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O QUE FAZER NA CRISE?
YOSHIO KAWAKAMI
Para aqueles que viveram o mundo dos negócios no Brasil nas últimas
décadas, anteriores ao ano 2000, crise não é uma palavra estranha. Na
verdade para estes profissionais a crise é um ambiente familiar em que a
realidade dos fatos não permite ilusões.
É a hora da verdade no estilo brasileiro!
As mesmas perguntas de outrora retornam às conversas e consultas no dia-a-
dia de um ambiente de negócios muito difícil, que não perdoa nem mesmo os
pequenos deslizes, cobrando os custos de cada equívoco.
Mas o que aprendemos ao longo destes anos todos de experiências que
poderia ser útil para todos?
Depois de abraçar novamente este desafio e refletir sobre como indicar uma
abordagem capaz de facilitar a leitura das mudanças no ambiente de negócios,
cheguei a uma proposta que pode facilitar a análise e indicar os caminhos das
ações para se ajustar ao novo mercado.
O que muda com a crise? Mudam as relações que a empresa tem no mercado!
A empresa necessita perceber o que muda na sua relação com os clientes, a
partir das mudanças de expectativas destes. Por que sintetizamos na mudança
das relações a renovação necessária da sua visão sobre os negócios? É
porque a conexão com o seu mercado está na relação com os seus clientes,
fornecedores, parceiros de negócios, revendedores e distribuidores, bancos e
outros associados. Portanto, as mudanças atingem os negócios através das
suas relações.
A relação com os clientes mudam porque estes querem um volume menor de
transações com a empresa e podem ter novas expectativas como preços
menores e prazos de pagamentos mais dilatados. Isto pode significar a
necessidade de uma mudança de portfolio de produtos, novos canais de
distribuição, outras formas de comunicação, relacionamento mais próximo, etc.
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A relação com os fornecedores pode tomar um sentido contrário, na medidas
em que estes gostariam de ter volumes maiores, preços maiores e prazos mais
curtos. É possível que o acordo estabelecido tenha que ser aprimorado para
acomodar os interesses de ambas partes e viabilizar a continuidade do
negócio.
E com os bancos e outras fontes de recursos financeiros? Os riscos mais
elevados, a escassez de fundos e as taxas de juros mais elevadas certamente
alterará o comportamento e as expectativas daqueles que apoiavam o
empreendimento.
É esta análise e esta clareza dos ajustes necessários que possibilitam uma
leitura realista da situação e a transformação da dúvidas em ações produtivas
para a empresa. Os valiosos recursos da empresa passam a gerar resultados
positivos na busca de novas oportunidades e na prática de novas abordagens.
Afinal, a crise e as mudanças decorrentes alteram as relações para todos,
abrindo brechas de oportunidades que não existiriam num ambiente de
estabilidade. Ao identificar estas oportunidades e perceber rapidamente os
ajustes necessários, a empresa pode transitar para o "ensolarado" do mercado.
Afinal, sempre há alguém que se beneficia da crise e cresce o seu negócio.
Pode ser uma abordagem simples, porém está longe de ser simplista pois a
capacidade de execução que se faz necessária ainda poderá ser um sério
desafio...
Maio/2015.
Fonte: http://yoskaw.blogspot.com.br/2015/05/o-que-faz-crise.html