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Trabalho apresentado na cadeira de Governação Bancária, no ISTEG, Dereck Mulatinho
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Índice
Lista de Siglas e Acrónimos ....................................................................................................... 2
1. Introdução ........................................................................................................................... 3
2. Objectivos ........................................................................................................................... 4
2.2. Objectivos Específicos ................................................................................................. 4
3. Metodologia ........................................................................................................................ 4
4. Conceitos Chave ................................................................................................................. 4
4.1. Mercado Monetário Interbancário ............................................................................... 4
4.2. Mercado Cambial Interbancário .................................................................................. 5
4.3. (CPMO) Comité de Política Monetária ....................................................................... 5
5. A evolução histórica do Mercado Bancário Moçambicano................................................ 5
5.1. O Banco de Moçambique............................................................................................. 6
5.1.1. O Banco de Moçambique como orgão Supervisor ............................................... 8
6. Mercado Bancário Moçambicano na era pós –Independência ........................................... 8
7. O Mercado Bancário após a crise económica ................................................................... 10
8. O Mercado Bancário na Actualidade................................................................................ 11
9. Produtos e Serviços Bancários do Mercado Moçambicana ............................................. 14
10. Conclusão ...................................................................................................................... 15
11. Bibliografia .................................................................................................................... 16
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Trabalho apresentado na cadeira de Governação Bancária, no ISTEG, Dereck Mulatinho
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Lista de Siglas e Acrónimos
BA, SA. – Banco Austral, SA
BM – Banco de Moçambiqueial
BCM,SARL – Banco Comercial de Moçambique
BNU – Banco Nacional Ultramarino
BPD – Banco Popular de Desenvolvimento
BSTM – Banco Standard Totta de Moçambique
CPMO - Comité de Política Monetária
FMI – Fundo Monetário Internacional
PRE – Programa de Reabilitação económica
PIB – Produto Interno Bruto
MMI – Mercado Monetário Interbancário
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1. Introdução
O sistema financeiro de qualquer país é constituído por empresas que actuam em actividades
bem diferenciadas, umas de caracter monetário e outras não, entre estas podem destacar-se os
bancos, as sociedades de locação financeira, cooperativas de crédito, sociedades de factoring,
instituições de moeda eletrónica, sociedades de investimento, sociedades financeiras de
corretagem, sociedades correctoras, sociedades gestoras de fundos de investimento,
sociedades gestoras de património, sociedades de capital de risco, as sociedades
administradoras de compras em grupo, casas de câmbio e etc.
Mas a maior parte dos produtos e serviços oferecidos no sector financeiro encontrarem-se
centrados nos bancos, esta prática tem se justificado pelo facto de algumas empresas ou
instituições que actuam dentro do sector financeiro estarem ligados aos bancos, esse facto
contribui e cria possibilidade de uso dos recursos disponíveis, para tal serve de exemplo um
Banco que possui uma seguradora pode utilizar os recursos tais como computadores,
funcionários, instalações e informação sobre um determinado interveniente para as operações
de celebração de contratos, reduzindo desta forma os custos de transação.
O mercado bancário moçambicano no sistema financeiro de Moçambique é responsável pelo
maior número de unidades de trabalho, maior de número de estabelecimentos e de empregos.
Por esse facto o presente trabalho centrar-se-á apenas no estudo e análise do Mercado
Bancário Moçambicano.
É nessa ordem de pensamento que o presente trabalho intitulado ``O Mercado Bancário
Moçambicano`` enquadra-se nas pesquisas da cadeira de Governação Bancária, do curso de
Gestão Financeira e Bancária do 3º ano.
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Trabalho apresentado na cadeira de Governação Bancária, no ISTEG, Dereck Mulatinho
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2. Objectivos
2.1. Objectivo Geral
O presente trabalho tem como principal objectivo analisar o Mercado Bancário moçambicano
e a sua respectiva evolução.
2.2. Objectivos Específicos
São objectivos específicos do presente trabalho os seguintes:
Traçar um breve historial da actividade bancária em Moçambique;
Fazer o enquadramento legal do exercício da actividade bancária em Moçambique;
Indicar o número de participantes do Mercado Bancário moçambicano;
Ilustrar a estrutura societária de 3 bancos com as maiores quotas de mercado
Identificar alguns constrangimentos do sector.
3. Metodologia
O trabalho é essencialmente resultado de pesquisas bibliográficas, com efeito, para que se
efectivasse procedeu-se a definição dos objectivos gerais e específicos. Seguidamente para o
alcance dos objectivos nele preconizados identificamos, seleccionamos e recolhemos todas
informações que julgamos ser úteis para aquilo que se pretende alcançar com o mesmo, após
o processo de identificação, recolha, selecção e análise procedeu-se a definição e construção
da estrutura do trabalho que culminou com a selecção de conceitos - chave e redacção da
versão final do trabalho.
4. Conceitos Chave
4.1. Mercado Monetário Interbancário
O MMI é um segmento do mercado monetáriodo Metical no qual as instituições autorizadas
trocam fundos representados por saldos das suas contas de depósitos à ordem no Banco de
Moçambique ou valores mobiliários desmaterializados inscritos em contas-título neste mesmo
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Banco, com a finalidade de equilibrar os excedentes e necessidades de moeda entre as
instituições de crédito.1
4.2. Mercado Cambial Interbancário
O MCI é um segmento de mercado em que fazem parte as Instituições de Crédito ou
entidades convidadas e/ou autorizadas pelo Banco de Moçambique, e se realizam operações
de compra e venda de moeda externa. Estas transacções não são presenciais, ou seja, os
operadores autorizados realizarem entre si transacções de compra e venda de moeda
estrangeira em sessões por via electrónica.2
4.3. (CPMO) Comité de Política Monetária
O CPMO é o órgão responsável pela coordenação em matéria de política monetária. É neste
forum que são desenhadas, analisadas e implementadas decisões de política
monetária,permitindo ao Conselho de Administração do Banco o cumprimento do seu
principal objectivo de preservação do valor da moeda nacional.
A importância do CPMO consubstancia-se no facto de ser neste fórum em que se tomam
decisões sobre a melhor forma de intervenção do Banco de Moçambique nos mercados
interbancários (MMI e MCI), bem como sobre as taxas de juro de política aplicáveis.
5. A evolução histórica do Mercado Bancário Moçambicano
O nosso sistema financeiro foi definido pela Lei nº 28/91, de 31 de Dezembro, que é o
instrumento que regula o funcionamento das Instituições de Crédito, este instrumento
introduziu muitas alterações ao sistema que temos nos dias de hoje. As tranformações
efectuadas na altura justificaram-se pelo facto de naquela altura Moçambique encontrar-se a
conhecer transformações de ordem política e económica, transformações estas que obrigavam
ou seja para sua materialização culminavam com a criação e permição de entrada de novos
bancos no país e a respectiva fortificação dos que já existiam na altura como forma de
estimular a competividade do sector bancário, contribuíndo numa melhoria de prestação de
serviços, aumento e consolidação da rede bancária, reforço da capacidade de captação de
recursos financeiros necessários para o crescimento económico e social.
1 O Aviso nº 12/GGBM/97, de 29 de Setembro, cria e aprova o Regulamentodo MMI. 2 O Aviso 16/GGBM/97, de 29 de Setembro, cria o MCI e aprova o respectivo Regulamento.
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Mas falar do mercado de bancário moçambicano, obriga-nos imediatamente a falar da criação
do Banco de Moçambique e só depois disso contextualizar os demais.
5.1. O Banco de Moçambique
O Banco de Moçambique foi criado no dia 17 de Maio de 1975, através do Decreto nº 02/75,
como resultado da implementação dos entendimentos alcançados entre a Frente de Libertação
de Moçambique (FRELIMO) e o Governo colonial português, no contexto dos Acordos de
Lusaka. No acto da sua constituição foi definido como objecto do Banco de Moçambique o
exercício das funções de Banco Central e de Banco Comercial.
As funções agora exercidas pelo BM, eram antes independência exercidas pelo Banco
Nacional Ultramarino, o qual detinha o exercício não só de banco emissor como também de
emissão de notas e controle das instituições de crédito.
O Banco de Moçambique passou a exercer exclusivamente as funções de Banco Central após
a aprovação da Lei nº 1/92, de 3 de Janeiro, Lei Orgânica do Banco de Moçambique. As
funções comerciais passaram para uma nova entidade, o ex-Banco Comercial de
Moçambique, criado através do Decreto nº3/92, de 25 de Fevereiro.
A missão do Banco de Moçambique, como Banco Central da República de Moçambique, é a
preservação do valor da moeda nacional, através da tomada de medidas com vista a manter
uma inflação baixa e estável.
O Banco de Moçambique tem como funções:
1. Banqueiro do Estado;
2. Conselheiro do Governo no domínio financeiro;
3. Orientador e controlador das políticas monetária e cambial;
4. Gestor das disponibilidades externas do País;
5. Intermediário nas relações monetárias internacionais; e
6. Supervisor das Instituições Financeiras.
Como banqueiro do Estado, as instituições que fazem parte do Estado têm contas junto do
Banco de Moçambique, podendo fazer depósitos, levantamentos, transferências e outras
operações bancárias.
Agindo na sua qualidade de Conselheiro do Governo, o Banco de Moçambique dá pareceres
e informações ao Governo sobre questões de natureza monetária e cambial. Por outro lado, o
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Banco de Moçambique aconselha o Governo em assuntos relacionados com Acordos para
financiamentos externos.
O Banco de Moçambique orienta as políticas monetária e cambial conjugando um conjunto de
acções visando influenciar a quantidade da moeda em circulação, o que pode concorrer para
baixar ou estabilizar o nível geral de preços no mercado doméstico. Tais acções
consubstanciam- se, fundamentalmente, na intervenção no mercado monetário com a compra
ou venda de títulos e divisas bem como subindo ou descendo as taxas de juro de referência.
Os mercados interbancários representam o maior campo de actuação do Banco Central.
Os mercados interbancários são o Mercado Monetário Interbancário (MMI) e o Mercado
Cambial Interbancário (MCI).
O MMI permite ao BM injectar ou absorver liquidez através das operações de mercado
aberto, com vista a influenciar a quantidade de liquidez no sistema e, por sua vez, influenciar
o comportamento dos preços dos bens e serviços.
Neste mercado o Banco de Moçambique pode intervir absorvendo ou cedendo liquidez
através da compra ou venda de títulos, as chamadas operações de mercado aberto. A lógica é
que existe uma relação directa entre a oferta de moeda e os preços de bens e serviços, ou seja,
quanto maior for a oferta de moeda (isto é quando a quantidade de moeda em circulação
cresce) aumenta a pressão sobre os preços dos bens e serviços que tendem a aumentar.
As transacções envolvendo títulos no MMI podem ocorrer no Mercado Primário de Títulos ou
no Mercado Secundário de Títulos. No Mercado Primário de Títulos participam as
Instituições de Crédito (os Bancos, as Sociedades de locação financeira, as cooperativas de
crédito, as sociedades de factoring, as sociedades de investimento e outras instituições
autorizadas pelo BM). No Mercado Secundário de Títulos as Instituições de Crédito e
sociedades financeiras (sociedades financeiras de corretagem, sociedades corretoras,
sociedades gestoras de fundos de investimento, sociedades gestoras de patrimónios,
sociedades de capital de risco, sociedades administradoras de compras em grupo, casas de
câmbio e outras empresas autorizadas pelo BM podem transacionar entre si títulos
transacionados no mercado primário,podendo, por vezes, repassar ao público. 3
Os participantes neste segmento de mercado são, para além do Banco de Moçambique, os
Bancos Comerciais que operam no País e entidades ou instituições convidadas pelo BM.
3 Lei 9/2004 de 21 de Julho, que regula as Instituições de crédito.
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O MCI visa prover o mercado de moeda externa para os diversos fins como importação de
bens e serviços, viagens e turismo, mas sempre conjugado com os objectivos da Política
Monetária.
5.1.1. O Banco de Moçambique como orgão Supervisor
A Supervisão das intituições de crédito é o processo através do qual o Banco de Moçambique
fiscaliza directa e indirectamente a actividade de todas as instituições por si autorizadas a
operar no sector bancário em Moçambique. O exercício de supervisão das instituições
financeiras visa conferir uma maior segurança dos depósitos do público e proteger os
consumidores de serviços financeiros. A supervisão ajuda a conferir uma maior estabilidade e
solidez do sistema financeiro.
O Banco de Moçambique possui, no seu quadro de pessoal, inspectores especificamente
treinados para realizar a supervisão directa, através de inspecções realizadas junto das
instituições de crédito. Por outro lado, o Banco de Moçambique realiza a supervisão indirecta,
solicitando às instituições de crédito um conjunto de informações contabilísticas e extra-
contabilísticas que são analisadas e sistematizadas de modo a ter uma visão correcta sobre a
solidez financeira das entidades supervisionadas.
No âmbito da supervisão bancária, o Banco de Moçambique é a entidade que analisa e decide
sobre os pedidos de constituição, transformação ou alteração dos estatutos das Instituições de
Crédito e sociedades financeiras. Compete igualmente ao Banco de Moçambique emitir
normas para regulamentar as actividades do sector, bem como velar pelo seu cumprimento.
6. Mercado Bancário Moçambicano na era pós –Independência
O Banco de Moçambique foi estabelecido como o primeiro banco central em 17 de Maio de
1975, a partir da transformação do Banco Nacional Ultramarino, mas passaram-se mais de
dois anos sem ser tomada qualquer medida.
O BM tornou-se banco central no dia 17 de Maio de 1975 a aprtir da transformação do BNU,
e passados dois anos, em 1977 o Governo moçambicano decide nacionalizar os bancos que
operavam em Moçambique, através da Lei nº. 05/77, de 31 de Dezembro.
Estiveram por detrás das nacionalizações a hostilidade de alguns bancos privados ao novo
governo e facilitavam a fuga de capitais, particularmente a portugueses que tinham
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abandonado o país, tanto através de transferências directas de dinheiro como em forma de
pagamento de mercadorias que nunca foram entregues.
Moçambique viveu momentos em que a economia era centralmente planificada4, e foi nessa
fase em que se nacionalizaram algumas instuições. Em 1977 determinou-se a cessação das
actividades da Casa Bancária de Moçambique e dos departamentos em Moçambique do
Banco de Crédito, Comercial e Industrial e do Banco Comercial de Angola, integrando-os no
Banco de Moçambique. Foram extintos o Banco de Fomento Nacional e o Banco Pinto &
Sotto Maior. Criando-se com a Lei 6/77 de 31 de Dezembro o Banco Popular de
Desenvolvimento (BPD), através da fusão do Instituto de Crédito de Moçambique e o
Montepio de Moçambique. Apenas o BSTM permaneceu a funcionar como privado e não foi
nacionalizado. Nessa época o BM actuou como banco central e comercial e lidou com
divisas,com a tesouraria pública.
De 1977 a 1978 Moçambique foi assolado por inundações e em 1981 – 1983 por secas que
devastaram enormes áreas na região do Sul do país, onde se produzia cerca de 79-80% do
arroz e 20% do açúcar e concentravam-se 70% dos efectivos bovinos do país. Esta situação
conjugada com a implementação em Março de 1976, da Resolução 253 de 1968 do Conselho
de Conselho de Segurança das Nações Unidas que decidia a aplicação de sanções contra o
regime de Ian Smith levou Moçambique a primeira crise económica no país independente.
De forma unilateral Moçambique encerrou as fronteiras, fechou os portos, linhas de caminho
de ferro e estradas aos produtos de e para a Rodésia. Durante o período da duraçãodas
sanções, Moçambique sofreu quebra de receitas dos caminhos-de-ferro e portos, das
remessasde emigrantes, das receitas de turismo, etc. O exército Rodesiano atacou e criou
grupos especiais para a desestabilização de Moçambique, utilizando-os ao mesmo tempo para
bloquear a actividade guerrilheira Zimbabueana. Esses grupos, provocaram a destruição de
infra-estruturas económicas esociais, bloqueando o desenvolvimento económico e social de
Moçambique.
4 Economia planificada, também chamada de "economia centralizada" ou "economia centralmente planeada", é um sistema económico no
qual a produção é previa e racionalmente planejada por especialistas , na qual os meios de produção são propriedade do Estado e a actividade económica é controlada por uma autoridade central que estabelece metas de produção e distribui as matérias primas para as unidades de
produção. Nesse sistema a escolha da proporção entre quanto do PIB deve ser investido, e quanto deve ser consumido, torna-se uma decisão
política centralizada.
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Essa crise económica foi caracterizada principalmente por uma descida dos níveis de
produção dos sectores primário, secundário e, terciário5. De modo a colmatar a situação, o
Estado viu necessário tomar um conjunto de medidas de reorganização de modo a evitar o
colapso total da economia moçambicana.
7. O Mercado Bancário após a crise económica
Devido a crise economica que Moçambique atravessava, viu-se obrigado a aderir ao FMI. Em
1980, o país deixou de usar o Escudo como moeda oficial e passou a usar o Metical, mas por
causa da sua adesão ao FMI viu a sua moeda a desvalorizar-se.
E ainda no principio da década 80, havia sido lançada a campanha de dez anos, denominada
de - Vitória ao Subdesenvolvimento. No entanto, esta campanha foi deixada de lado em
Janeiro de 1987 e adoptada o PRE – Programa de Reabilitação Económica – que tinha o
prazo de duração 3 anos. Este programa visava reverter a situação, cada vez mais degradante
da economia e, do desempenho das firmas. Este programa envolvia as seguintes reformas:
Jurídico – Institucional – de modo a liberalizar e, diversificar as actividades do
sector,do mesmo modo que atrai capitais estrangeiros;
Políticas Financeiras;
Privatização dos bancos estatais e, uma maior abertura no sector financeiro.
A implementação do PRE deveu-se principalmente a necessidade da liberalização da
economia.
Moçambique viu-se envolvido numa guerra que só terminou com a ssinatura à 4 de Outubro
de 1992, do Acordo Geral de Paz, entre a Renamo e o Governo de Moçambique, pondo fim a
16 anos de guerra 16 anos de guerra civil.
A partir da aprovação da Lei nº. 28/91, de 31 de Dezembro, novas instituições de crédito
começaram a surgir em Moçambique, com a mesma Lei, iniciou-se com o processo de
privatização da banca estatal, isto é, das duas instituições bancárias do Estado anteriormente
referidas.
5 Designa-se por sector primário o conjunto de actidades económicas que extraem e ou produzem matéria-prima (agricultura, pesca,
pecuária, silvicultura, mineração em geral).
O Sector secundário transforma o que foi produzido no sector primário em produtos de consumo, ou em máquinas industriais, o Sector terceario é o sector de serviços, no contexto económico, envolve a comercialização de produtos em geral, e o oferecimento de serviços
comerciais, pessoais ou comunitários a terceiros.
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Em 1992, devido a dificuldade em conciliar as actividades divergentes de Banco Central e
Comercial, e a necessidade da criação de um banco central separado das funções
comerciais,culminaram com a separação das actividades de Banco Comercial e Central do
BM.
Com a lei 1/92, são separadas as funções do BM que passa a desempenhar apenas a função de
Banco Central e regulador do sistema financeiro. Foi também criado, neste âmbito um novo
banco comercial - Banco Comercial de Moçambique, SARL (BCM, SARL).No final dos anos
90,permitiu-se a entrada de capital privado, através da privatização das participações
maioritárias dos maiores bancos comerciais.
Em 1996, o BCM foi adquirido por um grupo de investidores estrangeiros liderados pelo
Grupo Mello de Portugal, em 1997 o BPD foi vendido a uma Banco da Malásia e a
investidores moçambicanos, sendo que este alterou a sua designação para Banco Austral.
Surge em 1997 também um novo banco, o BCI sendo que os accionista erammaioritariamente
o Grupo Caixa Geral de Depósitos de Portugal.
No final do ano 2000 uma crise bancária importante atingiu o sistema bancário
moçambicano,sendo o BCM e BA, considerados insolventes. De modo a evitar uma
insolvência completa, e um impacto considerável sobre o sistema financeiro moçambicano, o
Governo organizou uma operação de resgate (bail-out) com umcusto eleva do: cerca de USD
128 milhões em 2001, equivalente a 4% do PIB nacional. Esta operação trouxe algumas
consequências para a inflação, e também sobre o passivo do Estado. O BAfoi posteriormente
vendido a uma banco sul-africano, e o stock de empréstimos problemáticos/insolventes foi
transferido para uma conta do Tesouro. O BCM foi posteriormente adquirido pelo grupo
BIM.
8. O Mercado Bancário na Actualidade
Apesar das modificações registadas no mercado bancário moçambicano, é ainda considerado
relativamente pequeno, encontram-se a operar em moçambique cerca de 17 Bancos, 8
Microbancos, 7 Cooperativas de crédito, 1 Sociedade de Locação Financeira,1 Sociedade de
Investimento, 12 Sociedades Financeiras de corretagem, 1 sociedade Gestora de Capitais de
Risco, 1 Sociedade Administradora de Compras em Grupo, 1 Sociedade Emissora de Cartões
de Crédito, 20 Casas de Câmbio, 4 Associações ou Organizações de Microfinanças, 69
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Operadores de Microfinanças e 1 escritorio de representação de instituições de crédito com
sede no estrangeiro (2012), que são:
Bancos
Banco Internacional de Moçambique, SA. Socremo Banco de Microfinanças, SA.
Banco Internacional de Moçambique, SA. Banco Mercantil e de Investimentos, SA.
Barclays Bank Moçambique, SA. Banco ProCredit, SA.
Standard Bank, SA. Banco Oportunidade de Moçambique, SA.
Banco Comercial e de Investimentos, SA. Banco Terra, SA.
International Commercial Bank (Mozambique) SA. Moza Banco, SA.
The Mauritius Commercial Bank Moçambique, SA. Banco Tchuma, SARL.
African Banking Corporation (Moçambique), SA. Banco Nacional de Investimento, SA.
FNB Moçambique, SA. United Bank for Africa Moçambique, SA.
Banco Único, SA.
Microbancos
Microbanco Malanga, Lda. Yingwe Microbanco, SA.
Caixa Financeira de Catandica, SA. The First Microbank, SA.
Caixa de Poupança Postal de Moçambique, SA. Caixa Financeira de Caia, SA.
Microbanco NGR, SA Letshego Financial Services Mozambique (Mcb), SA.
Cooperativas de crédito
Cooperativa de Poupança e Crédito, SCRL. Caixa Cooperativa de Crédito, SCRL.
UGC-CPC - Cooperativa de Poupança e Crédito, SCRL. Sociedade Cooperativa de Crédito das Mulheres
de Nampula, SCRL
Cooperativa de Crédito dos Micro-empresários de
Angónia, SCRL.
Caixa das Mulheres de Nacala, Cooperativa de
Crédito, SCRL.
Cooperativa de Crédito dos Produtores do Limpopo,
SCRL.
Sociedades de locação financeira
African Leasing Company (Moçambique), SA.
Sociedade de investimento
Sociedade de Gestão e Financiamento para a Promoção de Pequenos Projectos de Investimentos, SA.
Sociedades Financeiras de Corretagem
Centro Cultural do Banco de Moçambique Banco Mundial
Instituto Nacional de Estatística Banco Africano de Desenvolvimento
Ministério das Finanças Associação dos Bancos Centrais de África
Ministério de Planificação e Desenvolvimento Divisão de Estatística das Nações Unidas
Fundo Monetário Internacional
Bancos Centrais da SADC
Bancos Centrais da CPLP Dados Estatísticos das Nações Unidas
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Sociedades de Gestores de Capitais de Risco
GCI - Sociedade de Capital de Risco, SA.
Sociedades Administradoras de Compras em Grupo
Compras em Grupo de Moçambique, SA.
Sociedades Emitentes de Cartão de Crédito
Interbancos, SA.
Casas de Câmbio
Afzal Câmbios, Lda. Acácio Câmbios, Lda.
Expresso Câmbios, Lda. Al Meca Câmbios, Lda.
Manusso Câmbio, Lda. Nós Câmbios, Lda. Coop Câmbios, Lda.
Africâmbio, Lda. Internacional Câmbios, Lda.
Cota Câmbios Confiança Câmbios, Lda.
Mundo de Câmbios, Lda. Multicâmbios, Lda.
Mundial Câmbios, Lda. 786 Câmbios, Lda.
Sarbaz Câmbios, Lda. Dragão Câmbios, Lda.
Soraiex Moçambique Câmbios, Lda. Méizel Câmbios, Lda.
SA Câmbios, Lda. Mia Câmbios, Lda.
Executivo Câmbios, Lda.
Operadores de Microfinanças
Organizações de Poupança e Empréstimo
Associação Caixa Comunitária de Microfinanças
Maputo Norte
Associação Caixa Comunitária de
Microfinanças Maputo Sul
Associação Caixa Comunitária de Microfinanças
Matola
Associação Caixa Comunitária de
Microfinanças Montepuez
Operadores de Microcrédito
Em Moçambique existem cerca de 60 operadores de crédito credenciados pelo Banco de Moçambique6
Escritórios de Representação de Instituições de Crédito com Sede no Estrangeiro
Banco Efisa
A maior instituição possui 40% dos activos totais da banca; 90% dos activos e passivos da
banca é possuído por apenas seis instituições nomeadamente: ABC, Barclays Bank, BCI,
Millenium BIM, BIM e Standard Bank.
Os bancos moçambicanos encontram-se geográficamente mal distribuídos e pouco disperso,
visto que metades das agências abertas ao público estão situadas na província ou cidade de
6 Ver a página oficial do Banco de Moçambique (www.bancomoc.mz)
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Maputo. Cerca de 80% do território nacional não dispõe de qualquer agência bancária,
demonstrando a fraca bancarização do país.
Os principais constragimentos enfrentados pelo sector bancário moçambicano são a ausência
de infra-estruturas (estradas, redes de comunicações, e electricidade); Elevados custos
operacionais e de investimento na fase de arranque; Economia rural de dimensão reduzida;
Falta de sucursais do BM; Mão-de-obra sem o perfil exigido.
Um dos dois maiores bancos moçambicanos possuem na sua estrutura societária capitais
portugueses, servem como exemplo: o Millenium Bim é participado por 66,69% do
Millennium BCP Participações, S.G.P.S., Sociedade Unipessoal, Lda, 17,12% do Estado
Moçambicano, 4,95% INSS - Instituto Nacional de Segurança Social, 4,15% da EMOSE -
Empresa Moçambicana de Seguros, SARL, 1,08% do FDC - Fundação para o
Desenvolvimento da Comunidade e 6,01% Gestores, Técnicos e Trabalhadores.
O BCI é participado por PARBANCA SGPS, S.A do Grupo Caixa Geral de Depósitos em
51%, Banco BPI, S.A do Grupo BPI em 30%, SCI – Sociedade de Controlo e Gestão de
Participações Financeiras, S.A. do grupo INSITEC em 18,12% e os restantes em 0,88% por
pequenos accionistas ou colaboradores do BCI.
O Mozabanco é participado por um grupo de 376 accionistas (50.1 por cento), BES África, do
Grupo Espírito Santo (25.1 por cento) e Geocapital, uma sociedade luso-macaense (24.5 por
cento).
9. Produtos e Serviços Bancários do Mercado Moçambicana
Os bancos moçambicanos prestam serviços tais como guarda de valores, efectuam cobranças
em conta alheia, aluguer de cofres,garantias, descontos, descobertos entre outros, recebem
depósitos dos clientes, efectuam empréstimos obrigacionistas, oferecem produtos tais como o
leasing e crédito,
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10. Conclusão
Durante o presente trabalho intitulado ``Mercado Bancário Moçambicano`` vimos que a
actividade bancária que conhecemos hoje passou por inúmeras transformações de caractér
politico e económico, transformações essas que permitiram em 1992 a entrada de empresas do
sector privado devido a aprovação da Lei Lei nº. 28/91, de 31 de Dezembro, novas
instituições de crédito começaram a surgir em Moçambique, com a mesma Lei, iniciou-se
com o processo de privatização da banca estatal, isto é, das duas instituições bancárias do
Estado anteriormente referidas.
Vimos igualmente que Apesar das modificações registadas no mercado bancário
moçambicano, é ainda considerado relativamente pequeno, encontram-se a operar em
Moçambique cerca de 17 Bancos, 8 Microbancos, 7 Cooperativas de crédito, 1 Sociedade de
Locação Financeira,1 Sociedade de Investimento, 12 Sociedades Financeiras de corretagem, 1
sociedade Gestora de Capitais de Risco, 1 Sociedade Administradora de Compras em Grupo,
1 Sociedade Emissora de Cartões de Crédito, 20 Casas de Câmbio, 4 Associações ou
Organizações de Microfinanças, 69 Operadores de Microfinanças e 1 escritorio de
representação de instituições de crédito com sede no estrangeiro.
Os bancos que possuem maiores quotas de mercado bancário moçambicano possuem capitais
de origem portuguesa, isso torna o mercado Bancário Moçambicano muito dependente de
decisões tomadas a partir do estrangeiro, decisões estas que podem não espelhar o tipo de
necessidades que o mercado e a economia necessita.
Os bancos moçambicanos encontram-se geográficamente mal distribuídos e pouco disperso,
visto que metades das agências abertas ao público estão situadas na província ou cidade de
Maputo. Cerca de 80% do território nacional não dispõe de qualquer agência bancária,
demonstrando a fraca bancarização do país.
Os principais constragimentos enfrentados pelo sector bancário moçambicano são a ausência
de infra-estruturas (estradas, redes de comunicações, e electricidade); Elevados custos
operacionais e de investimento na fase de arranque; Economia rural de dimensão reduzida;
Falta de sucursais do BM; Mão-de-obra sem o perfil exigido.
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11. Bibliografia
1. Sistema Financeiro Moçambicano – Curso de Candidatos à Profissão Bancária – IFB,
pp. 3-11, Maputo
2. WATY, Teodoro Andrade, Direito Bancário,Maputo: W&W Editora Limitada,2011
3. Caderno nº. 1 do Banco de Moçambique
4. www.bancomoc.mz
5. www.milleniumbim.co.mz
6. http://www.standardbank.co.mz/
7. www.opais.co.mz
8. Pt.wikipedia.org
9. www.pap.org.mz
10. www.bvm.co.mz
11. www.portalangop.co.ao