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O PROCESSO DE INCLUSÂO NA EDUCAÇÂO BÁSICA DO PARANÁ/BRASIL:UM ESTUDO COM PROFESSORES DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA
Patricia Pivato UEL/Londrina/PR
Silmara Sartoreto de Oliveira UEL/Londrina/[email protected]
RESUMO
O direito da criança e do adolescente à educação, é garantido por lei independente de suacondição social, física, emocional, intelectual ou linguística. O processo de inclusão nasescolas de ensino regular tem sido amplamente discutido, assim este trabalho visa verificara perspectiva dos educadores da rede estadual de ensino, aos que lecionam as disciplinas
de ciências/biologia sobre o processo de inclusão e conseguem adequar suas aulas. Foiaplicado um questionário com 30 questões à professores do ensino fundamental e médio darede estadual do interior do paraná, que se dispuseram a participar da pesquisa versandosobre concepções da inclusão, o aluno em sala regular, a participação da família, estruturada escola, utilização de materiais pedagógicos, adequação curricular, opinião pessoal sobreo assunto e principais mudanças necessárias para que ocorra a inclusão. Os dadosapontaram que há alterações necessárias fundamentais a serem realizadas, dentre elas: umnúmero menor de alunos em sala de aula, formação continuada para professores,estratégias pedagógicas diferenciadas, caminham com a ampliação da qualidade de ensinopara todos. O estudo demonstrou que a inclusão está longe de ser obtido com eficácia e quesão muitos os desafios para a efetivação da inclusão de alunos com necessidadeseducacionais especiais (NEEs) na rede regular de ensino. Também trouxe auxílio para o
processo de inserção dessas crianças no ambiente escolar, com a necessidade demetodologias diferenciadas para que todos os alunos efetivamente possam participar doprocesso de aprendizagem, no intuito de valorizar a igualdade social e seus direitos.
Palavras-chave: Ensino básico. Inclusão. Necessidades Educacionais Especiais
INTRODUÇÃO
O Brasil tem vivenciado um momento de muitas discussões sobre o tema
inclusão na rede regular de ensino, que conta com alunos com necessidades
educacionais especiais matriculados. A Legislação prevê a obrigatoriedade das instituições de ensino matricular e
acolher estes alunos, independentemente do tipo e grau de deficiência que alguns
desses alunos puderem apresentar. É importante destacar que somente o
acolhimento não é suficiente, mas que o educando com necessidades educacionais
especiais tenha um acompanhamento especializado de profissionais proporcionando
condições efetivas no processo de ensino e aprendizagem e no desenvolvimento
total de suas potencialidades.
mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]
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Neste sentido, este trabalho procurou analisar a perspectiva dos professores
de ciências e biologia acerca do conceito de inclusão, da rede pública de ensino do
interior do Estado do Paraná, Brasil, e se estes conseguem adequar suas aulas de
ciências para os portadores de necessidades educacionais especiais.
O processo de inclusão está pautado nos direitos humanos, segundo a
Política Nacional de Educação Especial de 2008. A movimentação pela ação de
inclusão é política, social, cultural e pedagógica, estimulado pelo direito de todos
estarem juntos, sem nenhuma discriminação, aprendendo e participando. Assim, os
alunos com Necessidades Educacionais Especiais - NEEs devem ser matriculados
na rede regular de ensino independente do grau de sua deficiência.
De acordo com Ministério da educação, alunos com NEEs seriam aqueles
que apresentam dificuldades acentuadas de aprendizagem no processo de
desenvolvimento, que dificultem o acompanhamento das atividades curriculares,
dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais alunos, altas
habilidades/superdotação (BRASIL, 2001). Segundo Lippe, et al (2012), em algum
momento da vida, qualquer aluno está sujeito a apresentar dificuldades que podem
ser entendidas como NEEs. Quando isso ocorrer, espera-se que o professor esteja
preparado para assumir estratégias para contornar a situação que ajude o aluno a
superar. Devemos entender também que determinadas NEEs requerem apoio de
uma equipe escolar com recursos e apoio especializado
O aluno com NEEs, durante muito tempo foi colocado a margem da
educação, e era atendido apenas isolado ou simplesmente excluído do processo
educativo (BRASIL, 2001). Antes de pensar que o aluno é a origem do problema,
exigindo dele uma adaptação a um modelo de normalidade para aprender como os
demais, hoje é necessário que a escola e os sistemas de ensino desenvolvam um
planejamento para atender a diversidade de seus alunos.De acordo com Brasil (1996), os portadores de necessidades especiais
devem receber atendimento especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino. O acesso ao ensino obrigatório é
gratuito e também deve prevalecer aos níveis mais elevados de ensino, segundo a
capacidade de cada um. Os professores devem se atualizar adequadamente para a
integração desses educandos nas classes comuns, para que não ocorra um
comodismo cultural não se adaptando às necessidades individuais dos alunos.
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A criação de leis e seu cumprimento não são suficientes para a efetivação da
inclusão. Silva, et al (2012), afirma que é necessário a conscientização da sociedade
sobre esses indivíduos, reconhecendo que são tão ou mais produtivos do que
qualquer outra pessoa e buscam condições humanas e matérias que lhe permitem
viver como qualquer outro cidadão.
Representando um papel social transformador e na construção de um mundo
melhor para todos, a tarefa da educação escolar é trabalhá-la como fator de
crescimento no processo educativo, por uma sociedade mais justa e livre é preciso o
exercício de cidadania desde a escola, com o contato e valorização das diferenças
(BRASIL, 2008). A necessidade de integração dentro da sociedade é algo
indubitavelmente necessário a todos, e não há motivos para que portadores de
NEEs não tenham acesso a esta integração, que se dá inicialmente no ambiente
escolar e que as pessoas com necessidades educacionais especiais devem ter
acesso às escolas comuns que deverão integrá-las e ser capaz de atender a essas
necessidades (Declaração de Salamanca, 1996).
Há duas grandes importâncias de se realizar a inclusão, sendo a primeira a
necessidade que o jovem portador de NEEs esteja envolvido com a sociedade e
estabeleça relações se adaptando ao contexto sócio cultural. A segunda é a
importância do papel dos demais alunos para que essa inclusão ocorra de maneira
mais natural possível dentro de sala de aula, contando com a presença do professor
para que não ocorra discriminação e onde as oportunidades de ensino serão
recíprocas (CASSALES et al, 2011). Sendo assim o professor pedagogo atua como
um intermediário nas relações dentro da sala de aula.
Para que essa inclusão ocorra, um dos fatores de grande importância está na
formação do professor, tanto na sua formação inicial, quanto na continuada, por
interesse próprio ou por estimulo do órgão governamentais (REIS et al, 2010). Assim, o professor precisa estar sempre atualizado, conforme o processo de
inserção no meio educacional.
A Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da educação
inclusiva de 2008, assegura a inclusão escolar de alunos com NEEs, devem garantir:
acesso ao ensino regular, participação, aprendizagem e sequência aos níveis mais
elevados de ensino, atendimento de professores especializado, participação da
família e comunidade, acessibilidade arquitetônica tanto da escola quanto dostransportes, mobiliários, comunicação e informação. Cabe ao sistema de ensino
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disponibilizar conforme a necessidade do aluno, o professor especializado, instrutor,
tradutor/intérprete de Libras e cuidador, entre outros profissionais que exijam auxílio
constante no cotidiano escolar (BRASIL, 2008).
As Diretrizes da educação inclusiva de 2001, afirmam que a escola que
participa da inclusão, abre espaço a todas as pessoas. Seu principal desafio é
desenvolver uma metodologia centrada na criança, respeitando suas diferenças sem
discriminação, oferecendo respostas as necessidades de seus alunos, surgindo o
fortalecimento de uma sociedade democrática, justa e solidária (BRASIL, 2001).
É importante afirmar que ensinar de maneira inclusiva não é só promover a
inclusão, é estimular a criatividade, cidadania, melhorando a aprendizagem e
qualidade de vida. De acordo com Lima e Castro (2012), os professores precisam
passar por um processo de reflexão acerca de seus conhecimentos científicos para
adequá-los, utilizando não só os recursos que estão acostumados, mais os
envolvendo em novas perspectivas.
A construção do conhecimento em uma sala de aula onde se predomina a
diversidade será de grande valia. Scardua (2008), pontua que a diversidade:
“Enriquece uma sala de aula pelo simples motivo de se aprender com odiferente. Quanto maior a diversidade na sala, não só com relação a váriaseficiências, mas a diversidade cultural, de origem, de credo, de gênero, a
física, faz a pessoa aprender mais, a conhecer mais o mundo, a perceberque há mais lá fora do que se possa imaginar. Dessa maneira, será possívelsonhar com um mundo sem preconceitos e discriminações. Eis a beleza donão ser igual (pg. 89).”
Corroborando com as ideias de Scardua (2008), para que haja inclusão
escolar, é necessário comprometimento por parte de todos os envolvidos, ou seja,
alunos, professores, profissionais da educação, pais, comunidade, enfim, todos que
participam da vida escolar direta ou indiretamente proporcionando condições
efetivas o processo de ensino e aprendizagem e no desenvolvimento total de suaspotencialidades.
Há ainda grandes dificuldades de adequação, mais estes são problemas á
muito tempo presente na estrutura educacional do país, onde a inclusão tende a se
somar com as dificuldades já existentes no sistema atual de ensino. Segundo Frias e
Menezes (2008), a inclusão foi um pequeno passo de uma longa caminhada, que
garante a todos as mesmas oportunidades tanto de estudo, trabalho, lazer, enfim,
oportunidade de acesso a todos os bens produzidos socialmente.
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Formando professores em educação especial
Apesar das leis que asseguram os alunos com NEEs o acesso ao ensino na
rede regular, há várias barreiras encontradas para que esse movimento se
consolide, sendo uma delas a formação do professor (REIS et al, 2010).
De acordo com Reis et al, (2010) existe a falta de preparo na formação de
professores para atendimento a indivíduos com NEEs, e que esta é uma das
possíveis causas para o fracasso escolar. Ainda neste contextos, a implantação da
educação inclusiva na grade curricular dos graduandos e da formação continuada é
de extrema importância. Com essa estratégia, os educadores podem vivenciar e
conhecer a dificuldade de seus alunos e assim desenvolver em suas aulas uma
metodologia própria para atender as necessidades dos alunos.
Briant e Oliver (2012), apontam que há ainda nos dias atuais uma expressiva
escassez de formação de professores com educação inclusiva levando à falta de
preparo dos docentes em assumir a responsabilidade de ensinar com qualidade e
fazer a integração dos alunos em sala. Enfatizam também a necessidade da
formação continuada para atender a esta clientela de alunos. Na prática atual, ainda
encontramos professores completamente despreparados e com falta de apoio na
rede de ensino para desenvolver seu trabalho com a qualidade necessária.
Para os professores que em sua formação inicial não tiveram contato com a
inclusão, o Referencial para Formação de Professores do Ministério da Educação,
(BRASIL, 1999) pontua que a formação continuada é de grande valia a esses
profissionais, onde o processo de permanente desenvolvimento deve ser
proporcionado a todos, desde atualizações e aprofundamento em assuntos
educacionais, promovendo um processo constante de inovações. Essa formação
deve cumprir continuamente o desenvolvimento de competências que possibilitemum bom desempenho não apenas na função como docente, mais como membro da
equipe escolar.
O professor necessita ter a capacidade de conviver com o diferente e superar
preconceitos em relação ás minorias, a partir do movimento de inclusão. De acordo
com Brasil (2001), o docente tem que estar preparado para as situações que
surgirem em sala de aula e adaptar-se, utilizando esta situação para uma nova
aprendizagem. Só assim poderá oferecer condições necessárias ao
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desenvolvimento de seus educandos, sempre atento a cultura, à sociedade e ao
indivíduo.
Percurso metodológico
A presente pesquisa foi realizada com professores da rede estadual do ensino
regular de uma escola localizada no interior do estado do Paraná.
Para a coleta de dados, optou-se pela aplicação de um questionário semi
estruturado (Anexo 1) com esses profissionais, na versão on-line do aplicativo
Google Docs.
Foi levada a escola um notebook com acesso a internet, para que os
professores que optassem e se interessassem em participar da pesquisa teriam
acesso ao questionário.
De acordo com Freitas (2000), a utilização de questionários na pesquisa
qualitativa ocorre por que:
“... quando se constrói um questionário, fabrica-se um captador, uminstrumento que vai nos colocar em contato com aquele que responde. Essainteração é condicionada por aquilo que permitiu fabricar o questionário, oque nos dá o modelo, a imagem. Essa imagem é uma aproximação dofenômeno que depende do equipamento de interpretação. Esse
equipamento é o que se chama de teorias, conceitos, hipóteses, ou seja,tudo o que já se conhece antes de iniciar a observação. (pag. 89)”
Os resultados obtidos foram analisados qualitativamente através de uma
construção de classes para estudo das respostas obtidas, conforme Campos e
Roque (2012). Segundo estes autores o questionário semi estruturado é uma
ferramenta importante para coleta de dados.
RESULTADOS OBTIDOS
Os dados e as respostas apresentados a abaixo foram analisados segundo o
texto escrito do questionário e transcritos desprezando erros de escrita conforme
foram respondidos pelos professores. Os professores não foram identificados, mais
representados por números: professor 1, professor 2, e assim em diante, onde
somente os professores 1, 2 e 3 serão os professores da disciplina de ciências e
biologia.
Foi verificado que os dez professores participantes da análise são formados
em diferentes áreas: história, educação física, matemática, administração,
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economia/matemática, português, geografia e 3 professores de ciências biológicas.
Onde destes docentes três lecionam a mais de 15 anos, 4 professores de 10 a 15
anos, um de 5 a 10 anos e dois trabalham a menos de 5 anos.
Na formação inicial desses profissionais, nenhum professor citou acesso a
matéria de educação especial/inclusão e 9 fizeram ou fazem Curso de Pós-
Graduação, não sendo na área de Educação Especial. Oito educadores tiveram
contato em sua carreira profissional com alunos com algum tipo de necessidade
educacional especial, somente 6 foram orientados pela equipe pedagógica e 4
pesquisaram sobre o assunto. Nenhum dos entrevistados cita a participação em
cursos realizados pela escola/Núcleo de Educação para capacitação da inclusão.
Na escola onde foi realizada a pesquisa, foram constatados alunos com
NEEs, com baixa visão, déficit de atenção, hiperatividade, baixa audição e retardo
leve. É citado que as famílias desses alunos participam constantemente no ambiente
escolar, principalmente a mãe desses educandos.
Tabela 1 – Identificação das Necessidades Educacionais pelos professores
Fonte: Questionários aplicados.
Estes alunos citados são os que possuem laudo médico, o qual os
professores não tiveram acesso a essa documentação, somente foi mencionado
pela pedagoga/secretaria, que os alunos possuíam.
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Cada sala tem mais de 30 alunos e não há a utilização de materiais
pedagógicos especializados pelos alunos com NEEs em sala de aula.
Em relação a participação dos outros alunos sem NEEs, eles ajudam os
alunos com dificuldade. E quando o hiperativo está sem medicação dificultam o
andamento da aula, bem como não participa produtivamente com a mesma,
conforme citado pelos professores:
“O hiperativo atrapalha a aula pois, não fica quieto, e quando toma medicação nãoparticipa pois fica sonolento.” - Professor 4.“Os alunos trocam bastante experiências e ajudam os demais a acompanhar.” – Professor 5.
Não há a utilização de materiais adequados para as NEEs por nenhum professor,
mais há o uso de outros elementos didáticos como modelos, maquetes, jogos,
dinâmicas, recursos de informática, gráficos e multimídias, como é citado pelos
professores de ciências e biologia; tudo para que haja maior compreensão e
participação entre os alunos.
Tabela 2 – Identificação da utilização de materiais pedagógicos pelos professores.
Fonte: Questionário Aplicado
As principais dificuldades enfrentadas por todos os professores entrevistados
são: a falta de conhecimento sobre a NEEs e preparo em sua formação, tanto na
inicial quanto na continuada, como as salas estão com quantidade de alunos
expressivamente lotadas, nem sempre os professores conseguem dar uma atenção
especial a estes alunos.
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“Tenho dificuldade em trabalhar com esses alunos de maneira integradora com osoutros alunos.” – Professor 9.“As salas estão lotadas e não ha possibilidade de dar atenção necessária a todos,é quase impossível”. – Professor 6.“Atender à todos e ao mesmo tempo, pois são turmas numerosas e ter decontrolar o aluno hiperativo.” – Professor 4.
“Falta cursos ou ate uma especialização para capacitação dos professores. Aestrutura física da escola também não é adequada para receber estes alunos.” – Professor 1.
Briant e Oliver (2012) apontam que na educação básica, pode-se identificar
uma grande escassez na formação de professores com educação inclusiva e a falta
de preparo dos docentes de assumir a responsabilidade de ensinar com qualidade e
fazer a integração dos alunos em sala.
A maioria das opiniões pessoais respondidas pelos educadores sobre
inclusão envolvem a inserção desses alunos em salas regulares, mais não se
sentem preparados para lidar com essa nova situação enfrentada em sala de aula
pois não sabem lidar com este tipo de situação, conforme pode-se identificar abaixo:
“Sou a favor [da inclusão]. Na escola é indispensável que haja a inclusão em todosos sentidos. Não só das deficiências, mais da homossexualidade, criança negra,crenças, com fome, e de todos os déficits que houverem”. – Professor 2.“Receberestes alunos é um grande desafio a escola e ao educador. Em muitos momentosnos sentimos sozinhos e impotentes em frente a situação. Não recebi umapreparação adequada para enfrentar esta realidade e tenho dificuldade para
trabalhar com a adequação curricular.” Professor 2.
O mesmo acontece com Vilela-Ribeiro e Benite, (2010), onde os professores
pesquisados não se sentem preparados para a educação inclusiva.
Os professores pesquisados citam também que a escola não tem uma
estrutura apropriada e disponibilização de professores de apoio a estes alunos para
atingir a aprendizagem aceitável. Ainda ressaltam a importância da inclusão de
profissionais indispensáveis ao desenvolvimento do aluno, como psicólogos,
fisioterapeutas, psicopedagogos, entre outros que são fundamentais ao
acompanhamento destes educandos para que ocorra uma inclusão significativa.
“Sou a favor [da inclusão]. Pois com a inclusão dessas diferenças as criançascrescem como cidadãos. Mais tem que haver suporte profissional adequado,estrutura física da escola adequada e acompanhamento dos pais para que hajarealmente inclusão”. Professor 7. “Sou contra [a inclusão], pois a escola não possui estruturas adequadas para umainclusão imediata, bem como não possui psicólogos e psicopedagogos”. Professor10.
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Este resultado se assemelha com a pesquisa realizada por Cassales, et al,
(2011), onde os professores afirmam que há necessidade destes profissionais
presentes na escola para auxiliar a integração de professores e alunos.
Os professores ainda enfatizam que para ocorrer uma inclusão realmente
produtiva, é preciso rever a formação inicial de licenciatura, colocando a disciplina de
educação especial e inclusão no currículo além de que se necessário a realização
de atualizações com a formação continuada para encontrar uma metodologia
diferente para abordar a matéria com esses alunos. De acordo com Briant e Oliver,
(2012):
“É preciso investir no processo de formação inicial e continuada do professor, poisisto influencia seu cotidiano em sala de aula. Dessa forma, o professor passará a
se sentir mais seguro e com maiores possibilidades de realizar um trabalho comqualidade diante de uma sala de aula heterogênea. (pag. 149)”
Segundo as respostas obtidas nos questionários, os professores enfatizam a
importância de uma participação mais efetiva dos pais/responsáveis nas escolas:
“Acho que é importante a convivência dos outros alunos e participação com a
comunidade. Só assim é possível acabar com o preconceito. Mais para que isso
aconteça é necessário uma boa estrutura da escola, suporte de outros
profissionais, participação dos pais e capacitação dos professores.” Professor 2.
Também é ressaltada a importância do convívio dessas crianças para formar
uma sociedade plena e sem preconceitos:
“ A escola estando aberta para estes alunos, aprendendo com as interaçõesdiferentes aprendem muito mais do que se interagirem somente com um grupo de pessoas com os mesmos problemas. É necessário que as crianças convivam como diferente para crescerem como pessoas.” Professor 3.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para que haja realmente a inclusão dos alunos com NEEs é importante
começar com o preparo dos professores, pois são os mesmos que estes que estão
lecionando agora, não tiveram em sua formação, tanto inicial quanto continuada a
necessidade de se aprender sobre educação inclusiva.
Este fato se mostra preocupante, uma vez que a qualquer momento a escola
de ensino regular pode receber um aluno que necessidade de atendimento
especializado, por isso a necessidade de aprimoramento das práticas pedagógicas a
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todos os professores, que pode ser realizado através de treinamentos específicos ou
palestras abrangentes.
Também é de extrema importância a participação da família no ambiente
escolar, para direcionar e indicar as necessidades de seus filhos de forma
adequada.
O número em excesso de alunos distribuídos nas salas de aula também foi
um ponto alto na pesquisa, que pontua a dificuldade do trabalho dos professores em
realizar as atividades planejadas, assim como uma estrutura adequada para o
recebimento desses alunos, com a participação de profissionais especializados
inseridos no meio escolar.
As mudanças apontadas pelas políticas da Educação Inclusiva são
fundamentais sendo entre elas: o número menor de alunos em sala de aula,
formação continuada para professores, estratégias pedagógicas diferenciadas,
caminham com a ampliação da qualidade de ensino para todos.
O estudo demonstrou que a inclusão está longe de ser alcançada e que são
muitos os desafios para a implementação da inclusão de alunos com necessidades
educacionais especiais na rede regular de ensino. Vale ressaltar que os professores
que estão recebendo os alunos com NEEs desconhecem o processo de inclusão, e
consequentemente a forma de se trabalhar com os conteúdos regulares de forma a
atender as diferenças. Está aqui o maior desafio da educação escolar.
Também trouxe contribuições para o processo de inserção dessas crianças
no ambiente escolar, com a necessidade de estratégias diferenciadas para que
todos os alunos efetivamente possam participar do processo de aprendizagem que
faça diferença na vida dos alunos.
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