IBRACON - Volume II - Construções em Concreto - Trabalho CBC0164 - pg. II.1381 - II.1395
46º Congresso Brasileiro do Concreto - ISBN: 85-98576-02-6 II.1381
Otimização dos Materiais para a Composição do Concreto de Alto Desempenho
Eng. Israel Rodrigo de Freitas Martins (1); Profa. Dra. Mônica Pinto Barbosa (2); Carlos
Rogério Lazari (3); Eng. Flávio Moreira Salles (4)
(1) Mestrando, Departamento de Engenharia Civil da FEIS – UNESP, Ilha Solteira – SP. [email protected]
(2) Livre Docente, Departamento de Engenharia Civil da FEIS – UNESP, Ilha Solteira – SP. [email protected]
(3) Discente da Faculdade de Engenharia Civil de Ilha Solteira – FEIS – UNESP; Bolsista IC - FAPESP, Ilha Solteira
– SP. [email protected]
(4) Companhia Energética de São Paulo; Laboratório CESP de Engenharia Civil, Ilha Solteira – SP. [email protected]
Universidade Estadual Paulista – Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira
Departamento de Engenharia Civil Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil Alameda Bahia, 550 – CEP: 15385-000; Ilha Solteira – SP – Brasil.
Tel: 3743-1137 / Fax: 3743-1160
Palavras Chaves: Concreto de Alto Desempenho; Dosagem; Volume Absoluto, Esqueleto Granular; Resistência à Compressão. Resumo O Concreto de Alto Desempenho (CAD) prima por estabelecer uma excelente seleção dos seus materiais constituintes os quais devem ser dosados numa proporção ótima para que sua performance seja a melhor possível. Os métodos de dosagem consagrados e específicos para CAD são divididos em dois grupos: os baseados no critério do volume absoluto e aqueles baseados na otimização do esqueleto granular. Este trabalho apresenta os resultados de um programa experimental desenvolvido para a definição da composição ótima de agregados e do traço de CAD, usando como referência o desempenho da resistência à compressão do concreto. O método de dosagem escolhido foi o AITCIN, o qual além de bastante criterioso é de fácil execução. Os materiais empregados nas composições foram: cimento Portland CP V ARI, superplastificante de última geração, sílica ativa, agregado graúdo britado de origem basáltica com diâmetros máximos 19 e 9,5mm e como agregado miúdo areia natural. A otimização do esqueleto granular foi feita com os agregados disponíveis, nas dimensões mencionadas, resultando em composições de maior compacidade. A análise dos resultados obtidos permitiu escolher o traço de desempenho mais elevado, os materiais compatíveis de melhor performance e a comprovação da adequação da metodologia empregada.
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1 Introdução Nas últimas décadas, com a evolução do cálculo estrutural e projetos arquitetônicos mais arrojados, houve a necessidade de melhoria das propriedades do concreto a ser utilizado. Através de pesquisa aplicada e desenvolvimento de novos materiais possibilitou-se a evolução tecnológica do material concreto, resultando assim no Concreto de Alto Desempenho (CAD). O CAD é um material com resistência à compressão superior a dos concretos convencionais, proporcionando uma redução, nas seções transversais dos elementos estruturais, permitindo assim elaboração de projetos com áreas úteis mais amplas, especialmente nos térreos e subsolos de edifícios. As vantagens do Concreto de Alto Desempenho em relação aos concretos convencionais não param por ai. O CAD apresenta: menor porosidade, maior durabilidade, resistência à tração e módulo de elasticidade mais elevados, melhor resistência ao fogo, melhor resistência a ataques químicos, entre outros. Segundo MEHTA e MONTEIRO (1994), as altas resistências são possíveis pela redução da porosidade, da heterogeneidade e da micro-fissuração na pasta e na zona de transição, o que leva o Concreto de Alto Desempenho a apresentar comportamento diferente do concreto convencional sob vários aspectos. A alta reatividade da sílica ativa com o hidróxido de cálcio produzido na hidratação do cimento Portland, juntamente com as baixas relações água/aglomerante, propiciadas pelos aditivos superplastificantes, contribuem diretamente para se produzir um concreto com elevada resistência à compressão. Segundo PEREIRA NETO (1994), com o aumento na resistência da pasta do CAD, se faz necessário uma atenção especial ao agregado graúdo, pois a ruptura na maioria das vezes é do tipo trans-granular. No CAD a seleção dos materiais constituintes tem grande importância, pois a ruptura acontecerá na fase mais fraca do concreto, que deverá ser resistente o bastante para suportar os esforços a que será submetido, garantindo assim uma ótima performance do conjunto. A indústria da construção civil tem investido pesado no desenvolvimento de novas tecnologias. Atualmente o mercado dispõe de uma infinidade de produtos - cimentos, aditivos químicos, aditivos minerais, entre outros -, que exigem estudos para otimizar as composições e melhor explorar as características e propriedades do CAD. Os métodos de dosagem consagrados são divididos em dois grupos: os baseados no critério do volume absoluto e aqueles baseados na otimização do esqueleto granular. Nos métodos que constituem o primeiro grupo, as quantidades dos componentes são calculadas de acordo com os procedimentos das metodologias adotadas, e ao fim, o volume de um metro cúbico de concreto é fechado pelo agregado miúdo. Os métodos pertencentes ao segundo grupo, como o próprio nome diz, baseiam-se na melhoria da composição do agregado graúdo utilizado, quanto a sua granulometria, podendo ser uma composição garimpada dentre diversas britas com materiais retidos em diferentes peneiras, o que muitas vezes é inviável para produção em grande escala ou, uma otimização mais simples, provinda por exemplo, da junção de duas britas de granulometria comercial. Este trabalho apresenta os resultados de um programa experimental desenvolvido para definir a composição ótima de agregados e do traço de CAD, selecionando, dentre várias opções de materiais disponíveis na região noroeste do Estado de São Paulo, aqueles que melhor se comportam, usando como referência o desempenho da resistência à compressão do concreto.
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2 Programa Experimental O programa experimental foi dividido em quatro etapas: 1 – Desenvolvimento de um Traço Padrão de Concreto de Alto Desempenho e elaboração de diversas composições, através das combinações dos materiais disponíveis. 2 – Otimização do esqueleto granular do Traço Padrão de CAD resultando no Traço Modificado, juntamente com a elaboração das novas composições possíveis. 3 – Determinação experimental da resistência à compressão das oito composições de CAD, determinadas nas duas etapas anteriores, em corpos-de-prova submetidos à cura úmida e rompidos nas idades de 3, 7, 28 e 90 dias. 4 – Comparação e análise dos resultados em relação às variações de cimento, superplastificante e esqueleto granular, dentre todas as composições em questão. 2.1 Materiais utilizados Na elaboração dos Concretos de Alto Desempenho dá-se preferência aos cimentos Portland de Alta Resistência Inicial (ARI). Nesta pesquisa optou-se por dois tipos de cimento ARI: o cimento CPV ARI PLUS e o cimento CPV ARI RS. Foram utilizados dois superplastificantes do tipo policarboxilato, aqui denominados respectivamente de aditivo superplastificante 1 e 2. Os agregados graúdos escolhidos foram duas britas de origem basáltica, as quais existem em abundancia na região Noroeste do Estado de São Paulo, e cujos Diâmetros Máximos Característicos (DMC) são de 19mm e 9,5mm respectivamente. Todos os traços foram executados com a mesma areia natural e com a mesma proporção de sílica ativa (10% do peso do cimento, em substituição). 2.2 Método de dosagem O método utilizado foi o proposto pelo pesquisador canadense Aitcin (2000), cientificamente denominado de “Método Aitcin”, específico para Concreto de Alto Desempenho. Este método é baseado no critério do volume absoluto. A metodologia foi seguida criteriosamente e, após pequenos ajustes no teor de argamassa e na porcentagem de agregado graúdo, definiu-se o traço apresentado na Tabela 1, que denominaremos de TRAÇO PADRÃO, e que deu origem ao primeiro grupo de quatro composições elaboradas segundo as combinações dos materiais disponíveis.
Tabela 1: Composição do TRAÇO PADRÃO
Materiais Quantidade ÁGUA 160,1 kg/m³ FATOR ÁGUA/AGLOMERANTE (A/A) 0,27 CIMENTO 466,7 kg/m³ SÍLICA 51,8 kg/m³ AGREGADO GRAÚDO (19mm) 1088,6 kg/m³ AGREGADO MIÚDO 763,1 kg/m³ ADITIVO SUPERPLASTIFICANTE 4,3 l/m³ TEOR de ARGAMASSA 0,55 AGREGADO GRAÚDO em relação ao MIÚDO 57%
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A otimização do esqueleto granular ocorre a partir da inserção de uma certa porcentagem de brita de menor diâmetro máximo característico numa outra brita de graduação superior, aumentando assim a compacidade da mistura. Uma das propostas deste trabalho foi de implementar uma melhoria no esqueleto granular de um traço definido a partir de uma metodologia que não levasse em consideração esta questão. Assim exposto, substituiu-se nas quatro composições do TRAÇO PADRÃO os 100% de brita de DMC 19mm por 70% desta e 30% de brita com DMC 9,5mm, valores estes determinados através de ensaio de compacidade; resultando no TRAÇO MODIFICADO, apresentado na Tabela 2. Este por sua vez gerou um segundo grupo de mais quatro composições, com a determinação de novos teores de argamassa e de agregado graúdo.
Tabela 2: Composição do TRAÇO MODIFICADO
Materiais Quantidade
ÁGUA 160,8 kg/m³ FATOR ÁGUA/AGLOMERANTE (A/A) 0,27 CIMENTO 466,7 kg/m³ SÍLICA 51,8 kg/m³ AGREGADO GRAÚDO (9,5mm) 348,1 kg/m³ AGREGADO GRAÚDO (19mm) 813,5 kg/m³ AGREGADO MIÚDO 692,7 kg/m³ ADITIVO SUPERPLASTIFICANTE 5,7 l/m³ TEOR de ARGAMASSA 0,51 AGREGADO GRAÚDO em relação ao MIÚDO 61%
As Figuras 1 e 2 ilustram parte do ensaio de compacidade, o qual foi realizado através de metodologia apresentada por HELENE e TERZIAN (1993) e seus valores são apresentados na Tabela 3.
Figura 1: Ensaio de compacidade Figura 2: Detalhe do ensaio de compacidade
Tabela 3: Valores obtidos no ensaio de compacidade
Composição entre os agregados de DMC 19 mm e DMC 9,5 mm (%)
Quantidade de agregado de DMC 19 mm (kg)
Quantidade de agregado de DMC 9,5 mm (kg)
Massa do recipiente
Massa unitária no estado compactado
100/0 30 3,33 - - 90/10 30 7,50 27,25 1,63 80/20 30 12,86 28,25 1,69 70/30 30 20,00 28,6 1,71 60/40 30 30,00 28,55 1,71
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2.3 Composições utilizadas A partir das variações dos materiais constituintes disponíveis, o TRAÇO PADRÃO gerou as composições A, B, C e D e, da mesma forma, o TRAÇO MODIFICADO resultou nas composições E,F,G e H, as quais são apresentadas na Tabela 4.
Tabela 4: Composições
MATERIAIS CONSTITUINTES VARIANTES TRAÇOS COMPOSIÇÕES Cimento Aditivo SuperplastificanteAgregado Graúdo (DMC)
A CP V ARI PLUS 1 19mm B CP V ARI RS 1 19mm C CP V ARI PLUS 2 19mm
Padrão
D CP V ARI RS 2 19mm E CP V ARI PLUS 1 19mm + 9,5mm F CP V ARI RS 1 19mm + 9,5mm G CP V ARI PLUS 2 19mm + 9,5mm
Modificado
H CP V ARI RS 2 19mm + 9,5mm A porcentagem de superplastificante variou entre uma e outra composição com intuito de manter a mesma relação água/material aglomerante e o mesmo abatimento do tronco 16cm (± 2) 2.4 Produção do concreto O concreto foi fabricado em betoneira de eixo inclinado e em seguida disposto e adensado em moldes metálicos 10X20cm, com o uso de mesa vibratória. Depois, as amostras foram colocadas na câmara úmida com umidade e temperatura controladas. As amostras foram ensaiadas à compressão axial nas idades de 3, 7, 28 e 90 dias.
Figura 3: Aspecto da mistura, já com a água Figura 4: Aspecto da mistura após a ação do introduzida, faltando apenas o superplastificante superplastificante Anteriormente aos ensaios de resistência à compressão, todos os corpos de prova tiveram seus topos retificados, como pode ser observado na Figura 6, isentando-os de qualquer excentricidade na aplicação do carregamento.
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Figura 5: Detalhe da medida da trabalhabilidade Figura 6: Retificação dos corpos-de-prova do CAD 3 Resultados Experimentais 3.1 Características dos materiais granulares As características dos agregados graúdos utilizados, Tabelas 5 e 6, juntamente com as curvas granulométricas das Figuras 7 a 9, são apresentadas a seguir. Tabela 5: Caracterização do agregado graúdo de DMC 19 mm
0102030405060708090100
1 10 100abertura (mm)
% re
tida
acum
ulad
a
Especificação B1Brita 1
Figura 7: Granulometria do agregado graúdo de DMC 19 mm
Tabela 6: Caracterização do agregado graúdo de DMC 19 mm
0102030405060708090100
1 10 100abertura (mm)
% re
tida
acum
ulad
a
Especificação B 0Brita 0
Figura 8: Granulometria do agregado graúdo de DMC 9,5 mm
Caracterização do Agregado Graúdo de DMC 19 mm Quantidade
AGREGADO B1 DIÂMETRO MÁXIMO (MM) 19 MÓDULO DE FINURA 6,99 PESO ESPECÍFICO S.S.S. (G/CM³) 2,895 PESO ESPECÍFICO SECO (G/CM³) 2,840 PESO UNITÁRIO (G/CM³) 1,537 ABSORÇÃO (%) 1,93 PULVERULENTO (%) 0,31
Caracterização do Agregado Graúdo de DMC 9,5 mm Quantidade
AGREGADO B0 DIÂMETRO MÁXIMO (MM) 9,5 MÓDULO DE FINURA 5,86 PESO ESPECÍFICO S.S.S. (G/CM³) 2,900 PESO ESPECÍFICO SECO (G/CM³) 2,839 PESO UNITÁRIO (G/CM³) 1,520 ABSORÇÃO (%) 2,08 PULVERULENTO (%) 2,16
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0102030405060708090100
1 10 100abertura (mm)
% re
tida
acum
ulad
a
Especificação B1Brita 1
Figura 9: Granulometria resultante de 70% DMC 19 mm + 30% DMC 9,5 mm
3.2 Resultados dos cimentos As análises físico-químicas dos cimentos Portland utilizados são apresentadas a seguir, nas Tabelas 7 e 8.
Tabela 7: Análise físico-química do CPV ARI PLUS Especificações
NBR-5733 Análise físico-química de cimento CP V-ARI PLUS Índices Obtidos
min. máx. Finura Peneira 200 (% retida) 0,09 - 6,0 Superf. espec. Blaine (cm²/g) 4499 3000 -
Início de pega (h:min) 02:02 01:00 - Resistência Tensão 03 dias 45,9 24,0 - Compressão 07 dias 54,1 34,0 -
Axial ( MPa ) 28 dias 53,7 - - Perda ao fogo 3,62 - 4,5 Insolúveis 0,21 - 1,0
Análise MgO 0,81 - 6,5 Química (%) SO3 3,04 - 3,5
Tabela 8: Análise físico-química do CPV ARI RS
Especificações NBR-5733 Análise físico-química de cimento CP V-ARI RS Índices
Obtidosmin. máx.
Finura Peneira 200 (% retida) 0,38 - 6,0 Superf. espec. Blaine (cm²/g) 4231 3000 -
Início de pega (h:min) 02:15 01:00 - Resistência Tensão 03 dias 37,3 24,0 - Compressão 07 dias 43,5 34,0 -
Axial ( MPa ) 28 dias 50,8 - - Perda ao fogo 2,92 - 4,5 Insolúveis 1,95 - 1,0
Análise MgO 2,08 - 6,5 Química (%) SO3 2,86 - 3,5
3.3 Comparação das composições do concreto Pode-se observar na Figura 10 a evolução da resistência à compressão das oito composições especificadas na Tabela 3, aos 3, 7, 28 e 90 dias de idade.
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Evolução da Resistência à Compressão das Composições de CAD
50
60
70
80
90
100
110
0 20 40 60 80 100Idade (dias)
Res
istê
ncia
á C
ompr
essã
o (M
Pa)
ABCDEFGH
Figura 10: Evolução da resistência à compressão das composições de CAD
As composições A e C foram as de melhor desempenho quando comparado as evoluções das resistências à compressão entre as composições de seu grupo – TRAÇO PADRÃO. Entre as composições com melhoria do esqueleto granular – TRAÇO MODIFICADO, o melhor desempenho foi obtido pelas composições E e G. Na Figura 11 é possível observar o rendimento de cada composição, valor este resultante da divisão da resistência à compressão pelo consumo de cimento.
Rendimento das Composições de CAD
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3 7 28 90Idade (dias)
Fato
r de
Ren
dim
ento
ABCDEFGH
Figura 11: Rendimento das composições de CAD
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Optou-se, no decorrer deste trabalho, pela comparação das composições aos pares, analisando assim os resultados em relação a cada variante. As variantes foram: cimento, superplastificante e esqueleto granular. 3.4 Comparação entre as Composições com CP V ARI PLUS e CP V ARI
RS Nas Figuras 12 a 15 pode-se observar a evolução das resistências à compressão aos pares de composições idênticas, exceto a variação do cimento CP V ARI PLUS para o CP V ARI RS.
3 7 28 90
A - CPV ARI PLUS
B - CPV ARI RS
53,269,5
76,1 77,3
56,9
88,2 93,9 97,7
0
20
40
60
80
100
Res
istê
ncia
à C
ompr
essã
o
Idades
Tipo de cimento
COMPOSIÇÃO A X COMPOSIÇÃO BA - CPVARI PLUS
B - CPVARI RS
Figura 12: Evolução da resistência à compressão, entre a composição A – CP V ARI PLUS e B – CP V ARI RS
3 7 28 90
C - CPV ARI PLUS
D - CPV ARI RS
58,8 71,5 74,3 80,560,8
88,2 92,0 101,6
0204060
80
100
120
Res
istê
ncia
à C
ompr
essã
o
Idades
Tipo de cimento
COMPOSIÇÃO C X COMPOSIÇÃO DC - CPVARI PLUSD - CPVARI RS
Figura 13: Evolução da resistência à compressão, entre a composição C – CP V ARI PLUS e D – CP V ARI
RS
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3 7 28 90
E - CPV ARI PLUS
F CPV ARI RS
61,480,2
83,894,5
66,181,1 86,2
95,7
0
20
40
60
80
100R
esis
tênc
ia à
Com
pres
são
Idades
Tipo de cimento
COMPOSIÇÃO E X COMPOSIÇÃO FE - CPVARI PLUS
F CPVARI RS
Figura 14: Evolução da resistência à compressão, entre a composição E – CP V ARI PLUS e F – CP V ARI
RS
3 7 28 90
G - CPV ARI PLUS
H - CPV ARI RS
67,1 70,1 78,393,9
67,882,0 85,9
98,8
0
20
40
60
80
100
Res
istê
ncia
à C
ompr
essã
o
Idades
Tipo de cimento
COMPOSIÇÃO G X COMPOSIÇÃO HG - CPVARI PLUS
H - CPVARI RS
Figura 15: Evolução da resistência à compressão, entre a composição G – CP V ARI PLUS e H – CP V ARI RS
Observa-se que as composições com cimento CPV ARI PLUS apresentaram maiores valores de resistências à compressão, em relação aos resultados das composições com CPV ARI RS. Desempenho esperado, em razão das resistências apresentadas pelos dois cimentos – Tabelas 7 e 8.
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3.5 Comparação entre as Composições com o Aditivo Superplastificante 1 e
Aditivo Superplastificante 2 Nas Figuras 16 a 19 pode-se observar a evolução das resistências à compressão entre as composições, aos pares, de mesmo DMC e cimento, ocorrendo a variação apenas dos aditivos superplastificantes 1 e 2.
3 7 28 90
A - aditivo 1
C - aditivo 2
60,8
88,2 92,0 101,6
56,9
88,2 93,9 97,7
0204060
80
100
120
Res
istê
ncia
à C
ompr
essã
o
Idades
Tipo de superplastificante
COMPOSIÇÃO A X COMPOSIÇÃO CA - aditivo 1C - aditivo 2
Figura 16: Evolução da resistência à compressão, entre a composição A – aditivo 1 e C – aditivo 2
3 7 28 90
B - aditivo 1
D - aditivo 2
58,871,5 74,3 80,5
53,269,5 76,1 77,3
0
20
40
60
80
100
Res
istê
ncia
à C
ompr
essã
o
Idades
Tipo de superplastificante
COMPOSIÇÃO B X COMPOSIÇÃO DB - aditivo 1D - aditivo 2
Figura 17: Evolução da resistência à compressão, entre a composição B – aditivo 1 e D – aditivo 2
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3 7 28 90
E - aditivo 1
G - aditivo 2
67,882,0 85,9
98,8
66,181,1 86,2
95,7
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0R
esis
tênc
ia à
Com
pres
são
Idades
Tipo de superplastificante
COMPOSIÇÃO E X COMPOSIÇÃO GE - aditivo 1
G - aditivo 2
Figura 18: Evolução da resistência à compressão, entre a composição E – aditivo 1 e G – aditivo 2
3 7 28 90
F - aditivo 1
H - aditivo 2
67,170,1
78,393,9
61,480,2 83,8
94,5
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
Res
istê
ncia
à C
ompr
essã
o
Idades
Tipo de superplastificante
COMPOSIÇÃO F X COMPOSIÇÃO HF - aditivo 1
H - aditivo 2
Figura 19: Evolução da resistência à compressão, entre a composição F – aditivo 1 e H – aditivo 2 Nota-se que as composições com o aditivo 2 apresentaram maior valor de resistência à compressão em relação aos resultados das composições com aditivo 1, com exceção da composição F, em relação à composição H, nas idades de 7 e 28 dias.
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3.6 Comparação entre as Composições com Agregado Graúdo de DMC=
19mm e as de DMC= 19mm + 9,5mm Nas Figuras 20 a 23 observa-se a evolução das resistências à compressão aos pares de composições idênticas, exceto a variação do esqueleto granular, um com 100% de brita com DMC de 19mm e o outro composto por 70% desta e 30% de brita de DMC 9,5mm.
3 7 28 90
A - DMC 19mm
E - DMC 19mm+9,5mm
66,1 81,1 86,295,7
56,9
88,2 93,9 97,7
0
20
40
60
80
100
Res
istê
ncia
à C
ompr
essã
o
Idades
Tipo de esqueleto granular
COMPOSIÇÃO A X COMPOSIÇÃO EA - DMC 19mm
E - DMC19mm+9,5mm
Figura 20: Evolução da resistência à compressão, entre a composição A – DMC 19mm e E – DMC 19mm +
9,5mm
3 7 28 90
C - DMC 19mm
G - DMC 19mm+9,5mm
67,8 82,0 85,998,8
60,8
88,2 92,0 101,6
0204060
80
100
120
Res
istê
ncia
à C
ompr
essã
o
Idades
Tipo de esqueleto granular
COMPOSIÇÃO C x COMPOSIÇÃO GC - DMC 19mm
G - DMC19mm+9,5mm
Figura 21: Evolução da resistência à compressão, entre a composição C – DMC 19mm e G – DMC 19mm + 9,5mm
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46º Congresso Brasileiro do Concreto - ISBN: 85-98576-02-6 II.1394
3 7 28 90
D - DMC 19mm
H - DMC 19mm+9,5mm
67,1 70,1 78,393,9
58,871,5 74,3 80,5
0
20
40
60
80
100
Res
istê
ncia
à C
ompr
essã
o
Idades
Tipo de esqueleto granular
COMPOISIÇÃO D X COMPOSIÇÃO H D - DMC 19mm
H - DMC19mm+9,5mm
Figura 22: Evolução da resistência à compressão, entre a composição D – DMC 19mm e H – DMC 19mm + 9,5mm
3 7 28 90
B - DMC 19mm
F - DMC 19mm+9,5mm
61,480,2 83,8 94,5
53,269,5
76,1 77,3
0
20
40
60
80
100
Res
istê
ncia
à C
ompr
essã
o
Idades
Tipo de esqueleto granular
COMPOSIÇÃO B X COMPOSIÇÃO FB - DMC 19mm
F - DMC19mm+9,5mm
Figura 23: Evolução da resistência à compressão, entre a composição B – DMC 19mm e F – DMC 19mm + 9,5mm
Verifica-se que as composições de esqueleto granular otimizado, DMC 19mm + 9,5mm, apresentaram em todos os casos maior valor de resistência à compressão na primeira idade: 3 dias, quando comparado aos resultados das composições com 100% de DMC 19mm. Nas outras idades avaliadas, os valores encontrados foram próximos com relação às composições E e G ou maiores, como no caso das composições H e F.
IBRACON - Volume II - Construções em Concreto - Trabalho CBC0164 - pg. II.1381 - II.1395
46º Congresso Brasileiro do Concreto - ISBN: 85-98576-02-6 II.1395
4 Considerações Finais Todas as composições estudadas utilizaram matéria prima com elevada qualidade e apropriadas à elaboração de CAD. Das oito composições apresentadas, cinco ultrapassaram os 80 MPa, aos sete dias de idade. O consagrado método Aitcin mostrou-se calibrado para os materiais empregados. Quanto a metodologia de melhora do esqueleto granular, aqui adicionada, mostrou-se vantajosa, pois a partir de uma simples composição, entre britas comerciais, obteve-se um representativo acréscimo na resistência à compressão. Observa-se nas Figuras 12 a 15 o melhor desempenho das composições com CPV ARI PLUS, quando avaliados os resultados obtidos de resistência à compressão. Essa melhor performance do CPV ARI PLUS está evidenciada pelas características físico-químicas (finura e teor de insolúveis) e pela resistência à compressão das amostras dos cimentos. As composições que utilizaram o aditivo 2 obtiveram resultados superiores de resistência à compressão. Essa melhor compatibilidade com os materiais empregados pode ser verificada nas Figuras 16 a 19. Em relação às composições com esqueleto granular otimizado, estas apresentaram ganhos por volta de 15% na resistência à compressão nas primeiras idades, em comparação com as composições de esqueleto granular não otimizado. Fato este que credencia esta técnica na produção de peças pré-moldadas, podendo contribuir substancialmente no ganho de resistência e na diminuição de custos com a redução do tempo de desforma. 5 Referências AÏTCIN, P. C. Concreto de alto desempenho. 1°ed. São Paulo: PINI, 2000. 667p. HELENE, P.; TERZIAN, P. Manual de Dosagem e Controle do Concreto.1°ed. São Paulo: PINI, 1993. 349 p. METHA, P. K.; MONTEIRO, P. J. M. Concreto: estrutura, propriedades e materiais. 1°ed. São Paulo: PINI, 1994. 573 p. PEREIRA NETO, P. M. O efeito do agregado graúdo em algumas propriedades do concreto de alta resistência com microssílica, São Paulo, 1994. 173 p. Dissertação (Mestrado) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.