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Pensando o Vitalismo
Maria Thereza do Amaral
1 – Apresentação
2 – Princípio Vital, Vitalismo e uma Fisiologia
Vitalista
3 – Vitalismo, Matéria e o Ser Vivo
4 – “Reflexões Vitalistas”
5 – Sugestões de Leitura
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 2
Maria Thereza
do Amaral
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 3
VeterináriaUnesp - Jaboticabal
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 4
Homeopatia
Veterinária
clínica homeopata
Faculdade
Homeopatia médica – 1988-1989
Homeopatia veterinária – 1993 e 1996
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 5
Homeopatia
Veterinária homeopata
Ensino de Homeopatia
Pesquisa em Homeopatia
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 6
História da Ciência PUC/SP
Mestre – 2002
Doutora – 2010
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WEB e ciaDesde 1994
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Pressupostos
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Pensamento biológico
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Pensamento biológico
Ver tudo do ponto de vista do ser vivo
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Pensamento biológico
e
pensamento clínico
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Pensamento biológico
e
pensamento clínico
Saúde - doença
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Pensamento biológico
Visão biológica
Ver tudo do ponto de vista de um ser vivo
Sistemas complexos, dinâmicos, abertos.
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Abordagem transdisciplinar
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Abordagem transdisciplinar
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Abordagem
transdisciplinar
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Ab
ord
age
m
tran
sdis
cip
linar
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Abordagem
transdisciplinar
Interfaces de
ciência –arte e cultura –educação
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Redes
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Redes
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Redes
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Redes
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Redes
Funcionar/ver / pensar
Em Redes
Visão sistêmica
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Pesquisadora
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Pesquisadora
História da Ciência
Doutorado (2010)
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Pesquisadora
História da Ciência
Doutorado
“Não sei quase nada, mas sei onde procurar...”
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Questões
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Questões: Ser Vivo
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Questões:
Ser Vivo
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Questões:
Fisiologia
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Questões: Fisiologia
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Princípio vital, vitalismo e a proposta de uma fisiopatologia
vitalista.
Uma abordagem teórica de um problema que afeta:
• A Homeopatia
• O Estudo do ser vivo
• Como se estuda o ser vivo
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E que busca estudar fatores, situações, fatos, teorias, conceitos
pré Hahnemann.
... e vistos por uma historiadora que tem formação em clínica e em
Homeopatia.
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Introdução
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‘Princípio vital’, ‘vitalismo’ e ‘fisiopatologia vitalista’
Um panorama particular da
França entre os anos de 1770 e 1820, em
estreita correlação com a faculdade de medicina
de Montpellier e os meios científicos de Paris, em
oposição a faculdade de Paris.
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‘Princípio vital’ ‘vitalismo’
Criação de fisiólogos do período
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‘fisiopatologia vitalista’
Criação da autora
São componentes de um mesmo conjunto teórico construído ao longo do tempo por
diversos campos do saber
Necessitam ser analisados para que se entenda melhor a sua dinâmica, o seu contexto, o seu
conteúdo e sua construção.
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Esses termos, e seus respectivos conceitos,
se encaixam em uma categoria que podemos
chamar de ‘vitalismo médico de Montpellier’
(uma designação dada a posteriori)
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Pressupomos que sem que um conceito seja
estudado em seus próprios termos,
em sua época e dentro de seu modelo de ciência
específico e explicitado,
para que depois seja montado um encadeamento
com outros conceitos,
não se constrói uma rede conceitual-histórica
fidedigna.
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O processo de construção do trabalho
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grupo de pesquisa do CESIMA e seu método geral de pesquisa em História da Ciência.
Estudar os conceitos, os autores e
suas obras dentro da dimensão em
que foram concebidos e na qual foram
expressas.
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Através de
documentos
as suas tramas e urdiduras e as de suas fontes,
suas contextualizações e textualizações, e
as condições que contornam nossas escolhas,
delimitando nossa pesquisa
e nossa atuação como pesquisadores.
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Analisamos o trabalho feito pelo pesquisador ao trabalhar seus objetos,
analisamos o que foi estudado sobre ele e
analisamos o que outros autores consideraram sobre o autor e sua época.
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O documento
componentes Rede conceitual histórica
tempo
Interfaces
Vários campos do saber
Conjuntos teóricos
Sua construção Sua dinâmica Seu contexto Seu conteúdo
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Método
A análise de um documento
fontes Seu autor
fontes
fontes
fontesNosso
documento (1)
fontes
Lit. 2ª Lit. 2ª Lit. 2ª Lit. 2ª
tempo Análise historiográfica (2)
“contexto”, o que o cerca (3)
HistóriaSociedade
Religião Arte: música,
pintura, literatura,etc
Educação
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(1) A análise do documento
(2) A análise historiográfica
(3) A análise do que o cerca
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(1) O documento
Estudamos o texto através de uma análise de
argumentos, de sua coerência interna e vínculos
com outros textos, onde fazemos uma análise
do texto por ele mesmo, pelos dados que
fornece.
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(2) A análise historiográfica
Fazemos uma análise que implica na leitura
bidirecional texto-contexto, na procura por
indicações de continuidades e permanências de
conceitos, teorias e métodos científicos no
decorrer do tempo.
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(3) O que o cerca
Todo autor está imerso num universo particular, marcado por direções e influências específicas que
nos dão um sentido maior que somente a análise e a crítica do texto nos dariam.
Devem ser levadas em conta as especificidades dos contextos e discursos que formam e marcam as
concepções científicas de épocas diversas.
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Os termos e sua história
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Os termos e sua história
Barthez
Paul-Joseph Barthez (1734-1806) médico e fisiologista francês, estudou e dirigiu a faculdade de medicina de Montpellier.
Um fator determinante na literatura que se seguiu a partir do final do século XIX, entre dois períodos muito significativos da história da fisiologia médica.
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Os termos e sua história
Barthez
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Revolução Francesa
– Antes, durante e depois (reabilitado por Napoleão).
Mudanças na profissão médica, na saúde pública (hospitais) e no ensino da medicina na França.
Iluministas e enciclopedistas.
Paris e Montpellier – rivalidade “eterna”.
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Barthez
Sua principal obra, Nouveaux Éléments de la
Science de l`Homme, foi publicada em 1778, e é
onde ele propõe um método de estudo e de
compreensão fisiopatológica para o ser vivo.
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 56
Barthez
Suas obras podem ser agrupadas em três fases:
de 1772 a 1774, a sua fase mais geral,
obras foram escritas em latim e
ele expõe, em sua obra Oration Academica de Principio Hominis Vitali (1772-1773), sua teoria do ‘princípio vital’, que ele detalhou na obra seguinte,
Nova Doctrina de Functionibus [Fonctionibus] Naturae (1774);
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 57
Barthez
a fase que vai de 1778 a 1801,
ocorre a fundamentação de suas teorias obras escritas em francês,
propõe, na obra Noveau Éléments de La Science de l’Homme de 1778, um novo modelo fisiológico,
coerente com uma proposta de abordagem de um ‘Homem Inteiro’ (Homme Entiere).
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Barthez
a fase que vai de 1778 a 1801,
ocorre a fundamentação de suas teorias obras escritas em francês,
Que por sua vez estava inserida em uma proposta geral de conhecimento, a ‘Ciência do Homem’
(Science de l’Homme).
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Barthez
e fase a que vai de 1801 a 1806,
ocorre a aplicação de suas teorias em suas práticas médicas,
obras estas escritas em francês.
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Barthez
Em todas estas fases o que se observa é a evolução do conceito
de ‘princípio vital’.
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Barthez
Quando se fala em Barthez é muito comum o uso da expressão ‘princípio vital’ para caracterizar o que
seria seu ‘vitalismo’.
O conceito de ‘princípio’, apesar de muito utilizado em sua obra, era um conceito aplicado a várias
áreas e que fazia parte do contexto científico de sua época.
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 62
Barthez
O desenvolvimento de uma ‘fisiologia do homem’, nas palavras do próprio Barthez:
“... são as forças do Princípio Vital do homem, suas comunicações ou simpatias, sua reunião
em sistema, suas modificações distintas dentro dos temperamentos e da idade e sua extinção à
morte” .
P-J. Barthez, Nouveaux éléments de la science de l'homme, v.1, pp.35-6.
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Barthez
Para ele o uso do termo ‘princípio vital’ teria duas finalidades:
uma, seria a de usar uma expressão que possibilitasse “encurtar o cálculo analítico dos
fenômenos”
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 64
Barthez
A outra teria a função de indicar que o fenômeno da
existência da vida em um ser vivo se dá através de algo,
que tinha as características de poder vir de fora do corpo
do ser ou não, que tinha a característica de não ser a
alma e também de estar intimamente ligado à matéria a
quem dava esta vida, mas não ser gerado por essa
matéria.
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 65
Barthez
A esse algo Barthez deu o nome ‘princípio vital’.
P-J. Barthez, Nouveaux éléments de la science de l’homme, v.1, p. 18-9, p. 2.
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Barthez
Em Noveau Éléments de La Science de l’Homme,
Barthez afirma que “...eu chamo de Princípio
vital do homem a causa que produz todos os
fenômenos da vida no corpo humano.
O nome dessa causa é assaz indiferente e pode
ser dado à vontade.”
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Barthez
O que caracterizaria a dinâmica fisiológica de
Barthez pode ser colocado nos seguintes termos:
O que faz a vida ocorrer seria o ‘princípio vital’,
mas ele não definiria que ela é.
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 68
Barthez
Esse ‘princípio vital’ agiria através de forças
que produziriam todos os fenômenos da
vida no corpo humano, desde seu início até
seu fim.
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Os termos e sua história
Dumas
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Dumas
O médico e fisiologista Charles-Louis Dumas (1765 –1813), no prefácio de sua obra Principes de Physiologi, de 1800, cita três grandes direções nos estudos anatomo-fisiológicos que dariam origem a diferentes hipóteses:
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Dumas
A materialista
A espiritualista
A de outros fisiológos .
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 72
Dumas
A terceira, de outros fisiológos que consideram que todos fenômenos da vida não são devidos nem à matéria e tampouco à alma, mas a um princípio intermediário que possui faculdades tanto como de um, como de outro, e que regra, dispõe e ordena todos os atos de vitalidade, sem ser movido por estímulos físicos do corpo material, nem dirigido pelas afecções morais ou previsões intelectuais do próprio pensamento.
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 73
Dumas
Destas três ‘seitas’ derivariam todas as outras, que para Dumas estariam dividindo os fisiólogos:
a primeira dos mecânicos e dos químicos,
a segunda dos animistas e dos stahlinianos,
a terceira dos vitalistas.
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 74
Dumas
A terceira orientação :
Barthez, responde a Dumas
...mas a um princípio intermediário que possui faculdades tanto como de um, como de outro, e que regra, dispõe e ordena todos
os atos de vitalidade...
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 75
Dumas
E foi aqui que o termo ‘vitalista’ foi cunhado e definido, ou seja, em 1800.
(‘princípio vital’ em 1772)
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 76
Os termos e sua história
Vitalismo
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 77
O vitalismo
Vitalismo é um termo usado para indicar
qualquer doutrina filosófica, médica ou
biológica que considere os fenômenos vitais
como irredutíveis aos fenômenos físico-
químicos.
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 78
Essa irredutibilidade pode ser comum a todas
correntes, mas a forma como elas definem,
qualificam e quantificam esta
irredutibilidade, e o que elas procuram com
isso, varia enormemente.
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 79
Embora este seja um núcleo de definição comum a
todas correntes, doutrinas, e visões ditas
‘vitalistas’, a expressão ‘vitalismo’ na realidade é
ambígua, e apesar de evidências superficiais não
indicarem isto, ela nós remete a vários tipos de
estudos e concepções, com objetivos diversos, e
feitos em épocas diversas.
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 80
Uma de nossas dificuldades em conceituar e
contextualizar apropriadamente o termo
‘vitalismo’ é o fato de que ele foi discutido e
aplicado, com conceitos diferentes, em áreas
diversas, tais como filosofia, biologia, medicina,
química e fisiologia.
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 81
Química,
(usada na obra de Barthez)
Tem, em geral, uma visão muito restrita quando
entende por ‘vitalismo’ uma corrente que afirmava
não ser possível sintetizar um composto orgânico
fora do corpo.
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 82
Química X Vitalismo
... 1828 quando Friedrich Wöhler publicou um trabalho sobre a síntese de uréia, provando que compostos orgânicos podiam ser criados artificialmente e derrubando o vitalismo como base teórica para a distinção entre a matéria animada e inanimada.
(Wikipedia, História da Bioquímica)
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 83
Nunca se deverá esquecer que os
termos ‘vitalista’ e ‘vitalismo’ foram
invenções do século XIX, que foram se
modificando ao longo do tempo.
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 84
Os termos e sua história
Uma fisiopatologia vitalista
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 85
Os termos e sua história
Uma fisiopatologia vitalista
Uma designação dada a posteriori
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 86
Uma fisiopatologia vitalista
A fisiologia, no sentido moderno do termo, é o resultado de um longo processo de
construção.
Na pesquisa realizada durante o mestrado, abordamos a contribuição realizada nesse
sentido por Barthez
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 87
Uma fisiopatologia vitalista
Para Barthez a fisiologia
“..são as forças do Princípio Vital do homem, suas
comunicações ou simpatias , sua reunião em um
sistema, suas modificações distintas dentro dos
temperamentos e das idades e sua extinção à
morte”
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 88
Uma fisiopatologia vitalista
‘Princípio vital’ era o nome da causa experimental
da vida, apresentada a Barthez pela observação da
saúde e das moléstias no homem, ou seja, chegou a
essas conclusões por fatos observáveis e
observados.
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 89
Barthez aborda em sua obra aspectos ‘fisiopatológicos’ do homem :
por que ele é um homem e gera um homem e não outra espécie.
o que são moléstias,
como se dão os movimentos, tanto dos músculos quanto dos órgãos internos,
o que determina a estrutura e a coesão de todas suas partes,
o que o faz envelhecer e morrer.
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 90
Barthez propôs sua fisiopatologia baseado em
uma síntese de várias correntes filosóficas
(“científicas”) e fisiológicas vindas de um vasto
apanhado de tendências do século XVII e
XVIII, e outras anteriores.
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 91
O ponto central de qualquer estudo dito
‘vitalista’ é o ser vivo, e esse fato não deve
jamais ser esquecido, pois os objetivos, os
pressupostos e as conclusões de um estudo
desse tipo jamais serão as mesmas que de
outras correntes fisiológicas.
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 92
Os termos e sua história
Conclusão
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 93
‘Princípio vital’, Barthez
‘Vitalismo’, Dumas
Estes termos, e seus respectivos conceitos, se encaixam em um ‘vitalismo médico de
Montpellier’ que será uma designação dada a posteriori, assim como o termo ‘fisiopatologia
vitalista’ para designar a fisiopatologia de Barthez.
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 94
O dito ‘vitalismo’ de Barthez, assim como de outros
fisiologistas franceses do período, é muito útil
como subsídio para se formar um outro olhar
sobre o estudo do ser vivo em geral, sendo um
tema atual perante as novas visões da química e da
física, e suas interações com a biologia em geral, e
a fisiologia em particular.
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 95
Barthez não se denominou um ‘vitalista’,
não fez nenhum tipo de ‘vitalismo’,
foi um estudioso médico, profundamente envolvido
em um programa de pesquisa fisiopatológica na
França, no século XVIII, na faculdade de medicina
de Montpellier em conjunção com determinados
círculos e sociedades de Paris.
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 96
Vitalismo, Matéria
e o Ser Vivo
MATÉRIA
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 98
Matéria
Viva Morta ou bruta
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 99
• Gregos
• Filosofia
• Pré-socráticos
• Aristóteles
• Anatomia
• Harvey
• Fisiologia
• Médicos
• Filosofia Natural / História Natural
• Filósofos / cientistas (século XIX)
• Disciplinas / especialização
• Biologia
• Célula
• Átomo
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 100
• Gregos (ciência ocidental)
• Filosofia
• Pré-socráticos
• Aristóteles
• Anatomia
• Harvey
• Fisiologia
• Médicos
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 101
• Gregos
• Filosofia (= teoria)
• Pré-socráticos
• Aristóteles
• Anatomia
• Harvey
• Fisiologia
• Médicos
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 102
• Gregos
• Filosofia
• Pré-socráticos (matéria)
• Aristóteles
• Anatomia
• Harvey
• Fisiologia
• Médicos
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 103
• Gregos
• Filosofia
• Pré-socráticos
• Aristóteles (ciência ocidental)
• Anatomia
• Harvey
• Fisiologia
• Médicos
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 104
• Gregos
• Filosofia
• Pré-socráticos
• Aristóteles
• Anatomia
• Harvey
• Fisiologia
• Médicos
• ANATOMIA
• fisiologia
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 105
• Gregos
• Filosofia
• Pré-socráticos
• Aristóteles
• Anatomia
• Harvey (1578 –1657, circulação)
• Fisiologia
• Médicos
• ANATOMIA
• Fisiologia
• Movimento
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 106
• Gregos
• Filosofia
• Pré-socráticos
• Aristóteles
• Anatomia
• Harvey
• Fisiologia
• Médicos
• ANATOMIA
• FISIOLOGIA
• Movimento
• Anatomia animata
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 107
• Médicos
• Filosofia Natural / História Natural
• Filósofos / cientistas (século XIX)
• Disciplinas / especialização
• Mestre de ofícios(mestre – aprendiz)
• GradaçõesMédico de academiaBarbeiro
• “Pesquisa”
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 108
• Médicos
• Filosofia Natural / História Natural (antes do século XIX)
• Filósofos / cientistas (século XIX)
• Disciplinas / especialização
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 109
• Filosofia Natural / História Natural
• Filósofos / cientistas (século XIX)
• Disciplinas / especialização
• Biologia
• Célula
• Átomo
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 110
• Especialização
• Disciplinaridades
• Filosofia Natural / História Natural
• Filósofos / cientistas (século XIX)
• Disciplinas / especialização (século XIX)
• Biologia
• Célula
• Átomo
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 111
• Especialização
Aprofundar o conhecimento
• Disciplinaridades
Dividir o conhecimento
• Filosofia Natural / História Natural
• Filósofos / cientistas (século XIX)
• Disciplinas / especialização (século XIX)
• Biologia
• Célula
• Átomo
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 112
• A palavra, o termo, a disciplina...
• Só a partir do século XIX
• Filosofia Natural / História Natural
• Filósofos / cientistas (século XIX)
• Disciplinas / especialização
• Biologia (começo do século XIX)
• Célula
• Átomo
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 113
• Disciplinas / especialização
• Biologia
• Célula (nome, Robert Hooke, 1660; primeira teoria celular, 1838 por MatthiasJakob Schleiden e por Theodor Schwann)
• Átomo
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 114
• Disciplinas / especialização
• Biologia
• Célula (nome, Robert Hooke, 1660; primeira teoria celular, 1838 por MatthiasJakob Schleiden e por Theodor Schwann)
• Átomo
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 115
• Química
• Física
• Filosofia Natural / História Natural
• Filósofos / cientistas (século XIX)
• Disciplinas / especialização
• Biologia
• Célula
• Átomo (conceitos mais modernos, a partir de 1800)
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 116
• Química
• Física
• Filosofia Natural / História Natural
• Filósofos / cientistas (século XIX)
• Disciplinas / especialização
• Biologia
• Célula
• Átomo (conceitos mais modernos, a partir de 1800)
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 117
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 118
Como se vê o ser vivo Como se
pensa que o ser vivo é
Como se pensa que o ser vivo “funciona”
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 119
Como se vê o ser vivo
Como se pensa que o ser vivo é
Como se pensa que o ser vivo “funciona”
Como se estuda o ser vivo
Como se estuda o ser vivo
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 120
Como se estuda o ser vivo
O vital
Vida
A matéria
Definições de vida
Definições de matéria
Definições de ser vivo
O vital da matéria
A vida na matéria
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 121
Como se estuda o ser vivo
O vital
Vida
Matéria
Definições de vida
Definições de matéria
Definições de ser vivo
O vital da matéria
A vida na matéria
Como a vida “funciona” na matéria
Fisiologia
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 122
Como se estuda o ser vivo
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 123
Como se estuda o ser vivo
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 124
Como se estuda o ser vivo
• E o que vem acontecendo, dos gregos até aqui, não um “vitalismo”, mas diferentes modos de se estudar vida, matéria e o ser vivo.
• E que ocorreu inclusive com Barthez.
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 125
Como se estuda o ser vivo
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 126
Biomimética
• Biomimicry or biomimetics
• Bionics, bio-inspiration, and biognosis.
http://en.wikipedia.org/wiki/Biomimicry
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 127
Biomimética
• A biomimética é uma área da ciência que tem por objetivo o estudo das estruturas biológicas e das suas funções, procurando aprender com a Natureza (e não sobre ela) e utilizar esse conhecimento em diferentes domínios da ciência.
• Provém da combinação das palavras gregas bíos, que significa vida e mímesis que significa imitação.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Biomim%C3%A9tica
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 128
Biomimética
Dito de modo simples,
a biomimética é a imitação da vida.
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 129
Biomimética
• Trata-se de uma área multidisciplinar que pode envolver diversos ramos da ciência, tais como Biologia, Química, Física, Informática, Matemática e Electrónica.
• Na Natureza existem vários milhões de espécies das quais menos de dois milhões estão catalogadas até agora. Isto representa uma gigantesca base de dados de soluções inspiradas em sistemas biológicos para a resolução de problemas de engenharia e de outros campos da tecnologia.
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 130
Biomimética
Velcro
Desenvolvido a partir de 1941 pelo engenheiro George de Mestral a partir da observação de sementes de grama dotadas de espinhos e ganchos que se prendiam nos pelos de seu cão.
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 131
Biomimética
Superfícies de baixo atrito
Inspirada na forma como a pele dos
peixes reage ao contato com a água.
A mesma tecnologia tem sido
aplicada também em cascos de
navios, submarinos e mesmo aviões.
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 132
Biomimética
Telas "asa-de-borboleta“
São superfícies de visualização de baixíssimo consumo de energia, baseadas na forma como as asas de borboletas refletem a luz.
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 133
Biomimética
Turbina "WhalePower“
Inspirada na forma das nadadeiras da baleia jubarte, as lâminas nervuradas desse tipo de turbina eólica produzem 32% menos atrito e 8% de deslocamento de ar que as lâminas lisas convencionais.
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 134
Biomimética
Efeito lótus
Baseado na forma como as folhas do lótus repele a água e a sujeira, diversas soluções estão sendo desenvolvidas pela indústria para aplicação em tecidos, metais, para-brisas de aviões e faróis de automóveis.
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 135
Biomimética
Design
“mergulhando”
na Biologia
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 136
Biomimética
Design
“mergulhando”
na Biologia
Sustentabilidade
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 137
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 138
“Reflexões Vitalistas”
Questões
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 140
Questões
Questõessão a base de qualquer reflexão...
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 141
Questões
• O que é um ser vivo ? Como define “vida”?
• Quais são as diferenças entre a ‘matéria animada’ ( o ser vivo) e a ‘matéria inanimada’ (objetos) ?
• Como explica que o paciente sofra de sintomas, mas os exames não evidenciem lesão orgânica alguma?
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 142
Questões
• Qual supõe que seja o mecanismo de açãodos medicamentos da terapêutica convencional?
• Qual supõe que seja o mecanismo de açãodo medicamento homeopático?
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 143
Questões
• Quando você prescreve um medicamento convencional, o que espera que ele faça?
• Depois de prescrever um medicamento convencional, a que você atribui reações inesperadas no paciente?
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 144
Questões
• O que é um ser vivo ? Como define “vida”?
• O que entende pelo termo “Vitalismo”?
• Como você considera na atualidade seu paciente? Como você aplica a noção de “vida” em sua prática clínica cotidiana?
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 145
Questões
• O que entende pelo termo “Vitalismo”?
Vitalismo = Fisiologia vitalista
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 146
Problemas
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 147
Problemas :
1) Como o corpo dos seres vivos superiores,
levando em conta sua extrema complexidade,
consegue funcionar sem entrar em colapso?
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 148
Problemas :
2) Um relojoeiro pode analisar o funcionamento geral de um relógio, desmonta-lo para analisar suas partes, remontar e analisar novamente seu relógio.
Não podemos fazer isso com um ser vivo, nem para pesquisa e nem para a clínica.
Sempre que ‘desmontamos’ um ser vivo, extrapolamos o resultado para outros, ‘montados’.
Aqui o problema maior é quando se retira o sentido de ‘fazer analogia’ e se coloca o sentido de ‘igual’.
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 149
Problemas :
3) Como medicar os seres vivos não só sabendo sua fisiologia, mas realmente levando em conta sua fisiologia – seus padrões de funcionamento, suas interações de órgãos, moleculares, celulares, bioquímicas ?
Como medicar levando em conta o que veio antes, o agora e o depois da patologia ?
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 150
Problemas :
4) ‘Vida’ se deve à forças gerais, puramente físico-químicas, que atuam nos corpos pelas disposições ou combinações de matéria?
Ou as propriedades dessa vida são inexplicáveis fora da hipótese de ‘algo’, distinto da matéria (ou não...), atuando no ser vivo?
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 151
Problemas :
5) O genótipo, mesmo apesar do quão profundamente o analisemos, não pode predizer o fenótipo atual, somente pode nos dar o conhecimento de um universo de possíveis fenótipos.
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 152
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 153
E...
Porque não usar o Vitalismo
como uma das maneiras de se olhar o ser vivo?
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 154
O Vitalismo que se usa em Homeopatia é aquele integra um conjunto de sistemas usados, ao longo da história, para explicar as funções nos corpos dos seres vivos.
E é importante lembrar o fato de que a fisiologiaque se aprende na faculdade funciona como pressuposto, e ao mesmo tempo como padrão de pensamento, para a clínica.
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 155
Para o Vitalismo, em um sentido amplo, os seres vivos têm um modo de ser qualitativamente diferente da matéria bruta/inerte/inanimada.
Portanto, as leis que explicam um não são as mesmas que explicam o outro.
Em um sentido mais estrito, além da definição acima se acrescente o fato de ser atribuído ao ser vivo um princípio constitutivo, operativo e conservativo.
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 156
Pode-se talvez explicar setorialmente o funcionamento de partes do corpo por leis físico-químicas.
Mas não se pode explicar a vida.
Então as leis da física e da química são aplicáveis aos seres vivos?
Sim, mas há algo nos seres vivos, na matéria viva, que faz com que as manifestações dessas leis possam ser diferentes das gerais, conforme sua necessidade fisiológica.
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 157
Tanto se pode dizer que a física e a química geral ainda não chegaram ao grau de evolução (complexidade) observada nos seres vivos, como se pode dizer que são diferentes.
Ou mesmo que são instrumentos de pesquisa para o estudo da matéria viva.
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 158
O Vitalismo que usamos em Homeopatia tem alguns conceitos fundamentais:
1) Dinamismo (sempre dinâmico, sempre em movimento).
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 159
O Vitalismo que usamos em Homeopatia usa alguns conceitos fundamentais:
2) Complexidade
(O homem, o ser vivo, é complexo, pois nele ocorrem uma série de eventos ao mesmo tempo, coordenados, interagindo entre si, ao mesmo tempo.
E estas interações são imponderáveis.
Tem por conseqüência a diversidade, a realidade, a imprevisibilidade absoluta.
Ao mesmo tempo em que é um todo indissolúvel, é um ser semelhante, mas não igual aos demais).
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 160
O Vitalismo que usamos em Homeopatia usa alguns conceitos fundamentais:
3) princípio vital ou energia vital ou força vital, que é o torna um ser vivo.
É constitutivo (que constitui), operativo (que opera) e conservativo (que conserva) da vida, e atua como um ‘maestro’ do funcionamento do ser vivo.
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 161
O Vitalismo que usamos em Homeopatia usa alguns conceitos fundamentais:
4) considera o ser vivo como uma unidade autônoma,
que é diferente da matéria bruta, que tem uma fisiologia e uma fisiopatologia que lhe é própria, com alterações tanto pontuais quanto ao longo do tempo em seu organismo.
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 162
Um sistema autônomo, com características próprias e peculiares, que diferem dos objetos constituídos por matéria bruta, apesar de ser constituído por ela;
que continuamente está interagindo com seu meio ambiente (sistema aberto).
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 163
É formado por características herdadas de seus pais e através deles, de seus antepassados; por características próprias; e por influência do meio ambiente, além de influências das interações de todos os anteriores.
Esta sua interação com o meio ambiente é o que o faz viver: ter sensações, crescer, adoecer, se curar. É o que possibilita sua dinâmica de vida.
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 164
Muitas vezes, muito mais do que deveríamos, nos acostumamos com o que nos cerca, e não indagamos mais.
Nosso objeto de trabalho, o paciente, é uma destas coisas.
Afinal, o que é vida?
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 165
Por que a Homeopatia age também na
vida desse indivíduo e não só em sua
matéria bruta, que em boa parte o
compõe.
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 166
A Homeopatia, quando se propõe a ser vitalista, olha do ser vivo não só a matéria que o
compõe, mas também aquilo que o faz estar vivo.
E trabalha terapêuticamente essas duas coisas, porque o medicamento homeopático possibilita
isso.
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 167
Mas se o clínico não consegue, ou não quer, ver esses dois aspectos do ser vivo, ele continua tratando só a matéria bruta de seu paciente,
apesar de usar uma terapêutica homeopática.
Então ele será sempre um clínico que usa a Homeopatia, mas não um homeopata.
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 168
Sugestõesde
Leitura
Sugestões de Leitura
• WAISSE-PRIVEN, S. . Hahnemann: Um Médico de seu Tempo. São Paulo: EDUC/FAPESP, 2005. v. 1. 131 p.
• WAISSE PRIVEN, S.I. . d & D: duplo Dilema. du Bois-Reymond e Driesch, ou a vitalidade do Vitalismo. 1a. ed. São Paulo: Educ; Fapesp, 2009. v. 1. 340 p.
• CIMINO, Guido, DUSCHENEAU, François. Vitalisms: from Haller to the Cell Theory. Proceedings of the Zaragoza Symposium XIXth International Congress of History of Science 22-29 August 1993, Firenze, Olschki, 1997.
8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 170
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