Download - Pesquisador Cria Teste de Saliva
Pesquisador cria teste de saliva que
indica se um homem é gay ou não
a curiosa pesquisa foi apresentada recentemente durante o encontro
anual da Sociedade Americana de Genética Humana de 2015. Trata-
se de um teste de saliva experimental que é capaz de indicar com
66,6% de precisão se um homem é heterossexual ou homossexual.
Por enquanto, esse experimento não funciona para mulheres ou
bissexuais.
Muitos pesquisadores acreditam que há um componente genético que
explica, pelo menos em parte, a homossexualidade. No entanto, é
possível que fatores não genéticos possam também influenciar a
sexualidade de um indivíduo. Por exemplo, a hipótese da ordem de
nascimento fraternal afirma que quando o primeiro bebê de uma
mulher é do sexo masculino, cada filho posterior que também seja
homem tem uma probabilidade 33% maior de ser homossexual.
Esse fenômeno foi amplamente estudado durante as décadas de 1990
e 2000 na Grã-Bretanha, nos Estados Unidos e na Holanda, e a
explicação para isso seria que o corpo humano mantém registro do
que acontece tanto em seu interior quanto no ambiente em que vive.
Isso acontece graças aos marcadores epigenéticos, que são
pequenas moléculas capazes de reforçar ou diminuir a expressão de
um gene no DNA.
Estudando gêmeos
A evidência mais forte de que o ambiente tem papel na orientação
sexual de um indivíduo supostamente pode ser observada em estudos
com gêmeos idênticos masculinos em que um é gay e o outro é
hétero. Pelo menos é isso que afirma Tuck Ngun, o pesquisador pós-
doutorando do Centro de Biologia Baseada em Gênero da
Universidade da Califórnia, em Los Angeles.
É ele o criador do teste de saliva que mencionamos no início desta
matéria. Sua teoria se baseia no estudo dos já citados marcadores
epigenéticos para determinar se essas moléculas influenciam na
orientação sexual de gêmeos idênticos do sexo masculino ou não.
Pesquisa em andamento
Para isso, ele e sua equipe estudaram os marcadores nas amostras
de saliva de 37 pares de gêmeos e identificaram nove regiões em que
os padrões eram visivelmente diferentes entre os irmãos. Com essa
informação, foi criado um algoritmo que indica corretamente se um
indivíduo é ou não gay em duas de cada três tentativas, apenas
analisando a sua saliva. Como o estudo se foca apenas em homens
hétero ou homossexuais, ainda não há dados na pesquisa a respeito
de mulheres ou indivíduos bissexuais.
Contudo, isso não quer dizer que marcadores epigenéticos específicos
sejam determinantes na orientação sexual de alguém, de acordo com
o professor de genética da Universidade de Utah, Christopher Gregg.
“Essa associação pode não ser tão simples quanto o resumo da
pesquisa ou o comunicado de imprensa faz parecer”, completou o
cientista.