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ANÁLISE DA EVACUAÇÃO, ESCAPE E
RESGATE EM PLATAFORMAS MARÍTIMAS
DE PETRÓLEO
AUTOR: ALBERTO DE CAMPOS MELLO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (TCC) DO M.B.E-12 / COPPE
JULHO / 2005
ANÁLISE DA EVACUAÇÃO, ESCAPE E RESGATE PAG 1 EM PLATAFORMA MARÍTIMA DE PETRÓLEO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – MBE – 12 AUTOR – ALBERTO DE CAMPOS MELLO
1.0 RESUMO DO TEXTO............................................................................................. 3
2.0 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 9
3.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 10
4.0 OBJETIVO ............................................................................................................. 11
5.0 RESPOSTA A EMERGÊNCIA ............................................................................ 12 5.1 Detecção do Incidente .......................................................................................... 13
5.2 Implantação do Alarme ........................................................................................ 14
5.2.1 Alarme Geral da Plataforma ......................................................................... 15
5.2.2 Alarme de preparar para abandono da plataforma........................................ 15
5.2.3 Alarme de Gás (combustível ou gás tóxico)................................................. 15
5.3 Avaliação do incidente e ativação da Resposta a Emergência ............................. 16
5.4 Acesso e saída dos Pontos de Reunião ................................................................. 17
5.5 Pontos de Reunião ................................................................................................ 17
5.6 Evacuação............................................................................................................. 17
5.7 Escape................................................................................................................... 18
5.8 Recuperação e Salvamento................................................................................... 18
6.0 PLANO DE RESPOSTA A EMERGÊNCIA....................................................... 19 6.1 Introdução............................................................................................................. 19
6.2 Organização.......................................................................................................... 19
6.3 Treinamento.......................................................................................................... 19
6.4 Exercícios Práticos ............................................................................................... 20
6.5 Treinamento da segurança em emergências ......................................................... 21
6.5.1 Objetivos....................................................................................................... 21
6.5.2 Aplicação...................................................................................................... 22
6.5.3 Definições..................................................................................................... 22
6.5.4 Tipos de Treinamento................................................................................... 23
6.5.5 Treinamento de Especialistas ....................................................................... 24
7 DESCRIÇÃO DE SISTEMAS E DA FILOSOFIA DE EVACUAÇÃO, ESCAPE E RESGATE ....................................................................................................................... 24
7.1 Filosofia da Evacuação, Escape e Resgate (EER)................................................ 24
7.2 Sistemas Essenciais .............................................................................................. 25
7.2.1 Informação ao Público / Sistema de Alarme ................................................ 25
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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – MBE – 12 AUTOR – ALBERTO DE CAMPOS MELLO
7.2.2 Iluminação de Emergência ........................................................................... 26
7.2.3 Rotas de Fuga ............................................................................................... 26
7.2.4 Áreas de Reunião.......................................................................................... 27
7.2.5 Refúgio Temporário (TR – Temporary Refuge) .......................................... 28
7.2.6 Facilidades de Evacuação............................................................................. 28
7.2.7 Facilidades de Resgate / Recuperação.......................................................... 32
7.2.8 Comunicação de Emergência ....................................................................... 32
7.2.9 Geração Emergencial de Energia ................................................................. 33
8.0 AVALIAÇÃO DO TEMPO DE EVACUAÇÃO ................................................. 34 8.1 Por Aproximação.................................................................................................. 34
8.2 Detecção do Incidente e Inicio do Alarme ........................................................... 34
8.3 Pessoal deixando o local de trabalho, passando pelo camarote (colocando o colete salva-vida / equipamento de sobrevivência) e deslocando-se para as Áreas de Reunião.35
8.4 Checagem no Ponto de Reunião........................................................................... 36
8.5 Acionamento da Equipe de Emergência............................................................... 36
8.6 Movimentação para o Ponto de Embarque........................................................... 36
8.7 Embarque e Abaixamento do Barco de Salvamento Rígido ................................ 37
8.8 Tempo Total de Evacuação .................................................................................. 37
8.9 Tempo Requerido de Resistência do Refúgio Temporário .................................. 37
9 AVALIAÇÃO DO IMPACTO DO ACIDENTE NOS SISTEMAS DE EER....... 38 9.0 Sistemas Críticos e Situações que Causam Impedimento .................................... 38
9.0.1 Critérios de Segurança para os Impedimentos das Rotas de Fuga ............... 39
9.0.2 Critérios de Segurança para os Impedimentos do Refúgio Temporário....... 39
9.0.3 Critérios de Segurança para os Impedimentos nos Meios de Evacuação..... 41
9.1 Simulação de Eventos com Acidentes Representativos ....................................... 41
10.0 CONCLUSÕES: ..................................................................................................... 45
ANEXO 1.0 – PROCESSO ESQUEMÁTICO DE RESPOSTA A EMERGÊNCIA ... 47
ANEXO 2.0 – RECOMENDAÇÃO PARA O PLANO DE TREINAMENTO............. 48
TREINAMENTO ESPECÍFICO NA INSTALAÇÃO.................................................... 49
TREINAMENTO ESPECIALIZADO ............................................................................. 50
ANÁLISE DA EVACUAÇÃO, ESCAPE E RESGATE PAG 3 EM PLATAFORMA MARÍTIMA DE PETRÓLEO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – MBE – 12 AUTOR – ALBERTO DE CAMPOS MELLO
1.0 RESUMO DO TEXTO A Resolução 293 do Conselho Nacional do Meio Ambiente considera a necessidade de
serem estabelecidas estratégias de prevenção e gestão dos impactos ambientais gerados por
plataformas; considerando os graves acidentes de derramamento de óleo ocorridos no País e
a urgência para o estabelecimento de diretrizes e procedimentos eficazes nas ações de
resposta a incidentes de poluição por óleo nas plataformas.
A montagem do Plano de Emergência deve ser parte integrante do sistema de
administração conjunto onshore e offshore. Este sistema deve incluir todos aqueles outros
que são esperados para fornecerem serviços ou suporte no caso da ocorrência de uma
emergência envolvendo a instalação.
O desenvolvimento da análise da evacuação, escape e resgate podem ser vistas como o
ponto mais elevado da pesquisa e desenvolvimento das atividades que ganharam espaço
desde os desastres ocorridos em plataformas marítimas.
O desenvolvimento de normas para uso de equipamentos de segurança individual, coletes
salva-vidas e mecanismos de lançamento de barcos de salvamento da plataforma com
ênfase na segurança e administração do risco, estão levando a melhorias contínuas na
segurança das pessoas e ao meio ambiente nas operações das plataformas marítimas de
petróleo.
A análise da evacuação, escape e resgate numa plataforma marítima de petróleo com
estabelecimento de um plano de resposta a emergência, usado para salvaguardar o meio
ambiente e a segurança das pessoas que estão na instalação ou em sua vizinhança, no
evento de um incidente não planejado que tenha potencial de causar dano.
Este documento engloba trabalhos elaborados desde a detecção do incidente, de modo a
reduzir os riscos as pessoas e ao meio ambiente para o nível equivalente a aqueles
experimentados sob condições normais operacionais, seguindo também normas e
recomendações do ISO 13702 e do ISO 15544:2000(E).
ANÁLISE DA EVACUAÇÃO, ESCAPE E RESGATE PAG 4 EM PLATAFORMA MARÍTIMA DE PETRÓLEO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – MBE – 12 AUTOR – ALBERTO DE CAMPOS MELLO
Adicionalmente a providência para utilização de equipamentos para facilitar a execução
dessas seqüências, é necessário um planejamento claro e compreensível para garantir o
Plano de Resposta a Emergência.
Considera-se que os princípios baseados em cada uma destas etapas da seqüência de
Resposta a Emergência, venham junto com o gerenciamento e regras de procedimentos
essenciais para sua efetiva execução.
As etapas consideradas pelo estudo incluem:
• Detecção do incidente.
• Implantação do alarme.
• Avaliação do incidente e ativação da Resposta a Emergência.
• Acesso e saída dos Pontos de Reunião.
• Pontos de Reunião.
• Saída dos Pontos de Reunião.
• Evacuação.
• Escape.
• Recuperação e salvamento.
• Local de segurança.
Um plano deverá cobrir todos os estágios de uma Resposta a Emergência desde a detecção
até seu término, onde as pessoas deverão estar localizadas em local seguro, garantindo
também a integração com as instalações de terra (onshore), que serão solicitadas e deverão
fazer parte do plano.
Todas as pessoas envolvidas com tarefas específicas durante uma emergência devem ser
competentes para executar estas tarefas, inclusive a operação de equipamentos específicos
ANÁLISE DA EVACUAÇÃO, ESCAPE E RESGATE PAG 5 EM PLATAFORMA MARÍTIMA DE PETRÓLEO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – MBE – 12 AUTOR – ALBERTO DE CAMPOS MELLO
fornecidos para emergências, onde trabalhadores de empresas contratadas também devem
ser treinados com capacitação de reagirem conforme as tarefas determinadas.
Todo o pessoal da plataforma deverá praticar o plano de resposta à emergência, devendo
assegurar que um empregado direto ou um funcionário contratado estejam aptos e
perfeitamente familiarizados com as tarefas necessárias durante uma emergência.
Os exercícios práticos deverão ter como objetivo o seguinte:
• Fornecimento de experiência prática para todo o pessoal;
• Testar todos os aspectos do plano com exercícios que envolvam incidentes
individuais.
• Exercícios e casos práticos na instalação, citados no plano de resposta a emergência.
• Testar os procedimentos para atendimento de emergências tais como em tubulações
(pipelines), com mergulhadores, etc.
• Avaliar a competência dos indivíduos e dos grupos.
Programas de treinamento têm a intenção de assegurar a segurança das pessoas, a
integridade das instalações e a proteção do meio ambiente.
Os objetivos do programa de treinamento de segurança são:
• Fornecer ao pessoal conhecimento prático dos perigos e como evitá-los, e ainda as
necessidades para cumprimento utilizando precauções seguras.
• Providenciar uma efetiva resposta do pessoal num evento de emergência.
• Transmitir a confiança nos equipamentos e nos procedimentos, desenvolvendo as
habilidades para reação nas situações de emergência.
• Assegurar-se que esta habilidade e conhecimento, uma vez alcançada, seja mantida
a um certo nível, levando sempre em conta novos procedimentos, técnicas e
equipamentos aplicáveis a instalações da plataforma.
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Na eventualidade de um alarme na plataforma todo pessoal deverá liberar-se de seu local de
trabalho e deslocar-se, caso possível, para o local designado de reunião no abrigo
temporário. A filosofia da EER será baseada na separação das pessoas essenciais e não
essenciais da plataforma.
Uma vez nas áreas de reunião, o pessoal deverá aguardar instruções do Chefe da Plataforma
e dependendo da severidade e da localização do incidente, bem como das condições
meteorológicas, o Chefe da Plataforma irá decidir da necessidade ou não de evacuação.
Os sistemas essenciais para EER são:
• Informação ao Público / Sistema de Alarme;
• Iluminação de Emergência;
• Rotas de Fuga;
• Áreas de Reunião;
• Refúgio Temporário;
• Facilidades de Evacuação;
• Facilidades de Resgate / Recuperação;
• Comunicação de Emergência;
• Geração Emergencial de Energia.
Estimaremos o tempo gasto para a evacuação de uma plataforma por barco de salvamento
rígido e as implicações deste tempo comparado com o tempo máximo de resistência
definido para o Refúgio Temporário.
A sequência de evacuação pode ser dividida por um número de etapas como se segue:
• Detecção do incidente e inicio do alarme;
• Pessoal deixando o local de trabalho, passando pelo camarote (colocando o colete
salva-vida / equipamento de sobrevivência) e deslocando-se para as Áreas de
Reunião;
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• Checagem no Ponto de Reunião;
• Acionamento da Equipe de Emergência;
• Movimentação para o Ponto de Embarque;
• Embarque e Abaixamento do Barco de Salvamento Rígido.
O tempo total requerido para evacuação de todo o pessoal da plataforma pelos barcos de
salvamento rígidos, será então a soma dos tempos parciais das etapas acima consideradas,
levando-se em conta as duas situações estipuladas que foram com as rotas de fuga livres e
parcialmente impedidas.
O tempo máximo a ser considerado pela equipe de emergência realizar esta operação
deverá ser de 60 minutos.Este é de fato o tempo máximo de resistência da plataforma
considerado no projeto.
Deverão ser verificadas as seguranças das funções que estarão sendo submetidas a
condições representativas durante o acidente. Estas funções são caracterizadas pelas
seguintes categorias:
• Rotas de fuga para o Refúgio Temporário / Pontos de Reunião;
• O Refúgio Temporário e suas áreas de reunião;
• O Sistema de Evacuação Primário, ou seja, os barcos de salvamento rígidos e seus
pontos de embarque.
Temos de considerar também os meios de escape diretamente para o mar, tais como, balsas
infláveis, bóias e escadas, que seriam utilizados pelo pessoal somente quando os meios de
evacuação primário estiverem indisponíveis, e ainda considerar o caso de resgate no mar.
A liberação acidental de hidrocarbonetos é considerada o evento mais grave que ocorrerá
na instalação da plataforma. Então o alarme deverá ser disparado automaticamente pelo
sistema de detecção de gás ou incêndio ou então diretamente pelo operadores com a
utilização de sistema manual.
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As conseqüências destas liberações são consideradas detalhadamente nas simulações de
incêndio, explosão e dispersão de gases e fumaça, realizadas através de modelos
computacionais desenvolvidos especialmente para estas simulações, levando em
consideração diversos cenários de incêndio.
Existem no mercado diversos softwares que executam estas simulações, devendo ser
utilizados para verificação dos impedimentos ao longo das rotas de fuga, nas instalações
das acomodações e nas estações de embarque dos barcos rígidos de salvamento, partindo de
diversos pontos cotados na planta e fornecidos como dados de entrada ao programa, que
serão considerados nesta avaliação, tendo como objetivo o cálculo da radiação em cada um
desses pontos. A partir desta informação procederemos à análise para verificar se existem
impedimentos nas rotas de fuga, nas acomodações ou nas estações de embarque.
Os estudos desenvolvidos durante a análise da evacuação, escape e resgate em plataformas
marítimas de petróleo deverão seguir conforme as etapas consideradas neste estudo, de
modo a avaliar as condições de escape, permitindo uma evacuação com segurança para as
pessoas que trabalham na plataforma, verificando as condições das rotas de fuga, do
Refúgio temporário e dos barcos rígidos de salvamento.
O treinamento para a resposta a emergência é uma etapa fundamental para a contribuição
da segurança das pessoas da plataforma, especialmente da equipe de emergência
mobilizada para a operação e supervisão dos equipamentos utilizados durante a evacuação.
A ênfase dada à segurança e ao meio ambiente está permitindo um planejamento e controle
dos diversos projetos de uma plataforma, de modo avaliar continuamente para que todos os
processos estejam segundo as normas de segurança e com isso venham a proteger o meio
ambiente, avaliando os efeitos dos incidentes de poluição por derramamento de óleo sobre a
segurança da vida humana e ao meio ambiente nas áreas passíveis de serem atingidas por
estes incidentes.
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2.0 INTRODUÇÃO De acordo com a Resolução 293 do Conselho Nacional do Meio Ambiente, considerando a
necessidade de serem estabelecidas estratégias de prevenção e gestão dos impactos
ambientais gerados por plataformas; considerando os graves acidentes de derramamento de
óleo ocorridos no País e a urgência para o estabelecimento de diretrizes e procedimentos
eficazes nas ações de resposta a incidentes de poluição por óleo nas plataformas;
considerando a necessidade de serem estabelecidas diretrizes para elaboração do Plano de
Emergência Individual, o Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA resolve que
as plataformas deverão dispor de Plano de Emergência Individual, cujos documentos
deverão conter as informações e descrição dos procedimentos de resposta da instalação a
um incidente de poluição.
Uma emergência inclui algum inesperado evento de qualquer natureza com potencial para
causar dano e que pode requerer a evacuação, escape e resgate de uma ou mais pessoas de
uma plataforma marítima de petróleo ou relacionada com atividades em sua vizinhança.
O Plano de Emergência Individual abrange ações de resposta para o maior acidente
potencial e alguns incidentes menores, tais como, pessoas que caem no mar, doenças ou
ferimentos em pessoas que necessitam de urgente evacuação da plataforma para tratamento
médico ou recuperação.
O Plano de Emergência Individual inclui o planejamento, procedimentos e aspectos
organizacionais para a administração da emergência. Como um sistema integrado,
providencia a adequada resposta ao incidente ocorrido na plataforma ou em sua vizinhança.
A montagem do Plano de Emergência deve ser parte integrante do sistema de administração
conjunto onshore e offshore. Este sistema deve incluir todos aqueles outros que são
esperados para fornecerem serviços ou suporte no caso da ocorrência de uma emergência
envolvendo a instalação.
ANÁLISE DA EVACUAÇÃO, ESCAPE E RESGATE PAG 10 EM PLATAFORMA MARÍTIMA DE PETRÓLEO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – MBE – 12 AUTOR – ALBERTO DE CAMPOS MELLO
O desenvolvimento da análise da evacuação, escape e resgate podem ser vistas como o
ponto mais elevado da pesquisa e desenvolvimento das atividades que ganharam espaço
desde os desastres ocorridos em plataformas marítimas.
O desenvolvimento de normas para uso de equipamentos de segurança individual, coletes
salva-vidas e mecanismos de lançamento de barcos de salvamento da plataforma com
ênfase na segurança e administração do risco, estão levando a melhorias contínuas na
segurança das pessoas e ao meio ambiente nas operações das plataformas marítimas de
petróleo.
3.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 3.1 SOLAS – Convention for the Safety of Life at Sea – 1974
3.2 MODU CODE – Code for the construction and Equipment of Mobile
Offshore Drilling Units.
3.3 MARPOL – International Convention for the Prevention of Maritime Oil
Pollution from ships.
3.4 NORMAN – Regulamentos Aplicáveis da Autoridade Marítima Brasileira.
3.5 ISO – International Organization for Standardization
3.6 ISO 13702 – Petroleum and Natural Gas Industries – Control and Mitigation
of Fires and Explosions on Offshore Production installations.
3.7 ISO 15544:2000(E) - Petroleum and Natural Gas Industries – Offshore
Production
3.8 Installations – Requirements and Guidelines for Emergency Response
3.9 Canadian Offshore Petroleum Installations Escape, Evacuation and Rescue
(EER) Performance-Based Standars (PBS)-Transportation Development
Center, February 10,2003.
3.10 CMPT (Center of Marine and Petroleum Technology),A Guide to
Quantitative Risk Assessment of Offshore Installation,1999.
ANÁLISE DA EVACUAÇÃO, ESCAPE E RESGATE PAG 11 EM PLATAFORMA MARÍTIMA DE PETRÓLEO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – MBE – 12 AUTOR – ALBERTO DE CAMPOS MELLO
3.11 FPE (Society of Fire Protection Engineers) Handbook on Fire Protection
Engineering, 2nd Edition. NFPA 1995.
3.12 Filosofia de Segurança para Instalações Marítimas de Produção –
PETROBRÁS – ET-3000.00-5400-947-PCI-001.
3.13 Guidelines for Offshore Emergency Management – Australian Petroleum
Production & Exploration Association Limited
3.14 Shah Deniz Gas Export Project - Evacuation, Escape and Rescue Analysis,
Execute Phase, Electrowatt - Ekono, October 2003.
3.15 SPE Handbook of Fire Protection Engineering-NFPA / Society of Fire
Protection Engineers
4.0 OBJETIVO Este relatório visa à análise da evacuação, escape e resgate numa plataforma marítima de
petróleo com estabelecimento de um plano de resposta a emergência, usado para
salvaguardar o meio ambiente e a segurança das pessoas que estão na instalação ou em sua
vizinhança, no evento de um incidente não planejado que tenha potencial de causar dano.
Este documento engloba trabalhos elaborados desde a detecção do incidente, de modo a
reduzir os riscos as pessoas e ao meio ambiente para o nível equivalente a aqueles
experimentados sob condições normais operacionais, seguindo também normas e
recomendações do ISO 13702 e do ISO 15544:2000(E).
Deverá também ser realizada em trabalho complementar, uma Avaliação de Risco
Ambiental, constando na fase de Projeto Básico de uma Análise Preliminar de Perigos
(APP) voltada para os danos ao meio ambiente, e na fase de Projeto Executivo de uma
Avaliação de Riscos Ambientais (ARA), que contemple no mínimo a frequência de grandes
vazamentos em corpos receptores e as consequências associadas, utilizando modelos de
dispersão.
ANÁLISE DA EVACUAÇÃO, ESCAPE E RESGATE PAG 12 EM PLATAFORMA MARÍTIMA DE PETRÓLEO
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5.0 RESPOSTA A EMERGÊNCIA Um exemplo genérico da Resposta a Emergência é mostrado esquematicamente na figura
do Anexo 1.0, consistindo de um número de elementos chaves ou etapas que em termos
ideais deveriam ser percorridos, dependendo da natureza do incidente e a maneira que se
desenvolve. Adicionalmente as providências para utilização de equipamentos para facilitar
a execução dessas seqüências, é necessário um planejamento claro e compreensível para
garantir o Plano de Resposta a Emergência.
Considera-se que os princípios baseados em cada uma destas etapas da seqüência de
Resposta a Emergência, venham junto com o gerenciamento e regras de procedimentos
essenciais para sua efetiva execução.
As etapas mostradas no Anexo 1.0 incluem:
• Detecção do incidente.
• Implantação do alarme.
• Avaliação do incidente e ativação da Resposta a Emergência.
• Acesso e saída dos Pontos de Reunião.
• Pontos de Reunião.
• Saída dos Pontos de Reunião.
• Evacuação.
• Escape.
• Recuperação e salvamento.
• Local de segurança.
ANÁLISE DA EVACUAÇÃO, ESCAPE E RESGATE PAG 13 EM PLATAFORMA MARÍTIMA DE PETRÓLEO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – MBE – 12 AUTOR – ALBERTO DE CAMPOS MELLO
A natureza da emergência e como ela se desenvolve, irá determinar a seqüência apropriada
das atividades de Resposta a Emergência, devendo ser igualmente incluídos como parte dos
arranjos:
• Preparação para as emergências.
• Planejamento da emergência.
• Sistemas de Comunicação.
5.1 Detecção do Incidente
Os meios de detecção podem variar de um complexo sistema automático que monitora
continuamente a ocorrência de um incidente, para procedimentos operacionais que
informam ao pessoal às ações que devem ser executadas nas ocorrências, tais como, por
exemplo, arranjos para observação de incêndio em certas operações de trabalho com altas
temperaturas e também procedimentos de homem ao mar.
A velocidade com que o sistema de detecção pode responder ao incidente deve ser
proporcional à velocidade com que o incidente pode alastrar-se. Então, para eventos que
possam desenvolver-se rapidamente para um grande acidente, na ausência de uma ação de
controle com sucesso, será apropriado instalar-se um plano contínuo de monitoramento.
Para o desenvolvimento mais vagaroso de emergências, o monitoramento periódico é
suficiente.
O sistema de detecção pode ser mantido adequadamente e arranjos devem ser feitos para
situações onde todo ou parte do sistema de detecção não está disponível, tais como durante
a manutenção. O sistema de detecção deve por si só prover informações suficientes da
natureza e localização do incidente, permitindo apropriada resposta do Plano de Resposta a
Emergência.
ANÁLISE DA EVACUAÇÃO, ESCAPE E RESGATE PAG 14 EM PLATAFORMA MARÍTIMA DE PETRÓLEO
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5.2 Implantação do Alarme
Prosseguindo na detecção de um incidente, é necessário que alarmes sejam implantados de
modo a assegurar que todas as pessoas sejam alertadas a tempo, assegurando a performance
das atividades delegadas no Plano de Resposta a Emergência. Estas atividades podem
variar na escala, desde estar a salvo no Ponto de Reunião em locais pré-determinados, até a
determinação da natureza do incidente, decidindo qual a subseqüente parte do Plano que
deve ser executado.
O tipo e localização dos alarmes devem ser determinados pelas características e severidade
dos incidentes que os acionarão, decidindo qual será o tipo de alarme apropriado e onde
deverão estar localizados. Cálculos devem ser efetuados para definir o meio no qual eles
são esperados para acionamento, a velocidade de propagação do incidente e a provável
distribuição das pessoas na instalação.
Os alarmes devem incluir sinais audíveis e visuais, bem como sistemas de comunicação
com auxilio de auto-falantes. Em locais remotos e com pouca freqüência os procedimentos
devem-se estar bem claro para que sejam passadas as informações para as pessoas certas no
caso da detecção de um incidente.
Atenção especial deve ser tomada para garantir que os alarmes estejam implantados em
locais onde as pessoas se localizem, para que possam iniciar os controles e as medidas
mitigadoras adequadas.
O sistema de alarme deve fornecer um claro e bem distinto sinal de alerta para reação das
pessoas a bordo da instalação nas seguintes situações:
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5.2.1 Alarme Geral da Plataforma
Usado para alertar todas as pessoas que um evento não planejado está ocorrendo ou está
para acontecer, levando a paralisação de todos os trabalhos e o pessoal deverá deslocar-se
para o Ponto de Reunião. O anúncio associado com este alarme deve indicar o tipo de
evento que está ocorrendo e as ações necessárias que deverão ser tomadas.
Este alarme será acionado nas seguintes oportunidades:
• Vazamento significativo de hidrocarboneto.
• Condições de incêndio ou explosão.
• Homem ao mar.
• Colisão potencial.
• Incidente com helicóptero.
• Instrução do comandante chefe da plataforma
5.2.2 Alarme de preparar para abandono da plataforma
Este alarme deve emitir sinal audível e ser acompanhado por sinal visual (por exemplo, luz
vermelha contínua ). Este alarme alerta o pessoal que um grave evento ocorreu e a
evacuação pode ser necessária. O pessoal deve dirigir-se para os Pontos de Reunião
designados.
5.2.3 Alarme de Gás (combustível ou gás tóxico)
Quando necessário este alarme deve emitir um sinal audível e deve ser acompanhado de
sinal visual (por exemplo, luz vermelha piscando). Este alarme deve distinguir entre a
descarga de gás tóxico e dos eventos que levam ao alarme geral. Tipicamente estas
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ocorrências são confinadas em áreas limitadas da instalação e estes alarmes serão separados
para o alerta do pessoal para o problema específico. As ações desencadeadas por este
alarme devem estar detalhadas nos locais específicos e também nos cartões de instruções de
emergência.
5.3 Avaliação do incidente e ativação da Resposta a Emergência
Para alguns incidentes bem definidos, por exemplo, homem ao mar, pode ser suficiente
existirem instruções preparadas para a reação imediata ao incidente. Para outros tipos de
incidentes, particularmente para aqueles que podem escalar rapidamente, será desejável
implantar um sistema de detecção para que ele mesmo possa ativar os estágios iniciais de
resposta, por exemplo, a ação de um controle automático num sistema monitorado poderá
também ativar o alarme geral, dependendo é claro do tipo de incidente e a maneira com que
este se desenvolve.
Os aspectos essenciais que contribuem para o sucesso da ativação da resposta são:
• Planejamento claro da emergência.
• Identificação clara das responsabilidades para a tomada de decisão.
• Linha clara de comando e controle.
• Competência para aqueles com responsabilidades de decisões, baseada no
conhecimento, experiência, treinamento e prática.
• Preparo adequado no caso de pessoas chaves ficarem indisponíveis.
• Comunicação efetiva providenciando informação suficiente para tomada de decisão,
assegurando que todo o pessoal está adequadamente informado para as ações que
deverão ser tomadas.
ANÁLISE DA EVACUAÇÃO, ESCAPE E RESGATE PAG 17 EM PLATAFORMA MARÍTIMA DE PETRÓLEO
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5.4 Acesso e saída dos Pontos de Reunião
Para o sucesso do sistema de resposta a emergência, é necessário a rápida e segura
movimentação das pessoas de onde estiverem localizadas na instalação, para o ponto de
reunião e deles possam deslocar-se para os pontos de evacuação e escape.
Estas rotas de fuga devem ser diretas e permanecerem desimpedidas pelo tempo que for
necessário durante a emergência, permitindo a passagem do pessoal usando todo o
equipamento para a proteção individual.
5.5 Pontos de Reunião
O objetivo do Ponto de Reunião é fornecer meios para contagem de todo o pessoal da
instalação, providenciando em um ou mais locais que o pessoal seja instruído nos casos de
evacuação e escape.
Um dos objetivos para a reunião de todo o pessoal é disponibilizar para o comando central,
os nomes e possíveis localizações de pessoas perdidas ou feridas.
Todo o pessoal na chegada a plataforma deve ser designado para um ponto de reunião e
também receber instruções e informações dos procedimentos relevantes.
A lista de todo o pessoal designado para um determinado ponto de reunião, deverá estar
disponível no local de reunião. O local de reunião deverá fornecer proteção temporária do
pessoal aos efeitos dos incidentes durante o tempo necessário. Parte ou a totalidade da área
de Refúgio Temporário (Temporary Refuge – TR) poderá ser designada como área de
reunião,podendo conter mais de um ponto de reunião.
5.6 Evacuação
Evacuação é o método planejado para deixar a instalação sem entrar diretamente no mar.
Evacuações com sucesso resultam naquelas em que as pessoas são transferidas para o
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continente ou barcos, podendo ser feita por embarcação de salvamento rígida e a prova de
fogo ou helicópteros. Entretanto, uma evacuação por helicóptero somente será possível se
existir tempo suficiente para a mobilização e acomodação de todo o pessoal da plataforma,
considerando-se ainda as condições de segurança exigidas para pouso na plataforma bem
como as condições meteorológicas existentes..
As pessoas encarregadas de gerenciar a emergência, normalmente não podem ser
responsáveis diretamente por estes serviços, mas poderão ser solicitadas na avaliação dos
arranjos efetuados para o cumprimento desta etapa.
5.7 Escape
Escape é a movimentação de uma área afetada pelo incidente para a área de reunião, através
das rotas de fuga. O escape pode ser necessário em qualquer tempo após ativação do alarme
devido, como por exemplo, na catastrófica evolução de um incidente.
5.8 Recuperação e Salvamento
Arranjos deverão ser efetuados para recuperação e salvamento das pessoas no caso de:
• Deixarem a instalação devido a um grande acidente.
• Entrarem no mar devido a um acidente com helicóptero perto da plataforma.
• Caírem no mar da plataforma ou de um barco de apoio.
O objetivo é fazer com que todos os arranjos garantam a segurança das pessoas em
determinadas circunstâncias e assegurem boa perspectiva de sobrevivência.
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6.0 PLANO DE RESPOSTA A EMERGÊNCIA
6.1 Introdução
O plano deverá cobrir todos os estágios de uma Resposta a Emergência desde a detecção
até seu término, onde as pessoas deverão estar localizadas em local seguro, garantindo
também a integração com as instalações de terra (onshore), que serão solicitadas e deverão
fazer parte do plano.
6.2 Organização
A organização deve levar em consideração a estrutura de comando existente para as
operações sem emergência. Todas as pessoas envolvidas com tarefas específicas durante
uma emergência devem ser competentes para executar estas tarefas, inclusive a operação de
equipamentos específicos fornecidos para emergências, onde trabalhadores de empresas
contratadas também devem ser treinados com capacitação de reagirem conforme as tarefas
determinadas.
6.3 Treinamento
Todas as pessoas envolvidas diretamente com os trabalhos executados numa plataforma ou
em atividades correlatas devem receber instruções e treinamento adequados, para estarem
capacitadas durante uma emergência. O objetivo visa assegurar para que todos estejam
familiarizados com as ações ou com qualquer equipamento que tenham de operar, inclusive
os procedimentos de emergência e outros aspectos ligados ao Plano de resposta a
Emergência.
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O programa de treinamento deverá estar sujeito a revisões periódicas de modo a assegurar a
contínua atualização das necessidades da organização nas respostas a emergência.
6.4 Exercícios Práticos
Todo o pessoal da plataforma deverá praticar o plano de resposta à emergência, devendo
assegurar que um empregado direto ou um funcionário contratado estejam aptos e
perfeitamente familiarizados com as tarefas necessárias durante uma emergência.
Benefícios significativos podem ser observados com o envolvimento de partes externas tais
como outros operadores, barcos de apoio, serviços de helicópteros e autoridades que
tenham probabilidades de envolvimento na operação de resposta a emergência.
Os exercícios práticos deverão ter como objetivo o seguinte:
• Fornecimento de experiência prática para todo o pessoal;
• Testar todos os aspectos do plano com exercícios que envolvam incidentes
individuais.
• Exercícios e casos práticos na instalação, citados no plano de resposta a emergência.
• Testar os procedimentos para atendimento de emergências tais como em tubulações
(pipelines), com mergulhadores, etc.
• Avaliar a competência dos indivíduos e dos grupos.
A segurança deve ser a primeira consideração a ser avaliada na execução destes exercícios
e deve ser aplicada com a garantia de que riscos desnecessários sejam eliminados.
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6.5 Treinamento da segurança em emergências
6.5.1 Objetivos
Programas de treinamento têm a intenção de assegurar a segurança das pessoas, a
integridade das instalações e a proteção do meio ambiente. As pessoas devem estar
conscientes dos perigos inerentes em seus trabalhos e também ao meio ambiente, nos quais
todas as precauções devem ser tomadas.
As pessoas devem receber treinamento e informação dos procedimentos de trabalho e dos
equipamentos, permitindo resposta apropriada em todas as dúvidas. Um registro do
treinamento deve ser processado.
Os objetivos do programa de treinamento de segurança são:
• Fornecer ao pessoal conhecimento prático dos perigos e como evitá-los, e ainda as
necessidades para cumprimento utilizando precauções seguras.
• Providenciar uma efetiva resposta do pessoal num evento de emergência.
• Transmitir a confiança nos equipamentos e nos procedimentos, desenvolvendo as
habilidades para reação nas situações de emergência.
• Assegurar-se que esta habilidade e conhecimento, uma vez alcançada, seja mantida
a um certo nível, levando sempre em conta novos procedimentos, técnicas e
equipamentos aplicáveis a instalações da plataforma.
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6.5.2 Aplicação
Objetiva-se a aplicação nas pessoas:
• Que habitam, trabalham ou em visita as instalações da plataforma.
• Que trabalham nestas instalações ou estejam situadas em barcos de apoio tais como
barcos de apoio ao mergulho.
• Que vivem na plataforma, mas são transportados para trabalhar em terra.
• Que trabalham em barcos de apoio, mas viagem regularmente por helicópteros para
a plataforma (mais de três viagens em um período de 12 meses).
6.5.3 Definições
As seguintes definições serão usadas para descrição da natureza e aplicação no treinamento
de segurança para resposta a emergência.
Categoria A - Pessoal permanente da plataforma, mas sem especialização para resposta as
emergências nem habilidades necessárias para combate a incêndios.
Categoria B – Pessoal permanente da plataforma, mas com especialização para resposta a
emergência e na atividade de combate ao incêndio.
Categoria C – Pessoal que trabalha ocasionalmente na plataforma, mas não permanecem
mais de 15 dias ou noites, durante 12 meses.
Categoria D – Pessoal visitante, mas que não devem passar a noite na plataforma nem
passarão mais de 03 dias, durante 12 meses.
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6.5.4 Tipos de Treinamento
Os tipos de treinamento para o desenvolvimento das habilidades nos sistemas e processos
que envolvem uma resposta a emergências da plataforma incluem:
• Treinamento geral de segurança na plataforma;
• Treinamento para sistemas específicos da plataforma;
• Treinamento para especialistas nas respostas a emergência;
• Treinamento para comando e controle das respostas a emergência.
Para cada uma destas áreas, treinamentos devem ser efetuados para a capacitação desde o
inicio formal dos trabalhos na plataforma, incluindo cursos de atualização, utilizando
programas de instrução da instalação no caso de uma primeira visita e também as
atualizações e treinamentos com exercícios de resposta a emergência.
Os Anexo 2.0 mostra as recomendações para os tipos de treinamentos que poderão ser
aplicados em cada categoria de pessoal enquadrados conforme o item 5.5.3.
O treinamento ao pessoal permanente deverá incluir todas as informações da estrutura
organizacional da segurança, da autoridade do Chefe Geral da Plataforma, bem como da
necessidade dos equipamentos de proteção individual e das operações permitidas durante a
execução dos trabalhos.
O pessoal da plataforma caracterizado como categoria D (visitantes) deverão estar
acompanhados permanentemente por pessoa habilitada quando estiverem fora das áreas de
acomodação da plataforma.
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6.5.5 Treinamento de Especialistas
Certos procedimentos de resposta a emergência requerem habilitação de um número
limitado de pessoas. O número de pessoas que deverão ter estas habilidades irá variar entre
as diversas instalações e cada uma delas deverá considerar os arranjos para resposta a
emergência, e o número de especialistas necessários para a instalação e manutenção de um
efetivo plano de resposta.
O pessoal classificado como especialista inclui:
• Piloto dos barcos rígidos e o pessoal para lançamento desses barcos;
• Pessoal da equipe de apoio para pouso de helicópteros;
• Os membros da equipe de resposta a emergência;
• Os líderes da equipe de resposta a emergência;
• O pessoal de combate a incêndio no helideck;
As recomendações dos especialistas estão definidas no Anexo 2.0.
7 DESCRIÇÃO DE SISTEMAS E DA FILOSOFIA DE EVACUAÇÃO, ESCAPE E RESGATE
7.1 Filosofia da Evacuação, Escape e Resgate (EER)
Na eventualidade de um alarme na plataforma todo pessoal deverá liberar-se de seu local de
trabalho e deslocar-se, caso possível, para o local designado de reunião no abrigo
temporário. A filosofia da EER será baseada na separação das pessoas essenciais e não
essenciais da plataforma.
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O pessoal deverá reunir-se em grupos separados:
• Pessoas Essenciais – Aquelas preparadas para lidar com a emergência.
• Pessoas Não Essenciais – Todas as outras.
Uma vez nas áreas de reunião, o pessoal deverá aguardar instruções do Chefe da Plataforma
e dependendo da severidade e da localização do incidente, bem como das condições
meteorológicas, o Chefe da Plataforma irá decidir da necessidade ou não de evacuação.
7.2 Sistemas Essenciais
Os sistemas essenciais para EER são:
7.2.1 Informação ao Público / Sistema de Alarme
O sistema de informação e o sistema de alarme emitirão sinais sonoros e anúncios verbais,
atingindo todas localidades da plataforma onde o pessoal pode estar presente durante as
operações normais, incluindo a área de reunião, pretendendo informar a todo o pessoal à
ocorrência de situação de emergência.
Os sistemas deverão ser totalmente duplicados, cada um alimentado por seu próprio
gerador com dois circuitos independentes e sistema de baterias para autonomia de 12 horas.
Todos os componentes deverão ser capazes de operar continuamente e suportarem
condições de extrema de severidade do meio ambiente.
Serão dois os alarmes emitidos, ambos com sinais audíveis e visuais.
• Alarme Geral da Plataforma – sinal intermitente;
• Alarme de preparo para abandono da plataforma – sinal contínuo.
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7.2.2 Iluminação de Emergência
Iluminação de emergência é a iluminação mínima exigida para garantir a segurança na
realização do abandono da instalação e/ou na realização de trabalhos que se fizerem
necessários, durante a fase de transição entre a parada do gerador de emergência.
A iluminação de emergência deverá ter autonomia para 120 minutos, de modo a garantir a
segurança durante o abandono das instalações, devendo em cada saída de sala existir uma
lâmpada de iluminação de emergência.Lâmpadas de iluminação de emergência deverão ser
previstas ao longo de toda a rota de fuga, inclusive escadas, de modo a permitir sua
utilização no caso de total falta de energia elétrica.
7.2.3 Rotas de Fuga
As rotas de fuga deverão ser projetadas para garantir um acesso seguro para as áreas de
reunião no Refugio Temporário (TR – Temporary Refuge). Os acessos para os pontos de
reunião deverão sempre ser possível por pelo menos duas rotas de fuga independentes.
As rotas de fuga deverão estar marcadas com sinais fosforescentes, pintadas as rotas na cor
branca e possuírem textura antiderrapante.
Na eventualidade de um incidente que leve ao impedimento da passagem devido ao calor
ou fumaça, o projeto deve deixar pelo menos uma rota de fuga livre, devendo todas as rotas
de fuga estarem protegidas por suas localizações ou pelos sistemas de proteção contra
incêndio.
As rotas de fuga serão classificadas em rota de fuga principal e rota de fuga secundária,
devendo a primeira ter no mínimo 1,20 m de largura por 2,10 m de altura e a segunda no
mínimo 1,00 m de largura por 2,10 m de altura.
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Os acidentados impedidos de movimentarem-se serão transportados em macas até a
enfermaria ou heliponto, portanto deverão ser providas rotas de fuga adequadas para se
atingir estes pontos com maca.
As rotas de fuga deverão estar livres de obstáculos e deverão serem asseguradas pelo
projeto que, em qualquer tempo, estarão passáveis e não poderão depender de
equipamentos auxiliares, tais como, guindastes, elevadores, cabos etc.
Qualquer ponto da instalação deverá possuir, no mínimo, duas alternativas de saída para as
rotas de fuga, exceto os camarotes, escritórios, câmaras frigoríficas e outros
compartimentos que possuam menos de 10 m2, que para estes casos poderão ter apenas uma
saída. Não será, entretanto aceito que uma pessoa tenha de se deslocar mais de 7 m para
alcançar uma saída.
Corredores sem saída com mais de 7 m de comprimento não serão aceitos, conforme
disposto no SOLAS Cap. II.2-Regra 45.
7.2.4 Áreas de Reunião
As Áreas de Reunião deverão ser localizadas no setor de acomodação onde se localizam os
camarotes, que deverão ser parte integrante do Refúgio Temporário (TR – Temporary
Refuge). As áreas de Reunião deverão estar dimensionadas para acomodar a população
máxima prevista de pessoas a bordo, incluindo visitantes, com dimensionamento para no
mínimo de 0,75 m2 por pessoa.
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7.2.5 Refúgio Temporário (TR – Temporary Refuge)
O Refúgio Temporário compreende toda a Área de Acomodação, incluindo os camarotes,
escritórios, salas de rádio etc. Deverá oferecer abrigo temporário e seguro durante todo o
período de resistência mínima especificada para a instalação.
O Refúgio Temporário deverá estar em condições de controlar e monitorar todo o processo
da plataforma, em conjunto com as instalações de comando e comunicação de emergência.
A Proteção Passiva Contra Incêndio garantirá o isolamento entre áreas adjacentes da
plataforma, protegendo todo o pessoal na Área de Acomodação por pelo menos 60 minutos,
que é o tempo mínimo de resistência especificado nos projetos (refs. 2.10 e 2.14),
considerando-se ainda que este será o tempo máximo admissível para evacuação da
plataforma.
7.2.6 Facilidades de Evacuação
O pessoal localizado nas Áreas de Reunião, seguindo as instruções do Chefe da
Plataforma, deverão deslocar-se para as Estações de Embarque e de lá para os barcos
rígidos e a prova de fogo para salvamento, sendo que este será o método de evacuação
primário da plataforma. Localizam-se em área adjacente a cada embarcação uma área livre
denominada “Posto de Abandono”, suficiente para acomodar toda a lotação da embarcação,
sem obstruir as rotas de fuga.
As Instalações Fixas deverão ser equipadas com embarcações de salvamento rígidas e em
número suficiente para abandono de 1,5 vezes a população máxima prevista (número de
leitos na instalação), ou com número suficiente para abandono de 100% da população
máxima prevista, mais uma embarcação, prevalecendo o que for maior.
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Para Instalações Semi-Submersíveis, as embarcações deverão ser distribuídas em “Postos
de Abandono” tais que, no caso de perda de qualquer um destes, os restantes garantam o
abandono de 100% da população.Este procedimento deverá ser aplicado às Instalações
Fixas sempre que for possível.
Para FPSOs (Floating Production, Storage and Offloading), as embarcações de salvamento
rígidas e à prova de fogo, deverão ser instaladas, em quantidade suficiente para abandono
de 100% da população, em cada bordo da instalação.Neste caso, os turcos poderão ser do
tipo rebatível, desde que atenda aos requisitos do SOLAS.
As embarcações rígidas e à prova de fogo, deverão ser instaladas, o mais próximo do nível
do mar, preferencialmente perpendicular ao convés e num mesmo nível, de modo que não
exista fluxo em duplo sentido nas escadas, quando da preparação para o abandono.Deverão
estar afastadas ou protegidas das áreas perigosas, em posições tais que facilitem o seu
afastamento imediato da instalação, impossibilitando que as correntezas e/ou ventos
predominantes às conduzam de encontro à instalação.
Não deverão existir interferências (conectores óleo/gás/água, pontoons, defensas etc.) que
prejudiquem a descida e utilização das embarcações.
As instalações Fixas deverão ser equipadas com balsas infláveis em quantidade suficiente
para atender 50% da população máxima prevista (número de leitos na instalação).
As Instalações Semi-Submersíveis devem ser equipadas com balsas infláveis em número
suficiente para atender a 100% da população máxima (número de leitos na instalação),
devendo, entretanto ser instaladas, proporcionalmente, juntas e/ou próximas às
embarcações rígidas de salvamento.
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As balsas cujo embarque seja necessário realizar a mais de 4,5 m acima da linha de
flutuação da embarcação, deverão ser arriadas por meio de um dispositivo de lançamento
aprovado, já inflada e carregada.
Para as FPSOs deverão ser instaladas, em cada bordo, balsas suficientes para o abandono de
100% da população (número de leitos na instalação).
No caso de Instalações Semi-Submersíveis e em FPSOs, quando as embarcações rígidas
estiverem a mais de 100 m da popa ou da proa da Instalação, deverá ser incluída uma balsa
adicional por bordo, com capacidade para 06(seis) pessoas, localizadas na extremidade
oposta da Instalação, em relação às embarcações rígidas de salvamento.Escadas de
embarque, para as referidas balsas deverão ser providas.
A Instalação Marítima de Produção deverá ser provida de uma embarcação de salvamento,
localizada próximo ao nível do mar, para facilitar as operações de descida e içamento e ter
capacidade para acomodar pelo menos 05 (cinco) pessoas sentadas e uma deitada em maca.
O içamento da embarcação deverá ser feito por um único ponto de sustentação do tipo
rígido, para facilitar a operação por parte dos seus tripulantes.
Todas as Instalações Marítimas de Produção deverão possuir bóias instaladas nos bordos e
espaçadas de tal modo que uma pessoa não tenha que se deslocar mais de 12 (doze) metros
para lançá-la ao mar.
Notas Gerais:
1. Instalar próximo a cada “Posto de Abandono” e junto à embarcação rígida de
salvamento, um ponto de água doce de ¾” para abastecimento do reservatório das
embarcações (água para motor e aspersão).
2. Prever alimentação elétrica para os carregadores de bateria das embarcações rígidas
de salvamento e embarcação de salvamento, de acordo com requerimentos do
SOLAS.
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3. Para instalações flutuantes todo dispositivo de lançamento à água, bem como os
seus mecanismos de arriamento e içamento deverão ser dimensionados para atender
ao MODU CODE / SOLAS.
Os coletes salva-vidas deverão ser providenciados nas seguintes quantidades mínimas e
localização:
• No alojamento em quantidade igual à população máxima prevista da Instalação
Marítima de Produção, distribuídos na razão de 01 (um) por leito, convenientemente
acondicionados.
• Na sala de rádio deverá haver 01 (um) colete, convenientemente acondicionado;
• Nos pontos de reunião, em quantidade igual a 50% da população máxima,
distribuída proporcionalmente, convenientemente acondicionados;
• No almoxarifado em quantidade igual a 15% da população máxima prevista na
Instalação Marítima de Produção, convenientemente acondicionados;
• Próximo a cada embarcação rígida de salvamento (postos de abandono) e balsas
infláveis, em quantidade igual a 20% da lotação das mesmas;
• Próximo à embarcação de salvamento em quantidade a 100% da sua lotação;
• Na sala de controle deverá haver pelo menos 03 (três) coletes, convenientemente
acondicionados;
• Na enfermaria deverá haver pelo menos 01 (um) colete para o enfermeiro e 01 (um)
para cada leito, convenientemente acondicionado.
NOTAS: 1. Os coletes localizados nos “Postos de Abandono” e próximos à embarcação
de salvamento, deverão ser acondicionados em caixas, confeccionadas em
fibra de vidro, providas de tampas, para proteção contra intempéries.
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2. Pontos de Reunião: São ambientes fechados da Instalação Marítima de
Produção, fora da área de processo, que oferecem isolamento em situações
de emergência, para reunião do pessoal não envolvido no seu controle e para
transmissão de instruções específicas de evacuação ou abandono.
3. Adicionalmente ao acima disposto, os Pontos de Reunião deverão possuir as
seguintes facilidades:
− Dispositivo para fechamento manual e remoto dos “ dampers ” de
ventilação da sala;
− Telefone / Intercom;
− Ser preferencialmente próximo aos Postos de Abandono.
7.2.7 Facilidades de Resgate / Recuperação
Deverá ser prevista a existência de no mínimo 01 (um) barco de apoio na vizinhança da
Instalação Marítima de Produção, estando apto a chegar num tempo máximo de 3,30 horas,
sendo que esta determinação foi definida pela PETROBRÁS no caso específico do estudo
de Evacuação, Escape e Resgate da Plataforma P-52. Entretanto para cada estudo poderão
ser adotadas diferentes determinações que irão variar em função de cada local de operação
da plataforma.
7.2.8 Comunicação de Emergência
O sistema de comunicação de emergência deverá ser capaz de prover um confiável suporte
para as comunicações externas e internas em todos os cenários identificados de emergência
em uma evacuação.
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O sistema de comunicação da plataforma deverá incluir no mínimo os seguintes sistemas:
• Radio marítimo VHF/FM.
• Radio aeronáutico VHF/AM.
• Sistema de satélite Inmarsat.
• Geração de energia conforme recomendações SOLAS.
• Atendimento ao Público/Sistema de Alarme.
• Sistema seguro de radar marítimo.
7.2.9 Geração Emergencial de Energia
• Gerador Diesel de Emergência
Se a energia principal falhar o sistema emergencial de energia entrará em operação
imediatamente e automaticamente, através de um gerador diesel de emergência. Este
gerador estará habilitado para o suprimento de energia nos pontos classificados como
essenciais, isto é, aqueles que são importantes para a segurança do pessoal e requerem
energia de modo a permitir uma razoável e controlada evacuação em uma situação de
emergência.
• Geração de energia sem Interrupção
Sistemas que necessitam de funcionamento contínuo e suprimento de carga AC ou DC, no
caso de falha do sistema principal, serão atendidos com ininterrupto suprimento de carga
para aqueles equipamentos críticos, tais como, equipamentos de telecomunicações,
equipamentos de rádio, instrumentação selecionada, painéis de incêndio e gás, etc.
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8.0 AVALIAÇÃO DO TEMPO DE EVACUAÇÃO
8.1 Por Aproximação
Estimaremos o tempo gasto para a evacuação de uma plataforma por barco de salvamento
rígido e as implicações deste tempo comparado com o tempo máximo de resistência
definido para o Refúgio Temporário.
A sequência de evacuação pode ser dividida por um número de etapas como se segue:
• Detecção do incidente e inicio do alarme;
• Pessoal deixando o local de trabalho, passando pelo camarote (colocando o colete
salva-vida / equipamento de sobrevivência) e deslocando-se para as Áreas de
Reunião;
• Checagem no Ponto de Reunião;
• Acionamento da Equipe de Emergência;
• Movimentação para o Ponto de Embarque;
• Embarque e Abaixamento do Barco de Salvamento Rígido.
O tempo para completar cada estágio do processo será calculado conforme descrito a
seguir, sendo os valores considerados similares a outros estudos de Evacuação, Escape e
Resgate (ver refs. 2.9 , 2.10 e 2.13)
8.2 Detecção do Incidente e Inicio do Alarme
Os maiores acidentes devem ser rapidamente detectados pelos detectores instalados, e o
alarme soado manualmente ou automaticamente.
O tempo máximo tipicamente considerado para detecção do incidente e inicio do alarme é
estimado em 01 minuto (ref. 2.10 e 2.14).
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8.3 Pessoal deixando o local de trabalho, passando pelo camarote (colocando o colete salva-vida / equipamento de sobrevivência) e deslocando-se para as Áreas de Reunião
As seguintes velocidades de deslocamento são consideradas apropriadas para que nas
situações consideradas no estudo não seja significante os problemas relacionados as filas
nas rotas de fuga, durante o escape e a evacuação ( refs. 2.10 e 2.14):
• 1.0 m/s em rotas de fuga em um mesmo nível;
• 0.8 m/s em escadas;
• 0.3 m/s em escadas verticais.
Deverão ser analisados os tempos de deslocamento calculados para as pessoas vindo de
diferentes locais de trabalho, considerando-se a distância percorrida e tipo de velocidade a
ser aplicada, conforme os valores acima definidos.
O tempo e a distância percorrida levará em conta o deslocamento desde o local de trabalho,
passando pelo camarote para colocar o colete salva-vida / equipamento de sobrevivência,
deslocando-se em seguida até a área de reunião e ao ponto de reunião previamente
determinado.
Após levantar todos os tempos de deslocamento, o estudo deverá considerar qual deles é o
maior, sendo então usado como referência para caracterizar o tempo de deslocamento na
rota de fuga sem impedimento.
Adicionaremos a este tempo calculado o tempo de 02 minutos, que é o tempo considerado
de acréscimo para reação ao alarme e a tomada de decisão em qual rota de fuga a ser
seguida até o ponto de reunião (refs. 2.10 e 2.14).
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Se as remanescentes rotas de fuga estiverem parcialmente impedidas, mas ainda passáveis,
então a velocidade de deslocamento será reduzida por um fator de 2, calculando-se então o
novo tempo total de deslocamento com impedimento (ref. 2.10).
8.4 Checagem no Ponto de Reunião
O tempo necessário para reunir e efetuar a contagem do pessoal não deverá exceder a 05
minutos. Durante este período o Chefe da Plataforma estará avaliando a situação e
decidindo qual a melhor ação a seguir (ref. 2.10 e 2.14).
8.5 Acionamento da Equipe de Emergência
Todo o pessoal treinado para lidar com a emergência será acionado, especialmente se
existirem rotas de fuga impedidas e algumas pessoas não tiverem conseguido alcançar a
área de reunião.
O tempo a ser considerado para a equipe de emergência lidar com este tipo de ocorrência é
indeterminado e deverá atrasar o lançamento de pelo menos um dos barcos rígidos de
salvamento (ref. 2.14).
8.6 Movimentação para o Ponto de Embarque
O tempo de deslocamento ao longo da rota de fuga para alcançar o ponto de embarque, será
calculado da mesma maneira considerada no item 7.3, com as diferentes velocidades de
deslocamento em função do tipo de piso a ser percorrido (piso plano, escada ou escada
vertical) até o ponto de embarque.
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8.7 Embarque e Abaixamento do Barco de Salvamento Rígido
A instrução para o abandono ocorrerá na área de embarque. Após a ordem de abandono
teremos no máximo 10 minutos para embarque e abaixamento dos barcos de salvamento
rígidos no mar (refs. 2.10 e 2.14).
8.8 Tempo Total de Evacuação
O tempo total requerido para evacuação de todo o pessoal da plataforma pelos barcos de
salvamento rígidos, será então a soma dos tempos parciais acima considerados, levando-se
em conta as duas situações estipuladas que foram com as rotas de fuga livres e parcialmente
impedidas.
8.9 Tempo Requerido de Resistência do Refúgio Temporário
A função do refúgio temporário é providenciar um local seguro por um determinado tempo
sob condições de acidente, que deve ser suficientemente longo para permitir as pessoas de
reunir-se enquanto prepara-se a tomada de decisão da ação apropriada, e então abandonar a
instalação de forma segura se for extremamente necessário.
O tempo máximo a ser considerado pela equipe de emergência realizar esta operação
deverá ser de 60 minutos.Este é de fato o tempo máximo de resistência da plataforma
considerado no projeto (ref. 2.10).
ANÁLISE DA EVACUAÇÃO, ESCAPE E RESGATE PAG 38 EM PLATAFORMA MARÍTIMA DE PETRÓLEO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – MBE – 12 AUTOR – ALBERTO DE CAMPOS MELLO
9 AVALIAÇÃO DO IMPACTO DO ACIDENTE NOS SISTEMAS DE EER
9.0 Sistemas Críticos e Situações que Causam Impedimento
Deverão ser verificadas as seguranças das funções que estarão sendo submetidas a
condições representativas durante o acidente. Estas funções são caracterizadas pelas
seguintes categorias:
• Rotas de fuga para o Refúgio Temporário / Pontos de Reunião;
• O Refúgio Temporário e suas áreas de reunião;
• O Sistema de Evacuação Primário, ou seja, os barcos de salvamento rígidos e seus
pontos de embarque.
Temos de considerar também os meios de escape diretamente para o mar, tais como, balsas
infláveis, bóias e escadas, que seriam utilizados pelo pessoal somente quando os meios de
evacuação primário estiverem indisponíveis, e ainda considerar o caso de resgate no mar.
Os sistemas de EER estarão impedidos nas seguintes situações:
• Gás Inflamável – possibilitando um acidente com asfixiamento, se em doses altas de
concentração, no qual o pessoal seja atingido pela nuvem de gás ainda com
potencial de incêndio / explosão se estiver em concentração superior ao limite
inferior de inflamabilidade (LFL – Lower Flammability Limit);
• Incêndio (efeitos térmicos de queima em jato ou em poça) – possibilitando um
acidente com a chama pelas radiações térmicas nocivas em grandes distâncias;
ANÁLISE DA EVACUAÇÃO, ESCAPE E RESGATE PAG 39 EM PLATAFORMA MARÍTIMA DE PETRÓLEO
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• Fumaça (efeitos da fumaça pela queima em jato ou em poça) – possibilitando um
acidente tóxico pela geração de monóxido de carbono (CO) na combustão, e
também causar impedimento das áreas onde a fumaça possa causar perda de
visibilidade;
• Explosão – possibilitando acidentes pela elevação da pressão;
• Falhas estruturais da instalação resultante de tempestades, fadiga de material,
impacto, exposição a um incêndio descontrolado etc.
9.0.1 Critérios de Segurança para os Impedimentos das Rotas de Fuga As Rotas de Fuga estarão impedidas se umas das seguintes condições forem preenchidas
(ref. 2.14):
• Radiação Térmica maior do que 4 kW/m2 em qualquer ponto da rota de fuga;
• Serem atingidas por chamas diretas;
• Gás inflamável: > 50% por volume (causando rápido asfixiamento);
• Envolvimento pela fumaça, podendo causar dificuldades de respiração e
visibilidade;
9.0.2 Critérios de Segurança para os Impedimentos do Refúgio Temporário
A performance de projeto para o Refúgio Temporário contra incêndios exteriores e ingresso
de fumaça / gás permite proteção para 60 minutos de tempo de resistência.
O Refúgio Temporário poderá estar impedido se somente algumas das seguintes condições
forem preenchidas (ref. 2.14):
ANÁLISE DA EVACUAÇÃO, ESCAPE E RESGATE PAG 40 EM PLATAFORMA MARÍTIMA DE PETRÓLEO
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• O Período de Resistência para o Refúgio Temporário é de 60 minutos;
• O critério de falha das paredes externas do Refúgio Temporário é alcançado com a
temperatura de 450 oC;
• A atmosfera no interior do Refúgio Temporário exceder aos seguintes limites:
− Monóxido de Carbono (CO) com nível máximo de 200-300 ppm;
− Dióxido de Carbono (CO2) com nível máximo de 2% (v/v);
− Oxigênio (O2) com nível máximo de redução para 17% (v/v);
− Gás Inflamável (Metano) com concentração máxima até 1,25% (v/v) de
Metano CH4;
− Temperatura e Umidade Relativa baseada no grau de conforto, conforme
publicado pela Agência de Meio Ambiente do Canadá;
− Radiação Térmica com emissão máxima de 1,5 kW/m2 nas paredes internas
do Refúgio Temporário.
O Monóxido de Carbono (CO) invadindo o Refúgio Temporário ou vindo de queima de
material em seu interior, causará dor de cabeça após 15 minutos, colapso após 30 minutos e
morte após 01 hora, quando a concentração atingir 1500 ppm.
O Dióxido de Carbono (CO2) causará o aumento da respiração em 50% quando a atmosfera
tem concentração de 2% por volume, o ritmo da respiração dobra (com sintomas de pânico
e stress) quando o nível de CO2 alcança 3% por volume. A concentração de 10% causará
inconsciência, seguida de morte a 11%.
O Oxigênio (O2) é normalmente achado na atmosfera com 21% por volume. Se o nível de
Oxigênio continuar a cair para 14% por volume, o pessoal ainda ficará consciente mas
perderá o julgamento (hypoxia).
Para o Metano (CH4) a atmosfera se tornará inflamável quando a percentagem do Metano
alcança 5% por volume.
ANÁLISE DA EVACUAÇÃO, ESCAPE E RESGATE PAG 41 EM PLATAFORMA MARÍTIMA DE PETRÓLEO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – MBE – 12 AUTOR – ALBERTO DE CAMPOS MELLO
A radiação mínima do fluxo de calor da estrutura não poderá ser maior do que 1.5 kW/m2,
este é o limite de sustentabilidade para exposição contínua. Experimentos mostram que um
fluxo de calor com 2.0 kW/m2 será equivalente a uma temperatura do ar de 100oC.
9.0.3 Critérios de Segurança para os Impedimentos nos Meios de Evacuação
Os meios de evacuação estarão impedidos se alguma das condições abaixo forem alcançadas (ref. 2.14):
• Radiação Térmica maior do que 4 kW/m2 em qualquer ponto da rota de fuga;
• Gás inflamável: > 50% por volume (causando rápido asfixiamento);
• Envolvimento pela fumaça, podendo causar dificuldades de respiração e
visibilidade;
• Colapso da estrutura da Plataforma, por impacto ou agressão do meio ambiente;
• Impedimento da estrutura com a perda das torres.
9.1 Simulação de Eventos com Acidentes Representativos
A liberação acidental de hidrocarbonetos é considerada o evento mais grave que ocorrerá
na instalação da plataforma. Então o alarme deverá ser disparado automaticamente pelo
sistema de detecção de gás ou incêndio ou então diretamente pelos operadores com
utilização de sistema manual.
As conseqüências destas liberações são consideradas detalhadamente nas simulações de
incêndio, explosão e dispersão de gases e fumaça, realizadas através de modelos
computacionais desenvolvidos especialmente para estas simulações, levando em
consideração diversos cenários de incêndio.
ANÁLISE DA EVACUAÇÃO, ESCAPE E RESGATE PAG 42 EM PLATAFORMA MARÍTIMA DE PETRÓLEO
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Existem no mercado diversos softwares que executam estas simulações, sendo utilizados
para verificação dos impedimentos ao longo das rotas de fuga, nas instalações das
acomodações e nas estações de embarque dos barcos rígidos de salvamento, partindo de
diversos pontos cotados na planta e fornecidos como dados de entrada ao programa, que
serão considerados nesta avaliação, tendo como objetivo o cálculo da radiação em cada um
desses pontos. A partir desta informação procederemos à análise para verificar se existem
impedimentos nas rotas de fuga, nas acomodações ou nas estações de embarque,
respeitando os critérios de segurança considerados nos itens 8.1.1, 8.1.2 e 8.1.3 acima.
A seguir podemos apresentar alguns programas utilizados nos estudos:
ANSYS - programa de análise térmica, estrutural e fluido-dinâmica, desenvolvido pela
ANSYS Inc., baseado na solução de equações diferenciais pelo Método dos
Elementos Finitos. Caracteriza-se por sua elevada confiabilidade, sendo um dos
poucos programas com estas características aprovados pelo “Nuclear Regulatory
Commission” (NRC), ou seja, pode ser utilizado no projeto e análise de
instalações nucleares americanas. Neste trabalho foi utilizada a versão 8.1, para a
geração do modelo numérico e da malha.
CFX - software distribuído pela ANSYS Inc., específico para análise de problemas
fluido-dinâmicos, através da solução numérica da equação de Navier-Stokes,
utilizando o método dos volumes finitos. Trabalha diretamente ligado ao
ANSYS, utilizando seu pré-processador como gerador de malha. Os recursos de
pré-processamento quanto à aplicação de cargas, do solver e de pós-
processamento são próprios do CFX. O CFX permite trabalhar com misturas
multi-componentes, em análises transientes e regimes turbulentos. Permite
considerar a presença de obstáculos ao desenvolvimento do escoamento, sendo
especialmente aconselhável para análises de curtas distâncias.
Desenvolvido especialmente para análises CFD, o CFX possui algoritmos de
solução adequados ao problema de dispersão de gases. Possui elevada
capacidade gráfica, o que proporciona resultados de fácil visualização e largo
emprego.
ANÁLISE DA EVACUAÇÃO, ESCAPE E RESGATE PAG 43 EM PLATAFORMA MARÍTIMA DE PETRÓLEO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – MBE – 12 AUTOR – ALBERTO DE CAMPOS MELLO
Permite determinar diretamente a distribuição de concentrações de gás em
qualquer ponto da unidade
ARGOS - (Análise de Radiação de Gases e Óleos) é um programa desenvolvido pela
equipe da MTL Engenharia, para aplicação em unidades offshore e onshore, que
permite a simulação de incêndios provenientes da queima de combustíveis
gasosos ou líquidos, em diversas condições, considerando ou não a ação de
sistemas de despressurização, diversos orifícios de vazamento, presença de
elementos ("sombra") entre a chama e o equipamento em análise, e outros.
Exaustivamente testado contra dados provenientes de ensaios reais, teve seus
resultados avaliados e aprovados em análises realizadas sob a certificação do
Bureau Vèritás, ABS e DNV e Lloyd’s Register. Este software, registrado no
Departamento de Informática (DEPIN) do Ministério de Ciência e Tecnologia,
foi alugado a PETROBRAS/CENPES.
A simulação irá utilizar diversos cenários nos equipamentos da planta de processo,
considerando incêndios em poça (pool fire) e em jato (jet fire). Os resultados serão
apresentados em kW/m2 para vazamentos com taxas de 20, 6 e 0,5 kg/s, considerados
individualmente para cada um dos diversos pontos fornecidos nas rotas de fuga e em cada
plano (deck) da plataforma, de forma a quantificar os valores de radiação térmica, que
poderão levar ao impedimento das rotas de fuga, do Refúgio Temporário ou dos barcos
rígidos de salvamento.
A análise da dispersão de fumaça e gases será também efetuada baseada em simulação
computacional nas áreas abertas da plataforma, de modo a verificar a eventual redução da
capacidade de evacuação. A análise verificará os incêndios em poça originados nas bacias
de contenção, na produção, testadores e separadores atmosféricos e desidratadores de óleo.
De acordo com a curva de visibilidade (ref. 2.14), considerando uma pluma de 0,09 g de
fuligem por g de combustível, a visibilidade é pequena, menos de 4 m com uma
concentração de 5% e 2m para concentração de 10%.
ANÁLISE DA EVACUAÇÃO, ESCAPE E RESGATE PAG 44 EM PLATAFORMA MARÍTIMA DE PETRÓLEO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – MBE – 12 AUTOR – ALBERTO DE CAMPOS MELLO
Similarmente aos efeitos da fumaça na visibilidade, a pluma de gás afetará uma área
conforme seja o regime de ventos.
Na eventualidade de um incêndio em poça, efeitos tóxicos da pluma de gás ou ar misturado
na pluma de gás levam aos seguintes fatores:
• Simulação da respiração com concentração de dióxido de carbono (CO2) acima de
5%, causam stress e ainda aumenta a capacidade de outros componentes tóxicos;
• Efeitos narcóticos do dióxido de carbono com concentrações acima de 5%;
• Presença de monóxido de carbono (CO);
• Redução do oxigênio ambiente.
A pluma de dispersão de gás será então calculada usando um modelo computacional de
dinâmica dos fluidos, considerando o vazamento em um dos separadores ou no desidratador
de óleo, considerando-se ainda os ventos em várias direções e velocidades, sob
determinadas condições de ocorrências.
Baseado nos resultados, a extensão dos danos nas rotas de escape é avaliada e suas
consequências para evacuação são apresentadas numa dependência com o tempo
(transiente) em alguns períodos após o início do incêndio.
A capacidade de impedimento com fumaça, é considerada basicamente em dois aspectos:
• Redução da visibilidade, com a qual uma pessoa poderia usar com segurança a rota
de fuga;
• Redução da capacidade de respiração, causada por excessivas doses de monóxido de
carbono (CO2); bem como a redução do oxigênio no ambiente.
A combinação dos efeitos dos fatores acima são expressos como Fração de Incapacidade
(FIN – Fraction of Incapacitation).
ANÁLISE DA EVACUAÇÃO, ESCAPE E RESGATE PAG 45 EM PLATAFORMA MARÍTIMA DE PETRÓLEO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – MBE – 12 AUTOR – ALBERTO DE CAMPOS MELLO
Os efeitos do dióxido de carbono sozinho expressado como Fração de Incapacidade de
acordo com o tempo de exposição, para diferentes concentrações de gás (ref. 2.14),
verifica-se que a 60% de concentração ou acima deste valor, praticamente não existe
tolerância a exposição. A Fração de Incapacitação decresce com o conteúdo de gás, então
com 5%, a Total Incapacitação (FN=1.0) sómente é alcançada após 140 minutos.
10.0 CONCLUSÕES: Os estudos desenvolvidos durante a análise da evacuação, escape e resgate em plataformas
marítimas de petróleo deverão seguir conforme as etapas consideradas neste estudo, de
modo a avaliar as condições de escape, permitindo uma evacuação com segurança para as
pessoas que trabalham na plataforma, verificando as condições das rotas de fuga, do
Refúgio temporário e dos barcos rígidos de salvamento.
O treinamento para a resposta a emergência é uma etapa fundamental para a contribuição
da segurança das pessoas da plataforma, especialmente da equipe de emergência
mobilizada para a operação e supervisão dos equipamentos utilizados durante a evacuação.
A ênfase dada à segurança e ao meio ambiente está permitindo um planejamento e controle
dos diversos projetos de uma plataforma, de modo avaliar continuamente para que todos os
processos estejam segundo as normas de segurança e com isso venham a proteger o meio
ambiente, avaliando os efeitos dos incidentes de poluição por derramamento de óleo sobre a
segurança da vida humana e ao meio ambiente nas áreas passíveis de serem atingidas por
estes incidentes.
O Plano Geral de Resposta deverá ser estabelecido e preparado para as emergências nas
quais os incidentes poderão ser mitigados efetivamente e sem atrasos. Os preparativos
apropriados incluem os seguintes elementos:
ANÁLISE DA EVACUAÇÃO, ESCAPE E RESGATE PAG 46 EM PLATAFORMA MARÍTIMA DE PETRÓLEO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – MBE – 12 AUTOR – ALBERTO DE CAMPOS MELLO
• Análise de Risco para a identificação dos piores casos com acidentes em
potencial que deverão ser considerados nos projetos;
• Estudo de Avaliação da Colisão e Vazamento nas tubulações rígidas e Flexíveis
(Risers);
• Estudo da Queda de Objetos na Plataforma e nos Risers;
• Inclusão de preparação das emergências no projeto das operações nos programas
de segurança, saúde e meio ambiente;
• Proteção do pessoal da resposta a emergência e da população afetada;
• Sistema efetivo de comunicação e notificação;
• Treinamento do pessoal da resposta a emergência;
• Descrição da organização, sua estrutura, responsabilidades e formadores de
opinião;
• Política de definição de medidas para limitar ou parar os eventos
desencadeados, com condições para o término destas ações;
• Descrição e procedimentos para alarmes e sistemas eficientes de comunicação;
• Procedimentos para evacuação;
A rapidez com que os incidentes podem ser combatidos deverá estar sendo continuamente
monitorado para uma resposta efetiva e eficiente, permitindo que o combate e a mitigação
dos incidentes sejam minimizados de modo a evitar perdas humanas e a proteção ao meio
ambiente.
ANÁLISE DA EVACUAÇÃO, ESCAPE E RESGATE PAG 47 EM PLATAFORMA MARÍTIMA DE PETRÓLEO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – MBE – 12 AUTOR – ALBERTO DE CAMPOS MELLO
ANEXO 1.0 – PROCESSO ESQUEMÁTICO DE RESPOSTA A EMERGÊNCIA
Não Sim
Detecção do Incidente com potencial para Resposta a Emergência
Implantação do Alarme
Avaliação do Incidente e ativação da Resposta a Emergência
Emergência sem potencial
para abandono
Ponto de Reunião
Emergência Controlada
Evacuação
Resgate / Recuperação
Local de Segurança
ANÁLISE DA EVACUAÇÃO, ESCAPE E RESGATE PAG 48 EM PLATAFORMA MARÍTIMA DE PETRÓLEO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – MBE – 12 AUTOR – ALBERTO DE CAMPOS MELLO
ANEXO 2.0 – RECOMENDAÇÃO PARA O PLANO DE TREINAMENTO DESCRIÇÃO
CatA
Cat B
Cat C
CatD
Procedimentos para escape de emergência em helicópteros
x x x x
Localização e uso dos equipamentos de sobrevivência em helicópteros
x x x x
Ações que devem ser priorizadas durante e após a evacuação de uma plataforma
x x
Procedimentos para os equipamentos de salvamento
x x
Técnicas de sobrevivência
x x x
Causas comuns e natureza dos incêndios
x x
Procedimentos e operação de extintores portáteis e fixos
x x
Técnicas teóricas e práticas de prevenção, controle e extinção de incêndio
x
Como lidar com os diversos tipos de incêndio que podem acontecer em uma plataforma
x
Como utilizar e operar com segurança a máscara contra gases
x
Técnicas de procura e salvamento e operação de combate a incêndio com fumaça
x
O objetivo dos sistemas fixos de detecção a incêndio e sistemas para o combate a incêndio
x
Técnicas de salvamento com e sem uso de m'áscara contra gases
x x x
A necessidade para o uso correto do equipamento de proteção individual
x x x
Operação de lançamento dos botes rígidos de salvamento e outros equipamentos utilizados para escape da plataforma
x x
The general organisational structure for safety on offshore installations
x x x x
Os objetivos e função do sistema de permissão de trabalho
x x x
Técnicas teóricas e práticas de prevenção, controle e extinção de incêndio
x
Como lidar com diversos tipos diferentes de incêndio que podem acontecer na plataforma
x
ANÁLISE DA EVACUAÇÃO, ESCAPE E RESGATE PAG 49 EM PLATAFORMA MARÍTIMA DE PETRÓLEO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – MBE – 12 AUTOR – ALBERTO DE CAMPOS MELLO
DESCRIÇÃO
CatA
Cat B
Cat C
CatD
Técnicas de procura, salvamento e operações de combate a incêndio com fumaça, junto com outras pessoas
x
O propósito e operação dos sistemas fixos de detecção a incêndio e os sistemas fixos de combate usados na plataforma
x
Ensinamentos básicos em helicópteros, procedimentos de escape e o uso do equipamento de sobrevivência
x
Ações que devem ser priorizadas durante e após a evacuação ou o abandono da plataforma
x
Causas comum de incêndios e operação dos extintores portáteis
x
TREINAMENTO ESPECÍFICO NA INSTALAÇÃO DESCRIÇÃO
CatA
Cat B
Cat C
CatD
Incidentes associados com os procedimentos particulares na plataforma
x x x
Localização e operação dos salva-vidas na plataforma e instruções dos equipamentos para o combate a incêndio
x x x x
Sinalização de emergência, procedimentos de emergência e estações de emergência, inclusive nas evacuações
x x x x
Previsão e uso dos equipamentos de segurança da plataforma
x x x
Áreas de fumantes e não fumantes
x x x x
Áreas perigosas
x x x x
Treinamento do procedimento e permissão de trabalho na plataforma em nível adequado de responsabilidade
x x x
Responsabilidades para segurança própria e de outras pessoas da plataforma e necessidade dos relatórios para comunicação de acidentes para a pessoa responsável
x x x
ANÁLISE DA EVACUAÇÃO, ESCAPE E RESGATE PAG 50 EM PLATAFORMA MARÍTIMA DE PETRÓLEO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – MBE – 12 AUTOR – ALBERTO DE CAMPOS MELLO
TREINAMENTO ESPECIALIZADO
DESCRIÇÃO
Cuidados no
Comando dos Barcos Rígidos de salvamento
Pessoal de
Auxilio no
Helideck
Membros da Equipe
de Emergência
Combate a Incêndio no
Helideck
Instrução de todos os aspectos para lançamento e recuperação do barco de salvamento
x
Comandar o barco de salvamento no mar em qualquer condição de tempo
x
Operar todos os equipamentos no barco de salvamento
x
Instrução de todas operações relacionadas com sobrevivência e recuperação de homem ao mar
x
Acompanhamento no treinamento e exercicios para o pessoal da plataforma
x
Instrução sobre os acidentes relacionados com helicópteros Recognise the special hazards associated with helicopters and act accordingly in emergencies
x
Aprendizado sobre qual o equipamento mais apropriado para lidar com incêndio em helicóptero e estar habilitado para seu uso
x
Aprender as técnicas apropriadas com emergências em helicóptero ou em helideck
x
Coordenação da equipe de combate a incêndio em ação contra fogo no helideck
x
Efetruar operações de resgate em emergências em helicópteros
x
ANÁLISE DA EVACUAÇÃO, ESCAPE E RESGATE PAG 51 EM PLATAFORMA MARÍTIMA DE PETRÓLEO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – MBE – 12 AUTOR – ALBERTO DE CAMPOS MELLO
DESCRIÇÃO
Líder da equipe de combate a
incêndio no helideck
Pessoal de
Auxilio no
Helideck
Membros da Equipe
de Emergência
Líderes das Equipes de Emergência
Ação como coordenador da equipe de emergência e ser capaz de entender e responder ao líder da equipe de emergência
x
Reconhecer os vários tipos e usos das máscaras contra gases existentes na plataforma
x
Uso das máscaras contra gases com confiança e operar todos os controles e válvulas
x
Ser competente para participar nas operações de busca e resgate e efetuar entrada em incêndio difícil com fumaça
x
Levar seu equipamento e efetuar o procedimento de recussitação usando o equipamento apropriado
x
Resposta e assistência no abandono da plataforma
x
Ser competente em operação do equipamento de combate a incêndio na plataforma
x
Empregar técnicas de sobrevivência com ou sem a máscara contra gases
x
Coordenação da equipe de emergência em ação para todos os incêndios e emergências
x
Comunicação efetiva com aqueles que fazem o controle geral da ação de resposta à emergência
x
Ser competente no uso do equipamento com máscara contra gases específico para a plataforma
x
ANÁLISE DA EVACUAÇÃO, ESCAPE E RESGATE PAG 52 EM PLATAFORMA MARÍTIMA DE PETRÓLEO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – MBE – 12 AUTOR – ALBERTO DE CAMPOS MELLO
DESCRIÇÃO
Cuidados no
Comando dos Barcos Rígidos de salvamento
Pessoal de
Auxilio no
Helideck
Membros da Equipe
de Emergência
Líderes das Equipes de Emergência
Ser competente para organizar e preparar as operações de procura e salvamento com finalidade de efetuar ações em incêndios com grau de dificuldade e com fumaça
x
Emprego de técnicas de salvamento com ou sem máscara contra gases
x
Emprego de técnica de recussitação e primeiros socorros usando os equipamentos apropriados
x
Recognise the special hazards associated with helicopters and act accordingly in emergencies
x
Reconhecimento do equipamento mais apropriado para lidar com incêndios em helicópteros e estar capacitado para uso
x
Aplicação das técnicas mais apropriadas para emergências no helideck ou no helicóptero
x
Efetuar operação de resgate em emergências com helicópteros
x