Aluno: Jovert Nunes Freire
Polo: São João da Boa Vista APsjo212
Grupo 71 / PMD
Tutora: Juliana F. C. Branco
Data: 30 de junho de 2013
TAREFA 4: Elaborando atividades para EAD!
Atividade do tipo argumentativa.
BULLYING - AUTORES E ALVOS.
“Nestes tempos em que alguns paradigmas estão cristalizados, pois se valoriza muito
mais a beleza física, a fama, o poder financeiro, a força física e psicológica e
intolerância ao “diferente”, seria preciso que valores morais, como a justiça, a
dignidade, o respeito, a generosidade, ocupassem um lugar de destaque nas decisões das
pessoas, em suas personalidades. O local mais adequado para esta discussão é o
ambiente educativo.” Adriana Ramos.
Preste atenção aos DOIS QUADROS abaixo:
QUADRO 1: Personagens do bullying
1) Alvo do bullying
2) Autor do bullying
3) Mãe do alvo
4) Mãe do autor
5) Testemunha do bullying
6) Professor
7) Supervisor Educacional
8) Diretor de Escola
QUADRO 2: Exemplos reais de perguntas formuladas em fóruns sobre bullying.
1) Alvo de bullying - Eu acho que sofro bullying, quem pode resolver isso para mim?
2) Autor de bullying - Eu pratiquei muito bullying na escola. Era divertido, só para
aparecer. A gente tinha de mostrar quem mandava, tinha que provar as coisas senão
outros “iam te zuar”. É a lei da sobrevivência, não é mesmo?
3) Mãe de alvo - Meu filho de 13 anos não quer mais ir à escola. Diz que colegas
falaram coisas sobre ele, mas ele não quer falar o quê. Alguns amigos do futebol vêm
visitá-lo após as aulas e nestes momentos, vejo-o rindo e brincando. Acho que não
adianta ficar tentando "convencer" meu filho a ir à escola, se as pessoas que o
maltrataram estão ilesas. Quais seriam as formas para que o meu filho vá à escola
tranquilamente, sem trauma?
4) Mãe de autor - Uma mãe denunciou na escola que seu filho está sofrendo bullying
por parte do meu (11 anos os dois), sendo que, além do meu filho negar, a escola não
constatar, não há características do fato. O filho dela não é retraído, não é triste, não fica
isolado, muito pelo contrário, agita os demais e incomoda constantemente (aparência de
quem quer sempre chamar a atenção). Pode haver o bullying mesmo assim? Mesmo
com um comportamento tão normal da criança?
5) Testemunha do bullying - Quando nós vemos alguém sofrendo bullying nós
devemos denunciar ou ficar quieto?
6) Professora - É a freqüência da agressão física e verbal que se caracteriza como
bullying? E se a "vítima" entende como simples brincadeiras, não achando que se trata
de bullying, o que fazer?
7) Supervisor Educacional - Percebo que alunos defasados têm sofrido bullying de
seus colegas aumentando a falta de autoconfiança desses alunos. Como ajudar a
amenizar esse delicado problema?
8) Diretor de Escola - Na minha escola, sofremos com o caso de crianças vítimas de
bullying. Qual a forma de resolver este problema se não temos o apoio da família?
Após a leitura dos Quadros 1 e 2, contribua para esta atividade como segue:
1) Ação: Escolha um dos personagens do Quadro 1 e, no papel dele, formule uma nova
questão fictícia, baseada no Quadro 2 e poste-a neste fórum, mencionando o
personagem escolhido. (2,0 pontos)
2) Réplica: Escolha uma das ações dos colegas e argumente com uma orientação que
você achar conveniente. (3,0 pontos)
3) Tréplica: Escolha uma réplica de outro colega e contra argumente ou complemente-a
ou, ainda, formule uma nova orientação. (3,0 pontos)
4) Comentário Livre: Faça outra tréplica ou mais uma réplica relacionada a um post de
outro colega ou publique um post mais independente sobre a questão discutida,
retomando algum ponto especialmente interessante do material didático ou indicando e
comentando outras fontes de consulta sobre o assunto bullying. (2,0 pontos)
Obs.: Avaliação máxima desta atividade 10,0 pontos.
RESPOSTAS COMENTADAS
Obs.: As respostas comentadas são versões do fórum original da pesquisadora Adriana
Ramos, especialista em conflitos na escola, onde se procurou preservar o seu teor.
Comentário livre: Bullying é uma situação que se caracteriza por agressões
intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva, por um ou mais alunos
contra um ou mais colegas. O termo bullying tem origem na palavra inglesa bully, que
significa valentão, brigão. Mesmo sem uma denominação em português, é entendido
como ameaça, tirania, opressão, intimidação, humilhação e maltrato.
1) Alvo de bullying - Tenha uma conversa franca com seus pais ou adultos em quem
você confia e diga o que está acontecendo e como está se sentindo. Caso não encontre
alguém próximo para ajudá-la, você pode procurar o Conselho Tutelar de sua cidade.
Alguns alvos do bullying são passivos, inseguros, ansiosos e sensíveis. Quando
atacados normalmente choram e se afastam. Possuem baixa autoestima e se consideram
fracassados e incapazes. Não têm um bom amigo na classe, não mostram conduta
agressiva, não respondem aos ataques nem aos insultos. Essas ‘’vítimas’’, muitas vezes,
têm um contato mais estreito com os pais, especialmente com as mães.
Outros alvos do bullying são os provocadores, que se caracterizam pela combinação de
ansiedade e reações agressivas. Podem ter problemas de concentração e se comportam
de forma que causam irritação e tensão ao redor, pois suas condutas provocam reações
negativas ao redor. São mais propensos à depressão e também possuem uma baixa
autoestima. Em médio e longo prazo, poderão sofrer depressão, neurose, histeria,
dificuldades de fazer escolhas e continuam sentindo-se como vítimas, mesmo quando se
casam e mantém relacionamentos com seus maridos ou mulheres.
2) Autor de bullying - Agressores que praticam bullying são agressivos com os colegas
e com alguns adultos. Tendem à violência ou ao uso de meios violentos para resolver
seus conflitos, são mais impulsivos e possuem uma necessidade de dominar os outros.
Aparentemente eles têm uma opinião positiva de si mesmos, porém, são inseguros e
procuram rebaixar o outro para se sentirem superiores. A baixa autoestima é um fator
comum entre autor e alvo. Ambos não possuem uma autoimagem positiva e isso é um
dos pontos que favorecem a manutenção desse tipo de violência, principalmente no
ambiente escolar.
3) Mãe de alvo - É possível imaginar o quanto essa situação é estressante para ele e
para a família, que quer ajudar, sofre com ele, mas não sabe o que fazer! A resistência
em enfrentar a situação, os medos, as angústias, os afastamentos, isso mostra que está
pesado demais para ele e para você superar esse problema sozinho. Essa situação pode
se modificar quando a família faz uma terapia conjunta. É preciso fortalecê-lo, para
ajudá-lo a voltar à escola. Quanto a ir à escola, esse é um fato que ele terá de enfrentar.
Reconheça os sentimentos dele, diga-lhe o quanto o ama e o quanto está vendo que ele
sofre. Diga-lhe que pode ajudá-lo. E, nesse caso, busque uma ajuda terapêutica para
você também saber como lidar com ele. Com a ajuda da terapeuta, vá à escola para que
saibam que há algo incomodando seu filho. A responsabilidade também é da escola.
Lembre aos professores e gestores da delicadeza da situação, para que estudem formas
adequadas de intervenção sem expô-lo mais.
4) Mãe de autor - Percebe-se que há algum problema na relação entre os dois, mesmo
que não seja bullying, algo não vai bem. Também é importante que você perceba que,
ao se referir ao menino, você está fazendo um julgamento de valor. Muitas vezes, sem a
intenção, pais e professores validam o preconceito e a discriminação. O fato do colega
de seu filho se provocador, não justifica o tratamento desrespeitoso. Seu papel como
mãe é reconhecer os sentimentos do seu filho e auxiliá-lo a pensar em como resolver
essa situação sem ser desrespeitoso. Pais e educadores não devem aceitar qualquer tipo
de diferença ou preconceito. Frases como ''Nossa que absurdo alguém usar aquela
calça!'', devem receber dos pais respostas de reprovação e indignação em relação ao
preconceito. Na formação de nossos filhos e alunos, precisamos destacar os valores
morais, pois a nossa sociedade está o tempo todo fazendo o contrário, por meio da
mídia, dos ditames da moda, do consumo exagerado. Aconselho conversar francamente
com seu filho. Mesmo que não esteja ocorrendo bullying, é preciso cuidar das relações
interpessoais e, com certeza, algo não está bem. Ele não precisa ser o melhor amigo ou
gostar desse colega, mas precisa respeitá-lo. Assim como o colega deve ser orientado. A
escola deve ajudar, prevendo espaços dialógicos sistemáticos e não só quando ocorrem
os problemas.
5) Testemunha do bullying - A forma mais eficaz do combate ao bullying é quando os
agressores perdem o apoio dos expectadores. Quanto menos aprovação esse tipo de
violência tem, mais se enfraquece. Porém, as pesquisas têm mostrado que muitas vezes
a criança ou o jovem que assiste a tudo calado faz isso com receio de se tornar mais uma
vítima. Portanto, a escola precisa trabalhar com os expectadores que podem se indignar
quando presenciam situações de violência e desrespeito.
6) Professora - Para ser bullying é preciso que ocorra de forma sistemática e constante.
Muitas vezes, alunos que são alvos de apelidos cruéis exteriorizam reações como
‘’Deixa, eu gosto!’’, para não ir contra um grupo em que está inserido, buscando se
tornar um igual. Assim, aceitam ser prejudicados, sem coragem para denunciar ou se
queixar. Portanto, deve-se dar especial atenção a essa criança ou ao jovem, que diz não
se importar com a violência recebida.
7) Supervisor Educacional - Muitas pesquisas têm relacionado o desempenho
acadêmico dos alunos com a incidência do bullying. A escola contribui para o aumento
de situações dessa violência, quando ressaltam as dificuldades do adolescente de forma
aberta, expondo-os ainda mais. Comentários, como ‘’Nossa, como você é burro.’’, ‘’só
podia ser você’’, ‘’você não consegue aprender mesmo”, são comuns. O supervisor
pode ajudar esses professores a perceberem que essas ações atrapalham. Se o ensino for
organizado pensando nessas diferenças que os alunos apresentam frente a um novo
conteúdo, com atividades que favoreçam a cooperação e a ajuda mútua, que valorizem
diferentes habilidades, aos poucos, esses jovens percebem o seu próprio valor e
compreendem que também são capazes. Sabemos que muitos professores desistem de
alunos que não respondem da mesma forma que a maioria. O professor pode modificar
algumas práticas que estão enraizadas na escola, mas só o fará se perceber isso. Sua
‘’missão’’ é, com muito cuidado e respeito, favorecer essa opção.
8) Diretor de Escola - Como o bullying é um tipo de violência velada os educadores
não sabem como lidar. Muitos daqueles que identificam o bullying não conseguem
organizar estratégias de combate ou o fazem superficialmente. A escola que realmente
queira enfrentar esse fenômeno precisa organizar em seu currículo estratégias
específicas para o combate ao bullying. As relações interpessoais na escola devem fazer
parte do currículo escolar permanentemente. Inúmeras pesquisas nacionais e
internacionais têm mostrado que quando um adulto descobre sobre o bullying, a criança
ou o adolescente já está nessa situação há mais de um ano. O bullying é uma violência
velada e muitos acreditam ser apenas ‘’brincadeira da idade’’. Independentemente da
família, a escola é por excelência o local para lidar com essas questões. Na escola, é
preciso construir um ambiente sociomoral cooperativo como um todo e deve-se agir
direta e sistematicamente em relação ao bullying, criando espaços de discussão, grupos
de ajuda e até montando um estatuto interno antibullying.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
RAMOS, Adriana - Pesquisadora da Unicamp - Revista Nova Escola - Coletânea de
matérias e fórum de discussão sobre bullying - 27 ago. 2012 - Disponível em:
http://revistaescola.abril.com.br/crianca-e-adolescente/comportamento/forum-duvida-
bullying-adriana-ramos-610555.shtml - Acesso em 29 jun. 2013.
BARRETO, Cristine Costa. Ajudando sua inspiração: modelos de atividades - parte 1.
Disponível em: http://pigead.lanteuff.org/mod/resource/view.php?id=17177 - Acesso
em Acesso em 26 jun. 2013.
FONTES DE IMAGENS:
Disponíveis em: Imagem 1 ; Imagem 2 ; Imagem 3 ; Imagem 4 e Imagem 5 - Acesso em
30 jun. 2013