nº 60 setembro/dezembro 2014 suplemento: anais da … · círculo fluminense de estudos...

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Rio de Janeiro Ano 20 Nº 60 Setembro/Dezembro 2014 Suplemento: Anais da IX JNLFLP

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  • Rio de Janeiro Ano 20 N 60

    Setembro/Dezembro 2014

    Suplemento: Anais da IX JNLFLP

  • Crculo Fluminense de Estudos Filolgicos e Lingusticos

    2 Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014.

    R454

    Revista Philologus / Crculo Fluminense de Estudos Filolgicos e

    Lingusticos. Ano 20, No 60, (set./dez.2014) Rio de Janeiro: CiFEFiL.

    2779 p. il. em 2 tomos.

    Suplemento: Anais da IX JNLFLP

    Quadrimestral

    ISSN 1413-6457

    1. Filologia Peridicos. 2. Lingustica Peridicos.

    I. Crculo Fluminense de Estudos Filolgicos e Lingusticos

    CDU 801 (05)

  • Crculo Fluminense de Estudos Filolgicos e Lingusticos

    Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014 3

    EXPEDIENTE

    A Revista Philologus um peridico quadrimestral do Crculo Fluminense de Estudos Filo-

    lgicos e Lingusticos (CiFEFiL) que se destina a veicular a transmisso e a produo de conhecimentos e reflexes cientficas, desta entidade, nas reas de filologia e de lingustica

    por ela abrangidas.

    Os artigos assinados so de responsabilidade exclusiva de seus autores.

    Editora

    Crculo Fluminense de Estudos Filolgicos e Lingusticos (CiFEFiL)

    Boulevard Vinte e Oito de Setembro, 397 / 603 20.551-030 Rio de Janeiro RJ

    [email protected] (21) 2569-0276 e http://www.filologia.org.br/revista

    Diretor-Presidente: Prof. Dr. Jos Pereira da Silva

    Vice-Diretor-Presidente: Prof. Dr. Jos Mario Botelho Primeira Secretria: Profa. Dra. Regina Cli Alves da Silva

    Segunda Secretria: Profa. Me. Eliana da Cunha Lopes

    Diretor de Publicaes Profa. Me. Anne Caroline de Morais Santos Vice-Diretor de Publicaes Profa. Me. Naira de Almeida Velozo

    Equipe de Apoio Editorial

    Constituda pelos Diretores e Secretrios do Crculo Fluminense de Estudos Filolgicos e

    Lingusticos (CiFEFiL). Esta Equipe a responsvel pelo recebimento e avaliao dos tra-

    balhos encaminhados para publicao nesta Revista.

    Redator-Chefe: Jos Pereira da Silva

    Conselho Editorial

    Alcia Duh Lose lvaro Alfredo Bragana Jnior

    Angela Correa Ferreira Baalbaki Bruno Rgo Deusdar Rodrigues Joo Antonio de Santana Neto Jos Mario Botelho

    Jos Pereira da Silva Maria Lucia Leito de Almeida

    Maria Lcia Mexias Simon Mrio Eduardo Viaro Nataniel dos Santos Gomes Regina Cli Alves da Silva

    Ricardo Joseh Lima Rita de Cssia Ribeiro de Queiroz

    Diagramao, editorao e edio Jos Pereira da Silva

    Editorao eletrnica Silvia Avelar Silva Projeto de capa: Emmanoel Macedo Tavares

    Distribuio

    A Revista Philologus tem sua distribuio endereada a instituies de ensino, centros, r-

    gos e institutos de estudos e pesquisa e a quaisquer outras entidades ou pessoas interessa-

    das em seu recebimento mediante pedido e pagamento das taxas postais correspondentes.

    REVISTA PHILOLOGUS VIRTUAL

    www.filologia.org.br/revista

    mailto:[email protected]://www.filologia.org.br/revistahttp://www.filologia.org.br/revista
  • Crculo Fluminense de Estudos Filolgicos e Lingusticos

    4 Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014.

    SUMRIO

    0. Editorial ....................................................................................... 20

    1. A abordagem dos gneros multimodais no ensino fundamental Francisco Romrio Paz Carvalho ... ........................................... 22

    2. A ausncia do fator lingustico concordncia verbal na fala de indi-vduos com baixa ou nula escolaridade Ana Claudia Rocha Ama-

    ral Figueiredo e Natalina Sierra Assencio Costa ........................ 36

    3. A Casa dos Budas Ditosos, de Joo Ubaldo Ribeiro: um estudo l-xico-semntico do vocabulrio da sexualidade Elias de Souza

    Santos ........................................................................................... 44

    4. A competncia oral em sala de aula Lygia Maria Andrade Figuei-ra dos Santos e Viviane de Arajo Nascimento ............................ 56

    5. A configurao do personagem mtico Fado nos clssicos A Ilada e A Odisseia, de Homero, e dipo Rei, de Sfocles: intertextos e re-

    flexes Danielle dos Santos Pereira Lima, Geanis Silva Gomes,

    urea Ramos Genelh e Huarley Mateus do Vale Monteiro ....... 67

    6. A construo e o papel das emoes no discurso poltico do ex- -presidente Lula Ana Carolina Mrad de Moura Valente .......... 78

    7. A Escrava Isaura, de Bernardo Guimares adaptao da obra lite-rria em histria em quadrinhos: uma sequncia didtica Mauren

    Vanessa Loureno Souto e Nataniel dos Santos Gomes ... .......... 88

    8. A escrita na internet: benefcios e malefcios Snia Lucio dos Reis Rodrigues, Marcelo da Silva S, Maria Francisca Moreira Sobrei-

    ra e Camila Pereira de Oliveira ................................................ 101

    9. A evoluo da lngua portuguesa Patricia Damasceno Fernandes e Natalina Sierra Assncio Costa .............................................. 117

    10. A fbula como objeto de ensino e aprendizagem de leitura Ana Paula Ramalho dos Santos e Rosana Fernandes Leite .............. 127

    11. A filosofia da composio: uma moldura do conto moderno Ma-ria da Luz Alves Pereira ............................................................. 144

    12. A identidade feminina em Mafalda, de Quino Talita Galvo dos Santos e Nataniel dos Santos Gomes .......................................... 155

    13. A importncia da cultura no ensino de lngua estrangeira: o caso do japons Raphael dos Santos Miguelez Perez .......................... 165

  • Crculo Fluminense de Estudos Filolgicos e Lingusticos

    Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014 5

    14. A importncia da participao do corpo e da gestualidade na intera-o verbal Lunara Amaral do Vale e Luciene Pinheiro de Souza . 177

    15. A importncia de recursos tecnolgicos facilitadores no processo de ensino-aprendizagem Milena Ferreira Hygino Nunes, Ruana da

    Silva Maciel e Tanisse Paes Bvio Barcelos Cortes .................. 194

    16. A incorporao de termos da informtica na lngua portuguesa Ana Claudia Rocha Amaral Figueiredo e Nataniel dos Santos Go-

    mes ............................................................................................. 205

    17. A influncia da literatura infantil no desenvolvimento do letramento Claudia Bernardo, Adriana Marques Lopes Fagundes Rodrigues

    e Eliane Maria de Oliveira Giacon ............................................. 212

    18. A influncia da oralidade na aprendizagem da lngua portuguesa Amanda Tristo Meneguelli e Luciene Pinheiro de Souza ........ 220

    19. A interao oral professor/alunos pela tica do interacionismo soci-odiscursivo: uma proposta de trabalho com a leitura Maria Aila de

    Sousa Oliveira e Aline Saddi Chaves ......................................... 228

    20. A intertextualidade como estratgia argumentativa na crnica de Affonso Romano de SantAnna Ana Isabel Ferreira de Maga-

    lhes e Eliana Crispim Frana Luquetti .................................... 245

    21. A investigao sobre representaes sociais no campo educacional Clarissa Menezes de Souza Poubel e Leandro Garcia Pinho .. 259

    22. A linguagem intersemitica do ciberespao a servio da literatura Penha lida Ghiotto Tuo Ramos, Pedro Lyra e Analice de Olivei-

    ra Martins .................................................................................. 268

    23. A linguagem jurdica e o acesso justia Bruna Moraes Marques, Eliana Crispim Frana Luquetti, Millene Millen, Paula Alice Dod

    Mller e Pedro Wladimir do Vale Lira ...................................... 280

    24. A metafsica da msica entre a filosofia do sc. XIX e a contstica de E. T. A. Hoffmann um estudo do efeito esttico musical em O

    Inimigo da Msica Simone Maria Ruthner e Carlinda Fragale

    Pate Nuez ................................................................................. 298

    25. A monotongao do portugus do Brasil: um panorama sociolin-gustico Tas Turaa Arantes, Nataniel dos Santos Gomes e Nata-

    lina Sierra Assncio Costa .......................................................... 316

    26. A oralidade no livro didtico Portugus Linguagens 1 Edineia Barros Santos e Elane Marques de Jesus ................................... 325

  • Crculo Fluminense de Estudos Filolgicos e Lingusticos

    6 Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014.

    27. A polarizao como estratgia argumentativa em redaes do ensi-no mdio: um estudo dos operadores modais pela perspectiva sist-

    mico-funcional Leonardo Miguel ............................................ 333

    28. A prtica de anlise lingustica: uma abordagem discursiva Silva-ne Aparecida Freitas e Dirlene Santos Araujo .......................... 355

    29. A produo textual a partir da coeso: elemento de conexo interna do texto Wagner Siqueira Gonalves e Natalina Sierra Assncio

    Costa .......................................................................................... 369

    30. A recepo do mito de dipo por Pierre Corneille Maria Izabel Cavalcante da Silva Albarracin ................................................. 383

    31. A relao de contribuio e ampliao entre o processo de letra-mento e o aprendizado de uma lngua estrangeira Helena Grin-

    berg da Silva Barcelos ................................................................ 390

    32. A representao do dialeto baiano na srie Gabriela Luciana Gomes da Silva, Nataniel dos Santos Gomes e Marlon Leal Ro-drigues ................................................................................... 399

    33. A semntica e seus limites de abordagem no livro didtico Rainya Carvalho de Oliveira e Luzineth Rodrigues Martins ... ............. 405

    34. A superficialidade do ensino literrio: reflexes Karen Fernanda Pinto de Lima .............................................................................. 416

    35. A traduo do portugus para o ingls de algumas expresses idio-mticas Senivaldo Pereira Braz e Juliana Oliveira de Santana

    Novais ........................................................................................ 423

    36. A valorizao do texto literrio na sala de aula: uma atividade pos-svel Alessandra Mustafa da Silva, Hadhianne Peres de Lima, Mari-

    ete de Souza Amorim e Gisela Maria de Lima Braga Penha .......... 434

    37. A variao do verbo estar no portugus carioca Carla Barcelos Nogueira Soares ......................................................................... 449

    38. Abordagem de tpicos culturais em materiais didticos de PLE Cirlene de Sousa Sanson ............................................................. 462

    39. Aes essenciais para desenvolvimento motivacional no professor de lngua portuguesa que trabalha em cursos preparatrios para

    concurso Jorge da Silva Junior ................................................ 482

    40. Aforizao proverbial sobre o negro em diferentes materialidades discursivas: cristalizao e circulao de preconceitos e esteretipos

    Denise da Silva Nunes e Paulo Rogrio de Oliveira................ 497

    SILVIAText BoxSILVIAText Box
  • Crculo Fluminense de Estudos Filolgicos e Lingusticos

    Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014 7

    41. Algumas reflexes sobre o mtodo metafnico de alfabetizao Adriana Marques Lopes Fagundes Rodrigues, Claudia Bernardo e

    Eliane de Oliveira Giacon .......................................................... 511

    42. lvaro Bomlcar no Almanack Corumbaense: prenncio em defesa de um portugus brasileiro uso de clticos Eliane Santos Paulino

    e Nataniel dos Santos Gomes ...................................................... 523

    43. lvaro Bomlcar no Almanack Corumbaense: o grafema y: a espon-taneidade da lngua Eliane Santos Paulino e Nataniel dos Santos

    Gomes ......................................................................................... 531

    44. Ambiguidade na sala de aula: pra que te quero? Francisca Au-rea Rodrigues Almeida, Myrth Charssiany Oliveira de Arajo e

    Valdercley Santos da Silva ............................................................ 39

    45. Anlise do cdigo Q utilizado pela guarda municipal de Dourados MS: uma viso variacionista da linguagem Edvaldo Teixeira

    Moraes e Elza Sabino da Silva Bueno ........................................ 550

    46. Anlise dos aspectos globais no trabalho de concluso de curso (TCC) de um graduando da Universidade Estadual de Roraima

    Edine Barbosa Furtado, Ldia da Silva Amorim e Maria da Concei-

    o S. Sousa ................................................................................ 567

    47. Anlise fonolgica do infinitivo na fala dos campo-grandenses MS Michelli Fernanda de Souza, Nataniel dos Santos Gomes e

    Marlon Leal Rodrigues ............................................................... 579

    48. Anlise lingustica no novo ENEM: uma reflexo Renata da Silva de Barcellos ................................................................................ 588

    49. Anomia no ensino religioso: uma anlise da regulao e das repre-sentaes sociais nas falas dos professores Evandro Francisco

    Marques Vargas e Leandro Garcia Pinho .................................. 603

    50. Aplicabilidade das conjunes na crnica como comecei a escre-ver Raphael Alves de Oliveira e Dayhane Alves Escobar Ribeiro

    Paes ............................................................................................. 615

    51. Artigo de opinio: mltiplas aplicabilidades no ensino de lngua materna Ana Paula Ramalho dos Santos, Anny Michelly Brito e

    Berenice Alves da Silva Altafini .................................................. 624

    52. As aventuras de um caipira na cidade grande: observaes sobre Chico Bento, de Maurcio de Sousa Marly Custdio da Silva, Suzi

    Tomassini de Souza e Nataniel dos Santos Gomes ..................... 642

  • Crculo Fluminense de Estudos Filolgicos e Lingusticos

    8 Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014.

    53. As contribuies do jornal escolar no processo ensino-aprendiza-gem de diferentes gneros textuais em sala de aula: sequncia did-

    tica Flvia Martins Malaquias, Maria Socorro Aparecida Araujo

    Barbosa, Neusa Babichi Ferreira e Valdinia Marcondes ......... 660

    54. As marcas da oralidade na escrita em lngua portuguesa de indge-nas terenas em Mato Grosso do Sul: uma anlise preliminar Celso

    Abro dos Reis, Marlon Leal Rodrigues e Nataniel dos Santos Go-

    mes .............................................................................................. 676

    55. As tecnologias digitais e a formao de leitores nas aulas de lngua portuguesa Penha lida Ghiotto Tuo Ramos, Pedro Lyra e Ana-

    lice de Oliveira Martins .............................................................. 683

    56. Aspectos de oralidade nas histrias em quadrinhos brasileiras Elane Marques de Jesus e Claudiane Silva Piropo .................... 700

    57. Aspectos fonolgicos em documentos do sculo XVIII Knia Ma-ria C. da Silva e Elias Alves de Andrade .................................... 705

    58. Aspectos polticos e educacionais do livro didtico de lngua portu-guesa Andressa Teixeira Pedrosa, Monique Teixeira Crisstomo e

    Eliana Crispim Frana Luquetti ................................................. 716

    59. Atividades de retextualizao como prtica escolar: por um ensino de gramtica sem pedras no caminho Mario Ribeiro Morais e Mi-

    chelle Morais Domingos ............................................................. 734

    60. Benveniste ainda um comeo Rogrio Ferraz de Andrade e Noeli Reck Maggi ................................................................................. 755

    61. Breve glossrio de expresses idiomticas faladas na fronteira Co-bija Brasileia Christiane da Cunha Santiago e Lindinalva Mes-

    sias do Nascimento Chaves ......................................................... 769

    62. Breve reflexo sobre a alfabetizao das crianas indgenas de Nio-aque no Mato Grosso do Sul Thalita Souza de Lima e Adriana

    Lcia de Escobar Chaves de Barros ........................................... 788

    63. Canes da ditadura Afrnio da Silva Garcia .......................... 798

    64. Cntico dos Cnticos: da complexidade do discurso religioso ca-nonicidade Carla Regina Chierici Pereira Pedrosa e Sergio Ar-

    ruda de Moura ............................................................................ 813

    65. Capites da Areia: uma identidade social em formao Erivania Oliveira de Paula e Eliane Maria de Oliveira Giacon ............... 826

  • Crculo Fluminense de Estudos Filolgicos e Lingusticos

    Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014 9

    66. Castelo: heri burgus brasileiro em O Homem que Sabia Javans Dcio Bento Jos da Silva e Zlia R. Nolasco dos S. Freire ....... 836

    67. CELP-BRAS: uma proposta de sequncia didtica da lngua em aquisio ao falante nativo Ftima Eveline Vareiro Teixeira, Lu-

    ciane Zaida F. da S. Viana, Milsa Duarte Ramos Vaz, Lucilo Anto-

    nio Rodrigues, Eliane Maria de Oliveira Giacon e Maria Leda Pin-

    to ................................................................................................ 851

    68. Chapeuzinho Amarelo em quadrinhos: uma experincia de retextua-lizao Carlos Eduardo Pereira, Mislene Ferreira Cabriotti e Na-

    taniel dos Santos Gomes ............................................................. 866

    69. Coerncia e coeso sob a tica da metacognio: um estudo de caso Mario Sergio Mangabeira Junior, Janne Faria Torre Braga e Vi-

    viave Mendes da Cunha .............................................................. 876

    70. Conceitos de lngua estrangeira, lngua segunda, lngua adicional, lngua de herana, lngua franca e lngua transnacional Mauren

    Vanessa Loureno Souto, Alline Olivia Flores Gonzales Alme, Ana

    Marlene de Souza Brito e Cludia Bernardo .............................. 890

    71. Concordncia nominal: uma abordagem em torno do sentido Jos Randson Silva Santos, Marta Maria Wanderley da Silva e Alexan-

    dre Melo Sousa ........................................................................... 901

    72. Consideraes sobre o gnero textual conto etiolgico: demons-trando uma sequncia didtica Marlene Balbueno de Oliveira Or-

    tega e Silvane Aparecida de Freitas ........................................... 914

    73. Contao de histria: estratgia pedaggica para a aprendizagem de valores Vivian Suellen R. de G. Oliveira e Jorge Jnior ......... 927

    74. Crenas e atitudes lingusticas como ferramentas de ensino e de aprendizagem de lngua portuguesa Mario Ribeiro Morais e

    Karylleila dos Santos Andrade ................................................... 938

    75. Darcy Azambuja: uma anlise sobre aspectos regionalistas nos con-tos Fogo Gacho, Contrabando e Velhos Tempos, na obra No

    Galpo Letcia Lazzari ........................................................... 956

    76. Desafios do letramento: uma anlise das atividades de produo textual no ensino mdio Elaine Vasquez Ferreira de Araujo .. 968

    77. Desconstruo da ideia de univocidade na flexo verbal do portu-gus Vtor de Moura Vivas....................................................... 981

  • Crculo Fluminense de Estudos Filolgicos e Lingusticos

    10 Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014.

    78. Diminutivo: o grau que afaga ou afasta Hlia Coelho Mello Cu-nha .............................................................................................. 992

    79. Disputas lingusticas e ideolgicas no Facebook acerca da variao do uso lingustico luz de Bourdieu e Bakhtin Marcello Riella Be-nites, Srgio Arruda de Moura e Eliana Crispim Frana Luquetti 1001

    80. Dos gneros ao gnero eletrnico: um percurso de transformaes Indianara Abreu Holsbach Nogueira, Mislene Ferreira Cabrioti e

    Nataniel dos Santos Gomes....................................................... 1015

    81. equvoco classificar a orao subjetiva como subordinada Fran-cisco Dequi ............................................................................... 1022

    82. possvel uma democracia do saber? Talita Miranda Ribeiro e Giovane do Nascimento ............................................................ 1029

    83. Educao de jovens e adultos: letramento e tecnologias novas possibilidades Maria Veroza Batista Vieira, Raimunda Rosineide

    de Moura e Silva e Tatiane Castro dos Santos ......................... 1037

    84. Educao lingustica e o funcionalismo em sala de aula Karina Pereira Detogne, Giselda Maria Dutra Bandoli e Eliana Crispim

    Frana Luquetti ........................................................................ 1046

    85. Enquadres e performances de papis profissionais numa oficina de lngua portuguesa Amanda Dinucci Almeida Bhler Velasco 1062

    86. Ensino da gramtica: uma prtica possvel Claudia Bernardo, Mislene Ferreira Cabriotti e Nataniel dos Santos Gomes ........ 1073

    87. Ensino de lngua portuguesa e lingustica: um dilogo necessrio Giselda Maria Dutra Bandoli, Karina Pereira Detogne e Eliana

    Crispim Frana Luquetti ........................................................... 1083

    88. Escrita e cidadania: o jornal escolar como atividade de produo textual Juliene Kely Zanardi e Tania Maria Nunes de Lima Ca-

    mara .......................................................................................... 1097

    89. Estratgias de leitura e alfabetizao cientfica: contribuies para o ensino de cincias Leila Alves Vargas, Kamila Teixeira Crissto-

    mo e Maria Eugnia Totti ......................................................... 1110

    90. Estratgias de leitura na prtica docente do ensino fundamental Renilza da Silva Gonalves, Raimunda Rosineide de Moura e Silva,

    Maria Veroza Batista Vieira e Mrcia V. R. de Macedo .......... 1119

    91. Estruturas de solicitao no portugus do Brasil Adriana Leite do Prado Rebello ........................................................................... 1138

  • Crculo Fluminense de Estudos Filolgicos e Lingusticos

    Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014 11

    92. Estudos toponmicos dos bairros da regio sul da cidade de boa Vis-ta Roraima Antonia Sandra Lopes da Silva, Francisca Olavia

    Gomes de Morais, Veralucia Thomaz Cardozo Silva, Sivanilde Ro-

    drigues da Silva e Alessandra de Souza Santos ........................ 1149

    93. Expresses idiomticas: uma herana de Portugal para o Brasil Patricia Damasceno Fernandes, Nataniel dos Santos Gomes e Na-

    talina Sierra Assncio Costa ..................................................... 1160

    94. Gnero textual artigo de opinio e colaborao por meio da WEB 2.0 uma proposta de sequncia didtica Mislene Ferreira Ca-

    briotti, Indianara Holsbach e Nataniel dos Santos Gomes ....... 1170

    95. Gneros digitais: possvel ferramenta para a promoo da leitura Auxiliadora Carvalho da Rocha, Isabel Goulart Simonete, Maria

    Expedita Fontenele Alves e Tatiane Castro dos Santos ............ 1180

    96. Histria em quadrinhos uma narrativa para despertar no aluno o gosto pela leitura e pelo patrimnio e cultura escolar Gabriel An-

    gelo G. Trindade, Luana dos Santos Fidlis Azevedo, Silvia Alicia

    Martinez e Shirlena Campos de Souza Amaral ........................ 1190

    97. Histrias em quadrinhos para o ensino de lngua portuguesa nos li-vros didticos Catarina Santos Capitulino e Nataniel dos Santos

    Gomes ....................................................................................... 1204

    98. Incluso: um olhar diferenciado para as prticas escolares Carla Sarlo Carneiro Chrysstomo .................................................... 1222

    99. Inovaes lingusticas no nvel fontico/fonolgico do portugus brasileiro em missivas familiares da Chapada Diamantina Dama-

    res Oliveira de Souza e Pascsia C. da Costa Reis .................. 1240

    100. Interao comunicativa entre pacientes no falantes da lngua por-tuguesa e corpo tcnico de um hospital pblico de Roraima Maria

    do Socorro Melo Arajo, Sergiane da Costa Vieira Aguiar e

    Thaygra Manoelly Silva de Pinho ............................................. 1250

    101. Interdisciplinaridade e contextualizao na apresentao do conte-do cidos e bases no ensino mdio Kamila Teixeira Crissto-

    mo e Monique Teixeira Crisstomo ......................................... 1272

    102. Interdisciplinaridade e linguagem: contribuies para o ensino de lngua materna Dhienes Charla Ferreira, Rayane Kelli dos Reis

    Ferreira, Vanessa Tharla dos Reis F. Belmont e Eliana Crispim

    Frana Luquetti ....................................................................... 1294

  • Crculo Fluminense de Estudos Filolgicos e Lingusticos

    12 Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014.

    103. Joo Gilberto Noll: uma narrativa da contemporaneidade Luciene Veiga da Costa e Eliane Maria de Oliveira Giacon ................ 1305

    104. Jos de Alencar e a defesa da norma lingustica brasileira Matheus Gazzola Tussi ............................................................................ 1317

    105. Laboratrio de acervos pessoais: um estudo da biblioteca de Jindrich Trachta Eliane Maria de Oliveira Giacon e Daniel Abro ........ 1333

    106. Leitura de imagem, tempos verbais e conhecimento de mundo: tudo junto e conjugado? Elizngela Fernandes dos Santos ........... 1340

    107. Leitura de rtulos de embalagens: uma proposta de letramento Auxiliadora Carvalho da Rocha e Isabel Goulart Simonete ..... 1347

    108. Leitura literria e ensino da literatura na escola Gleiciane Nunes de Souza, Isabel Goulart Simonetti e Auxiliadora Carvalho .... 1358

    109. Leitura literria na escola: a poesia como proposta de leitura nos anos iniciais do ensino fundamental Djalma Barboza Enes Filho, Marta Ricardo dos Santos e Gisela Maria de Lima Braga Penha . 1369

    110. Lngua brasileira de sinais: uma reflexo sobre seus aspectos lin-gusticos Karine Albuquerque e Adriana Lcia de Escobar Cha-

    ves de Barros ............................................................................ 1383

    111. Lngua, linguagem, texto e discurso: uma mudana de olhar nos es-tudos lingusticos Thiago Simioli Holsback e Silvane Aparecida

    de Freitas .................................................................................. 1394

    112. Linguagem e cultura Maria Lucia Mexias-Simon .................. 1410

    113. Linguagem, direito e poder Bruna Moraes Marques, Eliana Cris-pim Frana Luquetti, Millene Millen, Paula Alice Dod Mller e

    Pedro Wladimir do Vale Lira.................................................... 1416

    114. Literatura e sociedade: a msica de Dlio e Delinha Laura Lopes Ribeiro ...................................................................................... 1432

    115. Livro didtico 6 ano uma anlise sobre gneros textuais Ftima Eveline Vareiro Teixeira e Silvane Aparecida de Freitas ......... 1447

    116. Manuel de Sousa Moreira um cisne no parnaso portugus Cid-lia Dinis..................................................................................... 1456

    117. Memes em aulas de portugus no ensino mdio: linguagem, produ-o e replicao na cibercultura Carlos Fabiano de Souza .... 1463

    118. Metaplasmos por supresso: uma anlise em anncios comerciais Patricia Damasceno Fernandes e Natalina Sierra Assncio Costa1482

  • Crculo Fluminense de Estudos Filolgicos e Lingusticos

    Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014 13

    119. Mtodo contrastivo e conscientizao articulatria para a assimila-o das vogais mdias do portugus brasileiro por hispanofalantes

    Fabricio Marvilla Fraga de Mesquita ...................................... 1494

    120. Modulaes do PROFLETRAS no ensino de literatura Joo Car-los de Souza Ribeiro.................................................................. 1514

    121. Mudanas de enquadre e ocorrncia de footing na fala de Mestre Amaro Mayra Moreira .......................................................... 1525

    122. Mudanas sinttico-semnticas de verbos no PB Marcelo Gio-vannetti Ferreira Luz ................................................................ 1532

    123. Nordeste pra frente: retratos do povo na voz de Luiz Gonzaga Glaucimere Patero Coelho e Raquel Camargo Trentin ............ 1541

    124. Ns temos que cobrar e eu cobro: movimentos de construo identitria em uma comunidade online de professores Bruno de

    Matos Reis................................................................................. 1555

    125. O Beijo da Palavrinha Africana: um estudo sobre obras de Mia Couto e Danuta Wojciechowska Elosa Porto Corra .......... 1572

    126. O caso da monotongao na oralidade em Campo Grande MS Tas Turaa Arantes, Natalina Sierra Assncio Costa e Nataniel

    dos Santos Gomes ..................................................................... 1590

    127. O crculo bakhtiniano e o jornal na sala de aula Edilaine Vieira Lopes e Vera Lcia Pires .......................................................... 1597

    128. O conceito de fico na filosofia de Hans Vaihinger Egle Pereira da Silva ..................................................................................... 1606

    129. O currculo escolar e os desafios da educao contempornea Lei-la Alves Vargas, Arilene Moreira Alves e Maria Eugnia Totti .... 1623

    130. O desafio da formao de leitores: algumas reflexes sobre a leitura em suas inmeras performances Laura Maria Paim e Susylene

    Dias de Arajo .......................................................................... 1636

    131. O deus material de Arthur Koestler: o tamanho das uvas de Cana Jnder Baltazar Rodrigues e Zlia Ramona Nolasco dos Santos

    Freire ........................................................................................ 1648

    132. O dirio uma escrita ntima para ser mantida em segredo? Hilde-liza Lacerda Tinoco Boechat Cabral, Ida Tinoco Boechat, Raquel

    Veggi Moreira, Tatiane da Silva Lacerda Tinoco e Eliana Crispim

    Frana Luquetti ........................................................................ 1656

  • Crculo Fluminense de Estudos Filolgicos e Lingusticos

    14 Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014.

    133. O dicionrio e a relevncia do glossrio na aula de lngua portugue-sa: relatos de uma experincia Maria Anglica B. Moreira e Mar-

    lon Leal Rodrigues .................................................................... 1666

    134. O ensino da lngua materna em uma comunidade macuxi Rainya Carvalho de Oliveira, Josiane da Silva Sabino e Maria do Socorro

    Melo Arajo .............................................................................. 1677

    135. O ensino das variedades lingusticas da lngua portuguesa na pers-pectiva de um livro didtico Carlos Eduardo Pereira, Osney Fer-

    nandes dos Santos e Natalina Sierra Assncio Costa ............... 1689

    136. O ensino e a formao do professor de lngua portuguesa Iago Pe-reira dos Santos, Fabola Azeredo Barreto Mota e Eliana Crispim

    Frana Luquetti ........................................................................ 1705

    137. O ensino e prtica da lngua portuguesa e os gneros textuais Cn-tia Moreira de Castro e Bianka Pires Andr ............................ 1711

    138. O entrelugar do professor pesquisador e o encontro da literatura e da leitura como tecnologia no contexto da sala de aula Jacqueline

    Martins da Silva ........................................................................ 1719

    139. O estudo do lxico nas propagandas do Almanack Corumbaense sob a perspectiva da historiografia lingustica Luciene Cristina Pare-

    des Mller e Migul Eugenio Almeida ...................................... 1730

    140. O ethos do aluno no jogo de xadrez escolar Cristiano da Silveira Colombo, Sergio de Arruda Moura, Nilson Sergio Peres Stahl e

    Eliana Crispim Frana Luquetti ............................................... 1740

    141. O ethos e a heterogeneidade discursiva na Histria nica de Chi-mamanda Adichie Alessandra Maria Custdio da Silva, Srgio

    Arruda de Moura, Gerson Tavares do Carmo e Elane Kreile Ma-

    nhes ......................................................................................... 1756

    142. O falar sertanejo presente na msica nordestina Marcelo da Silva S e Maria Francisca Moreira Sobreira .................................. 1772

    143. O fenmeno bullying em tempos de judicializao dos conflitos es-colares na viso de educadores em Roraima Lourival Novais Nto

    e Juliane Dominoni Gomes de Oliveira .................................... 1782

    144. O fenmeno lingustico-semitico da linguagem jurdica Bruna Moraes Marques, Eliana Crismpim Frana Luquetti, Millene Mil-

    len, Paula Alice Dod Mller e Pedro Wladimir do Vale Lira . 1809

  • Crculo Fluminense de Estudos Filolgicos e Lingusticos

    Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014 15

    145. O gnero textual em pauta: entre perspectivas, reflexes e desloca-mentos Sueder S. de Souza, Ederson Lus Silveira e Lucas Rodri-

    gues Lopes................................................................................. 1820

    146. O hipertexto e o gnero textual: uma experincia com sequncia di-dtica ngela Maria dos Santos, Osney Fernandes dos Santos,

    Nataniel dos Santos Gomes e Maria Leda Pinto ...................... 1832

    147. O instituto da remio da pena e suas interpretaes Pmela Pe-reira Pedrosa e Anastcia Crespo ............................................ 1845

    148. O internets na produo textual escrita Aparecido Devanir Fer-nandes, Adriana Lcia de Escobar Chaves de Barros e Elza Sabino

    da Silva Bueno .......................................................................... 1852

    149. O livro didtico de lngua portuguesa e sua utilizao em sala de au-la: apontamentos sobre a poltica educacional do Programa Nacio-

    nal do Livro Didtico Karolyna Maciel dos Santos Cordeiro e Le-

    andro Garcia Pinho .................................................................. 1862

    150. O livro didtico de lngua portuguesa e o processo de ensino-apren-dizagem: reflexes necessrias Monique Teixeira Crisstomo,

    Andressa Teixeira Pedrosa e Eliana Crispim Frana Luquetti 1875

    151. O marcador discursivo ah na fala de discentes da EJA/PROEJA, na regio norte-noroeste do estado do Rio de Janeiro Cristiana Bar-

    celos da Silva, Gerson Tavares do Carmo, Karine Lbo Castelano,

    Alessandra Maria Custdio da Silva, Eliana Crispim Frana Lu-

    quetti e Srgio Arruda de Moura .............................................. 1893

    152. O modo subjuntivo em portugus e em ingls: consideraes sobre modo e modalidade Mario Marcio Godoy Ribas ................... 1907

    153. O papel da oralidade nos manuais didticos de lngua portuguesa Francisco Romrio Paz Carvalho e Ailma do Nascimento Silva .. 1919

    154. O processo de formao de palavras com afixo aumentativo -o: uma anlise cognitivista Regina Simes Alves e Carlos Alexandre

    Gonalves.................................................................................. 1929

    155. O sincretismo ortogrfico presente em manuscritos da comunidade de Zabel na Chapada Diamantina, situados entre os anos de 1902 e

    1947 Edson Mrio Conceio Ribeiro e Pascsia Coelho da Cos-

    ta Reis ....................................................................................... 1965

    156. O uso da intertextualidade na composio de posts motivacionais na fan page Gerao de Valor Rachel Ferreira Klem de Mattos

    Morgades e Carlos Henrique Medeiros de Souza .................... 1983

  • Crculo Fluminense de Estudos Filolgicos e Lingusticos

    16 Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014.

    157. O uso das palavras mala e bolsa no sentido prototpico e cogni-tivo da semntica Labele da Silva Sobrinho, Macilene Arlete e

    Welen Barroso da Silva ............................................................ 1994

    158. O uso do celular na produo de textos: uma sequncia didtica Luciane Zaida F. da S. Viana, Milsa Duarte Ramos Vaz, Eliane

    Maria de Oliveira Giacon, Maria Leda Pinto e Silvane Aparecida

    de Freitas .................................................................................. 2003

    159. Oralidade: objeto de estudos no processo de ensino da lngua portu-guesa Alessandra Mustafa da Silva e Tatiane Castro dos Santos 2020

    160. Oralidade: possibilitando capacidades enunciativas na escola He-lany Morbin e Simone de Jesus Padilha ................................... 2034

    161. Os estrangerismos na lngua portuguesa Giselle Vasconcelos dos Santos Ferreira e Nataniel dos Santos Gomes.......................... 2051

    162. Os inslitos harmnicos em l, nas campinas, de joo guimares ro-sa Murilo Duarte Casacio ...................................................... 2060

    163. Os mecanismos de coeso textual nas tirinhas de Mafalda Adlia Alves Pereira, Adriana de Medeiros Marcolano Thebas, Luciene

    Pinheiro de Souza e Maria Francisca Moreira Sobreira ......... 2071

    164. Os multiletramentos e a construo multimodal de sentido Themis Rondo Barbosa ....................................................................... 2086

    165. Os pensamentos lingusticos e a gramtica normativa: qual a rela-o existente? Thiago Soares de Oliveira e Srgio Arruda de

    Moura ....................................................................................... 2096

    166. Os quadrinhos e a incluso na Turma da Mnica Lucas Recalde, Deliano Parreira da Silva e Nataniel dos Santos Gomes ......... 2109

    167. Os recursos audiovisuais como auxiliares no aprendizado de PLE: experincia das UDs brasileiras no PPPLE Gustavo Txai Torres

    de Faria, Mnica Bata N. P. Diniz, Rafaela Pascoal Coelho e Je-

    rnimo Coura-Sobrinho ............................................................ 2119

    168. Os soldados e a guerra das trincheiras: uma anlise da obra de Tardi Tas Turaa Arantes e Fbio Dobashi Furuzato ................... 2130

    169. Peter Pan brasileiro: nomes prprios em adaptaes em lngua por-tuguesa Felipe Teixeira Zobaran ........................................... 2139

    170. Poesia e memria: a vocalizao como uma estratgia sociocogniti-va de leitura no ensino lngua portuguesa Mario Ribeiro Morais e

    Luiz Roberto Peel Furtado de Oliveira ..................................... 2145

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    Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014 17

    171. Poesia e memria: estratgias sociocognitivas de leitura para a for-mao de um leitor proficiente Mario Ribeiro Morais e Mrcio

    Arajo de Melo ......................................................................... 2165

    172. Portugus como lngua oficial pelo mundo: legitimidade em Timor- -Leste e Macau Srgio Pereira Antunes ................................. 2178

    173. Portugus pelo mundo: da ndia ao Brasil Rafaela Pascoal Coe-lho, Naveen Kumar Jha e Jernimo Coura-Sobrinho ............... 2188

    174. Preconceito lingustico dentro da sala de aula da fronteira Brasil- -Paraguai Ana Marlene de Souza Brito e Adriana Lcia de Esco-

    bar Chaves de Barros ............................................................... 2198

    175. Proposta de elaborao do atlas fontico do Acre AFAc Darlan Machado Dorneles, Christiane da Cunha Santiago e Lindinalva

    Messias do Nascimento Chaves ................................................ 2210

    176. Proposta de sequncia didtica: a carta aberta Anny Michelly Brito e Berenice Alves da Silva Altafini ............................................ 2216

    177. Questionrio fontico-fonolgico do Atlas Fontico do Acre II AFAC II Darlan Machado Dorneles e Lindinalva Messias do

    Nascimento Chaves .................................................................. 2228

    178. (Re)discutindo as atividades de leitura em livros didticos de lingua portuguesa sob o vis do letramento crtico Rosenil Gonalina dos

    Reis e Silva e Simone de Jesus Padilha .................................... 2250

    179. Reflexes sobre o ensino da lngua portuguesa: aliando teoria e pr-tica s abordagens dos conhecimentos gramaticais Marlene Bal-

    bueno de Oliveira Ortega, Adriana Lcia de Escobar Chaves de

    Barros e Migul Eugenio Almeida ........................................... 2260

    180. Reflexes sobre o ensino de leitura ao articular as abordagens cog-nitivas e metacognitivas Luciane Zaida F. da Silva Viana, Milsa

    Duarte Ramos Vaz, Eliane Maria de Oliveira Giacon, Maria Leda

    Pinto e Nataniel Gomes dos Santos .......................................... 2273

    181. Relatinizao do portugus Ams Colho da Silva ................ 2283

    182. Relatos de prtica de crtica textual: pelo prazer do texto manuscrito Grasiela Veloso dos Santos e Arlete Tavares Buchardt ......... 2290

    183. Relatos sobre o ensino de gramtica no ensino fundamental Maria Socorro Aparecida Araujo Barbosa, Flvia Martins Malaquias e

    Adriana Lcia de Escobar Chaves de Barros ........................... 2311

  • Crculo Fluminense de Estudos Filolgicos e Lingusticos

    18 Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014.

    184. Representaes sociais da merenda escolar atravs das falas dos alunos Francine Nogueira Lamy Garcia Pinho e Silvia Alicia

    Martnez .................................................................................... 2320

    185. Rotacismo: interface entre a anlise da conversao e os fenmenos lingusticos na fala do portugus brasileiro Silvio Nunes da Silva

    Jnior ........................................................................................ 2333

    186. Sequncia didtica na sala de aula: uma experincia da teoria pr-tica Evanilza Ferreira da Silva, Mariete de Souza Amorim e Tati-

    ane Castro dos Santos ............................................................... 2344

    187. Ser ou no ser: identidade indgena em questo a partir de indica-es do Projeto Panton Pia Jociane Gomes de Oliveira e Devair

    Antnio Fiorotti ...................................................................... 2356

    188. Sexualidade nos livros didticos de cincias: uma anlise do tema em exemplares utilizados nas escolas de Bom Jesus do Itabapoana-

    RJ Leila Alves Vargas e Maria Eugnia Totti ........................ 2368

    189. Texto e protesto: um Brasil em verso Talita Vieira Barros ... 2383

    190. Textos literrios e o ensino e aprendizagem de lngua estrangeira:

    proposta de atividades Eliana Aparecida Prado Verneque Soa-res ........................................................................................ 2397

    191. Traduo: reescritura e releitura na prtica literria Deise Quinti-liano Pereira ............................................................................. 2406

    192. Transcrio da verso portuguesa do Tratado de Haia (1641) Eli-abe Procpio e Enderson do Nascimento ................................. 2418

    193. Um bouleversement consequente Maria Antonia da Costa Lobo 2434

    194. Uma anlise da oralidade nas Webcomics do Armandinho Priscil-la Cardoso da Silva e Nataniel dos Santos Gomes ................... 2443

    195. Uma anlise do conto A Quinta Histria, de Clarice Lispector Elis-nelsa Luiz, Giovanni AugustoVitorino de Oliveira e Maria Su-

    zett Biembengut Santade ........................................................... 2455

    196. Uma anlise pertinente do conceito de variao lingustica e sua aplicao em sala de aula Alessandra Maria Custdio da Silva,

    Elane Kreile Manhes, Las Rodrigues Ferreira e Gerson Tavares

    do Carmo .................................................................................. 2460

    197. Uma interface entre Chico Bento, de Maurcio de Sousa, e a novela O Cravo e a Rosa, de Walcyr Carrasco Marly Custdio da Silva e

    Nataniel dos Santos Gomes....................................................... 2476

  • Crculo Fluminense de Estudos Filolgicos e Lingusticos

    Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014 19

    198. Uma leitura palimpsesta da obra Caim, de Jos Saramago Dani-elle dos Santos Pereira Lima e Rosidelma Pereira Fraga ....... 2491

    199. Uma questo de autoria no romance moderno: a histria do autor em Cidade de Vidro Hlder Brinate Castro ....................... 2501

    200. Usos expressivos e literrios da lngua: sintaxe e ensino Aytel Marcelo Teixeira da Fonseca ................................................... 2509

    201. Variao conceitual da lexia bruaca no vocabulrio regional do Brasil: do lombo das mulas para a cama do peo Giselle Olivia

    Mantovani Dal Corno e Odair Jos Silva dos Santos ............... 2528

    RESUMOS .............................................................................. 2537

  • Crculo Fluminense de Estudos Filolgicos e Lingusticos

    20 Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014.

    EDITORIAL

    O Crculo Fluminense de Estudos Filolgicos e Lingusticos tem o

    prazer de apresentar-lhe o suplemento do nmero 60 da Revista Philolo-

    gus, correspondente ao terceiro quadrimestre de 2014, com 201 artigos

    correspondentes aos trabalhos apresentados na IX Jornada Nacional de

    Lingustica e Filologia da Lngua Portuguesa, realizado no dia 5 de

    novembro de 2014 em diversas instituies de ensino superior do Brasil,

    cujos resumos esto disponibilizados a partir da pgina 2537 deste su-

    plemento, muitos dos quais no resultaram em textos completos publica-

    dos nessa publicao.

    Com exceo dos que recebemos depois do prazo ou que tiveram

    de ser reenviados, todos os artigos foram includos na ordem alfabtica,

    inclusive os resumos

    Este suplemento do nmero 60 da Revista Philologus contm os

    Anais da IX JNLFLP, apesar de terem sido includos alguns artigos que

    provm de trabalhos apresentados no Congresso Internacional: Portu-

    gus, Lngua do Mundo, evento realizado simultaneamente com a Jor-

    nada, na Faculdade de Formao de Professores da UERJ, sob a coorde-

    nao do Prof. Afrnio da Silva Garcia.

    Como natural, seria impraticvel imaginar uma apresentao de

    cada um desses duzentos artigos em um editorial de abertura do volume.

    Por isto, j nos damos por satisfeito com o fornecimento de algumas bre-

    ves notcias sobre a estrutura dessa publicao, que passa a ter algumas

    peculiaridades que a fazem diferir dos nmeros regulares da Revista.

    Destaquemos as principais, que so suficientes para caracteriz-la:

    1 Os nmeros regulares da Revista Philologus tm por volta de 164 pginas, enquanto os suplementos sempre atingem nmero bastante

    superior, como este, que est com 2779 pginas, dividido em dois

    tomos para facilitar o acesso virtual.

    2 Os nmeros regulares tm trs verses: uma impressa, que distri-buda aos associados em dia com suas anuidades e a instituies

    pesquisa e ensino de lingustica e letras; uma verso virtual (dispo-

    nvel em http://www.filologia.org.br/revista) e uma digital (em CD-

    ROM, no Almanaque CiFEFiL), mas os suplementos no tm a ver-

    so impressa, por conteno de despesas. A partir deste ano o Al-

    manaque CiFEFiL est editado em DVD porque seu volume j ul-

    http://www.filologia.org.br/revista
  • Crculo Fluminense de Estudos Filolgicos e Lingusticos

    Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014 21

    trapassar a capacidade miditica de um CD-ROM.

    3 No suplemento, h alguma tolerncia para alguns detalhes tcnicos, como o caso do resumo, que, em alguns trabalhos, a verso com-

    pleta se distanciou muito do que foi proposto, s vezes at com mo-

    dificao do ttulo. Nos nmeros regulares, isto no seria tolervel.

    4 Dada a extenso da publicao (2779 pginas neste nmero), im-praticvel uma trplice reviso, como se faz na publicao regular.

    Faz-se uma reviso ortogrfica e de formatao, com poucas corre-

    es alm desses dois itens, ficando com os prprios autores a res-

    ponsabilidade geral da reviso, que deve ser feita antes da entrega

    dos originais.

    Como se v pelos nmeros, os trabalhos completos publicados

    correspondem a menos da metade dos trabalhos apresentados. Por isto,

    sugerimos aos autores que no conseguiram preparar seus textos comple-

    tos dentro do prazo estipulado e das normas do evento, que os preparem

    e submetam Revista Philologus, para serem publicados em seus nme-

    ros regulares. Para isto, consultem as instrues editoriais da revista na

    pgina http://www.filologia.org.br/revista/instrucoeseditoriais.htm.

    Esperamos que esta publicao seja til aos seus autores e aos co-

    legas que tiverem interesse nos temas aqui publicados e que a possamos

    fazer cada vez melhor.

    Por fim, o CiFEFiL agradece por qualquer crtica que nos puder

    enviar sobre este Suplemento da Revista Philologus e Anais da IX

    JNLFLP, visto ser o seu sonho produzir um peridico cada vez mais qua-

    lificado e importante para a maior interao entre os profissionais de lin-

    gustica e letras e, muito especialmente, para os que atuam diretamente

    com a filologia em seu sentido mais restrito.

    Caso queira ampliar sua pesquisa em relao a qualquer um dos

    temas tratados neste nmero, acesse a pgina de busca interna do CiFE-

    FiL, em http://www.filologia.org.br/buscainterna.html e digite as pala-

    vras-chave do tema, porque so milhares os artigos que publicamos para

    o progresso dos estudos filolgicos e lingusticos.

    Rio de Janeiro, dezembro de 2014.

    http://www.filologia.org.br/revista/instrucoeseditoriais.htmhttp://www.filologia.org.br/buscainterna.html
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    22 Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014.

    A ABORDAGEM DOS GNEROS MULTIMODAIS

    NO ENSINO FUNDAMENTAL1

    Francisco Romrio Paz Carvalho (UESPI)

    [email protected]

    RESUMO

    Este trabalho se inscreve no quadro terico- metodolgico da lingustica de texto

    de base sociocognitiva. Especificamente traz uma abordagem dos gneros multimodais

    para o ensino de lngua portuguesa. Dessa forma, o objetivo deste trabalho refletir

    sobre as estratgias sociocognitivas que podem ser mobilizadas para o tratamento de

    tais gneros nas aulas de leitura e produo textual, a exemplo da inferncia, dos co-

    nhecimentos prvios e dos processos de referenciao, dentre outras. Para tal tarefa,

    selecionamos quatro anncios que sero abordados em duas etapas distintas: a pri-

    meira em que buscamos contextualizar os anncios, analisando as diversificadas lin-

    guagens que constituem o gnero, ou seja, recursos verbais e no verbais (cor, tama-

    nho da letra, imagem, dentre outros elementos que auxiliam na produo de sentidos).

    Nessa primeira etapa, buscamos tambm demonstrar que tipos de conhecimentos de-

    vem ser acionados para a compreenso do gnero. J na segunda etapa sugerimos

    maneiras para se proceder leitura e a produo textual. Pautamo-nos teoricamente

    nas discusses sobre gneros multimodais suscitadas por Dionsio (2010, 2011, 2014) e

    Marcuschi (2008), bem como no conceito de multimodalidade postulado por Kress &

    Van Leeuwen (2006). Alm disso, para contextualizar nossa pesquisa, dialogamos com

    os estudos que abordam a temtica dos gneros multimodais no ensino, no que se refe-

    re a sua abordagem nas aulas de leitura e produo de texto, a exemplo de Cavalcante

    (2012), Koch & Elias (2009, 2010), Ramos (2012, 2014), Santos, Riche & Teixeira

    (2013), dentre outros. Com base na anlise dos exemplares de gneros multimodais,

    conclumos que o seu tratamento em sala de aula de extrema importncia, possibili-

    tando a ampliao dos horizontes de leitura dos alunos. Entendemos, portanto, que a

    produo de sentidos extrapola o nvel do verbal, cabendo ao leitor/aluno acionar a

    sua bagagem sociocognitiva para que seja possvel efetivar a construo de sentidos

    dos textos.

    Palavras- chave: Gneros multimodais. Produo de sentido. Texto. Ensino.

    1. Consideraes iniciais

    Com a divulgao dos trabalhos de Ferdinand de Saussure (1916),

    a lingustica adquiriu o status de cincia (CARVALHO, 2014). Desde a

    conquista desse patamar vrias correntes de estudo foram surgindo com

    1 Este artigo resulta de trabalho apresentado na IX Jornada Nacional de Estudos Filolgicos e Lin-gusticos, realizado pelo Crculo Fluminense de Estudos Filolgicos e Lingusticos, no dia 5 de no-vembro de 2014.

    mailto:[email protected]
  • Crculo Fluminense de Estudos Filolgicos e Lingusticos

    Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014 23

    perspectivas bastante variadas, dentre elas, destaca-se a lingustica de texto,

    que como o prprio nome pressupe, tem como foco principal de anlise

    o texto.

    No processo evolutivo da lingustica de texto a mesma passou por

    vrias fases e em cada uma delas assumiu diferentes concepes de texto,

    evoluindo de uma concepo de base estritamente gramatical para uma

    de cunho sociocognitivista tendncia amplamente aceita nos estudos

    mais recentes da rea.

    Nesse contexto, por essa via de abordagem, atualmente o texto

    concebido pela lingustica de texto como um lugar de interao entre os

    atores sociais e de construo de sentidos. A referida rea tambm tem

    envidado esforos no tratamento de textos multimodais, uma vez que, em

    seu percurso de desenvolvimento, concentrou-se no tratamento apenas de

    textos verbais. No h dvidas, portanto, que a multimodalidade um

    campo frtil para os estudos do texto.

    Sob esse espectro de discusses tericas, este artigo tem por obje-

    tivo refletir sobre as estratgias sociocognitivas que podem ser mobiliza-

    das para o tratamento dos gneros multimodais nas aulas de leitura e

    produo textual, a exemplo da inferncia, dos conhecimentos prvios e

    dos processos de referenciao, dentre outras. Para tal tarefa, seleciona-

    mos quatro anncios que sero abordados em duas etapas distintas: a

    primeira em que buscamos contextualizar os anncios, analisando as di-

    versificadas linguagens que constituem o gnero, ou seja, recursos ver-

    bais e no verbais (cor, tamanho da letra, imagem, dentre outros elemen-

    tos que auxiliam na produo de sentidos). Nessa primeira etapa, busca-

    mos tambm demonstrar que tipos de conhecimentos devem ser aciona-

    dos para a compreenso do gnero. J na segunda etapa sugerimos ma-

    neiras para se proceder leitura e a produo textual em sala.

    Metodologicamente, este trabalho est organizado como segue:

    primeiro discorremos sobre as concepes de texto e leitura; em seguida,

    tratamos dos tipos de conhecimentos que devem ser acionados para a

    compreenso de um texto; um terceiro momento em que discorremos,

    embora sumariamente, sobre a multimodalidade; Posteriormente, proce-

    demos a anlise e por ltimo, faz-se as consideraes finais.

    2. Concepes de texto e leitura

    Para que se compreenda o que um texto, faz-se necessrio ob-

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    24 Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014.

    servar as concepes de texto que j foram defendidas ao longo dos estu-

    dos em lingustica de texto. Koch (2002) assegura que todo o desenvol-

    vimento da lingustica de texto vem girando em torno das diferentes con-

    cepes de texto que ela tem abrigado durante seu percurso, o que acarre-

    tou, segundo a autora, diferenas bastantes significativas entre uma e ou-

    tra etapa de sua evoluo. H trs concepes bsicas de texto, a primeira

    diz ser o texto um artefato lgico do pensamento, a segunda, aponta-o

    como simples decodificao das ideias e a terceira como um processo de

    interao. importante salientar que, atrelada a cada concepo de texto

    temos uma concepo diferente de leitura, vejamos, ento, cada uma de-

    las.

    Inicialmente, baseando-se numa concepo de lngua como repre-

    sentao do pensamento e o sujeito como senhor absoluto de suas aes e

    de seu dizer, o texto visto, portanto, como "um mero artefato lgico do

    pensamento do autor" (CAVALCANTE, 2013, p. 18). Dessa forma, cabe

    ao leitor apenas captar essa representao mental, juntamente com as in-

    tenes (psicolgicas) do produtor. Nessa concepo o ouvinte/leitor

    exercem uma funo de ser essencialmente passivo.

    Nessa primeira concepo de texto, a leitura tida como uma ati-

    vidade de captao das ideias do autor, sem levar em conta as experin-

    cias e os conhecimentos do leitor, a interao autor-texto-leitor com pro-

    psitos constitudos sociocognitivo-interacionalmente (KOCH & ELIAS,

    2010).

    Em seguida, o texto passa a ser visto como um produto da "codifi-

    cao de um emissor a ser decodificado pelo ouvinte, bastando, para a

    sua compreenso, apenas o domnio do cdigo lingustico" (CAVAL-

    CANTE, 2013, p. 18). Aqui a lngua vista como um cdigo, mero ins-

    trumento de comunicao, por meio do qual um emissor envia uma men-

    sagem a um receptor, a principal funo nessa concepo a mera

    transmisso de informaes, cabendo ao leitor/ ouvinte, a mera posio

    de ser passivo. Koch & Elias (2010, p. 10) veem que a concepo de ln-

    gua como estrutura corresponde a de "sujeito determinado, assujeitado

    pelo sistema, caracterizado por uma espcie de no conscincia". Nessa

    segunda concepo de texto, a leitura vista, como pontua Koch & Elias

    (2010),

    [...] uma atividade que exige do leitor o foco no texto, em sua linearidade, uma

    vez que "tudo est dito no dito". [...] nesta concepo, cabe-lhe o reconheci-

    mento do sentido das palavras e estruturas do texto. O leitor caracterizado por realizar uma atividade de reconhecimento, de reproduo. (KOCH; ELI-

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    Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014 25

    AS, 2010, p. 10)

    Por ltimo, o conceito de texto, hoje, visto a partir da noo de

    interao. Nessa concepo interacional, os sujeitos so vistos como se-

    res ativos e construtores sociais, assim, o texto passa a ser visto como o

    prprio lugar de interao. tomado como um evento em os "sujeitos

    so atores sociais levando em conta o contexto sociocomunicativo, hist-

    rico e cultural para a construo dos sentidos e das referncias dos tex-

    tos" (CAVALCANTE, 2013, p. 19).

    Koch & Elias (2010) advertem que:

    Na concepo interacional da lngua o texto considerado o prprio lugar

    da interao e da constituio dos interlocutores. H lugar, no texto, para toda uma gama de implcitos, dos mais variados tipos, somente detectveis quando

    se tem, como pano de fundo, o contexto sociocognitivo dos participantes da interao. [...] o sentido de um texto construdo na interao texto- sujeitos e

    no algo que preexista a essa interao. (KOCH; ELIAS, 2010, p. 11, grifos

    nossos)

    No bojo dessa concepo, temos que a leitura , pois, uma ativi-

    dade interativa altamente complexa de produo de sentidos, que se rea-

    liza evidentemente com base em elementos lingusticos (e no lingusti-

    cos) presentes na superfcie textual e na sua forma de organizao, mas

    requer a mobilizao de um vasto conjunto de saberes no interior do

    evento comunicativo (KOCH & ELIAS, 2010).

    A compreenso de um texto no se d exclusivamente por meio

    da materialidade dos elementos lingusticos presentes na superfcie do

    texto, mas leva-se em conta no processo da leitura, o ativamento de co-

    nhecimentos que esto armazenados na memria do ouvinte/leitor que

    contribuem para a produo de sentidos.

    preciso considerar que, no exerccio da leitura, alm das pistas e

    sinalizaes que o texto oferece, entram em cena os conhecimentos do

    leitor. desses conhecimentos que trataremos a seguir.

    3. Tipos de conhecimentos

    Na leitura e produo de sentidos de um texto o leitor utiliza v-

    rias estratgias sociocognitivas. por meio dessas estratgias, que se-

    gundo Koch & Elias (2010) se realiza o processamento textual mobili-

    zando uma srie de conhecimentos que esto armazenados na memria.

    Koch (2002) adverte que, para o processamento textual, recorre-

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    26 Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014.

    mos a trs grandes sistemas de conhecimentos, so eles:

    a) Conhecimento lingustico;

    b) Conhecimento enciclopdico;

    c) Conhecimento interacional.

    O primeiro deles, em linhas gerais, abrange os conhecimentos da

    gramtica e do lxico da lngua. Santos, Riche & Teixeira (2012, p. 42)

    concluem que o "conhecimento lingustico refere-se experincia lin-

    gustico-discursiva, como noes de frases, valores semnticos, uso de

    afixos."

    Segundo Cavalcante (2013) o conhecimento lingustico compre-

    ende,

    [...] todo o conhecimento que o leitor possui sobre o uso das regras da lngua, de seu complexo sistema, que inclui: a relao entre o som e o sentido das pa-

    lavras, as regras morfolgicas e sintticas da lngua e o uso do lxico. [...] o

    leitor/ouvinte utiliza tudo o que sabe, consciente e inconscientemente, sobre o

    funcionamento da lngua para interpretar o texto. (CAVALCANTE, 2013, p.

    21)

    guisa de ilustrao, vejamos o exemplo abaixo analisado por

    Carvalho (2014, p. 151):

    De amigo para amigo recm-casado:

    Quando a sua mulher tiver meia velha, fala para ela me dar.

    O amigo recm casado espanca o coitado e depois pede explicao.

    Porque voc disse isso?

    No entendi porque voc me bateu. Eu s gosto de meia velha para por

    na cabea.

    Segundo o autor para compreender a piada, preciso considerar a

    ambiguidade produzida pela expresso "meia velha". O efeito cmico se

    d exatamente pelo no entendimento do amigo recm-casado, licenciado

    pelo duplo sentido da expresso "meia-velha". Ao pronunciar meia-ve-

    lha, o amigo do recm-casado se referia ao objeto meia, utilizado para

    cobrir o p e parte da perna e no meia-velha no sentido de estar com

    idade avanada. Desse modo, o conhecimento lingustico proporciona tal

    entendimento, e, por meio dele possvel desfazer todo o mal entendido.

    O segundo tipo de conhecimento, trata dos conhecimentos gerais

    sobre o mundo. O conhecimento de mundo compreende o conhecimento

    declarativo, manifestado por enunciaes acerca dos fatos do mundo e o

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    Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014 27

    conhecimento episdico e intuitivo, adquirido atravs da experincia de

    cada indivduo.

    Santos, Riche & Teixeira (2012, p. 42, grifos nossos) advertem

    que o conhecimento de mundo refere-se "a tudo o que assimilamos no

    decorrer da nossa vida, desde noes como doce/amargo, passando por

    informaes histricas, sociais, culturais e etc.".

    Segundo Koch & Elias (2010) o conhecimento interacional refere-

    se s formas de interao por meio da linguagem. Cavalcante (2013)

    assim o define:

    O conhecimento interacional ocorre sempre que, ao interagirmos por meio

    da linguagem, precisamos mobilizar e ativar conhecimentos referentes s formas de interao. A partir desse tipo de conhecimento, somos capazes de

    iniciar e terminar certas formas de comunicao. (CAVALCANTE, 2013, p.

    23)

    Carvalho & Silva (2014) baseados em Koch & Elias (2010)

    advertem que o conhecimento interacional engloba os conhecimentos:

    i) Ilocucional: Reconhecimento dos propsitos ou objetivos pre-tendidos pelo produtor do texto, em uma dada situao interaci-

    onal (KOCH & ELIAS, 2010, p. 46).

    ii) Comunicacional: Refere-se quantidade necessria, numa situ-ao comunicativa concreta, para que o parceiro seja capaz de

    reconstruir o objetivo da produo do texto; seleo da variante

    adequada a cada situao de interao; adequao do gnero

    textual situao comunicativa (KOCH & ELIAS, 2010, p. 50).

    iii) Metacomunicativo: aquele que permite ao locutor assegurar a compreenso do texto e conseguir a aceitao pelo parceiro dos

    objetivos com que produzido. Utiliza-se de vrios tipos de

    aes lingusticas configuradas no texto por meio de sinais de

    articulao ou apoio textuais (KOCH & ELIAS, 2010, p. 52).

    iv) Superestrutural: Permite a identificao de textos como exem-plares adequados aos diversos eventos da vida social. Envolve

    conhecimentos sobre as macrocategorias ou unidades globais

    que distinguem vrios tipos de textos (KOCH & ELIAS, 2010,

    p. 54). Em outras palavras, o conhecimento superestrutural refe-

    re-se ao reconhecimento dos diversos gneros textuais.

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    28 Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014.

    4. Multimodalidade

    A multimodalidade vem sendo discutida ultimamente por vrias

    reas de estudos como Analise do discurso, psicologia, pedagogia, se-

    mitica, lingustica, dentre outras. Conforme Dionsio (2005; 2011), a

    multimodalidade refere-se s diferentes formas de representao utiliza-

    dos na construo lingustica de uma mensagem, dentre essas formas te-

    mos: palavras, imagens, cores, formatos, disposio da grafia, gestos etc.

    olhares etc. (DIONSIO, 2005; 2011; SILVINO, 2012). Nesse sentido, a

    multimodalidade tem a possibilidade de unir, portanto, a escrita, a fala e

    a imagem ao mesmo tempo para gerar sentido.

    Dionsio (2011) apresenta os pressupostos que respaldam os ar-

    gumentos para essa discusso sobre multimodalidade no que se refere a

    texto falado e escrito:

    (i) as aes so fenmenos multimodais;

    (ii) gneros textuais orais e escritos so multimodais;

    (iii) o grau de informatividade visual dos gneros textuais da escrita se processa num contnuo;

    (iv) h novas formas de interao entre o leitor e o texto, resultantes da estreita rela-o entre o discurso e as inovaes tecnolgicas. (DIONSIO, 2011, p. 137)

    Quando falamos usamos a linguagem nas prticas, tanto individu-

    ais quanto sociais, que se materializam atravs de nossos gestos palavras,

    entonaes, imagens e animaes, que se manifestam atravs dos gneros

    textuais. Ainda conforme Dionsio (2005; 2011), imagem, fala e escrita

    compondo um texto possibilitam mudanas substanciais na forma de ela-

    borar sentido e significados.

    Kress & Van Leeuwen (2006), concordam com Dionsio (2005;

    2011) quando conceituam um texto multimodal como aquele que utiliza

    vrios recursos semiticos (visuais, auditivos etc.) na sua construo de

    um texto. Podemos dizer que so vrios textos dentro de um enunciado

    oferecendo ao leitor a possibilidade de construo de sentido de forma

    mais rpida. Assim, concordamos com Dionsio (2005, p. 24) quando diz

    que o "sentido no se apresenta como algo preexistente decodificao,

    mas, sim, constitudo por ela."

    Dessa forma compreendemos que os textos multimodais, usam

    uma diversidade de construes, como exemplos dessas construes, po-

    demos citar os anncios, charges, histrias em quadrinhos, propagandas,

    tirinhas, pinturas, imagens, ilustraes, as capas de revistas, vdeos, ci-

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    Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014 29

    nema etc. Neste artigo, focaremos nossa anlise no gnero anncio publi-

    citrio como demonstraremos mais frente.

    Sperandio (2012, p. 3), Kress & Van Leeuwen (1996), concordam

    que, nas ltimas dcadas houve uma crescente utilizao de textos mul-

    timodais na produo de significados. Essas mudanas ocorreram na m-

    dia e nos modos de comunicao. Sperandio (2012), apresenta como

    exemplo, a evoluo nos peridicos da dcada de 60 que eram impressos

    em preto e branco, cobertos de caracteres escritos de preto, e, que a partir

    da dcada de 90 passam a obter cores, imagens. Acreditamos que essa

    evoluo ocorreu porque as prticas sociais tambm evoluram atravs

    das mdias tecnolgicas o que possibilitou aos escritores e produtores co-

    locar em prtica o imaginrio na produo dos textos.

    5. Sugestes para a sala de aula

    As palavras anteriormente tecidas apontam sobre as estratgias

    sociocognitivas e textuais que auxiliam, servem de guia, para o leitor

    compreender os sentidos dos textos. Partindo disso, propomos alguns

    procedimentos de como tais textos podem ser trabalhados em sala de au-

    la. Para a concretizao de tal tarefa, separamos quatro anncios publici-

    trios que sero abordados em duas etapas, conforme explicitamos aci-

    ma: a primeira em que a primeira em que buscamos contextualizar os

    anncios e a segunda em que apresentamos sugestes para o professor

    proceder leitura e a produo textual.

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    30 Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014.

    Texto 1

    Figura 1: Anncio dia das mes.

    Fonte: http://blogs.agostinianosaojose.com.br/2007/Widenews

    http://blogs.agostinianosaojose.com.br/2007/Widenews
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    Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014 31

    Texto 2

    Figura 2: Anncio dia dos namorados.

    Fonte: http://mbpropaganda.blogspot.com.br/2013/06/o-namoro-e-mais.html

    Texto 3

    Figura 3: Anncio de Hortifruti.

    Fonte: http://leontextos.blogspot.com.br/2010/07/o-poder-da-publicidade.html

    http://mbpropaganda.blogspot.com.br/2013/06/o-namoro-e-mais.htmlhttp://leontextos.blogspot.com.br/2010/07/o-poder-da-publicidade.html
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    32 Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014.

    Texto 4

    Figura 4: Anncio suco em caixa.

    Fonte: http://www.acessocomunicacao.com/portfolios/index/page:3#item

    5.1. Etapa I: Contextualizao dos anncios

    Texto 1: Lanado por uma empresa de venda de veculos em ho-

    menagem ao dia das mes. O anncio foi criado com o propsito de

    chamar a ateno do leitor/ cliente de que as mes muito j fizeram pelos

    seus filhos e nessa data especial (dia das mes) o momento oportuno

    para retribuir tudo o que j foi feito por elas com um carro 0 km.

    Texto 2: Lanado por uma empresa de venda de pizza. O anncio

    foi desenvolvido com a expectativa de realizar uma homenagem ao dia

    dos namorados, mais precisamente foi lanado no dia 12 de junho (data

    em que se comemora o dia dos namorados).

    Texto 3: Desenvolvido por uma empresa de venda de hortifrtis.

    O anncio foi criado com a iniciativa de divulgar os produtos da empre-

    sa. Frequentemente vemos na internet vrios anncios dessa mesma em-

    presa, claro, fazendo um jogo criativo com todos os hortifrtis que a em-

    presa detm para a venda.

    http://www.acessocomunicacao.com/portfolios/index/page:3#item
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    Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014 33

    Texto 4: Lanado pela empresa Leve Nctar, com o intuito de di-

    vulgar seus produtos. A empresa uma grande vendedora de sucos em

    caixas. O anncio em questo foi desenvolvido no perodo em que se

    comemora o dia das crianas (ms outubro).

    5.2. Etapa II: Sugestes de como se proceder:

    5.2.1. Leitura dos anncios multimodais:

    A partir dos conhecimentos prvios dos alunos, o professor pode explorar as diferentes linguagens que constituem os anncios,

    recursos verbais e no verbais.

    O professor pode explorar os elementos que caracterizam o g-nero anncio, pondo em nfase os dados que permitem os leito-

    res/ alunos compreender como se constitui o gnero. A esse res-

    peito, exploramos as sugestes j apontadas por Ramos & Car-

    melino (2014):

    O tema: sabendo-se que o propsito comunicativo do gnero em

    questo incentivar o consumo e/ou fazer uma homenagem. O aluno de-

    ve identificar o tema especfico do anncio, atentando para os elementos

    verbo- visuais que permitem a leitura.

    A estrutura e o estilo: considerando-se que o anncio um gne-

    ro flexvel em relao aos elementos que o compem, atentando para a

    seleo de palavras, expresses e tipos de oraes, imagens, smbolos

    etc.

    Abordagem de estratgias sociocognitivas: uma srie de estrat-gias podem ser mobilizadas na compreenso/ produo de senti-

    dos dos gneros multimodais, a exemplo da inferncia, dos co-

    nhecimentos prvios, referenciao e principalmente intertextua-

    lidade.

    O professor pode trabalhar bem a intertextualidade destacando

    que no exerccio da leitura dos anncios vrios outros textos podem ser

    recuperados/acionados. Pode explorar que o fenmenos da intertextuali-

    dade se encontra presente tanto no plano verbal/escrito quanto no plano

    imagtico.

    O professor pode explorar tambm a referenciao, demonstrando

    quais objetos de discurso (verbais escritos e visuais) so instaurados no

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    34 Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014.

    texto e como so construdos (categorizados). De posse desses funda-

    mentos o professor pode explorar o fenmeno da inferncia, proporcio-

    nando um dilogo significativo com os alunos.

    5.2.2. Produo textual

    De posse das sugestes acima, o professor pode pedir em sala de aula uma produo especfica para cada anncio.

    No Texto 1: Produo de texto em homenagem s mes (contos,

    crnicas, poemas);

    No Texto 2: Produo de texto com a temtica do dia dos namo-

    rados (produo de poemas, poesias, contos, dentre outros);

    No Texto 3: O professor pode desenvolver em sala resenhas so-

    bre o filme Piratas do Caribe. Pode ainda, pedir para os alunos criarem

    uma histria (com a mesma temtica do filme), possibilitando a encena-

    o de um teatro na escola;

    No Texto 4: O professor pode pedir para que os alunos desen-

    volvam em sala um texto sobre a histria dos heris televisivos, pondo

    em evidncia a histria do Super-homem. Pode ainda encenar todas as

    produes.

    6. Consideraes finais

    Visando contribuir com o ensino de lngua portuguesa, procura-

    mos neste artigo demonstrar, sob a tica da lingustica de texto, como se

    proceder com a leitura e a produo textual de textos multimodais. Com

    base na anlise dos exemplares de gneros multimodais, conclumos que

    o seu tratamento em sala de aula de extrema importncia, possibilitando

    a ampliao dos horizontes de leitura dos alunos. Entendemos, portanto,

    que a produo de sentidos extrapola o nvel do verbal, cabendo ao lei-

    tor/aluno acionar a sua bagagem sociocognitiva para que seja possvel

    efetivar a construo de sentidos dos textos.

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    http://www.uff.br/feuffrevistaquerubim/images/arquivos/zquerubim_22_v_1.pdfhttp://www.uff.br/feuffrevistaquerubim/images/arquivos/zquerubim_22_v_1.pdfhttp://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/tematica/article/view/19517/10786http://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/tematica/article/view/19517/10786
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    36 Revista Philologus, Ano 20, N 60 Supl. 1: Anais da IX JNLFLP. Rio de Janeiro: CiFEFiL, set./dez.2014.

    A AUSNCIA

    DO FATOR LINGUSTICO CONCORDNCIA VERBAL

    NA FALA DE INDIVDUOS COM BAIXA

    OU NULA ESCOLARIDADE

    Ana Claudia Rocha Amaral Figueiredo (UEMS)

    [email protected]

    Natalina Sierra Assencio Costa (UEMS)

    [email protected]

    RESUMO

    Este artigo nos mostra como o fator extralingustico escolaridade influencia na fa-

    la de indivduos com baixa ou nula escolaridade, mostrando a presena e/ou ausncia

    da do fator lingustico concordncia verbal na fala dos mesmos. Baseando-se na socio-

    lingustica, que estuda os aspectos lingusticos e sociais de uma lngua, nos atentare-

    mos a variao lingustica, que so as transformaes que a mesma sofre ao longo do

    tempo, por influncias histricas, geogrficas e sociais. Para isso foram entrevistados

    dois informantes que esto matriculados na Educao de Jovens e Adultos EJA, um

    que j alfabetizado e outro que est sendo alfabetizado pela primeira vez. A pesquisa

    nos confirmou que fatores extralingusticos influenciam diretamente nos fatores lin-

    gusticas de uma lngua.

    Palavras-chaves:

    Sociolingustica. Sociolingustica variacionista. Concordncia verbal. Escolaridade.

    1. Introduo

    Quando falamos trazemos para nossa forma de falar tudo o que

    somos e vivemos, toda nossa experincia de vida, a comunidade da qual

    fazemos parte, os grupos sociais que frequentamos. Sendo assim a lngua

    no homognea e sim heterognea. Temos vrias formas de falar em

    uma mesma comunidade. E toda essa variedade da lngua que a socio-

    lingustica analisa e sistematiza.

    Para Tarallo (2007, p. 8) variantes lingusticas so, portanto, diversas

    maneiras de se dizer a mesma coisa em um mesmo contexto, e com o mesmo valor de verdade. A um conjunto de variantes d-se o nome de varivel lin-

    gustica. Mesmo com todas as variantes lingusticas membros de uma comu-

    nidade conseguem se entender, por isso toda variante pode ser sistematizada e analisada.

    Geralmente pessoas que tem pouca ou nula escolaridade so ridi-

    cularizadas em sua forma de falar, sendo sua fala estigmatizada pelo de-

    mais falantes de uma comunidade, principalmente por aqueles que utili-

    mailto:[email protected]:[email protected]
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    zam a forma padro da lngua, ocorrendo assim o preconceito lingustico.

    Este artigo nos mostra como a presena e a ausncia da concor-

    dncia verbal em falas de indivduos com baixa ou nula escolaridade, in-

    fluencia na fala desses indivduos. Foram entrevistados dois informantes

    que esto matriculados na Educao de Jovens e Adultos EJA, um que

    j alfabetizado e outro que est sendo alfabetizado pela primeira vez.

    2. Fundamentao terica

    2.1. A sociolingustica

    A sociolingustica surge em contraposio as abordagens estrutu-

    ralista e gerativista no campo de estudo da linguagem. Na abordagem es-

    truturalista de Saussure a lingustica tem por nico e verdadeiro objeto a

    lngua considerada em si mesma por si mesma. As variaes no so vis-

    tas na escrita, mas sim na fala, essa variao se d em alguns elementos,

    sendo isso suficiente para que ela reflita em todo sistema, e o falante no

    tem conscincia das mudanas que ocorrem entre os estados da lngua. A

    abordagem gerativista utiliza apenas o sistema abstrato de regras de for-

    mao de sentenas gramaticais, sem o componente social.

    Os procedimentos da lingustica descritiva se baseiam no entendimento de

    que a lngua um conjunto estruturado de normas sociais. No passado, foi til

    considerar que tais formas eram invariantes e compartilhadas por todos os membros da comunidade lingustica. Todavia, as anlises do contexto social

    em que a lngua utilizada vieram demonstrar que muitos elementos da estru-

    tura lingustica esto implicados na variao sistemtica que reflete tanto a mudana no tempo quanto os processos sociais extralingusticos. (LABOV,

    1968, apud MONTEIRO, 2000, p. 13).

    Depois de cerca de meio sculo de domnio das correntes estrutu-

    ralistas que a rea dos estudos das linguagens que ficou conhecida como

    sociolingustica. E como herana de Bakhtin se renova a perspectiva de

    que a lngua um fenmeno social. Mas foi William Labov que insistiu

    na relao entre lngua e sociedade e na possibilidade de sistematizar a

    variao da lngua falada.

    A sociolingustica uma das subreas da lingustica e estuda a lngua em uso no seio da comunidade de fala, voltando a ateno para um tipo de inves-

    tigao que correlaciona aspectos lingusticos e sociais. Esta cincia se faz

    presente num espao interdisciplinar, na fronteira entre lngua e sociedade, fo-calizando precipuamente os empregos lingusticos concretos, em especial os

    de carter heterogneo. (MOLLICA, 2013, p. 09)

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    A lngua uma representao cultural de um povo, como est em

    pleno uso sofre influncias de sua comunidade, por isso dinmica e he-

    terognea, a mesma vive em constantes transformaes, ela a expresso

    cultural de um povo e varia de uma poca para outra, refletindo o que es-

    t acontecendo ao seu redor. Por isso a sociolingustica estuda os aspec-

    tos lingusticos e sociais de uma lngua. A sociolingustica se ocupa de

    questes como variao e mudana lingustica, bilinguismo, contato lin-

    gustico, lnguas minoritrias, poltica e planejamento lingustico, entre

    outras.

    2.2. A variao lingustica

    As transformaes que uma lngua sofre ao longo do tempo tem

    influncias histricas, geogrficas e sociais que nomeamos de variao

    lingustica. Essas mudanas acontecem devido aos vrios fatores advin-

    dos da nossa sociedade, que tambm vive em constantes transformaes.

    Essas variaes so inerentes linguagem humana e que revelam padres

    de regularidade que no podem ser devidos ao acaso, sendo assim a ho-

    mogeneidade de uma lngua pode ser considerada disfuncional.

    Assim Dorian (1994 apud MONTEIRO, 2000, p. 58) assinala que

    cada vez mais se aceita a ideia de que a heterogeneidade lingustica reflete a

    variabilidade social e as diferenas no uso das variantes lingusticas corres-

    pondem s diversidades de grupos sociais e sensibilidade que eles mantm em termos de uma ou mais normas de prestgio.

    Na variao lingustica h fatores lingustico e no lingustico, os

    fatores lingusticos esto presente internamente na lngua que so os fato-

    res de natureza fonomorfossinttcos, semnticos, discursivos e lexicais e

    j os fatores no lingusticos esto presente externamente lngua so

    inerentes aos indivduos (etnia e sexo), sociais (escolarizao, nveis de

    renda, profisso e classe social) e contextuais (grau de formalidade e ten-

    so discursiva).

    2.3. O fator lingustico: concordncia verbal

    A concordncia verbal na lngua portuguesa realizada entre o

    sintagma sujeito e verbo. Devendo o sujeito concordar com o verbo em

    nmero e pessoa. Assim nos ensina a gramtica normativa, que s vezes

    nos parece redundante.

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    Para a sociolingustica variacionista a ausncia da concordncia

    verbal mais uma economia lingustica do que um erro. Quando falamos

    nem sempre concordamos o sujeito com o verbo em nmero e pessoa,

    principalmente indivduos com baixa ou nenhuma escolaridade.

    De acordo com Rubio