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8/17/2019 O Mundo Da Fotografia Digital Nº 132
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NOVOS VÍDEOS DE EDIÇÃOANÁLISES EM VÍDEO
GUIA DE COMPRAS
OFERTA DE CD
NOVOS TUTORIAIS EM VÍDEO EDIÇÃO DE IMAGEM PROFISSIONAL
EM ANÁLISE OBJETIVAS 35 MM • FUJIFILM X-T1 VS. OLYMPUS E-M5 MK II • CANON POWERSHOT G5 X• DRONES ENTREVISTAS DIANA GOMES • CHRIS PACKAM EDITAR TUTORIAIS DE PHOTOSHOP ELIGHTROOM FOTOGRAFAR PROJETOS CRIATIVOS • O FOCO CERTO • GANHE CONCURSOS FOTOGRÁFICOS
OFERTA DE CD
Fotografia de rua Paisagens Vida selvagem
SAIA DE CASAE CAPTE FOTOS FANTÁSTICAS!
A r e v i s t a
* N º 1
* D a d
o s A P C
T
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E D I T O R I A L
ABRIL 2016 O M U N D O D A F O T O G R A F I A 3
Fotorfe ms e mehorFernandoMendes
Deseja fazerfuror num
concursofotográfico, masnão sabe como?Ou obter fotos
absolutamente focadas? Tudo isto épossível, desde que siga todas asnossas dicas à risca.
Uma fotógrafa
nacional queestá a dar osprimeirospassos na artede desenhar
com a luz, mas ainda assim a subir apassos largos as escadas do sucesso.
No terreno
PARA OS LEITORES Queremosestreitar a relação com o leitor, apelandoà sua participação em várias secçõesda revista. Envie-nos as suas sugestõese fotos para [email protected].
PARA TODOS Com uma linguagemsimples e acessível, dirigimo-nosa todos os amantes da fotografiaque procuram soluções práticas e claras,ideias e inspiração. Com muita paixão!
INDEPENDENTE Somos cempor cento independentes. Os fabricantesdos produtos e serviços, bem comoos anunciantes, não determinam a nossalinha editorial ou as nossas opiniões.
COM RIGOR Esta publicação é criadapor profissionais com provas dadasnas áreas jornalismo e da fotografia.E as opiniões expressas nos testesa equipamentos são baseadas emanálises rigorosas e objetivas, sempretendo como base experiências no terreno.
É o último hype
do universofotográficoe continuaem crescendo.Testámos
quatro drones avançados paracaptar vídeo e imagens aéreas,com preços até aos 1.500 euros.Mas… será que vieram para ficar?
JoanaClara
OS LEITORES NA REVISTA OMF
© A l
e x H y d e
DianaGomes
O QUE PROMETEMOS?
ais uma edição repleta denovidades, ideias, projetos, técnicas,dicas, equipamento, as opiniões dos
especialistas e tudo o que necessita paradar asas à sua criatividade fotográfica.
Apontámos a nossa história principaldeste mês para a fotografia de rua – o queé, como surgiu, que regras segue, quetécnicas exige e mais, sobre um estilo quecontinua a ganhar adeptos. Reunimos também uma dezena deprojetos fotográficos que o vão desafiara captar a primeira luz do nascer do dia,a “brincar” com sombras, reflexões
e perspetivas, ou a fotografar macrose paisagens como nunca o fez. Mais à frente, temos uma secçãode testes “sobrecarregada”: colocamosfrente-a-frente a Fujifilm X-T1 e a OlympusE-M5 II, confrontamos oito lentes de 35mme testamos drones e sistemas de disparo. Agora que sol começa timidamentea despertar, leia o que temos para lheoferecer e aceite a nossa sugestão de capa:saia de casa e capte fotos fantásticas!
Fernando Mendes >[email protected]
M
PARTICIPE NOS PASSATEMPOS!
ENTRE EM CONTACTO CONNOSCO!
TODOS OS MESES lançamos umnovo desafio aos nossos leitores.Esteja atento à temática e à datalimite de envio de imagens para
este passatempo (página 91),participe já e ganhe prémios.Consulte as regras de participaçãono CD que acompanha a revista.
ESTA É MAIS uma das secçõesmensais em que pode participare ganhar prémios com as suasfotografias. O tema é livre, por
isso dê asas à sua criatividadee surpreenda-nos! As regrasde participação estão tambémno CD que acompanha a revista.
MISSÃO OLHARES
Use e abuse do nosso endereço dee-mail: [email protected] .Faça-nos chegar as suas opiniõese sugestões, coloque-nos as suasquestões e envie-nos as suasmelhores fotografias para ospassatempos Olhares e Missão...
Se prefere a via tradicional, podecontinuar a comunicar connoscoenviando a sua correspondênciapelo correio para: Goody SA– O Mundo da Fotografia, Av.Infante D. Henrique, Nº 306,Lote 6, R/C, 1950-421 Lisboa.
@ POR VIADIGITAL PORCORREIO*
Zoom Out
FACEBOOKA sua revista de eleição estábem representada na maiordas redes sociais na Internet,
em www.facebook.com/omundodafotografia .Faça “Gosto” já hoje!
A revistaOMF está disponívelem formato digital parao seu tablet ou smartphone.Descarregue a app gratuita etenha a sua revista preferidana ponta dos dedos, sempre!
EDIÇÃO DIGITAL
© A
n a D i a
s
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4 O M U N D O D A F O T O G R A F I A ABRIL 2016
A B R I L
T E MA D E CAP A
08 5832
PORTFÓLIO NACIONALFILIPA MARTINSEis uma instagramer que alia uma melodia
mágica aos seus registos fotográficos.
Demora-se na simplicidade da vida.
IMAGENS AO PORMENORIDEIAS SUPER CRIATIVAS!Capte imagens de ação focadas, aposte na
determinação para obter fotos de aves e
consiga retratos inovadores em estúdio.
ZOOM OUT NACIONALDIANA GOMESA jornada desta fotógrafa ainda agora
começou, mas promete ser inspiradora.
Siga-lhe as pisadas e deixe-se arrebatar.
132
NESTA ED IÇÃOT O D O O I N CR Í V E L “ U N I V E R S O ” D A F O T O G R AF I A N U MA Ú N I CA R E V I S TA . . .
20
Inspire-se no testemunho do artista de rua Michael Ernest Sweet e a suaabordagem peculiar deste género fotográfico em crescimento.SAIA DE CASA E DOMINEA FOTOGRAFIA DE RUA
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08 40
08
Portfóos temtcosFique a conhecer a instagramer Filipa
Martins e sua paixão pelos pequenos detalhes.
Demore-se na visão alternativa dos transportes
públicos de Anne Moningas.
12 Ohres de brAs melhores fotografias enviadas
pelos nossos leitores.
40 Dez nsprdoresproetos fotorficos
54
Áre técnc
Fique a saber tudo sobre o modo defocagem da sua câmara.
58 Csos de estudoSaiba como captar os melhores
registos de vida selvagem.
62 Técncsprofissons
Consiga registos de casamento impactantes,
mesmo quando a luz parece inexistente.
Seja inovador!
66 O mehor d edço demem - Prte 3
Faça com que as suas fotografias parecem mais
nítidas no Adobe Photoshop Lightroom. Funda
objetos num só composição com a ferramenta
Perspective Warp e aplique correções eficazes
no rosto... Tudo no Photoshop CC.
80 Zoom Out –Chrs Pckhm
Um dos apresentadores de TV mais
conceituados mostra-nos o seu inspiradorportfólio de vida selvagem.
88 Msso de mrço:Forms
Os melhores registos dos leitores.
114 No CDConheça todos os conteúdos extra
que preparámos especialmente para si.
90 Fufim X-T1 vsOmpus OM-D
E-M5 IIFique a saber que câmara desistema compacto de design
rétro e funções avançadas sai
vencedora deste duelo.
96 CnonPowershot G5 X
vst upA nova câmara digital do
catálogo da marca. Há uma
série de novidades e a
portabilidade desta linha
mantém-se como uma das
mais-valias para os entusiastas.
98 Ansedethd
Son EF 90 mm f/2.8Mcro G OSSEis uma objetiva que parece
reunir uma miríade de
características
impressionantes. Quer
apostar na macrofotografia e
fazer furor no terreno? Então
talvez seja melhor ponderar a
aquisição deste modelo e
assim aumentar o seu kit
fotográfico.
102 Dronesfotorficos
Ao que parece, estes novos
gadgets começam a
despertar a curiosidade dosartistas. Quer saber qual é o
modelo mais competente?
104 Mochsconfortves
Decida-se pelo conforto e pela
eficácia na hora de adquirir a
sua companheira de terreno.
106 Confronto– Obetvs
fixs de 35 mmDescubra qual o modelo que
preenche os seus requisitos.
Outros temas na sua nova OMF
Equipamento fotográfico em teste
Por favor recicle esta revistaquando terminar de a utilizar
ASSINE JÁ A OMFAVANCE ATÉ À PÁG. 88!
EDITOR
GOODY, S.A.
Sede Social, Edição, Redação e Publicidade:
Av. Infante D. Henrique, n.º 306,
Lote 6, R/C – 1950-421 Lisboa
Tel.: 218 621 530 – Fax: 218 621 540
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DIRETOR GERAL
António NunesASSESSOR DA DIREÇÃO GERAL
Fernando Vasconcelos
DIRETOR ADM. E FINANCEIRO Alexandre Nunes
CONTABILIDADECláudia Pereira
APOIO ADMINISTRATIVO Tânia Rodrigues, Catarina Martins
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REDAÇÃOJoana Clara
TRADUÇÃO E REVISÃOCatarina Almeida
FOTOGRAFIAPaolo Piaggi / EyeEm (capa), Joana Clara
CONSULTORIA TÉCNICAMagali Tarouca
DIRETORA COMERCIAL Luísa Primavera Alves
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COORDENADOR DE PRODUÇÃO EXTERNA António Galveia
COORDENADOR DE PRODUÇÃO INTERNA Paulo Oliveira
ARTE DE CAPA
Susana Berquó
PAGINAÇÃOSusana Berquó, Vanda Martins
CD-ROM – EDIÇÃO Joana Clara
CD-ROM – ARTE DE CAPASusana Berquó
PROGRAMAÇÃO E DESIGNPaulo Santos
CD-ROM – PRODUÇÃO/EDIÇÃO DE VÍDEOSPaulo Santos
COORDENADOR DE CIRCULAÇÃOCarlos Nunes
SERVIÇO DE ASSINANTES E LEITORESMarisa Martins – Tel.: 21 862 15 43
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Site: www.assineagora.pt
DISTRIBUIÇÃO DE ASSINATURASJ. M. Toscano, LDA
Tel.: 214142909
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PRÉ-IMPRESSÃO E IMPRESSÃO Sogapal
Estrada das Palmeiras, Queluz de Baixo
2745-578 Barcarena
DISTRIBUIÇÃO
Urbanos Press
TIRAGEM
11.000 ex.
DEPÓSITO LEGAL N.º 226092/05
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Todos os artigos traduzidos e/ou adaptados são
propriedade da mesma, estando a Goody, S.A.
autorizada a reproduzi-los em Portugal.
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OBSERVATÓRIO
6 O M U N D O D A F O T O G R A F I A ABRIL 2016
NOVIDADES CANON
CELERIDADEMÁXIMA
A fm Cnon expndu-se! H um nov refex e umobetv quererem fzer prte do seu kt fotorfco.
W W W . C A N O N . P T
W W W . S O N Y . P T
catálogo da Canon
acaba de ser alvode duas adições hámuito aguardadas
pelos fãs da marca: a reex demédia gama EOS 80D e a versátilobjetiva EF-S 18-135mm f/3.5-5.6IS USM.
Criada a pensar nos amantes dafotograa e do vídeo Full HD, estanova câmara destaca-se, segundoo fabricante, pela personalizaçãodos botões e pela velocidade.Faz-se valer de um sensor CMOSde 24.2 MP, de um processadorDIGIC 6, de um sistema AF de 45
A Sony decidiu dirigir o seu
foco para as competências
do sistema de focagem
automático das suas
câmaras. Com este propósito
em mente, o modelo a6300
(€ 1.275) viu a luz do dia e,
claro está, destaca-se,
segundo a marca, pela sua
rapidez no terreno.
Faz-se acompanhar por um
sistema 4D Focus, que se alia
a um Fast Hybrid AF. Por
outras palavras, esta câmara
de objetivas intermutáveis
consegue focar um assunto
em apenas 0.05 segundos.
Da lista de características
fazem também parte um ovo
sensor APS-C Exmor CMOS
de 24,2 MP, um processador
de imagem BIONZ X e uma
gama de sensibilidade ISO
entre os 100 aos 51200.
Conte ainda com um corpo
em liga de magnésio,
gravação de vídeo 4K, um
ecrã XGA OLED Tru-Finder
com 2,4 milhões de pontos,
nove botões programáveis,
Wi-Fi e NFC, para partilhar
facilmente as suas fotografias
nas redes sociais.
pontos cruzados e de uma taxa de
disparo célere de 7 fps.Por sua vez, a objetiva EF-S
18-135mm f/3.5-5.6 IS USMencerra em si mesma uma novatecnologia Nano USM e umadaptador opcional , o compacto eleve acessório Power Zoom
Adapter PZ-E1, para que os seusutilizadores possam ter umcontrolo mais ténue do zoomdurante a gravação das suaspelículas. Além disso, a Canonassegura, em comunicado deimprensa, que pode contar comcontrolo remoto via Wi-Fi.
A Cnon sent
que o modeo EOS
80D compromete-se
ser responsvo
pernte ço.
As mais recentes novidades fotográcas!
O
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OBSE R V ATÓR I O
VERSATILIDADEAO PODERDus novs obetvsfxs e um conversor.
REAVIVAR O PASSADOLnh Pen d Ompus é reforçd.
WWW.OLYMPUS . P T
amantes do design
rétro... estãopreparados para amais recente
novidade da Olympus?Disponível em preto e em prateado,a nova Pen-F (€1.199), de apenas427 gramas, é um revivalismo demodelos ancestrais da marca, masinsurge-se agora com umaestrutura metálica e com umrevestimento em pelo.
Fique a saber que este novacâmara de sistema compacto estáequipada com um estabilizador deimagem de cinco eixos, que,
istribuída em
Portugal pelaComercialfoto, aSigma tem agora
novas aliadas para as suas jornadas fotográcas: duasobjetivas f/1.4 para câmarasde sistema compacto e umconversor.
Este fabricante avança entãocom as características-chavedestes acessórios todo-o-terreno.
A ampla abertura da Sigma 30mmF1.4 DC DN propõe uma aposta naluminosidade elevada, assimcomo criativos efeitos bokeh. Já a
segundo o comunicado, é o melhor
até à data. Além disso, a Olympusassegura que este modelo é capazde criar imagens de 50 MP, apesardo seu sensor Micro Quatro Terçospossuir apenas 20 MP. Contetambém com uma oculareletrónica de alta resolução,disparos sequenciais até 10 fps eum sistema de focagemautomática.
Mas a lista de adições não se fcapor aqui: tecnologia Wi-Fi, um ecrãLCD tátil e gravação de vídeo comuma resolução máxima de 1080p a50 imagens por segundo.
D
A
Tmron SP 90mm
F/2.8 MACRO 1:1 D
VC USD
A Tamron acaba delançar uma objetivamacro, o modelo SP90mm F/2.8 MACRO 1:1Di VC USD. Detentora defuncionalidadesavançadas, esta versãofoi equipada com osistema XY-Shift, que,segundo a marca,auxilia a compensaçãode vibração e aestabilização deimagem. Houve espaçopara um incremento davelocidade da focagemautomática, já que ofabricante apostou nasmelhorias do softwarede controlo do motorultrassónico. Primatambém pelaresistência à humidadee às poeiras. Maisadições? Um elementofrontal revestido comfluorite, que contorna a
condensação e facilita aeliminação de manchas.
Tmron SP 85mm
F/1.8 D VC USD
Outra boa-nova daTamron é o lançamentoda primeira objetiva domercado que combinalentes de aberturacélere com tecnologiade compensação de
vibração, a SP 85mmF/1.8 Di VC USD. Amarca assegura que osutilizadores deste novomodelo poderão contarcom imagens dequalidade assinalável,mesmo em cenáriospouco iluminados. Noseu interior residemelementos LD (baixadispersão) e XLD(ultrabaixa dispersão),orientados para aredução de aberraçõescromáticas. Resistênciaa poeiras e à humidade.
Dus novsobetvs pr Tmron
VER MAISALÉM
TECNOLOGIADE BOLSO
WWW. L G . COM/P T
CONCURSOS
WWW.COMERC I A L F O TO . P T
A Sigma anunciou o seu primeiro
concurso fotográfico, destinado a
entusiastas e profissionais da
imagem. Eis os temas: Património
Histórico, Expressões de Portugal eNatureza Viva. Do júri fazem parte os
fotógrafos João Cosme, Pedro Brum
e Fernando Guerra, bem como o CEO
da Comercialfoto, João Carlos Pinto,
e o Prof. José Fabião, da ETIC. Tem
até ao dia 31 de julho para participar.
A série K da LG terá dois novos
modelos: K10 e K4. Esta novidade
foi revelada na última edição da CES
e já está a fazer furor entre os
utilizadores dos smartphones da
marca. Ao que parece a apostadeste fabricante recaiu sobre o
design e as funcionalidades, que se
quiseram avançadas.
De acordo com o comunicado de
imprensa da LG, a capa traseira
destas novas versões oferece uma
boa aderência. Fique ainda a saber
que o smartphone K10 está
equipado com um ecrã HD In-Cell de
5,3 polegadas, duas câmaras de 13
MP (traseira) e 8 MP (frontal),
respetivamente, e uma bateria de
2.300 mAh. Por outro lado, o
modelo K4 apresenta um ecrã de 4,5
polegadas, 8 GB de memória e
conetividade LTE. Ah, e atenção: omodo Flash for Selfie é uma das
mais-valias para os jovens, público-
alvo da marca, segundo a própria.
WWW.COMERC I A L F O TO . P T
segunda objetiva de zoomintermédio do catálogo, a Sigma50-100mm F1.8 DC HSM, foicriada a pensar em retratos e paraa produção de subtis efeitos bokeh.
Por fm, o conversor MC-11apresenta-se como um acessórioque potencia as possibilidadesdestas objetivas. Fique ainda asaber que pode ser utilizado emobjetivas Sigma com montagemSigma SA (Sigma) e Sigma EOS(Canon), nas câmaras SonyE-mount.
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SUPPORT LINE IN HERES E C T I O N H E A D
© F
i l i p a M a r t i n s ( T o d a s a s i m a g e n s )
A partitura de Filipa Martins é delicada, singela everdadeiramente apaixonante. Deixe-se envolver
pela magia da sua batuta. A melodia ecoará!
MEMÓRIAS
MUSICADAS
P O R T F Ó L I O NACIONAL - FILIPA MARTINS
8 O M U N D O D A F O T O G R A F I A ABRIL 2016
NOME: Fp Mrtns
LOCALIZAÇÃO: Lsbo / Ponte de Sor
ASSUNTO: Fotorfi no Instrm
EQUIPAMENTO: Nkon D3100, Phone 5S e pp VSCO Cm
SITE: www.nstrm.com/fipespm
“O MEU nome é
Filipa Martins,
tenho 30 anos.
Vivo na zona de
Lisboa, mas parte
do meu coração estará sempre
no Alentejo. Nasci, cresci e vivi
até aos 23 anos no Alto Alentejo,
Ponte de Sor. A minha vidaprofissional nada tem a ver com afotografia. Sou enfermeira e foipor motivos profissionais que vimpara Lisboa. Trabalho atualmentenum Centro Hospitalar da GrandeLisboa. De início foi complicadoambientar-me à agitação dacapital, tão diferente da pacatezalentejana, mas aos poucos fui-meencantando com a cidade das setecolinas.
Sou uma apaixonada pelascoisas simples e bonitas da vida, eé isso que gosto de fotografar.
É no Instagram que partilho asminhas fotografias preferidas, quecapto com o smartphone (iphone5S) e, esporadicamente, com acâmara fotográfica, uma NikonD3100. Prefiro sempre a luznatural e dou muita importânciaaos pequenos pormenores. Adorofotografar portas e janelas, mesasbonitas, loiças antigas e paisagensinspiradoras. Prefiro fotografarsozinha, às vezes em casa, outraspasseando pelas ruas detelemóvel em punho.
Iniciei a minha conta no
Instagram em 2012 e foi esta redesocial que reforçou a minha paixãopela fotografia. Tenho já mais de900 fotografias publicadas e maisde 39 mil seguidores (muitosdevido aos dois destaques na listade utilizadores sugeridos peloInstagram). São também eles queme motivam e inspiram parafotografar mais, pelo feedback tãopositivo que me transmitem.
Gosto muito de música e, porisso, nada melhor do que associara música à fotografia. Foi assimque nasceu a ideia de legendar asminhas fotografias do Instagramcom o título ou partes da letra deuma música. Gosto da ideia deatribuir um som à imagem,levando os outros a dançar pelasminhas imagens.
Fotografar é um desafio quegosto de encarar todos os dias e é
a forma mais bonita de captar omundo que me rodeia.”Quando contemplamos o
trabalho de Filipa Martins,percebemos que a descrição quefaz de si própria não poderia sermais fiel à realidade. É quando seencontra a sós consigo mesmaque consegue dar forma aos seussonhos. Os seus registosfotográficos parecem verdadeirosfaróis de felicidade e fazem-nosacreditar que ainda podemos teresperança num mundo melhor.Onde só a liberdade tem trono...
Equipamento Nikon D3100 a 18 mmExposição f/5.6 a 1/5 seg.; ISO 800“If I lay here, if I just lay here, would you lie with me and just forget the world?”#snowPatrol
Equipamento Nikon D3100 a 55 mm Exposição f/8 a 1/50 seg.; ISO 100“Been wondering if your heart’s still open and if so wannaknow what time it shuts”. #ArcticMonkeys
Equipamento Nikon D3100 a 23 mmExposição f/3.8 a 1/60 seg.; ISO 450
“Easy like Sunday morning”. #FaithNoMore
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SUPPORT LINE IN HERES E C T I O N H E A D
ABRIL 2016 O M U N D O D A F O T O G R A F I A 9
Equipamento Nikon D3100 a 26 mmExposição f/8 a 1/640 seg.; ISO 200
“There are places I remember all my life.Though some have changedSome forever, not for better
Some have gone and some remainAll these places had their moments”.
#TheBeatles
Equipamento Nikon D3100 a 18 mm Exposição f/8 a 1/40 seg.; ISO 200“I’m a lucky girl.” #JoniMitchell
Equipamento Nikon D3100 a 28 mmExposição f/8 a 1/125 seg.; ISO 100“É uma casa portuguesa, com certeza.” #AmáliaRodrigues
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SUPPORT LINE IN HERES E C T I O N H E A D
©
A n n e M a n i n g a s ( T o d a s a s i m a g e n s )
Visão em túnel: conheça uma condutorasubterrânea que tem a sorte de combinaras suas duas grandes obsessões.
A LUZ AO FUNDO
DO TÚNEL
NOME: Anne Mnns
LOCALIZAÇÃO: Londres
ASSUNTO: Fotorfi de “vem”
EQUIPAMENTO: Cnon EOS 5D Mrk III comobetv 35 mm f/1.4L USM
SITE: www.verson3pont1.co.uk
SE dominar os
princípios básicos
da fotografia, são
invariavelmente
o tempo e o acesso
a um assunto ou local que fazem
a maior diferença nas suas
imagens. Mas isto, muitas vezes,
entra em conflito com as exigências
de um emprego. Uma solução é
combinar as duas coisas – algo que
a condutora do metropolitano de
Londres Anne Maningas tem
conseguido fazer com grande êxito.
“Trabalho no metropolitano há
quase nove anos, mas tenho uma
obsessão com ele desde a infância”,
revela. “Aprendi bastante sobre
restrições de iluminação na
adolescência quando comecei a
viajar no metro com uma das
minhas primeiras câmaras, uma
Pentax ME Super. O meu estilo e
abordagem desenvolveram-se detal forma que fotografo apenas
manualmente e são raras as vezes
em que uso flash, preferindo
recorrer à luz disponível em
condições de iluminação precárias.
“Além da luz fraca, um dos
principais problemas com que
tenho de lidar é a segurança”,
explica ela. “Levo isso muito a sério,
porque o metro pode ser um sítio
perigoso. Eu estou autorizada a
estar e a trabalhar na linha quando
os comboios estão em movimento,
por isso tenho consciência dos
vários riscos de estar na via-férrea
e das precauções que posso ter de
tomar. Não vale a pena arriscar a
segurança só para fazer um registo.
“A fotografia também tem de
encaixar quando vou para e de um
local de trabalho – ou, por acaso,
tenho dez minutos extra antes de
começar a trabalhar ou no final do
dia. Nunca fotografo enquanto
estou a conduzir ou quando estou
encarregue de um comboio”,
acrescenta. “Quando estou a viajar
e posso captar imagens, tenho de
estar ciente do movimento lateral
repentino ou de sacudidelas, como
quando o comboio passa por cima
de um entroncamento. Ter um
conhecimento prático do metro
faz com que eu consiga prever
muito disso e equilibrar-me.”
Anne tem sido uma utilizadora
ávida da série Canon EOS 5D desde
2008. Atualmente tem uma 5DMark III, usando uma objetiva
Canon 35 mm f/1.4L USM como
base nos últimos sete anos.
“Também uso a Canon 24-70 mm
f/2.8L II USM para trabalho exterior,
como nos nossos dias de eventos
históricos especiais. Quando o
volume não é prático, tenho uma
Canon EOS M com objetiva 22 mm
f/2.8 STM – é uma útil caixinha de
truques e também a uso no dia a dia
para relatar coisas como falhas na
via, ou qualquer coisa que exija uma
foto de boa qualidade como prova.”
EquipamentoCanon EOS 5D Mark II com objetiva EF 35 mm f/1.4L
Exposição f/4 a 1/30 seg.; ISO 400
Aproveitei ao máximo aqui a luz disponível numa carruagem
de um antigo comboio de 1962.
EquipamentoCanon EOS 5D Mark II com objetiva EF 35 mm f/1.4L USMExposição f/1.4 a 1/15 seg.; ISO 2.000 A apanhar boleia para casa na Jubilee Line.
P O R T F Ó L I O INTERNACIONAL - ANNE MANINGAS
10 O M U N D O D A F O T O G R A F I A ABRIL 2016
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Equipamento Canon EOS 5D Mark com objetiva EF 17-40 mm f/4L USM a 40 mmExposição f/8 a 1/500 seg.; ISO 400 O nevoeiro de uma manhã de primavera cai sobre a linha do metro, em Uxbridge.
EquipamentoCanon EOS 5D Mark II com objetiva EF 17-40 mm f/4L USM a 22 mmExposição f/8 a 1/640 seg.; ISO 400Os comboios C Stock dos anos 1960 no fim da sua vida de trabalho em Hammersmith.
ABRIL 2016 O M U N D O D A F O T O G R A F I A 11
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Demore o olhar nos melhores registos fotográcosenviados pelos leitores da OMF e encontreinspiração para dar asas à sua veia mais criativa.
OLHARES ABRIL
OLHARESLE I TORES
OLHARESL E I T O R E S
12 O M UN D O DA F OT OG RA F IA ABRIL 2016
1
Envie as suas fotos para ‘[email protected]’.
Regras de participação no CD que encontra na pág. 114.
MÁRIO CARNEIRO REDES DO MAR!´Um registo num cais de Vila do Conde.”
EquipamentoCanon EOS 60D a 85 mm
Abertura f/5.6 Exposição 1/160 seg.
Sensibilidade ISO 320
1
www.metz-mecatech.de/es
www.cactus-image.com
PARTICIPE TAMBÉME GANHE PRÉMIOS!
MENSALMENTE, os leitores da revistaO Mundo da Fotografia são contempladoscom apelativos prémios em resposta aos
desafios que lançamos em cada edição.No passatempo Olhares deste mês, o leitorMário Carneiro foi eleito o 1º classificado ereceberá um disparador remoto Cactus V5(€ 41,99). Já o leitor Paulo Taínha, 2ºclassificado, será premiado com um flashMetz Led 72 (€ 29,90). Ambos os prémiossão oferta Rodolfo Biber S.A.
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OLHARES L E I TORES
ABRIL 2016 O M U N D O D A F O T O G R A F I A 13
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OLHARESL E I T O R E S
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2
PAULO TAÍNHA BLUE WATER
EquipamentoCanon EOS 450D a 100
mmAbertura f/8 Exposição 1/60 seg.
Sensibilidade ISO 400
3
MANUEL ADREGA POESIA DA NATUREZA
EquipamentoCanon EOS 600D a 250 mm
Abertura f/6.3 Exposição 1/400 seg.
Sensibilidade ISO 800
4
ANTÓNIO DE JESUS ESTOU AQUI“Serra do Bussaco.”
EquipamentoCanon EOS 7D Mark II a 25 mm
Abertura f/11 Exposição 1/6 seg.
Sensibilidade ISO 100
2
3 4
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OLHARESL E I T O R E S
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5
SANDRA DOS SANTOS JOANA FRANCO“Sessão fotográfica à modelo Joana Franco.”
EquipamentoCanon EOS 6D a 200 mm
Abertura f/5 Exposição 1/640 seg.
Sensibilidade ISO 100
6
ABÍLIO NEVES WHITE BOAT“Depois de um dia de faina, o descanso merecido...”
EquipamentoCanon EOS 700D a 12 mm
Abertura f/13 Exposição 1/10 seg.
Sensibilidade ISO 100
5
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OLHARESL E I T O R E S
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PEDRO SILVA DESPIDA PELO VENTO“Uma paisagem natural onde
podemos ver uma árvore que, por se
encontrar perto do mar, está sujeita
aos fortes ventos que aí acontecem.”
EquipamentoNikon D5300 a 18 mm
Abertura f/10 Exposição 1/160 seg.
Sensibilidade ISO 100
8
RAUL GONÇALVES SALTÃO“O amor está nas coisas pequenas.
Imagem captada em Nunes, Vinhais.”
EquipamentoCanon EOS 60D a 100
mmAbertura f/4Exposição 1/4 seg.
Sensibilidade ISO 160
9
JOÃO COUTINHO RENASCER DAS CHAMAS
EquipamentoNikon D90 a 58 mm
Abertura f/5 Exposição 1/160 seg.
Sensibilidade ISO 500
10
DIOGO NAZARÉ NATURAL TEARS“A magia de uma manhã na floresta
depois de uma noite de chuva fraca.”
EquipamentoCanon EOS 1100D
a 49 mmAbertura f/5.6 Exposição
1/80 seg.Sensibilidade ISO 200
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OLHARESL E I T O R E S
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1211
1311JORGE ROSA SEM TÍTULO“Fotografia captada na Ria de Aveiro,
antes do nascer do sol. ”
EquipamentoNikon D610 a 24 mm
Abertura f/13 Exposição 30 seg.
Sensibilidade ISO 100
12
LUÍS GONÇALVES PONTE EIFFEL“Fotografia tirada na linha de caminho
de ferro na Ponte Eiffel, em Viana
do Castelo.”
EquipamentoCanon EOS 60D a 17 mm
Abertura f/5.6 Exposição 1/13 seg.
Sensibilidade ISO 200
13
ANTÓNIO COELHO PLAY WITH LIGHTS“Imagem obtida em contra luz
branca intensa.”
EquipamentoNikon D7100 a 66 mm
Abertura f/8 Exposição 1/90 seg.Sensibilidade ISO 100
14
JOÃO AMARO ECOS DE LUZ
EquipamentoNikon D90 a 10 mm
Abertura f/10 Exposição 1/200 seg.
Sensibilidade ISO 100
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OLHARESL E I T O R E S
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PARTICIPE, ENVIE-NOS AS SUAS FOTOGRAFIAS!
www.metz-mecatech.de/es
www.cactus-image.com
Participe no passatempo
Olhares da edição
de junho da OMF!
Utilize o e-mail
‘[email protected]’ e siga
as regras de participação
que encontra no CD.
Habilite-se a ganharum disparador remoto
Cactus V5 (€ 41,99)
e um flash Metz Led
72 (€ 29,90), ofertasCactus e Metz, marcas
distribuidas em Portugal
pela Rodolfo Biber S.A.
Serão premiados
o 1º e 2º classificadosdeste passatempo.
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© M i c h a e l E r n e s t S w e e t
R U A S
SALVEMAS
A Internet está a ajudara fotograa de rua – ou a matá-la? Michael Ernest Sweet oferece-lheuma visão pessoal provocadora.
FOTOGRAFIA de rua está em grande. Masisto será bom? E, o que é mais importante,tem alguma consequência? Como é que
podemos criar imagens de rua cativantes e únicasquando já foi tudo fotografado? Os workshopse as regras intermináveis têm algum valor?
Este fotógrafo vai tentar responder a estasquestões, bem como iniciá-lo na fotografia de ruasignificativa. Vai mostrar-he como desenvolveu o seuestilo, o quão difícil foi e as vezes que falhou ao longo
do percurso. Mas agora, garante Sweet, ele sabecomo produzir imagens de rua que não só selibertam de clichés, mas vendem por todo o mundo.
A
O que é a fotografia de rua? página 22História breve da fotografia de rua 24O que está errado nas fotos atuais 26Porque deve ter cuidado com as regras 28Vá para as ruas e seja único 30
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M i c h a e l E r n e s t S w e e t p o r t r a i t b y M a e g h a n D o n o h u e
MICHAELERNEST SWEET
Fotógrafo, escritor
e professor
Michael é conhecido pela
sua fotografia de rua de
grande plano a preto e
branco e com grão, bem
como pelo seu trabalho
de baixa fidelidade com
câmaras descartáveis e
toy . Em 2012, publicou
o seu primeiro livro de
fotografia,The Human
Fragment , a que se
seguiuMichael Sweet’s
Coney Island , em 2015.
www.michaelsweet
photography.com
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As qualidades de um registo de rua sãomais gerais do que aquilo que pensa.
EM havido algumadiscussão ultimamente
sobre o que constitui umafotograa urbana. É apenas umaimagem captada na rua ou há algo maispara além do que é logo percetível? “Afotograa de rua é fotograa que incluiencontros casuais e acidentes fortuitosdentro de espaços públicos”, sugere a
Wikipédia. “Não precisa da presençade uma rua nem do ambiente urbano.Embora inclua geralmente pessoas, afotograa de rua pode não ter pessoas,e pode ser um objeto ou ambienteonde a imagem projeta umapersonagemdecididamente humanaem fac-símile ouestética.”
OLHE EM VOLTAEsta deniçãoajuda-nos a entender oque estamos a tentarcriar numa fotograa derua. Repare que não énecessária uma rua em si; nemuma pessoa. Ir além dos elementosóbvios vai permitir que o seu trabalhoque acima da grande quantidade defotos de rua existente.
Não fotografe apenas alguém aandar no passeio. Procure locaisinvulgares – becos, estradas de campo,parques de estacionamento; a feiralocal ou a barbearia. Até umamercearia pode ser interessante.
Tente criar algumas imagens quesugiram uma presença humana, mas
O QUE É A
FOTOGRAFIADE RUA?
intitulavam fotógrafas de rua estão adistanciar-se deste título. Talvez istotenha mais a ver com distanciarem-seda quantidade de registos de ruadesinteressantes que existem por aí.
Mas a questão é válida. A fotograadocumental, a de rua e a de retratosmisturam-se e até produzem fotoshíbridas. Algum deste trabalho podeser o mais cativante. Talvez sejanecessária uma nova categoria, ou umanova forma de falar sobre este género?Talvez um termo como fotograapública fosse mais adequado.
Então o que é que isto tudo signica?Signica que pode criar fotograas derua de topo, e dobrar ou até quebrar asregras ao fazê-lo. Saiba que onde querque esteja, seja qual for o seu assunto,pode ser excelente neste género de arte.
DICA ÚTILNão ligue às regras.
Fotografe intuitivamente.Viva com as suas fotospor um tempo antes deas mostrar ao mundo.
não retratem diretamente pessoas. Istoé difícil, mas pode compensar muito
quando acertar. William Egglestonfê-lo otimamente no seu trabalho.Muitas pessoas podem sentir-se
desencorajadas a experimentar afotograa de rua se não viverem numacidade grande como Nova Iorque ouLondres. Não se preocupe: há muitasfotos excelentes há espera de seremtiradas em localizações rurais. MarkCohen fez toda uma carreira a relatar acidade Wilkes-Barre, na Pensilvânia.
Uma área de discórdia é se podepedir a uma pessoa para
posar para uma foto derua. Muitos
autoproclamadosgurus da fotograa derua insistem que não,que uma fotograa derua tem de serespontânea. Não é
assim tão simples.O que é “espontâneo”?
Um acordo implícito e tácitoentre fotógrafo e assunto conta?
Se não, o que dizer de Vivian Maier,considerada uma das melhoresfotógrafas de rua do século XX? Muitodo trabalho dela foi produzido
abordando um assunto e cativando-ocom um pacto não verbal.
UM RÓTULO É APENAS ISSOUma das questões que mais dá quepensar é se o rótulo de fotograa de ruaé sequer necessário. Parece haver ummovimento em que pessoas que se
Não fotografe apenas alguém a andar no passeio.Procure locais invulgares – becos, estradas decampo, parques de estacionamento; a feira local ou abarbearia. Até uma mercearia pode ser interessante.
T
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À esquerda Michael diz:“Não tenha medo deinclinar a câmara emângulos estranhos.”
Em baixo, à esquerda “Esta imagem foicaptada inclinando-mecerca de 60 cm sobreo homem. A velocidadeé essencial.”
Em baixo “Às vezesgosto de aparecer; aqui,adiciona interesse esimetria ao registo.”
DICA ÚTILCompre uma câmaradescartável de 35 mm
e vá para as ruas duranteuma tarde. A liberdade
das definições da câmaraserá entusiasmante.
Divirta-se!
© M
i c h a e l E r n e s t S w e e t
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Z O O M I NGUIA COMPLETO PARA FOTOGRAFIA URBANA
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UITASpessoas vão a
correr comprar umacâmara e vão para as
ruas. Isso não é errado – até podem tersorte e captar registos impactantes –mas ser um artista, pelo menos nosentido tradicional, exige mais trabalho!
Um elemento importante é fazer umapesquisa sobre a história da fotograade rua, e perceber onde se encaixa o seutrabalho. Imagine juntar-se a umaconversa sem saber nada do que foi ditoantes. Criar arte urbana ou fotograasmais criativas não é diferente.
Portanto, aqui vai: a história rápida esimples da fotograa de rua. As suas
Familiarize-se com algum do trabalho que veio antes de sie vai começar a compreender onde pertence.
BREVE HISTÓRIA DAFOTOGRAFIA DE RUA
linhas distintamente demarcadas
existem apenas nos livros, masgeralmente é aceite que Eugene Atget é opai do género. Ele trabalhou nas ruas deParis desde os anos 1890 até à década de1920, estabelecendo a rua como umlocal sério para fotografar.
As fotograas de Atget consistiamprincipalmente em assuntos nãohumanos. Sim, o pai da fotograa de ruafazia registos urbanos sem pessoas.Então porque é que é tão difícil (e atédesaconselhado) fazê-lo atualmente?Uma citação do magníco livro Ensaiossobre Fotograade Susan Sontag vaiajudar-nos a entender. “A visão
fotográca tem de ser constantemente
renovada com novos choques, quer sejaassunto ou técnica, para produzir aimpressão de quebrar a visão comum”.Por outras palavras, fotograas deparques, montras de lojas e outrosassuntos de rua não humanostornaram-se demasiado familiares paraafetarem a forma como os vemos.
O MOMENTO DECISIVO O próximo nome grande a entrar emcena seria Henri Cartier-Bresson, comquem quase todos os fotógrafos estãofamiliarizados de alguma forma. Foi umdos primeiros a focar-se na ação
© H e n r i C a r t i e r - B r e s s o n / M a g n u m P
h o t o s
M
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Na página ao lado Henri Cartier-Bressontrouxe o timing eelemento humano paraa fotografia de rua.
À esquerda O estilo espontâneo eguiado por flash deBruce Gilden tem sidobastante imitado.
Em baixo
Constantine Manosprocura situaçõesinteressantes antes decomeçar a fotografar.
humana nas ruas e a fotografar aquilo aque chamou “o momento decisivo”.
Esta é a ideia de que há um momento“perfeito” para captar uma fotograaem qualquer cena humana adesenrolar-se na rua. Uma fração desegundo antes ou depois deste instante
vai diminuir o valor estético da foto. Por vezes isto é útil, mas não universal nasua aplicação. O momento que agradaao nosso gosto estético pode ser
bastante diferente do seu. Sugerir quehá um momento correto objetivamentedenível pode ser difícil de estabelecer,no mínimo. De qualquer forma, oconceito pegou e continua a ser umacontribuição central para o género.
A seguir, surge Robert Frank. Eramembro do New York School, grupoque ajudou a popularizar a fotograa derua nos EUA. The Americans (publicado em 1958) de Frank é umadas monograas de fotograa de rua
mais populares e mais vendidas. Asimagens tinham uma naturezanervosa, muitas vezes desorganizada,que desaava o mundo da fotograa naaltura. Foi, provavelmente, o momentoque deu início ao que denominamosfotograa de rua atualmente– momentos crus e cândidos de pessoas
a fazerem as suas rotinas diárias.
TEMPOS MODERNOSOs fotógrafos de rua posteriores aatingirem a fama eram, geralmente,descendentes diretos de Frank.Destacamos três pelas contribuiçõesnotáveis para a fotograa de rua queainda são temas quentes de debate.
Gary Winogrand deve serconsiderado o pai de uma técnicapopular entre os fotógrafos de ruaatualmente: a fotograa de“metralhadora”. Embora ele usasse 35mm e simplesmente enrolasse edisparasse rapidamente, em contrastecom os modos de disparoatuais, os dois são iguais.Esta forma de trabalharé atacada pelos quereivindicam que as
boas fotos surgemmais por sorte que
por técnica.Mark Cohen foium dos primeiros afazer registos “semocular” – sem ocular, semenquadramento cuidado. Estatécnica ca debaixo de fogo por deixarmuito ao acaso.
Joel Meyerowitz viu autilidade da película acores na fotograa derua. Mais uma vez, éuma questão ainda
muito debatida: umafotograa a cores é
real? Claro que é, masnão para o purista que
vive numa era de imagensde película a preto-e-branco.
Este argumento é engraçado. Asimagens monocromáticas sãosupostamente superiores a transmitir arealidade, apesar de vermos a cores.
Há apenas pontos de partida.Pesquise alguns dos nomes quereferimos e rapidamente cará imersoem toda a história da fotograa de ruaque alguma vez desejaria.
DICA ÚTILLargue o ecrã e faça
impressões. São umaaposta segura para
conseguir imagenspreciosas e, mais que isso,vão evocar sentimentos
diferentes.
© B r u c e G i l d
e n / M a g n u m P
h o t o s
© Constantine Manos / Magnum Photos
Pesquise sobre a história da fotografia de ruae perceba em que subtema se enquadra o seutrabalho. Imagine juntar-se a uma conversasem saber nada do que foi dito...
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A Internet tornou as fotograas de rua mais populares do que nunca – e está a matá-las.
A FOTOGRAFIA
DE RUACONTEMPORÂNEANÃO TEM ROUPAS
GORA temos uma noçãodo que é uma imagem derua, e algum
conhecimento geral da históriado género. Vamos virar a nossaatenção para onde as coisascomeçaram a correr mal.
A fotograa de ruatornou-se um passatempotão popular que ogénero produzcentenas de imagensmonótonas e cheiasde clichés de pessoaspor pretensosfotógrafos de rua;todos os dias! Aquelaimagem da avó de alguémna sua ida à mercearia, queestá a espalhar-se pelo Facebook,tem algum valor artístico? Este tipo deimagem tem alguma relação com otrabalho de Henri Cartier-Bresson?
Defendemos que não tem. Não só o
conteúdo da imagem se tornou banalaos nossos olhos (graças à nossacultura visual, em que todos têm umacâmara no bolso), mas também a visãopor trás da fotograa está em falta.Muito do que chamamos fotograa de
rua atualmente terá um sériomomento de verdade. O rei
não tem roupas. Vai nu!
CALOR,MAS SEM LUZ
Atualmente, paraser fotógrafo de rua
basta ter uma câmara(até um smartphone)
e uma plataforma ondepublicar – Facebook,
Instagram, ou um site. Ascoisas não foram tão fáceis para
Frank, Winogrand ou até Bruce Gilden.Tiveram de investir na ideia de fazerfotograa de rua. Depois tiveram desubmeter o seu trabalho a críticos eeditores, que eram muito mais severosque os seus amigos das redes sociais.
Estes críticos estavam a exprimir
opiniões mais corrosivas, não apenasgosto pessoal. Eles compreendiam ahistória da fotograa e a losoa daestética, e situaram o trabalho dentro(ou expulsaram-no) desse assuntomaior. Hoje em dia, apenas contamosos “gostos” do Facebook e aceitamosisso como uma expressão de valorartístico. É um caso de cegos a guiaremcegos e está a começar a notar-se.
Então porque existe toda esta máfotograa de rua? A resposta não ésimples, mas vamos tentar ilustrar oque está a passar-se. As pessoas pegamnuma câmara (pequeno investimento
DICA ÚTILAlargue o seu
conhecimento além dosregistos de rua. Leia
sobre arte, cinemae cultura. Isso vai
transparecer no seutrabalho mais do que
imagina.
hoje em dia), vão para as ruas e captamfotograas ao acaso de estranhos afazerem... bem, nada, geralmente. Vãopara casa, procuram no meio dos seusnove mil frames, e escolhem algunsque acham bons. Publicam-nos onlinee esperam.
A seguir, os amigos ou “seguidores”carregam no botão Gosto. Depois ostrolls, muitas vezes pessoas que têminveja da atenção, surgem e criticam.Começam as guerras de comentários.Nada disto tem a ver com a qualidade
estética da foto. Na melhor dashipóteses, alguém pode exprimir o seugosto pessoal – “Eu não gosto destafoto” – mas, infelizmente, isto tempouco valor. Já não há crítica
verdadeira. É assim que tantas imagens banais surgem nas nossas vidas.
Na verdade, há toda umasimplicidade na fotografiade rua contemporâneaque não é intencional. Eé isso que é apelativo!
A
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Na página ao lado, embaixo “Às vezes menosé melhor. Mais aqui teriaresultado numa foto banalde Times Square.”
À esquerda “A foto quedeu início a tudo para mimcom o tema ‘fragmentohumano’. Experimentecaptar bocados de pessoas
sem expor o corpo.”
Em baixo, à esquerda“Esta foi tirada semparar, exemplificando avelocidade impressionantedas câmaras Ricoh GR.”
Em baixo “Nem todas asfotos de rua têm de estardesprovidas de interação.Aborde alguém e converse– mas mantenha o dedo noobturador!”
Agora, por favor, não nos interpretemal. Pode criar registos de rua banais
verdadeiramente cativantes. WilliamEggleston fá-lo. Mas há umasimplicidade na fotograa de ruacontemporânea que não é intencional– simplesmente não há visão artísticapor trás. A diferença é enorme. Basta
observar o trabalho de Eggleston para ver imediatamente o que queremosdizer. Ele mostra-nos o banal de umaforma que renova a nossa visão.
Por m, há a questão da edição. Aparentemente, já ninguém edita o seutrabalho, pelo menos na comunidadede fotograa de rua atual, onde é
comum carregar uma dúzia ou até duasdúzias de imagens por dia! Na verdade,isto é simplesmente insustentável –pelo menos, como arte. E se nãoestamos a fazer arte, temos deperguntar a nós mesmos o que estamosaqui realmente a fazer e o quepretendemos verdadeiramente criar.
© M
i c h a e l E r n e s t
S w e e t
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À medida que mais pessoas se dedicam à fotograa de rua, mais estão dispostas
a aprender. Mas tenha cuidado com quem escolhe para lhe ensinar.
AS REGRAS DA FOTOGRAFIADE RUA SÃO ESTÚPIDAS
Em cima “Uma das minhasfotos favoritas de sempre.Adoro a desfocagem.Adoro cães. Aprendi a vivercom os olhos cruzados.”
M efeito secundáriolamentável da moda dafotograa de rua é a grande
quantidade de pessoas a tentar ganhara vida a ensinar o género à lainterminável de novatos.O problema éque estes professores não estão qualicadospara ensinar. Não só estão a inventar conteúdoestúpido para ensinar, mas também estão acausar repetição monótona no género.
Uma das coisas mais populares que estesorientadores de workshop fazem é promover
uma regra. Faça isto, não faça aquilo. Masseguir as regras não produz arte – pelo menos,não arte boa. O que inspira melhor a arte é oconhecimento e a contemplação cuidada deartistas dominantes e do seu trabalho. Estudeas artes se quiser ser um artista, em vez degastar centenas de euros para ouvir umautoproclamado especialista inexperiente adizer o que deve e não deve fazer.
Então o que são estas regras? Alguma delasse conrmam? Nós pesquisámos na Internete aqui está o que encontrámos…
© Michael Ernest Sweet
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Oito diretrizes que pode encontrar em workshopsou online – e como pode fazer melhor.
AS “REGRAS” DA FOTOGRAFIADE RUA DESMISTIFICADAS
1 “Se está em dúvida,ponha de parte.”Muitos tesouros de negativos não
publicados foram encontrados em
propriedades de fotógrafos dominantes.
Alguns, que o fotógrafo criticouinicialmente, tornaram-se imagens
altamente populares. Além disso,
aprendemos muito sobre fotos já
famosas olhando para as imagens
circundantes em folhas de contacto.
Pôr tudo de parte exceto o melhor vai
deixar pouco no seu arquivo de vida.
Também pode privar o estudo póstumo
do seu trabalho, caso suscite tal interesse.
Além disso, o que acha que é uma foto
má hoje em dia pode mudar. O tempo
favorece quase sempre as fotos.
Como Susan Sontag declarou em
On Photography: “Por fim, o tempo
posiciona a maioria das fotos, mesmo
as mais amadoras, ao nível da arte.”
2 “Nunca recorte.”Alguém já olhou para as folhasde contacto de fotógrafos famosos?
Aparentemente, tudo o que faziam era
recortar! Se tira uma foto fantástica, mas
há um pequeno pedaço de limitação de
construção ou parte de uma cabeça ao
longo da aresta do frame , por exemplo,
vai mesmo deixar assim porque um
orientador de workshop disse-lhe para
nunca recortar? Absurdo. Recorte!
Talvez a ideia seja que não deve contar
com o recorte para criar boas imagens.O recorte é apenas mais uma ferramenta
na caixa de ferramentas do
pós-processamento; não deve ter medo
de a usar nas situações certas e da forma
correta.
3 “Faça opós-processamentode uma foto até estar80% boa, depois pare.”O quê?!?
4 “As fotos tiradas empelícula são maisrespeitadas que o digital.”Não, os bons fotógrafos são mais
respeitados. Isto é só outra tentativa inútil
de justificar o uso de película. A fotografiade película é diferente da digital.
Nenhuma é melhor, apenas diferente.
Experimente as duas. Contudo, fica um
aviso: a película de 35 mm vai morrer, pelo
menos ao nível do consumo. Isto já não é
uma discussão. Não só a maioria das
câmaras de 35 mm já não é produzida
(nem peças para elas), mas também os
custos de revelação de película estaõ a
crescer exponencialmente depressa.
5 “Nunca fotografe emProgram ou Auto.”Porquê? Fotografe com o modo que lhepermitir captar melhor o momento. Além
disso, o modo P quer dizer Professional,
não Program.
6 “Usar película ajuda oprocesso de edição.”Não, idiota, aprender a editar ajuda no
processo de edição.
7
“Na fotografia de ruao importante é ficar
perto – muito perto.”OK, há alguma sabedoria aqui, mas há
muitos fotógrafos de rua que levam esta
regra demasiado a sério. A fotografia de
rua não se define (ou não deve ser
definida) por disparar um flash a 15 cm
da cara de alguém. A culpa disto é sua,
Bruce Gilden!
Antes que alguém o mencione, sim,
nós também somos culpados por esta
técnica. Mas todas as boas fotos de rua
têm de ser tão claustrofóbicas? Afaste-se
um pouco. Mostre-nos o resto da história.
Cartier-Bresson não ficava assim tão
próximo. E quando Robert Capa
mencionou a aproximação, ele não
estava a falar de 15 cm.
A fotografia de rua contemporânea
(em muitos aspetos, mas não todos)
está a tornar-se mais importuna. Chegou
ao ponto em que não está a melhorar afotografia de rua, mas sim a provocar
muita imitação, o que leva a imagens
aborrecidas. Não siga uma regra para
criar uma imagem: siga o seu instinto.
Também pode seguir o seu coração.
Nem toda a fotografia de rua tem de ser
tão crua e grotesca – há outras formas
de chocar os sentidos.
8 “Evite o confrontoao fazer fotografiade rua.”Agora estão a tirar a diversão toda!
Falando mais seriamente, pode estar
aqui um bom conselho. Também anda
de mãos dadas com a aproximação.
Todo o conflito e intrusão que estamos
a ver refletidos em muita da fotografia
de rua contemporânea são amplamente
responsáveis pelos crescentes pedidos
de criminalização do género.
Há uma grande divisão entre poder
tirar uma foto a alguém legalmente ou
ter a sua permissão tácita para o fazer.
Se alguém mostrar desconforto com
a sua objetiva apontada na sua direção,
o nosso conselho é afastar-se. Vale
mesmo a pena? Ia gostar?
OK, isto não é um discurso retóricocontra os workshops de fotograade rua – a sério que não. Contudo,estamos a oferecer um concelho aos
fotógrafos de rua principiantes: há pessoas ansiosas por car com o seudinheiro. Evite workshops, a menosque o seu objetivo seja tornar-se umacópia de alguém. Estude a fotograacomo uma arte, não uma ciência.Olhe para o trabalho queveio antes de si. Sigaa inspiração, não regras.
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STÁ DESENCORAJADO? Não esteja. A fotograa derua pode ser muito
divertida, e ainda há fotosdistintivas para serem tiradas.Para fazer boa fotograa de rua na era
visual, vai ter de aprender a história dafotograa e desenvolver o seu próprioestilo dentro desse assunto. Não é tãodifícil como parece, prometo. Aqui estácomo eu desenvolvi um estiloimediatamente reconhecível.
Eu era como qualquer outro novato.Idolatrava Bruce Gilden, tirava fotos
O futuro da fotograa de rua está nas suas mãos. Estána altura de decidir no que se quer tornar.
VÁ PARA AS RUASE SEJA ÚNICO
laterais de pessoas comuns a fazeremcoisas comuns, e julgava que era precisouma Leica para isso. Aprendi cedo queas fotos que estava a tirar eram tudomenos únicas, quanto maisinteressantes, e que uma Leica M erapesada demais.
APRENDER A VOAR Comecei a folhear livros de fotograaclássicos. Fui imediatamente einstintivamente atraído para o trabalhode Mark Cohen e Daido Moriyama.
Adquiri uma Ricoh GR1v 35 mm e tentei
ser Moriyama. Tirámos fotosinteressantes, mas eram uma cópia detrabalho muito melhor.
A seguir, tivemos uma Ricoh GRDigital IV: pequena, leve e tão rápidaque não tinha rival. Permitia captarimagens sem ser visto ou detetado.Diversiquei os locais. Comeceia fotografar na praia, bem como nospasseios. Não tinha ocular e o LCDestava desligado.
Com uma 28 mm, aprende-se a vercomo a câmara vê. Podia simplesmenteapontar a câmara e saber o que estava a
© M
i c h a e l E r n e s t S w e e t
E
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Na página ao lado “Esta éuma das minhas fotos maisvendidas. Aproxime-sebem, mesmo bem. Dê-nosapenas o suficiente para aimaginação fazer o resto.”
À esquerda “Pare edescanse algumas vezes.Mantenha o olho na oculare o dedo no obturador, vaiacontecer.”
Em baixo “Um homem faz
uma pausa no calorabrasador de julho. Deixeo assunto sair do frame – isso adiciona ansiedade.”
XXXXXXXXXX
XXXXXXXXXXXXX
obter no frame. Juntei a isto a inuênciade Cohen a cortar cabeças e a estéticacom grão de Daido e criei algo quecomeçou a assemelhar-se ao meupróprio estilo.
Não foi fácil: foi um processo longodurante vários anos. Quando voltei àfotograa em 2010, após mais de dezanos longe de uma câmara, tireifotos a cores de puxadores deportas – muito diferentedas minhas maisrecentes imagensapocalípticas depessoas a tomar
banhos de sol emConey Island. Sejapaciente e persistente;o seu estilo vai surgirquando menos esperar.
Também produzi outroscorpos de trabalho que sedistanciam esteticamente da fotograa
de rua mais comum. Quer adore ouodeie – e há muitas pessoas dos doislados –, o trabalho é unicamente nosso.
Atualmente, estou a trabalhar emfotograa de rua desprovida de pessoase captada apenas em câmarasdescartáveis. Não é para todos, mas éoriginal na sua visão e abordagem.
Seguir regras, copiar os mestres epassar o tempo topo a comprarequipamento nunca produziu bonsfotógrafos. Quando me libertei dessascoisas e me virei para dentro, tornei-mefotógrafo.
OS MEIOS, NÃO O FIMEntão e a câmara? O meu
conselho: mantenha asimplicidade. Passe
menos tempo a pensarno equipamento emais no que as suasfotos têm a dizer aomundo. Qualquercâmara podeobedecer ao artista
e apresentar trabalhocom visão.Para além disso, encontre
algo compacto, versátil e leve;algo que possa levar para todo o lado,
mas que produza uma foto dequalidade. Se tivesse de referir umacâmara seria a Sony RX-100 Mark IV.Produz imagens que competem com asde câmaras com o dobro do preço e dotamanho. É ótima e digo-o porqueacredito nisso, não por ter algumaaliação à Sony.
AGORA SÓ DEPENDE DE SIContas feitas, vai ter de desenvolvero seu próprio estilo, e vai ter de fazê-loprincipalmente sozinho. Pegarsimplesmente numa câmara e ir a
disparar pela rua vai, no máximo,produzir ruído digital para as redessociais. Para contribuir realmente paraa cena maior da fotograa de rua, vaiter de ultrapassar os limites, evitar asregras e fazer experiências.
Nunca se acomode. Cometa erros.Leia – não só sobre fotograa, massobre o mundo. Aprenda a verdiferente. Seja um artista, não apenasalguém com câmara. A fotograa derua não está morta, mas está a sofrer e énecessária uma espécie de renascença.Esperemos que esteja a caminho.
Vai ter de desenvolver o seu próprio estilo, e vai ter defazê-lo principalmente sozinho. Pegar simplesmentenuma câmara e ir a disparar pela rua vai, no máximo,produzir ruído digital para as redes sociais...
DICA ÚTILCompre uma câmara
simples e leve. Com umaobjetiva que chegue aos
28 mm de amplitudee 70 mm de extensão,
pode captar todo o tipode situações que
encontrar.
ABRIL 2016 O M U N D O D A F O T O G R A F I A 31
Z O O M I NGUIA COMPLETO PARA FOTOGRAFIA URBANA
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Z O O M O U TPERFIL - DIANA GOMES
Juliet Marillier chamar-lhe-ia
“Filha da Floresta”, Marion
Zimmer Bradley teria feitodela a protagonista da
fantasia “A Rapariga do
Falcão”, Walt Disney faria dela
o espírito livre Pocahontas.
D IANA GOMES
AÀ dret Beez dos dethesCnon EOS 70D 40 mm;f/5.6 1/100 se.; ISO 100
natureza é a sua cabana,o seu porto de abrigo, o seuninho, a outra metade dalaranja e não apenas um
gomo de tangerina. Não éprisioneira da Mãe-Terra,
mas uma filha da floresta. Qual índiaPocahontas, Diana Gomes, 29 anos, éirmã do vento, do rio e de todos os seres
vivos, uma andorinha à solta, adesenhar as mais belas cornucópias nocéu. Esperança e liberdade: duasmáximas às quais se entrelaçou até aoinfinito. Viaja ao sabor da aragem e é no
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seu ímpeto vulcânico, mas também nasua quietude que encontra equilíbrio.
“Eu sou movida pelas minhas paixões, asque me fazem feliz e sorrir, sentir que soulivre como um pássaro, capaz de voar e ver omundo inteiro. Por isso adoro viajar,conhecer pessoas novas, culturasdiferentes, temos tanto para ver e aprender.
Adoro Portugal, mas é também aosentirmos as realidades do mundo quepodemos trazer essas experiências, crescercomo pessoas e levar o nosso país para afrente. É isso que quero transmitir nasminhas fotograas, alegria de viver, paixão
pelo que faço, e espero inspirar pessoas asonharem e irem mais além. Daí a minhapreferência ser em fotograas de natureza,paisagens e animais”, partilha.
Góis foi a vila que a viu nascer, mas Dianasentia que o mundo precisava que ela odescobrisse com uma curiosidadedesmedida. Foi neste pedacinho de terra donosso país que esta criativa encontroucomprazimento e a sua estrada de tijoloamarelo, qual Dorothy em O Feiticeiro deOz. “Já desde cedo, em contacto directo coma natureza e animais na minha vila,imaginava-me a viajar por diferentes locais
e ver o mundo. Sentia que havia tanto para ver, ouvir, sentir, experienciar, aprender esentia-me tão pequena no nosso vale”,condencia-nos. A oportunidade dedesbravar novos caminhos surgiu aquandoda sua mudança para Lisboa. Em 2005,iniciou a sua licenciatura em Farmácia,abraçando assim a sua vontade de salvar omundo e a sua apetência para a área dasaúde. Todavia, aos 18 anos, sentia queainda não tinha total consciência sobre assuas motivações, desejos, dúvidas, anseios ecertezas. “Sempre tive jeito para as ciênciase pensei que, dessa forma, poderia dar o >
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Z O O M O U TPERFIL - DIANA GOMES
meu contributo e ajudar pessoas. Essaformação, moldou a a minha forma de
ver o mundo, olhando-o de formaracional e metódica. Quando ele é muitomais emotivo, movido pelas pessoas,
baseado nelas. Percebi então que aminha formação a nível emocional
estava em falta e, seria isso que me fariadesenvolver como pessoa e ver o mundoda forma como o quero ver e sentir,contactando com as pessoas eajudando-as no meu percurso.Compreendo agora, conforme voucrescendo como pessoa, que o meuolhar também se vai alterando e vêdetalhes que antes não valorizava”.
Talvez por isso destaque a suaexperiência em ERASMUS, corria o anode 2008, como o momento de viragemno seu percurso. “Integrei uma equipade investigação e percebi que havia
tanto para ver e aprender, culturasnovas e diferentes, e que me preenchiame faziam sentir tão feliz”.
Concluído o curso, Diana começou atrabalhar no Hospital de Santo Antóniodos Capuchos, corredores imensos quepercorre ainda hoje. No entanto, a suaalma aventureira e a sua essência semrédeas pedia-lhe para saborear a suaousadia e partir à descoberta de todos oslugares onde a felicidade tem lugarcativo. “Comecei a sentir imensanecessidade de ingressar em novasaventuras, ter mais liberdade de tempopara viajar e dar asas à minha
criatividade e imaginação noutrasáreas”, salienta. Foi nesse precisoinstante que a arte de desenhar com aluz começou a fazer parte da equação,para ser para sempre o resultado naldas suas contas e, claro, dos seus contosde encantar. Porque se ama por inteiro,no feminino e no masculino, no singulare no plural, sob a luz natural ou o mantonegro de estrelas que cobre o céunoturno. Em 2015, Diana já tinha maisuma experiência na bagagem: o cursode fotograa digital no conceituadoInstituto Português de Fotograa, quefez com que um sentimento intenso pelafotograa crescesse vivaz dentro de si,percorresse todas as artérias do seucoração e alcançasse o palácio da
Ventura. Quis então o destino, a suarmeza e, em grande parte, o seucapricho que colocasse o seu talento à
prova. E qual foi a melhor forma de ofazer? Submeter parte do seu portfóliocriativo para o concursoTransversalidades – Fotograa SemFronteiras. A sua habilidade inata foidistinguida e alguns dos seus registosfotográcos foram publicadas no seucatálogo.
Veleidade? Nunca! Essa palavra designicado fugidio não faz parte dodicionário de Diana. Na verdade, o
bicho-carpinteiro que habita a sua pelefez com que o rumo do seu leme se
voltasse para o projeto Teamway. Estavaperante um novo conceito de
No topo, esquerdA cmnho
Cnon EOS 70D 30 mm;
f/10 1/160 se.; ISO 100
DIANA GOMES
Fotografia intimista,
registos do dia a dia
NASCEU em Góis, em
fevereiro de 1987.
VEIO estudar Farmácia
para Lisboa, em 2005.
“Sempre tive apetência
para a área da saúde e
gostava de ajudar
pessoas, pelo que este
curso me fazia sentido.”
EM 2010 começou a
trabalhar no Hospital de
Santo António dos
Capuchos, por onde ficou
até aos dias de hoje.
HÁ DOIS ANOS sentiu
uma necessidade
desmesurada de
embarcar em novas
aventuras, ter mais tempo
livre para viajar e dar asas
à sua imaginação noutras
áreas de expressão
artística.
NO ANO PASSADOconcluiu o Curso de
Fotografia Digital, no
Instituto Português de
Fotografia. “Quis pôr à
prova o meu talento e, por
isso, em Maio de 2015,
submeti imagens para o
concurso
Transversalidades
- Fotografia Sem
Fronteiras , de entre as
quais algumas foram
seleccionadas e
publicadas no seu
Catálogo”. Além disso
integrou os projetos
Teamway e Girls Lean In,
que considera terem sido
particularmente
relevantes para a sua
formação pessoal e
profissional.
www.facebook.com/
DianaGomesPhotography
>
À esquerdDe brr conched
Cnon EOS 70D 55 mm;
f/5.6 1/25 se.; ISO 100
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PERFIL - DIANA GOMESZ O O M O U T
No topo, dret
CsctendoCnon EOS 70D 50 mm;
f/16 1/2 se.; ISO 100
À esquerdGvots vs. ptos
Cnon EOS 70D 55 mm;
f/8 1/250 se.;: ISO 100
Ao centro Lu sobre psem enten
Cnon EOS 70D 35 mm;
f/8 1/400 se.; ISO 100
À dretObservndo cmmente
Cnon EOS 70D 55 mm;
f/5.6 1/60 se.; ISO 1600
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Z O O M O U TPERFIL - DIANA GOMES
Em cm, esquerd
Sonhndo em SntrCnon EOS 70D 24 mm;
f/4 1/30 se.; ISO 100
Em bxo, esquerd Curosdde
Cnon EOS 70D 55 mm;
f/8 1/500 se.; ISO 100
Em bxo, o centroDor Lm no RCA Cub
Cnon EOS 70D 24 mm;
f/5 1/25 se.; ISO 800
Em bxo, dret Jck, sempre espret
Cnon EOS 70D 35 mm;
f/22 1/15 se.; ISO 100
Decdmente
Cnon EOS 70D 38 mm;
f/5.6 1/100 se.; ISO 250
-
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PERFIL - DIANA GOMESZ O O M O U T
trabalho, uma equipa diferente, um
desao inovador e completamente forada sua zona de conforto. “Foi aqui quedescobri quem eu sou e o quero sercomo pessoa, como posso ajudar aspessoas e, utilizar toda a minhacriatividade e imaginação a todos osníveis. Conheci pessoas incríveis que melevaram até ao projecto Girls Lean In,onde pude colocar, mais uma vez, àprova as minhas capacidades comofotógrafa, sendo a fotógrafa ocial doevento em Lisboa”.
A fotograa esteve presente na sua vida, apesar de poder parecer alheada àprimeira vista. “Desde muito pequena
que adoro captar imagens. Recordo-me
que um primo meu costumava captarretratos meus e eu adorava ser modelo. Ainda hoje adoro não só ser a fotógrafa,mas também ser a modelo. Então, desdeessa altura que me interessei peloregisto de imagens, pois era importantepara mim ter a capacidade de preservaro momento, para mais tarde ser possívelrecordar. Desde cedo que a minha mãesempre teve câmaras fotográcas, tendopassado pelas analógicas e de seguida asdigitais. Pelo que sempre contactei comcâmaras e sempre as levei em viagens deestudo, férias, passeios. Para mimtornou-se natural estar sempre com
AS DICAS DE
DIANA GOMES
1)Ainda estou euprópria a aprender, peloque o meu conselho é,
praticarem muito e emdiferentes condições deiluminação. Saiam davossa zona de confortoe mesmo que achemque não sabem,pesquisem, leiam epeçam conselhos, e aseguir vão para oterreno experimentar.Penso que se vãosurpreender convoscopróprios.
2) A nível decomposição de imagem,
adoro utilizar a regrados terços paradestacar o meu assuntoe procuro tambémencontrar relaçõesnuméricas, algo queaprendi no curso defotografia. Napós-produção deimagem, aconselhocautela na utilização denitidez, pois pode fazercom que um registodeixe de parecer tãonatural. A não ser queesse seja o vosso
objectivo.
3)Gosto também deutilizar um pouco declaridade nopós-processamento,uma vez que adicionacontraste nos meiostons das imagens,realçando-as. Aconselhomais uma vez precauçãopara não exagerar.
4)Acho importantefocar que não há umafórmula correta para
realizar opós-processamento defotografias, sendo quedepende sempre dogosto pessoal. Quandome iniciei neste mundoaquando do curso, foi alição mais importanteque aprendi. É mais umaforma de expressão decada pessoa, quecontribui para mostrar asua individualidadeartística, criatividade eimaginação.
>
Vsco Durte, vocstdos Lmn, no RCA Cub Cnon EOS 70D 21 mm;
f/5.6 1/20 se.; ISO 800
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Z O O M O U TPERFIL - DIANA GOMES
uma compacta, para não deixar escaparnenhum momento, memória esentimento”, sublinha.
A Mãe-natureza é a menina dos seusolhos doces e brilhantes; é ela que fazcom que o corpo de Diana se senti emcomunhão com o chão que pisa. Umasensação arrebatadora e profunda queagita os seus pensamentos e fazdeagrar narrativas repletas defantasia. “Sou uma amante de animais,devido ao contacto permanente com anatureza. Os meus avós têm umaquinta, então sempre vivi rodeada deles.Queria cuidar deles. Sempre tive cães egatos, e em Lisboa os gatos eram aminha companhia. Em 2009 tive o meuprimeiro gato em Lisboa, o Kiko, umarraçado dos Bosques da Noruega,meiguinho e companheiro. Cinco anosdepois adotei um gatinho de rua, que
estava numa bomba de gasolina, emmuito mau estado. Ainda o entreguei auma instituição, mas fui buscá-lo umahora depois. Dei-lhe o nome de JackSparrow, porque cou sem ver de umolho. Sempre fui muito chegada eapegada a ele, fotografava-o imenso. Afotograa da janela (página 36) éhomenagem que lhe quero fazer, pois,infelizmente, em novembro do anopassado, ele faleceu com leucemiafelina. Lutei tanto por ele... É umadoença altamente contagiosa entregatos e sem cura, apenas existindo
vacina que previne a sua transmissão.
Foi muito duro para mim a sua morte e
deu-me novos sonhos: ter umlaboratório para estudar a doença edescobrir a sua cura. Por sentir esteamor imenso pelos animais e, como seie sinto que é importante eternizá-lospara depois recordar, adoro e querocontinuar a fotografá-los.”
Diana Gomes deseja que a chama dasua vida tenha sempre lenha por ondearder: a fotograa é a sua paixãoinalterável; e nunca será uma obrigação.“Quero continuar a ser livre ea viajarpelo mundo, registando momentos ememórias incríveis, e a inspirar todosneste mundo”.
IMAGEM REVELADA
HISTÓRIA“Fui a Madrid para a viagem
inaugural da minha Canon
70D. Aquando da minha
pesquisa sobre o que verpor Madrid, um dos pontos
de interesse que encontrei
foi o Templo de Debod.
Sendo uma apaixonada por
cultura egípcia, senti a
necessidade de o captar ao
crepúsculo, pois esperava
que as suas cores
acentuassem a sua beleza
natural.”
CONCEÇÃO“Aproveitei a hora dourada
para obter cores vibrantes
típicas do pôr do sol, com
uma luz mais suave econtraste, que provoca um
efeito mais dramático.”
TÉCNICA“Sempre tendo em conta a
regra dos terços, onde
posicionei os elementos
importantes do templo.
Considerei também o
reflexo na água,
colocando-os em destaque
na regra dos terços. Sendo
uma fotografia noturna, o
tempo de exposição foi
mais elevado.”
Em cmTempo de Debod
Cnon EOS 70D 26 mm;
f/20 1/15 se.; ISO 500
Em bxo Pouçons mrens do Teo
Cnon EOS 70D 45 mm;
f/5 1/160 se.; ISO 100
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DICAS E TRUQUES EFICAZES E TÉCNICAS PRÁTICAS, CRIATIVAS E PROFISSIONAIS. ESTÁ PREPARADO?
DEZ PROJETOSFOTOGRÁFICOS
54 6258
ÁREA TÉCNICASAIBA TUDO SOBRE...Deseja obter registos fotográficos focados
e com a máxima definição? Nós temos os
conselhos certos para si. Só precisa de
dominar o seu equipamento no terreno.
TÉCNICAS PROFISSIONAISÁLBUNS DE CASAMENTOConsiga registos de casamento
impactantes, mesmo quando a luz parece
inexistente. Só precisa de entender a
iluminação do cenário a fotografar.
CASOS DE ESTUDOVIDA SELVAGEMSeja capaz de registar as mais
impactantes fotografias do reino animal.
Tenha um espírito aventureiro, seja audaz
e crie arte.
FOTOGRAFARF O T O G R A F A R
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© R i c h a r d P e t e r s
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PROJETOSF O T O G R Á F I C O S
Dez ideias fotográficas criativas para experimentar – desde
florestas em olho de peixe atéretratos ao amanhecer…
Faça um safari no quintalCapte impactantes close-ups de animais selvagens e aves ao anoitecer.
P R O J E T O 1
NÃO tem de arrastar
uma objetiva longa
para o outro lado do
mundo para obter registos de
vida selvagem dignos de
prémios. Porque não seguir oexemplo do Fotógrafo Europeude Vida Selvagem do Ano,Richard Peters? Ele montouarmadilhas de câmaras no jardim e ganhou a categoriaUrban do concurso fotográficoque lhe valeu o título. Para esta imagem, Richardusou uma Nikon D750 e aobjetiva Nikon 18-35 mm
f/3.5-4.5G, juntamente com
três flashes externos NikonSB-28, um cabo de flash PixelComponor e um sensor demovimento de infravermelhospassivo Camtraptions. “É umafotografia tecnicamente difícil”,confessa. “A exposição longapara as estrelas tem de sercombinada com flash e umassunto que estejaconstantemente emmovimento, o que aumenta orisco de halos. Acabei por usaruma exposição de 30 segundosa f/9, ISO 1.600.”
Preparar-se no seu próprio
terreno dá-lhe tempo para atrair
os animais para a posição certa.Pelo menos, é essa a teoria. “Euuso amendoins e água frescapara encorajar texugos,raposas, pombos, gaios egralhas a entrarem no jardim,embora exista um elemento deincerteza, uma vez quenormalmente nunca passampela câmara na posição certa ouna direção certa. As aves de jardim não tiveram qualquerproblema com a câmara, masforam precisas três ou quatrosemanas para os texugos e asraposas se habituarem ao som
do obturador”, partilha o autor.
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Explore oretrato
ambiental Faça da paisagem uma
característica essencial.
P R O J E T O 2
S retratos ambientais acrescentam
mais conteúdo conceptual do que
um cenário de estúdio normal. Oescritor técnico Tom Welsh subiu ao cumeAnoach Eagach em Glencoe, na Escócia, parademonstrar o disparo de um retrato de invernode um montanhista, nas colinas.
“Ao compor um retrato ambiental, quer sejano cume de uma montanha ou num jardim emflor, pense no enquadramento da paisagemantes de posicionar o seu modelo dentro dela”,partilha este criativo. “Se estiver a usar umaobjetiva ampla, na maior parte das vezes vaiquerer manter a pessoa perto da câmara paraque não pareça demasiado pequena e perdidano frame ; ou, no nosso caso, enquadre-a contraum cenário limpo ou contra o horizonte para
que se destaque. Se tiver de enfrentar terrenoíngreme, como nós aqui, tente ficar nivelado
com o assunto, pois olhar de cima ou de baixopara ele vai tornar as encostas aplanadas.
“Além dos requisitos técnicos de fotografarum retrato de ação, como velocidades deobturação céleres, focagem contínua e modode disparo de alta velocidade, fotografar noinverno exige atenção adicional no que dizrespeito à exposição. Os modos de disparoautomáticos podem tratar o branco como ummeio-tom, resultando em exposições maisescuras, e neve ligeiramente cinzenta. Recorra àcompensação de exposição para aclarar asimagens e verifique sempre o histograma; eledeve estender-se para o lado direito do gráficosem cair na extremidade”, remata.
O © T
W
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©
A l e x H y d e
Fotografe voltado para o céuUse uma objetiva ampla ou olho de peixe para obter imagens de uma foresta.MBORA qualquer
pessoa possa entrar
num bosque,
apontar a sua objetiva para o
céu e captar uma imagem da
copa das árvores, desenvolver
um olho para um arranjo de
ramos mais apelativo pode
ser desafiante. “Muitas vezes
procuro uma área de copaintacta para criar um padrãorepetitivo”, refere a fotógrafa denatureza Alex Hyde. “Isto ajudaa tapar grandes áreas de céudistrativo. Também prefirobosques de faias para estegénero de fotografia, uma vezque cada árvore parece ter a
sua própria forma ondulante efluida, em vez dos troncos maisdireitos que associamos aalguns bosques coníferos.”
Para o maior impacto,deite-se no solo com umaobjetiva ampla, mas cuidadocom as distrações na aresta doframe . “A minha olho de peixe
Canon 8-15 mm oferece umacobertura escandalosamenteampla a 8 mm. Por vezes,quando estou deitada, deixo aspontas das botas no registo etenho de esconder a mala dacâmara atrás de outra árvore ouarrisco-me a que apareça”,confidencia-nos a autora.
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Brinque comsombras
Inclua formas negrasarrojadas para adicionar
intriga e mistério.
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S VEZES vale a pena olhar para o
outro lado. Quando está a fotografar
num dia soalheiro, em vez de se focarnos detalhes delicados de um assunto, vire-se eveja como pode usar as sombras como uminstrumento composicional criativo. Tal comoas silhuetas, uma forma fortemente definidafunciona bem, e há muitas maneias de as usarpara escurecer ou aclarar o ambiente. Umprojeto de sombras também é agnóstico emtermos de equipamento, uma vez que podefotografar sombras independentemente dacâmara ou objetiva que tiver – embora algumgrau de ajuste de exposição vá ajudar acontrolar a densidade das sombras.
Até um telemóvel serve. O fotógrafo de ruaFoad Ashtari usou um iPhone 6 para fotografar
esta cena apelativa em que as sombras contama história. “Estava a passear num parque em
Teerão e, de repente, reparei numa carrinhaonde estava um cavalo”, explica. “A carrinhaparou e saíram dois homens. Um deles entroupara a carrinha, enquanto o outro segurava nacorda que estava à volta do pescoço do cavalo etentava puxá-lo para fora.
“Tirei quatro ou cinco fotografias do cavalo edos homens ao lado dele, antes de reparar nassombras na parede. Percebi que havia potentialpara conseguir uma boa imagem. Sentei-me aolado da carrinha, a olhar para a parede e àespera do melhor momento. Penso quedemoraram cerca de cinco minutos a tirar ocavalo, e eu estive ali sentado de costas paraeles o tempo todo!”
À
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F o a d A s h t a r i
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E
ESCOLHA o reflexo
como tema do seu
próximo projeto
fotográfico, e estará a
desafiar-se tecnicamente,
bem como criativamente. Inclua uma grande extensãode céu claro como parte doreflexo, por exemplo, e teráde vigiar o histograma sequiser evitar problemas desubexposição. Vai ter deencontrar um ângulo que não
faça com que a sua própriaimagem seja refletida.
O ambiente urbanooferece muito potencial paraeste tipo de fotografia. Leveuma objetiva de zoomstandard no seu próximopasseio fotográfico e procureformas criativas decontrastar um reflexointeressante com os seusarredores, ou fotografe comimagens abstratas em mente.
Fotografe aoamanhecer
Capte um retrato à medidaque o sol começa a nascer.
Foque-se nos reflexosUm novo olhar sobre a paisagem urbana.
STAR cedo na rua
para apanhar a
melhor luz não é
bom apenas para a fotografia
de paisagem. Um nascer dosol nítido também pode formaro cenário perfeito para umretrato – isto é, se forsuficientemente persuasivopara uma modelo se juntar a si
ao despontar do dia.Mantenha-se perto do rosto,como Luca Simonetti fez paraesta imagem, para poder tirarpartido de condições em rápidamudança. “Eu planeio tudo emdetalhe antecipadamente”,explica. “Verificar a previsãometeorológica consume muitodo meu tempo, um vez que
tento calcular a probabilidadede apanhar um nascer do solperfeito. Mas a coisa maisdesafiante de captar imagensao início da manhã é o timing.A modelo tem de chegar ahoras, pronta para fotografar,pois, geralmente, tem apenascerca de 20 minutos até amelhor luz desaparecer.”
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© L u c a S i m o n e t t i
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R o d L a w t o n
ABRIL 2016 O M U N D O D A F O T O G R A F I A 45
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8/17/2019 O Mundo Da Fotografia Digital Nº 132
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Divirta-se coma perspetivaTente fazer com que objetos grandes
pareçam pequenos no frame.
Amplo epróximo
Registe macros com uma profundidade delicada.
S objetivas macro
especializadas estão
entre as óticas mais nítidas
disponíveis, capazes de
reproduzir detalhe incrível
em toda a fotografia. Masporque não experimentaralgo um pouco diferente?Insira a abertura mais ampladisponível na objetiva e
aproxime-se, focandoseletivamente uma parte doassunto e deixando que oresto fique desfocado. Estatécnica pode produzirresultados ótimos comassuntos delicados comoflores e comida, mastambém pode criarfotografias abstratas de
talheres, utensílios decozinha e outros itens do diaa dia. A imagem exibida naocular é sempre mostrada naabertura mais ampla daobjetiva, sendo fácil avaliar oefeito geral, mas vale a penausar o ecrã maior do LiveView para ajudar a focar comprecisão absoluta.
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M a r c u s H a w k i n s
© R o d L a w t o n
STE projeto é um
excelente treino
para o seu cérebrofotográfico. Consegueenquadrar uma imagempara que um objeto pareçamu