Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
A CRÔNICA COMO FERRAMENTA PARA FORMAÇÂO DE
LEITORES
Lurdes Maria Lunkes1
Adriane Elisa Glasser2
RESUMO: Este artigo apresenta a Implementação do Projeto “A Crônica como Ferramenta para
Formação de Leitores”, desenvolvido com alunos da Primeira Série do Ensino Médio do Colégio
Estadual do Campo Novo Sarandi – Ensino Fundamental e Médio, no Programa de Desenvolvimento
Educacional PDE – 2013 da Secretaria do Estado do Paraná. A Implementação do Projeto foi
realizada no primeiro semestre de 2014, com o objetivo de incentivar e estimular o gosto pela leitura a
partir do gênero textual crônica. Teve como base atividades específicas, levando o aluno a ler de
forma individual e coletiva – tendo como ferramenta o gênero textual crônica. Na metodologia foi
proposta a leitura de crônicas de diferentes autores, onde foram exploradas diversas possibilidades
de leitura. A leitura silenciosa, dramatizada, dirigida e interrompida, bem como, o processo de
desenvolvimento do Projeto. Foram realizadas diversas atividades, entre, pesquisas sobre os autores,
histórias em quadrinhos, paródias, dramatizações, e para finalizar a criação de um blog onde houve a
socialização das atividades realizadas durante o Projeto.
PALAVRAS - CHAVE: Formação de leitor; Leitura; Crônica.
1 INTRODUÇÃO
“A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura
desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele” (FREIRE, 2008, p.
11). Dessa forma, Paulo Freire nos mostra que antes de ler um texto, devemos ler o
mundo de maneiras diferentes, pois é através dessa leitura de mundo que damos
sentido à leitura, ou seja, os sentidos atribuídos ao que se lê dependem de
conhecimentos prévios. Yunes (2003, p.41), também considera “a leitura um ato que
precede e não decorre da escrita, pois para escrever o mundo é necessário que ele
tenha sido lido”. Sabe-se que a leitura e a escrita são os maiores desafios da escola,
sendo que, trabalhados de forma mais criativa, possibilitam que o aluno perceba o
1 Professora da rede Estadual de Ensino do Paraná, do NRE de Toledo. PDE 2013-2014.
2 Professor orientador da UNIOESTE- Campus de Foz do Iguaçu. Mestre em Letras pela Unioeste – Campus de Foz do Iguaçu.
verdadeiro sentido da leitura e o prazer de ler. Por isso, é importante que o professor
influencie positivamente, não tornando a leitura obrigatória.
Muito se fala na exígua capacidade de leitura do brasileiro. Há inúmeros
trabalhos realizados sobre o assunto que visam à formação do leitor. No entanto,
muitos educadores revelam não ter tempo para ler com assiduidade revistas, jornais,
e livros. A escola é o lugar ideal para a promoção do hábito de ler, devendo então
preocupar-se em desenvolver estratégias para o ensino eficaz da leitura. Formar
leitores, antes de tudo é criar um ambiente de estímulo à leitura. É preciso
influenciar positivamente o leitor e, dentre as pessoas que podem contribuir nesse
processo estamos nós, educadores. Por isso, devemos considerar todas as leituras
realizadas pelos alunos e o contexto social em que estão inseridos. Dar ênfase a
textos que despertem interesse, levando em consideração assuntos próximos à
realidade do aluno.
Diante das muitas dificuldades encontradas em sala de aula em relação à
leitura e à produção de texto apresentadas pelos alunos, percebeu-se a necessidade
de desenvolver atividades que envolvam a leitura despertando assim o gosto pela
mesma. Buscar novas metodologias para despertar no aluno o interesse pela leitura
literária, não só como busca de informação, mas também como fonte de prazer,
incentivando o desenvolvimento das habilidades de expressão oral e escrita.
Nesse contexto, pensou-se na seguinte problemática: Como tornar a leitura
do gênero textual crônica uma atividade prazerosa para o aluno?
Na obra Como um Romance, Daniel Pennac (1993) escreve que as crianças
se interessam pela leitura, gostam de ouvir histórias antes de dormir, têm
curiosidades, mas, quando vão para a escola, a leitura é imposta, tornando-se uma
obrigação, passando a ser cansativa e sem prazer. Assim, deixa claro que devemos
respeitar o leitor, deixando-o ler aquilo que deseja. Embora seja importante deixar o
aluno livre para escolher suas leituras, vemos que o professor pode ser um
mediador dessas escolhas, ou um orientador, para levar o aluno a buscar leituras
diferentes, estimulando-o, ou guiando-o. Deste modo, precisa “gostar de ler, precisa
ler muito, precisa se envolver com o que lê” (LAJOLO, 2000, p. 108).
Nesse sentido, as Diretrizes Curriculares da Educação de Língua Portuguesa
(PARANÁ, 2008, p. 71), orientam que “o professor precisa atuar como mediador,
provocando os alunos a realizarem leituras significativas. Assim o professor deve dar
condições para que o aluno atribua sentidos a sua leitura visando a um sujeito crítico
nas práticas de letramento da sociedade”.
Pensando nisso, optou-se em trabalhar com crônicas de diferentes autores,
pois são textos curtos, voltados para o cotidiano, onde o leitor interage com os
acontecimentos, muitas vezes identificando-se com as ações tomadas pelas
personagens. Acredita-se que elas despertarão o interesse pela leitura, podendo ser
facilmente encontradas nos meios de comunicação como revistas, jornais, sites da
internet, livros didáticos e de literatura.
Trazer textos para a sala de aula relacionando-os ao contexto do leitor é uma
estratégia para tornar as aulas mais dinâmicas, tornando-se significativa para o
aluno. Por isso, a necessidade de levar atividades que sejam do interesse do aluno,
apresentando temas comuns do cotidiano.
Ajudar os alunos a aproximar-se do mundo da leitura, despertando sua
consciência de vida e de mundo, contribui para que eles se tornem não apenas
leitores, mas também preparados para encontrar respostas para indagações futuras.
Portanto, o artigo mostra as reflexões sobre a formação do leitor, a partir do
trabalho realizado com o intuito de formar leitores, usando a crônica como
ferramenta central, não só como busca de informação, mas também como fonte de
prazer, incentivando o desenvolvimento das habilidades de expressão oral e escrita,
possibilitando, a criatividade e a socialização de conteúdos.
As leituras fundamentaram-se basicamente, na concepção de leitura tendo
como base autores significativos, como BORDINI; AGUIAR, 1993; BENDER;
LAURITO, 1993; PENNAC, 1993; SILVA, 1998; LAJOLO, 2000; ANTUNES, 2003;
ABAURRE, 2008; FREIRE, 2008 e nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica
de Língua Portuguesa, 2008, dentre outros.
Para a Intervenção Pedagógica foi produzida uma Unidade Didática com o
objetivo de auxiliar o professor que atua na área de Língua Portuguesa na Primeira
Série do Ensino Médio, dando-lhe oportunidade de conhecer atividades
metodológicas, que possam contribuir no incentivo à leitura prazerosa. A Unidade
Didática apresenta atividades de leitura que contribuem na formação de leitores,
dessa forma, motivando os alunos para o texto literário, além de levá-los a perceber
que a leitura amplia conhecimentos e pode ser realizada de maneira divertida.
2 REVISÃO DE LITERATURA
Partindo do pressuposto de que a educação faz parte da construção humana
e de suas relações com a sociedade entende-se que a educação é mais ampla do
que a educação escolar. Por isso, este trabalho tem como objetivo pensar a leitura
como prática social.
Nós, como educadores devemos contribuir com o incentivo à leitura, pois o
aluno, compreendendo o que lê, compreenderá mais facilmente os acontecimentos
do mundo. Além disso, entendemos que “o principal objetivo da educação é criar
homens que sejam capazes de fazer coisas novas, e não simplesmente repetir o
que outras gerações já fizeram – homens que sejam criadores, inventivos e
descobridores” (PIAGET, 1973, p.186).
A escola poderá alcançar este objetivo se ela proporcionar ao aluno os meios
para a ampliação do seu conhecimento. E sem dúvida, criando o hábito da leitura
abrirá horizontes para a criatividade. Assim, é preciso trabalhar a leitura de forma
que ela desperte no leitor o prazer de ler. Nesse sentido, é importante levar para o
aluno atividades de leitura que estejam próximas da sua realidade, ou seja, do
interesse do aluno. Os educadores devem ser geradores de necessidades que
impulsionem a uma ação, a leitura de textos.
Partindo da ideia de que a leitura e a escrita são indispensáveis a qualquer
nível de escolaridade e estão por toda parte, sendo muito importantes para todo tipo
de aprendizagem, tem-se a necessidade de praticá-las na escola, com muita
atenção, não as deixando de lado em momento algum.
Segundo as Diretrizes curriculares da Educação Básica:
É tarefa da escola possibilitar que seus alunos participem de diferentes práticas sociais que utilizem a leitura, a escrita e a oralidade com a finalidade de inseri-los nas diversas esferas de interação. Se a escola desconsiderar esse papel o sujeito ficará à margem dos novos letramentos, não conseguindo se constituir no âmbito de uma sociedade letrada. (PARANÁ, 2008, p. 48).
A leitura deve ser constituída de significados, na comunicação entre leitor e
texto, levando o leitor a aprender e descobrir os sinais da linguagem. No entanto,
percebe-se que os alunos não têm o hábito de ler, pois dificilmente eles falam sobre
esse assunto com colegas e professores. Além do mais, a leitura não poderá ser
imposta, ele próprio deve definir o que gostaria de ler, pois,
O primeiro passo para a formação do hábito de leitura é a oferta de livros próximos à realidade do leitor, que levantem questões significativas para ele. A familiaridade do leitor com a obra gera predisposição para a leitura e o consequente desencadeamento do ato de ler. (BORDINI; AGUIAR, 1993, p.18).
Para que isso aconteça, tudo o que é lido deve fazer parte do contexto do
aluno, e o professor deverá discutir e refletir sobre o texto juntamente com o aluno.
Para a formação de um leitor crítico, há a necessidade da leitura crítica seja
praticada em sala de aula. No entanto, professor e o aluno precisam ser leitores
para que o ensino aconteça efetivamente. De acordo com Silva (1988, p.16)
“professores e alunos precisam ler porque a leitura é um componente básico da
educação e a educação sendo um processo, aponta, para a necessidade de buscas
constantes do conhecimento”. Assim, o professor precisa demonstrar que gosta de
ler, para que, desse modo, consiga transformá-los em alunos leitores.
2.1 O QUE É LEITURA?
A leitura é um dos meios para chegar ao conhecimento, por isso torna-se
essencial aprender a ler. Aquele que lê, busca o conhecimento do texto.
Na realidade atual, a sociedade exige que o indivíduo seja letrado para que se
torne um verdadeiro cidadão. Esse processo inicia-se na primeira infância e segue
por toda a sua vida. Assim,
A atividade de leitura se faz presente em todos os níveis educacionais das sociedades letradas. Tal presença sem dúvida marcante e abrangente começa no período da alfabetização, quando a criança passa a compreender o significado potencial de mensagens registradas através da escrita. (SILVA, 2002, p.31).
Dessa forma, o texto deve fazer parte do contexto do aluno, e o professor
deverá refletir e discutir sobre o mesmo, juntamente com ele. Então, o principal
objetivo da leitura é permitir aos alunos que tenham voz e vez nas diferentes
relações sociais, sendo do professor o papel de oferecer subsídios para mediar esse
processo. Portanto,
Lê-se para entender o mundo, para viver melhor. Em nossa cultura, quanto mais abrangente a concepção de mundo e de vida, mais intensamente se
lê, numa espiral quase sem fim, que pode e deve começar na escola, mas não pode, encerrar-se nela. (LAJOLO, 2000, p.7).
A escola deve valorizar a leitura, dando condições para que os alunos tenham
acesso a diferentes fontes de leitura. A aprendizagem da leitura sempre se
apresenta intencionalmente como algo mágico, senão enquanto ato, processo da
descoberta de um universo desconhecido e maravilhoso.
Ler é, sem dúvida, o melhor caminho para a aquisição da cidadania. A leitura
é a parte essencial, do trabalho, do empenho, da perseverança, da dedicação em
aprender. Por isso o gosto pela leitura é decorrente da prática e deve-se recorrer a
estímulos diversos para desenvolvê-la nos alunos. Para isso, é preciso familiarizá-
los “com diferentes textos produzidos em diversas esferas sociais” (PARANÁ, 2008,
p. 71), como por exemplo, textos jornalísticos, artísticos, midiáticos, literários, etc.
portanto, é necessário que a escola apresente aos alunos diferentes gêneros
textuais, pois cada um exigirá do leitor estratégias específicas de leitura para
compreendê-lo, posto que, “Ler é imergir num universo imaginário, gratuito, mas
organizado, carregado de pistas as quais o leitor vai assumir o compromisso de
seguir, se quiser levar sua leitura, isto é, seu jogo literário a termo”. (BORDINI;
AGUIAR, 1993, p. 27).
É preciso, então motivar os alunos proporcionando atividades que ampliem
seu conhecimento, despertá-los para o prazer de ler reconhecendo-os como seres
capazes de refletir e agir de forma positiva, visando o crescimento de seu
desempenho com o outro. Criando, desse modo, situações para inserir seus alunos
no mundo da leitura, como, por exemplo, mostrar as imagens do texto lido, dar
entonações para cada leitura (suspense, emoção, diversão, etc.), fazendo dessa
maneira com que a leitura se transforme numa prática prazerosa e divertida.
2.2 HISTÓRIA DA CRÔNICA
A palavra “crônica”, em sua origem, está associada ao vocábulo ”khrónos”
(grego) ou “chronos” (latim), que significa “tempo”. Para os antigos romanos a
palavra “chronica” designava o gênero que fazia o registro de acontecimentos
históricos, verídicos na ordem em que aconteciam, sem se prender e se aprofundar
neles ou interpretá-los. Com esse sentido ela foi usada nos países europeus. Como
se comprova pela origem do seu nome, a crônica é um gênero textual que existe
desde a Idade Antiga e vem se transformando ao longo do tempo. É um texto onde
se mistura jornalismo e literatura, pode tanto falar do presente como do passado.
A crônica surgiu no início do século XIX, publicada em folhetins com o
objetivo de distrair os leitores, lhes oferecendo momentos de distração e reflexão. “A
palavra crônica, no entanto, ainda que, posteriormente, viesse a abranger outros
sentidos, permaneceu na língua portuguesa com o sentido antigo de narrativa
vinculada ao registro de acontecimentos históricos” (BENDER; LAURITO, 1993,
p.12).
Assim, autores como Carlos Drummond de Andrade, Rubem Braga, Paulo
Mendes Campos, Fernando Sabino, Raquel de Queiros, Carlos Heitor Cony, Otto
Lara Resende começaram a usar as crônicas para registrar de modo ora mais
literário, ora mais jornalístico, os fatos corriqueiros de seu tempo. Também
passaram a registrar política, vida social, fatos do cotidiano, escritos publicados em
revistas, jornais e folhetins. É um gênero textual curto, de fácil compreensão, por
isso se utilizado em sala de aula poderá contribuir para despertar no aluno o gosto
pela leitura, tornando-o um leitor crítico. Além de promoverem popularização do
gênero, também estabeleceram seus estilos de modo claro e, com isso,
conquistaram leitores fiéis.
A crônica é um gênero textual, facilmente encontrado em jornais, onde o
cronista tira seus temas do próprio cotidiano, falando de tudo, política, sentimentos
pessoais, aberta ou disfarçadamente, deixando ao leitor o prazer de desvendar o
mundo. Por isso é um texto mais agradável de ler e uma forma eficaz de seduzir o
aluno para a leitura.
2.3 OS LEITORES DAS CRÔNICAS
O perfil do leitor da crônica varia de acordo com o veículo no qual esse
gênero discursivo circula. Quando pensamos em crônicas publicadas em jornais
diários, devemos imaginar que os seus leitores têm um perfil mais amplo, porque
fazem parte do conjunto de pessoas que têm por hábito ler o jornal do dia.
Por outro lado, crônicas que circulam em publicações específicas baseiam-se
no perfil de leitores normalmente associados a tais publicações, pois os autores
dessas crônicas costumam abordar temas que interessam mais a seus leitores.
Uma consequência importante decorre do fato de a crônica ocupar um espaço
fixo nas publicações em que é divulgada: os leitores sentem-se mais próximos dos
cronistas que ali escrevem com regularidade. É comum enviarem cartas aos jornais
e revistas com comentários e elogios aos seus textos favoritos. Cria-se, assim, uma
relação de familiaridade entre o autor e o seu público leitor.
De modo geral, o princípio organizador da crônica é o movimento reflexivo
que parte de uma experiência única, particular, pontual e vai ampliando a
abrangência do que foi vivido e observado para alcançar um significado mais geral,
que ecoe a experiência de diferentes pessoas.
A reação frequente dos leitores aos textos e seus cronistas preferidos é uma
prova de que, de fato, há muito a ser aprendido sobre o comportamento humano a
partir da observação e análise dos fatos cotidianos.
2.4 A LINGUAGEM DA CRÔNICA
A linguagem utilizada na crônica é marcada por certa informalidade, admite-
se o uso de um registro mais informal da língua. Narrativa breve, próxima da
oralidade, onde se mistura a linguagem literária e jornalística. A crônica
normalmente é apresentada numa perspectiva subjetiva. Por ser mais pessoal ela
introduz alguns toques de informalidade.
A crônica é um exemplo de gênero textual, que facilmente conquista o
público, aproximando-se do leitor, através da forma pela qual narra os
acontecimentos. Apresenta poucos personagens, pode ser apresentada com tom de
ironia, reflexão, humor, crítico ou informativo. Conforme Bender e Laurito (1993, p.
11), a palavra crônica “mudou de sentido em sua evolução, mas nunca perdeu os
vínculos com o sentido etimológico que lhe é inerente e que está em sua formação”.
Portanto, a crônica cumpre a sua função, podendo levar o leitor ao mundo da
fantasia.
3 METODOLOGIA
A Implementação do Projeto realizou-se no Colégio Estadual do Campo Novo
Sarandi – Ensino Fundamental e Médio. Teve início em março de 2014, envolvendo
diretamente os alunos da Primeira Série A do turno matutino. Participaram do
Projeto 21 alunos, entre eles 9 meninos e 12 meninas. As atividades foram
desenvolvidas durante o 1º semestre, com a duração de aproximadamente quatro
meses, totalizando 72 horas, destas, 32 horas em sala de aula e o restante no
contra turno. Começamos com a apresentação do Projeto “A Crônica como
Ferramenta para Formação de Leitores”, à Equipe Pedagógica, Professores e
demais membros da comunidade escolar na Semana Pedagógica.
Na segunda semana de aula, o Projeto foi apresentado para os alunos da
Primeira Série A, turno matutino, momento em que eles receberam um caderno para
registro das ações e atividades durante a aplicação do Projeto, e uma apostila com
os textos e as atividades propostas. Na semana seguinte, os pais dos alunos
também foram convocados para participar de uma reunião, onde foi explicitado o
objetivo do Projeto. Tanto a equipe como os pais, mostraram-se receptivos,
colocando-se a disposição para qualquer eventualidade durante a realização do
Projeto.
Ao encaminhar o Projeto de Intervenção Pedagógica, iniciou-se questionando
os alunos sobre o que já sabiam sobre os autores citados no Projeto e o gênero
textual crônica, gênero escolhido para ser trabalhado durante a Implementação do
Projeto, momento em que houve a participação oral dos alunos, socializando, dessa
forma, seus conhecimentos. A maioria dos alunos apresentou uma certa dificuldade,
além de ter pouco conhecimento sobre os autores citados. Para alguns, novidade,
pois disseram nunca ter ouvido falar desses autores. Com essa atividade procurou-
se tirar as dúvidas apresentadas, além de trazer informações sobre esse gênero
textual e respectivos autores.
Essa conversa inicial ajudou os alunos a compreenderem a crônica enquanto
texto literário. Paulo Freire (2008, p. 42), nos assegura que o diálogo é necessário
em qualquer prática social, mostra respeito pelos alunos, não só como pessoas, mas
enquanto agentes de uma prática social.
Depois de sanar as dúvidas e explicitar as principais características, partiu-se
para a apresentação de slides sobre a origem da palavra crônica, a definição de
crônica, bem como, a narração histórica onde foi citada “A carta de achamento do
Brasil” de Pero Vaz de Caminha, e a crônica como gênero que comenta assuntos
comuns do dia a dia.
Em seguida foi lido o texto “O nascimento da crônica” de Machado de Assis,
dessa forma, o aluno pode aprofundar seus conhecimentos em relação ao tema em
estudo, despertando, assim o gosto pela leitura. A turma foi dividida em grupos e foi
orientada a pesquisar em (livros, sites da internet) sobre o autor em estudo para
depois, socializar com os colegas.
A partir dessa atividade, iniciamos o estudo das características da crônica e
os elementos que compõem a narrativa, para que aos poucos, os alunos fossem se
familiarizando com a estrutura do texto.
Foram apresentadas questões que motivadoras aos alunos para o trabalho.
Foi dado um tempo para que conversassem entre si, relembrando suas leituras. Em
seguida, lemos algumas crônicas, dando assim, início a uma discussão oral,
levantando hipóteses, debatendo questões sobre a crônica, sendo que a partir das
discussões foi elaborado um esquema, onde foram registradas todas as informações
dadas pelos alunos. A atividade permaneceu exposta na sala de aula durante a
aplicação do Projeto, e a cada aula eram acrescentadas novas informações.
Logo, em seguida foram apresentados diversos livros de crônicas, de
diferentes autores, levando os alunos a fazer leituras coletivas e interpretativas com
liberdade de escolha, ou seja, autores de sua preferência, com o objetivo de levar os
alunos a ler por prazer. Após esse momento, foram levados para a sala de aula,
crônicas retiradas de revistas e jornais para serem lidas individualmente e
silenciosamente, com essa leitura foi aberta uma discussão para verificar se os
alunos tinham o hábito de fazer esse tipo de leitura e finalmente foram questionados
da possibilidade de situações como as apresentadas nos textos, serem possíveis de
acontecer na vida real. Esse trabalho acrescentou para conhecer melhor o tema,
além da integração entre os alunos, reforçando a importância da leitura literária
despertando dessa forma, o gosto pela leitura.
O trabalho específico teve início com a leitura dos textos: ”A última crônica”,
“Na escuridão miserável”, de Fernando Sabino; “A moça e a calça”, de Stanislaw
Ponte Preta e “O senhor do 903”, de Rubem Braga, crônicas, citadas no Projeto e
que foram escolhidas para serem trabalhadas de forma diferenciada durante a
Implementação, assim mobilizando os alunos para a leitura.
Começamos com a “Última crônica” de Fernando Sabino, conversamos sobre
a importância da leitura, estimulando os alunos para a mesma. Na sequência foi
distribuída uma cópia para cada aluno, onde foi omitido o título e alguns parágrafos,
sugeriu-se que lessem o texto individualmente, completando-o dando coerência aos
parágrafos. Concluída a atividade, os alunos se reuniram em grupos e compararam
os textos, realizou-se uma leitura coletiva e em seguida cada grupo, usando a sua
imaginação, criou um único texto, onde soltaram suas emoções e sentimentos. Os
textos foram socializados com os colegas. Em seguida, foi entregue uma cópia do
texto, sugeriu-se, primeiramente, uma leitura individual e silenciosa, depois cada
aluno leu o texto em voz alta, nessa atividade observou-se a entonação, fluência e
ritmo e o uso adequado dos sinais de pontuação. O próximo passo foi ouvir a
narração da crônica, onde os alunos relataram o que sentiram durante a realização
da atividade, dando oportunidade para que expressassem seus sentimentos. No
grande grupo refletimos sobre as características do gênero presentes no texto,
realizamos uma abordagem da realidade social, além de discutir sobre a
intencionalidade do autor ao escrever o texto.
Como atividade complementar os alunos realizaram uma pesquisa sobre o
escritor “Fernando Sabino”, além da leitura de outras crônicas do autor. Para isso,
sugeriu-se o livro “Comédias para se ler na escola.”
Para finalizar a atividade com “A Última Crônica” de Fernando Sabino, foi
trabalhada a intertextualidade, os alunos receberam uma cópia do poema, de
Manuel Bandeira “O Último Poema”, que começa com o verso “Assim eu quereria o
meu último poema”, da mesma forma que se encerra “A Última Crônica” de
Fernando Sabino.
Ao encerrar a atividade com “A Última Crônica”, percebeu-se que o resultado
foi satisfatório, pois os alunos passaram a entender, através das leituras, que
existem vários tipos de crônicas, melhorando dessa forma a visão de mundo através
da leitura. Souberam se posicionar e argumentar, perceberam os possíveis sentidos
apresentados por esse gênero textual.
No segundo momento, os alunos foram motivados para a leitura a partir de
situações do cotidiano, e fazer uma leitura crítica do texto. Para essa atividade, foi
entregue uma cópia do texto “Na Escuridão Miserável”, de Fernando Sabino, com o
qual, realizamos uma leitura coletiva, refletimos sobre o trabalho infantil, assunto
tratado no texto e discutimos sobre as principais causas que levam ao trabalho
infantil.
A turma foi dividida em grupos, para a realização das atividades propostas,
que, após concluídas foram socializadas com os colegas. Cada grupo recebeu a
crônica dividida em sete partes, para colocar na ordem correta. Na sequência, um
aluno voluntário, fez a leitura para a classe, e os demais observaram se o texto
estava ordenado corretamente. Em seguida, os grupos relataram as impressões que
tiveram ao realizar a atividade.
A capacidade de encontrar diferentes significados a cada leitura realizada é
um desafio para os educandos, proporcionando o diálogo, percebendo os diferentes
enfoques da realidade, além de respeitar as individualidades de cada aluno
(FREIRE, 2008).
Dando continuidade, foram apresentadas mais algumas informações sobre a
crônica, sugerindo que fossem relacionadas com o texto em estudo.
Ao conversar sobre o texto foram apresentados alguns questionamentos, em
forma de slides, na TV Pendrive. Dessa forma, instigando os alunos a refletir sobre
as personagens da história, lugar onde o fato aconteceu, tipos de narrador e
objetivos do autor. Também foi realizado um trabalho relacionado a música, onde
assistimos o vídeo com a música “Relampiano”, de Lenine e Paulinho Moska, com o
objetivo de identificar a mensagem e interpretar além da decodificação, propondo
um momento de reflexão crítica sobre as diferenças sociais e econômicas e suas
consequências na vida das pessoas. Comparando a letra da música com o texto, foi
aberta uma discussão sobre o trabalho infantil. Ainda dando sequência as atividades
com o texto “Na Escuridão Miserável”, os alunos reunidos em grupos, escolheram
uma música e compuseram uma paródia, que foi apresentada para os colegas. O
resultado foi positivo, as paródias produzidas, ficaram excelentes, os grupos se
organizaram, cada um dentro das suas possibilidades e habilidades. Assim, até os
alunos mais envergonhados apresentaram com desenvoltura. Tendo em vista, que
para a realização da atividade o aluno precisou ler. Um trabalho que trouxe um ótimo
resultado, demostrou o quanto é importante incentivar o aluno para a leitura.
Para finalizar essa atividade propôs-se aos alunos a leitura dramatizada da
crônica, explicou-se como proceder para realizar esse tipo de leitura, ou seja, cada
aluno deveria estar ciente que a entonação de voz, deveria acontecer de acordo
com a situação, que é necessário representar o texto, transformar a leitura em
emoção (CEREJA; MAGALHÃES, 2009).
Dando continuidade, trabalhamos com a crônica “A moça e a calça” de
Stanislaw Ponte Preta, com a finalidade de levar o aluno a fazer uma leitura crítica
do texto, além de localizar e interpretar informações implícitas. Nessa aula, houve
uma aproximação da temática relacionando o conteúdo da crônica com o dia a dia
do aluno. Primeiramente, foi encaminhada uma atividade oral a partir de alguns
questionamentos, em relação a maneira de se vestir. Como se vestem para
determinadas ocasiões, como colégio, jogo de futebol, teatro, casamento? E, ainda
se podemos julgar as pessoas pela maneira de se vestir? A discussão motivou o
grupo, dessa forma, proporcionando interação entre os alunos. A partir dessa
atividade, os alunos demonstraram uma certa curiosidade para ler a crônica. Através
de slides, foi passado que na crônica de Stanislaw Ponte Preta acontece um fato
que poderia ser observado por qualquer pessoa, falou-se da importância de ficar
atento durante a leitura, para perceber como aparece o humor e quais os elementos
que o autor usou para provocá-lo. Em seguida, foi entregue uma cópia do texto para
os alunos, sugerindo a leitura silenciosa. Depois o texto foi lido em voz alta por um
aluno voluntário, e no grande grupo, destacaram os elementos que mais lhe
chamaram atenção. A turma foi dividida em quatro grupos, cada grupo recebeu duas
questões, com a finalidade de serem fundamentadas com o texto em estudo.
Enquanto desenvolviam a atividade, circulei pela sala de aula , a fim de auxiliá-los
na interpretação e informações implícitas no texto. Ao final, todos os grupos
socializaram suas conclusões. A atividade tornou-se bem interessante, pois os
alunos trouxeram o texto para a realidade, dizendo que atualmente ainda existem
situações que exigem roupas adequadas. Finalizando as atividades com o texto,
todos leram “Tia Zulmira e eu” e “Dois Amigos e um Chato”, que são do mesmo
autor.
Na sequência, trabalhamos com o texto “O Recado ao Senhor do 903”, de
Rubem Braga, momento em que compartilhamos conhecimentos, com o intuito de
rever os elementos da narrativa, perceber a intertextualidade no texto, e ainda
desenvolver novas estratégias de leitura.
Para a realização dessa atividade foram adotadas estratégias de leitura
sugeridas por Solé (1998), onde os procedimentos consistem em fazer o
levantamento do conhecimento prévio que os alunos têm sobre o assunto e registrá-
los.
Ao iniciar a atividade, ativamos os conhecimentos prévios dos alunos,
questionando-os sobre o seu bairro, lugar onde moram e o tipo de moradia que
predomina naquele local, (casa, apartamento). Todos puderam se manifestar, além
de falar sobre o relacionamento com os vizinhos.
Em seguida, abrimos uma discussão sobre as regras existentes na escola e
sobre a sua importância, o relacionamento com os vizinhos, se existem regras e se
elas são respeitadas por todos. Na sequência perguntou-se aos alunos se já tinham
ouvido falar de Rubem Braga. A maioria respondeu que sim, e até citaram outras
crônicas produzidas por ele. Foi comentado que no texto o narrador é um morador
de um prédio, que se comunica com os vizinhos através de cartas, o que deixou os
alunos curiosos para a leitura. Depois dessa atividade, os alunos receberam uma
cópia do texto, para leitura silenciosa, com o objetivo de identificar as personagens e
como são representadas. Sugeriu-se ainda que observassem as comparações feitas
pelo narrador para serem comentadas com a classe.
Para encerrar as atividades com a crônica, solicitou-se aos alunos que
observassem o esquema exposto em sala de aula e produzissem textos abordando
situações do cotidiano, procurassem imagens ou tirassem fotografias, que tivessem
relação com o assunto para serem exibidas com o texto. As atividades foram
socializadas com a classe.
A última atividade do Projeto foi a organização do momento cultural, que teve
como objetivo principal resgatar o interesse pela leitura a partir de dramatizações,
paródias, produção de histórias em quadrinhos e poesias. Formamos quatro grupos,
cada grupo ficou responsável para pesquisar uma crônica e sobre seu respectivo
autor. Depois da pesquisa os grupos apresentaram o resultado para os demais
colegas da classe, momento em que tiveram a liberdade de escolher a forma de
apresentação. A atividade atingiu o objetivo proposto, houve um grande
envolvimento por parte dos alunos, cada um dentro das suas possibilidades. Depois
desse pequeno ensaio, os grupos foram preparados para organização e
apresentação das atividades desenvolvidas durante o Projeto, num momento cultural
com a participação dos pais e comunidade escolar. Para isso, os alunos produziram
teatros dramatizações, paródias, cartazes, e histórias em quadrinhos. Trabalhamos,
principalmente, com as crônicas citadas no Projeto. “A Última Crônica”, “Na
Escuridão Miserável” de Fernando Sabino, “A Moça e a Calça” de Stanislaw Ponte
Preta e “O Senhor do 903” de Rubem Braga, além de outros textos escolhidos por
eles. Para melhor organização, os alunos reuniram-se no contra turno, para estudar
os textos, a entonação de voz, os gestos além de outras habilidades necessárias
para uma boa representação. Nessa etapa tiveram o acompanhamento da
Professora de Arte.
Os grupos organizaram as atividades desenvolvidas, para a apresentação,
criaram figurinos e montaram o cenário. As atividades foram ensaiadas em sala de
aula e no contra turno. Os alunos ficaram responsáveis para convidar as demais
turmas, professores, funcionários e comunidade em geral, divulgando dessa forma o
resultado do trabalho. E, ainda para ultrapassar os muros da escola, foi criado um
blog onde socializamos curiosidades sobre o gênero textual crônica, leituras
realizadas e atividades produzidas.
Percebeu-se um grande envolvimento e satisfação na construção do cenário
e dos personagens. No decorrer da Implementação do Projeto, os grupos guardaram
todo material produzido o que facilitou a finalização. Também notou-se que alguns
grupos tiveram mais facilidade que outros, o que é normal, pois cada grupo tem sua
individualidade que foi respeitada em todos os momentos.
No encerramento das atividades, os alunos relataram que ficaram felizes por
terem sido escolhidos para participar do Projeto, segundo eles, as atividades
realizadas foram interessantes e despertaram o gosto pela leitura. Sentiram-se
valorizados, dessa forma, elevando sua autoestima. Alguns mais tímidos se sentiram
constrangidos e não participaram das apresentações. Sua posição foi respeitada, no
entanto foram conscientizados da importância de divulgar os trabalhos produzidos.
No final do Projeto, foi possível perceber que os alunos cresceram, adquiriram
experiências novas através das atividades realizadas durante a aplicação do Projeto,
estimularam a criatividade, o gosto pela leitura, dessa forma, melhorando a
capacidade oral do grupo.
Trabalhar o gênero textual crônica pode ser uma sugestão para que os
educandos se tornem futuros leitores.
3.1 GRUPO DE TRABALHO EM REDE – GTR
Simultaneamente a Implementação do Projeto aconteceu o GTR 2014 –
grupos de trabalho em rede, uma das atividades do Programa de Desenvolvimento
Educacional (PDE) que caracteriza-se pela interação virtual entre os professores do
PDE, que neste caso atuam como tutores dos grupos, e os demais professores da
Rede Pública, que selecionam o grupo do qual pretendem fazer parte, através de
inscrição. O GTR é um ambiente de atividades em que o professor PDE socializa e
propõem uma discussão do Projeto de Intervenção Pedagógica na escola, a
Produção Didático Pedagógica e da Implementação do Projeto que estão sendo
desenvolvidos na Instituição de Ensino em que o professor PDE pertence.
No meu grupo, inscreveram-se 17 Professores da Rede Pública, destes, 14
concluíram todas as etapas. Uma professora nunca acessou o sistema, outro
participou da primeira parte e abandonou, e , um terceiro deixou todas as atividades
para o último dia. Enviou-me mensagens pedindo ajuda, no entanto não pude fazer
nada, pois o sistema estava muito lento e não foi possível a realização das
atividades. Os participantes deram opiniões e sugestões, falaram das suas
dificuldades em relação à leitura, além de relatar experiências que consideravam
positivas, auxiliando dessa forma, no desenvolvimento da proposta. Os cursistas
elogiaram a iniciativa, e relataram que também estavam realizando atividades de
incentivo a leitura, alguns com o gênero textual crônica, outros com contos e
histórias em quadrinhos. Os relatos me deixaram muito feliz, pois a maioria dos
participantes se posicionou favorável, dizendo que incluiriam as atividades indicadas
no Projeto, na sua prática diária. Pode-se afirmar que as contribuições de todos
foram valiosas e contribuíram para a Implementação do Projeto. Percebeu-se a
preocupação que os professores da Rede Pública de Ensino têm em resgatar nos
alunos o gosto pela leitura. O Projeto foi enriquecido com as sugestões
apresentadas. Professores de Língua Portuguesa e de outras áreas estão
envolvidos com a leitura, o que nos leva a acreditar que as atividades nele contidas
farão a diferença no incentivo a leitura. Com a participação de todas as disciplinas o
resultado será ainda melhor.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho desenvolvido com os alunos da Primeira Série do Ensino Médio
teve como objetivo aproximar a leitura através de crônicas selecionadas com o
intuito de criar o hábito de leitura.
Aguiar e Bordini (1993, p. 18), destacam “que o primeiro passo para a
formação do hábito de leitura é a oferta de livros próximos a realidade do leitor, que
levantem questões significativas para ele”.
Assim, o crescimento do educando se faz pela imersão no universo da
palavra escrita e seu envolvimento intelectual pode ser medido através de sua
habilidade de verbalização dos conteúdos assimilados durante o processo de leitura.
Foram desenvolvidas atividades individuais e em grupo com a finalidade de
ampliar a capacidade de ler, desenvolvendo a fluência, a entonação de voz,
instigando os alunos a construir sentidos, identificar o tema do texto, para melhorar a
interpretação e a argumentação.
Percebeu-se que no decorrer das aulas os alunos foram adquirindo
autoconfiança e superando o medo de falar, de expor-se diante dos colegas e
comunidade escolar, através da apresentação dos trabalhos.
Acredita-se que o trabalho desenvolvido tenha contribuído para despertar o
gosto pela leitura, pois os alunos tornaram-se mais criativos e interessados nas
aulas de Língua Portuguesa, uma vez que a cada etapa, mudava-se a metodologia e
apresentavam-se novidades. Isso fez com que as aulas não fossem uma rotina
pedante, mas sim, alegres e divertidas. Os textos propiciaram muitas reflexões, em
função disso, temos alunos mais interessados e participativos, cada um, de uma ou
de outra forma, querendo trazer a sua contribuição.
REFERÊNCIAS
ABAURRE, Maria Luiza M. Português: contexto interlocução e sentido. São Paulo: Marcela Pontara, 2008. ANTUNES, Irandé. Aula de português: encontro & interação. São Paulo: Parábola Editorial, 2003. BENDER Flora; LAURITO Ilka. Crônica: história, teoria e prática. São Paulo: Scipione, 1993. BORDINI, Maria da Glória; AGUIAR, Vera Teixeira de. Literatura: a formação do leitor; alternativas metodológicas. 2. ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993.
CEREJA, W. R. MAGALHÃES, T. C. Português: linguagens. 5.ed. reform. São Paulo: Atual, 2009. FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São Paulo: Cortez, 2008. LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura de mundo. São Paulo: Ática, 2000. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes da educação básica: língua portuguesa. Curitiba, 2008. PENNAC, Daniel. Como um romance. Rio de Janeiro: Rocco, 1993. PIAGET, Jean. Para onde vai a educação? Rio de Janeiro: Olympio, 1973. SILVA, Ezequiel Theodoro da. Criticidade e leitura: ensaios. São Paulo: Mercado de Letras, 1998. _____. Elementos da pedagogia da leitura. São Paulo: Martins Fontes, 1988. _____. O ato de ler: fundamentos psicológicos para uma nova pedagogia da leitura. 9. ed. São Paulo: Cortez, 2002. SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998. YUNES, Eliana. OSWALD, Maria Luiza. A experiência da leitura. São Paulo: Edições Loyola, 2003. 2003.