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Rio de Janeiro Ano 20 N 60
Setembro/Dezembro 2014
Suplemento: Anais da IX JNLFLP
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Crculo Fluminense de Estudos Filolgicos e Lingusticos
2 Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014.
R454
Revista Philologus / Crculo Fluminense de Estudos Filolgicos e
Lingusticos. Ano 20, No 60, (set./dez.2014) Rio de Janeiro: CiFEFiL.
2779 p. il. em 2 tomos.
Suplemento: Anais da IX JNLFLP
Quadrimestral
ISSN 1413-6457
1. Filologia Peridicos. 2. Lingustica Peridicos.
I. Crculo Fluminense de Estudos Filolgicos e Lingusticos
CDU 801 (05)
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Crculo Fluminense de Estudos Filolgicos e Lingusticos
Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014 3
EXPEDIENTE
A Revista Philologus um peridico quadrimestral do Crculo Fluminense de Estudos Filo-
lgicos e Lingusticos (CiFEFiL) que se destina a veicular a transmisso e a produo de conhecimentos e reflexes cientficas, desta entidade, nas reas de filologia e de lingustica
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SUMRIO
0. Editorial ....................................................................................... 20
1. A abordagem dos gneros multimodais no ensino fundamental Francisco Romrio Paz Carvalho ... ........................................... 22
2. A ausncia do fator lingustico concordncia verbal na fala de indi-vduos com baixa ou nula escolaridade Ana Claudia Rocha Ama-
ral Figueiredo e Natalina Sierra Assencio Costa ........................ 36
3. A Casa dos Budas Ditosos, de Joo Ubaldo Ribeiro: um estudo l-xico-semntico do vocabulrio da sexualidade Elias de Souza
Santos ........................................................................................... 44
4. A competncia oral em sala de aula Lygia Maria Andrade Figuei-ra dos Santos e Viviane de Arajo Nascimento ............................ 56
5. A configurao do personagem mtico Fado nos clssicos A Ilada e A Odisseia, de Homero, e dipo Rei, de Sfocles: intertextos e re-
flexes Danielle dos Santos Pereira Lima, Geanis Silva Gomes,
urea Ramos Genelh e Huarley Mateus do Vale Monteiro ....... 67
6. A construo e o papel das emoes no discurso poltico do ex- -presidente Lula Ana Carolina Mrad de Moura Valente .......... 78
7. A Escrava Isaura, de Bernardo Guimares adaptao da obra lite-rria em histria em quadrinhos: uma sequncia didtica Mauren
Vanessa Loureno Souto e Nataniel dos Santos Gomes ... .......... 88
8. A escrita na internet: benefcios e malefcios Snia Lucio dos Reis Rodrigues, Marcelo da Silva S, Maria Francisca Moreira Sobrei-
ra e Camila Pereira de Oliveira ................................................ 101
9. A evoluo da lngua portuguesa Patricia Damasceno Fernandes e Natalina Sierra Assncio Costa .............................................. 117
10. A fbula como objeto de ensino e aprendizagem de leitura Ana Paula Ramalho dos Santos e Rosana Fernandes Leite .............. 127
11. A filosofia da composio: uma moldura do conto moderno Ma-ria da Luz Alves Pereira ............................................................. 144
12. A identidade feminina em Mafalda, de Quino Talita Galvo dos Santos e Nataniel dos Santos Gomes .......................................... 155
13. A importncia da cultura no ensino de lngua estrangeira: o caso do japons Raphael dos Santos Miguelez Perez .......................... 165
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14. A importncia da participao do corpo e da gestualidade na intera-o verbal Lunara Amaral do Vale e Luciene Pinheiro de Souza . 177
15. A importncia de recursos tecnolgicos facilitadores no processo de ensino-aprendizagem Milena Ferreira Hygino Nunes, Ruana da
Silva Maciel e Tanisse Paes Bvio Barcelos Cortes .................. 194
16. A incorporao de termos da informtica na lngua portuguesa Ana Claudia Rocha Amaral Figueiredo e Nataniel dos Santos Go-
mes ............................................................................................. 205
17. A influncia da literatura infantil no desenvolvimento do letramento Claudia Bernardo, Adriana Marques Lopes Fagundes Rodrigues
e Eliane Maria de Oliveira Giacon ............................................. 212
18. A influncia da oralidade na aprendizagem da lngua portuguesa Amanda Tristo Meneguelli e Luciene Pinheiro de Souza ........ 220
19. A interao oral professor/alunos pela tica do interacionismo soci-odiscursivo: uma proposta de trabalho com a leitura Maria Aila de
Sousa Oliveira e Aline Saddi Chaves ......................................... 228
20. A intertextualidade como estratgia argumentativa na crnica de Affonso Romano de SantAnna Ana Isabel Ferreira de Maga-
lhes e Eliana Crispim Frana Luquetti .................................... 245
21. A investigao sobre representaes sociais no campo educacional Clarissa Menezes de Souza Poubel e Leandro Garcia Pinho .. 259
22. A linguagem intersemitica do ciberespao a servio da literatura Penha lida Ghiotto Tuo Ramos, Pedro Lyra e Analice de Olivei-
ra Martins .................................................................................. 268
23. A linguagem jurdica e o acesso justia Bruna Moraes Marques, Eliana Crispim Frana Luquetti, Millene Millen, Paula Alice Dod
Mller e Pedro Wladimir do Vale Lira ...................................... 280
24. A metafsica da msica entre a filosofia do sc. XIX e a contstica de E. T. A. Hoffmann um estudo do efeito esttico musical em O
Inimigo da Msica Simone Maria Ruthner e Carlinda Fragale
Pate Nuez ................................................................................. 298
25. A monotongao do portugus do Brasil: um panorama sociolin-gustico Tas Turaa Arantes, Nataniel dos Santos Gomes e Nata-
lina Sierra Assncio Costa .......................................................... 316
26. A oralidade no livro didtico Portugus Linguagens 1 Edineia Barros Santos e Elane Marques de Jesus ................................... 325
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6 Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014.
27. A polarizao como estratgia argumentativa em redaes do ensi-no mdio: um estudo dos operadores modais pela perspectiva sist-
mico-funcional Leonardo Miguel ............................................ 333
28. A prtica de anlise lingustica: uma abordagem discursiva Silva-ne Aparecida Freitas e Dirlene Santos Araujo .......................... 355
29. A produo textual a partir da coeso: elemento de conexo interna do texto Wagner Siqueira Gonalves e Natalina Sierra Assncio
Costa .......................................................................................... 369
30. A recepo do mito de dipo por Pierre Corneille Maria Izabel Cavalcante da Silva Albarracin ................................................. 383
31. A relao de contribuio e ampliao entre o processo de letra-mento e o aprendizado de uma lngua estrangeira Helena Grin-
berg da Silva Barcelos ................................................................ 390
32. A representao do dialeto baiano na srie Gabriela Luciana Gomes da Silva, Nataniel dos Santos Gomes e Marlon Leal Ro-drigues ................................................................................... 399
33. A semntica e seus limites de abordagem no livro didtico Rainya Carvalho de Oliveira e Luzineth Rodrigues Martins ... ............. 405
34. A superficialidade do ensino literrio: reflexes Karen Fernanda Pinto de Lima .............................................................................. 416
35. A traduo do portugus para o ingls de algumas expresses idio-mticas Senivaldo Pereira Braz e Juliana Oliveira de Santana
Novais ........................................................................................ 423
36. A valorizao do texto literrio na sala de aula: uma atividade pos-svel Alessandra Mustafa da Silva, Hadhianne Peres de Lima, Mari-
ete de Souza Amorim e Gisela Maria de Lima Braga Penha .......... 434
37. A variao do verbo estar no portugus carioca Carla Barcelos Nogueira Soares ......................................................................... 449
38. Abordagem de tpicos culturais em materiais didticos de PLE Cirlene de Sousa Sanson ............................................................. 462
39. Aes essenciais para desenvolvimento motivacional no professor de lngua portuguesa que trabalha em cursos preparatrios para
concurso Jorge da Silva Junior ................................................ 482
40. Aforizao proverbial sobre o negro em diferentes materialidades discursivas: cristalizao e circulao de preconceitos e esteretipos
Denise da Silva Nunes e Paulo Rogrio de Oliveira................ 497
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41. Algumas reflexes sobre o mtodo metafnico de alfabetizao Adriana Marques Lopes Fagundes Rodrigues, Claudia Bernardo e
Eliane de Oliveira Giacon .......................................................... 511
42. lvaro Bomlcar no Almanack Corumbaense: prenncio em defesa de um portugus brasileiro uso de clticos Eliane Santos Paulino
e Nataniel dos Santos Gomes ...................................................... 523
43. lvaro Bomlcar no Almanack Corumbaense: o grafema y: a espon-taneidade da lngua Eliane Santos Paulino e Nataniel dos Santos
Gomes ......................................................................................... 531
44. Ambiguidade na sala de aula: pra que te quero? Francisca Au-rea Rodrigues Almeida, Myrth Charssiany Oliveira de Arajo e
Valdercley Santos da Silva ............................................................ 39
45. Anlise do cdigo Q utilizado pela guarda municipal de Dourados MS: uma viso variacionista da linguagem Edvaldo Teixeira
Moraes e Elza Sabino da Silva Bueno ........................................ 550
46. Anlise dos aspectos globais no trabalho de concluso de curso (TCC) de um graduando da Universidade Estadual de Roraima
Edine Barbosa Furtado, Ldia da Silva Amorim e Maria da Concei-
o S. Sousa ................................................................................ 567
47. Anlise fonolgica do infinitivo na fala dos campo-grandenses MS Michelli Fernanda de Souza, Nataniel dos Santos Gomes e
Marlon Leal Rodrigues ............................................................... 579
48. Anlise lingustica no novo ENEM: uma reflexo Renata da Silva de Barcellos ................................................................................ 588
49. Anomia no ensino religioso: uma anlise da regulao e das repre-sentaes sociais nas falas dos professores Evandro Francisco
Marques Vargas e Leandro Garcia Pinho .................................. 603
50. Aplicabilidade das conjunes na crnica como comecei a escre-ver Raphael Alves de Oliveira e Dayhane Alves Escobar Ribeiro
Paes ............................................................................................. 615
51. Artigo de opinio: mltiplas aplicabilidades no ensino de lngua materna Ana Paula Ramalho dos Santos, Anny Michelly Brito e
Berenice Alves da Silva Altafini .................................................. 624
52. As aventuras de um caipira na cidade grande: observaes sobre Chico Bento, de Maurcio de Sousa Marly Custdio da Silva, Suzi
Tomassini de Souza e Nataniel dos Santos Gomes ..................... 642
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8 Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014.
53. As contribuies do jornal escolar no processo ensino-aprendiza-gem de diferentes gneros textuais em sala de aula: sequncia did-
tica Flvia Martins Malaquias, Maria Socorro Aparecida Araujo
Barbosa, Neusa Babichi Ferreira e Valdinia Marcondes ......... 660
54. As marcas da oralidade na escrita em lngua portuguesa de indge-nas terenas em Mato Grosso do Sul: uma anlise preliminar Celso
Abro dos Reis, Marlon Leal Rodrigues e Nataniel dos Santos Go-
mes .............................................................................................. 676
55. As tecnologias digitais e a formao de leitores nas aulas de lngua portuguesa Penha lida Ghiotto Tuo Ramos, Pedro Lyra e Ana-
lice de Oliveira Martins .............................................................. 683
56. Aspectos de oralidade nas histrias em quadrinhos brasileiras Elane Marques de Jesus e Claudiane Silva Piropo .................... 700
57. Aspectos fonolgicos em documentos do sculo XVIII Knia Ma-ria C. da Silva e Elias Alves de Andrade .................................... 705
58. Aspectos polticos e educacionais do livro didtico de lngua portu-guesa Andressa Teixeira Pedrosa, Monique Teixeira Crisstomo e
Eliana Crispim Frana Luquetti ................................................. 716
59. Atividades de retextualizao como prtica escolar: por um ensino de gramtica sem pedras no caminho Mario Ribeiro Morais e Mi-
chelle Morais Domingos ............................................................. 734
60. Benveniste ainda um comeo Rogrio Ferraz de Andrade e Noeli Reck Maggi ................................................................................. 755
61. Breve glossrio de expresses idiomticas faladas na fronteira Co-bija Brasileia Christiane da Cunha Santiago e Lindinalva Mes-
sias do Nascimento Chaves ......................................................... 769
62. Breve reflexo sobre a alfabetizao das crianas indgenas de Nio-aque no Mato Grosso do Sul Thalita Souza de Lima e Adriana
Lcia de Escobar Chaves de Barros ........................................... 788
63. Canes da ditadura Afrnio da Silva Garcia .......................... 798
64. Cntico dos Cnticos: da complexidade do discurso religioso ca-nonicidade Carla Regina Chierici Pereira Pedrosa e Sergio Ar-
ruda de Moura ............................................................................ 813
65. Capites da Areia: uma identidade social em formao Erivania Oliveira de Paula e Eliane Maria de Oliveira Giacon ............... 826
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66. Castelo: heri burgus brasileiro em O Homem que Sabia Javans Dcio Bento Jos da Silva e Zlia R. Nolasco dos S. Freire ....... 836
67. CELP-BRAS: uma proposta de sequncia didtica da lngua em aquisio ao falante nativo Ftima Eveline Vareiro Teixeira, Lu-
ciane Zaida F. da S. Viana, Milsa Duarte Ramos Vaz, Lucilo Anto-
nio Rodrigues, Eliane Maria de Oliveira Giacon e Maria Leda Pin-
to ................................................................................................ 851
68. Chapeuzinho Amarelo em quadrinhos: uma experincia de retextua-lizao Carlos Eduardo Pereira, Mislene Ferreira Cabriotti e Na-
taniel dos Santos Gomes ............................................................. 866
69. Coerncia e coeso sob a tica da metacognio: um estudo de caso Mario Sergio Mangabeira Junior, Janne Faria Torre Braga e Vi-
viave Mendes da Cunha .............................................................. 876
70. Conceitos de lngua estrangeira, lngua segunda, lngua adicional, lngua de herana, lngua franca e lngua transnacional Mauren
Vanessa Loureno Souto, Alline Olivia Flores Gonzales Alme, Ana
Marlene de Souza Brito e Cludia Bernardo .............................. 890
71. Concordncia nominal: uma abordagem em torno do sentido Jos Randson Silva Santos, Marta Maria Wanderley da Silva e Alexan-
dre Melo Sousa ........................................................................... 901
72. Consideraes sobre o gnero textual conto etiolgico: demons-trando uma sequncia didtica Marlene Balbueno de Oliveira Or-
tega e Silvane Aparecida de Freitas ........................................... 914
73. Contao de histria: estratgia pedaggica para a aprendizagem de valores Vivian Suellen R. de G. Oliveira e Jorge Jnior ......... 927
74. Crenas e atitudes lingusticas como ferramentas de ensino e de aprendizagem de lngua portuguesa Mario Ribeiro Morais e
Karylleila dos Santos Andrade ................................................... 938
75. Darcy Azambuja: uma anlise sobre aspectos regionalistas nos con-tos Fogo Gacho, Contrabando e Velhos Tempos, na obra No
Galpo Letcia Lazzari ........................................................... 956
76. Desafios do letramento: uma anlise das atividades de produo textual no ensino mdio Elaine Vasquez Ferreira de Araujo .. 968
77. Desconstruo da ideia de univocidade na flexo verbal do portu-gus Vtor de Moura Vivas....................................................... 981
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10 Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014.
78. Diminutivo: o grau que afaga ou afasta Hlia Coelho Mello Cu-nha .............................................................................................. 992
79. Disputas lingusticas e ideolgicas no Facebook acerca da variao do uso lingustico luz de Bourdieu e Bakhtin Marcello Riella Be-nites, Srgio Arruda de Moura e Eliana Crispim Frana Luquetti 1001
80. Dos gneros ao gnero eletrnico: um percurso de transformaes Indianara Abreu Holsbach Nogueira, Mislene Ferreira Cabrioti e
Nataniel dos Santos Gomes....................................................... 1015
81. equvoco classificar a orao subjetiva como subordinada Fran-cisco Dequi ............................................................................... 1022
82. possvel uma democracia do saber? Talita Miranda Ribeiro e Giovane do Nascimento ............................................................ 1029
83. Educao de jovens e adultos: letramento e tecnologias novas possibilidades Maria Veroza Batista Vieira, Raimunda Rosineide
de Moura e Silva e Tatiane Castro dos Santos ......................... 1037
84. Educao lingustica e o funcionalismo em sala de aula Karina Pereira Detogne, Giselda Maria Dutra Bandoli e Eliana Crispim
Frana Luquetti ........................................................................ 1046
85. Enquadres e performances de papis profissionais numa oficina de lngua portuguesa Amanda Dinucci Almeida Bhler Velasco 1062
86. Ensino da gramtica: uma prtica possvel Claudia Bernardo, Mislene Ferreira Cabriotti e Nataniel dos Santos Gomes ........ 1073
87. Ensino de lngua portuguesa e lingustica: um dilogo necessrio Giselda Maria Dutra Bandoli, Karina Pereira Detogne e Eliana
Crispim Frana Luquetti ........................................................... 1083
88. Escrita e cidadania: o jornal escolar como atividade de produo textual Juliene Kely Zanardi e Tania Maria Nunes de Lima Ca-
mara .......................................................................................... 1097
89. Estratgias de leitura e alfabetizao cientfica: contribuies para o ensino de cincias Leila Alves Vargas, Kamila Teixeira Crissto-
mo e Maria Eugnia Totti ......................................................... 1110
90. Estratgias de leitura na prtica docente do ensino fundamental Renilza da Silva Gonalves, Raimunda Rosineide de Moura e Silva,
Maria Veroza Batista Vieira e Mrcia V. R. de Macedo .......... 1119
91. Estruturas de solicitao no portugus do Brasil Adriana Leite do Prado Rebello ........................................................................... 1138
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Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014 11
92. Estudos toponmicos dos bairros da regio sul da cidade de boa Vis-ta Roraima Antonia Sandra Lopes da Silva, Francisca Olavia
Gomes de Morais, Veralucia Thomaz Cardozo Silva, Sivanilde Ro-
drigues da Silva e Alessandra de Souza Santos ........................ 1149
93. Expresses idiomticas: uma herana de Portugal para o Brasil Patricia Damasceno Fernandes, Nataniel dos Santos Gomes e Na-
talina Sierra Assncio Costa ..................................................... 1160
94. Gnero textual artigo de opinio e colaborao por meio da WEB 2.0 uma proposta de sequncia didtica Mislene Ferreira Ca-
briotti, Indianara Holsbach e Nataniel dos Santos Gomes ....... 1170
95. Gneros digitais: possvel ferramenta para a promoo da leitura Auxiliadora Carvalho da Rocha, Isabel Goulart Simonete, Maria
Expedita Fontenele Alves e Tatiane Castro dos Santos ............ 1180
96. Histria em quadrinhos uma narrativa para despertar no aluno o gosto pela leitura e pelo patrimnio e cultura escolar Gabriel An-
gelo G. Trindade, Luana dos Santos Fidlis Azevedo, Silvia Alicia
Martinez e Shirlena Campos de Souza Amaral ........................ 1190
97. Histrias em quadrinhos para o ensino de lngua portuguesa nos li-vros didticos Catarina Santos Capitulino e Nataniel dos Santos
Gomes ....................................................................................... 1204
98. Incluso: um olhar diferenciado para as prticas escolares Carla Sarlo Carneiro Chrysstomo .................................................... 1222
99. Inovaes lingusticas no nvel fontico/fonolgico do portugus brasileiro em missivas familiares da Chapada Diamantina Dama-
res Oliveira de Souza e Pascsia C. da Costa Reis .................. 1240
100. Interao comunicativa entre pacientes no falantes da lngua por-tuguesa e corpo tcnico de um hospital pblico de Roraima Maria
do Socorro Melo Arajo, Sergiane da Costa Vieira Aguiar e
Thaygra Manoelly Silva de Pinho ............................................. 1250
101. Interdisciplinaridade e contextualizao na apresentao do conte-do cidos e bases no ensino mdio Kamila Teixeira Crissto-
mo e Monique Teixeira Crisstomo ......................................... 1272
102. Interdisciplinaridade e linguagem: contribuies para o ensino de lngua materna Dhienes Charla Ferreira, Rayane Kelli dos Reis
Ferreira, Vanessa Tharla dos Reis F. Belmont e Eliana Crispim
Frana Luquetti ....................................................................... 1294
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12 Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014.
103. Joo Gilberto Noll: uma narrativa da contemporaneidade Luciene Veiga da Costa e Eliane Maria de Oliveira Giacon ................ 1305
104. Jos de Alencar e a defesa da norma lingustica brasileira Matheus Gazzola Tussi ............................................................................ 1317
105. Laboratrio de acervos pessoais: um estudo da biblioteca de Jindrich Trachta Eliane Maria de Oliveira Giacon e Daniel Abro ........ 1333
106. Leitura de imagem, tempos verbais e conhecimento de mundo: tudo junto e conjugado? Elizngela Fernandes dos Santos ........... 1340
107. Leitura de rtulos de embalagens: uma proposta de letramento Auxiliadora Carvalho da Rocha e Isabel Goulart Simonete ..... 1347
108. Leitura literria e ensino da literatura na escola Gleiciane Nunes de Souza, Isabel Goulart Simonetti e Auxiliadora Carvalho .... 1358
109. Leitura literria na escola: a poesia como proposta de leitura nos anos iniciais do ensino fundamental Djalma Barboza Enes Filho, Marta Ricardo dos Santos e Gisela Maria de Lima Braga Penha . 1369
110. Lngua brasileira de sinais: uma reflexo sobre seus aspectos lin-gusticos Karine Albuquerque e Adriana Lcia de Escobar Cha-
ves de Barros ............................................................................ 1383
111. Lngua, linguagem, texto e discurso: uma mudana de olhar nos es-tudos lingusticos Thiago Simioli Holsback e Silvane Aparecida
de Freitas .................................................................................. 1394
112. Linguagem e cultura Maria Lucia Mexias-Simon .................. 1410
113. Linguagem, direito e poder Bruna Moraes Marques, Eliana Cris-pim Frana Luquetti, Millene Millen, Paula Alice Dod Mller e
Pedro Wladimir do Vale Lira.................................................... 1416
114. Literatura e sociedade: a msica de Dlio e Delinha Laura Lopes Ribeiro ...................................................................................... 1432
115. Livro didtico 6 ano uma anlise sobre gneros textuais Ftima Eveline Vareiro Teixeira e Silvane Aparecida de Freitas ......... 1447
116. Manuel de Sousa Moreira um cisne no parnaso portugus Cid-lia Dinis..................................................................................... 1456
117. Memes em aulas de portugus no ensino mdio: linguagem, produ-o e replicao na cibercultura Carlos Fabiano de Souza .... 1463
118. Metaplasmos por supresso: uma anlise em anncios comerciais Patricia Damasceno Fernandes e Natalina Sierra Assncio Costa1482
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Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014 13
119. Mtodo contrastivo e conscientizao articulatria para a assimila-o das vogais mdias do portugus brasileiro por hispanofalantes
Fabricio Marvilla Fraga de Mesquita ...................................... 1494
120. Modulaes do PROFLETRAS no ensino de literatura Joo Car-los de Souza Ribeiro.................................................................. 1514
121. Mudanas de enquadre e ocorrncia de footing na fala de Mestre Amaro Mayra Moreira .......................................................... 1525
122. Mudanas sinttico-semnticas de verbos no PB Marcelo Gio-vannetti Ferreira Luz ................................................................ 1532
123. Nordeste pra frente: retratos do povo na voz de Luiz Gonzaga Glaucimere Patero Coelho e Raquel Camargo Trentin ............ 1541
124. Ns temos que cobrar e eu cobro: movimentos de construo identitria em uma comunidade online de professores Bruno de
Matos Reis................................................................................. 1555
125. O Beijo da Palavrinha Africana: um estudo sobre obras de Mia Couto e Danuta Wojciechowska Elosa Porto Corra .......... 1572
126. O caso da monotongao na oralidade em Campo Grande MS Tas Turaa Arantes, Natalina Sierra Assncio Costa e Nataniel
dos Santos Gomes ..................................................................... 1590
127. O crculo bakhtiniano e o jornal na sala de aula Edilaine Vieira Lopes e Vera Lcia Pires .......................................................... 1597
128. O conceito de fico na filosofia de Hans Vaihinger Egle Pereira da Silva ..................................................................................... 1606
129. O currculo escolar e os desafios da educao contempornea Lei-la Alves Vargas, Arilene Moreira Alves e Maria Eugnia Totti .... 1623
130. O desafio da formao de leitores: algumas reflexes sobre a leitura em suas inmeras performances Laura Maria Paim e Susylene
Dias de Arajo .......................................................................... 1636
131. O deus material de Arthur Koestler: o tamanho das uvas de Cana Jnder Baltazar Rodrigues e Zlia Ramona Nolasco dos Santos
Freire ........................................................................................ 1648
132. O dirio uma escrita ntima para ser mantida em segredo? Hilde-liza Lacerda Tinoco Boechat Cabral, Ida Tinoco Boechat, Raquel
Veggi Moreira, Tatiane da Silva Lacerda Tinoco e Eliana Crispim
Frana Luquetti ........................................................................ 1656
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14 Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014.
133. O dicionrio e a relevncia do glossrio na aula de lngua portugue-sa: relatos de uma experincia Maria Anglica B. Moreira e Mar-
lon Leal Rodrigues .................................................................... 1666
134. O ensino da lngua materna em uma comunidade macuxi Rainya Carvalho de Oliveira, Josiane da Silva Sabino e Maria do Socorro
Melo Arajo .............................................................................. 1677
135. O ensino das variedades lingusticas da lngua portuguesa na pers-pectiva de um livro didtico Carlos Eduardo Pereira, Osney Fer-
nandes dos Santos e Natalina Sierra Assncio Costa ............... 1689
136. O ensino e a formao do professor de lngua portuguesa Iago Pe-reira dos Santos, Fabola Azeredo Barreto Mota e Eliana Crispim
Frana Luquetti ........................................................................ 1705
137. O ensino e prtica da lngua portuguesa e os gneros textuais Cn-tia Moreira de Castro e Bianka Pires Andr ............................ 1711
138. O entrelugar do professor pesquisador e o encontro da literatura e da leitura como tecnologia no contexto da sala de aula Jacqueline
Martins da Silva ........................................................................ 1719
139. O estudo do lxico nas propagandas do Almanack Corumbaense sob a perspectiva da historiografia lingustica Luciene Cristina Pare-
des Mller e Migul Eugenio Almeida ...................................... 1730
140. O ethos do aluno no jogo de xadrez escolar Cristiano da Silveira Colombo, Sergio de Arruda Moura, Nilson Sergio Peres Stahl e
Eliana Crispim Frana Luquetti ............................................... 1740
141. O ethos e a heterogeneidade discursiva na Histria nica de Chi-mamanda Adichie Alessandra Maria Custdio da Silva, Srgio
Arruda de Moura, Gerson Tavares do Carmo e Elane Kreile Ma-
nhes ......................................................................................... 1756
142. O falar sertanejo presente na msica nordestina Marcelo da Silva S e Maria Francisca Moreira Sobreira .................................. 1772
143. O fenmeno bullying em tempos de judicializao dos conflitos es-colares na viso de educadores em Roraima Lourival Novais Nto
e Juliane Dominoni Gomes de Oliveira .................................... 1782
144. O fenmeno lingustico-semitico da linguagem jurdica Bruna Moraes Marques, Eliana Crismpim Frana Luquetti, Millene Mil-
len, Paula Alice Dod Mller e Pedro Wladimir do Vale Lira . 1809
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Crculo Fluminense de Estudos Filolgicos e Lingusticos
Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014 15
145. O gnero textual em pauta: entre perspectivas, reflexes e desloca-mentos Sueder S. de Souza, Ederson Lus Silveira e Lucas Rodri-
gues Lopes................................................................................. 1820
146. O hipertexto e o gnero textual: uma experincia com sequncia di-dtica ngela Maria dos Santos, Osney Fernandes dos Santos,
Nataniel dos Santos Gomes e Maria Leda Pinto ...................... 1832
147. O instituto da remio da pena e suas interpretaes Pmela Pe-reira Pedrosa e Anastcia Crespo ............................................ 1845
148. O internets na produo textual escrita Aparecido Devanir Fer-nandes, Adriana Lcia de Escobar Chaves de Barros e Elza Sabino
da Silva Bueno .......................................................................... 1852
149. O livro didtico de lngua portuguesa e sua utilizao em sala de au-la: apontamentos sobre a poltica educacional do Programa Nacio-
nal do Livro Didtico Karolyna Maciel dos Santos Cordeiro e Le-
andro Garcia Pinho .................................................................. 1862
150. O livro didtico de lngua portuguesa e o processo de ensino-apren-dizagem: reflexes necessrias Monique Teixeira Crisstomo,
Andressa Teixeira Pedrosa e Eliana Crispim Frana Luquetti 1875
151. O marcador discursivo ah na fala de discentes da EJA/PROEJA, na regio norte-noroeste do estado do Rio de Janeiro Cristiana Bar-
celos da Silva, Gerson Tavares do Carmo, Karine Lbo Castelano,
Alessandra Maria Custdio da Silva, Eliana Crispim Frana Lu-
quetti e Srgio Arruda de Moura .............................................. 1893
152. O modo subjuntivo em portugus e em ingls: consideraes sobre modo e modalidade Mario Marcio Godoy Ribas ................... 1907
153. O papel da oralidade nos manuais didticos de lngua portuguesa Francisco Romrio Paz Carvalho e Ailma do Nascimento Silva .. 1919
154. O processo de formao de palavras com afixo aumentativo -o: uma anlise cognitivista Regina Simes Alves e Carlos Alexandre
Gonalves.................................................................................. 1929
155. O sincretismo ortogrfico presente em manuscritos da comunidade de Zabel na Chapada Diamantina, situados entre os anos de 1902 e
1947 Edson Mrio Conceio Ribeiro e Pascsia Coelho da Cos-
ta Reis ....................................................................................... 1965
156. O uso da intertextualidade na composio de posts motivacionais na fan page Gerao de Valor Rachel Ferreira Klem de Mattos
Morgades e Carlos Henrique Medeiros de Souza .................... 1983
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Crculo Fluminense de Estudos Filolgicos e Lingusticos
16 Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014.
157. O uso das palavras mala e bolsa no sentido prototpico e cogni-tivo da semntica Labele da Silva Sobrinho, Macilene Arlete e
Welen Barroso da Silva ............................................................ 1994
158. O uso do celular na produo de textos: uma sequncia didtica Luciane Zaida F. da S. Viana, Milsa Duarte Ramos Vaz, Eliane
Maria de Oliveira Giacon, Maria Leda Pinto e Silvane Aparecida
de Freitas .................................................................................. 2003
159. Oralidade: objeto de estudos no processo de ensino da lngua portu-guesa Alessandra Mustafa da Silva e Tatiane Castro dos Santos 2020
160. Oralidade: possibilitando capacidades enunciativas na escola He-lany Morbin e Simone de Jesus Padilha ................................... 2034
161. Os estrangerismos na lngua portuguesa Giselle Vasconcelos dos Santos Ferreira e Nataniel dos Santos Gomes.......................... 2051
162. Os inslitos harmnicos em l, nas campinas, de joo guimares ro-sa Murilo Duarte Casacio ...................................................... 2060
163. Os mecanismos de coeso textual nas tirinhas de Mafalda Adlia Alves Pereira, Adriana de Medeiros Marcolano Thebas, Luciene
Pinheiro de Souza e Maria Francisca Moreira Sobreira ......... 2071
164. Os multiletramentos e a construo multimodal de sentido Themis Rondo Barbosa ....................................................................... 2086
165. Os pensamentos lingusticos e a gramtica normativa: qual a rela-o existente? Thiago Soares de Oliveira e Srgio Arruda de
Moura ....................................................................................... 2096
166. Os quadrinhos e a incluso na Turma da Mnica Lucas Recalde, Deliano Parreira da Silva e Nataniel dos Santos Gomes ......... 2109
167. Os recursos audiovisuais como auxiliares no aprendizado de PLE: experincia das UDs brasileiras no PPPLE Gustavo Txai Torres
de Faria, Mnica Bata N. P. Diniz, Rafaela Pascoal Coelho e Je-
rnimo Coura-Sobrinho ............................................................ 2119
168. Os soldados e a guerra das trincheiras: uma anlise da obra de Tardi Tas Turaa Arantes e Fbio Dobashi Furuzato ................... 2130
169. Peter Pan brasileiro: nomes prprios em adaptaes em lngua por-tuguesa Felipe Teixeira Zobaran ........................................... 2139
170. Poesia e memria: a vocalizao como uma estratgia sociocogniti-va de leitura no ensino lngua portuguesa Mario Ribeiro Morais e
Luiz Roberto Peel Furtado de Oliveira ..................................... 2145
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Crculo Fluminense de Estudos Filolgicos e Lingusticos
Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014 17
171. Poesia e memria: estratgias sociocognitivas de leitura para a for-mao de um leitor proficiente Mario Ribeiro Morais e Mrcio
Arajo de Melo ......................................................................... 2165
172. Portugus como lngua oficial pelo mundo: legitimidade em Timor- -Leste e Macau Srgio Pereira Antunes ................................. 2178
173. Portugus pelo mundo: da ndia ao Brasil Rafaela Pascoal Coe-lho, Naveen Kumar Jha e Jernimo Coura-Sobrinho ............... 2188
174. Preconceito lingustico dentro da sala de aula da fronteira Brasil- -Paraguai Ana Marlene de Souza Brito e Adriana Lcia de Esco-
bar Chaves de Barros ............................................................... 2198
175. Proposta de elaborao do atlas fontico do Acre AFAc Darlan Machado Dorneles, Christiane da Cunha Santiago e Lindinalva
Messias do Nascimento Chaves ................................................ 2210
176. Proposta de sequncia didtica: a carta aberta Anny Michelly Brito e Berenice Alves da Silva Altafini ............................................ 2216
177. Questionrio fontico-fonolgico do Atlas Fontico do Acre II AFAC II Darlan Machado Dorneles e Lindinalva Messias do
Nascimento Chaves .................................................................. 2228
178. (Re)discutindo as atividades de leitura em livros didticos de lingua portuguesa sob o vis do letramento crtico Rosenil Gonalina dos
Reis e Silva e Simone de Jesus Padilha .................................... 2250
179. Reflexes sobre o ensino da lngua portuguesa: aliando teoria e pr-tica s abordagens dos conhecimentos gramaticais Marlene Bal-
bueno de Oliveira Ortega, Adriana Lcia de Escobar Chaves de
Barros e Migul Eugenio Almeida ........................................... 2260
180. Reflexes sobre o ensino de leitura ao articular as abordagens cog-nitivas e metacognitivas Luciane Zaida F. da Silva Viana, Milsa
Duarte Ramos Vaz, Eliane Maria de Oliveira Giacon, Maria Leda
Pinto e Nataniel Gomes dos Santos .......................................... 2273
181. Relatinizao do portugus Ams Colho da Silva ................ 2283
182. Relatos de prtica de crtica textual: pelo prazer do texto manuscrito Grasiela Veloso dos Santos e Arlete Tavares Buchardt ......... 2290
183. Relatos sobre o ensino de gramtica no ensino fundamental Maria Socorro Aparecida Araujo Barbosa, Flvia Martins Malaquias e
Adriana Lcia de Escobar Chaves de Barros ........................... 2311
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18 Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014.
184. Representaes sociais da merenda escolar atravs das falas dos alunos Francine Nogueira Lamy Garcia Pinho e Silvia Alicia
Martnez .................................................................................... 2320
185. Rotacismo: interface entre a anlise da conversao e os fenmenos lingusticos na fala do portugus brasileiro Silvio Nunes da Silva
Jnior ........................................................................................ 2333
186. Sequncia didtica na sala de aula: uma experincia da teoria pr-tica Evanilza Ferreira da Silva, Mariete de Souza Amorim e Tati-
ane Castro dos Santos ............................................................... 2344
187. Ser ou no ser: identidade indgena em questo a partir de indica-es do Projeto Panton Pia Jociane Gomes de Oliveira e Devair
Antnio Fiorotti ...................................................................... 2356
188. Sexualidade nos livros didticos de cincias: uma anlise do tema em exemplares utilizados nas escolas de Bom Jesus do Itabapoana-
RJ Leila Alves Vargas e Maria Eugnia Totti ........................ 2368
189. Texto e protesto: um Brasil em verso Talita Vieira Barros ... 2383
190. Textos literrios e o ensino e aprendizagem de lngua estrangeira:
proposta de atividades Eliana Aparecida Prado Verneque Soa-res ........................................................................................ 2397
191. Traduo: reescritura e releitura na prtica literria Deise Quinti-liano Pereira ............................................................................. 2406
192. Transcrio da verso portuguesa do Tratado de Haia (1641) Eli-abe Procpio e Enderson do Nascimento ................................. 2418
193. Um bouleversement consequente Maria Antonia da Costa Lobo 2434
194. Uma anlise da oralidade nas Webcomics do Armandinho Priscil-la Cardoso da Silva e Nataniel dos Santos Gomes ................... 2443
195. Uma anlise do conto A Quinta Histria, de Clarice Lispector Elis-nelsa Luiz, Giovanni AugustoVitorino de Oliveira e Maria Su-
zett Biembengut Santade ........................................................... 2455
196. Uma anlise pertinente do conceito de variao lingustica e sua aplicao em sala de aula Alessandra Maria Custdio da Silva,
Elane Kreile Manhes, Las Rodrigues Ferreira e Gerson Tavares
do Carmo .................................................................................. 2460
197. Uma interface entre Chico Bento, de Maurcio de Sousa, e a novela O Cravo e a Rosa, de Walcyr Carrasco Marly Custdio da Silva e
Nataniel dos Santos Gomes....................................................... 2476
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Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014 19
198. Uma leitura palimpsesta da obra Caim, de Jos Saramago Dani-elle dos Santos Pereira Lima e Rosidelma Pereira Fraga ....... 2491
199. Uma questo de autoria no romance moderno: a histria do autor em Cidade de Vidro Hlder Brinate Castro ....................... 2501
200. Usos expressivos e literrios da lngua: sintaxe e ensino Aytel Marcelo Teixeira da Fonseca ................................................... 2509
201. Variao conceitual da lexia bruaca no vocabulrio regional do Brasil: do lombo das mulas para a cama do peo Giselle Olivia
Mantovani Dal Corno e Odair Jos Silva dos Santos ............... 2528
RESUMOS .............................................................................. 2537
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Crculo Fluminense de Estudos Filolgicos e Lingusticos
20 Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014.
EDITORIAL
O Crculo Fluminense de Estudos Filolgicos e Lingusticos tem o
prazer de apresentar-lhe o suplemento do nmero 60 da Revista Philolo-
gus, correspondente ao terceiro quadrimestre de 2014, com 201 artigos
correspondentes aos trabalhos apresentados na IX Jornada Nacional de
Lingustica e Filologia da Lngua Portuguesa, realizado no dia 5 de
novembro de 2014 em diversas instituies de ensino superior do Brasil,
cujos resumos esto disponibilizados a partir da pgina 2537 deste su-
plemento, muitos dos quais no resultaram em textos completos publica-
dos nessa publicao.
Com exceo dos que recebemos depois do prazo ou que tiveram
de ser reenviados, todos os artigos foram includos na ordem alfabtica,
inclusive os resumos
Este suplemento do nmero 60 da Revista Philologus contm os
Anais da IX JNLFLP, apesar de terem sido includos alguns artigos que
provm de trabalhos apresentados no Congresso Internacional: Portu-
gus, Lngua do Mundo, evento realizado simultaneamente com a Jor-
nada, na Faculdade de Formao de Professores da UERJ, sob a coorde-
nao do Prof. Afrnio da Silva Garcia.
Como natural, seria impraticvel imaginar uma apresentao de
cada um desses duzentos artigos em um editorial de abertura do volume.
Por isto, j nos damos por satisfeito com o fornecimento de algumas bre-
ves notcias sobre a estrutura dessa publicao, que passa a ter algumas
peculiaridades que a fazem diferir dos nmeros regulares da Revista.
Destaquemos as principais, que so suficientes para caracteriz-la:
1 Os nmeros regulares da Revista Philologus tm por volta de 164 pginas, enquanto os suplementos sempre atingem nmero bastante
superior, como este, que est com 2779 pginas, dividido em dois
tomos para facilitar o acesso virtual.
2 Os nmeros regulares tm trs verses: uma impressa, que distri-buda aos associados em dia com suas anuidades e a instituies
pesquisa e ensino de lingustica e letras; uma verso virtual (dispo-
nvel em http://www.filologia.org.br/revista) e uma digital (em CD-
ROM, no Almanaque CiFEFiL), mas os suplementos no tm a ver-
so impressa, por conteno de despesas. A partir deste ano o Al-
manaque CiFEFiL est editado em DVD porque seu volume j ul-
http://www.filologia.org.br/revista -
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Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014 21
trapassar a capacidade miditica de um CD-ROM.
3 No suplemento, h alguma tolerncia para alguns detalhes tcnicos, como o caso do resumo, que, em alguns trabalhos, a verso com-
pleta se distanciou muito do que foi proposto, s vezes at com mo-
dificao do ttulo. Nos nmeros regulares, isto no seria tolervel.
4 Dada a extenso da publicao (2779 pginas neste nmero), im-praticvel uma trplice reviso, como se faz na publicao regular.
Faz-se uma reviso ortogrfica e de formatao, com poucas corre-
es alm desses dois itens, ficando com os prprios autores a res-
ponsabilidade geral da reviso, que deve ser feita antes da entrega
dos originais.
Como se v pelos nmeros, os trabalhos completos publicados
correspondem a menos da metade dos trabalhos apresentados. Por isto,
sugerimos aos autores que no conseguiram preparar seus textos comple-
tos dentro do prazo estipulado e das normas do evento, que os preparem
e submetam Revista Philologus, para serem publicados em seus nme-
ros regulares. Para isto, consultem as instrues editoriais da revista na
pgina http://www.filologia.org.br/revista/instrucoeseditoriais.htm.
Esperamos que esta publicao seja til aos seus autores e aos co-
legas que tiverem interesse nos temas aqui publicados e que a possamos
fazer cada vez melhor.
Por fim, o CiFEFiL agradece por qualquer crtica que nos puder
enviar sobre este Suplemento da Revista Philologus e Anais da IX
JNLFLP, visto ser o seu sonho produzir um peridico cada vez mais qua-
lificado e importante para a maior interao entre os profissionais de lin-
gustica e letras e, muito especialmente, para os que atuam diretamente
com a filologia em seu sentido mais restrito.
Caso queira ampliar sua pesquisa em relao a qualquer um dos
temas tratados neste nmero, acesse a pgina de busca interna do CiFE-
FiL, em http://www.filologia.org.br/buscainterna.html e digite as pala-
vras-chave do tema, porque so milhares os artigos que publicamos para
o progresso dos estudos filolgicos e lingusticos.
Rio de Janeiro, dezembro de 2014.
http://www.filologia.org.br/revista/instrucoeseditoriais.htmhttp://www.filologia.org.br/buscainterna.html -
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22 Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014.
A ABORDAGEM DOS GNEROS MULTIMODAIS
NO ENSINO FUNDAMENTAL1
Francisco Romrio Paz Carvalho (UESPI)
RESUMO
Este trabalho se inscreve no quadro terico- metodolgico da lingustica de texto
de base sociocognitiva. Especificamente traz uma abordagem dos gneros multimodais
para o ensino de lngua portuguesa. Dessa forma, o objetivo deste trabalho refletir
sobre as estratgias sociocognitivas que podem ser mobilizadas para o tratamento de
tais gneros nas aulas de leitura e produo textual, a exemplo da inferncia, dos co-
nhecimentos prvios e dos processos de referenciao, dentre outras. Para tal tarefa,
selecionamos quatro anncios que sero abordados em duas etapas distintas: a pri-
meira em que buscamos contextualizar os anncios, analisando as diversificadas lin-
guagens que constituem o gnero, ou seja, recursos verbais e no verbais (cor, tama-
nho da letra, imagem, dentre outros elementos que auxiliam na produo de sentidos).
Nessa primeira etapa, buscamos tambm demonstrar que tipos de conhecimentos de-
vem ser acionados para a compreenso do gnero. J na segunda etapa sugerimos
maneiras para se proceder leitura e a produo textual. Pautamo-nos teoricamente
nas discusses sobre gneros multimodais suscitadas por Dionsio (2010, 2011, 2014) e
Marcuschi (2008), bem como no conceito de multimodalidade postulado por Kress &
Van Leeuwen (2006). Alm disso, para contextualizar nossa pesquisa, dialogamos com
os estudos que abordam a temtica dos gneros multimodais no ensino, no que se refe-
re a sua abordagem nas aulas de leitura e produo de texto, a exemplo de Cavalcante
(2012), Koch & Elias (2009, 2010), Ramos (2012, 2014), Santos, Riche & Teixeira
(2013), dentre outros. Com base na anlise dos exemplares de gneros multimodais,
conclumos que o seu tratamento em sala de aula de extrema importncia, possibili-
tando a ampliao dos horizontes de leitura dos alunos. Entendemos, portanto, que a
produo de sentidos extrapola o nvel do verbal, cabendo ao leitor/aluno acionar a
sua bagagem sociocognitiva para que seja possvel efetivar a construo de sentidos
dos textos.
Palavras- chave: Gneros multimodais. Produo de sentido. Texto. Ensino.
1. Consideraes iniciais
Com a divulgao dos trabalhos de Ferdinand de Saussure (1916),
a lingustica adquiriu o status de cincia (CARVALHO, 2014). Desde a
conquista desse patamar vrias correntes de estudo foram surgindo com
1 Este artigo resulta de trabalho apresentado na IX Jornada Nacional de Estudos Filolgicos e Lin-gusticos, realizado pelo Crculo Fluminense de Estudos Filolgicos e Lingusticos, no dia 5 de no-vembro de 2014.
mailto:[email protected] -
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perspectivas bastante variadas, dentre elas, destaca-se a lingustica de texto,
que como o prprio nome pressupe, tem como foco principal de anlise
o texto.
No processo evolutivo da lingustica de texto a mesma passou por
vrias fases e em cada uma delas assumiu diferentes concepes de texto,
evoluindo de uma concepo de base estritamente gramatical para uma
de cunho sociocognitivista tendncia amplamente aceita nos estudos
mais recentes da rea.
Nesse contexto, por essa via de abordagem, atualmente o texto
concebido pela lingustica de texto como um lugar de interao entre os
atores sociais e de construo de sentidos. A referida rea tambm tem
envidado esforos no tratamento de textos multimodais, uma vez que, em
seu percurso de desenvolvimento, concentrou-se no tratamento apenas de
textos verbais. No h dvidas, portanto, que a multimodalidade um
campo frtil para os estudos do texto.
Sob esse espectro de discusses tericas, este artigo tem por obje-
tivo refletir sobre as estratgias sociocognitivas que podem ser mobiliza-
das para o tratamento dos gneros multimodais nas aulas de leitura e
produo textual, a exemplo da inferncia, dos conhecimentos prvios e
dos processos de referenciao, dentre outras. Para tal tarefa, seleciona-
mos quatro anncios que sero abordados em duas etapas distintas: a
primeira em que buscamos contextualizar os anncios, analisando as di-
versificadas linguagens que constituem o gnero, ou seja, recursos ver-
bais e no verbais (cor, tamanho da letra, imagem, dentre outros elemen-
tos que auxiliam na produo de sentidos). Nessa primeira etapa, busca-
mos tambm demonstrar que tipos de conhecimentos devem ser aciona-
dos para a compreenso do gnero. J na segunda etapa sugerimos ma-
neiras para se proceder leitura e a produo textual em sala.
Metodologicamente, este trabalho est organizado como segue:
primeiro discorremos sobre as concepes de texto e leitura; em seguida,
tratamos dos tipos de conhecimentos que devem ser acionados para a
compreenso de um texto; um terceiro momento em que discorremos,
embora sumariamente, sobre a multimodalidade; Posteriormente, proce-
demos a anlise e por ltimo, faz-se as consideraes finais.
2. Concepes de texto e leitura
Para que se compreenda o que um texto, faz-se necessrio ob-
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24 Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014.
servar as concepes de texto que j foram defendidas ao longo dos estu-
dos em lingustica de texto. Koch (2002) assegura que todo o desenvol-
vimento da lingustica de texto vem girando em torno das diferentes con-
cepes de texto que ela tem abrigado durante seu percurso, o que acarre-
tou, segundo a autora, diferenas bastantes significativas entre uma e ou-
tra etapa de sua evoluo. H trs concepes bsicas de texto, a primeira
diz ser o texto um artefato lgico do pensamento, a segunda, aponta-o
como simples decodificao das ideias e a terceira como um processo de
interao. importante salientar que, atrelada a cada concepo de texto
temos uma concepo diferente de leitura, vejamos, ento, cada uma de-
las.
Inicialmente, baseando-se numa concepo de lngua como repre-
sentao do pensamento e o sujeito como senhor absoluto de suas aes e
de seu dizer, o texto visto, portanto, como "um mero artefato lgico do
pensamento do autor" (CAVALCANTE, 2013, p. 18). Dessa forma, cabe
ao leitor apenas captar essa representao mental, juntamente com as in-
tenes (psicolgicas) do produtor. Nessa concepo o ouvinte/leitor
exercem uma funo de ser essencialmente passivo.
Nessa primeira concepo de texto, a leitura tida como uma ati-
vidade de captao das ideias do autor, sem levar em conta as experin-
cias e os conhecimentos do leitor, a interao autor-texto-leitor com pro-
psitos constitudos sociocognitivo-interacionalmente (KOCH & ELIAS,
2010).
Em seguida, o texto passa a ser visto como um produto da "codifi-
cao de um emissor a ser decodificado pelo ouvinte, bastando, para a
sua compreenso, apenas o domnio do cdigo lingustico" (CAVAL-
CANTE, 2013, p. 18). Aqui a lngua vista como um cdigo, mero ins-
trumento de comunicao, por meio do qual um emissor envia uma men-
sagem a um receptor, a principal funo nessa concepo a mera
transmisso de informaes, cabendo ao leitor/ ouvinte, a mera posio
de ser passivo. Koch & Elias (2010, p. 10) veem que a concepo de ln-
gua como estrutura corresponde a de "sujeito determinado, assujeitado
pelo sistema, caracterizado por uma espcie de no conscincia". Nessa
segunda concepo de texto, a leitura vista, como pontua Koch & Elias
(2010),
[...] uma atividade que exige do leitor o foco no texto, em sua linearidade, uma
vez que "tudo est dito no dito". [...] nesta concepo, cabe-lhe o reconheci-
mento do sentido das palavras e estruturas do texto. O leitor caracterizado por realizar uma atividade de reconhecimento, de reproduo. (KOCH; ELI-
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Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014 25
AS, 2010, p. 10)
Por ltimo, o conceito de texto, hoje, visto a partir da noo de
interao. Nessa concepo interacional, os sujeitos so vistos como se-
res ativos e construtores sociais, assim, o texto passa a ser visto como o
prprio lugar de interao. tomado como um evento em os "sujeitos
so atores sociais levando em conta o contexto sociocomunicativo, hist-
rico e cultural para a construo dos sentidos e das referncias dos tex-
tos" (CAVALCANTE, 2013, p. 19).
Koch & Elias (2010) advertem que:
Na concepo interacional da lngua o texto considerado o prprio lugar
da interao e da constituio dos interlocutores. H lugar, no texto, para toda uma gama de implcitos, dos mais variados tipos, somente detectveis quando
se tem, como pano de fundo, o contexto sociocognitivo dos participantes da interao. [...] o sentido de um texto construdo na interao texto- sujeitos e
no algo que preexista a essa interao. (KOCH; ELIAS, 2010, p. 11, grifos
nossos)
No bojo dessa concepo, temos que a leitura , pois, uma ativi-
dade interativa altamente complexa de produo de sentidos, que se rea-
liza evidentemente com base em elementos lingusticos (e no lingusti-
cos) presentes na superfcie textual e na sua forma de organizao, mas
requer a mobilizao de um vasto conjunto de saberes no interior do
evento comunicativo (KOCH & ELIAS, 2010).
A compreenso de um texto no se d exclusivamente por meio
da materialidade dos elementos lingusticos presentes na superfcie do
texto, mas leva-se em conta no processo da leitura, o ativamento de co-
nhecimentos que esto armazenados na memria do ouvinte/leitor que
contribuem para a produo de sentidos.
preciso considerar que, no exerccio da leitura, alm das pistas e
sinalizaes que o texto oferece, entram em cena os conhecimentos do
leitor. desses conhecimentos que trataremos a seguir.
3. Tipos de conhecimentos
Na leitura e produo de sentidos de um texto o leitor utiliza v-
rias estratgias sociocognitivas. por meio dessas estratgias, que se-
gundo Koch & Elias (2010) se realiza o processamento textual mobili-
zando uma srie de conhecimentos que esto armazenados na memria.
Koch (2002) adverte que, para o processamento textual, recorre-
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mos a trs grandes sistemas de conhecimentos, so eles:
a) Conhecimento lingustico;
b) Conhecimento enciclopdico;
c) Conhecimento interacional.
O primeiro deles, em linhas gerais, abrange os conhecimentos da
gramtica e do lxico da lngua. Santos, Riche & Teixeira (2012, p. 42)
concluem que o "conhecimento lingustico refere-se experincia lin-
gustico-discursiva, como noes de frases, valores semnticos, uso de
afixos."
Segundo Cavalcante (2013) o conhecimento lingustico compre-
ende,
[...] todo o conhecimento que o leitor possui sobre o uso das regras da lngua, de seu complexo sistema, que inclui: a relao entre o som e o sentido das pa-
lavras, as regras morfolgicas e sintticas da lngua e o uso do lxico. [...] o
leitor/ouvinte utiliza tudo o que sabe, consciente e inconscientemente, sobre o
funcionamento da lngua para interpretar o texto. (CAVALCANTE, 2013, p.
21)
guisa de ilustrao, vejamos o exemplo abaixo analisado por
Carvalho (2014, p. 151):
De amigo para amigo recm-casado:
Quando a sua mulher tiver meia velha, fala para ela me dar.
O amigo recm casado espanca o coitado e depois pede explicao.
Porque voc disse isso?
No entendi porque voc me bateu. Eu s gosto de meia velha para por
na cabea.
Segundo o autor para compreender a piada, preciso considerar a
ambiguidade produzida pela expresso "meia velha". O efeito cmico se
d exatamente pelo no entendimento do amigo recm-casado, licenciado
pelo duplo sentido da expresso "meia-velha". Ao pronunciar meia-ve-
lha, o amigo do recm-casado se referia ao objeto meia, utilizado para
cobrir o p e parte da perna e no meia-velha no sentido de estar com
idade avanada. Desse modo, o conhecimento lingustico proporciona tal
entendimento, e, por meio dele possvel desfazer todo o mal entendido.
O segundo tipo de conhecimento, trata dos conhecimentos gerais
sobre o mundo. O conhecimento de mundo compreende o conhecimento
declarativo, manifestado por enunciaes acerca dos fatos do mundo e o
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conhecimento episdico e intuitivo, adquirido atravs da experincia de
cada indivduo.
Santos, Riche & Teixeira (2012, p. 42, grifos nossos) advertem
que o conhecimento de mundo refere-se "a tudo o que assimilamos no
decorrer da nossa vida, desde noes como doce/amargo, passando por
informaes histricas, sociais, culturais e etc.".
Segundo Koch & Elias (2010) o conhecimento interacional refere-
se s formas de interao por meio da linguagem. Cavalcante (2013)
assim o define:
O conhecimento interacional ocorre sempre que, ao interagirmos por meio
da linguagem, precisamos mobilizar e ativar conhecimentos referentes s formas de interao. A partir desse tipo de conhecimento, somos capazes de
iniciar e terminar certas formas de comunicao. (CAVALCANTE, 2013, p.
23)
Carvalho & Silva (2014) baseados em Koch & Elias (2010)
advertem que o conhecimento interacional engloba os conhecimentos:
i) Ilocucional: Reconhecimento dos propsitos ou objetivos pre-tendidos pelo produtor do texto, em uma dada situao interaci-
onal (KOCH & ELIAS, 2010, p. 46).
ii) Comunicacional: Refere-se quantidade necessria, numa situ-ao comunicativa concreta, para que o parceiro seja capaz de
reconstruir o objetivo da produo do texto; seleo da variante
adequada a cada situao de interao; adequao do gnero
textual situao comunicativa (KOCH & ELIAS, 2010, p. 50).
iii) Metacomunicativo: aquele que permite ao locutor assegurar a compreenso do texto e conseguir a aceitao pelo parceiro dos
objetivos com que produzido. Utiliza-se de vrios tipos de
aes lingusticas configuradas no texto por meio de sinais de
articulao ou apoio textuais (KOCH & ELIAS, 2010, p. 52).
iv) Superestrutural: Permite a identificao de textos como exem-plares adequados aos diversos eventos da vida social. Envolve
conhecimentos sobre as macrocategorias ou unidades globais
que distinguem vrios tipos de textos (KOCH & ELIAS, 2010,
p. 54). Em outras palavras, o conhecimento superestrutural refe-
re-se ao reconhecimento dos diversos gneros textuais.
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4. Multimodalidade
A multimodalidade vem sendo discutida ultimamente por vrias
reas de estudos como Analise do discurso, psicologia, pedagogia, se-
mitica, lingustica, dentre outras. Conforme Dionsio (2005; 2011), a
multimodalidade refere-se s diferentes formas de representao utiliza-
dos na construo lingustica de uma mensagem, dentre essas formas te-
mos: palavras, imagens, cores, formatos, disposio da grafia, gestos etc.
olhares etc. (DIONSIO, 2005; 2011; SILVINO, 2012). Nesse sentido, a
multimodalidade tem a possibilidade de unir, portanto, a escrita, a fala e
a imagem ao mesmo tempo para gerar sentido.
Dionsio (2011) apresenta os pressupostos que respaldam os ar-
gumentos para essa discusso sobre multimodalidade no que se refere a
texto falado e escrito:
(i) as aes so fenmenos multimodais;
(ii) gneros textuais orais e escritos so multimodais;
(iii) o grau de informatividade visual dos gneros textuais da escrita se processa num contnuo;
(iv) h novas formas de interao entre o leitor e o texto, resultantes da estreita rela-o entre o discurso e as inovaes tecnolgicas. (DIONSIO, 2011, p. 137)
Quando falamos usamos a linguagem nas prticas, tanto individu-
ais quanto sociais, que se materializam atravs de nossos gestos palavras,
entonaes, imagens e animaes, que se manifestam atravs dos gneros
textuais. Ainda conforme Dionsio (2005; 2011), imagem, fala e escrita
compondo um texto possibilitam mudanas substanciais na forma de ela-
borar sentido e significados.
Kress & Van Leeuwen (2006), concordam com Dionsio (2005;
2011) quando conceituam um texto multimodal como aquele que utiliza
vrios recursos semiticos (visuais, auditivos etc.) na sua construo de
um texto. Podemos dizer que so vrios textos dentro de um enunciado
oferecendo ao leitor a possibilidade de construo de sentido de forma
mais rpida. Assim, concordamos com Dionsio (2005, p. 24) quando diz
que o "sentido no se apresenta como algo preexistente decodificao,
mas, sim, constitudo por ela."
Dessa forma compreendemos que os textos multimodais, usam
uma diversidade de construes, como exemplos dessas construes, po-
demos citar os anncios, charges, histrias em quadrinhos, propagandas,
tirinhas, pinturas, imagens, ilustraes, as capas de revistas, vdeos, ci-
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nema etc. Neste artigo, focaremos nossa anlise no gnero anncio publi-
citrio como demonstraremos mais frente.
Sperandio (2012, p. 3), Kress & Van Leeuwen (1996), concordam
que, nas ltimas dcadas houve uma crescente utilizao de textos mul-
timodais na produo de significados. Essas mudanas ocorreram na m-
dia e nos modos de comunicao. Sperandio (2012), apresenta como
exemplo, a evoluo nos peridicos da dcada de 60 que eram impressos
em preto e branco, cobertos de caracteres escritos de preto, e, que a partir
da dcada de 90 passam a obter cores, imagens. Acreditamos que essa
evoluo ocorreu porque as prticas sociais tambm evoluram atravs
das mdias tecnolgicas o que possibilitou aos escritores e produtores co-
locar em prtica o imaginrio na produo dos textos.
5. Sugestes para a sala de aula
As palavras anteriormente tecidas apontam sobre as estratgias
sociocognitivas e textuais que auxiliam, servem de guia, para o leitor
compreender os sentidos dos textos. Partindo disso, propomos alguns
procedimentos de como tais textos podem ser trabalhados em sala de au-
la. Para a concretizao de tal tarefa, separamos quatro anncios publici-
trios que sero abordados em duas etapas, conforme explicitamos aci-
ma: a primeira em que a primeira em que buscamos contextualizar os
anncios e a segunda em que apresentamos sugestes para o professor
proceder leitura e a produo textual.
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30 Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014.
Texto 1
Figura 1: Anncio dia das mes.
Fonte: http://blogs.agostinianosaojose.com.br/2007/Widenews
http://blogs.agostinianosaojose.com.br/2007/Widenews -
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Texto 2
Figura 2: Anncio dia dos namorados.
Fonte: http://mbpropaganda.blogspot.com.br/2013/06/o-namoro-e-mais.html
Texto 3
Figura 3: Anncio de Hortifruti.
Fonte: http://leontextos.blogspot.com.br/2010/07/o-poder-da-publicidade.html
http://mbpropaganda.blogspot.com.br/2013/06/o-namoro-e-mais.htmlhttp://leontextos.blogspot.com.br/2010/07/o-poder-da-publicidade.html -
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Texto 4
Figura 4: Anncio suco em caixa.
Fonte: http://www.acessocomunicacao.com/portfolios/index/page:3#item
5.1. Etapa I: Contextualizao dos anncios
Texto 1: Lanado por uma empresa de venda de veculos em ho-
menagem ao dia das mes. O anncio foi criado com o propsito de
chamar a ateno do leitor/ cliente de que as mes muito j fizeram pelos
seus filhos e nessa data especial (dia das mes) o momento oportuno
para retribuir tudo o que j foi feito por elas com um carro 0 km.
Texto 2: Lanado por uma empresa de venda de pizza. O anncio
foi desenvolvido com a expectativa de realizar uma homenagem ao dia
dos namorados, mais precisamente foi lanado no dia 12 de junho (data
em que se comemora o dia dos namorados).
Texto 3: Desenvolvido por uma empresa de venda de hortifrtis.
O anncio foi criado com a iniciativa de divulgar os produtos da empre-
sa. Frequentemente vemos na internet vrios anncios dessa mesma em-
presa, claro, fazendo um jogo criativo com todos os hortifrtis que a em-
presa detm para a venda.
http://www.acessocomunicacao.com/portfolios/index/page:3#item -
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Texto 4: Lanado pela empresa Leve Nctar, com o intuito de di-
vulgar seus produtos. A empresa uma grande vendedora de sucos em
caixas. O anncio em questo foi desenvolvido no perodo em que se
comemora o dia das crianas (ms outubro).
5.2. Etapa II: Sugestes de como se proceder:
5.2.1. Leitura dos anncios multimodais:
A partir dos conhecimentos prvios dos alunos, o professor pode explorar as diferentes linguagens que constituem os anncios,
recursos verbais e no verbais.
O professor pode explorar os elementos que caracterizam o g-nero anncio, pondo em nfase os dados que permitem os leito-
res/ alunos compreender como se constitui o gnero. A esse res-
peito, exploramos as sugestes j apontadas por Ramos & Car-
melino (2014):
O tema: sabendo-se que o propsito comunicativo do gnero em
questo incentivar o consumo e/ou fazer uma homenagem. O aluno de-
ve identificar o tema especfico do anncio, atentando para os elementos
verbo- visuais que permitem a leitura.
A estrutura e o estilo: considerando-se que o anncio um gne-
ro flexvel em relao aos elementos que o compem, atentando para a
seleo de palavras, expresses e tipos de oraes, imagens, smbolos
etc.
Abordagem de estratgias sociocognitivas: uma srie de estrat-gias podem ser mobilizadas na compreenso/ produo de senti-
dos dos gneros multimodais, a exemplo da inferncia, dos co-
nhecimentos prvios, referenciao e principalmente intertextua-
lidade.
O professor pode trabalhar bem a intertextualidade destacando
que no exerccio da leitura dos anncios vrios outros textos podem ser
recuperados/acionados. Pode explorar que o fenmenos da intertextuali-
dade se encontra presente tanto no plano verbal/escrito quanto no plano
imagtico.
O professor pode explorar tambm a referenciao, demonstrando
quais objetos de discurso (verbais escritos e visuais) so instaurados no
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texto e como so construdos (categorizados). De posse desses funda-
mentos o professor pode explorar o fenmeno da inferncia, proporcio-
nando um dilogo significativo com os alunos.
5.2.2. Produo textual
De posse das sugestes acima, o professor pode pedir em sala de aula uma produo especfica para cada anncio.
No Texto 1: Produo de texto em homenagem s mes (contos,
crnicas, poemas);
No Texto 2: Produo de texto com a temtica do dia dos namo-
rados (produo de poemas, poesias, contos, dentre outros);
No Texto 3: O professor pode desenvolver em sala resenhas so-
bre o filme Piratas do Caribe. Pode ainda, pedir para os alunos criarem
uma histria (com a mesma temtica do filme), possibilitando a encena-
o de um teatro na escola;
No Texto 4: O professor pode pedir para que os alunos desen-
volvam em sala um texto sobre a histria dos heris televisivos, pondo
em evidncia a histria do Super-homem. Pode ainda encenar todas as
produes.
6. Consideraes finais
Visando contribuir com o ensino de lngua portuguesa, procura-
mos neste artigo demonstrar, sob a tica da lingustica de texto, como se
proceder com a leitura e a produo textual de textos multimodais. Com
base na anlise dos exemplares de gneros multimodais, conclumos que
o seu tratamento em sala de aula de extrema importncia, possibilitando
a ampliao dos horizontes de leitura dos alunos. Entendemos, portanto,
que a produo de sentidos extrapola o nvel do verbal, cabendo ao lei-
tor/aluno acionar a sua bagagem sociocognitiva para que seja possvel
efetivar a construo de sentidos dos textos.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
CARVALHO, F. R. P; SILVA, M. H. A. Lingustica textual e o ensino
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Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014 35
81-88, 2014. Disponvel em:
. Acesso em: 07-09-1014.
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A AUSNCIA
DO FATOR LINGUSTICO CONCORDNCIA VERBAL
NA FALA DE INDIVDUOS COM BAIXA
OU NULA ESCOLARIDADE
Ana Claudia Rocha Amaral Figueiredo (UEMS)
Natalina Sierra Assencio Costa (UEMS)
RESUMO
Este artigo nos mostra como o fator extralingustico escolaridade influencia na fa-
la de indivduos com baixa ou nula escolaridade, mostrando a presena e/ou ausncia
da do fator lingustico concordncia verbal na fala dos mesmos. Baseando-se na socio-
lingustica, que estuda os aspectos lingusticos e sociais de uma lngua, nos atentare-
mos a variao lingustica, que so as transformaes que a mesma sofre ao longo do
tempo, por influncias histricas, geogrficas e sociais. Para isso foram entrevistados
dois informantes que esto matriculados na Educao de Jovens e Adultos EJA, um
que j alfabetizado e outro que est sendo alfabetizado pela primeira vez. A pesquisa
nos confirmou que fatores extralingusticos influenciam diretamente nos fatores lin-
gusticas de uma lngua.
Palavras-chaves:
Sociolingustica. Sociolingustica variacionista. Concordncia verbal. Escolaridade.
1. Introduo
Quando falamos trazemos para nossa forma de falar tudo o que
somos e vivemos, toda nossa experincia de vida, a comunidade da qual
fazemos parte, os grupos sociais que frequentamos. Sendo assim a lngua
no homognea e sim heterognea. Temos vrias formas de falar em
uma mesma comunidade. E toda essa variedade da lngua que a socio-
lingustica analisa e sistematiza.
Para Tarallo (2007, p. 8) variantes lingusticas so, portanto, diversas
maneiras de se dizer a mesma coisa em um mesmo contexto, e com o mesmo valor de verdade. A um conjunto de variantes d-se o nome de varivel lin-
gustica. Mesmo com todas as variantes lingusticas membros de uma comu-
nidade conseguem se entender, por isso toda variante pode ser sistematizada e analisada.
Geralmente pessoas que tem pouca ou nula escolaridade so ridi-
cularizadas em sua forma de falar, sendo sua fala estigmatizada pelo de-
mais falantes de uma comunidade, principalmente por aqueles que utili-
mailto:[email protected]:[email protected] -
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zam a forma padro da lngua, ocorrendo assim o preconceito lingustico.
Este artigo nos mostra como a presena e a ausncia da concor-
dncia verbal em falas de indivduos com baixa ou nula escolaridade, in-
fluencia na fala desses indivduos. Foram entrevistados dois informantes
que esto matriculados na Educao de Jovens e Adultos EJA, um que
j alfabetizado e outro que est sendo alfabetizado pela primeira vez.
2. Fundamentao terica
2.1. A sociolingustica
A sociolingustica surge em contraposio as abordagens estrutu-
ralista e gerativista no campo de estudo da linguagem. Na abordagem es-
truturalista de Saussure a lingustica tem por nico e verdadeiro objeto a
lngua considerada em si mesma por si mesma. As variaes no so vis-
tas na escrita, mas sim na fala, essa variao se d em alguns elementos,
sendo isso suficiente para que ela reflita em todo sistema, e o falante no
tem conscincia das mudanas que ocorrem entre os estados da lngua. A
abordagem gerativista utiliza apenas o sistema abstrato de regras de for-
mao de sentenas gramaticais, sem o componente social.
Os procedimentos da lingustica descritiva se baseiam no entendimento de
que a lngua um conjunto estruturado de normas sociais. No passado, foi til
considerar que tais formas eram invariantes e compartilhadas por todos os membros da comunidade lingustica. Todavia, as anlises do contexto social
em que a lngua utilizada vieram demonstrar que muitos elementos da estru-
tura lingustica esto implicados na variao sistemtica que reflete tanto a mudana no tempo quanto os processos sociais extralingusticos. (LABOV,
1968, apud MONTEIRO, 2000, p. 13).
Depois de cerca de meio sculo de domnio das correntes estrutu-
ralistas que a rea dos estudos das linguagens que ficou conhecida como
sociolingustica. E como herana de Bakhtin se renova a perspectiva de
que a lngua um fenmeno social. Mas foi William Labov que insistiu
na relao entre lngua e sociedade e na possibilidade de sistematizar a
variao da lngua falada.
A sociolingustica uma das subreas da lingustica e estuda a lngua em uso no seio da comunidade de fala, voltando a ateno para um tipo de inves-
tigao que correlaciona aspectos lingusticos e sociais. Esta cincia se faz
presente num espao interdisciplinar, na fronteira entre lngua e sociedade, fo-calizando precipuamente os empregos lingusticos concretos, em especial os
de carter heterogneo. (MOLLICA, 2013, p. 09)
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A lngua uma representao cultural de um povo, como est em
pleno uso sofre influncias de sua comunidade, por isso dinmica e he-
terognea, a mesma vive em constantes transformaes, ela a expresso
cultural de um povo e varia de uma poca para outra, refletindo o que es-
t acontecendo ao seu redor. Por isso a sociolingustica estuda os aspec-
tos lingusticos e sociais de uma lngua. A sociolingustica se ocupa de
questes como variao e mudana lingustica, bilinguismo, contato lin-
gustico, lnguas minoritrias, poltica e planejamento lingustico, entre
outras.
2.2. A variao lingustica
As transformaes que uma lngua sofre ao longo do tempo tem
influncias histricas, geogrficas e sociais que nomeamos de variao
lingustica. Essas mudanas acontecem devido aos vrios fatores advin-
dos da nossa sociedade, que tambm vive em constantes transformaes.
Essas variaes so inerentes linguagem humana e que revelam padres
de regularidade que no podem ser devidos ao acaso, sendo assim a ho-
mogeneidade de uma lngua pode ser considerada disfuncional.
Assim Dorian (1994 apud MONTEIRO, 2000, p. 58) assinala que
cada vez mais se aceita a ideia de que a heterogeneidade lingustica reflete a
variabilidade social e as diferenas no uso das variantes lingusticas corres-
pondem s diversidades de grupos sociais e sensibilidade que eles mantm em termos de uma ou mais normas de prestgio.
Na variao lingustica h fatores lingustico e no lingustico, os
fatores lingusticos esto presente internamente na lngua que so os fato-
res de natureza fonomorfossinttcos, semnticos, discursivos e lexicais e
j os fatores no lingusticos esto presente externamente lngua so
inerentes aos indivduos (etnia e sexo), sociais (escolarizao, nveis de
renda, profisso e classe social) e contextuais (grau de formalidade e ten-
so discursiva).
2.3. O fator lingustico: concordncia verbal
A concordncia verbal na lngua portuguesa realizada entre o
sintagma sujeito e verbo. Devendo o sujeito concordar com o verbo em
nmero e pessoa. Assim nos ensina a gramtica normativa, que s vezes
nos parece redundante.
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Para a sociolingustica variacionista a ausncia da concordncia
verbal mais uma economia lingustica do que um erro. Quando falamos
nem sempre concordamos o sujeito com o verbo em nmero e pessoa,
principalmente indivduos com baixa ou nenhuma escolaridade.
De acordo com Rubio