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DesenvolvimentoMilnio
OBJECTIVOSS DEEDO
RELATELATRIOIO DEEPORTUGALPORTUGAL
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Desenvolvimento
OBJECTIVOS
DO
Milnio
DE
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RELATRIO DE PORTUGAL
OBJECTIVOS DE
Milnio
DODesenvolvimento
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Ficha Tcnica
Objectivos de Desenvolvimento do Milnio Relatrio de Portugal
EDIO:
Direco de Servios de Planeamento Financeiro e Programao
Instituto Portugus de Apoio ao Desenvolvimento
Ministrio dos Negcios Estrangeiros
CONTACTO:
Av. da Liberdade, 192, 3. 1250-147 Lisboa
Tel.: (351) 213 176 700
web: www.ipad.mne.gov.pt
e-mail: [email protected]
Novembro 2004
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NDICE
1. Introduo 7
2. A poltica de desenvolvimento e os instrumentos focalizados nos MDGs 112.1. A poltica de Desenvolvimento 112.2. A eficcia da Ajuda 12
Afectao de recursos 12Harmonizao e Coordenao 13Modalidades de Ajuda 15
2.3. Coerncia das polticas para o desenvolvimento 16
3. Contribuio para os MDGs 1-7 173.1. Polticas, linhas de orientao e iniciativas especficas focalizadas em cada MDG 173.2. Principais desafios 20
4. Implementao dos compromissos relativos MDGs 7 e 8 23Objectivo 7 Meta 9 Sustentabilidade Ambiental 23Objectivo 8 Ajuda Pblica ao Desenvolvimento 28
Objectivo 8 Acesso aos Mercados 32Objectivo 8 Sustentabilidade da Dvida 35
5. Prioridades e aces em direco a 2015 37
6. Concluses 41
Anexo 1 Lista dos Objectivos, Metas e Indicadores do Milnio 43
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A pobreza extrema em que vivem milhes de mulheres e homens tem um custo social
profundo e representa uma perda irreparvel no potencial das respectivas sociedades no ime-diato, porque impede a criao de riqueza e exige gastos sociais a que os oramentos de cada
Estado no podem dar resposta. Num mundo cada vez mais globalizado e interdependente,
a reduo das profundas desigualdades entre os pases desenvolvidos e em desenvolvimento,
entre as populaes que auferem condies de bem-estar e as que vivem abaixo do limiar
da pobreza, assume-se no s como um imperativo tico e moral, mas tambm como uma
prioridade em termos de segurana. A reduo do fosso entre os pases desenvolvidos e os
pases mais pobres tornou-se, assim, o desafio mais importante no quadro da cooperao
para o desenvolvimento. A Cooperao s faz sentido na perspectiva do desenvolvimento
sustentado, colaborando para a melhoria das condies de vida das populaes, particular-mente das mais afectadas pelos desequilbrios econmicos e contribuindo gradualmente
para a reduo da dependncia da ajuda externa.
A Declarao do Milnio, adoptada em 2000, por todos os 189 Estados Membros da
Assembleia Geral das Naes Unidas, veio lanar um processo decisivo da cooperao glo-
bal no sculo XXI. Nela foi dado um enorme impulso s questes do Desenvolvimento, com
a identificao dos desafios centrais enfrentados pela Humanidade no limiar do novo mil-
nio, e com a aprovao dos denominados Objectivos de Desenvolvimento do Milnio (MDGs)1
pela comunidade internacional, a serem atingidos num prazo de 25 anos, nomeadamente:
1. Erradicar a pobreza extrema e a fome.2. Alcanar a educao primria universal.
3. Promover a igualdade do gnero e capacitar as mulheres.
4. Reduzir a mortalidade infantil.
5. Melhorar a sade materna.
6. Combater o HIV/SIDA, a malria e outras doenas.
Objectivos de Desenvolvimento do Milnio Relatrio de Portugal | 7
1. Introduo
1 Millenium
Development
Goals: A lista
completa dos8 objectivos,
das correspon
dentes
18 metas a
atingir e dos
48 indica-
dores, consta
do Anexo I.
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7. Assegurar a sustentabilidade ambiental.
8. Desenvolver uma parceria global para o desenvolvimento.
Foram ainda a estabelecidas metas quantitativas para a maioria dos objectivos, com vista
a possibilitar a medio e acompanhamento dos progressos efectuados na sua concretiza-
o, ao nvel global e nacional.
Declarao do Milnio, sucederam-se um conjunto de conferncias internacionais,
nomeadamente a Conferncia sobre o Financiamento do Desenvolvimento que teve lugar,
em Maro de 2002, em Monterrey. O chamado Consenso de Monterrey veio, por um lado,
reafirmar o empenho da comunidade doadora e dos pases beneficirios da ajuda na pro-
cura de fontes de financiamento inovadoras e alternativas, na criao de um novo esprito
de parceria e de um novo conceito de cooperao para o desenvolvimento, assentando numa
abordagem holstica colocando a tnica na inter-relao entre o comrcio, o financiamento
e o desenvolvimento. Significou, por outro lado, a renovao da vontade poltica da comu-
nidade de doadores relativamente aos MDGs, com especial destaque para a erradicao dapobreza.
A UE que , no seu conjunto, responsvel por mais de 50% da APD mundial, afirmou-
se como um parceiro-chave deste processo, tendo contribudo activamente para o processo
resultante da Conferncia sobre o Financiamento do Desenvolvimento, com base nos seguin-
tes compromissos fundamentais assumidos no Conselho Europeu de Barcelona, de 2002:
Aumentar o volume da APD/RNB de cada Estado Membro para pelo menos 0,33% at
2006, para que a mdia da UE possa ser, nessa data de 0,39% representando um
aumento extra, anual, de 7 bilies de dlares at 2006.
Adoptar at 2004, medidas concretas no que respeita coordenao das polticas e harmonizao de procedimentos.
Adoptar medidas no sentido de um maior desligamento da ajuda.
Identificar bens pblicos globais.
Explorar novas e inovadoras fontes de financiamento.
Apoiar a reforma dos sistemas financeiros internacionais e reforar a contribuio
dos PED2 para o processo de tomada de decises econmicas a nvel internacional.
Prosseguir esforos para assegurar a sustentabilidade da dvida no contexto de uma
iniciativa HIPC3 reforada.
Aumentar o volume de ajuda para fomentar o comrcio.A Cimeira Mundial do Desenvolvimento Sustentvel, realizada em Joanesburgo, em
Setembro de 2002, veio, finalmente, fornecer um impulso fundamental ao estabelecimento
das Parcerias (entre pases do Norte e pases do Sul e entre os sectores pblico e privado),
fechando, assim, um tringulo do qual faz parte tambm a Conferncia de Doha da Organizao
Mundial do Comrcio4 (OMC).
8 | Introduo
2 PED Pases
em Desen-
volvimento.
3 HIPC
Heavily
Indebted PoorCountries.
A iniciativa
HIPC foi lan-
ada em 1996.
4 Na IV
Conferncia
Ministerial
da OMC,
realizada em
2001 em
Doha, Qatar, a
OMC apelou a
um reforo doapoio dos pa-
ses doadores
no mbito da
assistncia tc-
nica e capaci-
tao institu-
cional na rea
do comrcio.
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Portugal tem participado e acompanhado toda esta discusso nas vrias instncias inter-
nacionais, com fortes implicaes para a cooperao para o desenvolvimento. Os compro-
missos assumidos por todos os doadores foram tambm compromissos assumidos pela
Cooperao Portuguesa, consubstanciando-se no objectivo ltimo da luta contra a pobreza,
com vista sua erradicao, objectivo central dos MDGs.
Em Setembro de 2005, a Assembleia Geral das Naes Unidas dever fazer um balano
dos progressos efectuados na concretizao desta nova agenda global. O objectivo o de per-
ceber at que ponto esto a ser, ou no, atingidas as metas definidas para os objectivos tra-
ados, com base em relatrios a apresentar, em 2004, pela comunidade doadora e pelos pa-
ses em desenvolvimento, como parte de um esforo internacional de monitorizao,
acompanhamento e medio dos progressos at agora realizados.
Cabe, assim, comunidade doadora, em que Portugal est inserido, reportar a sua con-
tribuio, especialmente no que respeita ao Objectivo 8 Desenvolvimento de uma Parceria
Global para o Desenvolvimento focalizada na ajuda ao desenvolvimento, no acesso aosmercados e na sustentabilidade da dvida. O presente relatrio visa cumprir essa demanda,
tentando, para o efeito seguir a matriz acordada no seio da Unio Europeia. Assim, o rela-
trio de Portugal abordar igualmente uma anlise da contribuio para os Objectivos 1 a 7.
Objectivos de Desenvolvimento do Milnio Relatrio de Portugal | 9
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QUADRO I
Estimativas baseadas nos compromissos dos doadores feitosna Conferncia Financiamento do Desenvolvimento
Pas APD lquida 2002 % APD/RNB($ Milhes)
2002 2006
ustria 520 0.26 0.33Blgica 1,072 0.43 0.46
Dinamarca 1,643 0.96 0.83
Finlndia 462 0.35 0.42
Frana 5,486 0.38 0.47
Alemanha 5,324 0.27 0.33
Grcia 276 0.21 0.33
Irlanda 398 0.40 0.63
Itlia 2,332 0.20 0.33
Luxemburgo 147 0.77 1.00
Holanda 3,338 0.81 0.80
Portugal 323 0.27 0.33Espanha 1,712 0.26 0.33
Sucia 1,991 0.83 0.87
Reino Unido 4,924 0.31 0.40
UE MEMBROS, TOTAL 29,949 0.35 0.42
Austrlia 989 0.26 0.26
Canad 2,006 0.28 0.34
Japo 9,283 0.23 0.26
Nova Zelndia 122 0.22 0.26
Noruega 1,696 0.89 1.00
Sua 939 0.32 0.36
Estados Unidos 13,290 0.13 0.17
CAD MEMBROS, TOTAL 58,274 0.23 0.29
Fonte: CAD/OCDE.
10 | Introduo
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2.1. A poltica de Desenvolvimento
Portugal tem vindo a desenvolver a sua poltica de cooperao para o desenvolvimento
no respeito pelo cumprimento dos Objectivos de Desenvolvimento do Milnio ( MDGs) defi-
nidos pelas Naes Unidas, dando prioridade aos sectores da educao, da sade, do governo
e sociedade civil e dos servios sociais, aos quais acrescenta uma actuao transversal na
formao e no apoio capacidade administrativa do pas beneficirio, com vista ao objec-
tivo ltimo da reduo da pobreza. Dada a ligao que dever inegavelmente existir entre a
promoo da segurana e do desenvolvimento como condies indispensveis para a con-
cretizao dos MDGs, a cooperao portuguesa com os pases parceiros tem vindo a ser subs-
tancialmente direccionada para reas directamente relacionadas com a paz, segurana e esta-bilidade poltica, como , por exemplo, o caso do reforo das capacidades administrativas,
da governao democrtica, do respeito pelos Direitos Humanos ou do reforo das capaci-
dades de manuteno da paz africanas.
Os compromissos internacionalmente assumidos pelo Estado Portugus encontram-se
reflectidos nos objectivos gerais da poltica portuguesa de cooperao para o desenvolvimento
formulados na estratgia governamental, centrada em valores como a procura da paz, a soli-
dariedade, a promoo e consolidao da igualdade social, democracia e direitos humanos.
Num quadro poltico orientado para a promoo do desenvolvimento econmico, social
e cultural sustentvel dos pases receptores da ajuda, a reduo da pobreza tem sido, assim,uma preocupao central da Cooperao Portuguesa, determinando a concentrao das nos-
sas intervenes, tanto do ponto de vista geogrfico como sectorial.
Em termos geogrficos, a regio da frica Sub-sahariana permaneceu como prioritria
para a cooperao portuguesa, tendo como principal destino os cinco Pases Africanos de
Lngua Oficial Portuguesa (PALOP)5. frica o continente que conhece hoje as maiores difi-
Objectivos de Desenvolvimento do Milnio Relatrio de Portugal | 11
2. A poltica de desenvolvimentoe os instrumentos focalizados nos MDGs
5 Angola,
Cabo Verde,
Guin Bissau,
Moambique
e So Tom
e Prncipe.
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culdades no arranque de um processo de desenvolvimento sustentvel, que possibilite a inte-
grao das suas economias na economia global, facto bem evidenciado pelo baixssimo ndice
de participao no comrcio e no investimento mundiais. Compreende-se por isso que, neste
contexto, e atendendo s relaes histricas e culturais de Portugal com todas as principais
regies do continente sejam estas as zonas de concentrao prioritria da cooperao por-
tuguesa. Por outro lado, o envolvimento e empenho de Portugal, desde 1999, no processo
de reconstruo e desenvolvimento de Timor Leste, confere a este jovem pas o lugar de
principal beneficirio da ajuda portuguesa.
Em termos sectoriais, as prioridades da Cooperao Portuguesa tm sido, ao longo dos
ltimos anos, racionalizadas, com base em dois critrios fundamentais.
O primeiro diz respeito s necessidades mais prementes dos pases parceiros, claramente iden-
tificadas nos documentos orientadores das estratgias de desenvolvimento desses pases.
Exactamente por serem Pases Menos Avanados (PMA)6, na classificao das Naes Unidas,
estes pases tm mltiplas carncias em todos os sectores econmicos, sociais e institucionais.O segundo critrio relaciona-se com a mais-valia especfica da cooperao portuguesa, num
contexto de envolvimento de vrias cooperaes bilaterais e multilaterais em cada pas. Os
factores que conferem cooperao portuguesa potencialidades nicas radicam, sobretudo,
na lngua portuguesa, no conhecimento histrico apontando, assim, para uma concentrao
nas reas da educao e da formao, e do enquadramento institucional, desde o reforo da
capacidade do Estado promoo de condies de governao.
2.2. A eficcia da Ajuda
Afectao de recursosA Cooperao Portuguesa canaliza a maior parte da sua ajuda externa bilateralmente,
atingindo uma mdia de 65% do total da APD entre 1995 e 2003. At 1998, mais de 97%
da APD bilateral era direccionada a pases com os mais baixos nveis de rendimento per
capita, nomeadamente os PALOP, todos localizados na frica Sub-sahariana. Todavia, a ajuda
desembolsada para Timor Leste desde 1999, na sequncia do apoio prestado por Portugal
ao processo de autonomia daquele pas, alterou esta predominncia e modificou o perfil de
alocao de recursos at a constante na ajuda portuguesa. Timor Leste, constituiu-se desdeento o principal recipiente da APD lquida (32%), seguido de Moambique (17%), Cabo
Verde (12%), Angola (8%), So Tom e Prncipe (7%) e, por fim, a Guin-Bissau (6%).
A alocao geogrfica de recursos tem vindo a ser estabelecida entre Portugal e os seus
parceiros em funo dos seus instrumentos de planeamento, dos seus planos e estratgias
de desenvolvimento e do seu desempenho e capacidade de absoro e gesto dos fundos dis-
12 | A poltica de desenvolvimento e os instrumentos focalizados nos MDGs
6 Os PMA so
um grupo de
50 pases clas-sificados pelas
Naes
Unidas como
sendo os mais
pobres do
mundo. Trinta
e quatro des-
ses pases
situam-se em
frica.
Aproxima-
damente 600
milhes de
pessoas vivemnestes pases.
-
7/29/2019 OBJETIVOS DESENVOLVIMENTO MILNIO - PORTUGAL [IPAD - 2004]
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ponibilizados. Por outro lado, a racionalizao de meios financeiros postos disposio da
cooperao, no contexto geral da poltica de conteno da despesa pblica, exige que Portugal
assuma critrios e princpios de concentrao na afectao de recursos a pases e sectores
especficos, representativos de uma mais-valia.
As contribuies de Portugal pela via multilateral tm oscilado entre os 28% e os 35%
durante 1995-1998, descendo para 19% em 1999. Contudo, esta reduo est mais relacio-
nada com o aumento de 62% da ajuda bilateral entre 1998 e 1999, em particular pelo
aumento do apoio a Moambique e Timor Leste, do que devido a uma quebra sbita das
contribuies multilaterais, que normalmente flutuam de acordo com o ciclo de pagamen-
tos feitos s maiores instituies financeiras internacionais. Em 2002 e 2003 a mdia da
ajuda multilateral situou-se nos 42%. A grande parcela da ajuda multilateral portuguesa
canalizada atravs da Unio Europeia, por via das contribuies para o Fundo Europeu de
Desenvolvimento (FED) que financia a ajuda da UE para os Pases ACP 7, e para o Oramento
da Comisso Europeia de Ajuda Externa que financia a ajuda aos pases em desenvolvimentono contemplados pelo FED. A APD portuguesa via UE absorveu cerca de um quarto da ajuda
entre 1995 e 1998, 90% em 1999, situando-se numa mdia de 66% entre 2000 e 2003.
Entre 1995 e 2003, as Agncias, Fundos e Comisses das Naes Unidas contaram com 10%
da ajuda multilateral, que tambm se repartiu maioritariamente pelos Bancos Regionais de
Desenvolvimento (11%) e pelo FMI, BM e OMC8 (7%).
Harmonizao e CoordenaoO compromisso relativo Harmonizao e Coordenao o de tomar, at ao final de
2004, medidas concretas de coordenao de polticas e harmonizao de procedimentos,tanto ao nvel da CE como dos EM, incluindo a aplicao da Recomendao do CAD/OCDE.
Coordenao
H hoje um reconhecimento que a maior eficcia da ajuda pode ser conseguida atravs
de uma maior coordenao de polticas, de harmonizao de procedimentos e de uma com-
plementaridade entre programas bilaterais e multilaterais. A coordenao e a harmonizao
visam a reduo da carga administrativa imposta aos pases parceiros, assegurando que a
ajuda fornecida pelos doadores se paute pela coerncia e evite duplicaes. A coordenao
pressupe actividades vrias como a troca de informao, reunies formais e informais, espe-cializao dos doadores, harmonizao de procedimentos, maior complementaridade entre
polticas, esquemas de centralizao de recursos e implementao dos programas de forma
conjunta.
No contexto europeu, a UE tem encorajado a partilha de informao de forma a permi-
tir um conhecimento generalizado das actividades planeadas e dos instrumentos utilizados.
Objectivos de Desenvolvimento do Milnio Relatrio de Portugal | 13
7 Conjunto
de 79 Estados
de frica,Carabas e
Pacfico que
tm um acord
de cooperao
privilegiado
com a Unio
Europeia.8 Fundo
Monetrio
Internacional,
Banco Mundia
e Organizao
Mundial do
Comrcio.
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7/29/2019 OBJETIVOS DESENVOLVIMENTO MILNIO - PORTUGAL [IPAD - 2004]
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Essa partilha traduzida em reunies regulares entre representantes dos EM, onde Portugal
se encontra representado, e da Comisso Europeia. Assiste-se, tambm, a uma preocupao
crescente em manter as partes informadas sobre polticas, avaliaes, misses, estudos e
informaes vrias sobre actividades a decorrer e planeadas. Trata-se de um forte instru-
mento de coordenao de forma a que os programas da Comisso Europeia e dos EM pos-
sam ser definidos de forma a evitarem duplicaes e a permitirem uma complementaridade
entre polticas e procedimentos.
Tambm ao nvel do CAD/OCDE, Portugal tem participado em reunies regulares pro-
movidas pela Task Teamsobre Harmonizao e Alinhamento. Estes encontros representam,
tambm, umforumde partilha de boas prticas, de dificuldades encontradas e de novas abor-
dagens ao desenvolvimento.
Ao nvel bilateral, a programao da cooperao portuguesa tem como pressuposto que
a coordenao e harmonizao para serem eficazes, devem ser coordenadas e lideradas pelo
pas parceiro. Com esse fim, a programao construda sob as Estratgias de Reduo daPobreza dos parceiros e facilitada pelo grau de dilogo, de consulta e de cooperao mtua
permitindo identificar sectores prioritrios e reas onde a harmonizao possvel.
O apoio oramental a Moambique9 representa um exemplo da integrao de Portugal
no processo coordenado de auxlio ao desenvolvimento do pas com outros doadores. Esta
participao no grupo de apoio macro-financeiro possibilitar, ainda, um maior dilogo com
as autoridades moambicanas e um acompanhamento da execuo do PARPA10 atravs do
PAF 11 (Quadro de Avaliao do Desempenho). A participao de Portugal no TFET Trust
Fund for East Timor12 um fundo multilateral administrado pelo IDA13, no valor global de
176 MUSD, que visa apoiar a reconstruo e desenvolvimento de Timor Leste, conta comooutro importante exemplo de coordenao entre doadores, na sequncia dos compromissos
assumidos na Conferncia de Doadores de Tquio. Por outro lado, a interveno portuguesa
no sector da sade em Timor Leste tende a direccionar-se para a assessoria jurdica, capa-
citao do sistema de sade e formao, por forma a estar inserida numa estratgia de com-
plementaridade com outros parceiros, dado que a Comisso Europeia, elegeu a sade como
sector prioritrio para a sua interveno at 2006. Portugal actua ainda em parceria com os
Estados Unidos atravs do Projecto Tripartido Portugal/EUA/STP de Controlo da Malria14.
Harmonizao
Portugal comprometeu-se, no seio da Unio Europeia, a implementar a harmonizao
de polticas, prticas e procedimentos no sentido de uma maior eficcia da ajuda. Com esse
propsito, tem participado na Task Teamsobre Harmonizao e Alinhamento (CAD/OCDE)
e adoptou o documento do cad Harmonising Donor Practices for Effective Aid Delivery, apre-
sentado no Frum de Roma, em Fevereiro de 2003.
14 | A poltica de desenvolvimento e os instrumentos focalizados nos MDGs
9 Portugal
comprometeu-
-se com 1,5
MUSD anuais,
para o trinio
2004-2006.
10 Plano de
Aco para a
Reduo da
Pobreza
Absoluta.
11 Performance
Assessment
Framework.
12 Portugal
assumiu-se
como um dos
principais
financiadoresao comprome-
ter-se com
uma verba de
50 MUSD.
13 Internatio-
nal
Development
Association
Banco
Mundial.
14 Em So
Tom ePrncipe a
malria res-
ponsvel por
60% dos bi-
tos tanto em
crianas
quanto nos
adultos.
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A fim de implementar os compromissos para a coordenao e harmonizao da ajuda,
foi definido um Plano Interno de Aco com vista discusso e disseminao das Boas
Prticas adoptadas pelo CAD e que se traduziu em vrias actividades, nomeadamente, na
elaborao de um documento-sntese (com resumo e traduo para portugus das Boas
Prticas e da Declarao de Roma) bem como um workshop sobre o tema. Este Plano tem
como objectivo final a elaborao de um Plano Nacional de Aco para a Harmonizao.
No contexto europeu, Portugal tem participado nas reunies do Grupo Ad-hoc sobre
Harmonizao, que apresentou um Relatrio relativo implementao dos Compromissos
de Barcelona e de Monterrey e da Declarao de Roma. Este relatrio ser apresentado ao
Conselho de Assuntos Gerais e Relaes Externas (CAGRE) a 22-23 de Novembro de 2004,
com o objectivo da adopo, pelo Conselho, de um Plano de Aco da UE para a coordena-
o e harmonizao. Por sua vez, este Plano de Aco ser apresentado ao Frum de Alto
Nvel (HLF) sobre Harmonizao e Alinhamento para a Eficcia da Ajuda, a ter lugar em
Paris, em Maro de 2005.Portugal tem como pressuposto que a base para uma cooperao mais coordenada e efi-
caz passa pela adopo das estratgias de reduo da pobreza elaboradas e apresentadas
pelos pases parceiros. Com esse objectivo, a programao estratgica construda sob as
estratgias de reduo da pobreza dos nossos parceiros (e.g. Plano de Desenvolvimento
Nacional de Timor Leste), ou enquadramentos similares, de modo a facilitar o ownership e
a liderana dos Governos parceiros.
A programao portuguesa tambm concebida numa base tri-anual e, por pas, de modo
a permitir alguma previsibilidade dos fluxos de ajuda, facilitadores de uma melhor gesto
por parte do Governo parceiro. Refira-se que os documentos de estratgia tm j uma estru-tura que basicamente a do Quadro Comum para os Documentos de Estratgia por Pas,
pressuposto essencial para uma harmonizao de procedimentos e prticas.
Com vista a fortalecer as capacidades dos parceiros, a Cooperao Portuguesa tem orientado
gradualmente a sua assistncia tcnica, quer na rea das finanas pblicas, da estatstica,
ou outras, para que ela seja geradora de uma efectiva formao e capacitao institucional.
Um dos principais objectivos da harmonizao, a reduo da carga administrativa dos
parceiros, passa pela adopo de novas modalidades de ajuda coordenadas com doadores e
parceiros. Um exemplo, o facto de Portugal ter iniciado em 2004, o apoio oramental a
Moambique, no mbito do Programa de Apoio ao Oramento.
Modalidades de AjudaPortugal assume como uma das modalidades principais do seu programa bilateral, a
Cooperao Tcnica (CT) que visa, sobretudo, a formao e capacitao locais. Esta CT adopta
vrias formas, nomeadamente, formao de professores, envio de cooperantes, concesso de
Objectivos de Desenvolvimento do Milnio Relatrio de Portugal | 15
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bolsas, inclusive bolsas internas (formao no pas parceiro), assistncia tcnica para reor-
ganizao das administraes dos parceiros, atravs de apoios vrios na rea financeira, das
estatsticas, entre outras.
A cooperao portuguesa est, cada vez mais, a estruturar-se numa lgica integrada, atra-
vs de uma progressiva transferncia da educao/formao feita no exterior, para uma edu-
cao/formao concebida com o pas e nele realizada, recorrendo participao efectiva
dos recursos humanos locais. Esta modalidade de cooperao encontra-se enquadrada pelos
Programas Indicativos de Cooperao, que por sua vez, so construdos sob as Estratgias
de Reduo da Pobreza dos parceiros, de modo a garantir uma resposta eficaz s necessi-
dades e prioridades sectoriais desses pases.
Uma outra modalidade predominante de ajuda relaciona-se com o apoio macro-econ-
mico, tais como o apoio ao dfice oramental, o perdo da dvida e outras aces relacionadas.
Saliente-se que a APD portuguesa assume essencialmente a forma de donativos, atin-
gindo estas uma mdia superior a 90% da ajuda.
2.3. Coerncia das polticas para o desenvolvimento
A coerncia das polticas refere-se sintonia e compatibilidade entre as vrias polticas
nacionais, como a agricultura, o ambiente, o comrcio, a emigrao, a segurana, etc. e a
poltica de cooperao para o desenvolvimento, particularmente no que se refere ao objec-
tivo de reduo da pobreza. Reduzir a incoerncia e introduzir medidas que visem tornar
as polticas dos pases doadores mutuamente convergentes nesta matria um desafio con-sidervel, mas torna-se vital para uma perspectiva e integrao globais das estratgias dos
pases doadores.
Portugal tem assumido esta preocupao e necessidade, porm, no dispondo, a poltica
de desenvolvimento, de um estatuto hierrquico preponderante relativamente a outras pol-
ticas, quer a nvel interno quer a nvel comunitrio, e havendo objectivos contraditrios entre
as diversas polticas para os quais se tm de encontrar solues de compromisso, o resul-
tado nem sempre favorvel aos pases em desenvolvimento. O papel dos responsveis pela
cooperao (quer a nvel interno quer a nvel comunitrio) tem sido, assim, o de procurar
sensibilizar os responsveis por outros domnios polticos para os efeitos destas polticassobre os pases em desenvolvimento. Portugal dispe, contudo, de umforumprivilegiado de
discusso a Comisso Interministerial para a Cooperao (CIC) em cuja sede esta pro-
blemtica poder ser abordada e desenvolvida15.
16 | A poltica de desenvolvimento e os instrumentos focalizados nos MDGs
15 A CIC um
rgo tcnico
de apoio do
Ministro dos
Negcios
Estrangeiros
com um secre-
tariado perma-nente, que
visa um
melhor acom-
panhamento
do planea-
mento e exe-
cuo descen-
tralizada da
poltica de
cooperao.
Este
secretariado,
dirigido pelo
Presidentedo IPAD,
funciona
como instru-
mento de
coordenao.
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7/29/2019 OBJETIVOS DESENVOLVIMENTO MILNIO - PORTUGAL [IPAD - 2004]
19/48
3.1. Polticas, linhas de orientao e iniciativas especficas
focalizadas em cada MDG
A reduo da pobreza, embora pressuponha mltiplas abordagens e deva ter em conta
tanto os constrangimentos como as oportunidades de cada pas, no dispensa, antes pres-
supe, uma poltica orientada para o reforo e o aprofundamento da democracia, a consoli-
dao da paz e a preveno dos conflitos, a integrao progressiva de todas as economias na
economia mundial, mediante polticas econmicas sustentadas que tenham na devida conta
os aspectos sociais e ambientais, a igualdade entre homens e mulheres e o reforo da capa-
cidade de todos os agentes, pblicos e privados.
A APD portuguesa constitui um inputchave no apoio aos principais pases parceiros napersecuo dos MDGs dado, por um lado, serem maioritariamente PMA e, por outro, estar
a APD directa ou indirectamente ligada ao Objectivo 1 de reduo da pobreza. Com os prin-
cipais destinatrios da cooperao portuguesa, Portugal partilha, como se disse, um meio
de comunicao privilegiado a lngua portuguesa. O factor lingustico justifica uma maior
interveno nas reas da educao e da formao, enquanto que a experincia histrica,
naquilo que nos legou de matrizes comuns em algumas reas, aponta para a importncia
de se apoiar o enquadramento institucional, desde o reforo da capacidade do Estado pro-
moo de condies de governao. Este princpio de concentrao tem ainda em conta os
objectivos estratgicos e as necessidades definidas por cada um dos principais pases bene-ficirios.
A educao bsica, a alfabetizao e o acesso escolaridade esto na primeira linha de
prioridades para a criao de condies para o desenvolvimento econmico e social dos pases
beneficirios da ajuda Objectivos 2 e 3. A educao/formao assume-se, cada vez mais,
como factor de desenvolvimento individual e colectivo dos cidados e das sociedades, como
Objectivos de Desenvolvimento do Milnio Relatrio de Portugal | 17
3. Contribuio para os MDGs 17
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7/29/2019 OBJETIVOS DESENVOLVIMENTO MILNIO - PORTUGAL [IPAD - 2004]
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finalidade desse mesmo processo de desenvolvimento e como base essencial promoo da
igualdade do gnero e ao fim das diferenas no acesso ao ensino. Por outro lado, a educa-
o/formao um processo permanente (direito e possibilidade de regresso, em diversos
momentos da vida, ao sistema de ensino), conducente quer ao incremento de aptides peda-
ggico-tcnico-cientficas para insero e interveno consciente na profisso e na transfor-
mao social, quer ao desenvolvimento das responsabilidades de cidadania e melhoria da
qualificao acadmica dos recursos humanos. neste quadro que se justifica o forte inves-
timento da cooperao portuguesa na educao/formao, ao nvel dos ensinos bsico, secun-
drio e superior.
Assim, no mbito do Ensino Bsico Portugal desenvolve, entre outros, Programas de
Apoio ao Sistema Educativo na Guin-Bissau, Cabo Verde, S. Tom e Prncipe e Timor Leste,
bem como, Programas de Reabilitao de Escolas que envolvem a recuperao das infra-
-estruturas e do equipamento escolar dos PALOP e de Timor Leste. Visando suprimir as
necessidades locais de falta de professores, Portugal apoia o envio de professores com adupla misso de assegurar a leccionao de disciplinas em que h carncia de docentes e a
formao em exerccio.
O Programa de Bolsas de Ensino e estgios, por seu lado, foi revisto no mbito do objec-
tivo de reformulao dos mecanismos de programao da ajuda e no sentido da orientao
da sua atribuio coincidir com as reas consideradas fundamentais para o cumprimento
das metas de desenvolvimento sustentado delineadas pelos respectivos pases, tendo sempre
em conta a formao local.
A participao activa das mulheres e raparigas na sociedade uma contribuio essen-
cial para o progresso do desenvolvimento e sua sustentabilidade Objectivo 3. Neste con-texto, a Cooperao Portuguesa tem vindo cada vez mais a privilegiar a execuo de aces
de valorizao do papel da mulher no desenvolvimento das sociedades dos pases parceiros.
Tais aces visam contribuir para o aumento de oportunidades de expresso de opinio e de
participao na tomada de decises, nveis de escolaridade e condies nutricionais e de
sade. Moambique tem sido um especial foco de ateno nesta matria. Muito embora
Moambique, em algumas reas, apresente indicadores relativamente positivos nesta matria,
sendo o pas da frica Austral com maior ndice de participao feminina no processo de
tomada de deciso ao mais alto nvel, a vulnerabilidade do papel da mulher na sociedade
moambicana ainda elevada, levando a que a promoo de condies para a mulher mere-am a maior ateno no contexto da cooperao para o desenvolvimento.
As intervenes nesta rea estendem-se, ainda, sobretudo, a Angola e Cabo Verde, com
maior incidncia no domnio da sade materna Objectivo 5 e, por analogia, na redu-
o da mortalidade infantil Objectivo 4 , mas tambm ao nvel da criao de melhores
condies para a insero das mulheres na vida activa e aumento da sua autonomia. So
18 | Contribuio para os MDGs 17
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7/29/2019 OBJETIVOS DESENVOLVIMENTO MILNIO - PORTUGAL [IPAD - 2004]
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disso exemplo, o Projecto de Internato Complementar em Ginecologia Obstetrcia em Cabo
Verde, que visa a formao dos profissionais de sade, designadamente na especialidade de
ginecologia/obstetrcia atravs da implementao local do internato complementar; o Projecto
Desenvolvimento Scio-comunitrio da Misso de Corimba, Angola, para instalao de um
Lar de Meninas rfs em situao de risco; a Alfabetizao de crianas, jovens e mulheres
no municpio do Cambambe-Dondo, em Angola; e o Projecto de Concesso de Micro-cr-
dito a mulheres na Guin-Bissau.
Sem prejuzo da continuidade dos programas e projectos em curso, Portugal procura
melhorar a eficcia e visibilidade da interveno no sector da sade Objectivos 4, 5 e 6 ,
atravs da preparao de aces que visam dar maior nfase educao para a sade, pre-
veno da doena, prestao de cuidados primrios, capacitao local de quadros e tc-
nicos e melhoria das condies de funcionamento das unidades hospitalares. As princi-
pais linhas orientadoras ao nvel da sade incluem ainda, a expanso e melhoria da cobertura
dos cuidados primrios atravs de programas especiais para grupos-alvo tais como as mulhe-res e as crianas.
Desta forma, as intervenes desenvolvidas integraram dois dos principais objectivos
estratgicos, de acordo com as orientaes internacionais de luta contra a pobreza: por um
lado a promoo dos cuidados de sade primrios, por outro a luta contra as doenas trans-
missveis e as grandes endemias, nomeadamente o HIV/SIDA, a malria e a tuberculose.
Salienta-se, nestes domnios, o Projecto do Centro Hospitalar de S. Tom e Prncipe, do
qual se destacam as aces de assistncia mdica diferenciada, a formao em exerccio de
quadros e pessoal de sade, o fornecimento de medicamentos e equipamento hospitalar e
a assistncia tcnica gesto hospitalar. Destaque ainda para o Plano de Interveno emreas Prioritrias no Sector da Sade em Angola, nomeadamente nas novas vertentes rela-
tivas ao combate meningite, ao tratamento de resduos hospitalares e formao. Portugal
actua ainda em parceria com outros doadores atravs do Projecto Tripartido Portugal/EUA/STP
de Controlo da Malria, que abrange as vertentes de Formao de Profissionais de Sade e
de Acompanhamento tcnico e cientfico de uma interveno piloto, bem como utiliza as
vantagens inerentes s parcerias pblico-privadas ao contribuir para o Global Fund to Fight
AIDS, Tuberculosis and Malaria16.
Sendo um membro activo de praticamente todas as instncias internacionais dedicadas
aos problemas de ambiente e desenvolvimento Objectivo 7, Portugal assume responsa-bilidades especiais no apoio ao desenvolvimento de pases com os quais tem laos histricos
muito particulares, como o caso dos PALOP e Timor Leste. A relao privilegiada que
Portugal tem, permite assim o desenvolvimento de potencialidades muito favorveis imple-
mentao dos objectivos de Desenvolvimento Sustentvel naqueles pases. Portugal destaca
as iniciativas ao nvel das Aces de formao no mbito da avaliao de impacto ambiental,
Objectivos de Desenvolvimento do Milnio Relatrio de Portugal | 19
16 Corres-
pondendo
ao apelo
do Secretrio
Geral das NU,
foi criado,
em 2001
um Fundo
Mundial
de luta conta
a SIDA,
Malria e a
Tuberculose,
mais
conhecido
como o Fundo
Global Sade.
O Fundo
aberto tanto
ao sector
pblico como
ao privado e
utilizado para
apoio ao
desenvolvi-
mento e
implementa-
o de planos
de estratgia
nacionais diri
gidos para o
combate s
trs doenastransmissveis
Todo este pro-
cesso dever
ser liderado
pelas autorida
des polticas
nacionais e
envolver todos
os sectores da
sociedade
comunidades
locais, ONG,
sector privado
A maiornfase deve
ser dada ao
reforo das
capacidades
dos sistemas
de sade
dos pases
parceiros.
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cursos de Administrao Local, realizao de Cursos de Gesto Ambiental. Salienta tambm
o apoio documental e informativo na rea do ambiente; a criao e implementao do Parque
Natural das Lagoas da Cufada na Guin-Bissau; os projectos no mbito de abastecimento de
gua e saneamento; a reabilitao ambiental da Ilha de Moambique saneamento bsico;
e ainda, o planeamento, gesto de recursos hdricos e valorizao de recursos humanos.
A cooperao multilateral caracteriza-se, por seu lado, pela participao financeira e tc-
nica em programas especficos das Naes Unidas, do Banco Mundial, da OCDE, cujos
objectivos se prendem com o desenvolvimento sustentvel em pases em desenvolvimento.
No seguimento da Cimeira de Joanesburgo foram estabelecidas parcerias/iniciativas inter-
nacionais, no mbito global, regional e sub-regional com o objectivo de apoio prtico imple-
mentao da Agenda 21 e actividades de desenvolvimento sustentvel nos pases em desen-
volvimento, em particular pases menos desenvolvidos, pases em desenvolvimento constitudos
por pequenas Ilhas bem como pases com economias em transio.
A Unio Europeia, consciente da necessidade do estabelecimento de medidas pragmticase coordenadas no mbito da gesto dos recursos hdricos, desenvolveu uma Iniciativa sobre
a gua para a concretizao de parcerias estratgicas, a qual visa criar uma maior eficcia
no desenvolvimento relacionado com a gua atravs da disponibilizao de uma plataforma
para coordenar e evidenciar as actividades presentes e futuras.
Portugal, Espanha e o Mxico so os pases lderes na Componente Latino-americana
desta Iniciativa cujos objectivos so o abastecimento de gua e saneamento, a gesto inte-
grada de recursos hdricos e preveno contra eventos extremos (cheias e secas). Os traba-
lhos desta Iniciativa esto a ser desenvolvidos em reunies de Directores Gerais da gua da
Comunidade Ibero-Americana.
3.2. Principais desafios
A reforma em curso do dispositivo da cooperao portuguesa visa racionalizar e melhorar
a eficcia da ajuda e cumprir os compromissos assumidos internacionalmente. O desafio
consiste, a partir daqui, em alcanar os objectivos de reduo da pobreza adoptados no mbito
da Cimeira do Milnio das Naes Unidas, assegurando que os objectivos e princpios defi-
nidos encontrem expresso nas prioridades estabelecidas e nos programas e aces a desen-volver. O novo quadro de aco da ajuda pblica ao desenvolvimento portuguesa tem tam-
bm por referncia os documentos estratgicos por pas e as respectivas prioridades sectoriais.
O quadro estratgico do IPAD procura estar em consonncia com sugestes recolhidas
das nossas embaixadas e dos demais intervenientes pblicos e privados da cooperao para
o desenvolvimento. O IPAD pretende aplicar de uma forma coerente, eficaz e actualizada
20 | Contribuio para os MDGs 17
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um quadro estratgico de cooperao que assegure a luta contra a pobreza, o combate s
desigualdades e excluso social nos pases em desenvolvimento, como ainda reflicta a preo-
cupao posta na definio e no enriquecimento de conceitos que permitam uma melhor
coordenao de todas as suas actividades e uma harmonizao de processos e procedimen-
tos, orientando a sua actuao, ao nvel operacional, pelos seguintes objectivos:
Aumento da eficcia da ajuda portuguesa ao desenvolvimento atravs de uma maior
coordenao das intervenes bilaterais e multilaterais e de um reforo do acompa-
nhamento das aces no terreno;
Maximizao dos recursos tcnicos e financeiros disponveis, promovendo uma maior
coordenao das intervenes desenvolvidas pelas entidades pblicas e por outros
agentes nacionais;
Reforo dos mecanismos de programao financeira da cooperao, nomeadamente
atravs do Programa Oramental da Cooperao Portuguesa no Estrangeiro (P5),
visando o cumprimento das metas assumidas internacionalmente de dedicar 0,33%do RNB ajuda pblica ao desenvolvimento;
Apoio participao da sociedade civil, particularmente das organizaes no gover-
namentais para o desenvolvimento e dos agentes individuais de cooperao, na tarefa
solidria do progresso das sociedades e economias menos avanadas.
A questo da reviso da metodologia de planeamento financeiro da APD e da sua ora-
mentao assume-se como particularmente relevante tendo em conta o compromisso aceite
internacionalmente por Portugal. A mobilizao financeira adicional que o cumprimento
deste objectivo implica mereceu uma anlise cuidada, tendo em considerao que muito
desse reforo teria origem no Oramento de Estado e que o pas se encontrava a viver umaconjuntura financeira pouco favorvel.
Deste forma, verificou-se que, para Portugal poder atingir o mencionado objectivo, as
necessidades de acrscimo total da despesa efectiva, at 2006, rondariam entre os 120 e os
150 Meuros, o que representava, a manterem-se os actuais nveis de execuo do oramento
da cooperao e a capacidade de absoro por parte dos nossos pases parceiros, um incre-
mento anual no oramento da cooperao da ordem dos 50 Meuros.
Este aumento, traduzido numa taxa de crescimento anual de cerca de 15%, representa-
ria um esforo bastante pesado, a menos que a mesma pudesse vir a ser atenuada, quer atra-
vs de uma melhoria nos mecanismos de eficcia da ajuda que permitisse melhorar o graude execuo das aces programadas e a capacidade de absoro por parte dos pases desti-
natrios da ajuda, quer por uma concentrao da despesa nos sectores com maior capaci-
dade de transformar essa despesa em ajuda pblica ao desenvolvimento.
Objectivos de Desenvolvimento do Milnio Relatrio de Portugal | 21
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Objectivo 7 Meta 9 Sustentabilidade Ambiental
A obrigatoriedade da integrao do ambiente nos diversos sectores econmicos (condi-
o sine qua non do desenvolvimento sustentvel) dos Estados Membros da Unio Europeia
foi oficialmente reconhecida no Artigo 6. do Tratado de Amsterdo, e nos ltimos anos,
Portugal tem desenvolvido um amplo trabalho neste sentido. Temas transversais e multi-
-abrangentes, marcados fortemente pela agenda internacional, dos quais se destacam as alte-
raes climticas e a Estratgia Nacional de Desenvolvimento Sustentvel, tm facilitado e
imperado a concretizao de iniciativas conjuntas neste sentido. Transportes e energia so
sectores que j tm diversos compromissos e iniciativas conjuntas nesta matria, tal como
vai acontecendo com a agricultura, as florestas e as pescas, com a indstria e o turismo.Gradualmente, caminha-se para a integrao das preocupaes ambientais em todas as pol-
ticas sectoriais e para uma reduo da utilizao dos recursos naturais, mensurvel a sua
sustentabilidade atravs da utilizao de indicadores.
Apesar de Portugal ainda apresentar, nas ltimas duas dcadas, tendncias pouco eco-
-eficientes em termos de indicadores como a intensidade energtica (consumo de ener-
gia por unidade de PIB) e a intensidade carbnica (emisses de gases com efeito de estufa
por unidade de PIB) evoluo que deve, no entanto, ter presente o ponto de partida scio-
-econmico do pas e as capitaes respectivas , outros indicadores h que manifestam
o esforo nacional em preservar e melhorar os recursos naturais e a bio-diversidade, taiscomo a evoluo da percentagem de rea florestal e de reas protegidas relativamente ao
total do territrio. Pela sua representatividade no contexto da anlise da integrao de pol-
ticas, refere-se com mais detalhe o tema das alteraes climticas e, por esta via, os sec-
tores da energia e dos transportes, assim como, as reas Protegidas e o acesso a gua
potvel.
Objectivos de Desenvolvimento do Milnio Relatrio de Portugal | 23
4. Implementao dos compromissosrelativos MDGs 7 e 8
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Alteraes ClimticasA resposta ao nvel nacional problemtica das alteraes climticas iniciou-se com a
criao da Comisso Interministerial para as Alteraes Climticas (CAC), que elaborou a
Estratgia Nacional para as Alteraes Climticas em 2001 e promoveu a elaborao do Plano
Nacional para as Alteraes Climticas (PNAC) durante 2002.
No ano 2002 as emisses de gases com efeito de estufa ( GEE) de Portugal foram
+40,5% das emisses de 1990 (considerado como ano base), excedendo assim em cerca
de 13% o valor de 27% acordado com os Estados-membros da UE para 2008-2012 no
mbito do Protocolo de Quioto Conveno Quadro das Naes Unidas sobre Alteraes
Climticas.
A principal origem de GEE em Portugal est associada ao sector energtico, mais espe-
cificamente queima de combustveis fsseis. Os sectores da produo de energia (centrais
termoelctricas e refinarias de petrleo), transportes e indstria so aqueles que, dentro do
sector energtico, mais contribuem para a produo de GEE. As emisses dos sectores daproduo de energia e dos transportes cresceram 53% e 92% respectivamente nos ltimos
12 anos. Este aumento no sector dos transportes tem sido causado pelo grande crescimento
na frota de veculos, proporcional ao facto de, na dcada de noventa, o pas ter investido for-
temente em infra-estruturas rodovirias. Em 2002, depois da utilizao da energia 17 (78%
dos GEE), o sector agrcola o segundo maior responsvel pelas emisses de GEE (10%) e
o nico em que se registou uma reduo nas emisses no perodo 1990-2002 ( 7,4%).
Tambm em 2002 os processos industriais e resduos representam cerca de 7% e 5%, res-
pectivamente, e o uso de solventes 0,4% do total das emisses.
Para fazer face a esta situao, o PNAC tem como objectivo especfico controlar e redu-zir as emisses de GEE tendo em vista o cumprimento da meta estabelecida atravs do
Protocolo de Quioto e do Acordo de Partilha de Responsabilidade ao nvel da UE. Este Plano
pretende antecipar os impactos das alteraes climticas e propor as medidas necessrias
para minimizar esses impactos negativos. A primeira verso do PNAC de 2001 e repre-
sentou o primeiro passo de um longo processo que envolveu a sua reviso regular e adap-
tao s evolues que ocorreram a nvel internacional, comunitrio e nacional. Durante o
ano de 2002 foi revista a primeira verso, culminando com a apresentao de estudos sec-
toriais em Fevereiro e Dezembro de 2003 (Cenrio de Referncia). Seguidamente desen-
volveram-se trabalhos com o objectivo de apresentar propostas de medidas adicionais doPNAC e a 15 de Junho de 2004 foi aprovado o PNAC 2004, passo fundamental para que o
conjunto de instrumentos de poltica elaborados possa ser implementado j a partir de 2005.
O PNAC assenta, na prtica, numa estratgia de mitigao em blocos de polticas, medidas
e instrumentos (sectoriais e/ou horizontais), cujo impacto em relao ao cenrio de refe-
rncia susceptvel de avaliao.
24 | Implementao dos compromissos relativos MDGs 7 e 8
17 Incluindo
produo de
energia e
transportes.
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7/29/2019 OBJETIVOS DESENVOLVIMENTO MILNIO - PORTUGAL [IPAD - 2004]
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Mais recentemente, na sequncia da Directiva referente ao comrcio europeu de licen-
as de emisses (CELE), foi aprovado o Programa Nacional de Atribuio de Licenas de
Emisso (PNALE) para o perodo experimental do referido regime de 2005 a 2007. um
instrumento econmico, ou de mercado, que tem por objectivo contribuir para o cumpri-
mento economicamente eficiente dos compromissos de Quioto, abrangendo algumas das
principais actividades nacionais emissoras de GEE. As actividades contempladas no primeiro
perodo do CELE representavam, em 1990, cerca de 42% do total de emisses de GEE a nvel
nacional e 43% em 2002. Uma vez que mais de 50% das emisses de GEE nacionais no
esto cobertas pelo CELE, afigura-se necessrio recorrer a um instrumento econmico-finan-
ceiro, por forma a tratar com equidade os diferentes sectores. Nesse sentido foi apresentada
e aprovada como Medida Adicional do PNAC uma Taxa sobre o Carbono e sobre o Metano,
que visa enviar sinais ao mercado atravs do respectivo impacto nos preos das diferentes
formas de energia, nos custos das exploraes pecurias e na discriminao do preo dos
automveis segundo a intensidade em emisses, abrangendo, assim, sectores como os trans-portes, servios, residencial e agricultura.
Integrao do ambiente no sector energticoEmbora em 2002 se registem diminuies nas emisses de SO218, as emisses de CO2,
que contribuem com a grande maioria das emisses totais de GEE no sector energtico, con-
tinuam com tendncia crescente, apresentando um aumento de 53% em relao ao nvel de
1990. Em 2002 as emisses totais de GEE deste sector de actividade aumentaram 53% em
relao a 1990.
O actual quadro energtico diverge, pois, do cumprimento das metas assumidas no Protocolode Quioto, pelo que, no mbito do PNAC 2004 (que integra o PNAC 2002 cenrio de refe-
rncia e um conjunto de medidas adicionais), no sector da oferta de energia pretende-se:
reduzir at 2010 em 8,6% as perdas de energia no transporte e distribuio e asse-
gurar que a co-gerao represente 18% da produo de electricidade;
melhorar a eficincia energtica ao nvel da procura tendo em vista uma reduo da
procura de electricidade em 1300 GWh;
produzir electricidade a partir de fontes renovveis de energia 19;
introduzir gs natural na Regio Autnoma da Madeira.
Tm vindo a ser postas em prtica diversas medidas e polticas destinadas a alterar aactual situao.
Integrao do ambiente no sector dos Transportes
O sector dos transportes em Portugal, tal como em quase todos os pases da UE, contri-
buiu, em 2002, com 25% do total das emisses de GEE, representando assim um dos sec-
Objectivos de Desenvolvimento do Milnio Relatrio de Portugal | 25
18 (7%) e NOx
(1%).
19 Espera-se
atingir, em
2010, 500 MW
+ 400 MW
de energia
hidroelctricae 3750 MW
para outros
aproveita-
mentos.
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tores em que medidas de reduo das emisses sero mais significativas no cmputo geral.
Entre 1990 e 2002 verificou-se um aumento de aproximadamente 92% de emisses de GEE
pelo sector dos transportes.
No mbito do PNAC so inventariadas um conjunto de polticas e medidas para o sector
dos transportes, indispensveis ao cumprimento das metas estabelecidas pelo Protocolo de
Quioto das quais se destacam:
a converso do actual Imposto Automvel (IA) no Imposto Especial sobre Veculos
(IEV) e da criao do Imposto nico sobre a Circulao (IC);
a realizao e implementao do Plano Nacional de Plataformas Logsticas;
o Acordo Voluntrio entre a Comisso Europeia e a ACEA (Associao Europeia dos
Fabricantes de Automveis/European Automobile Manufacturers Associations) no sen-
tido de aumentar a eficincia tecnolgica dos veculos ligeiros de passageiros, supor-
tado por uma reviso fiscal de incentivo renovao do parque automvel;
as transferncias modais no transporte de mercadorias interurbano e reduo do trans-porte em vazio na distribuio de curta distncia;
as transferncias modais em ambiente urbano do veculo particular para os trans-
portes colectivos.
Tm tambm vindo a ser postas em prtica algumas outras medidas destinadas a alterar
a actual situao, das quais se destaca a institucionalizao, em 2003, das Autoridades
Metropolitanas de Transportes para as regies de Lisboa e do Porto, as quais devero pro-
ceder a alteraes de fundo na orientao e actividade do sector, nomeadamente um con-
junto de medidas de gesto de trfego.
reas ProtegidasPor forma a inverter a perda dos recursos naturais, Portugal est a implementar um con-
junto de importantes iniciativas: Estratgia Nacional para a Conservao da Natureza e Bio-
-diversidade; Sistema Nacional de reas Classificadas; Reserva Ecolgica Nacional; Rede
Natura 2000; Rede Nacional e os Planos de Ordenamento de reas Protegidas.
Em Portugal a percentagem de reas Protegidas (AP) face ao territrio continental por-
tugus na ordem de 8%, j superior meta para 2006 (7,5%). A Rede Natura 2000, que
tem como objectivos fundamentais contribuir para assegurar a conservao dos habitats de
espcies de aves considerados ameaados ou significativos no espao da EU, ocupa uma reade cerca de 20% do territrio nacional.
gua Potvel
Em 2001, 90% da populao portuguesa tinha acesso a gua potvel e 71% da popula-
o era servida por sistemas de drenagem de guas residuais. Estes valores atingiro, a curto
26 | Implementao dos compromissos relativos MDGs 7 e 8
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prazo, os 100% com a implementao do Plano Nacional da gua e do Plano Estratgico de
abastecimento de gua e de Saneamento de guas Residuais. De forma a elevar os nveis
de atendimento da populao, esto em implementao programas Sistemticos de Controlo
e Vigilncia Sanitria da gua para consumo humano e das guas minerais naturais e de
nascente, assim como est em elaborao um Plano Nacional de Ambiente e Sade.
OBJECTIVO 7
Meta 9 Sustentabilidade AmbientalIndicadores para Portugal 1990 1995 2000 2002 2003
Proporo de rea terrestre coberta por floresta: 1
rea Florestal 3,017 (1985) 3,133 3,3492
% de rea florestal em relao ao territrio
de Portugal Continental 34% 35% 38%
Rcio entre a rea protegida (AP) e a superfcie
terrestre:
% de AP em relao ao territrio de Portugal
Continental3 5,5% 6,3% 7,7% 7,7% 7,9%
PIB por unidade de energia utilizada
(dl. PPC por kg de equivalente petrleo):
Consumo de energia final por unidade
de PIBppc19954 169 176 188 192
Consumo de energia final por unidade de PIBppc5 132 154 199 207
Emisses de dixido de carbono per capita
(toneladas mtricas)6 5,9 6,8 7,6 7,9
Objectivos de Desenvolvimento do Milnio Relatrio de Portugal | 27
1 rea Florestal: Unidade: 1000 ha
Fonte: at 1995 Plano de Desenvolvimento Sustentvel da Floresta
Portuguesa, Direco-Geral de Florestas, DGF, 1999; para 2000
utilizou-se o valor do Inventrio Florestal Nacional (IFN) 3.a Reviso,
DGF, 2001.
rea do territrio de Portugal Continental.
Fonte: INE.2 Este valor refere-se 3.a Rev. IFN, publicada pela DGF em 2001.3 Unidade: % relativa ao territrio de Portugal Continental.
Fonte: ICN, 2004.
4 Unidade: tep/10 6 Euros (PIB a preos constantes de 1995).
Fonte: DGE, 2004 e INE, 2004.5 Energia final, Unidade: tep.
Fonte: DGE, 2004.
PIB em paridade do poder de compra.
Unidade: 10 6 de PPC Milhes de Paridades do Poder de Compra
(Millions of PPS Purchasing Power Standard).
Fonte: Eurostat, 2004.6 Unidade: toneladas de GEE (gases com efeito de estufa), medido
em CO2 equivalente, por habitante.
Fonte: IA, 2004 e INE, 2004.
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30/48
Objectivo 8 Ajuda Pblica ao Desenvolvimento
A APD portuguesa est intrinsecamente ligada ao cumprimento dos Objectivos do Milnio.
Em muitos pases em desenvolvimento, sobretudo nos PMA, a APD o principal, quando
no o nico meio de atingir os objectivos definidos. Por outro lado, os objectivos so inter-
dependentes: o desenvolvimento sustentvel requer um progresso simultneo em mltiplos
objectivos, como reduo da pobreza, educao, sade e ambiente.
A APD portuguesa canalizada, sobretudo, pela via bilateral constituindo uma mdia de
65% da ajuda entre 1995 e 2003. Focalizada nos PMA e principalmente direccionada aos
pases mais pobres da frica Sub-sahariana, a ajuda maioritariamente constituda por dona-
tivos, contendo uma forte componente de cooperao tcnica.
Volume e principais beneficirios
O ratio APD/RNB tem vindo a registar uma evoluo positiva nos ltimos anos, sobretudoem 2002, ao atingir 0.27% (342,3 Meuros), representando uma variao de 14% face a 2001
(299,7 Meuros). Contudo, em 2003 (282,9 Meuros), a taxa de crescimento da APD foi negativa
(17%) face ao ano anterior, em virtude de um perodo de apertado controlo do dfice pblico e
de consolidao oramental, derivadas do cumprimento das regras do Pacto de Estabilidade e
Crescimento. Ultrapassada essa limitao, Portugal prev retomar em 2004 a tendncia crescente.
Portugal coloca as suas prioridades de ajuda externa nos cinco Pases Africanos de Lngua
Oficial Portuguesa (PALOP) Angola, Cabo Verde, Guin Bissau, Moambique e So Tom
e Prncipe e, mais recentemente, Timor Leste, que constitui desde 1999 o maior benefi-
cirio da ajuda, absorvendo em mdia, 32% da APD bilateral.frica o continente que actualmente enfrenta as maiores dificuldades no arranque de
um processo de desenvolvimento sustentvel, que possibilite a integrao das suas econo-
mias na economia global e, sobretudo, que potencie uma crescente e estvel melhoria do
nvel de vida das suas populaes. Os pases mais pobres do Sul do Sahara, os mais pro-
blemticos em todo este contexto, tm sido os parceiros privilegiados de Portugal em ter-
mos de ajuda externa. O apoio canalizado pela cooperao portuguesa para esta regio do
globo ultrapassa largamente a mdia do CAD nos ltimos anos, atingindo mesmo os 99.9%
da APD bilateral (mdia 1991-199220). Esta percentagem manteve-se elevada at 1998 (92.3%),
porm a partir de 1999, por via da alocao de fundos para Timor Leste, verificou-se umdecrscimo para uma mdia actual de 60% (1999-2003).
Qualidade da ajuda
A ajuda portuguesa dirigida aos PMA caracteristicamente elevada, tendo chegado a
ultrapassar a meta estabelecida pelas Naes Unidas de 0.15% da APD/RNB, situado-se nos
28 | Implementao dos compromissos relativos MDGs 7 e 8
20 Fonte
CAD/OCDE.
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0.26% (1991-199221). A partir de 1999, contudo, essa percentagem sofreu um decrscimo
para os 0.11%, em virtude da APD destinada a Timor Leste no ser estatisticamente consi-
derada como ajuda aos PMA. Recorde-se que Timor Leste s em 2003 viu revista pela
ECOSOC22, a sua posio na lista de pases beneficirios e obteve a classificao de PMA.
At ento, a classificao de Timor manteve-se associada da Indonsia (Outros Pases de
Baixo Rendimento). Em 2003, o rcio situa-se nos 0.12%, indicado uma nova evoluo posi-
tiva face a 2002 (0.10%).
A cooperao tcnica continua a assumir-se como uma forma privilegiada de cooperao
em virtude dos laos histricos e culturais e da matriz institucional e jurdica semelhante
entre Portugal e os seus parceiros. Assim, o peso da cooperao tcnica na APD bilateral
elevado, sempre superior a 50%, assinalando uma tendncia crescente desde 2001 e situando-
-se, em termos mdios, nos 67%.
A APD Portuguesa caracteriza-se tambm pelo seu elevado grau de concessionalidade. O
peso dos donativos no total da APD atinge, em mdia, mais de 90% da ajuda.A APD portuguesa constituda sobretudo por aces de alvio da dvida e de coopera-
o tcnica, pelo que a ajuda relacionada com o financiamento de projectos e programas
tem envolvido at ao momento um nmero reduzido de aces e de montante pouco sig-
nificativo. A ajuda ligada23 tem correspondido essencialmente ao financiamento de pequenos
projectos e ao apoio a programas de importao de bens de consumo ou de equipamento.
Num futuro prximo, est prevista a utilizao de formas de apoio que contemplem a
concesso de crditos de ajuda ligada a projectos de maior dimenso, no quadro das regras
da OCDE reguladoras deste tipo de financiamentos (Disciplina de Helsnquia). Numa primeira
fase, os principais beneficirios deste tipo de ajuda devero ser pases do Norte de frica.A nvel multilateral, Portugal tem vindo a envolver-se de uma forma cada vez mais activa
nas actividades desenvolvidas pelas vrias instncias internacionais e agncias especializa-
das no mbito da ajuda aos pases em desenvolvimento, conferindo uma maior articulao
com as polticas de ajuda bilaterais, reforando e complementando, assim, a cooperao
Estado a Estado.
Portugal tem sido particularmente activo na participao em inmerosfora internacionais
relativos a frica, Amrica Latina e sia, actuando ainda com particular nfase no quadro
da CPLP Comunidade de Pases de Lngua Portuguesa24.
A cooperao multilateral portuguesa com os pases da frica, Carabas e Pacfico (ACP)tem vindo a ser enquadrada no mbito da UE e dos seus vrios mecanismos, sendo a
Conveno de Lom, um factor particularmente importante da poltica de cooperao para
o desenvolvimento e das relaes externas da UE, assente num conjunto de caractersticas
nicas, que as tornaram num verdadeiro smbolo da poltica comunitria. A presidncia por-
tuguesa da UE (2000), revelou-se uma oportunidade nica de incremento das parcerias entre
Objectivos de Desenvolvimento do Milnio Relatrio de Portugal | 29
21 Fonte:
CAD/OCDE.
22 UN
Economic and
Social
Council.
23 Os dados
apresentados
no quadro
relativamente
ajuda desli-
gada
correspondem
aos desembol-
sos brutos e
excluem a coo
perao
tcnica e os
custos
administrati-vos. As aces
relacionadas
com a dvida
so considera-
das desligadas
por definio.
24 A Comu-
nidade dos
Pases de
Lngua
Portuguesa
CPLP, criada
em 17 deJulho de
1996, um
frum multila
teral
privilegiado
para o
aprofunda-
mento da ami
zade mtua e
da cooperao
entre os seus
membros:
Angola, Brasil
Cabo Verde,
Guin-Bissau,
Moambique,
Portugal,
So Tom
e Prncipe e
Timor Leste.
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7/29/2019 OBJETIVOS DESENVOLVIMENTO MILNIO - PORTUGAL [IPAD - 2004]
32/48
a Europa e frica, constituindo um forte impulso para a realizao da
Cimeira do Cairo25 e para as concluses das negociaes UE/ACP, que
levaram assinatura do Acordo de Cotonou26. Portugal continua a
acompanhar o processo de seguimento da Cimeira UE-frica do Cairo
e a liderar a discusso, pelo lado europeu, do tema Preveno e Gesto
de Conflitos, incluindo as minas terrestres, em colaborao com a
Comisso Europeia, a Frana e a Blgica.
No quadro das Naes Unidas, Portugal, no mbito dos acordos
com o PNUD27 e a UNESCO, tem implementado os mecanismos de co-
financiamento de projectos para os PALOP e Timor Leste, atravs do
estabelecimento de trust-funds. Portugal realiza tambm contribuies
voluntrias para um vasto nmero de agncias e fundos das NU, como
o Programa Alimentar Mundial, a Habitat, a Organizao Mundial de
Sade, o Alto Comissariado das NU para os Refugiados, o Fundo dasNaes Unidas para a Populao, assim como, o PNUD e a UNICEF,
entre outros.
A participao de Portugal nas Instituies Financeiras Internacionais
resulta dos compromissos assumidos com as contribuies e partici-
paes e com as quotas de capital pagas aos diversos organismos. Esta
participao est sujeita s flutuaes normais, de acordo com o ciclo
de pagamentos feitos s maiores instituies. As contribuies para o
Banco Mundial situam-se numa mdia anual de 6 Meuros, enquanto
que os desembolsos destinados aos Bancos Regionais de Desenvolvimento(Banco Africano, Banco Inter-americano e Banco Asitico), ascendem,
em termos mdios, a 11 Meuros anuais (1995-2003).
Portugal mantm ainda importantes contribuies regulares para
organismos internacionais dedicados proteco ambiental nos pa-
ses em desenvolvimento, como o GEF Global Environment Facility28
(1 Meuros anuais) e o Protocolo de Montreal Relativo s Substncias
que Empobrecem a Camada de Ozono (3 Meuros 2000-2003).
30 | Implementao dos compromissos relativos MDGs 7 e 8
25 A Cimeira Europa-frica do Cairo,
de 3 e 4 de Abril de 2000, e os mecanismos
de seguimento a institudos vieram marcar
o incio de uma nova etapa do
relacionamento da UE com o continente
africano. Para alm do relacionamento
tradicionalmente processado ao nvel regional
(Acordo ACP-CE, Parceria Euro-Mediterr-nica), Sub-regional (UE-SADC, UE-CEDEAO)
e nacional, passou, desde ento, a existir um
enquadramento global nico para o
relacionamento da UE com todo o continente
africano, agrupando os Estados da frica
Sub-sahariana (membros do Grupo ACP),
do Norte de frica (envolvidos na Parceria
Euro-Mediterrnica) e a frica do Sul (com
estatuto ACP diferenciado e envolvida, desde
2000, num Acordo de Comrcio, Cooperao
e Desenvolvimento, com a UE).
26 Assinado em Cotonou em Junho de 2000,
o novo acordo de parceria, em vigor desdeAbril de 2003, permanece como modelo
nico das relaes Norte-Sul, assente na
cooperao para desenvolvimento, nas
relaes econmicas e comerciais e no
dilogo poltico. A luta contra a pobreza, a
integrao progressiva dos pases ACP na
economia mundial e o desenvolvimento
sustentvel foram a reiterados como
objectivos da Cooperao UE-ACP, adaptando
o relacionamento nova realidade
internacional (nomeadamente na vertente
comercial) e melhorando a eficcia da ajuda
atravs de uma racionalizao dos
instrumentos existentes.
27 Programa das Naes Unidas para
o Desenvolvimento.
28 Estabelecido em 1991, o GEF um fundo
destinado concesso de recursos aos pases
em desenvolvimento para projectos
relacionados com a proteco do ambiente
global (alteraes climticas, bio-diversidade,
guas internacionais e proteco
da camada de ozono).
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7/29/2019 OBJETIVOS DESENVOLVIMENTO MILNIO - PORTUGAL [IPAD - 2004]
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OBJECTIVO 8
Ajuda Pblica ao DesenvolvimentoIndicadores de Portugal 1990 1995 2000 2002 2003
APD lquida desembolsada em % do RNB 0,24 0,25 0,26 0,27 0,22
APD lquida desembolsada para os Pases Menos
Desenvolvidos em % do RNB 0,17 0,16 0,16 0,17 0,14
Percentagem da APD bilateral alocada aos servios
sociais de base (educao bsica, cuidados de sade
primrios, alimentao, gua potvel e saneamento)* 4,2 2,5 2,5 3,1 2,9
APD bilateral desligada (em % do total) 98,1 98,2 33,0 93,7
Percentagem da APD para pases interiores 0,2 2,5 6,2 9,7 10,5
Percentagem da APD para pequenos estados insulares
em desenvolvimento 31,3 28,3 38,3 34,4 33,2
Fonte: OECD.
* Calculado numa base bi-anual, para 1995-1996 (coluna 1990); 1997-1998 (coluna 1995); 1999-2000 (coluna 2000); 2001-2002 (coluna 2002).Para 2003, fonte IPAD.
Objectivos de Desenvolvimento do Milnio Relatrio de Portugal | 31
-
7/29/2019 OBJETIVOS DESENVOLVIMENTO MILNIO - PORTUGAL [IPAD - 2004]
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Objectivo 8 Acesso aos Mercados
A Poltica Comercial tem um carcter comum no seio da UE. Enquanto Estado Membro
da UE, Portugal aderiu, assim, aos compromissos por ela assumidos em matria de comr-
cio e de desenvolvimento, incluindo no quadro da Iniciativa Everything But Arms, do regime
comercial estabelecido com os pases ACP ao abrigo do Acordo de Cotonou, assim como do
acesso concedido ao mercado comunitrio para os produtos provenientes dos pases do Norte
de frica, sob a parceria Euro-Mediterrnica. A promoo da integrao econmica regional
nesse mbito tem sido muito valorizada por Portugal, dada a importncia que dever assu-
mir na insero progressiva das exportaes dos pases em desenvolvimento, incluindo os
mais carenciados, no mercado mundial.
Atendendo ao papel fundamental do comrcio e do investimento na promoo do desen-
volvimento econmico, Portugal continuou, bilateralmente, a focalizar o seu apoio em pro-
gramas e aces de desenvolvimento do mercado e nos sectores relacionados com o comr-cio como a produtividade agrcola, o desenvolvimento de fontes energticas, incluindo
energias renovveis e a procurar promover uma mais estreita articulao entre a coope-
rao pblica e a denominada cooperao empresarial.
As necessidades em matria de assistncia tcnica relacionada com o comrcio e capa-
citao institucional no mbito da Agenda do Desenvolvimento de Doha exigem que as vrias
organizaes internacionais, particularmente vocacionadas nesta vertente, como a OMC, o
BM, o FMI, a OCDE, a ONU e as suas agncias especializadas, assim como um grupo de doa-
dores regionais e bilaterais, actuem em estreita colaborao e de forma complementar.
As iniciativas de cooperao inserem-se, assim, na estratgia definida na 4. ConfernciaMundial da OMC, que passa pelo fortalecimento da assistncia tcnica focalizada nos desig-
nados novos temas do comrcio internacional (Comrcio e Investimento, Concorrncia,
Transparncia nos Mercados Pblicos e Facilitao do Comrcio), ou em reas como o Comrcio
e Ambiente. Estas iniciativas so direccionadas para a capacitao institucional tcnica e humana
dos organismos homlogos dos pases receptores da APD, em particular nos PMA, PALOP e
Timor Leste. Mais recentemente tem-se colocado particular enfoque nos designados novos
temas do comrcio internacional, propondo-se apoiar os pases destinatrios da ajuda nas nego-
ciaes em curso na OMC, visando o enquadramento multilateral para as diferentes reas.
O apoio a sectores relacionados com o comrcio, como a produtividade agrcola e o desen-volvimento de recursos energticos, incluindo energias renovveis, permanece como um
domnio importante da cooperao portuguesa para o desenvolvimento. No quadro da coo-
perao com Timor Leste, foram tambm desenvolvidas actividades de formulao de estra-
tgias de desenvolvimento sectorial, abrangendo o turismo, a energia, a geologia e minas,
visando estimular o investimento e a cooperao empresarial. Foi ainda prestada assistn-
32 | Implementao dos compromissos relativos MDGs 7 e 8
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7/29/2019 OBJETIVOS DESENVOLVIMENTO MILNIO - PORTUGAL [IPAD - 2004]
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cia tcnica s autoridades timorenses, atravs de um estudo visando a definio do posicio-
namento de Timor Leste no contexto econmico internacional.
Portugal celebrou Acordos de Proteco e Promoo do Investimento com alguns pases
parceiros (v.g. Moambique e Cabo Verde), bem como Acordos de Dupla Tributao (v.g.
Angola, Moambique e Cabo Verde), com vista promoo de um clima favorvel ao investimento
do comrcio bilateral. De forma a promover o comrcio, a erradicao da pobreza e o desen-
volvimento econmico, foi criado um Conselho Empresarial da CPLP, em Julho de 2004.
OBJECTIVO 8
Acesso aos MercadosIndicadores da Unio Europeia e Portugal 1990 1995 2000 2002
Proporo total das importaes da EU** (medidas em valor
e excluindo o armamento e o petrleo) com origem nos pases
em desenvolvimento (excluindo os pases menos desenvolvidos),
que entraram sem tarifas (%) 33,6* 53,4 47,0
Proporo total das importaes da EU** (medidas em valor
e excluindo o armamento e o petrleo) com origem nos pases
menos desenvolvidos, que entraram sem tarifas (%) 94,0* 97,5 96,7
Tarifas mdias impostas pela UE** (%):
a) Produtos agrcolas
Pases em desenvolvimento (excluindo os pases menos
desenvolvidos) 13,4* 11,7 11,1
Pases Menos Desenvolvidos 3,3* 3,0 2,2
b) Produtos txteis
Pases em desenvolvimento (excluindo os pases menos
desenvolvidos) 6,9* 6,2 5,4 Pases Menos Desenvolvidos 0,0* 0,0 0,2
c) Vesturio
Pases em desenvolvimento (excluindo os pases menos
desenvolvidos) 10,6* 10,2 9,6
Pases Menos Desenvolvidos 0,0* 0,0 0,9
Apoio estimado agricultura pela UE** em percentagem do PIB 2,2 1,7 1,3 1,2
Em volume (US$ mil milhes) 132,8 145,9 100,1 107,0
Percentagem do total da APD bilateral fornecida para capacitao
de desenvolvimento do comrcio (%)*** 0,7 (2001) 8,9
Percentagem do total da APD bilateral fornecida para capacitao
na formulao de polticas e regulamentos comerciais (%)*** 0,0 (2001) 0,1
Fonte: OECD, International Trade Centre, United Nations Conference on Trade and Development and World Trade Organization.
* Dados de 1996.
** Dados para a globalidade da Unio Europeia.
*** Dados para Portugal.
**** Dados disponveis a partir de 2001.
Objectivos de Desenvolvimento do Milnio Relatrio de Portugal | 33
****
****
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Investimento directo nos pases em desenvolvimentoO investimento directo nos pases em desenvolvimento constitui um factor essencial ao
crescimento e modernizao econmica, pois propicia a criao de emprego, a aquisio de
know-how, a transferncia de tecnologia, conferindo dinamismo e vitalidade ao tecido empre-
sarial local. A melhor utilizao destas vantagens permite melhores hipteses de desenvol-
vimento.
O investimento directo de Portugal destinado aos pases em desenvolvimento (PED) tem
vindo a registar uma tendncia crescente ao longo das ltimas dcadas, apesar da instabili-
dade poltica verificada em vrias regies e do consequente clima desfavorvel ao investi-
mento e ao crescimento econmico sustentvel. Essas condicionantes tiveram, porm, um
efeito negativo entre 2001-2003, para o qual tambm contribuiu o quadro global de reces-
so econmica vivido em Portugal nos ltimos anos. A tendncia crescente, contudo, foi
estimulada, pela promoo da cooperao empresarial entre Portugal e os PED inicialmente
promovida pelo Fundo para a Cooperao Econmica (FCE)29
, continuada atravs da AgnciaPortuguesa de Apoio ao Desenvolvimento (APAD)30.
Investimento Directo de Portugal 1989-91 1994-96 1997-99 2001-03para os Pases em Desenvolvimento mdia mdia mdia mdia
Volume em US$ milhes 12 228 1269 531
Volume em percentagem do RNB 0,02 0,23 1,21 0,43
Fonte: OECD.
Investir nos PED acarreta, contudo, um nvel considervel de risco, originado por facto-
res de natureza poltica, monetria e catastrfica. Por forma a incentivar o investimentodirecto nestes pases e a minorar os factores de risco, deve o sector pblico trabalhar em
conjunto com o sector privado. As empresas portuguesas que investem nos PED podem ter
acesso a um seguro de crdito exportao, garantido pelo Estado Portugus, atravs da
COSEC (Companhia de Seguro de Crditos, S.A.), que gere, por conta do Estado, a garantia
de cobertura de riscos de crdito do investimento nacional nos PED. O objectivo provi-
denciar apoio s exportaes de bens e servios de origem portuguesa para mercados con-
siderados de risco poltico ou quando esto em causa perodos de risco iguais ou superio-
res a dois anos. O seguro pode assumir vrias formas consoante os prazos de pagamento
(curto ou mdio/longo), a natureza dos riscos segurveis (de fabrico e de crdito) e a natu-reza dos crditos (comerciais ou financeiros).
34 | Implementao dos compromissos relativos MDGs 7 e 8
29 Organismo
criado em
1991.
30 Criada em
Agosto de
1999, a APAD
veio substituir
o FCE.
A APAD e o
ICP fundiram-
-se em Janeiro
de 2003.
Dessa fuso
resultou o
IPAD.
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Objectivo 8 Sustentabilidade da Dvida
A poltica geral de Portugal no tratamento da dvida tem consistido na realizao de ope-
raes de reestruturao no quadro do Clube de Paris31, ou bilateralmente, em condies
ditadas em funo do nvel de rendimento e endividamento dos pases devedores.
Para os pases de baixo rendimento altamente endividados (HIPC), Portugal tem consi-
derado, para alm dos reescalonamentos em condies altamente favorveis, apoios adicio-
nais reduo da dvida, tais como esquemas de converso em investimento ou em ajuda,
salvaguardadas as implicaes de ordem oramental e monetria nos pases devedores. Para
alm disso, tem ainda considerado o perdo da dvida (para alm dos padres mnimos esta-
belecidos no Clube de Paris) e a concesso de apoios para pagamento da dvida multilateral.
De entre os dois esquemas de converso mencionados, Portugal tem utilizado preferen-
cialmente a aplicao da dvida em investimento, face multiplicao dos seus efeitos, os
quais, no se esgotando na reduo dogap da Balana de Pagamentos, tm um reflexo directono desenvolvimento econmico do pas, atravs do reforo do seu sector privado.
A participao de Portugal na iniciativa HIPC inclui:
A contribuio para o Trust-Fund 22 MUSD no total dos quais 7 MUSD via Unio
Europeia e 15 MUSD especificamente para Moambique, desembolsados em partes
iguais em 1998 e 1999.
O alvio da dvida mediante o perdo ou reescalonamento 218 MUSD no total.32
O apoio de Portugal sustentabilidade da dvida nos pases em desenvolvimento traduz-
-se ainda no Acordo de Cooperao Monetria e Cambial com Cabo Verde (em vigor desde
Maro de 1998). Este acordo contempla a concesso de uma facilidade de crdito anual atao montante de 45 Meuros, destinada ao financiamento de importaes e ao pagamento da
dvida externa, a ser utilizada em situaes de quebra nas reservas externas, funcionando
assim como uma garantia complementar da convertibilidade da moeda cabo-verdiana.
OBJECTIVO 8
Sustentabilidade da DvidaIndicadores de Portugal 1990 1995 2000 2002 2003
Perdo da dvida em percentagem da APD 0,0 10,1 60,7 3,6 2,0
Alvio da dvida HIPC em percentagem da APD lquida 7,2*
3,4 1,8
Proporo dos donativos (em % da APD bruta total) 75 72 99 99 100
Fonte: OECD.
* Dados de 2001.
Objectivos de Desenvolvimento do Milnio Relatrio de Portugal | 35
31 O Clube de
Paris, criado
em 1956, um grupo
informal de
credores
pblicos cujo
papel encon
trar solues
coordenadas e
sustentveis
para as dificul
dades de paga
mento
sentidas pelos
pases endivi-
dados.
32 Valor calcu-
lado pelo
Banco
Mundial em
termos de
NPV (valor
actualizado
lquido).
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O reforo das relaes privilegiadas com o espao lusfono, nomeadamente com os PALOP
e com Timor Leste, passa em grande medida, seno de forma preponderante, pela prosse-cuo de uma poltica de cooperao para o desenvolvimento que procure promover verda-
deiramente o desenvolvimento destes parceiros preferenciais. Ser, pois, uma poltica de
cooperao para o desenvolvimento que contribua para a preservao da paz, para a pre-
veno de conflitos, para a reduo da pobreza e para a insero harmoniosa destes pases
na economia mundial.
A cooperao para o desenvolvimento portuguesa constitui, portanto, um importante
instrumento da poltica externa do pas e nela se encontram reflectidos princpios funda-
mentais, tais como o respeito pelos Direitos Humanos e a solidariedade internacional.
Composta por uma vertente bilateral e uma multilateral, esta ltima tem-se constitudocomo um complemento essencial da primeira e como uma forma de reforar a insero
da cooperao Portuguesa no contexto mais vasto do sistema internacional de apoio ao
desenvolvimento.
Num quadro poltico orientado para a promoo do desenvolvimento econmico, social
e cultural dos pases beneficirios da ajuda, Portugal assume como principais prioridades:
Financiamento do Desenvolvimento. Sero, ao longo deste perodo, continuados os
esforos, em curso, com vista:
concretizao dos compromissos internacionalmente assumidos relativamente
canalizao de 0,33% do RNB como APD at 2006 e de 0,5% at 2010; melhoria da eficcia da ajuda incluindo atravs: da concentrao do apoio em
reas prioritrias (v.g. em funo das necessidades dos pases parceiros), das mais-
-valias da Cooperao Portuguesa e dos meios e capacidades de gesto existentes;
da melhoria do impacto das aces de cooperao, mediante uma racionalizao
acrescida; e do reforo da coordenao interna e no terreno.
Objectivos de Desenvolvimento do Milnio Relatrio de Portugal | 37
5. Prioridades e aces em direco a 2015
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Reforo da estabilidade poltica e desenvolvimento econmico dos pases parceiros .
O apoio consolidao de um ambiente estvel e democrtico dever permanecer como
uma prioridade fundamental da cooperao portuguesa com os pases parceiros, a par
com a promoo do desenvolvimento e do crescimento econmico sustentados onde
a negociao de acordos de promoo de investimento e para evitar a dupla tributao
e outros instrumentos macro-econmicos, como a negociao da dvida bilateral e o
apoio estabilidade cambial e oramental permanecem como instrumentos funda-
mentais.
Portugal continuar, por outro lado, a contribuir activamente para a melhoria dos esforos
internacionais de apoio paz, desenvolvimento e estabilidade poltica, atravs:
Da promoo de um papel de liderana das Naes Unidas foi nesse sentido que
o Governo Portugus e o Presidente da Repblica de Moambique, enquanto Presidente
da Unio Africana, apresentaram, recentemente, uma proposta relativa criao de
uma Comisso para a Paz e Desenvolvimento, que trabalharia sob o mandato e emcolaborao com o Conselho de Segurana (que manteriam as respectivas reas de
competncia) e teria como principais objectivos: acompanhar, de forma regular, a
evoluo de pases em conflito, ou em risco de conflito e garantir a cooperao/coor-
denao entre as instituies regionais e internacionais. Esta proposta foi reiterada
pelo Primeiro-Ministro portugus, no quadro da 59. Assembleia Geral da ONU.
Do reforo do papel da UE neste domnio mediante uma maior coerncia e eficcia
do apoio Segurana e ao Desenvolvimento e de uma colaborao acrescida com as
Naes Unidas, que se afigura da maior importncia com vista a um multilateralismo
eficaz. Reforo do relacionamento com o Continente Africano. Este reforo dever perma-
necer como uma das principais prioridades da poltica externa portuguesa, tanto bila-
teral como multilateralmente.
No quadro do relacionamento bilateral ser de destacar como principais prioridades
para os prximos anos:
O incremento das relaes com Angola enquanto maior prioridade da nossa pol-
tica externa em frica;
O estreitamento da parceria com Cabo Verde, quer no mbito institucional quer na
vertente empresarial; A continuao do apoio ao processo poltico e de transio na Guin-Bissau e dos
esforos de Portugal no desenvolvimento de uma poltica de congregao de von-
tades e apoios nos diferentes fora internacionais a favor deste pas;
A continuao do acompanhamento atento dos desenvolvimentos em Moambique,
um dos pases com melhor potencialidade de estabilidade e crescimento, e onde
38 | Prioridades e aces em direco a 2015
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7/29/2019 OBJETIVOS DESENVOLVIMENTO MILNIO - PORTUGAL [IPAD - 2004]
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Portugal se apresenta como um dos principais investidores e parceiro comercial e
de cooperao;
O apoio capacitao em S. Tom, para que beneficie das perspectivas econmicas
decorrentes da descoberta de importantes jazidas petrolferas nas guas territoriais
do arquiplago.
O estabelecimento de verdadeiras parcerias estratgicas com os PALOP, aproveitando
o renascimento africano consagrado na Unio Africana (UA) e na Nova Parceria
para o Desenvolvimento Africano (NEPAD)33.
Ao nvel multilateral, Portugal continuar a dar a maior prioridade ao reforo do posi-
cionamento e do apoio concedido ao continente africano no mbito dos diversos fora,
tanto ao nvel da UE, da ONU e de outras instituies relevantes. Continuar, para
esse efeito, fortemente empenhado:
Na promoo do reforo e institucionalizao do dilogo UE-frica;
No acompanhamento e apoio ao processo