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Janeiro/2011
O PROCESSO DE DESINDUSTRIALIZAÇÃO O PROCESSO DE DESINDUSTRIALIZAÇÃO
Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos
2
A desindustrialização na Indústria de Transformação
� Pode ser definida como um declínio persistente naparticipação de sua produção no PIB e na participação dosseus empregos no total de empregos da economia.
� “A característica fundamental do processo dedesindustrialização é a perda relativa de dinamismo daindústria na geração de renda e emprego na economia”Relatório do MDIC, Valor Econômico 16/11/2010
3
A Indústria de Transformação diminuiu sua participa ção no PIB nacional
Fonte: IBGE. Elaboração: FIESP Depecon
19,2
25,3
27,2
15,7
15,5
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Projeção 2010
Evolução do Valor Adicionado da Indústria de Transformação sobre o PIB (%)
4
Enquanto o setor de serviços expandiu fortemente su a participação no PIB
Fonte: IBGE. Elaboração: FIESP Depecon
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Serviços
Indústria
Indústria de Transformação
Agropecuária
Valor adicionado dos setores - participação no PIB (%)
11,3%
9,7%
20,7%
58,3% 68,5%
6,1%
9,9%
15,5%
27,2%
5
A participação do emprego da Indústria de Transform ação também diminuiu
Fonte: CAGED. Elaboração: FIESP Depecon
* Até setembro
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*
Indústria de Transformação
IndústriaAgropecuária
Serviços
Participação dos empregos formais de cada setor no total de empregos (%)
25,4%
6,4%
4,4%
63,8% 70,9%
3,6%
7,1%
18,3%A participação da Indústria de Transformação diminuiu 28% no período
6
A INDÚSTRIA DE
TRANSFORMAÇÃO NO MUNDO
7
Os países de renda per capita semelhante à do Brasil que apres entaram maiorcrescimento do PIB entre 1998 e 2008 (acima de 4% aa) apresent aram também maiorcrescimento do VA da Indústria de Transformação (em média 7, 1% aa), enquanto nosde baixo crescimento (abaixo de 4% ao ano) a IT cresceu apenas 3,2% aa
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Crescimento do PIB (% anualizado)
Cresc. da Indústria de Transforação X Cresc. do PIB (1998-2008)
Fonte: WDI/Banco Mundial; Elaboração: Decomtec/FIESP
Países com Baixo Cresc. do PIB:Ind. Transformação: +3,2%
Países com Alto Crescimento do PIB:Ind. Transformação: +7,1% CHN
INDMYS
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CHLARG
MEX
Cresc. da Indústria de Transformação x Cresc. do PI B (1998-2008)
Fonte: WDI/Banco Mundial / Elaboração FIESP Decomte c
8
A participação da Indústria de Transformação no mundo :Estados Unidos
Fonte: Bureau of Economic Analisys. Elaboração: FIESP Depecon
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Serviços
Indústria
Indústria de Transformação
Agropecuária
Estados Unidos - Valor adicionado dos setores - participação no PIB (%)
29,2%
8,5%
9,3%
53,0% 77,4%
1,1%
8,8%
12,7%
Fonte: BEA
9
A participação da Indústria de Transformação no mundo :Coreia do Sul
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Serviços
Indústria
Indústria de Transformação
Agropecuária
Coreia - Valor adicionado dos setores - participação no PIB (%)
13,5%
6,6%
37,2%
42,6% 60,8%
2,7%
8,6%
27,9%
Fonte: Banco Mundial
Fonte: Banco Mundial. Elaboração: FIESP Depecon
10
A participação da Indústria de Transformação no mundo :China
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Serviços
Indústria
Indústria de Transformação
Agropecuária
China - Valor adicionado dos setores - participação no PIB (%)
29,2%
5,9%
37,9%
27,0% 43,4%
10,3%
12,4%
33,9%
Fonte: Banco Mundial
Fonte: Banco Mundial. Elaboração: FIESP Depecon
11
A participação da Indústria de Transformação no mundo: Índi a
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Serviços
Indústria
Indústria de Transformação
Agropecuária
Índia - Valor adicionado dos setores - participação no PIB (%)
14,1%
5,5%
42,8%
37,6% 54,6%
17,1%
12,4%
15,9%
Fonte: Banco Mundial
Fonte: Banco Mundial. Elaboração: FIESP Depecon
12
A participação da Indústria de Transformação no mun do: Alemanha*
* Devido a reunificação das Alemanhas, não há dados anteriores disponíveis para a Indústria de Transformação.
13
Valor adicionado em relação ao PIB da Indústria de Transform ação e PIBper capita: desindustrialização precoce
Fonte: Banco Mundial, BEA, IBGE. Elaboração: FIESP Depecon
Países VA/PIB PIB per capita US$ PPC
Reino Unido * 13,3 32.731
Estados Unidos **** 12,7 42.107
Alemanha ** 23,9 33.236
Área do Euro ** 18,1 30.966
Japão ** 21,2 31.660
Coreia *** 27,9 25.517
Brasil **** 15,5 9.455
Índia **** 15,9 2.970
China **** 33,9 6.200
Média 20,3 23.871
* 2005
** 2007
*** 2008
**** 2009
Fonte: Banco Mundial, BEA, IBGE
Valor Adicionado da Indústria de Transformação e PIB Per Capita (US$ PPC)
14
O PERIGO SE TORNANDO
REALIDADE
15
O atual descompasso entre a produção industrial e a demandadoméstica: o perigo se transformando em realidade
Fonte: PMC e PIM-PF, IBGE. Elaboração: Depecon FIES P
O atual descompasso entre a produção industrial e a demandadoméstica: o perigo se transformando em realidade
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10
Comércio Varejista Ampliado Produção
Índices de Comércio e Produção Industrial - Quantum (janeiro de 2003 = 100)
* Previsão - novembro
16
O descompasso produtivo: reversão da trajetória de recuper ação daprodução a partir do 2º trimestre de 2010
Fonte: PIM-PF. Elaboração: Depecon FIESP
100,0
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Índice de Produção Física da Indústria de Tranformação - Quantum (Janeiro de 2008 = 100)
Variação de Mar a Nov de 2009 a Mar a Nov de 2010:
10,1%
média 92,2
média 101,5
17
O forte crescimento das importações, na medida em que ocupa o espaço dosprodutos industriais produzidos internamente, está por trá s deste descompasso
Fonte: Funcex. Elaboração: Depecon FIESP
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Importações - QuantumNúmero Índice - Série Dessazonalizada
As importações apresentam um ritmo de crescimento que não encontra precedente na história recente
Fonte: Funcex, dados dessazonalizados pelo Depecon/Fiesp
18
� Chama a atenção o fraco desempenho da atividade industrial nos últimos meses num contexto de demanda aquecida.
� Apesar do forte crescimento da demanda interna, refletido nos indicadores de comércio varejista, massa salarial real, e crédito, a produção industrial vem apresentando um fraco desempenho.
O atual descompasso entre a produção industrial e a demanda doméstica: o perigo se transformando em realidade
19
O atual descompasso entre a produção industrial e a demanda doméstica: o perigo se transformando em realidade
Fonte: PIM-PF, PMC, PME e BACEN. Elaboração: Depeco n FIESP
Ano PIM Comércio Varejista Massa Salarial Real Estoque de Crédito Real
2004 8,3 9,2 1,6 10,8
2005 3,1 4,8 4,2 15,2
2006 2,8 6,2 5,9 17,0
2007 6,0 9,7 5,8 22,3
2008 3,1 9,1 6,9 23,8
2009 -7,4 5,9 3,9 10,5
Mês PIM Comércio Varejista Massa Salarial Real Estoque de Crédito Real dez/09 100,0 100,0 100,0 100,0jan/10 101,1 101,9 101,3 101,1fev/10 102,4 105,0 102,4 102,1mar/10 105,9 113,5 103,4 102,9abr/10 104,9 103,3 104,2 103,7mai/10 104,7 104,5 104,4 105,4jun/10 103,5 105,3 104,4 107,3jul/10 104,0 107,4 107,2 108,5
ago/10 103,9 110,0 108,3 110,1set/10 104,0 110,2 109,6 111,2out/10 104,3 112,5 110,6 112,1
nov/10 104,1 114,7 110,0 113,2
Crescimento Out/10-Dez/09* 4,1% 14,7% 10,0% 13,2%
* Previsão
Produção Industrial e Indicadores de Demanda Doméstica - Variação Anual
Dados Dessazonalizados
20
IMPACTO NA INDÚSTRIA DE
TRANSFORMAÇÃO
21
O crescimento das importações custou R$ 17,3 bilhõe s em produção e 46 mil vagas na Indústria de Transformaç ão
� Caso o coeficiente de importações do 3º trim. de 2010 (21,2%) tivesse se mantido no patamar do 3º trim. de 2008 (19,6%), o valor da produção poderia ter sido de R$ 17,3 bilhões maior.
� Em 9 meses, a produção da Indústria de Transformação aumentaria 1,62% e seria de R$ 1.072,2 bilhões, enquanto as importações cairiam para R$ 215,1 bilhões
� Com isso, o emprego no setor aumentaria em 0,58%, equivalente a 46 mil novas vagas
O Depecon estimou o Trade-off entre produção
doméstica e importações entre o 3º trim. de 2008 e o 3º
trim. de 2010
19,6
21,2
19,0
19,5
20,0
20,5
21,0
21,5
3º trim. 2008 3º trim. 2010
Coeficiente de Importação - Indústria de Transformação
Aumento de 1,6 ponto percentualAumento de 8,2% no período
22
OS OBSTÁCULOS À INDÚSTRIA
DE TRANSFORMAÇÃO
23
Entraves à expansão da indústria
� Carga Tributária
� Taxa de Juros
� Taxa de Câmbio
� Concorrência desleal impede que a indústria atendaplenamente o mercado consumidor em expansão.
� Caso esses entraves não sejam removidos, o processo dedesindustrialização pode se aprofundar.
24
A carga tributária brasileira é elevada em relação à renda média do país (medida pela paridade de poder de compra). Em 2008, para estar alinhada à renda dos brasileiro s. A carga tributária deveria estar em torno de 28% do PIB, ao invés dos 34,9% re gistrados.
Fonte: (1) Dados de Carga Tributária: para o Brasil: IPEA; pa ra os demais países: Moody sInvestor.(2) Dados de PPC: World Bank. Elaboração DECOMTEC/FIESP.
A carga não condiz com a renda per capita dos brasil eiros...
25
O esforço que a carga tributária infringe à indústria aument a a necessidade de capital degiro, cujo custo é elevado devido aos juros e ao spread. Para o nível de renda per capita doBrasil, os juros deveriam ser de 13,1% aa
Fonte: FMI. Elaboração: FIESP Decomtec
26
Nos últimos anos a taxa de câmbio vem apresentando forte valo rização. Entre amédia do período abril/03-março/04 e Out/10 a taxa de câmbio apresentouvalorização de 41,7%
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Cotação Dólar Comercial (R$/US$)
média abr/03 - mar/04:R$2,92
Out/10:R$1,70
Jan a Out 2010 / Jan a Out 2009(R$ 1,77 / R$ 2,04) = -13,1%
Fonte: BACEN. Elaboração: FIESP Depecon
27
Conclusões
� O forte aumento do consumo doméstico não está sendoacompanhado pela produção industrial.
� Esse descolamento deve-se aos entraves aodesenvolvimento que obstruem o crescimento da indústriaassociado ao forte aumento das importações.
� Esses obstáculos devem ser enfrentados e superados paraque o processo de desindustrialização não se aprofunde.