UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
PARÂMETROS FISIOLÓGICOS E TRICOLÓGICOS NA AVALIAÇÃO
DO CONFORTO TÉRMICO EM BOVINOS DE CORTE
Ariadne Pegoraro Mastelaro
Orientador (a): Dra. Eliane Sayuri Miyagi
GOIÂNIA
2016
i
ii
ARIADNE PEGORARO MASTELARO
PARÂMETROS FISIOLÓGICOS E TRICOLÓGICOS NA AVALIAÇÃO
DO CONFORTO TÉRMICO EM BOVINOS DE CORTE
Dissertação apresentada para obtenção do
título de Mestre em Zootecnia junto à Escola
de Medicina Veterinária e Zootecnia da
Universidade Federal de Goiás
Área de concentração:
Produção Animal
Orientadora:
Dra. Eliane Sayuri Miyagi – UFG/ Goiânia
Comitê de orientação:
Co – Orientadora: Dra. Fabiana Villa Alves
– Embrapa Gado de Corte
Dr. Paulo Hellmeister Filho – UFG/Goiânia
GOIÂNIA
2016
iii
iv
v
Aos meus pais, José Carlos Mastelaro e Ivanilde Pegoraro Mastelaro, dedico
vi
AGRADECIMENTOS
A Deus, que me dá saúde para enfrentar os obstáculos e dificuldades empostas.
A professora Dra. Eliane Sayuri Miyagi, pelo apoio intelectual e emocional.
A CAPES, pela concessão da bolsa.
A Dra. Fabiana Villa Alves, pela co–orientação, apoio cientifico e confiança
depositada durante a realização do experimento.
Ao Dr. Gilberto Romeiro de O. Menezes, pelo o apoio nas análises estatísticas.
A professora Dra. Melissa Selaysim Di Campos, pela amizade.
A Fazenda São Carlos, Três Lagoas/ MS, pela disponibilização dos animais
experimentais.
Ao CNPq, Fundect e Embrapa, pela concessão de recursos financeiros para a
realização das coletas e análises laboratoriais.
Aos funcionários da Embrapa Gado de Corte/ MS, em especial Odivaldo Nantes
Goulart, Paulino Gauna Gomes e Valdir de Oliveira Acosta, pelo apoio nas coletas dos dados.
Aos meus colegas e amigos da Pós-graduação: Marcus Vinicius, Guilherme Medeiros,
Helder Oliveira, Marta Moi, Lorena Motta e Vanessa Assis, pela amizade e por ter criado
vínculos fora da Universidade.
Ao grupo de estudos em ILPF da Embrapa Gado de Corte, em especial ao Nivaldo
Karvatte Junior, Anderson Ramires Candido, Laís Mattos Oliveira, Natália Ajala e Bruna
Ferrari, pelo apoio nas coletas dos dados e análises de pelo.
Aos amigos feitos em Goiânia, que me acolheram e me ajudaram em tudo.
A minha família, que me apoia e me incentiva a continuar buscando caminhos
melhores.
Aos docentes e funcionários do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia da UFG/
Goiânia.
OBRIGADA a todos
vii
“Se não puder voar, corra. Se não puder correr, ande. Se não puder andar, rasteje, mas
continue em frente de qualquer jeito”.
Martin Luther King
viii
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS .............................................................................................................. ix
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ................................................................................ x
RESUMO .................................................................................................................................. xi
ABSTRACT ............................................................................................................................. xii
Capítulo 1 - Considerações Iniciais ............................................................................................ 1
1. Introdução ............................................................................................................................... 1
1.1 Termorregulação em bovinos ........................................................................................... 3
1.2 Mecanismos de produção de calor e perda de calor ......................................................... 3
1.3 Adaptação ......................................................................................................................... 4
1.5 Diferenças adaptativas entre zebuínos e taurinos ............................................................. 5
1.6 Respostas fisiológicas ....................................................................................................... 6
1.7 Características do pelame ................................................................................................. 7
1.8 Sudação em bovinos ......................................................................................................... 7
1.9 Avaliações do ambiente térmico ....................................................................................... 7
2. Objetivos gerais e específicos................................................................................................11
3. Referências............................................................................................................................12
Capítulo 2 – Artigo Científico “Características morfo-fisiológicas de bezerras de diferentes
grupamentos genéticos, em ambiente termicamente estressante”, redigido conforme as normas
da revista Pesquisa Agropecuária Brasileira/ PAB (ANEXO II). ............................................ 17
Introdução ........................................................................................................................... 19
Material e Métodos ............................................................................................................. 21
Resultados e Discussão ....................................................................................................... 26
Conclusões ........................................................................................................................... 30
Agradecimentos ................................................................................................................... 30
Referências .......................................................................................................................... 30
Capítulo 3 – Considerações finais ............................................................................................ 39
ANEXO I ................................................................................... Erro! Indicador não definido.
ANEXO II ................................................................................................................................ 41
ANEXO III ............................................................................................................................... 54
ix
LISTA DE TABELAS
TABELA 1- Índices de conforto térmico, à sombra e ao sol, em março de 2015
(primeira coleta) ...................................................................................34
TABELA 2- Índices de conforto térmico, à sombra e ao sol, em agosto de 2015
(segunda coleta) de 2015.......................................................................34
TABELA 3- Médias de quadrados mínimos das variáveis fisiológicas, taxa de sudação
e temperatura superficial de bezerras de corte de quatro grupos genéticos
mantidas em pastagem, no Centro-Oeste
brasileiro...............................................................................................35
TABELA 4- Médias de quadrados mínimos das variáveis fisiológicas, taxa de sudação
e temperatura superficial de quatro grupos genéticos de bezerras de corte,
mantidas em pastagem no Centro-Oeste brasileiro, em dois períodos
experimentais (março e agosto), em 2015..............................................35
TABELA 5- Correlações entre as variáveis fisiológicas de bezerras de diferentes
grupamentos genéticos e índices de conforto térmico, à sombra e ao
sol...........................................................................................................36
TABELA 6- Características morfológicas de bezerras de quatro grupos genéticos,
mantidas em pastagem no Centro-Oeste brasileiro. ...............................37
TABELA 7- Características morfológicas de bezerras de quatro grupos genéticos,
mantidas em pastagem no Centro-Oeste brasileiro, em dois períodos
experimentais (março e agosto) de 2015................................................37
TABELA 8- Correlações entre características morfológicas de bezerras de quatro
grupos genéticos e índices de conforto térmico, à sombra e ao sol.......38
x
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ICP - Ângulo de inclinação dos pelos
ANGNEL - ½ Angus x ½ Nelore
TRI - ¼ Brahman x ¼ Nelore x 2/4 Senepol
CTR - Carga térmica de radiação
NP - Cobertura de pelame
CP - Comprimento médio do pelo
CORPE - Cor da pele
CORPM - Cor do pelame
DM - Densidade média do pelo
DP - Diâmetro médio do pelo
EP - Espessura da capa de pelame
FC - Frequência cardíaca
FR - Frequência respiratória
ITGU - Índice de temperatura de globo negro e umidade
ITU - Índice de temperatura e umidade
NEL - Nelore
PP - Peso dos pelos
SEN - Senepol
TS - Taxa de sudação
TR - Temperatura retal
Tbs - Temperatura de bulbo seco
Tg - Temperatura de globo negro
Tpo - Temperatura de ponto de orvalho
TSPE - Temperatura superficial da pele
Ta - Temperatura do ar
TSPM - Temperatura superficial do pelame
TSM - Temperatura superficial média
UR - Umidade relativa
Vv - Velocidade do vento
xi
RESUMO
Objetivou-se avaliar as respostas fisiológicas e características morfológicas de bovinos
pertencentes a quatros diferentes grupos genéticos, com diferentes graus de adaptabilidade ao
calor, criados em pastagens no Centro – Oeste brasileiro. O experimento foi realizado em dois
períodos experimentais (março e agosto de 2015), na Fazenda São Carlos, município de Três
Lagoas (MS). Foram utilizadas 54 bezerras recém-desmamadas, provenientes de quatro grupos
genéticos, sendo 14 Nelore, 14 Senepol, 12 ½ Angus x ½ Nelore e 14 ¼ Brahman x ¼ Nelore
x 2/4 Senepol, com idade, ao início do experimento, de cinco a sete meses. O peso vivo médio
inicial dos animais foi de 197,0 kg (Nelore), 169 kg (Senepol), 235 kg (½ Angus x ½ Nelore),
e 233 kg (¼ Brahman x ¼ Nelore x 2/4 Senepol). O delineamento experimental foi inteiramente
casualizado, com quatro tratamentos (raças), em que as repetições são os animais dentro de
cada grupamento genético. Foram mensuradas a temperatura (retal, superficial da pele e
superficial de pelame), frequência cardíaca, frequência respiratória e taxa de sudação. Além
disso, foram determinadas algumas características morfológicas do pelo na região dorsal. Para
caracterização do ambiente, foram coletadas a temperatura de bulbo seco, temperatura de globo
negro, temperatura de ponto de orvalho, velocidade do vento e umidade relativa do ar, ao sol e
à sombra, para a determinação dos seguintes índices de conforto térmico: índice de temperatura
e umidade, índice de temperatura de globo e umidade, e carga térmica de radiação. Entre as
características adaptativas, apenas as que se referem ao pelo apresentaram diferenças entre os
grupamentos genéticos (p<0,05), sendo que o grupo genético ½ Angus x ½ Nelore apresentou
os maiores valores de comprimento, diâmetro, número de pelos, densidade média e espessura
da capa de pelame, em ambos os períodos avaliados (março e agosto). Para as variáveis
fisiológicas, não houve diferença estatística entre os grupamentos genéticos (p>0,05), fato que
também se verificou nos períodos avaliados (p<0,05). Conclui-se, assim, que a escolha de raças
com características compatíveis com o ambiente criatório é fator importante na eficiência do
sistema de produção.
Palavras-Chave: estresse térmico, gado de corte, ITU, pelame, taxa de sudação.
xii
ABSTRACT
This study aimed to evaluate the physiological responses and morphological characteristics of
cattle belonging to four different genetic groups with different degrees of heat adaptability,
raised in pastures in the Center - West of Brazil. The experiment was conducted in two
experimental periods (March and August 2015), at São Carlos Farm, Três Lagoas (MS). 54
calves recently weaned from four genetic groups were used, 14 Nellore, 14 Senepol, 12 ½
Angus x ½ Nelore and 14 ¼ Brahman ¼Nelore x 2/4 Senepol, with age, in the beginning of the
experiment, five seven months. The average weight of the animals was 197.0 kg (Nelore), 169
kg (Senepol), 235 kg (½ Angus x ½ Nellore) and 233 kg (¼ Brahman x ¼ Nellore x 2/4
Senepol). The experimental design was completely randomized, with four treatments (breeds),
where repetitions are the animals within each genetic group. They measured the temperature
(rectal, superficial skin and superficial hair coat), heart rate, respiratory rate and surface skin
temperature, surface temperature of fur and sweat rate. Moreover, it was determined some
morphologic characteristics of the dorsal region. To characterize the environment, there were
collected dry bulb temperature, black globe temperature, dew point temperature, wind speed
and relative humidity, the sun and the shade, to determine the following thermal comfort
indexes: index temperature and humidity, globe temperature and humidity index, and radiation
heat load. Among the adaptive features, only those relating to the present differences between
the experimental groups (p <0.05), and the genetic group ½ Angus x ½ Nellore showed the
highest values of length, diameter, number of hair, density medium and thickness of the hair
coat cover in both evaluation periods (March and August). For physiological variables, there
was no statistical difference between the experimental groups (p> 0.05), a fact that was also
found in the evaluated periods (p <0.05). It follows, therefore, that the choice of breeds with
characteristics consistent with the breeding environment is an important factor in the production
system efficiency
Keywords: Heat stress, beef cattle, ITU, hair coat, sweating rate.
1
Capítulo 1 - Considerações Iniciais
1. Introdução
Uma grande parte do território brasileiro está localizada na faixa intertropical. Destaca-
se uma situação de estresse térmico por calor1, podendo inferir que a maioria do rebanho
brasileiro se encontra em algum grau de estresse. Paradoxalmente, poucos são os trabalhos
científicos nacionais que abordam especificamente o tema.
Os parâmetros climáticos afetam de forma direta e indireta os animais, estando eles
estabulados ou a céu aberto. Neste último, quando em regiões tropicais, a elevada incidência de
radiação solar, associada às altas temperaturas, pode gerar desconforto térmico e estresse por
calor, conforme a tolerância do animal2,3,4. Neste caso, dependendo do nível de adaptação do
animal ao ambiente, podem ocorrer alterações no comportamento ingestivo e parâmetros
fisiológicos, como a temperatura corporal, frequência respiratória, batimentos cardíacos e taxa
de sudorese, além de mudanças tricológicas, todos indicativos de estresse térmico2.
Sabe-se que o desempenho satisfatório de bovino é dependente de uma faixa de
temperatura denominada Zona de Conforto Térmico (ZTC), que corresponde a limites de
temperatura (10 e 27°C) nos quais o animal encontra-se em homeostase, sem a necessidade de
uso de artifícios termorreguladores5,6,7. O calor é perdido do corpo por três processos físicos:
radiação, condução, convecção8. Quando há desequilíbrio entre ganho e perdas calóricas são
ativados ajustes fisiológicos em resposta ao calor.
As principais alterações no organismo são a vasodilatação cutânea, que produz
aumento na temperatura da pele e assim facilita as trocas térmicas com o ambiente e a perda
calórica evaporativa, que se dá pelo aumento da sudorese e pelo aumento da frequência
respiratória (polipnéia)9. Quando a temperatura ultrapassa o limite máximo da ZTC, ocorre
redução na eficiência dos processos de perda de calor e o animal entra em estresse pelo calor10.
No caso de animais de produção, muitos dos mecanismos de dissipação de calor podem
comprometer funções fisiológicas importantes e nem sempre são suficientes para manter a
temperatura em níveis aceitáveis, comprometendo as funções celulares e, por consequência a
taxa de crescimento, produção de leite, sobrevivência embrionária, desenvolvimento fetal,
qualidade espermática, entre outros11.
Na produção de bovinos, algumas estratégias podem ser utilizadas a fim de melhorar
o desempenho e bem-estar animal em situações de estresse térmico, como exemplo, o uso de
raças adaptadas (zebu ou taurino adaptado) ao ambiente tropical ou alterações no ambiente,
2
provendo sombra, artificial ou natural, com o intuito de se reduzir a incidência solar12. Desse
modo, os bovinos zebuínos e seus cruzamentos são os mais indicados para a produção nos
trópicos pois possuem uma melhor capacidade termorreguladora, devido às diferenças na taxa
metabólica, consumo de água e alimento, taxa de sudação e características do pelame e pele13.
Contudo os bovinos taurinos, iniciam a busca por sombra quando a temperatura excede 20°C14,
devido uma menor capacidade termorreguladora.
Assim, o uso do sombreamento em regiões quentes, como no Centro-Oeste
brasileiro também é uma eficiente prática de manejo para reduzir os efeitos indesejáveis do
clima, fornecendo condições de conforto térmico necessárias para a expressão de seu potencial
de produção15, principalmente quando as condições ambientais são estressantes14.
Para determinar as condições ambientais a caracterização e avaliação do ambiente
térmico circunstante utiliza-se índices de conforto térmico, que levam em consideração
parâmetros microclimáticos (temperatura do ar, temperatura de globo negro, umidade relativa,
velocidade do vento, radiação solar, entre outros). Para bovinos, os principais índices utilizados
são: índice de temperatura de globo negro e umidade (ITGU)17 e carga térmica de radiação
(CTR)18. Nos animais a determinação de estresse por calor é feita por mensuração, sendo a
principal forma as respostas fisiológicas (frequência respiratória e temperatura retal)16.
Neste sentido, o ambiente de produção influencia em maior ou menor grau o bem-estar
animal e pode interferir no desempenho produtivo e reprodutivo dos mesmos. Assim ressalta a
importância em se explorar as vantagens dos cruzamentos das raças zebuínas com taurinas e a
necessidade de se determinar indicadores de termotolerância para os diferentes grupos
genéticos, bem como de se instituir métodos mais precisos para determinação de conforto/
estresse térmico.
3
1.1 Termorregulação em bovinos
Os bovinos são animais classificados como homeotermos. Assim, apresentam funções
fisiológicas que se destinam a manter a temperatura corporal constante19 apesar das variações
de temperatura do ambiente20. Sua temperatura corporal quando adultos varia de 38 a 39°C.
A perda de temperatura corporal para o meio ambiente é determinada por alguns
processos. São eles a condução, convecção e radiação (calor sensível), evaporação, via
transpiração e respiração (calor latente). Assim, a hipertermia ocorre quando o fluxo de calor
para o ambiente é menor que o calor produzido pelo organismo21. Quando os animais se
encontram na zona de termoneutralidade os custos fisiológicos são mínimos e a produtividade
aumenta22.
O controle da temperatura dos animais homeotérmicos é função do centro
termorregulador que está localizado no hipotálamo, sendo que as células periféricas
especializadas transmitem as sensações de frio e calor para que o sistema nervoso central passe
essas informações para o hipotálamo23. O centro termorregulador detecta as variações do
ambiente térmico, ou seja, da temperatura, umidade relativa, velocidade do ar e da intensidade
de radiação solar. Assim, quando ocorre o limite crítico superior, o centro termorregulador dá
início à termólise que, em geral apresenta-se superior a 40 movimentos por minutos podendo
atingir níveis alarmantes de dispneia.
Na tentativa de manter a termoneutralidade, os animais utilizam diversos mecanismos
comportamentais e fisiológicos. Nos casos de estresse por calor os animais prostram-se e
abrigam-se da radiação solar sob coberturas que proporcionem sombras. Procuram lâminas de
água ou de terrenos úmidos onde se deitam, diminuem a ingestão de alimentos, aumentam a
ingestão de água, bem como aumentam os batimentos cardíacos, a circulação periférica e a taxa
de respiração e de sudorese24.
1.2 Mecanismos de produção de calor e perda de calor
O calor pode ser produzido por meio de diversos mecanismos25, pode ser transferido
ou perdido pelo organismo por meio da condução, convecção e radiação e evaporação.
A convecção, condução e radiação são chamadas de trocas sensíveis, já que para
ocorrerem elas dependem de um diferencial de temperatura entre a superfície corporal do
4
animal e a temperatura ambiente. Por consequência, quanto maior for essa diferença, mais
eficientes serão essas trocas.
Na transferência de calor por convecção, a perda ocorre pela circulação de moléculas,
entre corpos, sendo um sólido e o outro fluido (líquido como a água, ou gás, como o ar). Nesse
tipo de troca térmica, dois fatores de grande importância são a movimentação do ar e a extensão
da superfície.
Na condução, a perda de calor se dá por contato entre superfícies. Essa é a única forma
de transportar calor do interior do organismo até a periferia e pode ocorrer nos dois sentidos25,
ou seja, também pode ser uma forma de ganhar calor.
Na radiação, o animal irradia calor para outros objetos por meio de ondas
eletromagnéticas26.
Segundo Medeiros e Vieira27 a evaporação é o ar inspirado em contato com a umidade
dos alvéolos pulmonares e das paredes dos condutos respiratórios. Esse processo acarreta a
evaporação que contribui para a perda de calor, designada como latente, e ocorre por meio da
sudorese e respiração. Essa via torna-se a principal forma de dissipação de calor, responsável
por 80 % da perda de calor corporal28.
Em condições de elevada umidade relativa do ar, há dificuldade na evaporação
tornando o ambiente mais estressante para o animal29. Importante observar que a sudorese é
uma característica adaptativa que depende da temperatura da pele, da umidade relativa do ar,
da densidade, tamanho e funcionalidade das glândulas sudoríparas, além da espessura do
pelame. Segundo Muller25, os animais dividem-se em três grupos quanto à sudorese: 1) que
produzem suor verdadeiro, o homem e o cavalo; 2) que suam, os bovinos; 3) que não suam,
como os coelhos.
1.3Adaptação
Adaptação é conceituada como sendo uma mudança de qualquer ser vivo, que reduz a
força fisiológica causada pelo ambiente como um todo. Esta mudança pode ocorrer durante a
vida do organismo (fenotípica) ou ser resultado da seleção em direção à uma espécie ou
subespécie (genotípica). Essas adaptações são herdadas determinando a sobrevivência de uma
espécie em um ambiente. Considera–se um animal adaptado aquele que apresenta o mínimo de
perdas no desempenho produtivo quando está exposto a agentes que possam prejudicar sua
5
saúde e bem-estar30, além de ter boa eficiência reprodutiva, resistência às doenças e parasitas,
alta longevidade e baixa taxa de mortalidade na população.
Segundo Baccari31, a adaptação é o resultado de uma contínua evolução das
populações frentes as mudanças que ocorrem no ambiente no qual foram modeladas durante
alguns bilhões de anos, pelos agentes naturais. Os animais que existem hoje foram resultados
de uma evolução gradativa dos seus antepassados, no qual só continuam vivos aqueles mais
adaptados, ou que conseguiram sobreviver às intempéries.
1.5 Diferenças adaptativas entre zebuínos e taurinos
Em busca de alta produtividade de alimentos de origem animal, o homem enfrenta o
dilema adaptação versus produção. Isso ressalta a importância e influência do ambiente de
produção afetando em maior ou menor grau o conforto térmico, interferindo no desempenho
animal.
A introdução de genótipos de clima temperado nos trópicos não tem sido tão bem-
sucedida. Os animais, quando sobrevivem, ou não se reproduzem ou o seu desempenho é muito
menor que no país de origem. Animais mais adaptados (zebu e taurino adaptado) nos trópicos
ganham mais peso e têm maior crescimento quando bem alimentados, no entanto, seus
desempenhos não alcançam aqueles de genótipos de clima temperado32. O alto desempenho
produtivo de raças taurinas é devido a uma seleção com mais de quinhentos anos em um
ambiente especifico, o que não aconteceu em ambiente tropical33.
A superioridade na termorregulação dos zebuínos em comparação com os bovinos de
raças taurinas é devido a uma menor produção de calor metabólico e uma melhor eficiência em
perder calor para o ambiente, ou a combinação de ambos.
As raças de origem indiana ou africana, como o nelore, são amplamente difundidas em
regiões de clima quente, por serem bem adaptadas. Suas características fenotípicas as
favorecem, seu porte mais alto em relação às demais confere uma maior distância da radiação
por reflexão do solo, a presença de barbela com consequência o aumento da área de transmissão
de calor animal versus ambiente, assim como as características de pelame e pele.
A superfície cutânea é formada pela epiderme e seus anexos (pelos, glândulas
sudoríparas e glândulas sebáceas) que representam o limite entre o organismo e o ambiente,
sendo um indicativo de adaptabilidade. Segundo Silva34, um bovino deve apresentar um pelame
de cor clara com pelos curtos grossos, medulados e bem assentados sobre uma epiderme
6
altamente pigmentada para ser identificado com um animal mais adequado para regiões como
o Mato Grosso do Sul, no qual a descrição confere aos zebuínos. Finch et al.35 relataram que
pelames densos e espessos, típicos de muitas raças taurinas, têm reduzido fluxo de calor por
condução e convecção, o que intensifica os efeitos do estresse térmico.
Em ambientes tropicais os bovinos devem possuir proteção contra a radiação solar
intensa, serem capazes de eliminar através da superfície cutânea o excesso da radiação e
proteger-se da entrada de calor externo.
1.6 Respostas fisiológicas
Os animais reagem ao estresse térmico com mudanças fisiológicas e
comportamentais5. As variáveis fisiológicas são as medidas mais utilizadas para verificar o
conforto animal e sua adaptabilidade a ambientes adversos, principalmente temperatura retal e
frequência respiratória36. Quando essa varia entre 15 e 30 movimentos/min, pode indicar se os
animais utilizaram a evaporação respiratória como mecanismo primário de dissipação de
calor37.
A elevação dos parâmetros fisiológicos, como a taxa respiratória encontra- se a
primeira reação quando os animais são submetidos ao calor37. A sua oscilação para menos ou
mais é diretamente proporcional a duração do estresse ao qual são expostos38. Quando
apresentam um menor índice, podem ser considerados mais tolerantes ao calor39.
Segundo Silanikove10 os valores para frequência respiratória de 40 a 60, 60 a 80 e 80
a 120 movimento/min representam um baixo, médio e alto estresse para ruminantes
respectivamente, e acima de 200 movimento/min severo.
A temperatura corporal é a diferença entre o que o animal produz de calor pelo
ambiente e o que ele dissipa40, sendo utilizada como índice de adaptabilidade em ambientes
quentes41. Segundo Robinson42a temperatura retal normal de bovinos é de 38,0 a 39,3º C.
Quando ocorre um aumento da taxa retal do animal significa que não está sendo dissipado o
calor acarretando em desconforto térmico. West43 observou temperatura corporal maior que
39,2º C e frequência respiratória acima de 60 movimentos por minuto sendo indicativo de
estresse térmico.
Segundo Baccari Júnior44 as avaliações de adaptabilidade dos animais aos ambientes
quentes podem ser realizadas por meio de testes de adaptabilidade fisiológica ou de tolerância
ao calor. Os critérios de tolerância e adaptação dos animais são determinados principalmente
7
através da frequência respiratória e temperatura corporal45. O ponto negativo desses métodos
que utilizam indicadores fisiológicos de estresse é a necessidade de contenção e manipulação
dos animais, o que causa estresse e consequentemente alterações nos resultados46.
1.7 Características do pelame
Segundo Prayaga et al.47, o tipo de pelame é um importante fator determinante do
controle da temperatura corporal. O pelame assume importância fundamental para as trocas
térmicas entre o organismo e o ambiente. O tipo mais vantajoso de pelame para bovino em
regiões tropicais é aquele que apresenta uma capa de pelame branco, com pelos bem assentados
sobre uma epiderme altamente pigmentada.
A transferência térmica através do pelame depende do número de pelos por unidade
de área, do ângulo de inclinação dos pelos em relação à epiderme, de seu diâmetro e do
comprimento. O calor conduzido através das fibras é maior do que o conduzido pelo ar. Deste
modo, quanto maior o número de pelos por unidade de área e quanto mais grossos forem os
mesmos, tanto maior será a quantidade de energia térmica conduzida através da capa. A
resistência térmica da capa pode ser maior pela presença de fibras finas e comprida33. Os efeitos
da espessura do pelame sobre a troca de calor são marcantes e o aumento de três para 10 mm
reduz a perda de calor sensível de bovinos de 17 para 10%48.
1.8 Sudação em bovinos
Em elevadas temperaturas de ambiente, a evaporação torna-se a principal via para a
dissipação de energia térmica dos animais49,50, a qual ocorre na superfície da epiderme, pela
sudação51,52,53,54, e no trato respiratório55,56,57. A perda de calor por evaporação em bovinos
ocorre principalmente no nível da epiderme, respondendo por, aproximadamente, 80% da perda
total58,35,59.
1.9 Avaliações do ambiente térmico
Um ambiente é considerado confortável quando o animal está em equilíbrio térmico com
ele. Se isso não ocorrer, o animal se defende por meio de mecanismos de termorregulação. Isto
8
porque os animais homeotérmicos devem manter a temperatura corporal dentro de limites
estreitos ao longo do dia. Para tanto, deve existir equilíbrio entre a termogênese (produção de
calor) e a termólise (perda de calor) durante esse período. Esses processos são regulados pela
modulação da termogênese e da intensificação de diferentes mecanismos de termólise, a
ativação desses mecanismos se dá principalmente a partir das variações climáticas60.
Neste contexto, a utilização de áreas sombreadas atenua os efeitos de temperatura e
radiação solar elevadas, permitindo, frequentemente, melhores desempenhos produtivos42,61.
Cabe ressaltar que a umidade atmosférica e a temperatura do ar são as maiores responsáveis
pelo conforto/ desconforto térmico animal, sendo utilizada em vários índices desenvolvidos
para se avaliar o ambiente produtivo62.
A umidade relativa (UR), por sua vez, indica quanto o ar está próximo da saturação em
vapor de água63, em porcentagem, pela relação entre pressão parcial de vapor de água e a
pressão de saturação de vapor da água, influenciada pela temperatura do ar. Está quando baixa,
causa desidratação e irritação na pele e mucosas, predispondo o animal a várias patologias62.
No caso de umidade alta, ocorre uma diminuição da perda de calor corporal para o meio,
comprometendo o equilíbrio térmico e favorecendo, juntamente com outros fatores climáticos,
o aumento de agentes vetores de patologias64. Silva64, Baêta e Souza5 consideram como
confortáveis os ambientes com umidade relativa entre 60 e 70%.
No que se refere a radiação solar, Hernandes et al.65 relatam que esta é atenuada pelo
dossel das florestas naturais, atuando diretamente no balanço de energia, podendo interceptar
até 80% da radiação incidente, correspondente a redução de carga de calor radiante (CTR) em
30%66, melhorando as condições ambientais, proporcionando melhorias nas condições de
conforto térmico dos animais
Por fim a variável velocidade do vento pode ser definida como o movimento normal das
massas de ar, que ocorre em razão das diferenças de pressão causadas devido às temperaturas
entre dois meios, sendo influenciado pela altitude, topografia e pela irregularidade do solo. Ela
também está relacionada à retirada da umidade relativa do ar67. Segundo McDowell68,
velocidade de 1,3 a 1,9 m.s-1 são ideais para a criação de animais domésticos, por auxiliarem
nas trocas térmicas, causando preocupação quando atingem 8,0 m.s-1.
Por sua vez, os índices de conforto térmico, podem ser de fácil obtenção, tornando-se
uma ferramenta importante no manejo animal69. Como já acenado, o seu uso é importante na
avaliação do impacto do ambiente sobre os animais, principalmente em condições tropicais,
pois descrevem mais precisamente os efeitos do ambiente físico sobre a habilidade dos animais
em dissipar calor19. Essa importância levou diversos autores a desenvolver medidas ou índices
9
de conforto térmico baseados na combinação destes fatores. Os índices podem ser compostos
pela temperatura e a umidade, como por exemplo o Índice de Temperatura e Umidade (ITU) de
Thom70. Este foi originalmente desenvolvido para avaliar o conforto térmico humano pelo U.S.
Weather Bureau71 e posteriormente adotado para avaliação do conforto térmico de animais. A
partir de estudos Cargill e Stewart72, observaram quedas significativas na produção de leite de
acordo com o aumento nos indicativos de temperatura e umidade.
Segundo Hahn e Mader73, valores de ITU menores ou iguais a 70 são indicadores de um
ambiente não estressante; entre 71 e 78 são críticos; de 79 a 83 a situação é de perigo; e acima
de 83, de emergência. Em um exemplo de sua utilização, Navarini et al.17, sob diferentes
condições de sombreamento e ao pleno sol, encontraram valores de ITU de brando (72 a 78) a
moderado (79 a 88).
Silva62 observou que o ITU é incompleto para se avaliar diferenças entre animais
mantidos no interior de abrigos, à sombra, e sob o sol direto. Dessa forma, Buffington et al.74
propuseram sua modificação, criando o Índice de Temperatura de Globo e Umidade (ITGU).
De acordo com o autor, a temperatura indicada pelo globo proveria a estimativa dos efeitos
combinados da energia radiante procedente do meio, em todas as direções possíveis, da
temperatura do ar e da velocidade do vento, dando assim uma medida de conforto térmico
proporcionado pelo ambiente nestas condições62. Assim, a temperatura de globo negro é uma
maneira de indicar os efeitos combinados da radiação, convecção e sua influência no organismo
vivo. Desta forma, o ITGU seria um índice mais apropriado para determinar o conforto térmico
de animais expostos a condições tropicais, com temperaturas elevadas e radiação solar intensa75.
O National Weather Service76 delimitou valores de ITGU até 74 como situação de
conforto; entre 75 e 78, situação de alerta; 79 a 84, perigo; e acima de 84, situação crítica. Souza
et al.20, obtiveram valores de ITGU, nos horários mais quentes do dia de 87 e 93, à sombra e ao
sol, respectivamente, evidenciando a importância do sombreamento para aumentar o conforto
térmico animal.
Contudo, Silva62 ressalta que, mesmo sendo muito difuso o uso do Índice de
Temperatura e Umidade (ITU) e Índice de Temperatura de Globo e Umidade (ITGU), tais
índices são pouco eficientes, visto que não preveem a radiação solar direta e indireta.
A radiação trocada pelo animal provê uma estimativa dos efeitos combinados da energia
térmica radiante procedente do meio ambiente em todas as direções possíveis, da temperatura
do ar e da velocidade do vento, dando assim uma medida do conforto térmico, desde que se
suponha não haver trocas térmicas por evaporação entre o ambiente e o animal considerado77.
Essa definição não engloba a troca líquida de radiação entre o corpo e o meio circundante, mas
10
inclui a radiação incidente no corpo18, definindo a Carga Térmica Radiante, proposta por
Esmay78. Souza et al.79 encontraram valores de CTR de 683,52 W.m-2 a sombra e 819,07 W.m-
2 ao sol, evidenciando a modificação do ambiente pelo bloqueio da radiação solar.
11
2. Objetivos gerais e específicos
Geral
Avaliar as respostas morfo-fisiológicas de bovinos de grupos genéticos, com diferentes
graus de adaptabilidade, ao calor.
Específico
Avaliar as respostas fisiológicas (temperatura retal, temperatura superficial de
pele e pelame, frequência cardíaca, frequência respiratória e taxa de sudação) de quatro
grupamentos genéticos (Nelore, Senepol, ½ Angus x ½ Nelore e Tri-cross 1/4 Nelore, 1/4
Brahma e 2/4 Senepol) submetidos a diferentes condições microclimáticas, em dois períodos
experimentais;
Avaliar as modificações tricológicas de quatro grupamentos genéticos (Nelore,
Senepol, ½ Angus x ½ Nelore e Tri-cross 1/4 Nelore, 1/4 Brahma e 2/4 Senepol) submetidos a
diferentes condições microclimáticas, em dois períodos experimentais;
Determinar as variáveis microclimáticas e índices de conforto térmico animal à
sombra e ao sol, em dois períodos experimentais.
12
3. Referências
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17
Capítulo 2 – Artigo Científico “Características morfo-fisiológicas de bezerras de diferentes 1
grupamentos genéticos, em ambiente termicamente estressante”, redigido conforme as normas 2
da revista Pesquisa Agropecuária Brasileira/ PAB (ANEXO II). 3
Características morfo-fisiológicas de bezerras de diferentes grupamentos genéticos, em 4
ambiente termicamente estressante 5
6
Ariadne Pegoraro Mastelaro(1), Fabiana Villa Alves(2), Eliane Sayuri Miyagi (1), Gilberto 7
Romeiro de Oliveira Menezes(2) e Nivaldo Karvatte Junior(1) 8
9
(1)Universidade Federal de Goiás– Goiânia, GO, [email protected], 10
[email protected], [email protected], [email protected]. 11
(2)Pesquisador (a) da Embrapa Gado de Corte – Campo Grande, MS, 12
[email protected], [email protected]. 13
14
Resumo – Objetivou-se avaliar as respostas fisiológicas e características morfológicas de 15
bovinos de corte pertencentes a quatros diferentes grupos genéticos, com diferentes graus de 16
adaptabilidade ao calor, criados em pastagens no Centro – Oeste brasileiro. O experimento foi 17
realizado em dois períodos experimentais (março e agosto de 2015), na Fazenda São Carlos, 18
município de Três Lagoas (MS). Foram utilizadas 54 bezerras recém-desmamadas, 19
provenientes de quatro grupos genéticos, sendo 14 Nelore, 14 Senepol, 12 ½ Angus x ½ Nelore 20
e 14 ¼ Brahman x ¼ Nelore x 2/4 Senepol, com idade, ao início do experimento, de cinco a 21
sete meses. O peso vivo médio inicial dos animais foi de 197,0 kg (Nelore), 169 kg (Senepol), 22
235 kg (½ Angus x ½ Nelore), e 233 kg (¼ Brahman x ¼ Nelore x 2/4 Senepol). O delineamento 23
experimental foi inteiramente casualizado, com quatro tratamentos (raças), em que as repetições 24
18
são os animais dentro de cada grupamento genético. Foram mensuradas a temperatura (retal, 25
superficial da pele e superficial de pelame), frequência cardíaca, frequência respiratória e 26
temperatura superficial de pele, temperatura superficial de pelame e taxa de sudação. Além 27
disso, foram determinadas algumas características morfológicas do pelo na região dorsal. Para 28
caracterização do ambiente, foram coletadas a temperatura de bulbo seco, temperatura de globo 29
negro, temperatura de ponto de orvalho, velocidade do vento e umidade relativa do ar, ao sol e 30
à sombra, para a determinação dos seguintes índices de conforto térmico: índice de temperatura 31
e umidade, índice de temperatura de globo e umidade, e carga térmica de radiação. Entre as 32
características adaptativas, apenas as que se referem ao pelo apresentaram diferenças entre os 33
grupamentos genéticos (p<0,05), sendo que o grupo genético ½ Angus x ½ Nelore apresentou 34
os maiores valores de comprimento, diâmetro, número de pelos, densidade média e espessura 35
da capa de pelame, em ambos períodos avaliados (março e agosto). Para as variáveis 36
fisiológicas, não houve diferença estatística entre os grupamentos genéticos (p>0,05), fato que 37
também se verificou nos períodos avaliados (p<0,05). 38
39
Termos para indexação: Adaptabilidade, Conforto Térmico, Estresse Térmico, Grupos 40
Genéticos e Pelame. 41
42
Morpho - physiological characteristics of calves from different genetic groups in 43
thermally stressful environment 44
45
Abstract: This study aimed to evaluate the physiological responses and morphological 46
characteristics of beef cattle belonging to four different genetic groups with different degrees 47
of heat adaptability, raised in pastures in the Center - West region. The experiment was 48
conducted in two experimental periods (March and August 2015), in São Carlos Farm, Três 49
19
Lagoas (MS). 54 calves recently weaned from four genetic groups were used, 14 Nelore, 14 50
Senepol, 12 ½ Angus x ½ Nelore and 14 ¼ Brahman x ¼ Nelore x 2/4 Senepol, with age, the 51
beginning of the experiment, five seven months. The average weight of the animals was 197.0 52
kg (Nelore), 169 kg (Senepol), 235 kg (½ Angus x ½ Nelore) and 233 kg (¼ Brahman x ¼ 53
Nelore x 2/4 Senepol). The experimental design was completely randomized, with four 54
treatments (races), where repetitions are the animals within each genetic group. They measured 55
the temperature (rectal, superficial skin and superficial hair coat), heart rate, respiratory rate 56
and surface skin temperature, surface temperature of fur and sweat rate. Moreover, it was 57
determined some morphologic characteristics of the dorsal region. To characterize the 58
environment, they were collected dry bulb temperature, black globe temperature, dew point 59
temperature, wind speed and relative humidity, the sun and the shade, to determine the 60
following thermal comfort indexes: index temperature and humidity, globe temperature and 61
humidity index, and radiation heat load. Among the adaptive features, only those relating to the 62
present differences between the experimental groups (p <0.05), and the genetic group ½ Angus 63
x ½ Nelore showed the highest values of length, diameter, number of hair, density medium and 64
thickness of the hair coat cover in both evaluation periods (March and August). For 65
physiological variables, there was no statistical difference between the experimental groups (p> 66
0.05), a fact that was also found in the evaluated periods (p <0.05) 67
68
Index terms: Adaptation, Thermal comfort, Thermal stress, Genetic Groups and Peltry. 69
70
Introdução 71
72
O território brasileiro está localizado na faixa intertropical, com aproximadamente dois 73
terços em áreas com altas temperaturas ambientais, devido à radiação solar incidente e altas 74
20
temperaturas (PORFÍRIO DA SILVA, 2003). Pode-se, assim, inferir que a maioria do rebanho 75
brasileiro se encontra em algum grau de estresse por calor, influenciando em maior ou menor 76
grau seu bem-estar. 77
Os parâmetros climáticos afetam de forma direta e indireta os animais, com maior 78
intensidade, quando criados em pastejo. Nestes, quando produzidos em regiões tropicais, a 79
elevada incidência de radiação solar, associada às altas temperaturas, pode gerar desconforto 80
térmico e estresse por calor, conforme a tolerância ou adaptabilidade do animal (ALVES, 2012). 81
Em sistemas de produção que utilizam cruzamento industrial e raças taurinas não adaptadas, 82
pode-se haver prejuízos tanto na produtividade e qualidade da carne, entre outros, sendo 83
necessário estudos sobre conforto térmico nos cruzamentos e raças. 84
O calor, dependendo do nível de adaptação do animal ao ambiente, pode alterar o 85
comportamento ingestivo e parâmetros fisiológicos, como a temperatura corporal, frequência 86
respiratória, batimentos cardíacos e taxa de sudação, o que os tornam bons indicativos de 87
estresse térmico. Além disso, características morfológicas da pele e tricológicas, como cor, 88
espessura e tamanho, são variáveis que afetam as trocas térmicas com o ambiente na forma de 89
calor sensível (convecção cutânea e radiação) e latente (evaporação cutânea) (HUTCHINSON 90
& BROWN, 1969). Assim, espera-se que tais características variem ao longo das estações 91
climáticas, com acréscimo na espessura do pelame e comprimento dos pelos durante o inverno 92
e uma redução no verão (SILVA,1988). As características morfofisiológicas são indicativos 93
que podem auxiliar na seleção de grupos genéticos mais tolerantes ao calor e, portanto, mais 94
eficientes para serem criados em regiões de clima tropical. Neste contexto, os estudos 95
bioclimatológicos servem de instrumento base para auxiliar na escolha de animais mais 96
tolerantes as condições climáticas do local de produção. 97
Desta maneira, objetivou-se com o presente trabalho avaliar as respostas fisiológicas 98
e características de pelame em quatro grupos genéticos com diferentes proporções de raças com 99
21
maior ou menor adaptabilidade ao calor, a fim de se definir o grupamento genético mais 100
eficientes do ponto de vista de tolerância as condições tropicais. 101
102
Material e Métodos 103
104
O experimento foi desenvolvido na Fazenda São Carlos, município de Três Lagoas, 105
Mato Grosso do Sul, Brasil (20°45'04'' S e 51°40'42'' O), em duas épocas do ano (março e 106
agosto de 2015). 107
O clima do local é do tipo Aw (tropical quente e úmido), segundo classificação de 108
Köppen. A temperatura média local é de 26 C. Possui estação chuvosa no verão e seca no 109
inverno. O total anual das precipitações está compreendido entre 900 mm e 1.400 mm. 110
Foram utilizadas 54 bezerras provenientes de quatro grupos genéticos distintos, sendo 111
14 Nelores (NEL), 12 ½ Angus x ½ Nelore (ANGNEL), 14 Senepol (SEN) e 14 ¼ Brahman x 112
¼ Nelore x 2/4 Senepol (TRI), com peso vivo médio inicial de 197, 235, 169 e 233 kg e com 113
peso médio no final do experimento de 252, 282, 221 e 276 kg, respectivamente. Os animais 114
possuíam idade de cinco a sete meses, no início do experimento, e foram distribuídos em um 115
delineamento inteiramente casualizado, com quatro tratamentos (grupo genético), em que as 116
repetições eram os animais em cada grupo genético. 117
As bezerras permaneceram em pastagem de Brachiaria brizantha cv. Xaraés, com 118
água ad libitum e suplementação em cocho privativo, do tipo creep feeding, com ração 119
comercial. No dia das avaliações, os animais foram conduzidos ao centro de manejo 120
(mangueiro), onde permaneceram no curral de espera, sem cobertura, até o momento de 121
contenção no tronco, em mangueiro coberto por telhado de amianto, para coleta dos dados. A 122
ordem de entrada dos animais foi aleatória, com o cuidado de se anotar o horário de entrada 123
para posterior uso nas análises estatísticas. 124
22
Os parâmetros fisiológicos avaliados foram: temperatura retal (TR), temperatura 125
superficial de pele (TSPE) e temperatura superficial de pelame (TSPM), frequência cardíaca 126
(FC), frequência respiratória (TR) e taxa de sudação (TS). 127
Para obtenção da temperatura retal (TR; °C), utilizou- se de um termômetro clínico 128
digital (modelo Digi-temp, marca Kruuse), o qual foi introduzido no reto do animal, após sua 129
limpeza, de forma que o bulbo ficasse em contato com a mucosa. Manteve-se o equipamento 130
por período de aproximadamente 3 segundos, até que fosse emitido um sinal sonoro, indicando 131
a estabilização da temperatura. 132
As temperaturas superficiais de pele (TSP; °C) e de pelame (TSPM; °C) foram obtidas 133
por meio de pirômetro (termômetro digital infravermelho com mira a laser, modelo 890 portátil, 134
marca Instrutherm), no dorso. 135
A frequência cardíaca (FC; batimentos/ minuto) foi obtida por auscultação, por 15 136
segundos, dos movimentos cardíacos por meio de estetoscópio, em correspondência ao 4º 137
intervalo intercostal no lado direito do animal, evitando que os processos peristálticos do rúmen 138
alterassem o procedimento. O resultado obtido foi multiplicado por quatro, totalizando-se 60 139
segundos. A frequência respiratória (FR; movimentos/ minuto) foi realizada por observação 140
direta dos movimentos do flanco durante 15 segundos, que foram igualmente multiplicados por 141
quatro. 142
A taxa de sudação foi realizada com a técnica do papel de filtro impregnado com 143
cloreto de cobalto a 10%, segundo descrito por Schleger e Turner (1965). Foram utilizados 144
discos de papel tipo filtro (modelo 1, marca Whatman), cortados em círculos de 0,50 cm de 145
diâmetro e desidratados em forno do tipo caseiro até que se tornassem completamente azuis. 146
Três discos foram alocados lado a lado no centro de uma fita adesiva transparente, a qual foi 147
fixada em lâmina de microscopia. As confecções das lâminas foram realizadas com, no 148
máximo, 24 horas de antecedência. Para que se mantivessem com o mínimo de umidade 149
23
(coloração azul). As lâminas montadas foram mantidas em recipiente plástico com um interno 150
desumidificador de ambiente. No momento da avaliação, a fita adesiva com os discos de papel 151
fixados foi removida da lâmina e imediatamente fixada sobre a pele tricotomizada do animal, 152
na região do dorso. Com o auxílio de um cronômetro, registrou-se o tempo da viragem de cor 153
(de azul a rosa) de cada disco de papel, e calculado o tempo médio dos três discos. A equação 154
utilizada para obtenção da taxa de sudação (TS; g/m2. h) é: 155
TS= (22 x 3600) / (2,06 t) =38446,6 /t 156
Em que, t = tempo médio da viragem de cor azul para rosa. Na equação, o número 22 157
corresponde à quantidade de água absorvida pelo papel, em g/m2, suficientes para causar a 158
viragem da cor; 2,06 é a área efetiva da ação absorvente dos discos de papel, e 3600 o total de 159
segundos contidos em uma hora. 160
A espessura da capa (EP; mm) foi medida in situ utilizando-se paquímetro eletrônico 161
digital (modelo 799A-6/150, marca Starrett). Demais características do pelo e pelame foram 162
avaliadas: peso dos pelos (PP; g), cobertura de pelame (NP; número de pelos/cm2), densidade 163
de massa dos pelos (DP; g/cm3), comprimento médio (CP; mm), diâmetro médio (DP; µm), 164
ângulo de inclinação dos pelos em relação à superfície da epiderme (ICP; graus), cor do pelame 165
(CORPM; 1 a 100%) e da pele (CORPE; 1 a 100%). Para tal, foi retirada uma amostra de 1cm2 166
da região do dorso, 20 cm abaixo da coluna vertebral, utilizando-se um aparelho de barbear 167
para a raspagem. 168
Os pelos coletados foram armazenados em envelopes de papel pardo (114x162mm), 169
previamente pesados em balança analítica, e identificados com o número do animal, local de 170
coleta, data e grupo genético. As variáveis avaliadas foram: peso dos pelos (PP; g), cobertura 171
de pelame (NP; número de pelos/cm2), densidade de massa dos pelos (DP; g/cm3), comprimento 172
médio (CP; mm), diâmetro médio (DP; µm), ângulo de inclinação dos pelos em relação à 173
24
superfície da epiderme (ICP; graus), cor do pelame (CORPM; 1 a 100%) e da pele (CORPE; 1 174
a 100%). 175
Os envelopes com as amostras foram pesados, individualmente, em balança analítica 176
(AG 245, Mettler Toledo), para obtenção do peso dos pelos (PP) por diferença. Após, procedeu-177
se o esvaziamento dos envelopes, um a um, para contagem visual dos pelos da amostra (NP). 178
Para determinação do comprimento e diâmetro médio dos pelos, foi considerada a média 179
aritmética dos dez maiores pelos eleitos a partir de análise visual. O comprimento foi 180
determinado por meio de paquímetro eletrônico digital (modelo 799A-6/150, marca Starrett), 181
segundo Udo (1978). A determinação do diâmetro foi realizada por meio de leitura em 182
microscópio ótico, com auxílio de lâmina graduada. O ângulo de inclinação do pelame em 183
relação à superfície da epiderme foi obtido por meio da equação (SILVA, 2000): 184
ÂNGULO = arc sen (espessura/comprimento) 185
A cor da pele e pelame foi determinada por observação visual, com o auxílio de tabelas 186
de cor, originais de Silva (2000), em que 0% corresponde ao branco e 100% ao preto. 187
Foram coletados os parâmetros microclimáticos de temperatura de bulbo seco, 188
temperatura de globo negro, temperatura de ponto de orvalho, velocidade do vento e umidade 189
relativa do ar, ao sol (no curral de espera) e à sombra (sob o mangueiro). 190
As temperaturas de bulbo seco, temperatura de bulbo úmido e umidade relativa do ar 191
foram mensuradas com termohigrômetros digitais com datalogger (modelo HT – 500, 192
Instrutherm), inseridos em canos de PVC perfurados, segundo proposto por Trumbo (2012). As 193
temperaturas de globo negro foram obtidas por termômetros de globo adaptado, inseridos em 194
esferas de plástico tipo boia de caixa d’água pintada com tinta spray preta fosca (SOUZA, 195
2002). 196
A velocidade do vento foi obtida através do anemômetro portátil (marca Homis, 197
modelo HMM 489), durante 3 minutos, obtendo-se a velocidade máxima e mínima do período, 198
25
a 1,5 m de altura da superfície do solo. O período da coleta de dados das variáveis 199
microclimáticas foi das 7h00 às 17h00, a cada 60 minutos. 200
Para cada época de medição e horário, foram calculados: índice de temperatura e 201
umidade (ITU), segundo Thon (1959); índice de temperatura de globo e umidade (ITGU), 202
proposto por Buffington (1981); e carga térmica de radiação (CTR), segundo Esmay (1979), 203
conforme equações a seguir: 204
ITU = t + 0,36. tpo + 41,2 205
Em que: t corresponde a temperatura de bulbo seco (°C); tpo: temperatura do ponto de 206
orvalho (°C); 207
ITGU = tg + 0,36. tpo + 41,5 208
Em que: tg: temperatura de globo negro (°C); tpo: temperatura do ponto de orvalho 209
(°C) e, 210
CTR= 4
mT 211
Tm=
4
4
5,0
100
27327327351,2100
tgttgv 212
Em que: : constante de Stefan-Boltzman, 81067,5 K4 (W m-2); Tm: Temperatura 213
Radiação Média (W.m-2); v: velocidade do vento (m s-1); tg: temperatura de globo negro (°C); 214
t: temperatura do ar (°C). 215
As variáveis fisiológicas e morfológicas foram analisadas ajustando-se um modelo 216
misto, com medidas repetidas no tempo, contendo os efeitos fixos. Para as variáveis 217
fisiológicas, os efeitos fixos foram: grupo genético de cada animal, data de coleta, índice de 218
temperatura de globo negro e umidade à sombra no horário da coleta (covariável linear) e 219
horário (covariável linear); e os efeitos aleatórios: animal dentro de grupo genético e erro. Para 220
as morfológicas, os efeitos fixos foram: grupo genético do animal e data de coleta; e os efeitos 221
aleatórios foram: animal dentro do grupo genético e erro. Considerou-se estrutura de variância 222
26
do tipo simétrica composta, onde a correlação entre as medidas do mesmo animal é considerada 223
igual, e a variância constante nos diferentes tempos, para ambas as variáveis. As médias de 224
quadrados mínimos foram comparadas pelo teste t, a um nível de 5% de significância. Foi 225
utilizado o procedimento Mixed do SAS, versão 9.4. Por fim, foram feitas correlações entre as 226
variáveis utilizando o procedimento CORR do SAS, versão 9.4. 227
228
Resultados e Discussão 229
230
Os índices de conforto térmico no período experimental apresentaram situação de 231
alerta e perigo no verão, e severa no inverno (Tabelas 1 e 2). Embora fosse de se pensar em 232
uma situação inversa, cabe ressaltar que no Centro-Oeste, principalmente na região avaliada, 233
há pouca diferenciação de temperatura entre as estações. Souza et al. (2010) corroboram tal 234
afirmação para o Estado, acrescentando que na mesoregião de Três Lagoas, MS, local deste 235
estudo, são observados altos índices de temperatura e umidade (ITU) em todas as estações do 236
ano. Particularmente no inverno, os mesmos autores encontraram valores de ITU máximo de 237
80,7 (situação de perigo para o conforto térmico animal). 238
No verão, ITU, ITGU e CTR apresentaram os seus maiores valores (Tabela 1) ás 10h00 239
da manhã (GWM -04:00): 77, 79 e 320,6 W/m2, à sombra, e 80, 87 e 490,5 W/m2, ao sol, 240
indicando situação de alerta (até 79) e perigo (maior que 79) para os animais (SOUZA, 2010). 241
No inverno (Tabela 2), os maiores valores foram obtidos às 12h00 (GWM -04:00), com ITU, 242
ITGU e CTR de 78, 87 e 426,2W/m2 à sombra, e 81, 89 e 394,6 W/m2 ao sol. 243
O CTR está intimamente ligado às trocas de calor por radiação do animal com o 244
ambiente, isto é, quanto menor for o índice, mais trocas por calor sensível (radiação, convecção 245
e condução) serão efetuadas (SILVA, 2008). Estas, seriam suficientes para manter a 246
temperatura corpórea dos animais, não sendo necessário trocas por calor latente (evaporação 247
27
cutânea), que corresponde a 80% das perdas de calor do animal para o ambiente 248
(HUTCHINSON & BROWN, 1969). 249
Não houve efeito de grupo genético (p> 0,05) para temperatura retal (TR), frequência 250
respiratória (FR), frequência cardíaca (FC), taxa de sudação (TS), temperatura superficial do 251
pelame (TSPM) e pele (TSPE) (Tabela 3). As médias dos grupos foram de 39,9°C (TR), 38 252
movimentos/min; 61 batimentos/min., 211 (TS; g/m2. h); 34,6°C e 34,6°C, respectivamente 253
A TR e FR são os dois parâmetros fisiológicos mais utilizados como medida de 254
conforto animal e adaptabilidade a ambientes adversos. Pires (2006) cita que TR e FR até 255
38,3°C e 23 movimentos/min, respectivamente, indicam que o animal está sem estresse; de 38,4 256
a 38,6 °C e 45 a 65 movimento/min, estresse sob controle; de 39,1°C e 70 a 75 movimento/min, 257
início de estresse calórico; 40,1°C e 90 movimentos/min, estresse acentuado; 40,9°C e 100 258
movimentos/min, estresse sério com grandes perdas produtivas; e, acima de 41 °C e 120 259
movimentos/min, estresse mortal, em que os animais não conseguem beber água e nem se 260
alimentar. Neste experimento, independente do grupamento genético avaliado, pode-se inferir 261
embasado nas temperaturas retais obtidas, que os animais se encontravam quase em estado de 262
estresse acentuado, embora sua frequência respiratória demonstrasse quase situação de estresse 263
sob controle. 264
Feitosa et al. (2008) citam que valores referentes a FC de 60 a 80 batimentos/minuto 265
são considerados normais para bovinos. Em ambos os períodos experimentais (março e agosto), 266
os valores encontrados para FC estão dentro de um padrão de normalidade. Esse resultado 267
sugere que as bezerras apresentaram um maior fluxo sanguíneo para periferia na tentativa de 268
maior dissipação de calor para o ambiente, não havendo a necessidade de recorrerem a este 269
mecanismo termoregulatórios para manter a homeotermia. 270
Cardoso et al. (2015), estudando fêmeas bovinas de raças igualmente bem adaptadas 271
ao clima tropical (Nelore, Indubrasil, Girolando, Sindi e Gir), no Cerrado, obtiveram valores 272
28
semelhantes ao deste estudo para TR (39,0; 39,0; 39,0; 39,0 e 39,1 °C), FC (64; 62; 58; 57 e 67 273
batimentos/minuto) e FR (41; 34; 40; 37 e 37 movimentos/minuto). O fato dos animais da raça 274
nelore terem apresentado maior frequência respiratória em relação aos demais, pode ser devido 275
ao seu temperamento. 276
Houve efeito (p<0,05) entre os períodos experimentais e as variáveis (TR, FR, FC e 277
TS) (Tabela 4), sendo que em março foram obtidos os maiores valores para esses parâmetros: 278
40,1 °C; 43 movimentos/minuto; 72 batimentos/minuto e 301 g/m2. h, respectivamente. Apesar 279
dos índices microclimáticos registrados terem sido maiores no segundo período experimental 280
(agosto), esse resultado não era esperado. Uma hipótese para o ocorrido é que os animais, ao 281
passar pela primeira coleta, sofreram maior estresse de manejo. Para a temperatura superficial 282
de pelame e pele não houve diferença entre as estações, com valores médios de 34,8°C para 283
ambas. O valor de TSPM e TSPE ficaram próximas as relatadas por Navarini et al. (2009), em 284
fêmeas Nelore mantidas em piquetes com ausência de sombra, com valores médios de 35,2°C. 285
Collier et al. (2006) afirmam que se a temperatura superficial corporal estiver abaixo de 35°C, 286
o gradiente entre as temperaturas retal e da superfície corporal são eficazes para a troca de calor 287
para o ambiente. 288
As TSPM e TSPE apresentaram alta correlação (0,8297; p< 0,05) (Tabela 5). Assim, 289
não se faz necessária a avaliação das duas temperaturas, com ganhos em agilidade na coleta. 290
Os valores médios da taxa de sudação (g.m.-2 h-1) foram maiores no verão (301,0) em 291
relação ao inverno (121,0) (Tabela 4). Situação semelhante (210,74 g.m.-2 h-1 no verão e 82,00 292
g.m.-2 h-1 no inverno) foi encontrada por Shiota et al. (2013), com novilhas Nelore. Esse 293
resultado deve-se, provavelmente, a uma menor atividade das glândulas sudoríparas, 294
favorecendo o aumento da TR e da FR como forma de perda de calor. 295
O efeito do grupo genético foi significativo (p < 0,05) para todas as características de 296
pelo estudadas: comprimento médio, diâmetro médio, cobertura de pelame, ângulo de 297
29
inclinação dos pelos, densidade de média, espessura do pelame, coloração do pelame e do pelo 298
(Tabela 6). As bezerras ANGNEL apresentaram os maiores valores médios para comprimento 299
médio, diâmetro médio, cobertura de pelame, ângulo de inclinação dos pelos, densidade média 300
e espessura da capa de pelame (19,9; 0,0671; 1674; 0,1886; 0,0092 e 4,1), respectivamente 301
(Tabela 7). Para comprimento médio, houve diferença entre os dois períodos de coleta (março 302
e agosto), sendo maior neste último. Essa diferença pode ser devido ao processo de troca de 303
pelos (comumente conhecida como muda) do inverno para o verão, que geralmente ocorre no 304
final da primavera, como forma de adequação do pelame as temperaturas em elevação (SILVA, 305
2000). Pelos mais curtos, como os encontrados no grupo TRI, auxiliam a dissipação de calor, 306
por mecanismos de condução e convecção, e são altamente desejáveis para animais que serão 307
mantidos em condições tropicais. 308
As médias das variáveis cores de pelame e pele foram diferentes entre os grupamentos 309
genéticos, variação esta devida ao fenótipo de cada animal (branco/creme para nelore, preto 310
para angus, vermelho-cereja para senepol, e coloração variada para tri cross, segundo as raças 311
utilizadas no cruzamento). Maia (2003) afirma que o tipo mais vantajoso de pelame para 312
bovinos em regiões tropicais é aquele que apresenta coloração branca, com pelos bem 313
assentados, sobre uma epiderme altamente pigmentada. No caso de animais com pele 314
despigmentada, o pelo preto, embora apresente balanço radiante mais elevado, devido a maior 315
absorção de radiação solar, é preferível àquele branco, pois a melanina confere proteção contra 316
os raios ultravioletas, de alta incidência em regiões tropicais, e potenciais causadores de 317
carcinomas cutâneos. 318
Observaram-se altas correlações (p<0,05) entre as variáveis comprimento médio de 319
pelo e cobertura de pelame (0,6043); diâmetro médio e ângulo de inclinação dos pelos (0,6003); 320
peso dos pelos e diâmetro médio do pelo (0,9622) e ângulo de inclinação do pelo com 321
comprimento médio dos pelos (- 0,5535) (Tabela 8). 322
30
323
Conclusões 324
325
Em ambas as estações do ano (verão e inverno), as condições ambientais indicaram 326
estresse de mediano a severo. O grupamento genético ½ Angus x ½ Nelore apresentou os piores 327
valores para as características morfológicas avaliadas, demonstrando menor adaptação às 328
condições climáticas estressantes presentes no decorrer do experimento. Todos os grupamentos 329
genéticos, mesmo com características de pele e pelo indicativas de algum grau de 330
adaptabilidade, apresentaram temperatura retal e frequência cardíaca acima do “baseline”, em 331
ambas as épocas de avaliação 332
Conclui-se, assim, que a escolha de raças com características compatíveis com o 333
ambiente criatório é fator importante na eficiência do sistema de produção. 334
335
Agradecimentos 336
337
A CAPES, pela concessão da bolsa. Ao CNPq, Fundect e Embrapa, pela concessão de 338
recursos financeiros para a realização das coletas e análises laboratoriais. A Fazenda São 339
Carlos, Três Lagoas/ MS, pela disponibilização dos animais experimentais. Aos funcionários 340
da Embrapa, pelo apoio nas coletas dos dados. Ao grupo de estudos em ILPF (Integração 341
Lavoura, Pecuária e Floresta) da Embrapa Gado de Corte, pelo apoio nas coletas dos dados e 342
análises de pelos. 343
344
Referências 345
346
31
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Applied Physiology, v.26, p.454 - 464, 1969. 369
32
MAIA, A.S.C.; SILVA, R.G. BERTIPAGLIA, E.A. Características do pelame de vacas 370
Holandesas em ambiente tropical. Um estudo genético adaptativo. Revista Brasileira de 371
Zootecnia, v.32, n.4, p.843-853,2003. 372
NAVARINI, F. C; KLOSOWSKI, E.S.; CAMPOS, A. T.; TEXEIRA, R.A.; ALMEIDA, C.P. 373
Conforto térmico de bovinos da raça nelore sob diferentes condições de sombreamento e a pleno 374
sol. Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v.29, n.4, p. 508-517,2009. 375
SAS – Institute Inc. Statistical. Analysis system user’s guide. Version 9.4. Cary. Statistical 376
Analysis System. 377
SCHLGER, A.V; TURNER, H.G. Sweating rates of cattle in the field and their reaction to 378
diurnal and seasonal changes. Australian Journal of Agricultural Research, v.6, p.92-106, 379
1965. 380
SHIOTA, A. M.; SANTOS, S.F.; NASCIMENTO, M. R. B. M.; MOURA, A.R. F.; 381
OLIVEIRA, M.V.; FERREIRA, I.C. Parâmetros fisiológicos, características de pelame e 382
gradientes térmicos em novilhas nelore no verão e inverno em ambiente tropical. Bioscience. 383
Journal, Uberlândia, Supplement 1 ,v.29, p. 1687 1695, 2013. 384
SILVA, R.G; ARANTES NETO, J. G.; HOLTZ-FILHO, S.V. Genetic aspects of the variation 385
of the sweating rate and coat traits of Jersey cattle. Brazilian Journal Genetics, v.11, p.335- 386
337,1988. 387
SILVA, R. G. Introdução a bioclimatologia animal. São Paulo: Nobel, 2000. 286p. 388
SILVA, R. G. Biofísica Ambiental: Os animais e seus ambientes. Jaboticabal: FUNEP, 393, 389
2008. 390
SOUZA, C.F.; TINÔCO, I. de F.F.; BAÊTA, F. C.; FERREIRA, W. P. M.; SILVA, R 391
Avaliação de materiais alternativos para confecção do termômetro de globo. Ciência 392
Agrotecnologica, Lavras, v. 26, n.1, p.157-164, 2002. 393
33
SOUZA, A.; PAVÃO, H.G.; LASTORIA, G.; GABAS, S.G.; CAVAZZANA, G.H.; 394
PARANHOS FILHO, A.C. Modelo de Thon para zoneamento bioclimático de Mato Grosso do 395
Sul. Rev. de Geo. Norte Grande, Campo Grande, v. 46, p. 137-147, 2010. 396
PURES M de FA. Manejo nutricional para evitar o estresse calórico. Juiz de Fora: Embrapa 397
Gado de Leite, 2006. 4 p. (Embrapa Gado de Leite. Comunicado Técnico, 52.). 398
PORFÍRIO DA SILVA, V. Sistemas silvipastoris em Mato Grosso do Sul. Para quê adota-los? 399
In: SEMINÁRIO SISTEMAS AGROFLORESTAIS E DESENVOLVIMENTO 400
SUSTENTÁVEL, 2003, Campo Grande, MS. Anais... Campo Grande, MS: Embrapa-Gado de 401
Corte, v. CD-ROM. 2003;1-13. 402
TRUMBO, B.A, Wise LM, Hudy M. Influence of protective shielding devices on recorded air 403
temperature accuracy for a rugged outdoor thermal sensor used in climate change modeling. 404
National Environment Science, v.3, n.1, p.42-50, 2012. 405
THON, E.C. The discomfort index. Weatherwise, Boston, v.12, n. 1, p.57-60, 1959. 406
UDO, H. M. J. Hair coat characteristics in Friesian heifers in the Netherlands and Kenya. 407
Wageningen: Meded. Landbou whoge school Wageningen, 1978. 135p. 408
409
410
411
412
413
414
415
416
417
418
34
Tabela 1. Índices de conforto térmico, à sombra e ao sol, em março de 2015 (primeira 419
coleta). 420
Horário ITU_SB ITGU_SB CTR_SB ITU_SL ITGU_SL CTR_SL
07h00 71 71 314,6 71 71 330,6
08h00 71 71 314,6 71 71 330,6
09h00 74 75 318,1 76 79 370,7
10h00 77 79 320,6 80 87 490,5
11h00 77 79 316,4 78 82 347,1
12h00 75 77 315,4 75 76 248,5
13h00 76 78 320,2 76 80 385,8
14h00 77 79 319,1 79 84 377,1
15h00 76 78 319,4 75 79 346,3
16h00 74 75 315,6 73 75 327,5
17h00 74 75 315,6 73 75 327,5
ITU_SB= índice de temperatura e umidade à sombra; ITGU_SB= índice de temperatura globo e umidade à sombra; 421
CTR_SB= carga térmica de radiação à sombra; ITU_SL= índice de temperatura e umidade ao sol; ITGU_SL= 422
índice de temperatura globo e umidade ao sol e CTR_SL= carga térmica de radiação ao sol. 423
424
Tabela 2. Índices de conforto térmico, à sombra e ao sol, em agosto de 2015 (segunda 425
coleta). 426
Horário ITU_SB ITGU_SB CTR_SB ITU_SL ITGU_SL CTR_SL
07h00 71 76 315,7 71 75 315,7
08h00 73 78 415,1 75 80 338,4
09h00 78 83 399,2 78 84 359,2
10h00 81 87 315,7 81 87 315,7
11h00 78 86 372,5 80 88 366,1
12h00 78 87 426,2 81 89 394,6
13h00 79 87 379,6 81 89 371,2
14h00 79 87 374,1 79 87 362,1
15h00 78 87 368,6 79 86 312,8
16h00 75 81 315,7 75 81 315,7
17h00 72 76 315,7 71 75 315,7
ITU_SB= índice de temperatura e umidade à sombra; ITGU_SB= índice de temperatura globo e umidade à sombra; 427
CTR_SB= carga térmica de radiação à sombra; ITU_SL= índice de temperatura e umidade ao sol; ITGU_SL= índice 428
de temperatura globo e umidade ao sol e CTR_SL= carga térmica de radiação ao sol. 429
35
Tabela 3. Médias de quadrados mínimos das variáveis fisiológicas, taxa de sudação e 430
temperatura superficial de bezerras de corte de quatro grupos genéticos mantidas em 431
pastagem, no Centro-Oeste brasileiro. 432
Variáveis
TR FR FC TS TSPM TSPE
ANGNEL 40,0 a 34 a 50 a 182,0 a 35,2 a 34,8 a
NEL 39,8 a 37 a 65 a 209,7 a 34,3 a 34,5 a
SEN 40,0 a 43 a 67 a 235,1 a 34,8 a 34,5 a
TRI 39,9 a 39 a 60 a 217,1 a 34,1 a 34,6 a
*Letras iguais não diferem estatisticamente a um nível de 5%, pelo teste de t. TR= temperatura retal (°C); FR= 433
frequência respiratória (movimentos/minuto); FC= frequência cardíaca (batimentos/minuto); TS= taxa de sudação 434
(g.m.-2 h-1); TSPM= temperatura superficial do pelame (°C); TSPE= temperatura superficial da pele (°C); 435
ANGNEL= ½ Angus x ½ Nelore; NEL= Nelore; SEN= Senepol e TRI= 2/4 Senepol x ¼ Nelore x ¼ Brahman. 436
437
Tabela 4. Médias de quadrados mínimos das variáveis fisiológicas, taxa de sudação e 438
temperatura superficial de quatro grupos genéticos de bezerras de corte, mantidas em 439
pastagem no Centro-Oeste brasileiro, em dois períodos experimentais (março e agosto), 440
em 2015. 441
Variáveis
TR FR FC TS TSPM TSPE
MARÇO 40,1 a 43 a 72 a 301,0 a 34,5 a 34,5 a
AGOSTO 39,7 b 33 b 50 b 121,0 b 35,0 a 35,0 a
*Letras iguais não diferem estatisticamente a um nível de 5%, pelo teste de t. TR= temperatura retal (°C); FR= 442 frequência respiratória (movimentos/minuto); FC= frequência cardíaca (batimentos/minuto); TS= taxa de 443 sudação (g.m.-2 h-1); TSPM= temperatura superficial do pelame (°C); TSPE= temperatura superficial da pele 444 (°C); ANGNEL= ½ Angus x ½ Nelore; NEL= Nelore; SEN= Senepol e TRI= 2/4 Senepol x ¼ Nelore x ¼ 445 Brahman. 446
36
Tabela 5. Correlações entre as variáveis fisiológicas de bezerras de diferentes grupamentos genéticos e índices de conforto térmico, à 447
sombra e ao sol. 448
* nível de significância p<0,01; ** nível de significância p< 0,05. Sendo TSPM= temperatura superficial do pelame (°C); FC= frequência cardíaca (batimento/minuto); TR= 449
temperatura retal (°C); FR= frequência respiratória (movimento/minuto); TS= taxa de sudação(g.m.-2 h-1); ITU_SB= índice de temperatura e umidade à sombra; ITGU_SB= 450
índice de temperatura globo e umidade à sombra; CTR_SB= carga térmica de radiação à sombra; ITU_SL= índice de temperatura e umidade ao sol; ITGU_SL= índice de 451
temperatura globo e umidade ao sol e CTR_SL= carga térmica de radiação ao sol. 452
Variáveis
TSPM TSPE FC TR FR TS ITU_SB ITGU_SB CTR_SB ITU_SL ITGU_SL CTR_SL
TSPM 1 0,8297* -0,1680 0,3470** -0,2066 0,0358 0,3756* 0,4648* -0,1013 0,2766 0,3294 -0,0426
TSPE 1 -0,2165 0,3160 -0,1727 -0,0633 0,2916 0,3793* -0,1750 0,1901 0,2407 -0,1060
FC 1 0,1813 0,6854* 0,4788* -0,0697 -0,3173 -0,1066 0,0308 -0,0867 0,1338
TR 1 0,3628** 0,2843 0,4106** 0,2306 -0,2623 0,3315 0,2649 0,1172
FR 1 0,3960* 0,06573 -0,1610 -0,0992 0,1581 0,0291 0,1008
TS 1 0,2615 -0,0953 -0,2572 0,2099 0,0742 0,2314
ITU_SB 1 0,8086* -0,2111 0,8174* 0,7749* 0,3108
ITGU_SB 1 0,0742 0,7354* 0,8124* 0,1484
CTR_SB 1 0,0738 0,1428 0,0348
ITU_SL 1 0,9613* 0,4640*
ITGU_SL 1 0,5128*
CTR_SL 1
37
Tabela 6. Características morfológicas de bezerras de quatro grupos genéticos, mantidas 453
em pastagem no Centro-Oeste brasileiro. 454
Variáveis
CP DP NP ICP DM EP CORPM CORPE
ANGNEL 19,9 a 0,0671 a 1674 a 0,1886 a 0,0092 a 4,1 a 91 a 90 a
NEL 10,9bc 0,0863 bc 852bcd 0,3951bcd 0,0033 a 2,4 bcd 38 bcd 88 bcd
SEN 12,6 c 0,0786 abcd 1052 cd 0,3608 c 0,0071 a 2,7 cde 51 cde 70 ac
TRI 10,3 d 0,0869 cd 967 cd 0,5404 d 0,0085 a 2,3 de 52 de 66 ad
* Letras iguais não diferem estatisticamente a um nível de 5%, pelo teste de t. CP= comprimento médio (mm); DP= 455
diâmetro médio (µm); NP= cobertura de pelame (número de pelos/cm2); ICP= ângulo de inclinação dos pelos 456
(graus); DM= densidade média (g/cm3); EP= espessura da capa de pelame (mm); CORPM= cor do pelame; CORPE= 457
cor da pele; ANGNEL= ½ Angus x ½ Nelore; NEL= Nelore; SEN= Senepol e TRI= 2/4 Senepol x ¼ Nelore x ¼ 458
Brahman. 459
460
Tabela 7. Características morfológicas de bezerras de quatro grupos genéticos, mantidas 461
em pastagem no Centro-Oeste brasileiro, em dois períodos experimentais (março e agosto 462
de 2015). 463
Variáveis
CP DP NP ICP DM EP CORPM CORPE
MARÇO 11,77 a 0,0732 a 1168 a 0,3583 a 0,0119 a 2,93 a 55,3 a 80,61 a
AGOSTO 15,07 b 0,0869 a 1105 a 0,3841 a 0,0022 a 2,85 a 60,7 a 76,25 a
* Letras iguais não diferem estatisticamente a um nível de 5%, pelo teste de t. CP= comprimento médio (mm); DP= 464
diâmetro médio (µm); NP= cobertura de pelame (número de pelos/cm2); ICP= ângulo de inclinação dos pelos 465
(ângulo); DM= densidade média (g/cm3); EP= espessura da capa de pelame (mm); CORPM= cor do pelame 466
CORPE= cor da pele; ANGNEL= ½ Angus x ½ Nelore; NEL= Nelore; SEN= Senepol e TRI=2/4 Senepol x ¼ 467
Nelore x ¼ Brahman.468
38
Tabela 8. Correlações entre características morfológicas de bezerras de quatro grupos genéticos e índices de conforto térmico, à sombra e 469 ao sol. 470
Variáveis
CP DP NP PP DM ICP EP CORPM TSPM CORPE TSPE ITU SB ITGU SB CTR SB ITU SL ITGU SL CTR SL
CP 1 -0,2646 * 0,6043 * 0,1877 0,0251 -0,5535 * 0,5941 * 0,4995 * 0,2200 0,1916 0,2690 0,0322 0,1930 - 0,1411 0,0400 0,1230 0,0282
DP 1 -0,1946 -0,1597 -0.0786 0,6003 * - 0,2507 - 0,3919 - 0,0122 -0,1208 - 0,3570 - 0,0731 0,1100 0,1833 - 0,1148 - 0,0478 - 0,2808
NP 1 0,3781 * 0,2320 -0,3623 * 0,4462 * 0,3452 ** 0,0914 0,1641 0,1243 0,1765 0,1322 - 0,2812 0,0534 0,0551 - 0,0067
PP 1 0,9622 * -0,1533 0,2448 0,0779 0,0089 0,0944 0,0862 0,2345 - 0,0221 - 0,4616 0,0538 - 0,0129 0,1172
DM 1 -0,0514 0,1609 - 0,0272 0,0251 0,0407 0,0864 0,2602 0,0083 - 0,4338 * 0,0831 0,0202 0,1148
ICP 1 - 0,3927 * - 0,3923 * - 0,0228 -0,4526 * - 0,1515 0,0575 0,0893 0,2855 0,0324 0,0356 - 0,0566
EP 1 0,4806 0,1214 0,20116 0,2076 0,0297 0,0064 - 0,2395 - 0,0792 - 0,0827 - 0,0372
CORPM 1 0,0945 0,1107 0,1385 0,1375 0,1712 - 0,0440 0,1516 0,1979 0,2206
TSPM 1 - 0,0888 0,8297 * 0,3756 * 0,4648 * - 0,1013 0,2766 0,3294 - 0,0426
CORPE 1 - 0,0575 - 0,0820 - 0,1671 - 0,0736 - 0,1267 - 0,1554 - 0,1105
TSPE 1 0,2916 0,3793 * - 0,1750 0,1901 0,2407 - 0,1060
ITU SB 1 0,8086 * - 0,2111 0,8174 * 0,7749 * 0,3108
ITGU SB 1 0,0742 0,7354 * 0,8124 0,1484
CTR SB 1 0,0738 0,1428 0,0348
ITU SL 1 0,9613 * 0,4640 *
ITGU SL 1 0,5128 *
CTR SL 1
* nível de significância p <0,01; ** nível de significância p < 0,05. CP= comprimento médio (mm); DP= diâmetro médio(µm); NP= cobertura de pelame(número de pelos/cm2); 471
PP= peso dos pelos; DM= densidade média (g/cm3); ICP= ângulo de inclinação dos pelos (graus); EP= espessura da capa de pelame (mm); CORPM= cor do pelame; TSPM= 472
temperatura superficial do pelame (°C); CORPE= cor da pele; TSPE= temperatura superficial da pele (°C); ITU_SB= índice de temperatura e umidade à sombra; ITGU_SB= 473
índice de temperatura globo e umidade à sombra; CTR_SB= carga térmica de radiação à sombra; ITU_SL= índice de temperatura e umidade ao sol; ITGU_SL= índice de 474
temperatura globo e umidade ao sol e CTR_SL= carga térmica de radiação ao sol. 475
39
Capítulo 3 – Considerações finais
A estação climática interferiu na maioria dos parâmetros fisiológicos e características
do pelame dos quatros grupamentos genéticos avaliados (NEL, SEN, ANGNEL E TRI).
Os animais ½ Angus x ½ Nelore apresentaram os maiores valores médios para algumas
características de pelame, sendo distintos ao Nelore. As características do pelame apresentaram
diferença entre os grupamentos, mas só o comprimento médio do pelo foi influenciado pela
estação do ano.
Todos os grupamentos apresentaram intolerância ao calor, mesmo sendo considerados,
no âmbito produtivo, bem adaptados a esse.
Com base nos resultados obtidos, existe a necessidade de se estudar com maior atenção
características de adaptabilidade ao calor em bovinos, bem como os mecanismos de
termorregulação envolvidos.
40
ANEXO I
41
ANEXO II
Normas da revista Pesquisa Agropecuária Brasileira (PAB)
Forma e preparação de manuscritos
Os trabalhos enviados à PAB devem ser inéditos (não terem dados – tabelas e figuras
– publicadas parcial ou integralmente em nenhum outro veículo de divulgação técnico-
científica, como boletins institucionais, anais de eventos, comunicados técnicos, notas
científicas etc.) e não podem ter sido encaminhados simultaneamente a outro periódico
científico ou técnico. Dados publicados na forma de resumos, com mais de 250 palavras, não
devem ser incluídos no trabalho.
- São considerados, para publicação, os seguintes tipos de trabalho: Artigos
Científicos, Notas Científicas e Artigos de Revisão, este último a convite do Editor.
- Os trabalhos publicados na PAB são agrupados em áreas técnicas, cujas principais
são: Entomologia, Fisiologia Vegetal, Fitopatologia, Fitotecnia, Fruticultura, Genética,
Microbiologia, Nutrição Mineral, Solos e Zootecnia.
- O texto deve ser digitado no editor de texto Microsoft Word, em espaço duplo, fonte
Times New Roman, corpo 12, folha formato A4, com margens de 2,5 cm e com páginas e linhas
numeradas.
Informações necessárias na submissão on-line de trabalhos
No passo 1 da submissão (Início), em “comentários ao editor”, informar a relevância
e o aspecto inédito do trabalho.
No passo 2 da submissão (Transferência do manuscrito), carregar o trabalho completo
em arquivo Microsoft Word.
No passo 3 da submissão (Inclusão de metadados), em “resumo da biografia” de cada
autor, informar o link do sistema de currículos lattes (ex.:
http://lattes.cnpq.br/0577680271652459). Clicar em “incluir autor” para inserir todos os
coautores do trabalho, na ordem de autoria.
Ainda no passo 3, copiar e colar o título, resumo e termos para indexação (key words)
do trabalho nos respectivos campos do sistema.
42
No passo 4 da submissão (Transferência de documentos suplementares), carregar, no
sistema on-line da revista PAB, um arquivo Word com todas as cartas (mensagens) de
concordância dos coautores coladas conforme as explicações abaixo:
- Colar um e-mail no arquivo word de cada coautor de concordância com o seguinte
conteúdo:
“Eu, ..., concordo com o conteúdo do trabalho intitulado “.....” e com a submissão para
a publicação na revista PAB.
Como fazer:
Peça ao coautor que lhe envie um e-mail de concordância, encaminhe-o para o seu
próprio e-mail (assim gerará os dados da mensagem original: assunto, data, de e para), marque
todo o e-mail e copie e depois cole no arquivo word. Assim, teremos todas as cartas de
concordâncias dos coautores num mesmo arquivo.
Organização do Artigo Científico
A ordenação do artigo deve ser feita da seguinte forma:
- Artigos em português - Título, autoria, endereços institucionais e eletrônicos,
Resumo, Termos para indexação, título em inglês, Abstract, Index terms, Introdução, Material
e Métodos, Resultados e Discussão, Conclusões, Agradecimentos, Referências, tabelas e
figuras.
- Artigos em inglês - Título, autoria, endereços institucionais e eletrônicos, Abstract,
Index terms, título em português, Resumo, Termos para indexação, Introduction, Materials and
Methods, Results and Discussion, Conclusions, Acknowledgements, References, tables,
figures.
- Artigos em espanhol - Título, autoria, endereços institucionais e eletrônicos,
Resumen, Términos para indexación; título em inglês, Abstract, Index terms, Introducción,
Materiales y Métodos, Resultados y Discusión, Conclusiones, Agradecimientos, Referencias,
cuadros e figuras.
- O título, o resumo e os termos para indexação devem ser vertidos fielmente para o
inglês, no caso de artigos redigidos em português e espanhol, e para o português, no caso de
artigos redigidos em inglês.
43
- O artigo científico deve ter, no máximo, 20 páginas, incluindo-se as ilustrações
(tabelas e figuras), que devem ser limitadas a seis, sempre que possível.
Título
- Deve representar o conteúdo e o objetivo do trabalho e ter no máximo 15 palavras,
incluindo-se os artigos, as preposições e as conjunções.
- Deve ser grafado em letras minúsculas, exceto a letra inicial, e em negrito.
- Deve ser iniciado com palavras chaves e não com palavras como “efeito” ou
“influência”.
- Não deve conter nome científico, exceto de espécies pouco conhecidas; neste caso,
apresentar somente o nome binário.
- Não deve conter subtítulo, abreviações, fórmulas e símbolos.
- As palavras do título devem facilitar a recuperação do artigo por índices
desenvolvidos por bases de dados que catalogam a literatura.
Nomes dos autores
- Grafar os nomes dos autores com letra inicial maiúscula, por extenso, separados por
vírgula; os dois últimos são separados pela conjunção “e”, “y” ou “and”, no caso de artigo em
português, espanhol ou em inglês, respectivamente.
- O último sobrenome de cada autor deve ser seguido de um número em algarismo
arábico, em forma de expoente, entre parênteses, correspondente à chamada de endereço do
autor.
Endereço dos autores
- São apresentados abaixo dos nomes dos autores, o nome e o endereço postal
completos da instituição e o endereço eletrônico dos autores, indicados pelo número em
algarismo arábico, entre parênteses, em forma de expoente.
- Devem ser agrupados pelo endereço da instituição.
- Os endereços eletrônicos de autores da mesma instituição devem ser separados por
vírgula.
44
Resumo
- O termo Resumo deve ser grafado em letras minúsculas, exceto a letra inicial, na
margem esquerda, e separado do texto por travessão.
- Deve conter, no máximo, 200 palavras, incluindo números, preposições, conjunções
e artigos.
- Deve ser elaborado em frases curtas e conter o objetivo, o material e os métodos, os
resultados e a conclusão.
- Não deve conter citações bibliográficas nem abreviaturas.
- O final do texto deve conter a principal conclusão, com o verbo no presente do
indicativo.
Termos para indexação
- A expressão Termos para indexação, seguida de dois-pontos, deve ser grafada em
letras minúsculas, exceto a letra inicial.
- Os termos devem ser separados por vírgula e iniciados com letra minúscula.
- Devem ser no mínimo três e no máximo seis, considerando-se que um termo pode
possuir duas ou mais palavras.
- Não devem conter palavras que componham o título.
- Devem conter o nome científico (só o nome binário) da espécie estudada.
- Devem, preferencialmente, ser termos contidos no AGROVOC: Multilingual
Agricultural Thesaurus ou no SciELO.
Introdução
- A palavra Introdução deve ser centralizada e grafada com letras minúsculas, exceto
a letra inicial, e em negrito.
- Deve apresentar a justificativa para a realização do trabalho, situar a importância do
problema científico a ser solucionado e estabelecer sua relação com outros trabalhos publicados
sobre o assunto.
- O último parágrafo deve expressar o objetivo de forma coerente com o descrito no
início do Resumo.
45
Material e Métodos
- A expressão Material e Métodos deve ser centralizada e grafada em negrito; os termos
Material e Métodos devem ser grafados com letras minúsculas, exceto as letras iniciais.
- Deve ser organizado, de preferência, em ordem cronológica.
- Deve apresentar a descrição do local, a data e o delineamento do experimento, e
indicar os tratamentos, o número de repetições e o tamanho da unidade experimental.
- Deve conter a descrição detalhada dos tratamentos e variáveis.
- Deve-se evitar o uso de abreviações ou as siglas.
- Os materiais e os métodos devem ser descritos de modo que outro pesquisador possa
repetir o experimento.
- Devem ser evitados detalhes supérfluos e extensas descrições de técnicas de uso
corrente.
- Deve conter informação sobre os métodos estatísticos e as transformações de dados.
- Deve-se evitar o uso de subtítulos; quando indispensáveis, grafá-los em negrito, com
letras minúsculas, exceto a letra inicial, na margem esquerda da página.
Resultados e Discussão
- A expressão Resultados e Discussão deve ser centralizada e grafada em negrito, com
letras minúsculas, exceto a letra inicial.
- Todos os dados apresentados em tabelas ou figuras devem ser discutidos.
- As tabelas e figuras são citadas sequencialmente.
- Os dados das tabelas e figuras não devem ser repetidos no texto, mas discutidos em
relação aos apresentados por outros autores.
- Evitar o uso de nomes de variáveis e tratamentos abreviados.
- Dados não apresentados não podem ser discutidos.
- Não deve conter afirmações que não possam ser sustentadas pelos dados obtidos no
próprio trabalho ou por outros trabalhos citados.
- As chamadas às tabelas ou às figuras devem ser feitas no final da primeira oração do
texto em questão; se as demais sentenças do parágrafo se referirem à mesma tabela ou figura,
não é necessária nova chamada.
46
- Não apresentar os mesmos dados em tabelas e em figuras.
- As novas descobertas devem ser confrontadas com o conhecimento anteriormente
obtido.
Conclusões
- O termo Conclusões deve ser centralizado e grafado em negrito, com letras
minúsculas, exceto a letra inicial.
- Devem ser apresentadas em frases curtas, sem comentários adicionais, com o verbo
no presente do indicativo.
- Devem ser elaboradas com base no objetivo do trabalho.
- Não podem consistir no resumo dos resultados.
- Devem apresentar as novas descobertas da pesquisa.
- Devem ser numeradas e no máximo cinco.
Agradecimentos
- A palavra Agradecimentos deve ser centralizada e grafada em negrito, com letras
minúsculas, exceto a letra inicial.
- Devem ser breves e diretos, iniciando-se com “Ao, Aos, À ou Às” (pessoas ou
instituições).
- Devem conter o motivo do agradecimento.
Referências
- A palavra Referências deve ser centralizada e grafada em negrito, com letras
minúsculas, exceto a letra inicial.
- Devem ser de fontes atuais e de periódicos: pelo menos 70% das referências devem
ser dos últimos 10 anos e 70% de artigos de periódicos.
- Devem ser normalizadas de acordo com a NBR 6023 da ABNT, com as adaptações
descritas a seguir.
- Devem ser apresentadas em ordem alfabética dos nomes dos autores, separados por
ponto-e-vírgula, sem numeração.
47
- Devem apresentar os nomes de todos os autores da obra.
- Devem conter os títulos das obras ou dos periódicos grafados em negrito.
- Devem conter somente a obra consultada, no caso de citação de citação.
- Todas as referências devem registrar uma data de publicação, mesmo que
aproximada.
- Devem ser trinta, no máximo.
Exemplos:
- Artigos de Anais de Eventos (aceitos apenas trabalhos completos)
AHRENS, S. A fauna silvestre e o manejo sustentável de ecossistemas florestais. In:
SIMPÓSIO LATINO-AMERICANO SOBRE MANEJO FLORESTAL, 3, 2004, Santa Maria.
Anais. Santa Maria: UFSM, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal, 2004.
p.153-162.
- Artigos de periódicos
SANTOS, M.A. dos; NICOLÁS, M.F.; HUNGRIA, M. Identificação de QTL
associados à simbiose entre Bradyrhizobium japonicum, B. elkanii e soja. Pesquisa
Agropecuária Brasileira, v.41, p.67-75, 2006.
- Capítulos de livros
AZEVEDO, D.M.P. de; NÓBREGA, L.B. da; LIMA, E.F.; BATISTA, F.A.S.;
BELTRÃO, N.E. de M. Manejo cultural. In: AZEVEDO, D.M.P.; LIMA, E.F. (Ed.). O
agronegócio da mamona no Brasil. Campina Grande: Embrapa Algodão; Brasília: Embrapa
Informação Tecnológica, 2001. p.121-160.
- Livros
OTSUBO, A.A.; LORENZI, J.O. Cultivo da mandioca na Região Centro-Sul do
Brasil. Dourados: Embrapa Agropecuária Oeste; Cruz das Almas: Embrapa Mandioca e
Fruticultura, 2004. 116p. (Embrapa Agropecuária Oeste. Sistemas de produção, 6).
- Teses
HAMADA, E. Desenvolvimento fenológico do trigo (cultivar IAC 24 - Tucuruí),
comportamento espectral e utilização de imagens NOAA-AVHRR. 2000. 152p. Tese
(Doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas.
- Fontes eletrônicas
EMBRAPA AGROPECUÁRIA OESTE. Avaliação dos impactos econômicos, sociais
e ambientais da pesquisa da Embrapa Agropecuária Oeste: relatório do ano de 2003. Dourados:
48
Embrapa Agropecuária Oeste, 2004. 97p. (Embrapa Agropecuária Oeste. Documentos, 66).
Disponível em:. Acesso em: 18 abr. 2006.
Citações
- Não são aceitas citações de resumos, comunicação pessoal, documentos no prelo ou
qualquer outra fonte, cujos dados não tenham sido publicados. - A autocitação deve ser evitada.
- Devem ser normalizadas de acordo com a NBR 10520 da ABNT, com as adaptações descritas
a seguir.
- Redação das citações dentro de parênteses
- Citação com um autor: sobrenome grafado com a primeira letra maiúscula, seguido
de vírgula e ano de publicação.
- Citação com dois autores: sobrenomes grafados com a primeira letra maiúscula,
separados pelo "e" comercial (&), seguidos de vírgula e ano de publicação.
- Citação com mais de dois autores: sobrenome do primeiro autor grafado com a
primeira letra maiúscula, seguido da expressão et al., em fonte normal, vírgula e ano de
publicação.
- Citação de mais de uma obra: deve obedecer à ordem cronológica e em seguida à
ordem alfabética dos autores.
- Citação de mais de uma obra dos mesmos autores: os nomes destes não devem ser
repetidos; colocar os anos de publicação separados por vírgula.
- Citação de citação: sobrenome do autor e ano de publicação do documento original,
seguido da expressão “citado por” e da citação da obra consultada.
- Deve ser evitada a citação de citação, pois há risco de erro de interpretação; no caso
de uso de citação de citação, somente a obra consultada deve constar da lista de referências.
- Redação das citações fora de parênteses
- Citações com os nomes dos autores incluídos na sentença: seguem as orientações
anteriores, com os anos de publicação entre parênteses; são separadas por vírgula.
Fórmulas, expressões e equações matemáticas
- Devem ser iniciadas à margem esquerda da página e apresentar tamanho padronizado
da fonte Times New Roman.
49
- Não devem apresentar letras em itálico ou negrito, à exceção de símbolos escritos
convencionalmente em itálico.
Tabelas
- As tabelas devem ser numeradas sequencialmente, com algarismo arábico, e
apresentadas em folhas separadas, no final do texto, após as referências.
- Devem ser auto-explicativas.
- Seus elementos essenciais são: título, cabeçalho, corpo (colunas e linhas) e coluna
indicadora dos tratamentos ou das variáveis.
- Os elementos complementares são: notas-de-rodapé e fontes bibliográficas.
- O título, com ponto no final, deve ser precedido da palavra Tabela, em negrito; deve
ser claro, conciso e completo; deve incluir o nome (vulgar ou científico) da espécie e das
variáveis dependentes.
- No cabeçalho, os nomes das variáveis que representam o conteúdo de cada coluna
devem ser grafados por extenso; se isso não for possível, explicar o significado das abreviaturas
no título ou nas notas-de-rodapé.
- Todas as unidades de medida devem ser apresentadas segundo o Sistema
Internacional de Unidades.
- Nas colunas de dados, os valores numéricos devem ser alinhados pelo último
algarismo.
- Nenhuma célula (cruzamento de linha com coluna) deve ficar vazia no corpo da
tabela; dados não apresentados devem ser representados por hífen, com uma nota-de-rodapé
explicativa.
- Na comparação de médias de tratamentos são utilizadas, no corpo da tabela, na coluna
ou na linha, à direita do dado, letras minúsculas ou maiúsculas, com a indicação em nota-de-
rodapé do teste utilizado e a probabilidade.
- Devem ser usados fios horizontais para separar o cabeçalho do título, e do corpo;
usá-los ainda na base da tabela, para separar o conteúdo dos elementos complementares. Fios
horizontais adicionais podem ser usados dentro do cabeçalho e do corpo; não usar fios verticais.
- As tabelas devem ser editadas em arquivo Word, usando os recursos do menu Tabela;
não fazer espaçamento utilizando a barra de espaço do teclado, mas o recurso recuo do menu
Formatar Parágrafo.
50
- Notas de rodapé das tabelas
- Notas de fonte: indicam a origem dos dados que constam da tabela; as fontes devem
constar nas referências.
- Notas de chamada: são informações de caráter específico sobre partes da tabela, para
conceituar dados. São indicadas em algarismo arábico, na forma de expoente, entre parênteses,
à direita da palavra ou do número, no título, no cabeçalho, no corpo ou na coluna indicadora.
São apresentadas de forma contínua, sem mudança de linha, separadas por ponto.
- Para indicação de significância estatística, são utilizadas, no corpo da tabela, na forma
de expoente, à direita do dado, as chamadas ns (não-significativo); * e ** (significativo a 5 e
1% de probabilidade, respectivamente).
Figuras
- São consideradas figuras: gráficos, desenhos, mapas e fotografias usados para ilustrar
o texto.
- Só devem acompanhar o texto quando forem absolutamente necessárias à
documentação dos fatos descritos.
- O título da figura, sem negrito, deve ser precedido da palavra Figura, do número em
algarismo arábico, e do ponto, em negrito.
- Devem ser auto-explicativas.
- A legenda (chave das convenções adotadas) deve ser incluída no corpo da figura, no
título, ou entre a figura e o título.
- Nos gráficos, as designações das variáveis dos eixos X e Y devem ter iniciais
maiúsculas, e devem ser seguidas das unidades entre parênteses.
- Figuras não-originais devem conter, após o título, a fonte de onde foram extraídas;
as fontes devem ser referenciadas.
- O crédito para o autor de fotografias é obrigatório, como também é obrigatório o
crédito para o autor de desenhos e gráficos que tenham exigido ação criativa em sua elaboração.
- As unidades, a fonte (Times New Roman) e o corpo das letras em todas as figuras devem ser
padronizados.
- Os pontos das curvas devem ser representados por marcadores contrastantes, como:
círculo, quadrado, triângulo ou losango (cheios ou vazios).
51
- Os números que representam as grandezas e respectivas marcas devem ficar fora do
quadrante.
- As curvas devem ser identificadas na própria figura, evitando o excesso de
informações que comprometa o entendimento do gráfico.
- Devem ser elaboradas de forma a apresentar qualidade necessária à boa reprodução
gráfica e medir 8,5 ou 17,5 cm de largura.
- Devem ser gravadas nos programas Word, Excel ou Corel Draw, para possibilitar a
edição em possíveis correções.
- Usar fios com, no mínimo, 3/4 pontos de espessura.
- No caso de gráfico de barras e colunas, usar escala de cinza (exemplo: 0, 25, 50, 75
e 100%, para cinco variáveis).
- Não usar negrito nas figuras.
- As figuras na forma de fotografias devem ter resolução de, no mínimo, 300 dpi e ser
gravadas em arquivos extensão TIF, separados do arquivo do texto.
- Evitar usar cores nas figuras; as fotografias, porém, podem ser coloridas.
Notas Científicas
- Notas científicas são breves comunicações, cuja publicação imediata é justificada,
por se tratar de fato inédito de importância, mas com volume insuficiente para constituir um
artigo científico completo.
Apresentação de Notas Científicas
- A ordenação da Nota Científica deve ser feita da seguinte forma: título, autoria (com
as chamadas para endereço dos autores), Resumo, Termos para indexação, título em inglês,
Abstract, Index terms, texto propriamente dito (incluindo introdução, material e métodos,
resultados e discussão, e conclusão, sem divisão), Referências, tabelas e figuras.
- As normas de apresentação da Nota Científica são as mesmas do Artigo Científico,
exceto nos seguintes casos:
- Resumo com 100 palavras, no máximo.
- Deve ter apenas oito páginas, incluindo-se tabelas e figuras.
- Deve apresentar, no máximo, 15 referências e duas ilustrações (tabelas e figuras).
Outras informações
52
- Não há cobrança de taxa de publicação.
- Os manuscritos aprovados para publicação são revisados por no mínimo dois
especialistas.
- O editor e a assessoria científica reservam-se o direito de solicitar modificações nos
artigos e de decidir sobre a sua publicação.
- São de exclusiva responsabilidade dos autores as opiniões e conceitos emitidos nos
trabalhos.
- Os trabalhos aceitos não podem ser reproduzidos, mesmo parcialmente, sem o
consentimento expresso do editor da PAB.
Condições para submissão
Como parte do processo de submissão, os autores são obrigados a verificar a
conformidade da submissão em relação a todos os itens listados a seguir. As submissões que
não estiverem de acordo com as normas serão devolvidas aos autores.
1. O manuscrito deve ser inédito e não pode ter sido submetido,
simultaneamente, a outro periódico, e seus dados (tabelas e figuras) não podem ter sido
publicados parcial ou totalmente em outros meios de publicação técnicos ou científicos
(boletins institucionais, anais de eventos, comunicados técnicos, notas científicas, etc.).
2. O texto deve ser submetido no formato do Microsoft Word, em espaço
duplo, escrito na fonte Times New Roman 12, tamanho de papel A4, com páginas e
linhas numeradas; e o arquivo não deve ultrapassar o tamanho de 20 MB.
3. O artigo deve ter, no máximo, 20 páginas e tem que estar organizado na
seguinte ordem: Título; nome completo dos autores, seguido de endereço institucional
e eletrônico; Resumo; Termos para indexação; Title, Abstract; Index terms; Introdução;
Material e Métodos; Resultados e Discussão; Conclusões; Agradecimentos;
Referências; tabelas e figuras.
4. Os padrões de texto e de referências bibliográficas devem ser
apresentados de acordo com as orientações, para a apresentação de manuscritos,
estabelecidas nas Diretrizes aos autores, as quais se encontram na página web da revista
PAB.
5. Mensagens de concordância dos coautores com o conteúdo do
manuscrito e sua submissão à revista devem ser compiladas pelo autor correspondente
53
em um arquivo do Microsoft Word e carregadas no sistema como um documento
suplementar, no quarto passo do processo de submissão.
6. Diante do grande número de trabalhos recebidos para publicação (média
de 110 por mês), solicitamos sua concordância com os seguintes procedimentos
adotados pela revista PAB:
Os trabalhos são analisados pela Comissão Editorial, antes de serem
submetidos à assessoria científica. Nessa análise, consideram-se os seguintes aspectos,
entre outros: escopo, apresentação do artigo segundo as normas da revista; formulação
do objetivo de forma clara; clareza da redação; fundamentação teórica; atualização da
revisão da literatura; coerência e precisão da metodologia; discussão dos fatos
observados em relação aos descritos na literatura; resultados com contribuição
significativa; qualidade das tabelas e figuras; e, finalmente, originalidade e consistência
das conclusões.
Após a aplicação desses critérios, caso o número de trabalhos aprovados
ultrapasse a capacidade de publicação mensal, é aplicado o critério da relevância
relativa. Segundo esse critério, os trabalhos com contribuição mais significativa para o
avanço do conhecimento científico são aprovados. Esse critério é aplicado apenas aos
trabalhos que atendam aos requisitos de qualidade, mas que, por excederem a
capacidade de publicação mensal da revista, não podem ser todos aprovados. Por esse
mesmo motivo, informamos que não aceitamos pedido de reconsideração.
54
ANEXO III
Figura 1 –Curral de manejo
Fonte: Arquivo pessoal.
Figura 2 – Equipamentos para avaliação microclimática.
Fonte: Arquivo pessoal.
55
Figura 3 - Animais experimentais de quatro grupamentos genéticos.
Fonte: Arquivo pessoal
Figura 4 - Animais experimentais.
Fonte: Arquivo pessoal
56
Figura 4 - Contagem dos movimentos respiratórios.
Fonte: Arquivo pessoal.
Figura 5 - Avaliação da temperatura retal.
Fonte: Arquivo pessoal.
57
Figura 6 - Auscultação da frequência cardíaca.
Fonte: Arquivo pessoal.
Figura 7 - Determinação da taxa de sudação.
Fonte: Arquivo pessoal.
58
Figura 8 – Discos de cloreto de cobalto a 10% (para avaliação da taxa de sudação).
Fonte: Arquivo pessoal.
Figura 9 - Coleta de pelos para amostragem.
Fonte: Arquivo pessoal.
59
Figura 10 – Determinação da espessura da capa de pelame
Fonte: Arquivo pessoal.
Figura 11 – Determinação da temperatura superficial do pelame.
Fonte: Arquivo pessoal.
60
Figura 12 – Determinação da temperatura superficial da pele.
Fonte: Arquivo pessoal.
Figura 13 - Avaliação visual da coloração do pelame.
Fonte: Arquivo pessoal.
61
Figura 14 - Avaliação visual da coloração da pele.
Fonte: Arquivo pessoal.
Figura 15 - Contagem manual dos pelos.
Fonte: Caroline Carvalho de Oliveira.
62
Figura 16 - Mensuração do comprimento do pelo.
Fonte: Caroline Carvalho de Oliveira, 2013.
Figura 17 – Avaliação do diâmetro do pelo.
Fonte: Caroline Carvalho de Oliveira, 2013.