo de Cavalei-
UMA DEZENA DE
PRAIAS PARA CONHECER
ESTE VERÃOPortugal é um destino turístico cada vez mais apreciado, com as praias a continuarem a ser o atrativo mais valorizado. De norte a sul do território continental, junto ao mar
ou ao rio, não falta onde estender a toalha. Nós ajudamo-lo a escolher.
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POR LUÍS CARLOS SOARES
www.revistaport.com 23
Beja
Viana do Castelo
BragaVila Real
ViseuAveiro
Coimbra
CasteloBranco
Leiria
Santarém
Lisboa
Setúbal
Faro
Bragança
Guarda
Portalegre
Évora
Porto
Moledo
Azibo
S. Jacinto
Nazaré
Guincho
Mata
Cavaleiro
Cabanas de Tavira
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Fróia
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ros, na albufeira do Azibo. Com águas calmas, areal, longos relvados, muitas sombras, possibilidade de se praticar vários desportos náuticos (sem motor) e todos os serviços de apoio obrigatórios, foi considerada a melhor praia fluvial do país nos ainda recentes prémios “7 Maravilhas Praias de Portugal”. Há 12 anos consecutivos que a sua qualidade é certificada com bandeira azul.
CENTRO
São JacintoPara lá da ria e das dunas
No mapa apresenta-se como uma praia muito perto da cidade de Aveiro, mas os aveirenses não a invadem em massa, devido ao difícil acesso, que pode ser feito de ferryboat ou por uma longa estrada que vem desde a Torreira. Esta seletividade permite-lhe ser uma das praias em melhor estado de preservação de todo o distrito. É também uma das mais belas. Inserida em plena paisagem protegida da Reserva Natural das Dunas de São Jacinto, de um lado oferece o
Oceano Atlântico, do outro a Ria de Aveiro. Pelo meio, as dunas. Quando o vento não se impõe, a deslocação é muito bem empregue.
FróiaPraia fluvial apta para receber crianças
A zona centro do país é aquela onde há mais praias fluviais. Um exemplo pode ser encontrado perto de Sobreira Formosa (distrito de Castelo Branco), entre as aldeias da Fróia e Oliveiras, es-ta última integrante da rede Aldeias do Xisto. A zona de banhos da Praia Fluvial da Fróia tem pouco mais de 200 metros de comprimento, mas não falta nada. Vigiada durante a época balnear, até dispõe de áreas de banhos adequadas a crianças, com apenas um metro e meio de profundida-de. Integram-na ainda um bar de apoio, áreas para piqueniques, caminhos pedes-tres, casas de banho e parque infantil.
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Moledo do Minho Bem no norte de Portugal, esta praia é rica em iodo, elemento necessário ao organismo humano
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TURISMO
NazaréToda a família é bem-vinda
As ondas gigantes da Praia do Norte têm colocado Nazaré nas bocas do mundo, mas não é preciso ser o Garrett McNamara ou o Sebastian Steudtner para se ir a banhos na Praia da Nazaré. Na praia da vila, como também é conhecida, as ondas são pequenas, o areal é extenso e há muitos dias em que o vento não atormenta. Toda a família é bem-vinda.
LISBOA
GuinchoA mais bela do
concelho de Cascais
A poucos quilómetros da Serra de Sintra e do Cabo da Roca, a Praia do Guincho é uma das mais afamadas de Portugal. É seguramente a mais bela do concelho de Cascais (também uma das maiores, a par da Praia da Carcavelos), possivelmente da área metropolitana de Lisboa. Distante da capital, a sobre-lotação raramente é um problema. A maior preocupação da generalidade dos banhistas é mesmo o vento, que contri-buiu para que os portugueses a tivessem votado como a melhor praia portuguesa para uso desportivo, nos prémios “7 Maravilhas Praias de Portugal”.
MataDas mais acessíveis da Costa de Caparica
As praias da Costa de Caparica são das mais frequentadas do país, devido à sua proximidade com Lisboa. Quem as visita na época alta conta com filas de trânsito, sobretudo para quem se desloca da ca-pital, principalmente ao fim de semana. Nesses dias também há problemas de
estacionamento. A Praia da Mata é uma das que apresenta um parque com mais lugares. Depois do carro estacionado, os visitantes têm à sua espera um areal amplo, onde a temperatura da água não desmotiva os banhos.
ALENTEJO
CavaleiroA beleza das praiasde arribas
Portugal tem das mais belas praias de arribas do mundo, a maior parte das quais na Costa Vicentina e no barlavento algar vio, como são os casos das praias da Marinha, de Odeceixe, da Arrifana e do Cava-leiro. Esta última está localizada a norte do Cabo Sardão, no concelho de Odemira. Para se chegar ao curto e abrigado areal, é necessário descer uma escadaria na falésia. Vale a pena o esforço.
ALGARVE
LuzAldeia move-se em torno do sossego da praia
Aldeia da Luz é nome reconhecido em todo o país por motivos trágicos, mas os seus atributos naturais e turísticos são bastante atrativos. A vida na pequena localidade, a poucos quilómetros de Lagos, desenvolve-se em torno do areal da Praia da Luz, delimitado por um amplo passeio, como se de uma minia-tura de Copacabana se tratasse. Nem faltam as redes para prática de voleibol (ou futvólei) e o aluguer de equipamento para desportos náuticos, como caiaques e motas de água. No meio disto tudo, o sossego dos que preferem a toalha não é perturbado.
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Nazaré Todos podem tomar banho no mar da praia da vila, onde não chegam as ondas gigantes da vizinhança
Praia da Luz
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As queimaduras solares, os afogamentos e a desidrata-
ção são alguns dos principais perigos da época balnear.
Os cuidados são a redobrar no caso de crianças, idosos e grávidas. Seja prudente, desfrute com precaução.
Cabanas de TaviraNem dá vontade de apanhar o barco de regresso
Para se chegar a esta praia é necessá-rio embarcar. Separada pela Ria Formo-sa da vila que lhe dá o nome, a Praia de Cabanas de Tavira apresenta quilóme-tros de areal onde se pode estender a toalha, sem precisar de se ficar a par das conversas sob o guarda-sol do lado. A água é calma e das mais temperadas da costa portuguesa, fruto da proximidade às correntes provenientes do Mediter-râneo. O vento raramente é convidado. Nem dá vontade de apanhar o barco para regressar à vila. .
10Cuidados
a ter nas praias e piscinas
Cabanas de Tavira Uma das praias que compõem o Parque Natural da Ria Formosa
Guincho Das praias mais belas e espaçosas nas imediações de Lisboa
Em caso de
emergência ligue 112
Sol
• Evite a exposição solar entre as 11h30 e as 16h30
• Aplique protetor solar, no mínimo com FPS (Fator de Proteção Solar) 20
• Repita a aplicação de duas em duas horas, ou após o banho
• Proteja os lábios com batons com FPS
• Use chapéu, principalmente se for careca
• Utilize óculos de sol, com lentes certificadas
• Não subestime os dias nublados. As nuvens deixam passar mais de 80% da radiação.
Água
• Escolha praias e piscina vigiadas• Respeite a bandeira da praia. Se
está vermelha, nem pense em ir à água
• Não vá à água nas duas horas após ter comido, sob o risco de ter uma congestão
• Preste atenção às marés, podem fazer com que rapidamente “perca o pé”
• Não nade em zonas demasiado isoladas, por melhor nadador que seja
• Nas piscinas, cuidado com os mergulhos, pode escorregar ou bater no fundo.
Alimentação
• Beba muitos líquidos, sobretudo água, chás frios ou sumos naturais
• Se pretende ir à água, opte por alimentos leves, de fácil digestão
• Excesso de bebidas alcoólicas e de sal potenciam a desidratação.
Em caso de emergência ligue 112 E lembre-se:
• Seja objetivo• Mantenha a calma• Peça ajuda.
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TURISMO
A peregrinação internacional de agosto volta a levar à Cova da Iria muitos dos emigran-tes portugueses que apro-veitam o período de férias de
verão para pedir a proteção de Nossa Senho-ra de Fátima para mais um ano de trabalho além-fronteiras. A 43.ª Semana Nacional de Migrações decorre de 9 a 16 de agosto, com o ponto alto a apontar para a peregrinação dos migrantes ao Santuário de Fátima, nos dias 12 e 13. A devoção católica dos portu-gueses faz de todo este período foco de enorme atividade turística, para benefícios de hotéis, restaurantes e lojas locais.
As celebrações deste ano são presididas por D. Claude Dagens, bispo de Angoulême, cidade no oeste de França onde reside uma populosa comunidade portuguesa. Nascido há 75 anos em Bordéus, é uma figura com vasta influência no país gaulês. Para além de já ter escrito vários livros relacionados com a igreja católica, ocupa a cadeira número um da Academia Francesa, uma instituição fundada pelo Cardeal Richelieu em 1635 e representa-da por 40 membros (conhecidos como “Os Imortais”), com o objetivo de regular assun-tos relacionados com o idioma francês.
O tema da Semana e da Peregrinação des-te ano, momentos novamente coordenados
pela Obra Católica Portuguesa de Migra-ções, é “Igreja Sem Fronteiras, somos um só corpo”, numa clara alusão aos emigrantes, peregrinos e refugiados de todo o mundo. De resto, os temas costumam rodear assun-tos ligados às migrações. No ano passado, o tema foi “Rumo a um Mundo melhor”.
Quando se fala de migrações em Por-tugal, as comunidades portuguesas no estrangeiro são obviamente englobadas. Tal como todos os anos, os hotéis e restau-rantes de Fátima e da região envolvente vão
A edição deste ano da Semana Nacional de Migrações tem como tema “Igreja Sem Fronteiras, somos um só corpo”, com as celebrações a serem presididas pelo bispo de Angoulême, em França. O turismo local beneficia da visita de milhares de emigrantes
portugueses e de jovens de todo o mundo.
FÁTIMA: PARAGEM OBRIGATÓRIANO REGRESSO A PORTUGAL
A véspera de 13 de agosto é a noite do ano em que mais emigrantes visitam Fátima
O trigo oferecido é usado para fazer hóstias
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voltar a ficar repletos de portugueses que durante a maior parte do ano vivem em França, na Suíça, na Alemanha, no Lu-xemburgo, no Brasil, no Canadá, entre muitos outros países.
O turismo local também beneficia da chegada de jovens de todo o mundo, muitos deles com violas e outros ins-trumentos musicais, que partilham as suas experiências de fé nos vários países onde estão emigrados. Uma espécie de concentração de várias sessões de catequese.
Se de dia os momentos são de socia-lização, à noite são de vigília e oração, como acontece também nas vésperas de 13 de maio e de 13 de outubro. A recita-ção do terço, a procissão das velas e a celebração da eucaristia fazem parte do programa noturno de 12 de agosto. As cerimónias são retomadas na manhã seguinte, com a recitação do terço, na Capelinha das Aparições, antes da prin-cipal celebração, a missa.
Peregrinos oferecem trigo pela 75.ª vez
A missa inclui a oferta de trigo, a bên-ção dos doentes e a procissão do adeus. A oferta de trigo é um dos momentos distintivos do 13 de agosto, uma tradição que se repete todos os anos desde 1940, quando um grupo de jovens de 17 paró-quias da Diocese de Leiria, pertencentes à Juventude Agrária Católica, ofereceu 30 alqueires de trigo destinados ao fabrico de hóstias para consumo no santuário.
Desde esse ano, muitos peregrinos (não apenas da diocese leiriense, mas também de outros locais do país) dão continuidade a esta ação, mais uma prova da generosidade e devoção cató-lica, características que são associadas aos portugueses em vários pontos do mundo. Fátima é mais um local que o comprova, na visita turística e religiosa que milhares de emigrantes têm como paragem obrigatória.
A basílica inserida no Santuário de Fáti-ma recebeu o “Certificado de Excelência 2015”, por parte do site TripAdvisor. O certificado distingue locais ou estabe-lecimentos que são alvo de avaliações muito positivas naquele que é um dos motores de busca de atrativos turísticos mais utilizados em todo o mundo.
As avaliações são feitas pelos utilizado-res da página oficial na internet, ou seja, os turistas. A Basílica da Santíssima Trin-dade está classificada com 4,5 valores numa escala de 0 a 5, que lhe permite
receber o símbolo da excelência nas áreas do Turismo e da Hotelaria.
Inaugurada a 12 de outubro de 2007, a outrora chamada Igreja da Santíssima Trindade foi elevada à categoria de basílica num decreto da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, documento de junho de 2012. A celebração do título de Basílica terá lugar a 13 de novembro deste ano, inserido nas celebrações do Centenário das Aparições, que já decorrem, quando faltam dois anos para o 100.º aniversário.
Certificado de excelência turística para Basílica da Santíssima Trindade
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TURISMO
Pernoitar no meio de um lago
No Alqueva, os visitantes já podem pernoitar nas águas calmas do Grande Lago. Para que tal aconteça, os interes-sados devem alugar um barco casa na Marina da Amieira, no concelho de Por-tel. Existem cinco tipos de embarcações, com lotação que vai das duas às 12 pes-soas e diferentes tipos de comodidades. Não é necessária carta de marinheiro, uma vez que dispõem de equipamento específico de localização e segurança.www.amieiramarina.com
Conhecer todos os peixes portugueses
O Fluviário de Mora apresenta-se como o único espaço do país onde é possível observar-se todas as espécies
de peixes existentes nos rios portugueses (alguns em vias de extinção) e exempla-res dos diversos continentes. Para além de mais de 500 peixes, também há espaço para lontras, rãs e até uma anaconda.www.fluviariomora.pt
Sobrevoar planícies de balão
Sobrevoar território alentejano, a partir de Montemor-o-Novo, Évora e do Alqueva, num balão de ar quente, é uma experiência que permite conhecer a região de uma perspetiva diferente. A Windpassenger é uma empresa que realiza este tipo de voos, com capacidade
das duas às 40 pessoas. Cada voo tem a duração aproximada de uma hora e meia, e tanto pode acontecer ao nascer do sol, como duas horas antes do pôr do sol. Ter-minada a viagem, os participantes têm direito a um certificado de voo. www.windpassenger.pt
O potencial turístico da mais extensa das regiões portuguesas já foi elogiado por todo o mundo, em canais televisivos como a CNN ou publicações como o jornal USA Today e a revista da National Geographic. A Revista PORT.COM apresenta-lhe uma mão cheia de atividades em território alentejano de que pode desfrutar este verão.
O QUE FAZER NO ALENTEJO?
Existem voos de balão que partem de Évora, Montemor-o-Novo e Alqueva
Uma carpa no Fluviário de Mora
Cromeleque dos Almendres
www.revistaport.com 31
Observar estrelas e planetas
O território englobado pelos conce-lhos de Alandroal, Barrancos, Moura, Mourão, Portel e Reguengos de Monsaraz apresenta um céu noturno com caracte-rísticas únicas, o que permitiu a criação da Reserva Dark Sky, o primeiro sítio no mundo a receber a ser certificado pela Fundação Starlight como um destino tu-rístico ideal para a observação de estrelas e outros corpos celestes. A Reserva Dark Sky organiza várias atividades notur-nas, como observação astronómica com telescópios, passeios de barco, de canoa, de carros elétricos, de bicicleta, de cavalo ou simplesmente pedestres.www.darkskyalqueva.com
Visitar um conjunto de menires
Se o seu filho é fã de Astérix e Obé-lix, o Cromeleque dos Almendres é o local ideal para lhe mostrar menires, os pedregulhos que o anafado gaulês carregava como profissão. Apenas a 12 quilómetros de Évora, conta com 92 menires de diferentes formas e dimen-sões, que tornam este espaço no maior conjunto de menires da Península Ibérica e um dos mais importantes monumentos neolíticos da Europa.
TAP aumenta voos para os Açores
Hotéis Pestana premiados por boas práticas ambientais
Por forma a dar resposta ao cresci-mento da procura, a TAP aumenta agora a sua oferta de lugares para a Ilha Terceira (com a utilização de equi-pamentos com maior capacidade), e passa a incluir um voo extra para Ponta Delgada no mês de agosto. Desta forma, durante todo o mês, partem de Lisboa para a Ilha Terceira uma média de dois voos diários e um voo diário para Ponta Delgada.
Oito das unidades hoteleiras do gru-po Pestana localizadas no arquipé-lago da Madeira foram distinguidas com o prémio Green Key 2015, que galardoa boas práticas ambientais, atribuído por uma associação inter-nacional chamada Bandeira Azul da Europa. Os hotéis premiados são Pestana Casino Park Hotel, Pestana Village, Pestana Miramar, Pestana Bay, Pestana Promenade, Pestana Grand e Pestana Carlton.
Breves
A companhia de transportes aéreos vai ligar a capital portuguesa à mais flamenga das cidades francesas, localizada no norte de França, a partir de 27 de outubro. Porém, as reser-vas dos voos estão já disponíveis. Com três voos semanais (terça-feira, quinta-feira e sábado), esta é a 5.ª rota que a easyJet inaugura entre Lisboa e França, e a 19.ª ligação que se junta ao portefólio de rotas de baixas tarifas entre a capital portuguesa e a Europa.
Um jornalista do Los Angeles Times, que assina os seus textos como Dean R. Owen, visitou Lisboa e o Porto, e ficou particularmente fascinado com a cidade Invicta: “A segunda maior cidade de Portugal tem toda a histó-ria, charme e sofisticação de Lisboa, mas sem as multidões, os congestio-namentos e taxistas a manipular os preços”, escreveu nas páginas daquele que é um dos maiores jornais ameri-canos. Dos pontos turísticos por onde passou, o jornalista destaca a Estação de São Bento, a Livraria Lello (na foto), a Casa de Serralves e as catacumbas da Igreja de São Francisco.
easyJet abre rota entre Lisboa e Lille
LA Times rende-se ao charme do Porto
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ONLINE
Sugestões
Lembranças made in Portugal
Agosto já está aí. Altura de relaxar e de visitar o nosso país. Para os que cá estão o ano inteiro são apenas
uns dias de férias, mas para os que só vêm 15 a 30 dias por ano é muito mais: é família, é emoção, é saudade que fica… Deixamos aqui algumas sugestões de lembranças
made in Portugal.
Os gigantones (ou cabeçudos) dançam ao som dos bombos e tambores nas festas e romarias portuguesas. Esta peça única,
feita à mão com materiais naturais, reaproveitados e reciclados tem 25 cm e é o
brinquedo ideal para os mais pequenos.
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portugueses mais apreciados em todo o mundo.
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para que possa apreciar tudo o que tem a ver com sol, mar e festa.
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O livro “Contos” reúne os contos que mais marcaram a escritora Hélia Correia, que foi distinguida recentemente com o Prémio Camões 2015 (o mais importante prémio literário destinado a autores de língua portuguesa). PVP: 12,72€ | http://www.fnac.pt
LIVRO PARA OS MOMENTOS MAIS “ZEN”
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Os portugueses beberam mais cerveja do que espanhóis, franceses e gregos em 2014. As altas temperaturas
deste verão perspetivam um aumento de consumo, tanto dentro como fora de casa. E até há mais por onde escolher.
Portugueses unidos pela
ESPECIAL CERVEJA ARTESANAL
• Beer News• História da Cerveja• Sagres: 75 anos de
portugalidade• Praxis: Pioneira nas
artesanais
TEXTOS DE LUÍS CARLOS SOARES
PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES34
NEGÓCIOS
Beernews
Luso-belga cria cerveja de ouro e mel
PROVART mostra cerveja artesanal portuguesa na Sertã
Um empresário luso-belga cha-mado Sílvio Lemaître de Freitas, fundador de uma empresa de bebidas alcoólicas de luxo, a Aurum Drinks, criou uma cerveja cuja lista de ingredientes inclui mel e ouro. A luxuosa Golden Queen Bee é apre-sentada em garrafas de formato em tudo semelhante às de champanhe, que até são adornadas com papel
de alumínio em torno do gargalo. O ouro é de 24 quilates, o grau máximo de pureza do ouro alimentar, que em nada altera o sabor da cerveja, ao contrário do mel, que lhe confe-re um sabor ligeira-mente adocicado.
A Sertã recebe, entre 7 e 9 de agosto, a 2.ª edição do Festival PROVART, um evento que se dedica a apresentar os diversos produtores portugueses de cerveja artesanal. Para além de percorrer os stands que apresentam estas pequenas marcas nacionais, os visitantes podem assistir a provas comentadas de cerveja, participar em workshops de produção da bebida e assistir a concertos de bandas portuguesas.
O verão é a época do ano em que as marcas de cerveja registam o pico de vendas. O seu paladar e caraterís-ticas, como frescura e leveza, tornam-na
bastante apreciada em vários momen-tos, seja nas esplanadas, em casa, nos restaurantes, nas discotecas, nas festas ao ar livre, nos festivais de verão, nas plateias de competições desportivas e até nas praias. E os portugueses têm cada vez mais por onde escolher, com a recente vaga de novas marcas a aparecer no mer-cado nacional, quase todas artesanais.
Segundo a entidade que agrega as as-sociações de cervejeiros a nível europeu, chamada The Brewers of Europe, em 2008 não havia nenhum micro produtor (são considerados os que fazem até mil hectolitros) em Portugal. Quatro anos depois, em 2012, eram três, número que quadruplicou para a dúzia de pequenos produtores em 2013. Atualmente são
mais de 20, com uma ampla diversidade de tipos de cerveja. Uma realidade bem diferente da vivida em 1689, ano em que um decreto proibiu a venda de cerveja em Portugal.
Marcas como a Praxis, a Sovina e a Vadia já são vistas como projetos de su-cesso, com aumentos de produção de ano para ano, assim como reconhecimento internacional para os seus produtos. O que não significa que as marcas indus-triais, com a Sagres e a Super Bock à cabeça, reprovem este despontar de PME do setor cervejeiro.
As gamas de cerveja mais vendidas das duas grandes marcas são de tipologia la-ger, conhecidas popularmente em Portu-gal como as loiras. Estas cervejas devem beber-se muito frescas, o que contribui para o já referido pico de vendas no verão. Pelo contrário, a maior parte das marcas artesanais produz cervejas mais robus-tas, que perdem muitos dos seus aromas se forem servidas demasiado frescas.
PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES36
NEGÓCIOS
Não existem indicadores que permitam prever mudanças nesta coexistência pací-fica, ao contrário do que aconteceu recen-temente nos Estados Unidos. Um anúncio da Budweiser, no intervalo do Super Bowl (em que a publicidade é paga a peso de ouro), deu início a uma troca de picardias, ao indicar que as cervejas desta marca industrial “são feitas para beber e não para analisar”. Após algumas respostas por parte de fabricantes de cerveja artesanal, uma outra marca gigante, a Miller, entrou na batalha com um cartaz em que diz que todas as cervejas merecem atenção, com o slogan “Nós estamos pela cerveja”.
Produzir 730 milhões de litros por ano
O consumo médio de cerveja por parte dos portugueses (46 litros por pessoa) em 2014, ficou bastante abaixo da média na União Europeia (71 litros). A Repúbli-ca Checa surge no topo do ranking. Por ano, cada checo bebe em média cerca de 144 litros, que superam os 107 litros dos alemães e os 106 litros anuais dos austríacos, segundo dados da The Brewers of Europe.
Ainda assim, cada português bebe mais cerveja do que um espanhol, grego, francês e italiano, ou seja, do que as prin-cipais nacionalidades do sul da Europa. Os números dos habitantes do pequeno arquipélago da Malta mostram que estes são os menos apreciadores desta bebida, com um consumo médio por pessoa de 12 litros por ano.
Portugal está ligeiramente acima do meio da tabela dos países europeus que mais cerveja produzem por ano, com mais de 730 milhões de litros (um terço dos quais para exportação), o que vale o 14.º posto num total de 31 países considerados. Na Europa existem mais de cinco mil uni-
dades de produção de cerveja responsáveis por qualquer coisa como 38 mil milhões de litros por ano.
Nem o mais sábio habitante da Grécia Antiga poderia perspetivar este último número quando povos como os gregos, os celtas e até os lusitanos começaram a introduzir a cultura cervejeira na Europa, reproduzindo uma prática que os egípcios já executavam desde o ano 3 500 antes de Cristo (ver cronologia).
Na atualidade, em casa ou no restauran-te, nas cidades ou nas aldeias, num concer-to ou num baile de verão, os portugueses continuam a unir-se em torno de cervejas, sejam industriais ou artesanais.
Beernews
Cerveja Sagres tem novo site
Super Bock Green agora em lata
A marca da Sociedade Central de Cervejas (SCC) conta com um novo website totalmente renovado, com uma nova imagem, mais intuitivo e funcional, com todas as novidades da marca e o objetivo de levar a cada visitante tudo o que de mais atual existe no universo da Sagres. Compatível com diversas platafor-mas e ecrãs (computadores, tablets e smartphones), permite que os visitantes tenham acesso a toda a informação da marca, como cam-panhas, produtos e eventos, a qual-quer hora, em qualquer momento. O novo site continua disponível em www.sagres.pt .
A cerveja com sumo natural de li-mão do portefólio da Unicer já está disponível em lata sleek (formato alto e fino), que se junta à garrafa de 33 cl. Segundo Maria Estarreja, diretora de Ativação de Marcas de Cervejas da Unicer, “trata-se de um formato muito elegante, que se destina a um consumo ainda mais imediato e descontraído, adequado para esplanadas, praias e para acompanhar refei-ções ligeiras”. Para promo-ver a Super Bock Green, a Unicer vai desenvolver ações de degustação em pontos de venda por todo o país.
CADA PORTUGUÊS A VIVER EM PORTUGAL CONSUMIU, EM MÉDIA, 46 LITROS DE CERVEJA NO ANO PASSADO
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6 000 a.C. Começam a ser produzidas
bebidas semelhantes a cerveja, em civilizações como Mesopotâmia,
Suméria, Assíria e Babilónia
3 500 a.C. Egito produz cerveja,
produto que é consumido por quase toda a civilização
822 Primeiros relatos de monges que fazem referência à utilização de lúpulo na produção de cerveja
1040 A mais antiga cervejaria ainda em funcionamento, a alemã Weihenstephan (perto de
Munique), recebe autorização real para funcionar
1516Duque Guilherme IV da Baviera, na Alemanha, decreta a lei da pureza da cerveja, segundo a
qual só poderiam ser usados os ingredientes cevada, lúpulo e água
1784Começam a ser utilizadas
máquinas a vapor na produção de cerveja, em Londres
1810 Celebra-se a primeira
Oktoberfest, em Munique
1835 É descoberto um tipo de fermento de baixa
fermentação, que possibilita a criação das cervejas lager
1876O químico francês Louis Pasteur
publica o seu estudo sobre fermentação de micro-organismos
(pasteurização)
1959 - Empresário americano Bill Coors introduz lata de alumínio como embalagem de cerveja
momentos marcantes na história da cerveja
Dez
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NEGÓCIOS
Tal como foi escrito nas páginas anteriores, crê-se que os lusita-nos foram dos primeiros povos europeus a produzir e consumir cerveja. Durante a revolução in-
dustrial no “Velho Continente”, a produ-ção da bebida em solo português atingiu a escala empresarial. Entre as décadas de 1830 e 1880, há testemunhos de mais de uma dezena de empresas de cerveja em Portugal, em localidades como Lisboa, Porto, Coimbra e Ponte da Barca.
Já no século XX, quatro empresas nacionais do setor cervejeiro (a Com-panhia Produtora de Malle e Cerveja Portugália, a Companhia de Cerveja Estrela, a Fábrica de Cervejas Jansen e
a Companhia de Cervejas de Coimbra) uniram-se a criaram a Sociedade Cen-tral de Cervejas (SCC), em 1934. Os dois principais objetivos desta fusão passa-ram pelo lançamento de uma cerveja e de uma fábrica em comum.
As atuais instalações na Vialonga, poucos quilómetros a norte de Lisboa, estariam concluídas apenas em 1968. A cerveja foi criada bastantes anos antes, em 1940, com o nome Cerveja Sagres, que seria lançada na Exposição do Mun-do Português, “para celebrar o melhor de Portugal e dos sabores nacionais”, contou recentemente Nuno Pinto de Magalhães, atual diretor de Comunica-ção e Relações Institucionais da SCC, no
início das celebrações do 75.º aniversá-rio da marca, que é assinalado este ano.
No mesmo evento, Luís Prata, diretor de Marketing da SCC, partilhou uma história curiosa sobre os primeiros passos da Cerveja Sagres: “Na Segunda Guerra Mundial, as tropas inglesas es-tavam estacionadas em Gibraltar e que-riam beber cerveja. Só que os barcos que partiam de Inglaterra cheios da bebida, acabavam torpedeados pelos alemães. Até que o embaixador britânico em Portugal ligou a um membro do governo português e pede para que Portugal for-neça uma cerveja em Gibraltar, por via terrestre, o que acabaria por acontecer com sucesso”.
Evolução da Garrafa Sagres
1940 1947 1955 1971 1972 1978 1981
Começou por ser enviada de Portugal para tropas britânicas em Gibraltar, hoje em dia parte da Vialonga para todos os lugares onde há portugueses, seja em Lisboa, no Porto, em Paris ou Nova Iorque. Desde 1940 que o escudo nacional esteve sempre presente, na abertura da fábrica, no lançamento de slogans icónicos,
nas primeiras Mini. Nas férias, os portugueses bebem desta cerveja industrial.
CERVEJA SAGRES75 anos de portugalidade
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Nas palavras de Ary e nos golos de Ronaldo
A Cerveja Sagres rapidamente se tor-nou num sucesso no mercado nacional. Desde a primeira hora que o símbolo da marca foi o escudo português, com as cinco quinas, herdado dos rótulos da Companhia Produtora de Malle e Cer-veja Portugália. A primeira garrafa tinha um pescoço comprido, à semelhança das atuais, com sucessora a aparecer em formato granada, mais atarracada, tal como se manteria no mercado durante 55 anos, entre 1947 e 2002.
Nesse período do século XX, não faltou inovação promovida pela Cerveja Sagres. Exemplo disso é um dos slogans mais famosos da história da publicidade em Portugal, “A sede que se deseja”, criado pelo poeta Ary dos Santos, em 1963. No que toca a produtos, destaque para o lançamento das Mini, as peque-nas garrafas que a marca colocou no mercado em 1972.
A Portugalidade evidente desde a primeira hora, no já referido símbolo, foi sempre muito valorizada. Um dos maiores é a parceria com a Federação Portuguesa de Futebol, que a torna
patrocinadora da seleção nacional desde 1993. Quando Fernando Couto deu uma cambalhota após um golo que deu uma vitória frente à Turquia (EURO 96), quando Sérgio Conceição fez um hat-trick à Alemanha (EURO 2000), quando Cristiano Ronaldo marcou cada um dos cinco golos que acumula no apuramento para o EURO 2016, a Cerveja Sagres esteve sempre lá.
Também marca presença junto às Comunidades a residir no estrangeiro. Restaurante ou supermercado portu-guês em Paris, Toronto ou São Paulo que se preze, inclui frigoríficos com garrafas da líder no mercado cervejeiro nacional. A própria marca já viajou para cidades estrangeiras com populosas legiões de portugueses, como Londres e Nova Ior-que, para gravar anúncios publicitários que exaltam a presença desta forma de portugalidade por todo o mundo.
No regresso ao país para mais umas férias, os portugueses sabem que a Cerveja Sagres está pronta a marcar presença nos momentos mais memo-ráveis deste verão. É assim há 75 anos, continuará assim durante muito tempo, sempre com a inovação e a portugalida-de bem presentes.
1983 1989 1992 1995 2003 2007 2012
PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES40
NEGÓCIOS
O ano 2013 é frequentemente apontado como aquele em que começou a revolução das cervejas artesanais em Portugal, um fenómeno que
já havia despontado em muitos outros países europeus. Quando muitas marcas nacionais começavam a dar os primeiros passos nesse verão, só na Galiza havia mais de duas dezenas de marcas bem implementadas. Entre as portuguesas, já se ouvia falar em nomes como a Praxis e a Sovina. Entretanto, já foram criadas mais de dezena e meia de outras cervejas artesanais portuguesas.
A Praxis é produzida num restauran-te com o mesmo nome, em Coimbra, para acompanhar pratos típicos das cervejarias portuguesas, como bifes, mariscos e francesinhas. Também pode ser encomendada pelos portugueses de todo o mundo, inclusivamente na página Facebook da marca.
No final de junho, inaugurou o Museu da Cerveja de Coimbra, que recorda a história da Companhia de Cervejas de Coimbra (que como foi escrito nas páginas anteriores, participou no nascimento da
Sociedade Central de Cervejas) e de antigas marcas locais como a Topázio e a Onyx.
Tanto a norte como a sul do Mondego, a maior atenção que os portugueses têm dado a novas variedades de cerveja tem contribuído para a abertura de estabe-lecimentos especializados nesta bebida. Exemplo disso é a Catraio, no Porto, uma loja de cervejas que também é bar. Em Lisboa, a Cerveteca é um bar que comer-cializa mais de uma centena de cervejas artesanais, de todo o mundo. O restau-
rante Moules & Beer até já chegou a promover aulas de cerveja nas suas instalações, também na capital.
Com muitos destes projetos a serem influencia-dos pela abertura de outros seme-lhantes, para além do maior interesse dos portugueses com os métodos
O aparecimento de mais de dezena e meia de marcas portuguesas de cerveja artesanal começou há dois anos, efeito dominó de uma prática que teve em Coimbra algumas das primeiras movimentações. É da “Cidade
dos Estudantes” que é originária a Praxis, sucessora de marcas emblemáticas como a Topázio e a Onyx.
PRAXISPioneira no “fenómeno”
das artesanais
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de produção de cerveja, a Praxis pode ser considerada uma das pioneiras deste fenómeno a nível nacional. As primeiras experiências para a produção de cerveja artesanal foram feitas em 2006, um ano antes da constituição da empresa. Mas é 2009 que é apontado como o “ano primei-ro”, quando abriu o restaurante-cervejaria e os consumidores começaram a ter acesso às primeiras cervejas.
Tradição cervejeira com mais de século e meio
Para que esta iniciativa tivesse sucesso, a Praxis beneficiou de estar inserida num dos ambientes mais jovens do país, a “Ci-dade dos Estudantes”. As quatro varieda-des criadas pelo mestre cervejeiro Márcio Marques Ferreira (a loira Pilsener, a ruiva Âmbar, a preta Dunkel e a turva Weiss) co-meçavam assim a ser procuradas por uma tipologia de consumidores com grande apetência para o consumo de cerveja, para além de outras pessoas de diversas idades, sempre superiores a 18 anos.
O legado cervejeiro de Coimbra, com mais de século e meio de tradição (desde 1855), também contribuiu para o despon-tar desta marca. Há muito que alguns conimbricenses reclamavam o vazio deixado pela Fábrica de Cer veja de Coimbra, que deixou de produzir no final da década de 1980, até encerrar as portas definitivamente em 2002.
Digna herdeira de marcas como a Ony x, a Topázio, a Aviz, a Adamastor e a Polar, a cer veja artesanal Praxis pode ser experimentada, no renova-do espaço, que conta, também, com um novo Museu da Cer veja, localiza-do na zona de Santa Clara, numa das cidades com maior tradição cer vejei-ra do país.
Principais etapas do processo de fabricoMaltagemProcesso em que os grãos de cevada (ou outros cereais) são prepara-dos para o fabrico de cerveja. São adicionados a um tanque com água, dando-se a germinação. De seguida, o malte passa para temperaturas muito elevadas em forno.
BrassagemConverte os amidos libertados na fase da maltagem em açúcares, que podem ser fermentados, formando-se o mosto que depois é filtrado.
FervuraDá-se a esterilização do mosto, eliminam-se substâncias indesejáveis e dá-se a fixação final do mosto. É nesta fase que o lúpulo é adicionado, contribuindo com o sabor amargo e os aromas de cerveja.
FermentaçãoOs açúcares do mosto, pela ação da levedura, transformam-se em álcool e dióxido de carbono. A fermentação começa com a adição da levedura selecionada para o tipo de cerveja desejado.
MaturaçãoPeríodo de estacionamento da cerveja a temperaturas adequadas, a fim de permitir a libertação dos componentes voláteis indesejáveis.
EstabilizaçãoEstabiliza-se a cerveja, numa tempe-ratura entre os 0º e os 2ºC, de modo a fixarem-se as propriedades da cerveja.
ClarificaçãoEliminam-se os últimos elementos de turvação em suspensão, dando à cerveja a limpidez desejável.
EnchimentoA cerveja é então acondicionada para distribuição e consumo, o que pode ser feito em diversos tipos de embalagem, como barril, garrafa e lata.
Cerveja faz parte da história de Coimbra
A Queima das Fitas é um dos momentos em que, todos os anos, se bebe mais cerveja em Portugal. Mas a relação entre Coimbra e esta bebida
também é feita de produção. Conheça rótulos de marcas que fazem parte
desta tradição conimbricense.
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Empresas portuguesas na maior feira asiática de têxteis lar
Exportar 900 milhões de euros em vinho é objetivo português
Universidade de Aveirodescobre material que pode gerar energia elétrica
Peugeot Citroën constrói
carro novo em Portugal
A ACL Impex, a Mundotêxtil e a La-meirinho, de forma independente, a Lasa, a Ribial, a Tela’s Design e a Grilo Kitchenware, com o apoio da associa-ção Home From Portugal, são as sete empresas portuguesas que vão apre-sentar as suas toalhas, conjuntos de cama, tapetes, entre outros, na maior feira asiática de têxteis lar, a Intertextile Shanghai Home Textiles 2015, entre 26 e 28 de agosto. Mais de 1 400 exposi-tores, oriundos de cerca de 30 países, vão marcar na cidade chinesa de Xan-gai, que no ano passado recebeu mais de 43 000 visitantes.
A seguradora portuguesa, controlada pelos chineses da Fosun, chegou a acordo para comprar 9,03% do capital da KTG Agrar, uma empresa agrícola alemã que produz cereais, batatas e soja. Um dos objetivos deste entendi-mento é o de apoiar o KTG Group na implementação dos seus alimentos no mercado chinês.
Uma equipa de investigadores da universidade aveirense, da qual faz parte o português Gonçalo da Cunha Rodrigues, divulgou que o grafeno, quando combinado com a sílica, tem propriedades piezoelétricas, ou seja, pode gerar energia elétrica através da compressão. Entre as características deste novo condutor de eletricidade destacam-se a resistência, a leveza e a flexibilidade. Os resultados deste estu-do foram partilhados na publicação científica Nature Communications, na qual foi indicado que esta descoberta abre as portas a que, por exemplo, os smartphones possam operar a uma velocidade sem precedentes.
Fidelidade compra posição em empresa agrícola alemã
Portugal já exporta metade da produ-ção vinícola, mas o objetivo é aumentar. A meta foi fixada pelo vice-primeiro-ministro, Paulo Portas: “Há quatro anos exportávamos pouco mais de 600 milhões de euros em vinho, hoje em dia exportamos 730 milhões de euros e é um objetivo absolutamente alcançável chegar aos 900 milhões. Portugal é o 9.º fornecedor mundial de vinho e também pode subir uma ou duas posi-ções se continuar a crescer como está a crescer”, afirmou recentemente, na visita a uma das maiores feiras mundiais de vinho, em Bordéus.
A PSA Peugeot Citroën vai pro-duzir uma gama de veículos li-geiros de transporte de merca-dorias em Mangualde, a partir de 2018. Este projeto obriga a empresa francesa da indústria automóvel a um investimento de perto 50 de milhões de eu-ros para modernizar a fábrica no distrito de Viseu, cuja susten-tabilidade chegou a estar ame-açada. A produção desta gama de veículos, provisoriamente apelidada K9, será partilhada com a fábrica da PSA em Vigo, na Galiza.
Breves
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CULTURA
O azulejo português vai candidatar-se a Patrimó-nio da Humanidade da UNESCO. A candidatura, anunciada recentemente,
está a ser preparada pela Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) em parceria com o Laboratório Nacional de Engenharia Civil e a Comissão Nacional da UNESCO/Ministério dos Negócios Estrangeiros.
O anúncio coube a Jorge Barreto Xavier, secretário de Estado da Cultura, segundo o qual, se se concretizar a elevação do azu-lejo português a Património da Humani-dade “será certamente muito importante para uma maior sensibilização da socie-dade para a necessidade de conservação desta forma de expressão artística”.
O mesmo representante governa-mental realça que “os portugueses foram, e são, originais criadores na arte do azulejo”. Barreto Xavier considera que “esta é, sem dúvida, uma das mais originais criações do espírito inventivo português”, uma vez que “confere uma singularidade aos nossos edifícios, aos nossos monumentos, às nossas vilas e cidades”.
Para além disto, a decisão de candida-tar a azulejaria nacional a Património da Humanidade da UNESCO deve-se, segundo um comunicado da Secretaria de Estado da Cultura, ao destaque que este tipo de arte tem vindo a ganhar a nível internacional, “servindo de inspiração, nomeadamente, a muitos costureiros e designers”.
Porto contribui para ressurgimento
Após anos em que alguns elementos ligados à arquitetura e às artes aponta-ram para um certo menosprezar deste objeto simbólico da cultura portuguesa, o azulejo parece mesmo voltar a viver um período de ressurgimento. Prova disso são algumas iniciativas que têm tido lugar em algumas cidades portuguesas.
No final de junho foi apresentada a fachada de um edifício, no Porto, com cerca de 3 000 azulejos, cuja disposi-ção questiona: “Quem és tu, Porto?”. Foi apresentado como “o maior painel comunitário em azulejos” da cidade, uma vez que as peças foram pintadas por voluntários que quiseram deixar uma resposta à pergunta-título.
Mais do que decoração arquitetónica, a arte azulejar é atualmente reconhecida como uma forma de expressão artística de origem portuguesa. A Direção-Geral do Património Cultural deseja o reconhecimento da UNESCO para as peças que distinguem tantos edifícios e monumentos nacionais.
AZULEJO PORTUGUÊSCANDIDATO A PATRIMÓNIO DA HUMANIDADE
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Este edifício fica situado na Rua da Madeira, bem junto à Estação de São Bento, considerada por publicações internacionais como uma das mais belas do mundo. Este reconhecimento deve-se sobretudo ao cerca de 20 000 azulejos que formam diversos painéis ilustrativos da evolução dos trans-portes e de momentos da história de Portugal e do Porto. Um dos painéis retrata a conquista de Ceuta por parte do Infante D. Henrique, iniciativa que partiu da cidade Invicta há precisamen-te 600 anos.
Milhares de azulejos restaurados em Viana do Castelo
Mais a norte foi premiado, este ano, outro exemplo que comprova a atenção que os portugueses estão a dedicar ao azulejo. A Igreja da Misericórdia, em Viana do Castelo, recebeu o prémio de conservação e restauro na cerimónia anual organizada pela SOS Azulejo, um projeto que visa a proteção e valorização deste objeto.
Para além do azulejo, são vários os elementos da cultura e do património português a propósito dos quais es-tão a ser preparadas candidaturas a Património Mundial reconhecido pela UNESCO. Entre os vários exemplos constam os tapetes de Arraiolos, o complexo mineiro romano de Tresmi-nas e Jales (concelho de Vila Pouca de Aguiar), o Santuário do Bom Jesus (em Braga), a arte chocalheira (predominante no Alentejo) e a rota percorrida por Fernão de Magalhães na viagem de circum-navegação (candidatura promovida pela autar-quia de Sabrosa).
Bom Jesus e tapetes de Arraiolos entre outras candidaturas portuguesas
A igreja localizada em pleno centro histórico da cidade vianense, na Praça da República, não tem um milímetro de parede sem azulejo azul e branco. No total, são cerca de 16 mil peças, todas elas recuperadas entre 2012 e 2013.
Para além da recuperação promovida por diversas entidades nacionais, a diminuição dos crimes contra o azulejo também colabora neste ressurgimento. De 2006 a 2014 as queixas na polícia por crimes contra o património azule-jar passaram de 31 para 10, uma redução de aproximadamente 70%.
A inspiração para a utilização de azulejos em Portugal foi importada de Sevilha pelo rei D. Manuel I, no século XVI, mas cerca de cinco séculos depois, não há país que se distinga tanto na arte azulejar como Portugal. A candidatura a Património da Humanidade afigura-se como mais uma iniciativa com vista ao reconhecimento internacional de um elemento intrínseco à cultura do nosso país.
Painel na Estação de São Bento retrata a conquista de Ceuta por parte do Infante D. Henrique, há precisamente 600 anos
Igreja da Misericórdia, em Viana do Castelo
Sala dos Brasões, Palácio Nacional de Sintra
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CULTURA
António Zambujo
Comendador entre o fado e o cante alentejano
A discografia deste alentejano, de 39 anos, natural de Beja, começou a ser composta em 2002, com o lançamento do disco “O mesmo fado”, mas apenas há três anos se tornou num artista ouvido por todo o país, graças ao álbum “Quin-to”, onde coube uma canção que tantas vezes soou nas rádios nacionais, chamada “Lambreta”. Desde então, a carreira deste intérprete, cujas músicas oscilam entre os dois géneros musicais portugueses que recentemente se tornaram Património Imaterial da Humanidade (o fado e o cante alentejano), não parou de dar nas vistas, tanto que no passado 10 de junho, Dia de Portugal, foi agraciado por Cavaco Silva como Comendador da Ordem do Infante D. Henrique. Atualmente, o disco mais celebrado de António Zambujo é “Rua da Emenda”, lançado no ano passado, do qual faz parte o êxito “Pica do 7”.
D.A.M.A.Um ano depois,
são eles que movem multidões
Miguel Cristovinho, Francisco Maria Pereira e Miguel Coimbra, três jovens de Cascais com idades entre os 24 e os 26 anos, constituem o maior fenóme-no recente de uma banda portuguesa. Desde que em julho do ano passado fi-zeram a primeira parte do concerto dos britânicos One Direction, no Estádio do Dragão, os D.A.M.A lançaram um álbum de estreia, chamado “Uma questão de princípio”, que rapidamente chegou a disco de platina, por vendas superiores a 20 mil unidades. No alinhamento deste sobressaem canções que milhares de jovens portugueses sabem cantar de cor e salteado, como “Às vezes” (mais de seis
milhões de visualizações no YouTube), “Balada do Desajeitado” (mais de cinco milhões) e Luísa (mais de quatro mi-lhões). Tanta popularidade permite que já sejam eles a mover multidões para os seus concertos, como aconteceu num re-gresso recente ao Porto, no qual lotaram a ampla Avenida dos Aliados.
Richie CampbellReggae português
de ampla divulgação
Tal como António Zambujo, começou a soar na generalidade das rádios portu-guesas em 2012, graças a canções reggae como “That’s how we roll” e “Love is an addiction”. Apesar de assinar com um pseudónimo anglo-saxónico e de cantar em inglês, Richie Campbell é um lisboeta que na vida civil é conhecido como Ricardo Costa. Para além das duas músicas referidas em cima, há poucos
A música portuguesa está em alta. Os principais lugares do top de vendas são maioritariamente ocupados por artistas nacionais. Nomes como António Zambujo e
Miguel Araújo, jovens bandas como os D.A.M.A. e os HMB, fazem parte das preferências de milhares (e até mesmo milhões) de seguidores. A Revista PORT.COM apresenta uma
dezena de revelações que despontaram na última meia década.
DEZ NOVOS NOMES DA MÚSICA PORTUGUESA
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jovens portugueses que atualmente não conhecem “Best friend”, o êxito mais recente deste cantor de 28 anos.
Miguel AraújoCantar sobre amor com um toque de
humor
“Anda comigo ver os avi-ões” e “Quem és tu miúda” são as
duas canções com que a voz deste cantor de 37 anos, natural da Maia, se tornou conhecida. Ambas são interpretadas pela banda Os Azeitonas, mas desde há uma mão cheia de anos que Miguel Araújo também responde por canções a solo, como a tão divertida “Maridos das outras” e a romântica “Balada astral”.
BergChegar aos portugueses
através de vitória televisiva
O portuense Teófilo Sonnen-berg, mais conhecido como Berg, já trabalhava na indústria da música há mais de 30 anos, quando decidiu inscrever-se na versão portugue-sa do concurso televisivo “Fator X”, o qual ganhou no início do ano passado, permitindo-lhe finalmente ter a visibilidade há muito desejada. O primeiro álbum após o triunfo foi lançado em novembro, também chamado “Berg”, com canções em português, como “Alice”, e em in-glês, como o sucesso “Tell Me”.
Carolina DeslandesMilhões de visualizações em inglês e português
Tal como Berg, deu nas vistas num programa da televisão portuguesa, no seu caso, o Ídolos. Quando saiu da final do concurso no 3.º lugar, no final de 2010, dificilmente imaginaria que, um dia, teria uma canção no YouTube com mais quatro milhões de visualizações, provenientes de todo o mundo. Esse êxi-to chama-se “Mountains”, mas também os há com letra em português, como é o caso de “Não é verdade”, que soma mais de dois milhões de visualizações no mesmo agregador de vídeos.
CULTURA
AGIRFilho de Paulo de Carvalho também
sabe cantar
Filho do cantor imorta-lizado por “E depois do adeus”,
uma das senhas do 25 de abril, e da atriz Helena Isabel, AGIR é o pseudónimo de Bernardo de Carvalho Costa, um jovem de 27 anos que, para além do visual ex-travagante, tem dado nas vistas com um conjunto de canções cheias de ritmo, cantadas em português. Exemplo disso é “Tempo é dinheiro”, com que o lisbo-eta acaba de superar os dois milhões de visualizações no YouTube.
CapicuaHip hop que até entra
em telenovelas
A portuense Ana Ma-tos, de 32 anos, cativou
a crítica com o álbum de estreia lançado em 2012, mas teve que esperar até ao ano passado, com o lança-mento do disco “Sereia Louca”, para ver os índices de popularidade de Capicua ascenderem a níveis semelhantes a ou-tros projetos hip hop portugueses. Para esta mediatização muito contribuíram temas cantados num português muito ritmado, como “Medusa” e “Vayorken”, este último integrante da banda sonora de uma das telenovelas portuguesas mais populares da atualidade.
Diogo PiçarraExemplo de persistência
Este algarvio de 25 anos participou em castings para programas de descoberta de novos talentos musicais nos três prin-cipais canais televisivos portugueses: RTP, SIC e TVI. Chumbou em todos. Voltou a tentar o Ídolos, da SIC, de onde só saiu já com o título de vencedor da edição de 2012, que lhe valeu um curso de música na London Music School, na capital britânica. Voltou com outro diploma, o de melhor aluno, e este ano lançou um disco, chamado “Espelho”, que já ocupou o número um do top de vendas nacional, graças a canções como “Tu e eu” e “Verdadeiro”.
HMBSoul e gospel em português
Este quinteto é composto por Héber Marques na voz, Joel Silva na bateria, Daniel Lima nos tecla-dos, Fred Martinho na guitarra e Joel Xavier no baixo, mas o nome denuncia quem é o principal elo da banda. HMB é a sigla de Héber Marques Band. É do voca-lista que parte a composição de canções inspiradas em ritmos de música afro-americana, como a soul e o gospel, mas sempre cantadas em português. Exemplo disso são “Não me deixes partir” e “Fe-eling”, presença assídua nas principais estações de rádio nacionais.
Êxitos recentes
para ouvir nas férias
A Revista PORT.COM propõe uma dezena de canções portuguesas
para a banda sonora que lhe vai fazer recordar os melhores
momentos deste verão.
António Zambujo Pica do 7
D.A.M.A. Às vezes
Richie Campbell Best friend
Miguel Araújo Balada astral
Berg Alice
Carolina Deslandes Não é verdade
AGIR Tempo é dinheiro
Capicua Vayorken
Diogo Piçarra Tu e eu
HMB Não me deixes partir
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Quadro de Paula Rego bate recorde em Londres
O fadista lisboeta recebeu a “Grande Médaille de Vermeil” da cidade de Paris, a mais alta distinção em termos de medalhas da autarquia da capital francesa. Segundo Hermano Sanches Ruivo, português que é vereador da Câmara de Paris, “Carlos do Carmo tem realmente um amor a esta cidade. Eu penso que ele conhece melhor Paris do que muitos de nós que vive-mos cá”, justificou em declarações à Agência Lusa.
O representante sublinhou que “Paris é uma cidade também do fado” graças aos portugueses que trouxeram esta música “nas malas”, lembrando que a
Câmara de Paris apoiou a candidatu-ra do Fado a Património Imaterial da UNESCO e que “o fado está a ser des-coberto ou redescoberto em França”.
Carlos do Carmo costuma admitir publicamente a paixão por Paris, que
aponta como “a cidade de que eu e a minha mulher mais gostamos fora de Portugal”. Antes do fadista, a “Grande Médaille de Vermeil” já foi atribuída a outros portugueses, como Manoel de Oliveira, em 2001, e Mário Soares, em 2013.
Um quadro da pintora, no qual alude à morte do marido, em 1988, foi arrematado num leilão na capital inglesa por 1,6 milhões de euros, um novo recorde para a lisboeta. O nome do quadro é “The Cadet and his Sister” [O cadete e a irmã], que aborda o tema da despedida mostrando um cadete vestido com o uniforme do Colégio Militar, de partida para o combate, que se despede da irmã enquanto ela se ajoelha e ata os sapatos.
Carlos do Carmo recebeu a mais alta distinção de Paris
Breves
Artista português cria rosto de Amália em calçada de Lisboa
Alexandre Farto, mais conhecido no mundo da arte como Vhils, criou o rosto de Amália Rodri-gues numa calçada em Alfama, em colaboração com calceteiros da Câmara de Lisboa. Apesar de ser em calçada portuguesa, o retrato “aparece como uma onda do mar que [começa no chão e] subiu a parede”, explicou Vhils na apresentação da obra, acres-centando: assim, quando chover, “faz chorar as pedras da calçada”, havendo uma ligação ao fado. A imagem criada faz parte da capa
de “Amália, As Vozes do Fado”, um disco no qual temas da maior fadista portuguesa de sempre são cantados por nomes como António Zambujo, Carminho, Camané, Gisela João e Ricardo Ribeiro.
PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES50
GASTRONOMIA
Caracóis
De Roma ao sul de Portugal
As primeiras experiências de criação de caracol em cativeiros (chamadas helicicultura), para consumo humano, foram realizadas no Império Romano.
Tanto os Romanos como os Gregos foram grandes apreciadores deste alimento, integrando-o na dieta me-diterrânica, que desde o final de 2013 é Património Imaterial da Humanidade.
Há muitas décadas que é um petisco muito apreciado pelos portugueses, principalmente no sul do país.
Pezinhos de coentrada
Criados para sobreviver aos saques franceses
Desde os tempos antigos que a carne de porco é a mais utilizada no Alentejo, com todas as partes do animal a serem aproveitadas para a alimentação, in-cluindo os “pezinhos”.
Diz a sabedoria popular que esta forma de os confecionar teve origem du-rante as Invasões Francesas, no século XIX. Os saques dos franceses privaram as populações de muita coisa, mas não da receita tão apreciada desde então.
Bolinhos de bacalhau
Nomes diferentes, a mesma receita
No norte são conhecidos como boli-nhos de bacalhau, no sul como pastéis de bacalhau, mas a receita é a mesma em todo o território nacional e nas comuni-dades, onde é uma das iguarias gastro-nómicas portuguesas mais reproduzi-das pelos emigrantes.
A primeira receita igual à atual é de 1904, publicada num livro chamado “Tratado de Cozinha e Copa”, da autoria de um oficial do exército. Mas também há textos do século XIX que se referem a bolinhos semelhantes, que terão inspi-rado o petisco feito com o fiel amigo dos portugueses, o bacalhau.
PARA CONTAR À MESA
istórias sobre petiscos
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...os gregos e os romanos já comiam caracóis? E que os pezinhos de coentrada foram inventados devido às
Invasões Francesas? Na época do ano em que os petiscos se tornam mais apetecíveis, conheça algumas curiosidades para contar quando
não estiver com a boca cheia.
Pica-pau
Não a ave, mas sim o porco
Ao contrário do que os que raramente frequentam tascas e tabernas poderão pensar, pica-pau não é um petisco da fa-mosa ave que escava troncos de árvores com o bico, mas sim com carne de porco, pickles, azeitonas e pão.
Tremoços
Lenda que não vem na Bíblia
O apreço dos portugueses por este petisco é tão antigo, que existe uma história de origem transmontana que envolve o menino Jesus, Maria, José e… tremoceiros. Segundo a lenda, o casal fugia com o bebé dos soldados do rei Herodes, quando para os despistar decidiu atravessar um tremoçal. Só que os tremoceiros eram tão ruidosos, que José terá vaticinado: “Ó ervinhas, peço-vos que não façais barulho, senão sereis amaldiçoadas e o vosso fruto não mata-rá a fome a ninguém, por mais que co-mam”. Os tremoceiros terão continuado a fazer barulho, pelo que os tremoços não saciam o apetite a ninguém. Esta história não vem, obviamente, na Bíblia.
Peixinhos da horta
As raízes da tempura japonesa
Tal como o pica-pau, à primeira vista os peixinhos da horta também poderão enganar os menos familiarizados com ementas tradicionais portuguesas, uma vez que este petisco não leva qualquer tipo de peixe.
O nome deve-se à apresentação do feijão verde em polme (envolvido em ovo e farinha), que o torna semelhante a pequenos peixes fritos.
Muitos gastrónomos dizem que esta receita, levada para o Japão por mis-sionários portugueses no século XVI, deu origem à especialidade japonesa “tempura”.
www.revistaport.com
Estes petiscos vão bem com uma cerveja
geladinha a acompanhar. Veja, na página 31, o
dossiê especial sobre cerveja que temos para si.
PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES52
GASTRONOMIA
As caldeiradas feitas
em Portugal, e na
vizinha Galiza, são
fundamentalmen-
te um cozido, uma
preparação que não
passa pelo refogado.
Os componentes básicos são diversas
variedades de peixe que se encontram
facilmente nas lotas e supermercados
portugueses, acompanhados por ba-
tata, cebola, tomate e pimentos. Den-
tro desta base, existem várias variáveis
(com polvo, marisco, mexilhão, atum,
entre outras) que dependem da região
do país na qual a caldeirada de peixe
é confecionada. Localidades costeiras,
como Póvoa de Varzim, Espinho, Peni-
che, Sagres ou Olhão, são aquelas em
que o prato é mais fácil de encontrar
nas ementas dos restaurantes.
RECEITA
CALDEIRADA DE PEIXE
Ingredientes para seis pessoas:3 tomates maduros; 1 cebola grande; 6 dentes de alho; 2 alhos franceses; 1 bolbo de funcho; 1 pimento verde; 3 colheres, das de sopa, de azeite; 1 folha de louro; 1 ramo de salsa; 1,5 dl de vinho branco; 600 g de batatas; Mistura de peixe para caldeirada (750 g); 3 colheres, das de chá, de sal
Preparação: Pele o tomate, limpe-o de semen-tes e pique em pedacinhos. Descas-que a cebola e os dentes de alho, e pique-os finamente. Corte o alho fran-cês em rodelas, lave e escorra. Retire as folhas verdes ao bolbo de funcho e reserve-as. Elimine os talos mais rijos e pique a parte restante em pedacinhos. Leve o azeite ao lume num tacho, deixe aquecer e adicione o alho, a ce-bola e o funcho, picados, as rodelas de alho francês, a folha de louro e ramo
de salsa atado. Tempere com cerca de uma colher (das de sobremesa) de sal, tape e deixe suar sobre lume brando durante cerca de cinco minutos. Junte o tomate em pedaços, mexa, volte a tapar o tacho e deixe cozinhar mais dez minutos. Regue com o vinho branco e deixe levantar fervura. Entretanto, descas-que as batatas e corte-as em rodelas. Introduza as batatas no tacho e deixe cozinhar durante cerca de dez minu-tos. Ao mesmo tempo, limpe o pimen-to de sementes e corte-o em tiras. Lave o peixe, escorra bem e sal-pique com cerca de uma colher (das de chá) de sal. Introduza as tiras de pimento e o peixe no tacho, tape e cozinhe durante cerca de dez minutos sobre lume brando. Salpique com a restante salsa pi-cada e as folhas de funcho, e sirva.
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Breves
Portugal passa a celebrar o Dia Nacional da Gastronomia
Tasca da Esquina eleito melhor restaurante português no Brasil
Gallo reforça aposta na gama de vinagres
O último domingo de maio vai passar a ser, oficialmente, o Dia Nacional da Gastronomia. A Assembleia da Repú-blica aprovou recentemente, por una-nimidade, a criação desta data, com o intuito de valorizar um dos elementos mais distintivos da portugalidade.
O jornal americano USA Today ela-borou uma lista dos mais famosos mercados de peixe do mundo, da qual faz parte o Mercado do Livramento, em Setúbal. A publicação realça este espaço pela comercialização de sardi-nha, “simbolizando a grande tradição de pesca desta zona e do consumo de peixe em Portugal”. Em destaque estão também as paredes do mercado, for-radas por 5 700 azulejos que represen-tam cenas da vida quotidiana, da pesca e da agricultura local.
A marca portuguesa apresentou um novo design para a sua extensa gama de vinagres, que inclui sete variedades: vinagre de sidra; de vi-nho branco; de vinho tinto; de vinho aromatizado com framboesa; de espumante; balsâmico branco; e bal-sâmico de Modena. Com baixo teor de sódio, sem gorduras, corantes ou sabores artificiais, a marca garante que “os vinagres Gallo são a escolha ideal para uma dieta equilibrada e ao mesmo tempo saborosa".
Mercado de peixe de Setúbal destacado nos EUA
O jornal Folha de São Paulo rendeu-se ao restaurante do chef Vítor Sobral na cidade paulista, que replica um restaurante em Lisboa com o mesmo nome e do mesmo chef. A publicação aponta a Tasca da Esquina com “o melhor restaurante português no Bra-sil”, e não poupa elogios a “uma casa que mostra as raízes mais profundas de Portugal”. Desde o final do ano passado, também as revistas Veja e Prazeres da Mesa dedicaram palavras positivas a este estabelecimento.
Luso com Gás agora disponível
em garrafa de litro
Lançada no final do ano pas-sado, a Luso com Gás conta agora com um novo formato, garrafa de vidro de 1 litro de
tara retornável, disponível para os cafés, restaurantes e hotéis portugueses. Recorde-se que a Luso com Gás conquistou recentemente a medalha de
ouro no prestigiado concurso internacional Monde Selection
de la Qualité.
PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES54
DESPORTO
Tal como acontece há anos, a Supertaça Cândido Oliveira inaugura mais uma temporada no futebol português, ao colo-car em confronto o campeão
nacional com o vencedor da Taça de Por-tugal. Porém, há muito que não causava tanta expetativa. O motivo é apenas um, suficiente para fazer correr rios de tinta há várias semanas: A saída de Jorge Jesus do campeão Benfica para o eterno rival Sporting.
A transferência foi conhecida no início de junho, com Jesus a ser apresentado aos adeptos sportinguistas no primeiro dia de julho. Em ambas as datas, já sabia que a estreia oficial como técnico leonino seria feita contra o anterior clube, no início de agosto. O jogo tão aguardado está marcado para o dia 9, às 20h45, no Estádio do Algarve.
A Supertaça antecede em uma semana o início do campeonato, para o qual a “transferência do verão” também se apresenta como um condimento extra-
picante. Não é para menos. Quando em meados de abril, ainda de águia ao peito, o técnico de 61 anos disse “treino no Benfica, na China ou no Paraguai, por-
que o futebol é a minha paixão”, poucos imaginariam que uma mudança de ares fosse feita para tão perto, para o outro lado da Segunda Circular.
Há 28 anos que os eternos rivais de Lisboa não discutem a Supertaça entre si, mas não é este o principal fator a fazer do dérbi um dos mais aguardados dos
últimos anos. No primeiro jogo oficial da época, Jorge Jesus pode vencer o título que demorou mais tempo a conquistar pelo Benfica. Mas Rui Vitória guarda boas
memórias de outra estreia contra o Sporting.
SUPERTAÇA APADRINHA ESTREIA DE JESUS NO SPORTING…
CONTRA O BENFICA
Treinador com maior número de jogos e vitórias pelo Benfica, procura agora o sucesso num clube que representou como jogador
POR LUÍS CARLOS SOARES
www.revistaport.com 55
SUPERTAÇA APADRINHA ESTREIA DE JESUS NO SPORTING…
CONTRA O BENFICA
Durante os seis anos em que representou o Benfica, Jesus tornou-se no treinador com maior número de jogos e de vitórias ao serviço do clube. Devolveu a glória a um clube que também gosta de ser conhecido como “Glorioso”. Não o devolveu às con-quistas europeias dos anos 60, apesar de ter atingido duas finais da Liga Europa, mas li-derou a equipa à conquista dez troféus: Três títulos de campeão, uma Taça de Portugal, cinco Taças da Liga e uma Supertaça.
Curiosamente, das quatro competições nacionais, a Supertaça foi a que demorou mais tempo a vencer. Pode ser agora a primeira que conquista pelo Sporting, clube onde regressa 39 anos depois de ter partido ainda jogador. No currículo, para além de algumas temporadas nos escalões de formação, acumulou apenas um golo em 12 jogos na equipa principal, apesar de ter sido avançado.
Leão como o pai
Durante o período no Benfica, no reino do leão sempre ecoou que Jesus era mais um adepto leonino, à imagem do seu pai, Virgolino Jesus, antigo avançado dos leões entre 1943 e 1946. A verdade é que este foi o segundo convite que Jesus recebeu do Sporting, pois no final de 2012, o então presidente Godinho Lopes queria-o para substituir Sá Pinto.
Mas foi mesmo o presidente leonino Bruno de Carvalho a conseguir o regresso, suportado por condições nunca vistas no futebol português: o técnico campeão encaixa cinco milhões de euros por ano, antes de impostos, num contrato com a duração de três temporadas. Para se perceber a dimensão do salário, basta ver que equivale a quase o dobro dos vencimentos dos treinadores do Benfica e FC Porto juntos.
O clube portista também tem influ-ência nestes valores. É bom lembrar ainda que no final da primeira época de Jesus na Luz, após conquistar o título de 2009/2010, o treinador recebeu uma proposta do FC Porto, que na altura “obrigou” Luís Filipe Vieira a abrir os cordões à bolsa, estipulando então o contrato do treinador em quatro milhões de euros brutos por ano.
Rui Vitória novamente “um de nós”
Depois de Jesus ter sido confirmado no Sporting, o Benfica teve obviamente que ir à procura de um novo treinador. E também optou por um regresso, o de Rui Vitória, que havia orientado a equipa de juniores das águias entre 2004 e 2006. Na apresentação aos sócios benfiquistas, o presidente Luís Filipe Vieira referiu-se ao técnico de 45 anos como “um de nós”.
Por entre estas duas experiências na Luz, deu nas vistas no Vitória de Guima-rães, que treinou durante quatro tempo-
radas. Quando chegou ao Minho a 30 de agosto de 2011, encontrou um clube no meio de uma grande crise financeira e desportiva: O Vitória era último classifica-do, tinha sido eliminado da Liga Europa e perdido a Supertaça para o FC Porto.
A crise financeira continuou a ser uma constante, mas não impediu o sucesso desportivo, fundamentado na aposta em jovens e jogadores até então desconheci-dos, como Paulo Oliveira e Ricardo Perei-ra (agora vice-campeões europeus sub-21 pela seleção portuguesa), André André, Marco Matias, Bernard e João Afonso. O ponto alto ao serviço do Vitória foi alcan-çado na temporada 2012/2013, quando venceu a Taça de Portugal, curiosamente numa final contra o Benfica.
O Sporting vai voltar a marcar presen-ça numa estreia de Rui Vitória. Foi este o clube que defrontou no primeiro jogo em competições profissionais, ao serviço do Paços de Ferreira, a 4 de agosto de 2010. Na altura, o agora técnico do Benfica venceu por 1-0.
Depois da Taça
de Portugal em 2013, Jesus e Vitória
defrontam-se ao serviço de outros clubes,
para disputar outra competição
PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES56
DESPORTO
Leões vencem mais, águias detêm troféu
Este ano é a terceira vez que a Super-taça é disputada no Estádio do Algarve, sendo que as duas anteriores foram ganhas precisamente por Benfica (2005) e Sporting (2008). Foi mesmo em solo algarvio que os leões venceram a competição pela última vez, graças a dois golos de Yannick Djaló frente ao FC Porto.
As águias são as atuais detentoras do troféu, depois de no ano passado terem derrotado o Rio Ave na conversão de grandes penalidades, depois de um nulo no tempo regulamentar e conse-quente prolongamento.
Apesar do jejum, o Sporting tem mais títulos na prova do que o Benfica, sete contra cinco. O conjunto verde e
branco apresenta um histórico quase imaculado, tendo perdido apenas uma vez (o Benfica perdeu em 11 ocasiões), precisamente frente aos encarnados, em 1980.
De resto, este ano vai ser o terceiro em que a Supertaça é disputada entre Benfica e Sporting. A competição já não recebe este dérbi há 28 anos, quando em 1987, numa altura em que o troféu era disputado a duas mãos, o Sporting derrotou duas vezes o Benfica (1-0 em Alvalade e 0-3 na Luz).
Se este indicador é mais favorável ao Sporting, há outros que sorriem mais ao Benfica. As últimas quatro edições da Supertaça foram todas ganhas pelo clube que chegou à prova enquanto campeão nacional. Nos últimos 15 duelos entre ambas as equipas, os benfiquistas venceram dez. Mas os sportinguistas podem defender-se dizendo que essa dezena triunfos se deveu a Jorge Jesus.
Quando os comandados de Jesus e Rui Vitória entrarem em campo, tudo isto fará apenas parte da história. No fi-nal do jogo, haverá uma sombra a pairar, a de um outro treinador, Marco Silva. Se o Benfica vencer, haverá quem se lembre que o antigo treinador do Sporting não perdeu contra o rival na temporada passada. Se for a equipa verde a branca a ganhar, adeptos encarnados poderão começar a dizer que teria sido melhor contratar um treinador com experiência a treinar um dos “Três Grandes”.
Perante a dança dos treinadores que tem aumentado ainda mais as tempe-raturas deste verão, esta é inquestiona-velmente a Supertaça mais escaldante dos últimos anos.
“A partir de hoje não há dois, mas três candidatos em Portugal”. Es-ta foi uma das primeiras promes-sas feitas por Jorge Jesus, logo na tarde em que foi apresentado como novo treinador do Spor-ting. Acabar com o domínio de Benfica e FC Porto, que dividiram a conquista dos últimos 13 cam-peonatos, é o objetivo do clube leonino. Mas há muitas outras novidades no futebol português.
Dos clubes que terminaram a última temporada nos seis pri-meiros lugares, com acesso às competições europeias, apenas o FC Porto manteve o treinador. O Benfica colmatou a ausência de Jesus com Rui Vitória, o que fez com que o Vitória de Guimarães promovesse Armando Evange-lista da equipa B a treinador do conjunto principal. O Braga foi buscar Paulo Fonseca a Paços de Ferreira, o Belenenses “resgatou” Sá Pinto do futebol grego.
Nem mesmo os dois clubes que lograram o feito da subida de divisão escaparam à “dança dos treinadores”. Vítor Paneira regressou a Tondela, Norton de Matos voou para a “Pérola do Atlântico”, rumo ao União da Madeira.
Até ao final da temporada, e como é tradição, serão os re-sultados desportivos a ditar se estes treinadores mantêm os seus atuais cargos.
Muitas novidades na “dança dos treinadores”
A SUPERTAÇA FOI DISPUTADA ENTRE BENFICA E SPORTING EM DUAS OCASIÕES. CADA CLUBE VENCEU UMA VEZ. À TERCEIRA, JESUS QUER LEVAR TÍTULO PARA ALVALADE
1ª jornada - 16/08/201518ª jornada - 17/01/2016
Os Belenenses - Rio Ave FCSL Benfica - Estoril PraiaSC Braga - CD Nacional
FC P.Ferreira - AcadémicaMoreirense FC - FC Arouca
Vitória FC - Boavista FCFC Porto - Vitória SC
U. Madeira - MarítimoCD Tondela - Sporting CP
3ª jornada - 30/08/201520ª jornada - 31/01/2016
Académica - Sporting CPOs Belenenses - MarítimoSL Benfica - Moreirense FCFC P.Ferreira - FC AroucaSC Braga - Boavista FCFC Porto - Estoril PraiaU. Madeira - Vitória SC
CD Tondela - CD NacionalVitória FC - Rio Ave FC
2ª jornada - 23/08/201519ª jornada - 24/01/2016
Académica - Vitória FCFC Arouca - SL Benfica
Boavista FC - CD TondelaEstoril Praia - Moreirense FC
Marítimo - FC PortoCD Nacional - U. Madeira
Vitória SC - Os BelenensesRio Ave FC - SC Braga
Sporting CP - FC P.Ferreira
4ª jornada - 13/09/201521ª jornada - 07/02/2016
FC Arouca - FC PortoBoavista FC - FC P.Ferreira
Vitória SC - CD Tondela Marítimo - Vitória FC
Moreirense FC - U. MadeiraRio Ave FC - Sporting CPCD Nacional - AcadémicaSL Benfica - Os Belenenses
Estoril Praia - SC Braga
6ª jornada - 27/09/201523ª jornada - 21/02/2016
FC Arouca - Os BelenensesSL Benfica - FC P.FerreiraBoavista FC - Sporting CPEstoril Praia - U. Madeira Marítimo - CD Tondela
Moreirense FC - FC PortoCD Nacional - Vitória FCRio Ave FC - Académica
Vitória SC - SC Braga
5ª jornada - 20/09/201522ª jornada - 14/02/2016
Académica - Boavista FCOs Belenenses - Moreirense FC
SC Braga - MarítimoFC P.Ferreira - Rio Ave FC
U. Madeira - FC AroucaFC Porto - SL Benfica
CD Tondela - Estoril PraiaVitória FC - Vitória SC
Sporting CP - CD Nacional
7ª jornada - 04/10/201524ª jornada - 28/02/2016
Académica - MarítimoFC P.Ferreira - CD Nacional
SC Braga - FC AroucaFC Porto - Os BelenensesU. Madeira - SL Benfica
Rio Ave FC - Boavista FCVitória FC - Estoril PraiaSporting CP - Vitória SC
CD Tondela - Moreirense FC
8ª jornada - 25/10/201525ª jornada - 06/03/2016
FC Arouca - CD TondelaOs Belenenses - U. Madeira
SL Benfica - Sporting CPEstoril Praia - Rio Ave FC
Moreirense FC - Vitória FCVitória SC - Académica
CD Nacional - Boavista FCFC Porto - SC Braga
Marítimo - FC P.Ferreira
10ª jornada - 08/11/201527ª jornada - 20/03/2016
FC Arouca - Sporting CPOs Belenenses - CD Tondela
SL Benfica - Boavista FCVitória SC - CD Nacional Marítimo - Rio Ave FCFC Porto - Vitória FC
Estoril Praia - AcadémicaU. Madeira - SC Braga
Moreirense FC - FC P.Ferreira
9ª jornada - 01/11/201526ª jornada - 13/03/2016
Académica - Moreirense FCBoavista FC - Marítimo
FC P.Ferreira - Vitória SCVitória FC - FC Arouca
SC Braga - Os BelenensesCD Tondela - SL Benfica
Sporting CP - Estoril PraiaRio Ave FC - CD Nacional
U. Madeira - FC Porto
11ª jornada - 29/11/201528ª jornada - 03/04/2016
Académica - FC AroucaBoavista FC - Vitória SCVitória FC - U. Madeira
Sporting CP - Os BelenensesSC Braga - SL Benfica
FC P.Ferreira - Estoril PraiaCD Nacional - Marítimo
Rio Ave FC - Moreirense FCCD Tondela - FC Porto
12ª jornada - 06/12/201529ª jornada - 10/04/2016
FC Arouca - Boavista FCOs Belenenses - Vitória FCEstoril Praia - CD Nacional
Vitória SC - Rio Ave FC Marítimo - Sporting CPSL Benfica - AcadémicaMoreirense FC - SC BragaFC Porto - FC P.FerreiraU. Madeira - CD Tondela
13ª jornada - 13/12/201530ª jornada - 17/04/2016
Académica - Os BelenensesBoavista FC - Estoril PraiaFC P.Ferreira - U. Madeira
Vitória SC - MarítimoCD Nacional - FC PortoRio Ave FC - FC AroucaVitória FC - SL BenficaCD Tondela - SC Braga
Sporting CP - Moreirense FC
15ª jornada - 02/01/201632ª jornada - 30/04/2016
Académica - U. MadeiraBoavista FC - Moreirense FC
Rio Ave FC - CD TondelaCD Nacional - FC Arouca
FC P.Ferreira - Os BelenensesVitória SC - SL BenficaVitória FC - SC Braga
Marítimo - Estoril PraiaSporting CP - FC Porto
14ª jornada - 20/12/201531ª jornada - 24/04/2016
FC Arouca - MarítimoOs Belenenses - Boavista FC
SL Benfica - Rio Ave FCSC Braga - FC P.FerreiraEstoril Praia - Vitória SC
Moreirense FC - CD NacionalFC Porto - AcadémicaCD Tondela - Vitória FC
U. Madeira - Sporting CP
16ª jornada - 06/01/201633ª jornada - 08/05/2016
FC Arouca - Estoril PraiaOs Belenenses - CD Nacional
SL Benfica - MarítimoFC Porto - Rio Ave FC
Vitória FC - Sporting CPSC Braga - Académica
U. Madeira - Boavista FCCD Tondela - FC P.FerreiraMoreirense FC - Vitória SC
17ª jornada - 10/01/201634ª jornada - 15/05/2016
Académica - CD TondelaBoavista FC - FC Porto
FC P.Ferreira - Vitória FC Marítimo - Moreirense FCRio Ave FC - U. MadeiraVitória SC - FC Arouca
Estoril Praia - Os BelenensesCD Nacional - SL BenficaSporting CP - SC Braga
Calendário 2015/2016
PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES58
DESPORTO
Está de volta um dos mais popu-lares eventos desportivos que se realizam em Portugal. A 77.ª Volta a Portugal em bicicleta co-meçou a 29 de julho e prolonga-
se até 9 de agosto. Mais de uma centena de ciclistas partiram de Viseu, mas apenas um irá chegar a Lisboa com a camisola amarela. Antecipar o nome do vencedor não é uma tarefa de resolução científica, mas as estatísticas recentes permitem que se preveja a vitória de um ciclista ibérico.
Nas 76 edições anteriores, 55 foram ganhas por portugueses e dez por espa-nhóis. As outras vitórias foram divididas por dois italianos, um belga, um britânico, um brasileiro, um polaco, um suíço, um dinamarquês e um russo. Este último, chamado Vladimir Efimkin, foi o último intruso no domínio ibérico, faz este ano precisamente uma década (2005).
Porém, esta estatística também não é muito favorável aos portugueses, dado que dos nove vencedores desde Efimkin, oito levaram o triunfo para solo espanhol. O destaque vai claramente para David Blanco, que com cinco conquistas finais (2006, 2008, 2009, 2010 e 2012), é o mais glorioso dos ciclistas em toda a história da
prova, à frente de dois nomes históricos da modalidade a nível nacional, como o são Marco Chagas (vencedor em 1982, 1983, 1985 e 1986) e Joaquim Agostinho (1970, 1971 e 1972).
Para além do “penta” de Blanco, da “armada espanhola” destacaram-se como vencedores os também galegos Alejandro Marque (2013) e Gustavo Veloso (2014), e ainda o catalão Xavier Tondo (2007). A única exceção é o algarvio Ricardo
Mestre, vencedor em 2011, que partiu para a presente edição como um dos principais candidatos à vitória final.
Mais um desafio para a equipamais antiga de Portugal… e do mundo
Ricardo Mestre regressou, no início deste ano, à formação que o ajudou a al-cançar esse triunfo, o Tavira. Das equipas presentes na Volta a Portugal em bicicleta,
Portugueses venceram a grande maioria das 76 anteriores edições da prova mais importante do ciclismo nacional, mas na última década o domínio foi quase
exclusivamente espanhol, sobretudo galego. Não faltam candidatos dispostos a contrariar esta tendência recente.
O DOMÍNIO IBÉRICO DA VOLTA A PORTUGAL
Os ciclistas e o público português voltam a emprestar um colorido às estradas do país
www.revistaport.com 59
o conjunto algarvio é aquele que mais história reúne em seu redor, uma vez que é a formação mais antiga de todo o pelotão internacional que participa nas provas da UCI, a federação que tutela esta modali-dade a nível mundial.
Para além do Tavira, cuja equipa é composta exclusivamente por ciclistas portugueses, há uma outra histórica for-mação algarvia em prova, a do Louletano. Mas apesar de toda esta tradição, a região mais a sul do continente português não faz parte do traçado da edição deste ano. O Alentejo também foi excluído, apesar de ocupar um terço do território de Portugal Continental.
Destapa-se de um lado, tapa-se do ou-tro. Para além destas ausências, também há regressos que são dignos de registo. A cidade de Pinhel, no distrito de Viseu, reentra no mapa da prova após 35 anos de ausência, ao receber o início de uma eta-pa. Mais a norte, Bragança é outro regres-so, ao acolher uma chegada, 15 anos após a última presença. No último dia da prova há mais um regresso, com Vila Franca de Xira a acolher a partida dos ciclistas rumo a Lisboa, após 39 anos de ausência.
Depois das etapas mais duras, as que terminam na Torre (Serra da Estrela), no alto da Senhora da Graça e na Serra do Larouco, o último momento que poderá ditar diferenças entre os candidatos à camisola amarela também é um regresso ao traçado da prova, após dois anos de au-sência. Trata-se do contrarrelógio entre a praia do Pedrógão e Leiria.
Outra novidade é o regresso do Prémio Kombinado à Volta a Portugal, após uma interrupção de 15 anos. Esta distinção visa recompensar o corredor mais regular em prova, o qual será encontrado através
do somatório da pontuação nas diversas classificações: geral individual, geral da montanha e geral por pontos.
Portugueses e espanhóis em estágio cima dos 1 000 metros
Certamente todas estas introduções foram estudadas pormenorizadamente pelas equipas, que adotaram diversas for-mas de preparação para a mais importante prova do ciclismo nacional. Gustavo Velo-so, que pedala com o dorsal número um, fruto do triunfo em 2014, esteve entre 10 de junho e meados de julho em estágio nu-mas montanhas próximas de Navacerrada (a noroeste de Madrid), onde se preparou diariamente em altitudes compreendidas entre os 1 000 e os 1 800 metros.
A acompanhá-lo estiveram os seus colegas na W52 - Quinta da Lixa, equipa portuguesa apontada quase unanime-mente como a mais forte do pelotão nacio-nal. Para além de Veloso, nesta formação despontam ainda o também galego Delio Fernández (3.º classificado em 2014) e o jovem transmontano Ricardo Vilela (6.º classificado).
O português Joni Brandão, da Efapel, também partiu para a prova como um dos favoritos à vitória final. Na preparação pa-ra a prova-rainha destacou-se o triunfo na primeira edição da Volta ao Alto Tâmega, onde superou compatriotas que também têm alcançado bons resultados em 2015, como Amaro Antunes, da LA - Antarte, e João Benta, do Louletano.
A organização estima mais de dois milhões de pessoas a acompanharem os ciclistas ao longo da estrada durante os onze dias de prova. A maior parte anseia que seja um ciclista português a levar a melhor por entre o acentua-do domínio ibérico na Volta a Portu-gal em bicicleta.
A Serra da Estrela continua a ser um dos desafios mais duros, assim como a Senhora da Graça e a Serra do Larouco
Pinhel acolhe a partida de uma das etapas, após 35
anos de ausência
PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES60
DISCURSO DIRETO
Saudade é a palavra mais presente na minha vida. Como menina dos papás, da cidade, do país e de tantas outras coisas que sempre fui, a tris-
teza invadiu-me a alma no momento de deixar tudo e todos.
Sou apenas mais uma que, por mil motivos, decidiu emigrar. Já há muitos anos que os mais próximos sabiam que um dia tencionava fazê-lo. Apesar de ter adiado este plano ao tentar no meu maravilhoso país, infelizmente o que ele me proporcionou não correspondia aos planos que eu tinha para o meu futuro: Crescimento, estabilidade monetária, estabilidade emocional.
Pensava eu, após tanto anos de convicção, que estaria minimamente preparada, apesar da consciência que não seria fácil. Mentira! De facto, cons-tatei que não estava de todo preparada. Após um curso de francês e de todos os documentos traduzidos, encontrar um bom trabalho não foi difícil, a adaptação à língua e às pessoas também não. O di-fícil foi as burocracias, a maneira deste meu novo país tratar dos assuntos.
Foram muitos cafés no famoso McDonald’s para ter internet e assim “atenuar” a saudade da minha gente. No meio de tudo sou uma sortuda. Tenho família, ainda que não direta, por perto. Foram e são por vezes o meu refúgio.
Num ano, muita coisa aconteceu. Exerci a minha paixão, a fisioterapia. Morei em duas cidades bem distintas, uma linda cidade na Normandia, Die-ppe, e agora na mágica cidade do amor que eu tanto amo, Paris.
Conheci muita gente, de várias nacio-nalidades. Reencontrei e reaproximei-me de amizades antigas, principalmente colegas da universidade.
Aqui tudo muda. A carência, a sauda-de, faz com que me aproxime e crie laços com mais facilidade.
Apos quatro meses em França, tive a felicidade de receber o meu namora-do e começar uma vida a dois. Ambos com trabalho, decidimos então pôr em prática “os planos do futuro”. Começan-do por casar. Fábio, o meu maior apoio. Com ele divido as alegrias, tristezas,
conquistas, frustrações. Tudo se tornou mais fácil.
Num ano, tudo mudou! Um novo país com várias oportunidades, uma nova cultura, casada, com alguma estabilida-de monetária, uma nova vida. Bastante feliz até, ainda que incompleta.
Saudade! Sinto saudade todos os dias. Da minha família e amigos princi-palmente, mas também dos cheiros, paladares, das ruas, montes, mar e dos sorrisos e abraços que são escassos por aqui.
Espero um dia voltar pois não guardo rancor do meu país. Mas por enquanto este plano fica apenas adiado.
“Muita coisa aconteceu” desde que, em junho do ano passado, Rita Sarmento partiu de Chaves para Dieppe, para dar seguimento à carreira
como fisioterapeuta. A partir de Paris, onde agora vive, a flaviense de 26 anos conta à Revista PORT.COM como se adaptou a um novo país.
NUM ANO EM FRANÇA, TUDO MUDOU!
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