Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA
PROFESSORA: IRENA FIRMINIA BARTZEN
MARECHAL CÂNDIDO RONDON – 2013
Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2013
Título: Indígenas: busca de identidades e de espaços no Oeste Paranaense.
Autor: Irena Firminia Bartzen
Disciplina/Área: HISTÓRIA
Escola de Implementação do
Projeto e sua localização:
Colégio Estadual do Campo Margarida
Margarida – Marechal Cândido Rondon
Município da escola: Marechal Cândido Rondon
Núcleo Regional de Educação: Toledo
Professor Orientador: Mestra Édina Rautenberg
Instituição de Ensino Superior: Unioeste – Marechal Candido Rondon
Relação Interdisciplinar: (indicar, caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho)
Geografia – Artes
Justificativa, objetivos e metodologia utilizada.
Justificativa
Atualmente a região Oeste do Paraná vive uma situação tensa com os remanescentes indígenas que aqui vivem. A questão está sendo apresentada como um embate entre pequenos agricultores contra os indígenas. Os pequenos agricultores vivem com a ameaça de desapropriação de terras que cultivam e das quais possuem o direito de posse adquirido por lei. Por outro lado, os índios tem o direito de receber de volta as terras que pertenceram aos seus ancestrais.
Objetivos
- Problematizar e compreender a História do Oeste do Paraná através da questão indígena, analisando suas fontes históricas - Trabalhar a questão indígena a partir dos atuais conflitos existentes no Oeste do Paraná; - Pesquisar e analisar como os indígenas são apresentados pela imprensa; - Apresentar e discutir a etnia Guarani como habitantes originários da região Oeste do Paraná; Metodologia
A temática oportuniza a utilização de diferentes metodologias e ações que serão elencadas a seguir:
- Pesquisas bibliográficas; - Projeção e discussão de vídeos; - Levantamento, produção e leitura de textos que problematizem a questão indígena na atualidade; - Promoção de debates com o tema: Indígenas versus colonos; - Visitas a museus de Guaira e/ou Porto Mendes, depois exposição de fotos e utensílios.
Palavras-chave:
(3 a 5 palavras)
Índios – conflitos – terras – fontes históricas
Formato do Material Didático: Caderno Pedagógico
Público:
6º ano do Ensino Fundamental
4
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO .............................................................................. 5
UNIDADE I – OS INDÍGENAS NO OESTE DO PARANÁ:
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA .................................................. 8
Texto Didático 01 – CONHECENDO OS PRIMEIROS HABITANTES DO
OESTE DO PARANÁ ......................................................................................... 8
SUGESTÃO DE VÍDEO: ...................................................................................... 11
ATIVIDADES: ....................................................................................................... 11
Texto Didático 02 – O PROCESSO DE COLONIZAÇAO DO OESTE
PARANAENSE ................................................................................................. 12
ATIVIDADES: ....................................................................................................... 13
Texto didático 03 – TERRAS INDÍGENAS JÁ DEMARCADAS NA REGIÃO
OESTE.............................................................................................................. 15
ATIVIDADES ........................................................................................................ 16
UNIDADE II – OS INDÍGENAS NA IMPRENSA................................ 18
Os indígenas na imprensa.................................................................................... 18
Questionamentos: ................................................................................................ 20
UNIDADE III – MUSEUS E FONTES HISTÓRICAS INDÍGENAS ..... 22
Texto didático 04 – ARQUEOLOGIA – FONTES HISTÓRICAS .......................... 23
Sítio arqueológico - São Raimundo Nonato ......................................................... 23
ATIVIDADES ........................................................................................................ 23
VISITAÇAO A MUSEUS NA REGIÃO – GUAÍRA E PORTO MENDES ............... 24
ROTEIRO PARA A VISITA AO MUSEU .............................................................. 25
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................. 27
5
APRESENTAÇÃO
As aulas de História continuamente sofrem com a resistência dos alunos,
por normalmente tratarem de algo já vivido por pessoas em épocas remotas, não
despertando o real interesse dos educandos. Para nós que trabalhamos com a
disciplina, acreditamos que nossa matéria tem fundamental importância na
educação, pois pretendemos formar cidadãos críticos da realidade social em que
vivem. Busco, neste plano de implementação, fazer uma ponte com o passado
através dos conflitos atuais envolvendo índios guaranis no extremo oeste
paranaense, uma vez que a História estuda as ações e relações humanas no
tempo e no espaço e busca no passado os elementos que nos ajudem a entender
o presente.
Ensinar e aprender História requer práticas pedagógicas diferenciadas.
Através das atividades formativas do Programa de Desenvolvimento Educacional
da Secretaria de Estado da Educação – PDE, busco desenvolver algumas
práticas novas de ensino, para assim despertar interesse e sensibilizar o
educando quanto a problemática das populações indígenas Guaranis,
evidenciando espaços e identidades dessa população no Oeste do Paraná no
decorrer dos tempos.
A partir da problemática atual vivenciada na região oeste, onde vemos de
um lado os índios Guaranis lutando por espaço e meios de subsistência, e por
outro lado, colonos defendendo esse mesmo espaço, busca-se refletir com os
alunos do 6º ano do Ensino Fundamental do Colégio Estadual do Campo
Margarida, da cidade de Marechal Cândido Rondon – Paraná, às vivências do
povo Guarani, sua trajetória, opressão e exploração, luta e busca de sua
identidade, dando o devido valor aos povos que originariamente ocupavam essa
região.
O Colégio Estadual do Campo Margarida situa-se no distrito de Margarida,
município de Marechal Cândido Rondon - PR, sendo seus alunos na sua quase
totalidade, filhos de pequenos agricultores ou filhos de funcionários de granjas de
suínos ou aves. Por serem oriundos do meio rural, essas crianças auxiliam nas
atividades rurais, são aprendizes dos fazeres e dos ideários de seus pais, e,
muitas vezes, pela falta de conhecimento, acabaram incorporando e reproduzindo
6
o discurso “anti-indígena” que foi repassado pela mídia e pelas reuniões dos
políticos com os produtores rurais.
Pela longa experiência de trabalho docente, percebemos a predominância
de um grande equívoco difundido nos livros didáticos, que é a predominância da
idéia de que a região Oeste do Paraná era uma “vazio populacional”, e que
somente com a vinda dos pioneiros colonizadores é que se teria efetivamente
ocupado a região Oeste. Essa idéia de “vazio populacional” na região ajuda a
explicar o desinteresse das pessoas sobre a questão indígena na atualidade.
Segundo Sarah Ribeiro:
A representação de um Oeste paranaense desocupado ou pelo menos, destituído de pessoas habilitadas a alçá-lo às esferas do progresso é tributária das metas de expansão do capitalismo, “que incorpora uma nova área ao seu sistema produtivo desmistificando a noção de um processo harmonioso e pacífico elaborado pela ótica colonialista”. Diante desta concepção, possessões indígenas são qualificadas como espaços ideais a serem inseridos no âmbito da economia nacional e subseqüentemente capitalista. Atribui-se a preferência pelos sítios aludidos à suposta ociosidade que distingue estas terras e, ao mesmo tempo, à propalada fertilidade dos seus solos (RIBEIRO, 2005, p.27).
No entanto, mesmo prevalecendo à falsa concepção de “vazio
populacional”, é facilmente encontrada em várias partes da nossa região,
artefatos indígenas que expressam a anterior existência ou passagem destas
populações por vários territórios que compõem o oeste paranaense. Portanto,
nossa implementação visa não só comprovar e situar o “pioneirismo” das
populações indígenas nas terras que compõem o oeste paranaense através de
exposições históricas e textos didáticos, mas também levar nossos alunos a estas
constatações a partir de elementos que serão levantados por eles mesmos.
O projeto será desenvolvido através de práticas pedagógicas como leitura
e interpretação de textos que descrevem a ocupação da região Oeste do Paraná
desde o século XVI até hoje. Também serão promovidas visitas à museus da
região, produção de textos, entrevistas de pioneiros colonizadores e catalogação
de fotografias, coleta de artefatos, entre outros, cujo resultado final será a
exposição do material para a comunidade escolar.
Por fim, como nosso objetivo é proporcionar elementos para que os alunos
entendam o atual conflito envolvendo a exigência, por parte das populações
7
indígenas, da demarcação de terras no oeste do Paraná, analisaremos algumas
matérias veiculadas pela imprensa local, durante o período em que as
mobilizações foram mais intensas, visando problematizar como a classe
dominante têm se articulado visando deslegitimar a luta e o direito das
populações indígenas.
Durante o período da aplicação do projeto de implementação serão
também enfocados, dentro do tema proposto, outros conteúdos programáticos, já
que os mesmos estão relacionados à problemática indígena. Entre eles
destacamos a diversidade de povos indígenas; primeiros povos do continente
americano; os povos pré-colombianos; o modo de vida dos primeiros homens;
sempre buscando resgatar o interesse por fontes históricas e fazer os alunos a
pesquisarem pistas históricas através da arqueologia. Também serão trabalhadas
temáticas como imigração e emigração; colonização e empresas colonizadoras;
sistema colonial entre outras.
Longe de querer esgotar o tema, propomos nesta implementação, através
dos textos e atividades propostas, fazer com que o aluno tenha uma nova visão
da realidade atual vivida por nossos índios guaranis. Visão esta mais crítica e
solidária e que se sensibilize, fazendo com que a história atual tenha uma
sequência de igualdade e oportunidades a todos e que a opressão seja, ao
menos, minimizada.
8
UNIDADE I – OS INDÍGENAS NO OESTE DO PARANÁ: CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA
Através dos textos didáticos 01 e 02, faremos uma abordagem histórica da
ocupação da região Oeste do Paraná a partir do século XVI, situando a ocupação
indígena e demonstrando o desenvolvimento da colonização até os dias atuais
quando na década de 1950 vieram para esta região os chamados pioneiros, em
sua maioria do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, descendentes de alemães,
italianos, poloneses entre outros. Com a leitura dos textos didáticos produzidos
para este fim, somados a apresentação de slides e vídeos, faremos uma aula
dialogada com explicações sobre o tema e atividades de pesquisa e fixação.
Os textos didáticos foram elaborados a partir de leituras feitas de diferentes
autores que discutem o tema em questão, abordando a problemática sobre a
presença indígena e a colonização. Destacamos principalmente as obras de
Sarah Ribeiro que faz referência a ocupação da região Oeste do Paraná pelos
índios Guarani desde tempos imemoriais, e de Ruy Chistovam Wachowicz que
faz uma ampla discussão sobre as obrages e a colonização paranaense com a
vinda dos colonos alemães, italianos e outros.
Os textos didáticos e atividades a serem realizadas estão apresentadas a
baixo:
Texto Didático 01 – CONHECENDO OS PRIMEIROS HABITANTES DO
OESTE DO PARANÁ
Atualmente a região Oeste do Paraná vive uma situação tensa com os
remanescentes indígenas que aqui vivem. Os conflitos, relacionados
principalmente à questão da terra, mobilizaram centenas de produtores rurais,
deputados, prefeitos, vereadores, e teve grande repercussão na grande mídia.
Mas qual é realmente a razão destes conflitos? Muitas informações importantes,
que nos possibilitariam compreender de maneira mais ampla estes
acontecimentos, permaneceram apagados nas reuniões e pautas discutidas na
imprensa. Por isto que nos dedicaremos durante nossas próximas aulas a se
9
debruçar sobre este processo histórico. Para se entender a realidade atual, é
preciso conhecer como era organizado, no passado, o espaço que vivemos hoje.
E é isto que faremos a seguir.
O Brasil e o Paraná eram habitados desde tempos muito remotos, por
povos de diferentes culturas. Quando os portugueses e os espanhóis chegaram
ao Brasil, encontraram habitantes que tinham hábitos e costumes bem diferentes
dos europeus. No Paraná, as tribos que mais se destacavam eram os Guaranis e
os Kaingáng.
Os Guarani habitavam o litoral, as margens do rio Paraná e regiões dos
países vizinhos do Brasil, como o Paraguai, Argentina e Uruguai. Os sujeitos que
faziam e fazem parte desta tribo identificam-se mutuamente e mantêm laços de
parentesco com aldeias distantes, não tendo o limite geográfico como empecilho.
Devemos lembrar que quem demarcou e estabeleceu fronteiras geográficas,
foram os conquistadores e colonizadores no período de exploração e dominação
de nosso território brasileiro.
A identidade Guarani se mantêm preservada através da língua e cultura.
Eles valorizam muito a liberdade. Os velhos eram/são muito queridos, respeitados
e valorizados, muito procurados para dar conselhos e contar histórias. Eram a
“memória” da tribo. Os Guarani, antes da interferência direta dos colonizadores,
viviam em aldeias, fazendo clareiras nas matas, usando a região para caça,
coleta e agricultura, por um certo período até esgotarem os recursos. Quando
percebiam que a terra precisava descansar, saiam em busca de uma nova região,
deixando a área se recompor, para à ela retornarem futuramente.
Com o Tratado de Tordesilhas, as terras americanas foram divididas entre
Portugal e Espanha. Grande parte das terras da região oeste do Paraná
pertenciam aos espanhóis, que vieram para cá em 1550 e criaram as
“encomiendas”, formadas por terras doadas às pessoas que quisessem morar,
pacificar e catequizar os índios. Mas os espanhóis, dizendo que defendiam os
índios, os ensinaram à trabalhar, transformando-os em escravos. Com esta
situação, muitos indígenas fugiam ou se rebelavam.
No início do século XVII, os jesuítas – uma ordem religiosa europeia que
tinha ideais um pouco diferentes das aplicadas pelo setor predominante da Igreja
Católica, começaram a se colocarem contra a forma com que os indígenas eram
10
escravizados. Isto porque a maioria dos colonos não estavam preocupados com a
cristianização dos indígenas. Apenas queriam aproveitar a sua força de trabalho.
Então, os jesuítas começaram a reunir os índios guaranis em grandes vilas
chamadas de reduções, onde os indígenas recebiam a catequização, mas
também trabalhavam na terra, nas lavouras de mandioca, milho, na criação de
gado. Também trabalhavam na coleta e produção da erva mate. O que era
produzido na redução podia ser consumido pelos indígenas. O excedente era
vendido. No entanto, os indígenas não tinham direito de lucrar com as vendas do
excedente, o que nos leva a problematizar as reduções também como parte do
processo colonizador baseado na exploração do trabalho indígena. Além disso,
apesar de fornecer proteção aos indígenas, os jesuítas mudaram costumes e
crenças destes, principalmente a religião. Todas as manifestações culturais
indígenas que remetessem as suas antigas práticas nas tribos, eram duramente
repreendidas. Portanto, as reduções jesuíticas também são importantes para
entendermos o processo de destruição das culturas indígenas presentes aqui no
Oeste do Paraná.
As reduções, bem como as “encomiendas”, foram destruídas pelos
bandeirantes paulistas, que vinham capturar índios para vendê-los como
escravos. Muitos índios conseguiam fugir e passaram a viver novamente livres
nas matas. Como os bandeirantes não
pretendiam se fixar na região, o Oeste
do Paraná ficou “esquecido” por alguns
anos, sendo descrito
como um “vazio demográfico”. Mas a
região Oeste sempre permaneceu
habitada por índios Guarani, durante
todo tempo, até a vinda dos
colonizadores no final do século XIX e início do século XX.
Figura 1- Fonte: http://clioblogdehistoria.blogspot.com.b
11
SUGESTÃO DE VÍDEO:
“A conquista da terra e da gente” (Brasil 500 anos: o Brasil-colônia na TV).
(14’min.). Disponível em: Domínio Público.
Vídeo que ilustra a temática do texto didático 01 acima, problematizando a
vinda dos colonizadores portugueses e espanhóis e o contato violento com os
indígenas que viviam no Brasil. Nos faz pensar sobre o trabalho dos jesuítas, que
com o objetivo de catequizar os índios, acabam com a cultura e religiosidade
indígena considerada inferior por eles, impondo a cultura do homem branco,
considerada superior. Os colonos, também não respeitando a diferença cultural,
com violência, buscam a mão de obra indígena, escravizando-o. De forma lúdica,
através do vídeo, o aluno percebe essa realidade de agressão e falta de respeito,
vivida pelas comunidades nativas desde o século XV até os dias atuais.
Como localizar o vídeo:
- Abrir site do domínio público, clicar em pesquisa básica,
- Tipo de mídia: vídeos
- Categoria: Tv Escola – História
- Título: “A conquista da terra e da gente”. (Brasil 500 anos: o Brasil-colônia
na TV).
- Disponível em:
http://www.dominiopublico.gov.br/download/video/me000827.mp4
ATIVIDADES:
1- Quais os grupos indígenas que viviam no Paraná quando da chegada dos europeus? ......................................................................................................................................................................................................................................................................
2- O que você entende pela frase: “não tendo o limite geográfico como
empecilho”? Discorra sobre como os indígenas lidam culturalmente com as fronteiras geográficas. ...................................................................................................................................................................................................................................................................
12
3- Qual a importância do velho para os Guarani? Compare com a forma de tratamento que o velho ou idoso recebe hoje em nossa sociedade e dê sua opinião. ...................................................................................................................................................................................................................................................................
4- Pesquise e dê o significado de: a) Catequizar b) Escravizar c) Rebelar 5- Qual a diferença entre as “encomiendas” e as reduções?
...................................................................................................................................
......................................................................................................................... 6- Qual o objetivo dos bandeirantes?
...................................................................................................................................
........................................................................................................................
Texto Didático 02 – O PROCESSO DE COLONIZAÇAO DO OESTE
PARANAENSE
Com o fim das reduções jesuíticas, muitos índios passaram a viver livres
nas matas novamente. A idéia de que a região oeste do Paraná ficou abandonada
é equivocada, pois os guarani continuaram a habitar a região. Mesmo sendo
descrito como um “vazio demográfico”, aqui ficaram até a chegada dos
colonizadores, quando novamente sofreram a opressão na forma de escravidão e
usurpação de suas terras.
Em fins do século XIX, surgem, devido o descobrimento pelos argentinos
da riqueza destas terras e do clima favorável, as obrages, que eram locais de
exploração da erva-mate e madeira, cujos donos eram chamados de obrageiros.
Os obrageiros não eram os donos das terras, só faziam a exploração predatória e
depois seguiam para outro lugar. Nas obrages, os trabalhadores eram chamados
de mensus ou mensalistas. Eram, na sua maioria, paraguaios e descendentes
dos índios guaranis. Os mensus eram mantidos em trabalho quase escravo, eram
maltratados, trabalhavam em péssimas condições e sofriam castigos. Essas
13
condições adversas de trabalho não eram conhecidas pela maioria do povo
brasileiro.
Na primeira década do século XX, o governo brasileiro começou a dar
maior atenção à região oeste, iniciando a abertura de estradas e sua efetiva
colonização. Isto porque predominava a idéia de que a região Oeste do Paraná
era um “vazio populacional”, e somente com a vinda dos pioneiros colonizadores
é que efetivamente se ocuparia a região Oeste. Essa idéia de “vazio populacional”
na região ajuda a explicar o desinteresse das pessoas sobre a questão indígena
na atualidade.
Para alguns, a região Oeste do Paraná foi efetivamente ocupada a partir da
colonização, na década de 1950, através da industrial Madeireira Colonizadora
Rio Paraná S.A. (Maripá), que vendia terras para os pioneiros, vindos em sua
maioria dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Estes eram
descendentes de alemães, italianos, poloneses entre outros. A partir desta
intensificação da colonização, surgiram cidades como Foz do Iguaçu, Toledo,
Cascavel, Marechal Cândido Rondon, Guaíra e muitas outras.
Mas, essas terras, como vimos no texto didático 01, bem antes dos colonos
imigrantes, eram ocupadas por indígenas guaranis que aqui viviam e que eram os
verdadeiros donos destas terras. O que aconteceu com eles quando os
colonizadores aqui chegaram?
ATIVIDADES:
1) COMPLETE A CRUZADINHA A PARTIR DAS QUESTÕES ELENCADAS
ABAIXO: 1 E S C R A V O
2 O B R A G E S
3 A L E M Ã E S
4 P I N H E I R O
5 M E N S U S
6 R I O * G R A N D E * DO *S U L
7 F O Z * D O * I G U A Ç U
8 E R V A * M A T E
14
9 R E D U Ç Õ E S
10 M A R I P A
11 O B R A G E R O S
1. Como era considerado o trabalho dos mensus? 2. Locais de exploração da erva-mate e madeira. 3. Uma das etnias européia que veio para colonizar a região oeste do
Paraná. 4. Espécie de madeira largamente explorada pelas obrages. 5. Como eram chamados os trabalhadores das obrages? 6. Um dos estados brasileiros de onde vieram grandes contingentes de
pioneiros colonizadores. 7. Uma das primeiras cidades que surgiram com a colonizadora
Maripá. 8. Um dos principais produtos explorados pelas obrages. 9. Local onde os índios guaranis viviam sob a proteção dos jesuítas. 10. Nome da colonizadora que vendia terras na região oeste do Paraná. 11. Nome dos donos das obrages.
2) Pesquise na internet e com seus pais e avós sobre os principais grupos étnicos que vieram colonizar o distrito de Margarida (alemães, italianos, poloneses).
Sugestão de entrevista com os pais e avós:
a. Nome completo do pai e/ou avó(a);
b. Data de nascimento;
c. Em que cidade nasceu;
d. Qual sua origem étnica?
e. Morou em outro lugar antes de vir para Margarida? Qual?
f. Por que vieram para a região de Margarida, em Marechal Cândido
Rondon?
g. Quais as dificuldades enfrentadas quando do estabelecimento em
Margarida?
h. Quando chegaram em Margarida, já haviam outras pessoas morando
aqui?
i. Qual a comida típica da sua cidade de origem?
j. Relate um pouco dos elementos que caracterizam a sua cultura étnica
(alemã, italiana, polonesa, etc.).
15
3) Pesquisa dirigida na internet: A Turma será dividida em 3 grandes grupos.
Cada grupo deverá fazer uma pesquisa sobre as três principais etnias que
formaram o distrito de Margarida, no município de Marechal Cândido
Rondon. O trabalho deverá trazer informações como:
a. Localização;
b. Língua falada;
c. Principal Religião;
d. Bandeira;
e. Principais cidades (3);
f. Moeda.
4) Temos como hipótese de trabalho que, no levantamento de informações
propostas na atividade 2, não aparecerá nas falas dos pais, avós e/ou
vizinhos, a recordação da presença indígena na região oeste quando do
estabelecimento desses emigrantes nesta região. Neste sentido, como
última atividade proposta nesta primeira unidade didática, sugeriremos que
os alunos retornem aos seus depoentes para entrevistá-los sobre a
presença indígena nesta região. O resultado da pesquisa será trabalhado e
problematizado em sala de aula.
a. Quando vocês chegaram em Margarida, perceberam ou ouviram
falar da presença de populações indígenas nesta região?
b. Aonde eles estavam estabelecidos?
c. Como era a relação entre indígenas e colonizadores?
d. Como você avalia a transformação destas populações no decorrer
dos anos.
Texto didático 03 – TERRAS INDÍGENAS JÁ DEMARCADAS NA
REGIÃO OESTE
Existem atualmente 17 áreas indígenas demarcadas no Paraná, e duas se
encontram na região oeste. As duas são da etnia Guarani e se localizam nos
municípios de Diamante do Oeste e São Miguel do Iguaçu.
16
Terras Indígenas
Aldeias Tribos População
Municípios Área(Ha)
Ocoy Sede Guarani 172 São Miguel do Iguaçu 231,88
Tekoha – Añetetê
Sede Guarani 163 Diamante do Oeste e Ramilândia
1.744,70
Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/estaticas/alunos/indios_terras.php
A identificação e a regularização de terras indígenas é um processo longo,
passa por várias etapas e é supervisionado por diversos setores. As terras da
região de Guaíra ainda não passaram por nenhum processo de estudos. Segundo
a autora Sarah Ribeiro:
Atualmente, permanecem no Oeste pouco mais de seiscentos índios Guarani, dos quais algumas famílias Mbÿá, e uma maioria Ñandeva, concentradas basicamente em dois locais distintos. O primeiro, denominado Área Indígena de Santa Rosa do Oco’ÿ, localiza-se no interior do município de São Miguel do Iguaçu e compreende uma extensão de cerca de 230 hectares. Foi oficialmente demarcada pela FUNAI em 1982. A outra Reserva, situada no município de Diamante do Oeste, perfaz aproximadamente 1770 hectares e sua obtenção resultou de um longo embate travado entre este grupo indígena e os representantes da Usina Hidroelétrica de Itaipu durante aproximadamente catorze anos (RIBEIRO, 2005, p.28).
As duas reservas indígenas acima citadas já contam com uma certa infra
estrutura, como escolas, casas próprias, água e luz, que, de certa forma, dão
condições de sobrevivência aos indígenas que ali residem, situação diferente
vivenciada pelos índios que vivem na região de Guaíra e Terra Roxa que
trabalharemos posteriormente.
ATIVIDADES
1º - Projeção e discussão de vídeo: Índios na atualidade - Reserva Indígena do
Ocoy Paraná - Índios Guarani – 13:52 min.
Reserva indígena Ocoí –
São Miguel do Oeste
Reserva indígena Tekoha-
Añetetê – Diamante do Oeste
17
Onde encontrar o vídeo: Youtube –
http://www.youtube.com/watch?v=7ytMrFErkzY
O vídeo trata-se de uma reportagem mostrando a vida numa reserva indígena em
São Miguel do Iguaçu, com a área demarcada legalmente, as margens do lago de
Itaipu, com certa infra estrutura, escola na própria aldeia, etc. Mostra a assistência
oferecida aos índios pelo governo. Após verem o vídeo, os alunos em pequenos
grupos responderão aos seguintes questionamentos problematizando o vídeo.
Depois as respostas serão compartilhadas com o grande grupo.
2° - Perguntas para os alunos:
- Fale sobre a educação na reserva indígena. Qual a língua falada?
- Como são as moradias dos guaranis?
- Qual é a atividade que os índios desenvolvem para sobreviver?
- A cultura indígena é preservada? Comente.
- Qual o papel do pajé?
- Que significa viver sem fronteiras para o povo Guarani?
- Desenhar o que mais chamou atenção no vídeo, em uma cartolina, para expor.
18
UNIDADE II – OS INDÍGENAS NA IMPRENSA
Nesta unidade de trabalho faremos uma abordagem no que se refere a
questão indígena na região Oeste na atualidade. A imprensa falada, escrita e
televisiva tem dedicado grande interesse à temática, uma vez que envolve um
problema atual. A região Oeste do Paraná vive uma situação tensa com os
remanescentes indígenas que aqui vivem. A partir de interesses muitas vezes
encobertos, estamos presenciando a mobilização dos colonos e autoridades em
debates, que incitam um posicionamento da população contra a Proposta de
Emenda à Constituição que regulamenta a demarcação de terras indígenas, cujos
direitos os índios tem assegurado desde a Constituição de 1988.
Neste conflito, a questão tem sido muitas vezes caracterizada por
lideranças políticas e econômicas e também pela imprensa, como sendo um
embate entre pequenos agricultores contra os indígenas. Os pequenos
agricultores são cooptados com a ameaça de desapropriação de terras que
cultivam e das quais possuem o direito de posse adquirido por lei. Por outro lado,
os índios tem o direito de receber de volta as terras que pertenceram aos seus
ancestrais. Essa situação levanta uma discussão de muitos anos. Admiração e
desprezo, encantamento e desrespeito, são muitos os sentimentos em relação ao
índio.
Os indígenas na imprensa
Para se situar na problemática atual do conflito, optamos por fazer um
levantamento da imprensa escrita, pesquisando o jornal O Presente, diário, de
Marechal Cândido Rondon, acerca da temática, no período de janeiro a junho de
2013 e encontramos as seguintes matérias referentes ao tema:
DATA TÍTULO PÁGINA
12/01/2013 Plano estratégico será criado para conter invasões indígenas
14/15
12/01/2013 Suspeita é de que índios estão sendo manipulados 16/17
17/01/2013 Situação de conflito pode ser eminente em Guaíra – Produtores X índios
15
02/02/2013 “Descobri na Funai aquilo que já desconfiava” 12
19
01/03/2013 Sperafico se mobiliza contra invasão indígena 09
26/03/2013 Encontros em Guaíra antecipam mobilização nacional 11
09/04/2013 Produtores se unem para evitar desapropriação de terras 14/15
18/04/2013 “Não vamos admitir que o território de Guaíra seja destinado para uma grande área indígena”
10/11
20/04/2013 INSEGURANÇA NO CAMPO Lideranças formalizam carta aberta sobre questão indígena
14/15
26/04/2013 Gleisi vai à Câmara para tratar da questão indígena Ontem (25), em audiência na Casa Civil, foram tratados sobre os conflitos envolvendo municípios paranaenses
05
08/05/2013 BRASÍLIA Demarcação de áreas indígenas estará em debate hoje Do Oeste do Paraná, saíram mais de quatro ônibus com produtores e lideranças ruralistas para que haja participação maciça na audiência pública
09
10/05/2013 DEMARCAÇÃO DE TERRAS INDÍGENAS Deputados afirmam que houve avanços na discussão, mas ainda está aquém do esperado
10/11
16/05/2013 Frente Parlamentar Agropecuária protocola CPI da Funai Objetivo é apurar irregularidades na demarcação de terras indígenas no país
04
12/06/2013 INVASÕES INDÍGENAS Manifesto ocorrerá em Guaíra e no Mato Grosso do Sul
28/29
O Jornal “O Presente”, da Editora O Presente Ltda, foi fundado em outubro
de 1991 pelo empresário Arno Kunzler em companhia do jornalista e professor
Hugo Ewalt Balko, tendo circulação semanal. A partir de 2001, já com a
participação do empresário Paulo Rodrigo Coppetti como sócio-proprietário da
Editora O Presente, o jornal tornou-se diário. Instalado no centro da cidade de
Marechal Cândido Rondon, o jornal tem circulação nos municípios de Guaíra,
Palotina, Santa Helena e Toledo, sendo o principal jornal do município de
Marechal Cândido Rondon.
A imprensa hoje é usada nas escolas como forma de conhecer a realidade
presente. Segundo as autoras Heloisa e Rosária, “Nos diversos níveis de ensino e
em diversas áreas, a imprensa transforma-se, de forma crescente, em suporte
didático-pedagógico na sala de aula” (ROSÁRIA, 2007, p. 254). A imprensa não é
liberal, noticia o que o dono quer, formando opiniões sobre o tema. A imprensa
noticia o fato jornalístico.
Devemos ter um olhar crítico sobre a imprensa e perceber que as noticias
sofrem manipulação. Neste sentido, o objetivo da atividade não é apenas
20
problematizar a questão indígena, mas trabalhar com os alunos o quanto a fonte
imprensa deve ser analisada com cuidado.
As matérias jornalísticas veiculadas pelo O Presente (elencadas no quadro
acima) serão impressas e entregues para os alunos. Após uma explanação e
discussão sobre o papel da imprensa na História e na construção de opiniões,
adesões e consensos, buscaremos realizar um trabalho que possibilite ao aluno
identificar esta atuação da imprensa no caso da questão indígena. Os textos
jornalísticos serão lidos e discutidos com os alunos, objetivando que os alunos
identifiquem na análise das matérias, os momentos em que o jornal toma posição
e busca criar consenso em torno das “informações” que ele veicula.
Para iniciar a atividade buscaremos levar os alunos a reflexões que os
ajudem a entender os conflitos atuais envolvendo indígenas e proprietários de
terras na região oeste do Paraná. Para isso, nos utilizaremos de alguns textos
que foram confeccionados pelos alunos do curso de História da Unioeste
participantes do projeto de extensão “Observatório do Mundo Contemporâneo”. O
mural intitulado “Muita terra para pouco índio?”, foi coordenado pelas professoras
Edina Rautenberg e Selma Duarte. Os artigos podem ser acessados pelo link:
http://site.projetoham.com.br/arquivos/textos/MUITATERRAPRAPOUCOINDIO.pd
f.
Após as discussões sobre o conteúdo trabalhados nos artigos do projeto do
OMC, realizaremos questionamentos aos alunos referentes as posições tomadas
por parte dos sujeitos envolvidos como os produtores rurais, políticos, imprensa,
versus índios, de forma a desenvolver o senso crítico dos educandos em relação
ao assunto.
Questionamentos:
- Qual o motivo do confronto?
- Qual a veracidade das informações da demarcação?
- O que defendem os produtores rurais?
- Qual o objetivo dos índios?
- Hoje, onde estão os indígenas na região oeste?
- Qual a situação de vida desses brasileiros?
21
- Quantas áreas estão demarcadas oficialmente na região oeste do
Paraná?
- Onde se localizam essas áreas?
- Qual a intenção do posicionamento contrário por parte da maioria dos
políticos paranaenses?
- Como a imprensa “noticiou” as informações relacionadas aos indígenas?
- A imprensa agiu como “informadora” ou como “formadora” de opinião?
- Em quais momentos podemos identificar esta tomada de posição?
DEBATE: INDÍGENAS X COLONOS
Para finalizar as discussões sobre o tema, os indígenas na imprensa, será
realizado um debate na turma, intitulado “indígenas X colonos”. A turma será
dividida em dois grandes grupos. Cada grupo será responsável por realizar
leituras e atividades sobre o posicionamento de um dos sujeitos envolvidos no
embate (indígenas ou colonos). Após, escolherão um representante que irá
defender e apresentar argumentos sobre o seu grupo – indígenas e ou colonos –,
com o tempo estipulado pelo mediador (3min.), que coordenará o debate, nesse
caso o professor. Após a apresentação de cada debatedor, os mesmos terão
direito a réplica, e após, os outros alunos terão direito a perguntas, sempre
respeitando tempo e com objetividade nas mesmas, direcionadas aos
debatedores e com inscrição junto ao mediador.
22
UNIDADE III – MUSEUS E FONTES HISTÓRICAS INDÍGENAS
Nesta unidade de trabalho faremos uma abordagem da temática no que se
refere a fontes históricas e a visitação a museus na região oeste do Paraná. Já
vimos nas unidades anteriores toda a problemática da questão indígena por
busca da demarcação de terras que está ocorrendo na região. As terras que
estariam sendo demarcadas para reserva indígena podem abrigar sítios
arqueológicos com inúmeras fontes históricas que auxiliam para o estudo da
passagem dos índios nestes territórios. O que se entende por fonte histórica? São
vestígios deixados no passado que possibilitam compreender como diversas
sociedades se organizavam e atuavam. Esses vestígios uma vez encontrados são
estudados e passam a ser as fontes históricas que estão nos museus da região.
Neste sentido, busco despertar o interesse por essas fontes, bem como
atentar para importância de sua conservação. Não há uma preocupação com os
museus por parte das políticas públicas. Em muitos municípios não há nenhum
museu que reúna objetos que possam ser utilizados como fonte histórica. Em
Quatro Pontes, município da região oeste do Paraná, o prédio para abrigar o
museu foi inaugurado já a alguns anos, mas até a data de hoje ainda não tem
nenhum acervo. Assim a história do município e da população não é preservada
nem lembrada.
Pretendo despertar uma maior curiosidade por parte dos alunos ao tema,
levando-os a visitar museus na região. Dessa forma, pretendemos aproximar o
aluno com as fontes históricas reais, observando sua origem, de quais sítios
arqueológicos provêm, estado de conservação, bem como levantar dados de
visitação nesses locais.
A identidade de um povo se escreve ao longo do tempo. É através de
fontes históricas que se reconstrói a vivência de uma nação, de um povo, como
se fosse montar um quebra cabeça de muitas peças. Com a pesquisa, espero
levar o aluno a se sentir um personagem da História, indo em busca dos vestígios
deixados por povos que aqui habitaram em tempos idos.
23
Texto didático 04 – ARQUEOLOGIA – FONTES HISTÓRICAS
Fontes históricas são vestígios deixados no passado que possibilitam
compreender como diversas sociedades se organizavam e atuavam. Estes
vestígios, uma vez encontrados, são estudados e passam a ser as fontes
históricas que estão nos museus, nas casas ou espalhados por aí. Podem ser
fontes históricas escritas como cartas, documentos oficiais, atas, leis, etc. e fontes
não escritas como pinturas, filmes, fotos, etc.
http://www.escolakids.com/as-fontes-historicas.htm (Acesso 15/11/13 ás 01:57)
http://www.escolakids.com/as-fontes-historicas.htm (acesso 21/11/2013)
Sítio arqueológico - São Raimundo Nonato
Fonte: http://cafehistoria.ning.com/
(Projeto Araribá)
ATIVIDADES
Solicitação aos alunos para trazerem 3 objetos antigos (fotos, livros,
documentos, objetos antigos), e em sala, em dupla, se fará a seguinte atividade:
os alunos farão uma breve descrição dos objetos:
- O que representa?
- Quem o produziu?
Sempre nos perguntamos como um historiador pode saber de coisas que aconteceram em um
passado muito, muito distante. Para saber do passado, o historiador conta com a ajuda das fontes
históricas. Fontes históricas são os documentos que permitem ao historiador recontar e interpretar
os fatos passados e reconstruir a história.
As fontes materiais não escritas são objetos antigos, pinturas, utensílios, ferramentas, armas,
esculturas. O historiador também pode utilizar como objeto de pesquisa as fontes não
materiais baseadas nas lendas e contos antigos passados de pai para filho, através de
depoimentos transmitidos através da oralidade, ou seja, da fala.
Documentos escritos em tempos passados, mapas, cartas, diários, pergaminhos e jornais antigos
também são fontes materiais escritas.
“Localiza-se no município de são Raimundo
Nonato, Piauí. Escavações no local levaram a
descoberta de artefatos de pedra lascada e
pedaços de carvão vegetal. O sítio arqueológico
....é um sítio rochoso cujas paredes estão cobertas
por mais de mil figuras rupestres”.
24
- Quanto tempo tem?
O professor fará uma apresentação, explicando como se dá o processo de
catalogação de fontes históricas e a importância da mesma para os futuros
pesquisadores que se utilizarão dos mesmos. Explicar o que cada um dos
elementos descritos abaixo quer dizer.
Os alunos voltarão para casa, ou para o lugar onde colheram os objetos e
procurarão as informações, que depois serão apresentadas ao grande grupo e
guardadas para a exposição final dos trabalhos da Implementação na Escola.
Essa atividade é uma preparação para a visita aos museus, onde os alunos
verificarão essa catalogação do acervo.
- Origem do documento (Identificar de onde e quando o documento foi
encontrado);
- Natureza do documento (classificação como documento oficial, religioso,
pessoal);
- Autor do documento (quem produziu o documento);
- Datação do documento (localizar o documento no tempo);
- Pontos importantes do documento;
VISITAÇAO A MUSEUS NA REGIÃO – GUAÍRA E PORTO MENDES
Aprender História não acontece somente na sala de aula. É necessário
ultrapassar os murros escolares e levar os alunos a ter contato com objetos de
estudo na realidade que os cercam, como visitar praças, monumentos, museus.
Sabemos que a História estuda a vivência de homens e mulheres em épocas e
lugares diferentes e que essa vivência não pode ser observada diretamente nem
experimentada, e sim, analisada através de sinais que encontramos preservados,
por exemplo, em museus.
Nessa atividade queremos buscar conhecer vestígios deixados pelos índios
Guarani em Guaíra e outras localidades, região que abrigou várias tribos
indígenas em tempos remotos. Ao visitar um museu, o sentido da História se
25
materializa nos objetos observados, sendo um caminho para re-construir a
História. Visitaremos o museu do município de Guaíra e também o museu de
Porto Mendes, distrito de Marechal Cândido Rondon.
A aula visita à museus será organizada junto a comunidade escolar, com
reunião de esclarecimentos e colocação dos objetivos aos pais ou responsáveis
pelos alunos e a direção e equipe pedagógica. Com a concordância de todos,
será reservado um ônibus e as despesas divididas entre todos os que irão junto
na visita. O tempo estimado para esta visita é em torno de 8 horas, com saída
prevista ás 08:00 horas e retorno previsto as 16:00 horas, uma vez que Porto
Mendes fica distante uns 45 km e Guaíra uns 90 km. Contando com o tempo de
viagem, a visita aos dois museus, horário de parada para lanche e almoço que
cada aluno levará junto. Alem da visita aos museus, será aproveitada a viagem e
se fará uma breve visitação aos pontos turísticos das duas localidades, isto para
tornar mais atrativa e prazeirosa a saída da escola.
ROTEIRO PARA A VISITA AO MUSEU
O roteiro que se segue é baseado no livro de Maria Auxiliadora Schmidt e
Marlene Cainelli, ENSINAR HISTÓRIA, no capítulo 9, página 157.
Antes da visita:
- Objetivos da visita;
- Explicar aos alunos o que é um museu, quais as regras, por que não devemos
tocar nos objetos;
- É importante preparar bem a visita para desmistificar a idéia de que museu é
“chato”, “lugar de coisa velha”;
- Visitar a exposição com antecedência e verificar se há monitores e roteiros.
Caso não haja, elaborar um roteiro para a visita;
- Ver possibilidade de fotografar a exposição;
26
Durante a visita:
- Observar a ida, registrando todos os aspectos do trajeto. Ir ao museu não
significa ir passear somente;
- O roteiro estabelecido deve permitir aos alunos observarem os objetos. Assim é
possível estudar e pesquisar , ver que a função do museu é também construir
uma consciência sobre o tempo. O aluno/a não pode ver apenas os objetos como
guardiões da memória, mas vistos como provocadores da história e formadores
da consciência histórica, criando sentidos de orientação no tempo, experienciação
do passado e interpretação histórica.
Depois da visita
- Retomar em sala de aula o que foi discutido na visita;
- Construir narrativas com os alunos sobre a visita e sobre os conteúdos
discutidos com a aula de história no museu;
-Exposição com as fotos de viagem.
Chegando ao final dos trabalhos, iniciada com a trajetória histórica da
ocupação da região Oeste do Paraná, uma parada para analisar de forma crítica
os acontecimentos recentes envolvendo os indígenas e os colonos divulgados na
imprensa, chegamos ao término com a visita aos museus de Porto Mendes e
Guaíra, quando será feita a observação dos objetos e será tiradas fotografias.
Para concluir os trabalhos dessa caminhada, com a aplicação da implementação
junto aos alunos do 6º ano do Ensino Fundamental do Colégio Estadual do
Campo Margarida, será feita uma exposição em forma de painel dos trabalhos
realizados como as entrevistas, pesquisas em grupo sobre as etnias que
colonizaram Margarida, bem como a exposição das fotografias feitas durante as
visitas aos museus e também os objetos trazidos e catalogadas durante as aulas.
Essa exposição será aberta a comunidade escolar, pais, alunos, professores,
funcionário e comunidade, para que todos possam apreciar e aprender um pouco
mais sobre a temática.
27
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHAVES, Rodrigo P. R. A identificação de terras indígenas e os relatórios de identificação e delimitação da Funai: reflexões sobre a antropologia no Brasil. In: Habitus: Revista do Instituto Goiano de Pré-História e Antropologia da Universidade Católica de Goiás. V.I, n.1(2003)-Goiânia
CRUZ, Heloisa de Faria; PEIXOTO, Maria do Rosário da C. Na oficina do historiador: conversas sobre História e Imprensa. Projeto História, São Paulo, n.35, p. 253-270, dez. 2007 ORTIZ, Renata Baum. A presença indígena na constituição da identidade brasileira. In: IX Semana de Letras. Letras: Cultura e Diferença. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2009. PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica: HISTÓRIA. Curitiba, 2008.
Projeto Araribá: 5ª série – História/obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida pela Editora Moderna, São Paulo, 2006.
RIBEIRO, Sarah I. G. T. Fronteiras e espacialidade: O caso guarani no Oeste do Paraná. In: Varia Scientia: Revista Multidisciplinar da Unioeste/Universidade Estadual do Oeste do Paraná. a.1, n 1. (2001) Cascavel: Edunioeste, 2001. ____ Os Guarani no oeste do Paraná: espacialidade e resistência. In: Espaço Plural — Ano VI - Nº 13 - 2º Semestre de 2005 — Versão eletrônica disponível na internet: www.unioeste.br/saber SCHMIDT, Maria Auxiliadora; CAINELLI, Marlene. Ensinar História. São Paulo: Editora Scipione, 2010. WACHOWICZ, Ruy Chistovam. Obrageros, mensus e colonos. 2 ed. Ed. Vicentina, 1987. SITES: http://universo-cultural.com.br/index.php/atividades-prontas/357-como-realizar-debates-em-sala-de-aula http://site.projetoham.com.br/arquivos/textos/MUITATERRAPRAPOUCOINDIO.pdf. http://www.escolakids.com/as-fontes-historicas.htm (Acesso 15/11/13 ás 01:57)