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C

CONTRADIÇÕES

Eunice Nóbrega Portela1

Das dores do mundo a maior e indecifrável e a dor do amor não correspondido.A dor é dilacerante, de proporções imensuráveis... É a celeuma da alma aflita,

O grito que ecoa no silêncio do ser,Que se manifesta nas lágrimas impiedosas,1 Eunice Nóbrega Portela. Do livro Flores e Poesias – Brasília-DF 07/09/2011

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Lágrimas que escoam pela face, inerte, insólita, doída e distante. Morre o ser no limiar da dor.Dor que condena, aprisiona, adoece e tira o prazer da vidaDor que seca e disseca a alma...

São as contradições do amor real, romântico que idealizamosIronicamente é o amor que alimenta as bilheterias,Que te fazem sonhar, desejar e suspirar de delírio Que busca da utopia e dos amores possíveis.

Como são tolos os amantes solitários!Carregam o fardo do vazio existencial, da inquietude da alma feridaE depositam no seio da ilusão seus devaneios românticos e inúteis...

Quem me dera vida ingrata que o amor fosse justo,Que se amasse a quem nos ama, que a reciprocidade de sentimento fosse algo certo,Mas não existe nada... Não temos garantias, nada se configura no plano do absoluto.

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São Insanidades da alma,Sandices de um desejo contido e manifesto.Porém, desprezado como um sentimento vil...

Não quero mais amar...Que nasça em mim um pouco de lucidez,Não posso calar meu silêncio aflito...

Que o estado de normalidade se instale em mimQue os plugs se conectem Que morra o amor que me tornou assim.

Não quero mais amar...Não quero mais perder a lucidezE sucumbir-me as desilusões...

Cadê os meus sonhos, minhas fantasias, expectativas e ilusões?Meu sorriso se escondeuA luz se ofuscou, as estrelas caíram...

Descobri que não vivo eu o amor que vive em mim.Não quero mais amarSão as contradições de um amor sem fim.

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Eunice


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