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www.ufpr.br | Ano 9 | Número 48 | Maio de 2010

A ciênciaestá no vinhoProjeto de extensão melhora a vida dos produtores e dá qualidade ao vinho produzido na Região de Curitiba página 20

Os avanços da bioengenharia na medicina pág. 14

Negociações podem evitardemissões no HC pág. 7

Notícias da

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A solução para evitar o cum-primento do Termo de Ajuste de Conduta assinado com o MPT, que determina a demissão em dezembro de 2010 de 1.143 funcionários do HC contratados pela FUNPAR, não será fácil. Desde nossa posse no MEC, nos comprometemos a enfrentar esta questão com todas as nossas forças. Com a aproximação desta data fatal, sentimos de perto a tensão que vem tomando conta deste enorme contin-gente de qualificados trabalhadores em saúde e de suas famílias. Temos na verdade duas questões a solucio-nar: viabilizar o funcionamento do HC e resolver a situação dos nossos fun-cionários contratados pela FUNPAR. Qualquer proposta que atenda a ape-nas uma delas não é viável.

A solução é complexa.Temos que buscar apoio em todas as lideranças que possam nos ajudar a apresentar argumentos ao MPT e demonstrar a essencialidade do papel do HC no con-texto da saúde pública do nosso esta-do, da relevância de suas atividades de ensino, pesquisa e extensão. Temos que demonstrar o imenso prejuízo de-corrente do desligamento abrupto de um contingente de trabalhadores com grande experiência acumulada e que presta indispensável colaboração aos serviços do HC. Temos que assegurar os empregos destes servidores que ao longo dos anos dedicaram sua força de trabalho em prol da nossa população. Vamos nos mobilizar e tenho a certeza que contaremos com o apoio do minis-tro Paulo Bernardo, grande aliado nas questões relacionadas à educação e à saúde, somando-se ao ministro Fer-nando Haddad, a nossa bancada fede-ral , além do governador Pessuti e do prefeito Ducci.

Como reitor, o papel que pretendo desempenhar é o de articulador destas lideranças, juntamente com a direção do HC, com a FUNPAR e com o Sindi-test, assumindo a linha de frente desta mobilização, para construirmos juntos uma solução definitiva, que seja fruto do diálogo e do esfor-ço de todos nós!

Produtos feitos à mãoObjeto de Desejo

Editorial

Uma soluçãoa muitas mãos

Atualmente, as pessoas dão valor para produtos que sejam artesanais, que contam com o toque do artista, sejam os pa-nos de prato bordados e com acabamento em crochê, sejam os xales e acessórios de moda, que diferenciam as pessoas através de suas roupas.

Nem sempre foi assim. Quando nossas avós e mães, nas estações adequadas do ano, faziam as compotas de frutas, tri-cotavam roupas de lã, faziam seus bordados e peças de cro-chê, estes objetos eram parte da vida corriqueira das pessoas. Todo o mundo tinha. As tias davam de presente às sobrinhas peças feitas à mão para compor o enxoval das belas donzelas. Na época, o diferente era ter objetos de produção em massa: a calça Lee, o Jeans, ou qualquer outro produto que tivesse uma marca ou estilo americano.

Hoje em dia, não se fazem mais avós, mães e tias como antigamente. E os produtos feitos à mão são raros. Com toda essa tendência de consumo consciente, produto “verde”, preservação do meio ambiente, os bens feitos à mão vieram a calhar como objeto de desejo, principalmente se estão liga-dos à história de uma comunidade que os produz. É uma ten-dência, mas eu considero uma boa tendência, pois estimula o uso de recursos escassos e finitos da Terra, para atender a uma população mundial crescente.

Reduzir. Reutilizar. Reciclar. Estes elementos são a tríade de uma nova era. Um sem o outro não se sustenta. É a pa-lavra de ordem hoje é a sustentabilidade. Se os bens feitos à mão são benéficos para todos, para as comunidades que os produzem, para o comércio que os distribuem e para as pes-soas que os compram e consomem, mesmo que paguem mais por isso, por que não?

Mirian PalmeiraProfessora do Curso de Administração da UFPR

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OpiniãO

Zaki AkelReitor da UFPR

O jornal Notícias da UFPR é uma publicação da Assessoria de Comunicação Social da Universidade Federal do Paraná.Rua Dr. Faivre, 405 - CEP: 80060-140 Fones: 41 3360-5007 e 41 3360-5008 Fax: 41 3360-5087 E-mail: [email protected]

Reitor Zaki Akel Sobrinho | Vice-Reitor Rogério Mulinari | Pró-Reitor de Administração Paulo Roberto Rocha Kruger | Pró-Reitora de Extensão e CulturaElenice Mara de Matos Novak | Pró-Reitora de Gestão de Pessoas Larissa Martins Born | Pró-Reitora de Graduação Maria Amélia Sabbag Zainko

Pró-Reitora de Planejamento, Orçamento e Finanças Lúcia Regina Assumpção Montanhini | Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação Sérgio ScheerPró-Reitora de Assuntos Estudantis Rita de Cássia Lopes | Chefe de Gabinete Ana Lúcia Jansen de Mello Santana.

Assessor de Comunicação Social e Jornalista Responsável Mário Messagi Júnior - Reg. Prof.: 2963 | Edição geral Maria de Lurdes Pereira| EditoresSimone Meirelles (Ensino), Fernando César Oliveira (C&T), Mário Messagi Júnior (Gestão) e Letícia Hoshiguti (Cultura e Extensão) | Projeto Gráfico

Iasa Monique Ribeiro | Diagramação Juliana Karpinski| Foto da Capa Rodrigo Juste Duarte| Impressão Imprensa UniversitáriaRevisão Edison Saldanha | Tiragem 10 mil exemplares

ErramosNa matéria sobre o Provar “Critérios mais rigorosos darão outra dinâ-

mica à ocupação das vagas ociosas na UFPR”, ao informar que o estudan-te Gleisson Alisson Pereira de Brito é formado em Educação Física pela UFPR e já pensa em fazer mestrado na área. Na verdade ele se graduou pela PUC/PR, fez Mestrado na área de Concentração em Fisiologia do pro-grama de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular na UFPR e atu-almente é – além de Mestre em Biologia Celular e Molecular – também doutorando no mesmo Programa.

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[email protected] Meirelles

EnsinO: LutEria

Arte, técnica e coração. Três qualidades indis-pensáveis para quem

estuda Luteria, um dos novos cursos oferecidos pela Universi-dade Federal do Paraná. Iniciada em 2009, a formação, que rece-beu o nome oficial de Tecnologia em Construção de Instrumentos Musicais – Luteria, tem hoje 60 alunos e é a primeira da Améri-ca Latina com nível de gradua-ção. A atenção para os detalhes, o conhecimento histórico e mu-sical e a sensibilidade artística são habilidades que o curso se propõe a despertar.

Para o professor Aloísio Leo-ni Schmid, coordenador do cur-so, é importante destacar a ins-trução não apenas técnica, mas também cultural que a gradua-ção oferece. Mais que aprender a construir instrumentos, o alu-no de Luteria da UFPR também estuda disciplinas como História da Arte, cultura musical e iden-

tidade regional, línguas estran-geiras e educação musical, além daquelas matérias dedicadas ao aprimoramento técnico, como vernizes, restauração, aspectos da madeira, entalhe, acústica, eletrotécnica e computação. Para isso, tem à disposição uma oficina com equipamentos de alta qualidade com itens indivi-duais para cada estudante, sala de máquinas e sala de desenho, além das salas comuns. Tam-bém aprende a executar diver-sos instrumentos, com objetivo de conhecer a capacidade e a sonoridade de cada um.

NOVO INSTRUMENTOUm dos mais novos equipa-

mentos adquiridos é um órgão de baú, um instrumento de di-mensões pequenas (100 cm x 60 cm x 90 cm) mas que permi-te o estudo da música barroca e dos diversos timbres das flautas feitas a mão. Conforme explica Schmid, optou-se pela compra deste instrumento por permitir

a observação para estudo e tam-bém a realização de concertos aproveitando o potencial acústico de diferentes espaços da UFPR e da cidade. Avaliado em R$ 41 mil, o instrumento foi produzido em Santa Maria (RS), pela fábrica de Manfred Worlitschek, de forma totalmente artesanal. Especia-lista na manutenção e execução musical de órgãos, o professor Ri-cardo Herrmann observa que por enquanto os alunos não irão cons-truir órgãos, mas é importante que o conheçam, pois ele repre-senta “um coroamento na arte de construção de instrumentos”.

O mercado de trabalho para o formando vai desde as grandes fábricas de instrumentos, que exigem mão-de-obra especiali-zada, até a criação de empresas pelos próprios profissionais ou mesmo sua atuação autônoma. Por isso mesmo, Organização e Empreendedorismo é uma disciplina que também está no currículo. “Há potencialmen-te um grande mercado, tanto

nacional quanto internacional, para instrumentos de alta quali-dade e feitos de forma artesanal. Estamos pesquisando também o uso de madeiras brasileiras. Para se ter ideia, um arco de violino feito de pau-brasil pode valer milhares de reais”, explica o coordenador do curso.

Com os equipamentos dispo-níveis hoje, os estudantes de Lu-teria estão aprendendo a construir principalmente violões, guitarras e baixos elétricos, violinos e vio-las. A formação adquirida deverá permitir trabalhar ainda com vio-loncelos, contrabaixos, cavaqui-nhos, bandolins, alaúdes, flautas, clarinetes, oboés e organetes. A longo prazo, existe a possibilidade de incluir instrumentos de metal e de percussão. A plena imple-mentação do curso ainda depende de se completar a equipe de pro-fessores e técnicos, tarefa difícil por serem raros os profissionais especializados. Também é neces-sário adquirir máquinas e ferra-mentas que ainda faltam.

A arte de transformar madeira em sons

Curso de Luteria reúne conhecimento artístico e histórico para transformar alunos em mestres da construção de instrumentos musicais

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[email protected] Campos

O vestibular da Universi-dade Federal do Paraná reúne em média mais de

40 mil estudantes todos os anos. Toda a parte de organização, ela-boração, segurança e correção das provas fica sob responsabi-lidade do Núcleo de Concursos (NC) da UFPR. Além do proces-so seletivo, outros 12 concursos públicos foram executados pelo NC em 2009.

Meses antes do dia das pro-vas, o Núcleo de Concursos co-meça a pensar na sua elaboração do começo ao fim dos processos seletivos cuidando de todo an-damento. O coordenador do NC Raul von der Heyde revela que o vestibular começa

a ser preparado a partir de abril, com base em uma avaliação fei-ta entre janeiro e março sobre a prova anterior. Outros processos seletivos são preparados em mé-dia com 90 dias de antecedência. Uma preocupação é manter o padrão das provas. “Qualquer mudança, principalmente no ves-tibular, não pode ser feita do dia para a noite”, afirma.

O NC é composto por qua-tro grupos, cada um especia-lizado numa área: tecnologia da informação, preparação de área, administrativo financeiro, atendimento executivo e a as-sessoria de avaliação de acom-panhamento acadêmico. Q u a n d o

Além do vestibular, NC organiza concursos externos

O Núcleo de Concurso da UFPR atende a solicitações para processos seletivos terceirizados. Em 2009, foram oito concursos

se tem uma solicitação de con-curso externo ou interno, há uma reunião para se organizar a prova requisitada, com foco nas preocupações de seguran-ça e para a escolha de uma data para a prova que não coincida com outros grandes eventos na capital. “Não há como realizar uma prova no mesmo dia que a Maratona de Curitiba, porque muitas ruas são interditadas e isso dificultaria o trânsito dos candidatos”, exemplifica o co-ordenador. Para manter a segu-rança no transporte das provas, o NC conta com a ajuda da Polí-cia Militar.

OUTROS CONCURSOS No último ano, foram reali-

zados oito concursos externos, como para as prefeituras de São José dos Pinhais e Araucária. Nesses casos a elaboração da prova é feita de acordo com a so-licitação da instituição interes-sada. “Enviamos uma lista para ver o cargo pretendido, atribui-ções, números de questões e o tipo de prova”, explica.

Para fazer a inscrição, im-primir o boleto, conferir o nú-mero de ensalamento e depois ver o resultado do concurso, o

candidato precisa da informática. O Gru-po de Tecnologia da Informação (GTI) cuida de todos es-ses processos. “Para fazermos tudo isso contamos com uma rede fechada, para garantir sigilo total” diz a coordenado-ra do GTI, Cleuza Henklein.

EnsinO: núcLEO dE cOncursOs

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Conferência nacional formata documento reunindo expectativas da sociedade para o setor

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Maio2010EnsinO: cOnaE

O Plano Nacional de Educa-ção que o governo preci-sa definir para o decênio

2011/2020 já conta com contri-buições estabelecidas e recém-saídas da Conferência Nacional de Educação (Conae), ocorrida de 29 de março a 1º de abril úl-timo. Entre os aproximadamente 2.500 delegados de todo País, as delegadas do Paraná, professoras Ettiène Guérios, diretora do Se-tor de Educação, e as professoras Andréia Caldas e Andréia Gou-veia, ajudaram a formatar os dois volumes que contêm o que hoje a sociedade brasileira espera da educação do Brasil de amanhã.

A Conae teve esse papel re-presentativo da sociedade por ter sido precedida de conferên-cias municipais e estaduais em mais de cinco mil municípios brasileiros. Não reuniu apenas professores, mas representan-tes de todos os segmentos da comunidade nacional: cidadãos professores, estudantes de to-dos os níveis de ensino, profis-sionais os mais diversos, pais e mães interessados na educa-ção que o País precisa. “Todos os delegados constituídos num fórum de mobilização nacional pela qualidade e valorização da educação e num espaço demo-crático para a construção de di-retrizes para a política nacional

de educação e dos seus marcos regulatórios, na perspectiva de inclusão, igualdade e diversida-de” expôs a professora Ettiène.

Ela voltou extremamente otimista com os resultados da Conae em razão da qualidade dos debates estabelecidos e da visível preocupação que as pessoas de-monstraram ter para que o plano seja bom para o País, no coletivo e não no individual. Ressalvados alguns “delírios”, de propostas praticamente impossíveis de se concretizar, Ettiène destacou que a maioria das argumenta-ções foram construtivas e espera ver boa parte delas integrando o projeto de plano que o governo deve encaminhar ao Congresso Nacional ainda neste ano.

DIRETRIZES APONTADASUm sistema nacional que seja

articulado, foi uma das principais diretrizes definidas na Conae. Essa articulação hoje existe por meio de iniciativas pontuais, de-pendente da vontade de gestores das instituições. Hoje as parcerias entre as estruturas de educação no nível federal, estadual e mu-nicipal dependem de convênios e projetos. O Setor de Educação da UFPR, por exemplo, já trabalha em projeto conjunto com a Pre-feitura de São José dos Pinhais, num programa de formação con-tinuada de professores daquele município. É um exemplo de ação

que, devidamente respaldada pelo PNE, passará a fazer parte de uma estrutura institucionalizada de sistema. Essa articulação ins-titucional promoverá uma maior aproximação entre as universida-des e as instituições públicas dos outros níveis de ensino.

“Para a universidade, a relação com os sistemas de ensino públi-co mais intensionada possibilitará uma oxigenação do modo de rela-ção entre esses sistemas”, pon-derou Ettiène, que adianta um ce-nário de maior compromisso com a formação continuada, a constru-ção de programas em conjunto, uma relação mais contínua com os municípios e suas reais neces-sidades na área da educação.

A valorização profissional foi outro aspecto bastante defen-dido na Conae. Hora/atividade, estrutura física, valorização da formação continuada cotidiana, incentivo à pós-graduação como mestrado e doutorado, isonomia na valorização de títulos acadê-micos, foram alguns dos outros

A Conferência foi estruturada em quatro eixos:

s Papel do estado na garantia do direito à educação de quali-dade: organização e regulação da educação nacional.s Formação e valorização dos profissionais da educação.s Financiamento da educação e controle socials Justiça social, educação e trabalho: inclusão, diversidade e

igualdade.

pontos destacados na Conferên-cia. São todos pontos estratégi-cos para a valorização da educa-ção no País e que, para Ettiène, são fundamentais e precisam ser construídos gradativamente. “A formação, o desenvolvimento profissional e a valorização dos trabalhadores da educação são fa-tores centrais para a construção de uma política de Estado para a educação nacional”, afirmou Ettiène, complementando que o sistema tem de expressar a efe-tivação do direito social à educa-ção, com qualidade para todos.

Nota: Em maio, a professora Ettiène realiza no Setor de Educação, um evento das prin-cipais diretrizes da Conae para apresentar à comunidade uni-versitária interessada. Será na primeira quinzena de maio, em dia a ser definido, em que uma pessoa responsável para cada eixo explicará à comunidade as principais deliberações da Conferência.

[email protected]ícia Hoshiguti

Cidadãos de todo País contribuem para Plano Nacional de Educação

Conferência nacional formata documento reunindo expectativas da sociedade para o setor

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CONAE mostrou mobilização nacional pela qualidade e valorização da educação

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Rosemari Nunes Ferrei-ra trabalha há 19 anos no Hospital de Clíni-

cas, como assistente admi-nistrativa. Divorciada há dois anos, tem dois filhos. A jovem Camila, com 20 anos, chegou pouco antes da mãe entrar no HC. Foi praticamente criada na creche do Hospital. “Eles adotam o seu filho e ele sai de lá alfabetizado’’, conta Rose-meri. João Vítor, com 4, con-tinua na creche.

Ela, como outros 1.042 funcionários do Hospital, pode ficar sem emprego, há cinco anos de se aposentar, no dia 31 de dezembro, quan-do expira o prazo dado pelo Ministério Público do Tra-balho à Funpar para desligar todos os empregados contra-tados para o HC através da Fundação. O termo de ajuste de conduta assinado em 9 de janeiro de 2007, perante à 1ª Vara do Trabalho de Curitiba, entre a Funpar, a UFPR e o Ministério Público se funda-menta no acórdão 1.520, de 2006, do Tribunal de Contas da União. Rosemeri tem que tocar a vida sozinha. A ame-aça de perder o emprego já produziu momentos de de-pressão, de choro. “O hospi-tal é minha vida, é minha se-gunda casa. Tenho um amor incondicional. Sem ele, ia perder o meu chão, tanto no aspecto profissional quanto financeiro”, confessa.

O problema é histórico.

EnsinO: aLunO pOr aLunO

Mãos à negociaçãoSolução para o problema do HC só virá com o envolvimento de

todos os participantes, dos trabalhadores até o governo federal.

Reitor vai assumir papel de negociador para encontrar solução. MPT aceita rever termo de ajuste

de conduta, desde que haja uma solução viável.

Desde 1981, a Funpar contrata pessoal para atender as neces-sidades do HC, tendo atingido mais de três mil pessoas con-tratadas. A prática parou em 1996, quando a administração da universidade determinou a suspenção de qualquer nova contratasão. De lá para cá, muitos saíram e diversas ati-vidades foram terceirizadas, como limpeza, manutenção, nutrição e segurança. Assim, os últimos contratados são de 1996.

É o caso de Renildo Meu-rer. Contratado na última leva, é técnico em assuntos educacionais. Tem três filhos, de 13, 15 e 17 anos. Gradua-do e com especialização pela PUC, é mestre pela UFPR e leciona à noite, num curso su-perior de letras. Apesar disso, o HC representa mais de dois terços da sua renda. “Imagine perder 70% dos seus ganhos”, pondera.

O problema não é localiza-do. Estima-se que 18 mil em-pregados, contratados de di-versas formas, trabalham nos hospitais universitários em todo o Brasil. Logo, a solução também deverá ser nacional. Depende do Congresso Na-cional e do governo federal, sobretudo. Até o próprio Mi-nistério Público está disposto a participar de um processo de negociação que permita cons-truir uma solução legítima. “Achar uma solução negociada sempre foi a ideia”, afirma Ri-cardo Bruel da Silveira, pro-curador geral do MPT.

[email protected]ário Messagi Jr.

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Mãos à negociação

Demissão em massa

Desde 1988, a Constituição Federal consagra os concursos públicos como forma de aces-so aos empregos públicos. Ou seja, a situação é irregular. No entanto, a solução para o pro-blema instalado é bem mais complicado.

Por um lado, o HC não funcionaria sem esses em-pregados. “Esses servidores são imprescindíveis”, afirma a diretora do Hospital Heda Amarante. Ela entende que o ajuste de conduta assina-do com o MPT é uma reco-mendação de substituição de pessoal, mas não uma deter-minação. As áreas que seriam afetadas de forma mais aguda, segundo Heda, seriam a admi-nistração, áreas especializa-das de laboratórios, plantões

e a informática. Por isso, “o HC não pode demitir sem que esse pessoal seja substituí-do”, explica. Por outro lado, há o problema social. Mesmo que todas as vagas fossem supridas, o que é pouco pro-vável, a demissão de mais de mil pessoas simultaneamente seria catastrófica, sem contar com o impacto nas rotinas do hospital, haja vista que esse pessoal já está qualificado para as funções que exer-cem, com experiência. “Não queremos ser responsáveis por uma demissão em mas-sa”, confessa Heda. O supe-ritendente da Funpar, Pedro Steiner, reitera a posição. “A solução para o hospital não é a solução para estas pessoas. O ideal seria repor à medida que elas saiam”, diz.

assembleia

Em assembleia com mais de 400 empregados do Hospi-tal de Clínicas, no último dia 24 de fevereiro, o reitor da UFPR Zaki Akel Sobrinho, ga-rantiu que não haverá demis-sões no HC. “O hospital não pode parar e vocês não serão demitidos”, disse. Zaki foi ain-da mais enfático em uma outra fala: “Se chegarmos ao dia 31 de dezembro e não tivermos uma solução, eu vou ser pre-so, mas não vamos demitir ne-nhum de vocês”, garantiu. É evidente que o reitor não ima-gina que será preso. Na verda-de, ele tem assumido uma po-sição de ponta na construção de uma solução, que envolve a universidade, a Funpar, o HC, mas, sobretudo, o Congresso Nacional e o Executivo.

Esses servidores são

imprescindíveis.”“ Heda Amarante,Diretora do HC.

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ASSEMBLEIA dos funcionários do HC reuniu mais de 400 pessoas em 24 de fevereiro

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As ações do reitor têm res-paldo da direção do hospital. “O HC participa par e passo com a Reitoria, de todas as ações tanto em Brasília quan-to no Paraná. Mas a decisão fi-nal será do Ministério do Pla-nejamento”, explica Heda.

Na avaliação dos participan-tes na assembleia, a postura da administração foi tranqui-lizadora. Apesar disso, serão necessárias muita organiza-ção e mobilização para evitar a demissão em massa. “Estou tranquilo, mas não seguro”, afirmou Carlos Monteiro, ser-vidor no HC. Jonas de Souza Pinto enfatizou a necessidade de manter a disposição. “Isso é um projeto de luta. Temos que continuar lutando, por-que o reitor não pode nos dar garantia de que não seremos demitidos”, disse.

Para o presidente do Sin-ditest Wilson Messias, “é o início de um trabalho para que vocês (empregados) saiam quando queiram sair e não

quando o Ministério Público quiser”. Mas o que pensa o Ministério Público?

Para Ricardo Breual, ao longo dos anos foram criadas vagas, mas em número insu-ficiente. “A maior dificulda-de é a criação de vagas. Se houvesse perspectiva de que estas vagas fossem criadas, a solução seria mais fácil”, diz. Apesar de enxergar a gravida-de do problema, Bruel garan-te que o MPT está disposto a colaborar com a construção de uma solução.

soluções

Para Zaki, a solução pas-sa pela abertura de vagas de concurso, combinado com a manutenção dos empregados remanescentes como quadro em extinção. Isso permitiria equilibrar os dois lados da questão: por um lado o fun-cionamento do HC e por ou-tro a manutenção dos empre-gos. A consolidação de uma proposta adequada a todos deve tomar até quatro meses, estima Zaki.

Para ele, a solução defini-tiva do problema dos hospi-tais universitários passa pelo Rehuf (programa do governo federal de reestruturação dos hospitais universitários) e pela criação de um plano de cargos e salários para os hos-pitais. “Sem plano de carrei-ra, vamos ficar sempre neste drama”, explica. Essa solução já vem sendo construída. Por determinação do presiden-te Lula, quatro ministérios (Educação, Saúde, Planeja-mento e Ciência e Tecnolo-gia), estão debruçados sobre o problema. Interferir nesse processo positivamente é o desafio que o reitor assume para si, buscando acelerar os trabalhos.

Um dos passos nesse sentido foi o seminário so-bre os hospitais nos dias 17 e 18, em Brasília, promovido pelo Ministério da Educa-ção e pelo Banco Mundial. O MEC e o Ministério do Pla-nejamento apontaram, ini-cialmente, para várias solu-ções segmentadas, conforme

Imagine perder 70% dos meus ganhos.”“ Renildo MeurerTécnico em assuntoseducacionais

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Arte: Leonardo Bettinelli

o caso de cada estado. Pela primeira vez, o tema recebe atenção suficiente. A solução

não deve ser imediata, mas há muito esforço para cons-truir alternativas.

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Fundada em 19 de dezem-bro de 1912, a UFPR está prestes a completar 100

anos, e há menos de 1000 dias para este centenário, os prepa-rativos para a comemoração já começaram. Os primeiros pas-sos para organizar as atividades foram a criação das comissões dos 12 Setores e do Comitê Executivo dos 100 anos.

Denominada Comissão Consultiva Setorial, cabe ao grupo de cada setor coordenar as atividades, manifestações culturais, projetos artísticos e eventos que serão realizados. O Comitê Executivo fica res-ponsável pela coordenação téc-nica e financeira. “São 12 seto-res em toda a universidade por isso, cabe ao Comitê fazer um afunilamento para encaminhar cada evento a suas respectivas categorias”, explica o professor Ulf Gregor Baranow.

Formados pelo vice-reitor Rogério Mulinari, pela pró-reitora de Extensão e Cultura Elenice Novak, pela coorde-nadora de cultura Lucia Mion, pelo professor do Departa-mento de História Renato Lo-pes Leite, pelo chefe da As-sessoria de Comunicação da UFPR Mário Messagi Júnior e com a colaboração do profes-sor Ulf Gregor Baranow, o Co-mitê Executivo começou a se reunir a partir de setembro de 2009, e de lá para cá, alguns projetos já foram organizados.

Entre as atividades que já estão sendo preparadas está a Memória Digital da UFPR 100 anos. Um projeto que integra a Biblioteca Central da UFPR, a Proec e o Departamento de In-formática, coordenados por Ba-ranow. “Existem diversas bio-grafias esparsas sobre a UFPR

ao longo desses 100 anos e pretendemos reuni-las”, expli-ca o professor. Com o projeto, até o momento, foram digitali-zados 85 volumes, entre livros, relatórios impressos, anuários e biografias, com um total de mais de dez mil páginas sobre a universidade.

Além da digitalização das biografias, existem pesquisas na UFPR motivadas pela co-memoração 100 anos, como é o caso do curso de Geologia que pretende lançar um livro sobre sua história.

MEMÓRIA, EVENTO E COMUNICAÇÃO

A programação do cente-nário será organizada em três eixos de trabalho: Memória, Evento e Comunicação. O eixo Memória fica responsável por toda a produção de material bibliográfico, iconográfico, ar-quivístico, pesquisa acadêmica e publicações. Entre os even-tos que estão sendo preparado, está o projeto de montar o livro com a história da universidade. “Nossa preocupação é mostrar os preocupações atuais e o que se espera da UFPR no futu-ro”, comenta o Renato Lopes Leite. O livro será lançado em 2012 e organizado por um gru-po de pesquisadores que par-ticiparão de debates com pes-soas de fora da universidade para agregar outras pesquisas ao trabalho.

Também há projetos para a coleta e identificação da iconografia da UFPR, para o levantamento de multimídia, filmes, programas de TV, para a localização dos arquivos existentes e elaboração de um guia preliminar e para o processamento informacional do acervo de partituras musi-cais da Proec.

A eixo de Evento realizará exposição histórica itinerante nos campi da UFPR, concursos de fotografias sobre o cotidia-no e as edificações da UFPR, concursos de monografias, exposições de artes plásticas, apresentações de grupos artís-ticos, homenagens a personali-dades da UFPR. “Além de tudo também estamos preparando a virada cultural dos 100 anos”, completa Lucia Mion.

Os eventos realizados tam-bém contarão com a coorde-nação de Comunicação, que está implantando o site “UFPR Rumo aos 100 anos (1912-2012)” e será responsável pela seleção de artigos e contribui-ções autobiográficas, pela pro-dução de livro com imagens históricas da universidade, além da produção do material de marketing, com camisetas, brindes, adesivos. “Também pretendemos lançar o calendá-rio da UFPR em 2010, 2011, 2012, com imagens relacionas à história da universidade, fotos atuais e o que se espera para o futuro da UFPR” acrescenta Mário Messagi Júnior.

EDITALPara envolver a comuni-

dade acadêmica nos prepara-tivos do centenário, em abril foi lançado o edital de bolsas para os projetos. “O objetivo é resgatar a memória da univer-sidade e marcar no imaginário coletivo. Para isso, a universi-dade ofereceu 60 bolsas para o primeiro e 60 para o segundo semestre”, explica Mulinari. As bolsas foram ofertadas com recursos do Reuni e do Plano Nacional de Assistência Estu-dantil (Pnaes), com duração de 12 meses, no valor de R$ 315 por mês e com intuito similar à iniciação cientifica.

GEstãO: 100 anOs

[email protected] Karpinski

Rumo aos 100 anosCom objetivo de resgatar a memória da universidade

e marcar no imaginário coletivo, as preparações para o centenário já começaram

Fotos: PRPPGArte: Leonardo Bettinelli

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GEstãO: imprEnsa

“Uma revolução” – é assim que pode ser qualificada a

atual situação da Imprensa Universitária. Não é necessá-ria uma visita longa às instala-ções para perceber que muita coisa está mudando por lá. Em março, por exemplo, enquan-to pedreiros concluíam a tro-ca de todo o telhado, funcio-nários trabalhavam em meio a grandes caixas com equi-pamentos recém-comprados, misturados a alguns antigos que já foram desativados. A reestruturação, que começou no ano passado, dará agilidade e mais qualidade aos serviços da Imprensa.

Mesmo que em condi-ções adversas de trabalho, não há desânimo dos ser-vidores, segundo o diretor

da unidade, Álvaro Pereira de Souza, o que prevalece “é o espírito de cooperação, tendo em vista que se so-brepõe o objetivo comum, que é o de oferecer uma Im-prensa que atenda às reais e crescentes necessidades da Universidade.”destaca.

Recursos de mais de R$ 1 milhão foram aplicados na compra de novas máquinas: duas offsets bicolores que im-primem até 200 cópias por mi-nuto em duas ou quatro cores, um plotter que imprime vários tipos de materiais, desde ban-ners de lona a papel fotográfi-co, máquina Computer digital que dispensa a necessidade de confecção de fotolitos. Tam-bém foram adquiridas impres-soras multifuncionais a laser uma que faz 60 e outra 110 cópias por minuto. A “estrela” é a máquina à base de óleo de

soja que imprime colorido. O diretor faz questão de explicar que se trata de um equipamen-to ecologicamente correto, por ser isenta de solventes que agridem a natureza. “Essa tem sido a preocupação de todas as ações da Imprensa, já que todas as máquinas compradas têm algum componente que diminui o impacto ambiental”, explica o diretor.

Esses novos equipamentos permitiram o aumento de pro-dutividade em 200%. Para que as novas máquinas pudessem ser instaladas, foi necessária uma readequação dos espaços internos. Depois da conclusão da troca do telhado, devido às muitas goteiras, será feita a reforma no forro e também a troca das instalações elétri-cas.Três grandes equipamen-tos só poderão ser instalados após esta etapa porque a atual

rede elétrica está no limite e não suportará o aumento de consumo de energia demanda-do por essas novas máquinas. Segundo o diretor, quando estiverem funcionando, a im-pressão de um livro será feita na metade do tempo que hoje é gasto, 60 dias, em média, dependendo da fila de espera. Para o diretor, “2010 será o ano da consolidação do cres-cimento”.

Hoje, a Imprensa Univer-sitária produz um número bastante significativo de car-tazes, folders, folhetos, ban-ners, receituários e impressos de controle de medicamentos para o Hospital de Clínicas. Também foi ampliado o atendi-mento a setores que não eram usuários da Imprensa, como a Editora UFPR. Em 2009 fo-ram impressos 12 livros. Esta prevista também a impressão

Imprensa universitária modernizada

Este mês Imprensa da UFPR faz 50 anos

Maria de Lurdes W. [email protected]

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LINOTIPO era usada para compor laudas de livros por ter pequenos moldes de metal

OFFSET imprime em duas cores simultâneas e 12 mil cópias por hora

DOBRADEIRA de papel utilizada para folders, cadernos de livros e outros materiais

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de periódicos científicos que serão 60 títulos anuais. Além disso, há o trabalho presta-do para as pró-reitorias e os setores. Só de blocos, foram impressos, no ano passado, 162.681 unidades. Certifica-dos somaram 84.513 e 1.308 diplomas. Houve um grande crescimento da impressão de capas de trabalho de Pós-Gra-duação, que passou de 1.821 para 13.868 cópias. A Im-prensa faz também trabalhos externos para estudantes e professores, como a encader-nação de monografias, disser-tações e teses.

Hoje, 41 servidores com-põem o corpo técnico ad-ministrativo da Imprensa Universitária, que têm de se desdobrar para atender a crescente demanda e, por vezes, a urgência na confec-ção dos materiais e produtos. Além da conclusão da reforma e ampliação das instalações fí-sicas, o diretor explica que é urgente que seja efetuado um dimensionamento das reais necessidades de pessoal para a Imprensa Universitária.

CUSTOS DE PAPEL Para dar conta desse sig-

nificativo crescimento das demandas, para 2010 já foram investidos R$ 1 milhão em compra de papel. O material é fornecido de acordo com a ne-cessidade pelas empresas que

Imprensa universitária modernizada

venceram os processos de li-citação. As tiras que sobram da impressão de livros, carta-zes e outros produtos, são re-aproveitadas para blocos, e o que não tem mais utilização é doado para uma cooperativa de catadores de papel, que leva o material para a reciclagem.

LEITURA ELETRÔNICA Com a evolução da tecno-

logia para meios digitais na internet, como e-book, tablet, entre outros, a tendência é a redução da tiragem de livros impressos. A Imprensa Uni-versitária está se preparando para dispor de novos meios eletrônicos e oferecer também esses serviços. Os planos são criar um setor de produção multimídia, para divulgação em papel e em meios eletrô-nicos. Álvaro de Souza conta que a tiragem de livros, que há poucos anos era de mil exemplares por edição, hoje é feita com no máximo 300 vo-lumes e a tendência é reduzir ainda mais. “Vai chegar um ponto em que a edição será feita apenas sob demanda”, destaca o diretor da Imprensa Universitária.

MUSEU PARA COMEMORAR OS 50 ANOS

Os 50 anos da Imprensa Universitária serão comemo-rados em outubro próximo. Durante uma semana de fes-

tividades haverá descerra-mento de placa comemorati-va, exposição sobre a história da Imprensa Universitária e a inauguração do Museu. O espaço já está acertado e os equipamentos também estão no local. São máquinas antigas, uma delas de 1950. Trata-se de uma Linotipo que funciona com tipos de chumbo. “Uma raridade que encanta a todos e especialmente os estudan-tes de Design, Comunicação Social e Artes Gráficas nas vi-sitas que fazem para conhecer como era o processo de im-pressão do século passado.” Com o Museu, a comunidade de Curitiba também poderá conhecer essas máquinas.

2010 será o ano da consolidação do crescimento.”“

Álvaro Pereira de Souza,Diretor.

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eOFFSET trabalha em conjunto com a outra máquina imprimindo materiais coloridos

PLOTTER imprime vários tipos de materiais, desde banners de lona até papel fotográfico CANON DIGITAL especializada na produção de livros, imprime 110 cópias por minuto

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o saci na uFPRPara ajudar no gerenciamento

de informações, na distribuição de tarefas e na própria organização da comunicação interna, a UFPR passou a contar em janeiro, com o programa chamado Sistema de Apoio ao Controle de Informação (Saci). Trata-se de um software li-vre desenvolvido a partir de 2004 na Universidade Federal de São Carlos-SP (UFSCAR). “Ele refle-te toda a rotina de uma assessoria de imprensa grande e complexa e tem o ponto positivo de ser um programa que funciona na web”, descreve o jornalista Rodrigo Bo-telho, um dos criadores.

“Esse programa organiza a vida, registra o trabalho e é um mecanismo aberto também para universidade. Além disso, não teve custo porque é um software livre”, avalia o chefe da Assesso-ria de Comunicação Social Mário Messagi Júnior.

RáDio uFPRA próxima mudança prevista

para este ano é a implantação da Rádio UFPR, que já existe na web. A concessão da emissora é

GEstãO: cOmunicaçãO

O ano de 2010 chegou com renovações na gestão da comunicação na Univer-

sidade Federal do Paraná. Mudan-ças na programação e na estrutura da UFPR TV, um novo programa de computador para gerenciar a comunicação interna e também os preparativos para colocar no ar a UFPR Rádio estão entre as novidades de destaque.

A nova programação da UFPR TV estreou em março. De acor-do com o diretor da emissora, Carlos Rocha, uma nova atração foi criada e os programas antigos passaram por uma reformulação editorial, o que inclui novos cená-rios e busca por uma linguagem mais livre. A discussão sobre es-ses novos projetos começou em meados de dezembro.

Antes mesmo disso, Rocha conta que na parte estrutural co-meçou a ser feita a regularização das contratações e a colocação do canal como uma TV escola. “Estamos abertos não só para os alunos de comunicação, mas sempre haverá espaço para pro-dutos da UFPR”, revela. O dire-tor comenta que novas vagas de estágio com orientação direta fo-ram abertas na emissora.

Outra mudança de destaque foi a busca pela ampliação do pú-blico. “Agora não estamos mais só na TV a cabo, mas na inter-net, na qual a programação pode ser acompanhada em tempo real e os programas podem ser baixados”conta Rocha, que se diz satisfeito com o andamento des-sas mudanças. “A nossa equipe tem respondido bem a tudo isso e nos últimos meses viramos a página e temos uma nova emis-sora”, avalia o diretor.

para São José dos Pinhais, onde a universidade aguarda autori-zação de uso de um terreno por parte da prefeitura para colocar a antena. A transmissão deve ser feita em Curitiba. “O plano inicial é migrar a programação da rádio web para lá e depois refazer toda a grade”, afirma Messagi. A UFPR está se ocu-pando atualmente com a parte

técnica necessária para colocar a rádio no ar, juntamente com as licitações para a compra de equipamentos. Confira a Grade de programação no site www.radio.ufpr.br.

UFPR tem novidades na área da comunicação

Emissora da universidade estreou nova programação e UFPR Rádio

deve ser implantada até final do ano

[email protected] Campos

como acessaR Toda a comunidade uni-

versitária pode sugerir assun-tos para a divulgação através do Saci. O endereço é www.acs.ufpr. Depois, clicar no link divulgue seu trabalho. A solicitação irá gerar um pro-tocolo que permite o acompa-nhamento de como o assunto está sendo trabalhado e se já foi publicado. É possível nes-ta solicitação anexar fotos e cartazes. Desde que foi im-plantado, em fevereiro, o Saci já recebeu solicitações.

ALéM da nova programação, UFPR TV passou por reformulação editorial e dos cenários

CENTRO POLITéCNICO: provável local onde será implantada a antena da Rádio UFPR

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Praticamente finalizado, deve entrar no ar em breve o site da Agência

de Notícias das Instituições Fe-derais de Ensino Superior. De-senvolvida sob a coordenação da UFPR e da Universidade Fe-deral de São Carlos (UFSCar), a agência é um braço do projeto RedeIFES, criado para permitir a permuta de material audiovi-sual entre as 59 universidades federais do país.

Com a agência, pretende-se criar um sistema de comu-nicação integrado, para acesso principalmente de jornalistas, que reunirá em um único lo-cal os conteúdos de relevância nacional das assessorias de co-municação das universidades. O sistema integrará textos e matérias de TV e rádio.

“Com a agência, vamos agru-par em uma mesma página todas as notícias das universidades que tenham interesse nacional. Isso dá outra força para a divul-gação científica dessas institui-ções”, afirma o professor Carlos Rocha, do Departamento de Co-

municação Social da UFPR, que encabeça o projeto. Estima-se que hoje as universidades públi-cas sejam responsáveis por cer-ca de 90% das pesquisas cientí-ficas no Brasil.

O projeto da RedeIFES teve início em 2003, e em 2007 foi incorporado pela Associação Nacional dos Dirigentes de Ins-tituições Federais de Nível Su-perior (Andifes). A partir daí, a UFPR obteve financiamen-to no Ministério da Educação para licitar 236 computadores, que repassou às 59 universida-des federais (quatro para cada instituição), infraestrutura ne-cessária para sustentar a rede. Com o dinheiro, a universidade ainda contratou a empresa que desenvolveu o software para a Agência de Notícias.

O software foi customizado a partir da tecnologia do banco de dados do Sistema de Apoio à Comunicação Interna (Saci), desenvolvido na UFSCar e mais recentemente incorpora-do pela UFPR. “Para atender a demanda da agência, preci-samos desconstruir e depois reconstruir o Saci, adaptando

ele à nossa atual necessidade”, explica Carlos Rocha.

De acordo com Carlos Rocha, o sistema para postagem de con-teúdo é bastante simples, e in-cluirá também a possibilidade de enviar releases para a imprensa. Para os usuários externos, o site também possibilitará a busca de conteúdos por palavras-chave, editoria e instituição. Os cadas-trados ainda receberão e-mails diários com um resumo das pos-tagens. Adiante, jornalistas tam-bém poderão fazer solicitação de fontes pelo sistema.

“O jornalista vai fazer uma solicitação que chegará a todos os assessores de imprensa das universidades do país. Então, se a universidade lá do Ma-ranhão tiver alguém indicado para falar sobre aquele assunto, o assessor coloca jornalista e fonte em contato. Para o jorna-lista, o catálogo de possibilida-des aumenta muito”, esclarece Carlos Rocha.

Mais adiante, as universi-dades devem também começar a postar conteúdos traduzidos para o espanhol e o inglês. O

objetivo é fazer o material che-gar às agências internacionais e dar visibilidade às pesquisas brasileiras fora do país.

A Agência de Notícias ainda terá alguns acréscimos de fun-ções, mas o protótipo desenvol-vido já é funcional. Por ora, os conteúdos postados no site per-tencem às universidades federais de Goiás, Paraíba e São Carlos, além da UFPR. Assim que o site entrar no ar, a Andifes deve or-ganizar um seminário com todos os assessores de imprensa para colocá-los a par do projeto e ini-ciar, oficialmente, os trabalhos.

A UFPR está aguardando mais financiamento, já que os recursos iniciais destinados para o desenvolvimento do sof-tware terminaram no mês de fevereiro. A partir de agora, a universidade também deixará o projeto global da RedeIFES para se concentrar no maior desenvolvimento da agência.

Fora do ambiente virtual, os coordenadores da RedeIFES e a Andifes também atuam na criação de uma TV universitária de abran-gência nacional em canal aberto.

Agência reunirá notícias das 59 universidades federais do país

Coordenada pela UFPR e pela UFSCar, agência vai facilitar o trabalho de jornalistas do país e pretende projetar universidades inclusive no exterior

[email protected] Matheus

Protótipo da Agência de Notícias deve entrar no ar em breve

Professor Carlos Rocha, do Departamento de Comunicação Social, chefiou o projeto

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GEstãO: aGência dE nOtícias

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Maio2010 ciência E tEcnOLOGia: BiOEnGEnharia

Uma criança quebra a per-na e o pequeno osso fraturado precisa ser tratado. O médico se depara então com a seguinte questão: – Qual seria a melhor placa, ou seria adequado o uso de hastes para fixação da fratu-ra a ser utilizada no fêmur do paciente, no caso de um osso

ainda em crescimento? Há na UFPR um núcleo que reúne pesquisadores que dedicam o seu cotidiano na universidade à pesquisa de novas tecnologias para dar respostas, do ponto de vista da biomecânica, às aplica-ções como essa. É uma equipe que desenvolve estudos de Bio-engenharia, baseada no Centro de Estudos em Engenharia Civil

(Cesec) e coordenado pela pro-fessora Mildred Ballin Hecke.

A bioengenharia atua no estudo e desenvolvimento de equipamentos e dispositivos elétricos, eletrônicos e mecâ-nicos para organismos vivos. O grupo da universidade, que é cadastrado no CNPq na linha de pesquisa “Modelagem Compu-tacional de Estruturas Biome-cânicas” do grupo “Mecânica dos Sólidos Computacional”, é composto por professores, profissionais e estudantes dos cursos de Tecnologia, Exatas e Biológicas, a maioria vindos da Odontologia, Ortopedia, Enge-nharias, Matemática, Biologia, Fisioterapia e Física. Diante de computadores com progra-mas de modelagens, simulam formas e aplicações possíveis para remodelação óssea, mo-vimentação ortodôntica, in-tegração óssea de implantes, fixação de fraturas ósseas e modelagens e caracterização de tecidos vivos.

Mildred acredita que a missão maior do grupo é

transformar estudantes em pesquisadores preocupados em produzir conhecimentos que vão melhorar a vida das pessoas, em professores que vão propagar o conhecimento gerado. Engenheira Civil e doutora em Mecânica dos Só-lidos, ela até hoje dá aulas para alunos de primeiro ano da gra-duação, momento que entende como ideal para “garimpar” os talentos promissores. “A gente mostra para esses alunos que é possível fazer pesquisa no Brasil e pesquisa de ponta”.

Os trabalhos do grupo abrangem o intercâmbio entre pesquisadores de várias insti-tuições paranaenses. Assim, além de formar quadros de pes-quisadores apenas dentro da UFPR, essa interação procura construir soluções parceiras, potencializando as expertises dos diferentes grupos envol-vidos. O projeto do biossensor (veja no destaque inclui ainda uma parceria internacional com as universidades portuguesas de Aveiro, Coimbra e Porto.

AVALIAÇÃO NUMÉRICO-EXPERIMENTAL DADISTRIBUIÇÃO DE TENSÕES GERADAS PELA

CONTRAÇÃO DE POLIMERIZAÇÃO DE RESINACOMPOSTAS

Rafael Baggio

Novas tecnologias em bioengenharia são desenvolvidas na UFPR

Núcleo na UFPR reúne pesquisadores multidisciplinares para estudos de bioengenharia. Entre as pesquisas, umbiossensor que minimizará a utilização de animais em testes de laboratório.

Leticia [email protected]

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Maio2010

AVALIAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DE TENSÕES EM DIFERENTES

TOPOGRAFIAS RESIDUAIS DE MOLARES RESTAURADOS COM

DIFERENTES PREPAROS CAVITÁRIOS

Miguel Muñoz (UEPG)

ODONTOLOGIA, ÁREA BENEFICIADA PELA

BIOENGENHARIA A aplicabilidade da bioenge-

nharia é bastante visível na área da Odontologia/Ortodontia. Num dos estudos de Mestrado desenvolvido, um pesquisador analisou as diversas resinas dis-poníveis no mercado hoje para os odontólogos. Noutro estudo, a mestranda (também dentista) faz análise comparativa da re-sistência de brackets (aquelas pequenas peças que são coladas nos dentes dos pacientes de or-todontia) e a eficiência de siste-mas de colagem. São exemplos de pesquisa interinstitucional, envolvendo os Mestrados em Odontologia da UEPG e da PUC, ambos com coorientação da professora Mildred.

No ano passado, um estu-dante de Mestrado da UEPG analisou os diferentes pre-paros de cavidades (veja as ilustrações do estudo) e as respectivas tensões que as

Novas tecnologias em bioengenharia são desenvolvidas na UFPR

EQUIPE PESQUISA BIOSSENSOR PARA MINIMIZAR EUTANÁSIA DE ANIMAIS

Vem do pós-doutorado um trabalho de fronteira na Bioengenha-ria: a pesquisa de um biossensor, uma ferramenta que facilitará o desenvolvimento de materiais para o tratamento das lesões ósseas. O desenvolvimento de um biossensor será de extrema importância para o estudo de novos designs de implantes, de biomateriais para preenchimento ósseo. A tecnologia atualmente existente, o sensor de fibra ótica, depende da utilização de animais para os testes in vivo que obriga à eutanásia dos animais como porcos, ratos e coelhos para que os estudos sejam realizados.

“Para um estudo experimental apresentar resultados signifi-cativos, existe a necessidade da utilização de um grande número de amostras de animais. Obtê-los tem se tornado bastante difícil aos pesquisadores devido às limitações propostas nas normas de estudos experimentais em animais e a necessidade de aprovação da pesquisa pelos Comitês de Ética”, explica Mildred. A propos-ta será a geração de um programa computacional para observar a ação desses novos produtos sem a necessidade do estudo inicial nos animais.

A professora Mildred explica que, uma vez que não seja rejeitado pelo corpo do animal como um “corpo estranho”, o biossensor po-derá acompanhar os processos de constante remodelação, auxilian-do na compreensão do processo de regeneração óssea. O sucesso dessa pesquisa revolucionaria, pois o biossensor traz a possibilidade de avaliar os processos de remodelação óssea no momento em que eles acontecem in vivo. Até hoje essas análises tem sido dimensio-nadas depois que os processos foram desencadeados (com análise dos materiais in vitro. O mecanismo fisiológico sobre a forma como o tecido ósseo suporta as cargas mecânicas ou elétricas e como o sinal é transmitido às células para depositarem-se, manterem-se ou removerem-se, são aspectos que, segundo os pesquisadores, ainda não estão totalmente identificados, daí a importância desse tipo de pesquisa.

Iniciada há pouco mais de um ano, a pesquisa conta com apoio da Capes e CNPq e busca apoio ainda da Fundação Araucária. En-volve quatro programas de pós-graduação: Métodos Numéricos da Engenharia da UFPR; Odontologia da UEPG; Engenharia Elétrica e Informática Industrial da UTFPR e grupos de pesquisa do CNPq de Odontologia, com participação da UEPG, PUCPR e Universidade Positivo; Mecânica Computacional da UFPR e Engenharia Elétrica da UTFPR.

A cirurgiã Luciana Signorini, da Universidade Positivo, atua no grupo realizando os experimentos com a cirurgia nos animais. “A necessidade dos estudos em animais fica clara, pois este biossen-sor deve ser testado para avaliar a regeneração do osso e comparar esses resultados com aqueles que a literatura já apresenta em es-tudos histológicos, assim, validaremos os resultados obtidos pelo biossensor”, explica.

Luciana, que já havia trabalhado com animais na experimentação com novos materiais para enxerto ósseo, vê o tema da pesquisa do grupo como fronteira na área: “O futuro são as cirurgias guiadas por computador, softwares cada vez mais sensíveis para planejamento das cirurgias reabilitadoras, estéticas ou de implantes”. A pesquisadora acredita que o grupo apresentará uma nova forma de estudar mate-riais a serem aplicados no osso. “Mostrará dados exatos testados in vivo e comprovados in vitro, além das formulações matemáticas ne-cessárias para o desenvolvimento do software para o remodelamento ósseo”, expôs.

“Tivemos a oportunidade de conhecer os estudos da Universi-dade do Porto e da Universidade de Aveiro, em Portugal, que já utili-zam esses sensores em fibra ótica e que são pesquisadores de ponta na aplicação deste material em Engenharia, porém cujos estudos na área biomédica envolvem apenas experiências in vitro”, explicou. Para Luciana, além da questão crucial que envolve a bioética, que se preocupa com o controle do número de animais utilizados em pes-quisa de Biomateriais, futuras pesquisas deverão também diminuir os custos e proporcionar a melhoria dos materiais de implantes que existem no mercado.

restaurações nos dentes mola-res suportariam na boca do pa-ciente. O pesquisador faz uma reconstrução digital do dente, em modelos tridimensionais, a partir da tomografia da cabeça do paciente. Os modelos per-mitem que o pesquisador faça dezenas de simulações, anali-sando de forma pormenorizada em que pontos haverá maior ou menor tensão, conseguindo propor a partir do modelo qual é a melhor intervenção para aquele tipo de situação.

Entre as teses de Doutora-do, uma trabalha materiais de cimentação de pinos utilizados no interior da raiz dentária, os quais são essenciais para o suporte de coroas protéticas; enquanto que outra faz um es-tudo comparativo de próteses parciais fixas quando submeti-das a implantes. Também com parceria com a PUC, um estudo de doutorado iniciado em 2009 trabalha as placas de ancoragem utilizadas na Ortodontia.

Maio2010

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Maio2010 ciência E tEcnOLOGia: pós-GraduaçãO

Em dois anos foram criados 16 cursos de Mestrado e Doutorado

A maré de desenvolvimen-to que paira sobre as universidades públicas,

grande parte atribuída ao Reu-ni (o programa de expansão das instituições), vem permitindo um crescimento nunca visto com tanta intensidade na UFPR.

Além de mais vagas e cursos de graduação e de dezenas de no-vas construções, há também mais ofertas na pós-graduação. Em dois anos foram criados 16 novos cursos, sendo dez de mestrado e seis de doutorado. Metade des-ses cursos inicia as atividades em 2010. Acaba de ser selecionada a primeira turma nos mestrados em Comunicação, Meio Ambien-te Desenvolvimento, Educação em Ciências e em Matemática, Fisiologia, Engenharia de Produ-ção e Bioenergia, e doutorados em Matemática Aplicada e Enfer-magem. São cerca de 150 alunos novos por ano, destaca o pró-rei-tor de Pesquisa e Pós-Graduação, professor Sérgio Scheer.

Com mais vagas e novos cur-sos, cresceram também as bolsas de estudo que são concedidas para que os mestrandos e doutorandos possam ter dedicação integral aos estudos, sobretudo à pesqui-sa. Somando a Coordenação de

Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do MEC e o Reuni, são 1.800 bolsas, o que permitiu contemplar metade dos estudantes de pós-graduação da UFPR. Os de mestrado rece-bem R$ 1.200 e os de douto-rado, R$ 1.800. A expectativa agora com 59 cursos de mes-trado e 38 de doutorado, é au-mentar os grupos de pesquisa e também o volume de publicações em revistas científicas, de acordo com Scheer. O pró-reitor acre-dita que no próximo ano, esses reflexos já sejam percebidos.

E a meta é crescer ainda mais. Pelos cálculos do pró-reitor, temos entre 450 e 500 doutores (de um universo de 2.100 professores) que não têm nenhum comprome-timento com programas de pós-graduação e, portanto, em condi-ções de orientar pós-graduandos e desenvolver pesquisa. Sobre as áreas ainda deficitárias na UFPR, Scheer cita que para o desenvol-vimento do Estado e olhando para o futuro, “é importante ofertar conhecimentos em energias reno-váveis, biodiversidade e nanotec-nologia.” Lembra ainda que par-cerias com centros de pesquisa e outras universidades são sempre bem-vindas. Já há iniciativas assim como o mestrado em Meio Urba-no e industrial, em cooperação

com o Senai e com a Universidade de Stutgart, Alemanha.

Para Adriano Ribeiro, coor-denador do Reuni, outra meta que se espera com a expansão das bolsas é a melhora na qua-lidade dos cursos de graduação. Novos grupos de estudos envol-vendo os dois segmentos já co-meçam a ser criados.

FALTAM TÉCNICOS E como toda expansão depen-

de de aumento na estrutura, o problema na pós-graduação agora é a falta de servidores e de labora-tórios. Como as novas obras nos diversos campi da instituição vão destinar espaços para as aulas ex-perimentais e tem sido possível adquirir novos equipamentos, o que preocupa mesmo é a escassez de pessoal, destaca o pró-reitor. “Não há gente para trabalhar nas unidades administrativas de cada curso e nem laboratoristas para atender os pesquisadores”. Uma das alternativas que vem sendo analisada é administrar os cursos de mestrado e doutorado por se-tor e não mais por coordenação, o que demandaria um número me-nor de técnicos administrativos. Quanto aos professores, o Minis-tério da Educação tem liberado concurso para suprir o aumento da demanda.

NÚMERO DE ALUNOS DE GRADUAÇÃO NA PESQUISA

TAMBÉM CRESCEU Um aumento de 26% no nú-

mero de bolsas de iniciação cien-tífica (PIBIC) foi verificado nos dois últimos anos, quando passa-mos de 549 para 691 bolsas. Já o Programa Institucional de Bolsas de Inovação e Desenvolvimento em Tecnologia (PIBITI) passou de dez para 35 bolsas de 2008 a 2010, no valor de R$ 300,00. Nes-sa conta há ainda 82 bolsas preen-chidas por estudantes cotistas.

De acordo com Claudia Pe-reira Krueger, coordenadora de Iniciação Científica e Acadêmica, outro crescimento vem sendo verificado na pesquisa voluntária. Em 2010 temos 467 alunos de graduação na iniciação científica sem nenhum auxílio. Segundo a coordenadora, esses alunos que desenvolvem pesquisas orienta-dos por um professor aprendem a realizar trabalhos científicos, anali-sar resultados, apresentar estudos em congressos e normalmente vão da graduação direto para o mestrado e depois doutorado.

Maria de Lurdes W. [email protected]

Pós-Graduação cresce em 2010

É importante ofertar conhecimentos

em energias renováveis, biodiversidade

e nanotecnologia.”

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pró-reitor de Pesuisa e Pós-Graduação

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Maio2010

Todos os filmes passarão pelas etapas de avaliação do suporte, recuperação, contratipagem (fei-tura de uma cópia do filme, em negativo), telecinagem (processo que reverte a imagem em pelícu-la para sinal de vídeo) e guarda do filme original no acervo da universidade, em ambiente cli-matizado. O original fica no acer-vo, e só sai de lá de tempos em tempos para verificação técnica.

Ao fim do projeto a comu-nidade terá acesso a todos os fil-mes, em cópias no formato DVD. Em breve haverá no site da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec) e do Gabinete um link sobre o projeto, por meio do qual a pessoa que possui um filme po-derá preencher um formulário e descrever o material, antes de de-positá-lo aos cuidados do projeto. “O importante é que cada um de nós, como agente desta universi-dade nas mais diversas esferas, sinta-se participante da História da Universidade Federal do Para-ná”, completa Márcia.

Segundo a professora, o proje-to vai além a construção de acer-vo. Seu objetivo final é observar o que foi a presença da universi-dade como agente produtor de conhecimento.

As informações de época contidas nos filmes - como acon-tecimentos políticos, culturais e acadêmicos, cenas sociológicas, as mentalidades no período, esté-ticas da captação de imagens em movimento - possibilitará fomen-tar ações transversais nas áreas de ensino, pesquisa e extensão. “Queremos produzir material que abranja o público escolar, mostrar nos colégios o que é uma película e suas características e particula-ridades, além de oferecer oficinas sobre a história do cinema entre outras mais específicas cujos con-teúdos dos registos possam suci-tar”, finaliza Rosato.

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Poucas pessoas na comuni-dade acadêmica devem ter conhecimento sobre o fato,

mas a UFPR possui um grande número de filmes em película espalhados por seus campi. São registros produzidos nos mais diversos formatos, como 8mm, Super-8, 16mm ou 35mm. Uma das iniciativas das atividades de 100 anos da UFPR é reunir todo esse material, que está disperso.

Trata-se do projeto “UFPR Acervo Fílmico: 100 Anos de História”, apresentado para a Secretaria do Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, e que será lançado neste semestre. A coordenadora técni-ca do projeto é a professora Már-cia Cristina Rosato, Doutora em

Sociologia na área de imagens, com uma tese sobre o trabalho de Vladimir Kozák, cineasta e pes-quisador que realizou, entre outra produções, um filme sobre a inau-guração do complexo da Reitoria.

“Ele foi um autor extrema-mente importante na produção de imagens na UFPR”, explica a pro-fessora. “Vladimir Kozák esteve vinculado à Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, embrião tanto do atual Departamento de Antro-logia quanto de outros segmentos do que hoje é o Setor de Ciências Humanas da UFPR. Kozák pro-duziu imagens sobre diferentes temas ligados à agenda de pesqui-sa que instituiu o campo científico no Paraná, cujo principal vetor foi a Universidade, antes mesmo de sua federalização. Sua produção cobre as décadas de 40 a 70”.

O filme de Kozák que regis-tra a inauguração da Reitoria é o marco deste projeto e motivou a busca e reunião do acervo fílmico que, possivelmente, reconta mo-mentos significativos da trajetória da UFPR. “Se isso foi o marco, te-mos que pensar que nesse perío-do havia uma produção grande de registros imagéticos na universi-dade”, conclui Rosato, que definiu o autor como um agente multimí-dia, em uma época em que o ter-mo ainda não era utilizado. Kozák trabalhou com filmes, fotografias e imagens pictoriais. “O trabalho dele não só passar por diversas mídias, mas por vários temas de interesse científico, como tam-bém revela aspectos culturais, políticos e acadêmicos constituti-vos das relações de sociabilidade na universidade naquele tempo”.

Boa parte dos filmes de Ko-zák geralmente captados em negativo cinematográfico 16mm, que estava bastante associado ao cinema educativo, já está no acer-vo da universidade, recolhido em ambiente climatizado no Museu de Arqueologia da UFPR, junto de outros trabalhos de diversos autores, num total de aproxima-damente 100 filmes.

O número pode parecer gran-de, mas é apenas uma parte de todo acervo que está disperso pelos campi da universidade. “Com esse projeto devemos che-gar a 200 ou 300 filmes, reunindo a produção fílmica que sabemos estar dispersa na UFPR”, afirma a professora.

aPoio Da comuniDaDe

É importante que a comuni-dade acadêmica abrace o projeto, informando se em seus departa-mentos, setores, coordenações, bibliotecas, gabinetes, ou até mesmo depósitos existem fil-mes guardados, estejam eles em qualquer estado de conservação.

Centenas de películas produzidas entre as décadas de 30 e 70 registram a presença da universidade como agente produtor de conhecimento

Projeto reúne acervo de filmes sobre a universidade

Rodrigo Juste [email protected]

PROFESSORA Márcia Cristina Rosato, Coordenadora técnica do projeto

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[email protected]ônia Loyola

“O perfil dos alunos é um dos requisitos básicos na seleção

deles para a participação no Projeto Rondon”, reflete a pró-reitora de Extensão e Cultura, professora Elenice Novak. “Ter a consciência de ser um agen-te de transformação é também uma condição importante para o candidato”, complementa a pro-fessora. E mais, “é preciso ainda ser desprendido face às dificul-dades impostas nas situações do projeto”, constata a pedagoga Rosa Maria Zagonel, envolvida na administração da iniciativa juntamente com o técnico admi-nistrativo Rerlen Ricardo Silva.

Das cinco propostas envia-das pela UFPR em 2009, três

foram aprovadas, lembra Rosa. Assim, dos 130 alunos que se inscreveram para participar desta edição, apenas 18 foram aprovados. Isso, porque existe uma cota pré-determinada por operação”, conta a pedagoga. “Nesta escolha, certamente o perfil é um dos limitadores”, completa a pró-reitora. A Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec) participa de todo o pro-cesso de divulgação do Rondon. O Ministério da Defesa publica um Edital Público que é reper-cutido na página principal da in-ternet e no boletim semanal da instituição. No documento, são expostas as áreas temáticas do trabalho de extensão, em segui-da os professores devem enviar os projetos com 30 dias de ante-cedência.

UFPR participou do Projeto Rondon

com três iniciativas em 2010Alunos de Fisioterapia, Turismo, Medicina, Farmácia, e Comunicação Social

prestaram atendimento para comunidades carentes

cuLtura E ExtEnsãO: prOjEtO rOndOnFoto: Douglas Fróis

“Entender os problemas das comunidades dos quais se desen-volvem as ações do projeto, ab-sorver novas realidades, são fer-ramentas indispensáveis para o amadurecimento dos acadêmicos no processo. Da mesma forma, os professores podem desenvolver e implantar projetos de pesqui-sa baseados nas experiências do Rondon”, segundo a pró-reitora. O projeto retomou suas ativida-des em 2005, após um intervalo de 16 anos – de 1989 a 2005 – este é o sexto ano que a UFPR participa das operações.

oPeRação centRo-noRDeste 2010No período de 15 a 31 de ja-

neiro três equipes do Setor Li-toral se deslocaram para os es-tados da Bahia – Município de Santa Bárbara, Tocantins – Col-

méia e Alagoas, em São José da Lage para a realização da “Ope-ração Centro-Nordeste 2010”. Cada uma era composta por oito pessoas, dois professores e seis alunos. As professoras Sibele Yoko Mattozo Takeda, da área de Fisioterapia e Milene Zano-ni Vosgerau, da Sáude Coletiva, coordenaram o projeto do “con-junto A”, que compreendeu os segmentos de Sáude, Educação, Comunicação, Cultura, Direitos Humanos e Cidadania.

Integram esta equipe estu-dantes de Fisioterapia, Turismo, Comunicação Social, Medicina e Farmácia. Santa Bárbara é uma cidade de 20 mil habitantes, si-tuada no sertão da Bahia, próxi-ma ao polo industrial de Feira de Santana. Lá, a economia é essen-cialmente rural, desenvolvida nas

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comunidades rurais. A principal atividade, além da agricultura, é a produção de requeijão. Os pro-dutos da região são vendidos se-manalmente numa feira que toma uma rua do centro da cidade.

DiFiculDaDes

“A falta de água foi a principal dificuldade enfrentada pelo gru-po”, conta o aluno Gabriel Chagas Teodózio Prudêncio Coutinho do curso de Turismo. “Na área so-cial, as carências são em torno do acesso à Saúde, violência contra a criança, saneamento básico, além das condições de moradia e trans-porte”, observa a professora Sibe-le. Nesse cenário, “implantamos as oficinas de Fotografia, capacita-ção para os agentes comunitários de Saúde, para os educadores, principalmente na área da Edu-cação Inclusiva, Desenho e Mú-sica, Malabares para as crianças, atividade física para os idosos e alongamento para os atletas ama-dores, “porque em Santa Bárbara o Futebo é muito forte”, explicam os alunos Gabriel e Luana Pereira Paz da Fisioterapia.

alunos

Gabriel é alagoano. Portan-to, segundo ele, já conhecia a realidade do sertão. “O Turismo é um importante instrumento para a transformação dessa rea-lidade nas áreas da inclusão, da Economia e da Cultura”, afirma o estudante. Luana diz que ficou impressionada com a receptivi-dade da comunidade quanto às atividades. “O pessoal respondeu com boa vontade ao aprendiza-do”, ressalta. Um documentário sobre a experiência, elaborado após a volta, retrata vários teste-munhos de vida e do universo do local”, contam ambos.

cultuRa

Um grande palco cultural ins-talado na cidade foi para os mo-radores uma boa parte dos obje-tivos do projeto, reunindo vários eventos e uma integração entre as comunidades rural e urbana: grupos folclóricos, apresenta-ções de cordel e poesia, do do-cumentário “Agruras e Alegrias – Anônimos do Sertão”. “Mas, o resultado da empreitada pode-rá ser verificado a médio prazo,

porque um dos principais motes é a formação de multiplicadores, agentes que poderão dar sua contribuição e dividir conheci-mentos para o saneamento das demandas da população local.

tocantins

Colméia, a 200 quilômetros de Palkmas, no Tocantins, foi o cenário de outra equipe da UFPR, deslocada para o Rondon. Nessa empreitada, estiveram à frente os professores Daniel Canavese e Rangel Angelotti do Setor Li-toral. Com eles, alunos de várias áreas como Medicina, Ciências Econômicas, Turismo, Gestão Ambiental e Gestão e Empre-endedorismo. Lá, encontraram muitas demandas, principalmen-te nos segmentos de produção, Saúde, cooperativismo e outras. “São situações desafiadoras”, co-menta o professor Daniel.

Vivenciando o cotidiano da cultura, economia, política e dos problemas ambientais, a inter-venção obteve bons resultados, como assinala o professor. Por exemplo, o novo modo de orga-nização das ações da área am-biental no currículo das escolas municipais; os produtores de lei-te agora têm condições de pen-sar na fundação de uma coopera-tiva. Já os gestores da Saúde das localidades vizinhas fundaram uma cooperativa para organizar a prestação desses serviços.

alagoas

Os professores do Setor Litoral Rangel Angelotti e An-dréa Espínola se dirigiram ao Município de São José da Laje, em Alagoas, localizado a 85 qui-lômetros a noroeste de Maceió, região conhecida como Zona da Mata. Gestão de Projetos para os gestores municipais e para a comunidade em geral; Compos-tagem; Associativismo; mapea-mento municipal e outras. Ainda as crianças e adolescentes foram contemplados com os cursos de Gestão Ambiental e produção de maquetes. Todo esse traba-lho foi coordenado pelos alunos dos cursos de Gestão Ambiental, Gestão e Empreendedorismo, Gestão Pública e Turismo.

“A falta de pró-atividade, ou seja, esperar do poder público a

solução para todos os problemas foi uma das principais dificulda-des encontradas no local. Nesse caso, trabalhamos muito mais questões relativas ao poder da organização das próprias pessoas

para resolverem seus problemas do que ficarem esperando que as soluções “caiam do céu”. Mes-mo assim, nos esforçamos para não sermos assistencialistas”, assegurou o professor Rangel.

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PARTICIPANTES da operação Centro-Nordeste 2010

ATIVIDADES com crianças no Município Santa Bárbara, na Bahia.

e com professores na área de eduação

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[email protected] Matheus

cuLtura E ExtEnsãO: vinhO

Projeto de extensão do curso de Farmácia ajuda vinicultores da Região de Colombo a impulsionarem produção

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Professores e alunos do curso de Farmácia da UFPR, que atuam no

Laboratório de Enzimologia e Tecnologia das Fermentações, desenvolvem no Município de Colombo um projeto de ex-tensão que visa a melhoria da qualidade do vinho produzido pelos descendentes de italia-nos que vivem na região.

Com análises anuais dos parâmetros físico-químicos de cada safra, baseadas em crité-rios de identidade e qualidade estabelecidos pelo Ministério da Agricultura, os membros da Universidade identificam possíveis desvios na produção e com isso conseguem “pu-xar” a qualidade do produto. Além disso, antes produzido artesanalmente, no decorrer

dos anos, sob a orientação da Universidade, os vinicultores também passaram a acrescen-tar maior tecnologia ao pro-cesso, como a substituição dos tanques de madeira pelos de aço-inox e a utilização de em-balagens mais adequadas para o armazenamento, além de leveduras selecionadas para a fermentação.

“Às vezes o consumidor ainda tem muito aquela ideia de que o artesanal, por si só, é bom, mas esses incrementos sem dúvida aumentam a qua-lidade do produto”, afirma Jor-ge Guido Chociai, do curso de Farmácia, um dos professores que trabalham com o projeto. “Hoje, o vinho continua sendo artesanal, mas é um artesanal melhor, que atende a legisla-ção e contempla a saúde do consumidor, e que também

melhorou a condição socioe-conômica das famílias produ-toras”, continua.

Além disso, Fernando Ca-margo, da Vinícola Franco-Italiana, destaca o estímulo dado pela Universidade aos produtores na busca por co-nhecimento. Ele que subs-tituiu o pai no negócio da fa-mília e participou da primeira palestra ofertada pela UFPR ainda adolescente, inclusive chegou a fazer um estágio de Especialização em Espuman-tes na França. “É claro que também serve de estímulo. Eu era muito jovem e depois de passar três anos fazendo amostras com orientação, isso te estimula a ir atrás de outras coisas”, analisa.

Desde que começou a fa-zer parte do projeto da UFPR, a área da Vinícola Franco-Ita-

Tradição italianacom

tecnologia brasileira

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liana, que hoje vende vinhos que variam de R$ 6 a R$ 22 por garrafa, aumentou oito vezes, de cem para oitocen-tos metros quadrados. Ela também conta hoje com 32 tanques para o recebimento e a fermentação do vinho. A vinícola, que produz tanto vi-nhos artesanais quanto vinhos finos, também já recebeu dois prêmios: a Medalha de Ouro no IV Concurso Internacional de Vinhos do Brasil e a Meda-lha de Prata no Concurso de Bruxelas.

Agora, Fernando Camargo está estendendo seus vinhe-dos e parcerias. Uma delas, na cidade de Bateias, no Rio Grande do Sul, pretende produzir a uva viognier, responsável pelo vinho Sirah. Esse tipo de uva atualmente só produzi-do no Brasil na região do Vale do São Francis-co, já que ela é caracte-rística de ambientes de-sérticos. “Mas estamos aí para tentar quebrar esse paradigma”, alerta Camargo.

iDeia envelheciDa

O projeto da UFPR começou em 1999 e atualmente atende 15 produtores de Colombo. Dentro da Universida-de, ele envolve 15 alu-nos, com bolsa-permanência, e cinco professores. Outros 11 estudantes esperam na “fila”, para participar do projeto, que já permitiu a realização de três dissertações de mestrado (ou-tras duas estão em andamen-to), além de vários artigos e monografias.

A professora Tânia Bon-fim, porém, lembra que no início o projeto enfrentou a resistência da comunidade. “As pessoas ficavam receosas, distantes. Achavam que se im-plantassem qualquer melhoria o vinho deixaria de ser arte-sanal. Foi preciso estabelecer uma relação de confiança com a comunidade, para garantir o projeto. A confiança foi o elo mais importante dessa histó-ria”, recorda.

Indispensável para que o projeto vingasse foi a presen-ça de jovens, filhos de produ-tores, mais receptivos a novos modelos de produção, e a par-ceria com a Secretaria Muni-cipal de Agricultura, que deu mais credibilidade ao projeto.

Tanto funcionou que, nos mais de dez anos de existên-cia, nenhum produtor se reti-rou do projeto, que hoje já tem um convite da administração municipal para atuar também no Município de Almirante Tamandaré.

Hoje, a Universidade já estuda também a póssibilida-de de fazer o aproveitamento dos resíduos que sobram da

uva no processo de fabricação do vinho, visando o fortaleci-mento econômico da comu-nidade. Uma das alternativas é utilizar o óleo que pode ser extraído da semente da uva, na indústria de cosméticos. No entanto, isso ainda de-pende da implantação de uma estrutura que possibilite a extração. Mesmo assim, bol-sistas do projeto já mantém, há três anos, um controle da quantidade de sementes gera-das pelos vinicultores. “É um pecado deixar isso virar lixo”, avalia o professor Jorge Gui-do. “Os cosméticos orgânicos são uma tendência mundial e no futuro essa matéria-prima terá altíssimo valor comer-cial”, completa.

O sucesso do projeto ainda

estimulou a criação, em abril de 2008, também no Município de Colombo, da Escola da Uva e do Vinho, uma parceria dos governos estadual e federal. A Escola é um centro de capaci-tação técnica para agricultores familiares, que os auxilia a im-plementar melhorias em todo o processo produtivo, desde o cultivo das parreiras até a efe-tiva transformação da uva em vinho.

negócio De Família

A vinícola Vinhos Cavalli existe desde 1958. A produ-ção de vinho é um negócio de família para a descendente de italianos Regina Cavalli:

o bisavô e o sogro dela já exerciam a atividade. Hoje, cinco membros da família trabalham na vinícola, embora por volta do mês de feve-reiro, época de colheita da uva região, precisem ser contratados de 50 a 60 empregados tempo-rários.

A família Cavalli, atu-almente, produz tanto vinhos finos como arte-sanais. “Mas não é um vinho pisado com o pé”, destaca Regina, que calcula que hoje sua vi-nícola produza cerca de 50 mil litros de vinho por ano, além de licores.

Lembra também a resistên-cia do sogro, no início do projeto. “Os mais velhos achavam que estavam colocando ‘química’ no vinho, tinham medo que ele não fosse mais artesanal. Mas hoje a gente sabe que o projeto tem coisas boas”, salienta.

Junto com a vinícola Fran-co-Italiana, a Vinhos Cavalli foi uma das primeiras a entrar no projeto de extensão da UFPR. O resultado das primeiras análises, segundo Regina alta-mente satisfatórios, ajudaram a divulgar a produção da famí-lia e a aumentar o movimento de visitantes na cantina. “É claro que os cursos ajudaram a melhorar a qualidade. Mas o projeto também ajudou na divulgação, fez a nossa fama”, conclui.

Tradição italianacom

tecnologia brasileira

As pessoas f icavam receosas, distantes. Achavam que se

implantassem qualquer melhoria o vinho deixaria de ser artesanal.

Foi preciso estabelecer uma relação de conf iança com a comunidade, para garantir o

projeto. A conf iança foi o elo mais importante dessa história.”

“ Tânia Bonfim,

Professora.

Regina Cavalli, produtora de vinhos

Fernando Carvalho, proprietário da vinicula

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“O MinistériO da Cultura preCisa apOiar tOda a naçãO. Os reCursOs que existeM hOje

sãO O CaMinhO. nãO sãO ainda sufiCientes para que pOssaMOs apOiar eM Cada

MuniCípiO a preservaçãO da MeMória e a prOfissiOnalizaçãO dOs agentes Culturais. entãO,

teMOs uM ruMO a perseguir.”

O deputado federal Ângelo Vanhoni foi eleito em março presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câma-ra Federal. É um momento significativo para as duas áre-as: estarão em discussão este ano, entre outros temas, os sistemas nacionais de educa-ção e cultura, a mudança da Lei Rouanet e o aumento do orçamento para a área cultu-ral. Além de liderar os debates, Vanhoni tem entre suas metas, a defesa de políticas públicas que garantam a transversalida-de entre as áreas de educação e cultura. Durante visita ao reitor Zaki Akel Sobrinho, o deputado concedeu a seguinte entrevista para o Notícias da UFPR.

Notícias – Houve um au-mento significativo nas verbas para a área cultural que atin-giram 1% do Orçamento da União. Como isso vai refletir na sociedade?

vanhoni – O avanço foi enorme. Houve uma mudança de paradigmas no Ministério da Cultura, que passou a olhar o conjunto das diversas áreas e a sua atuação não está con-centrada em algumas regiões brasileiras. O Ministério da Cultura precisa apoiar toda a nação. Os recursos que exis-tem hoje são o caminho. Não são ainda suficientes para que possamos apoiar em cada município a preserva-ção da memória e a profis-

sionalização dos agentes cultu-rais. Então, temos um rumo a perseguir. O reflexo disso está sendo o aumento de recursos, a briga dentro do orçamento da união para que o Estado brasi-leiro possa garantir recursos para efetivar uma política pú-blica e também a transforma-ção da Lei Rouanet, que em 18 anos priorizou com 80% dos recursos o eixo Rio/São Paulo. Não é pouco, porque é qua-se 1% do PIB destinado à Lei Rouanet. No ano passado foi R$ 1,3 bilhão. Precisamos apoiar as outras regiões. Já apontamos as 100 cidades históricas do Brasil que vão receber aporte de recursos. Através do proje-to Pontos de Cultura, governo federal, estados e municípios fomentarão atividades cultu-rais e artísticas em todo Brasil. Programas como esse são via-bilizados por políticas públicas e ações que transformam em direito da população o acesso aos bens culturais.

Notícias – Neste sentido, um dos assuntos em pauta este ano é a mudança da Lei Roua-net. Quais pontos estão geran-do mais debates e como o se-nhor os entende?

vanhoni – Deve ser feito um grande debate na socie-dade. Os produtores culturais já se reuniram e o Ministério da Cultura fez uma consulta pública através da internet e recebeu mais de duas mil contribuições. O texto foi en-caminhado à Câmara Federal

EntrEvista: ÂnGELO vanhOni

Um paranaense em defesa da cultura e da educação

[email protected] Meirelles

Arq

uivo

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e tem dois vetores (desburo-cratização e a descentraliza-ção). Vamos criar fundos de áreas temáticas em relação à preservação da memória no Brasil. Então teremos o fun-do de preservação da memó-ria e patrimônio; o fundo que vai cuidar das artes cênicas; o que vai cuidar do audiovisual e o das artes plásticas. A co-missão que vai analisar esses fundos é uma comissão paritá-ria com gente da sociedade e representantes governamen-tais. Vão analisar tecnicamen-te os projetos e dar uma nota técnica para o projeto, se pode captar 40, 60, 80 ou 90% de recursos públicos para efeti-var esses projetos, em função de vários critérios. Nós vamos ganhar em transparência, a comunidade cultural vai saber como o dinheiro será adminis-trado e qual o resultado que esse bem cultural vai trazer para a sociedade. O dinheiro será liberado diretamente do fundo. O proponente não pre-cisará correr de estatal em estatal ou diretamente na ini-ciativa privada para buscar os recursos. Isso vai trazer um bem muito grande para o se-tor cultural porque tem gente que aprova os projetos pela Lei Rouanet, passa dois anos e não consegue captar recur-sos, porque a concentração de liberação de recursos está hoje em 90% com as estatais e a gente não sabe os critérios que eles usam.

Notícias – Um dos proje-tos que o Executivo espera ver aprovado é o Vale Cultura, um benefício no valor R$ 50 a ser usado na compra de livros e de ingressos de shows, cinema e teatro. A proposta já foi apro-vada pela Câmara Federal, mo-dificada no Senado e terá que ser votada novamente pelos deputados. Qual sua expectati-va quanto a ela?

vanhoni – Eu acho que vai ser uma revolução na cultura, porque se olharmos bem, um assalariado que ganha R$ 1.000, não passa pela cabeça dele nem da família ver um filme ou fre-quentar uma peça de teatro,

por mais que tenhamos peças sendo apresentadas em cada cidade. Então o governo fede-ral constituindo uma bolsa para que esses recursos sejam gas-tos na aquisição de bens cultu-rais, vai trazer para o mercado um incremento de R$ 7 bilhões quando estiver em vigor na sua potencialidade máxima. Essa é uma transformação profunda do ponto de vista da circulação de bens culturais em todo o terri-tório nacional.

Notícias – Está em discus-são o Plano Nacional da Educa-ção, que trará as diretrizes para as políticas educacionais no País. O que a sociedade pode esperar desse plano?

vanhoni – Vamos terminar a vigência do primeiro Plano Na-cional depois de dez anos. No dia 31 de dezembro a lei expira e há necessidade de que o par-lamento brasileiro vote uma nova lei. Para nossa alegria, a sociedade brasileira e os agen-tes públicos já perceberam que o grande instrumento de desenvolvimento da nação é a distribuição de conhecimento, o acesso para que todo cidadão brasileiro possa participar de uma maneira ativa da cons-trução do conhecimento de uma nova realidade. O plano vai estabelecer as metas para enfrentar os problemas que temos na educação infantil, na universalização do acesso, na permanência, na capacitação de jovens para o ensino profis-sionalizante, no alargamento do acesso ao ensino superior, que capacita profissionalmen-te e ainda endereça uma parte da juventude para a pesquisa e para o desenvolvimento da tecnologia. Tudo precisa ser acompanhado da previsão e provisão de orçamento. Quer dizer, precisamos fazer um de-bate com a nação para desta-carmos que no mínimo 10% do PIB do Brasil deve ser investi-do em educação. Nossa tarefa para os próximos dez anos é grandiosa.

Notícias – E essa é uma meta possível?

vanhoni – A princípio acho que sim. Hoje nós estamos com

quase 6%. Significa dobrar. Mas acho que é possível, sim.

Notícias – Por sugestão sua, a UFPR está criando um curso de Museologia. De que maneira essa área pode ganhar relevân-cia no Brasil e no Paraná?

vanhoni – A necessidade de formação profissional nes-sa área é muito grande. Por exemplo, nós abrimos um edi-tal para municípios até 50 mil habitantes para se inscreve-rem no Ministério da Cultura para a constituição de espaços museológicos. Mais de 700 cidades se inscreveram. Mas o tratamento do acervo preci-sa ter toda uma especificação, todo um cuidado e esse conhe-cimento técnico de como con-servar e ainda como expor isso ao público precisa de um pro-fissional. Então a constituição de cursos de Museologia vai garantir uma política de pre-servação da memória da comu-nidade. Não é um ato isolado da UFPR. É um ato que vem de um conjunto de políticas do Ministério de Cultura, que veio quando nós criamos o Ins-tituto Brasileiro de Museus, o Sistema Nacional de Museus, os Pontos de Memória. En-tão a criação de um curso de Museologia vem ao encontro da necessidade de capacitação técnica e profissional para que essa política se consolide no nosso País.

Notícias – O senhor conhe-ce e apoia nosso projeto de Corredor Cultural, que prevê a criação de unidades culturais no Prédio Histórico da UFPR e em seu entorno. De que forma poderá ajudar na implantação desse projeto?

vanhoni – Já reunimos e discutimos isso na bancada. Nós já destinamos uma ver-ba este ano para a UFPR. No segundo semestre vamos dis-cutir com o Ministério de Pla-nejamento a possibilidade de liberar mais recursos. Sempre depende da evolução da recei-ta e das despesas do governo federal. Acreditamos ser pos-sível destacar uma parte des-ses recursos para a revitaliza-

ção do prédio central. Sendo esse prédio no eixo histórico da capital, não tenho dúvida nenhuma que a consolidação do corredor cultural vai con-tribuir de forma significativa para que o centro de Curitiba possa ser revitalizado. É uma reivindicação justa para a ci-dade e importante para o Pa-raná. Por isso, vai contar com o nosso apoio na bancada de deputados federais e, se eu puder trazer alguma contri-buição do Ministério da Cultu-ra e do Ministério da Educa-ção para a consolidação desse projeto, eu vou me empenhar de maneira “impertinente” nesta busca.

Notícias – Qual sua posi-ção sobre a política de cotas raciais e sociais que está sendo debatida no Supremo Tribunal Federal?

vanhoni – As cotas têm uma característica fundamen-tal no nosso País. A univer-sidade brasileira sempre foi universidade de elite. Nós te-mos 44 milhões de jovens de 17 a 24 anos de idade. Desses, apenas 1.250 milhão estão em universidade pública, sendo 660 mil em universidades fe-derais. Se formos olhar pelo prisma das universidades fe-derais, vamos perceber que 80% desses 44 milhões de jovens são de extratos sociais de baixa escolaridade e baixa renda e estão completamen-te alijados de qualquer ensino público federal.

A experiência revela que aqueles que entram por cotas, via de regra, estão em igualda-de de condições com aqueles que entram sem as cotas. En-tão o argumento de que nós es-taríamos retirando a igualdade de condições das pessoas, na minha opinião, não tem verda-de. Eu acho que neste momen-to da vida do nosso país é muito mais importante garantirmos o acesso de uma parcela que sempre esteve excluída, so-bretudo os afrodescendentes, que formam a grande maioria da juventude alijada do ensino superior em todo o território nacional.

Um paranaense em defesa da cultura e da educação

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conta que, em 1998, quando estava conhecendo o festival em Antonina, do qual fazia a co-bertura, chamou sua atenção a calma da coordenadora. “Todos chegavam para a Lucinha com problemas, e ela sempre com a mesma calma, o mesmo tom de voz, em busca de soluções.”

em equiPe

“Minha mãe, que sempre ou-via falar dela, imaginava se tra-tar de uma perua”, revela Lais. “Quando a conheceu, a viu com sua calça jeans, tênis e camise-ta, uma pessoa tão simples, que se relaciona bem com todos, do reitor aos calouros.” Com me-mória invejável, Lucinha guarda os nomes de monitores e mi-nistrantes de oficinas de festi-vais de anos anteriores. Como é trabalhar com cultura dentro da UFPR? “É uma escola para a vida inteira. Todo dia temos algo a aprender”, responde Lucinha. “Na cultura você nunca sabe tudo, é sempre uma troca muito grande.” “Além de acreditar no potencial das pessoas, ela sabe de sua experiência acumulada e procura compartilhar o conheci-mento”, observa Lais.

Lucinha elogia a equipe da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (“maravilhosa, mui-to competente”), e sentencia: “Gosto muito de trabalhar em equipe, sozinho a gente não vai a lugar nenhum.”

pErfiL: Lúcia miOn

Graduada em Artes pela UFPR em 1979, Lúcia Mion fez parte

da primeira turma de Educa-ção Artística da universidade. “Durante minha graduação, fui fazer um teste, e entrei no coral”, conta Lucinha, como é conhecida. “Na época, eu já estava muito envolvida, já tinha uma vida intensa na universidade.” Ela ajudava o maestro Mário Garau, funda-dor do Coral da UFPR. Como servidora, começou na função de regente do extinto coral in-fantil. Anos depois, teve seu cargo reenquadrado para pro-gramadora cultural.

Única servidora técnico-administrativa a exercer o car-go de coordenadora de Cultura da UFPR – função que ocupa desde o último dia 15 de março

Todos chegavam para a Lucinha com

problemas, e ela sempre com a

mesma calma, o mesmo tom de voz, em busca de soluções.”

Lais Murakami,Jornalista.

e que já havia ocupado antes, entre 1996 e 1998 –, Lucinha começou a trabalhar na institui-ção aos 26 anos, em 1984.

Por que escolheu a área de cultura? “É uma questão de vo-cação. Estudei piano, violão”, explica. Duas tias lhe ensina-ram. Uma delas, irmã de sua mãe, era professora de violão. A outra, irmã de seu pai, dava aulas de piano.

“Ela é uma excelente profis-sional, musicista”, avalia Álvaro Nadolny, atual regente do Coro da UFPR. “Como coordenado-ra, mostra uma visão ampla dos problemas da cultura.”

Nadolny e Lucinha foram maestros auxiliares de Garau. “Nós nos conhecemos como cantores”, conta Nadolny, que também era aluno da universi-dade. Ele estudava física, mas abandonou o curso ao optar pela música.

Festival

A Coordenadoria de Cultura é responsável pelos grupos artísti-cos, pelos festivais e por três es-paços culturais: o Museu de Arte da UFPR (Musa), o Teatro da Reitoria e o Teatro Experimental da UFPR (Teuni). Muito conhe-cida em Antonina, Lucinha atuou em todas as edições do Festival de Inverno da UFPR, criado em 1989. Na época da primeira edi-ção, estava amamentando seu fi-lho mais velho, Adilson, nascido em agosto do ano anterior. “Saía de manhã, preparava o leite para ele mamar durante o dia, ía e vol-tava [entre Curitiba e o litoral] todos os dias”, conta.

Três anos depois, em 1992, grávida de sete meses do segun-do filho, Diego, também atuaria no festival, mesmo contra reco-mendação médica. “Minha gra-videz era meio que de risco.”

A jornalista Lais Murakami

Cultura e conhecimento, compartilhados

[email protected] César Oliveira

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“ Na cultura você nunca sabe tudo, é sempre uma troca muito grande” diz Lucinha, servidora da UFPR desde 1984


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