NILSON ROSA DE FARIA
O mito Pollock. Dádiva ou Recompensa?
11/04/23 1www.nilson.pro.br
Chama (1937) – óleo sobre tela, 51,2 x 76,4cm,11/04/23 2www.nilson.pro.br
PasiPhae (1943) – óleo sobre tela, 142,6 x 243,8cm,11/04/23 3www.nilson.pro.br
Perfume (1955) – óleo sobre tela 192,2 x 146 cm,11/04/23 4www.nilson.pro.br
Número 12 (1952) – óleo, duco e Dev-o-lac sobre tela, 259 x 226 cm,11/04/23 5www.nilson.pro.br
Desenho (1943/45) – Aquarela, lápis e tinta colorida sobre cartão, 56,5 x 77 cm.11/04/23 6www.nilson.pro.br
Antes do mito
- Aquariano do dia 28 de janeiro de 1912 (ele não embarcara no Titanic); javali no signo chinês;
- Natural de Cody, Wyoming, estado do centro-oeste americano, era o mais novo de cinco irmãos;
- Porém, cresceu nos estados do Arizona e da Califórnia, na costa oeste; terras quentes, mergulhadas na indústria artística.
Charly PAYARD (2005), Acrylique sur toile, 51 x 70 cm, 11/04/23 7www.nilson.pro.br
Paisagem Marinha (1934) – óleo sobre tela, 31 x 41 cm11/04/23 8www.nilson.pro.br
Formação artística• Frequentou a Los Angeles' Manual Arts High
School, na California (foi expulso de lá); nessa época seu interesse estético era voltado para a escultura;
• Mudou-se aos 18 anos para Nova York com o irmão Charles, onde foram alunos de Thomas Hart Benton, importante pintor do realismo regional americano, na Art Students League; Benton alem de professor comportou-se quase como um pai, ajundando-o inclusive materialmente.
• Trabalhou para a WPA Federal Art Project entre 1936 e 1942.11/04/23 9www.nilson.pro.br
• Teve forte influência do movimento muralista mexicano (1935-40), principalmente por Siqueiros, Orozco e Diego Rivera; movimento caracterizado pelo realismo social mexicano, de um estilo marcadamente emocional, carregado de simbolismo e cores;
• Seu trabalho foi ganhando status simbólico conforme se familiarizava com as obras surrealistas e cubistas como as de Picasso, Miró e Dali;
• Seu tratamento contra depressão o colocou anos em psicanálise. Foi fortemente influenciado pelas teorias de Carl Jung sobre arquétipos primitivos, o que se evidencia em seus trabalhos do período de 1938 a 1944;
• O inconsciente coletivo, para Carl Jung, seria caracterizado fundamentalmente por uma tendência a sensibilizar-se com certas imagens, os símbolos que constelam sentimentos profundos do apelo universal são conhecidos como arquétipos. Por que será que primitivos??11/04/23 10www.nilson.pro.br
A chave (1946) – óleo sobre tela, 137 x 112 cm11/04/23 11www.nilson.pro.br
• Foi descoberto pela crítica após sua exposição coletiva na galeria Art of this Century de NY (1942);
• Esta exposição foi considerada como o marco para um novo estilo de pintura, e Pollock é considerado um de seus mais importantes iniciadores;
• Sua primeira exposição individual ocorreu em 1943, em NY e foi patrocina por Peggy Guggenhein;
• Ele desenvolveu um estilo próprio (posteriormente conhecido como, Action Paiting) na época em que mudou para Long Island, com a mulher Lee Krasner (também pintora), em 1946;
• Devido a grande promoção e divulgação de suas obras pela mídia americana, em 1949, Pollock ja era um pintor da moda e jovens artistas o consideravam um “mestre”;
• Entre 1949 -1953 a pintura de Pollock atingiu seu ponto mais alto,
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Catedral (1947) – duco e cores aluminizadas sobre tela 180,3 x 89 cm
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Técnicas de Pintura
Sua técnica era singular: Pollock colocava as telas no chão e, através
de imagens do inconsciente, jogava a tinta com a ajuda de cordas, escova dental e
pedaços de pau sobre tela, abandonando o pincel. Misturava sua tinta com areia e vidro
triturado para criar novos efeitos.
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Técnicas de Pintura
“ Minha pintura não nasce sobre um cavalete. Raramente antes de começar a pintar, estico a tela. Prefiro fixá-la sem
moldura na parede ou colocá-la no chão: necessito de algo resistente, de uma
superfície dura. No chão sinto-me mais à vontade, porque posso andar em volta,
trabalhar pelos quatro lados e estar literalmente dentro do quadro. É um
pouco o método usado por certos índios do oeste que desenham com areia . . .”
Jackson Pollock, 1947
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Técnica de PinturaHarold Rosenberg, crítico de arte, definiu, em 1951, este momento
da arte americana da seguinte forma:
“A um certo momento, os artistas americanos, um depois do outro, começaram a considerar a tela
como uma arena na qual agir, ao invés de um espaço no
qual reproduzir, redesenhar, analisar ou ‘exprimir um
objeto presente ou imaginário; a tela não era mais suporte de uma pintura, mas de um evento”.
Rosemberg inventaria mais tarde o termo Action Paiting para definir a técnica de Pollock ( e de outros, como Franz Kline e Mark
Rothko). 11/04/23 16www.nilson.pro.br
Técnica de PinturaEm 1949, Pollock adota a técnica de Dripping, em que escorre diretamente
do balde as cores sobre a tela.
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Névoa e lavanda (1950) – óleo, esmalte e cores aluminizadas sobre tela, 220 x 297,5 cm
Número 7 (1952) – duco sobre tela, 133 x 122cm
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Action Paiting
O termo Action Paiting pode remeter a dois
sentidos: 1) O literal: pintar com
uma movimentação própria, atitude
dinâmica, como em um espetáculo.
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Action Paiting
2) Ativa: porque tem uma postura crítica e se coloca contra a dominação; forma de
agir perante a sociedade e para a sociedade, pretendendo despertar novas
formas de expressão e de contestação nos que contemplam, a partir da conexão com
seus inconscientes.Pintura de ação porque sua obra não era
estática: os movimentos da técnica se faziam presentes nos traços, e lá ficavam, também como objeto de contemplação.
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Quatro Contrários (1953) – óleo, duco, cores aluminizadas sobre tela, 183,5 x 130,211/04/23 21www.nilson.pro.br
Action Painting
Pollock considerava a tela como um espaço de ação, e não de
contemplação; e esta ação era ao mesmo tempo parte do resultado esperado da obra. A tela era um
local onde se realizava um evento, um entrelaçamento de tempo (da
pintura) e espaço (da tela).
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Número Um (1949) – duco e cores aluminizadas sobre tela, 269,2 x 447,2 cm11/04/23 23www.nilson.pro.br
Action Painting
“ Quando eu estou no meu quadro, não sei exatamente que coisa estou fazendo. E só
depois de um certo período de contato com ele, me dou conta do ponto em que estou. E não tenho medo de fazer modificações, de destruir a imagem ou qualquer outra coisa,
porque a pintura vive uma vida própria, Quero
que esta vida aflore.”Jackson Pollock, 194411/04/23 24www.nilson.pro.br
Período negro
• Ele decide abandonar as cores em 1951-52, a partir daí a maioria de
suas telas são compostas em branco e
preto. • Este mesmo período é
caracterizado por uma sutil recuperação figurativa, porém
mantendo-se fiel ao dripping.
Número 7(1952) – Duco sobre tela, 133 x 102 cm11/04/23 25www.nilson.pro.br
Morte• O sucesso e a tranqüilidade financeira não
proporcionaram a serenidade espiritual que ele buscava, fazendo-o escapar através do álcool e da arte cada vez mais; “vivia no limite de uma catástrofe iminente e num estado de esgotamento físico e de tensão”
• A incompreensão do grande público norte-americano o levou ao completo esfacelamento.
• Sua morte, num acidente de carro em 11/8/1956, aos 44 anos, é até hoje alvo de controvérsias. Voltava bêbado de uma festa e teria batido seu carro contra uma árvore. Acidente causado pela bebida? Ou decisão arbitrária de acabar com sua vida? 11/04/23 26www.nilson.pro.br
MorteO fato é que a morte é sempre
uma grande promoção da obra de um artista. A construção do mito de Pollock se fez antes de sua morte,
mas sua consagração foi alçada por ela. Ele morre no apogeu: mantém
seu sucesso intacto, suas obras continuam carecendo de
explicação, e permanecem intrigando. Até hoje. Quem pode nos explicar? Como ele não está
aqui para responder (se é que ele mesmo saberia) as indagações não
têm fim.11/04/23 27www.nilson.pro.br
Luz Branca (1954) – óleo sobre tela, 122,5 x 97 cm
Perfume (1955) – Óleo sobre tela
198,2 x 146cm11/04/23 28www.nilson.pro.br
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“Pintar é um modo de ser”Pollock, dois meses antes de morrer.
A pintura para Pollock provém de uma ação concebida livremente, uma rebelião contra qualquer idéia pré-concebida da forma e contra postulados moral ou intelectual.
O domínio da técnica possibilita a Pollock uma pintura puramente expressiva, improvisada no ato de pintar.
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• Benjamin afirma que “ em sua essência, a obra de arte sempre foi reprodutível”, entretanto, “ mesmo na reprodução mais perfeita, um elemento está ausente: o aqui e o agora da obra de arte, sua existência única, no lugar em que ela se encontra.”1
• Sua obra já consagrada no período histórico em que foi criada, ainda hoje, continua a ser questionada e deixa dúvidas quanto à sua autenticidade como obra de arte.
•A facilidade com que a obra de Pollock é reproduzida, desde o seu início, faz suscitar sempre a questão de até que ponto a reprodução passa ser a obra de arte.
1- BENJAMIN, Walter, “A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica”, §§ 3,4,11/04/23 31www.nilson.pro.br
POLLOCK
POLLOCK
POLLOCKPOLLOCKGranito
Granito
Desconhecido
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Um dos 1948: Life magazine makes American painter Jackson Pollock an overnight celebrity by devoting a three-page spread with color photographs to him and his paintings under the headline, "Jackson Pollock: Is He the Greatest Living Painter in the United States?"
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Oil Painting Pollock JPK1
Oil Painting Pollock JPK10
Oil Painting Pollock JPK11
Oil Painting Pollock JPK12
Oil Painting Pollock JPK13
Oil Painting Pollock JPK14
http://www.artspecialist.co.uk/pollock-c-31.html
“ This is a top quality hand painted oil Painting - not a Print, Poster or Canvas Transfer and much nicer to own. In galleries, repreduction oil paintings of this quality sell for £300+. Paintings are available in a range of sizes from 20cm x 25cm (8 by 10 inches) up to 90cm x 120cm (36 x 48 inches). Different sizes are priced as a variant to the standard size.Delivery costs £15 to anywhere in the world. Please allow 3 to 4 weeks for your painting to be painted and shipped to you by TNT or UPS couriers. When the painting is complete and inspected a picture of your painting is sent to you for approval and a TNT tracking number is provided. Canvases are shipped rolled-up in a cardboard tube.”
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• Para Benjamin, a dominação capitalista estende-se sobre a superestrutura cultural: assim, suas atividades tornam-se produções de massa.
• A profissionalização do artista o coloca como produtor de uma mercadoria a ser consumida: a arte como produto de mercado. Seu consumo deve ser imediato e massificado.
• O sucesso do artista provém de sua capacidade de vender o que produz neste campo: se não vende sua arte, ela não se valoriza perante a sociedade que a consome. Não se legitima enquanto produto, portanto, não tem utilidade. O artista cai no esquecimento.
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• Pollock recebe críticas positivas desde 1936. Suas primeiras exposições exclusivas, apesar da boa repercussão, não vendem. Ele vive da arte. Não vender significa não pagar as contas. A boa aceitação não diminui a frustração da ausência de retorno financeiro.
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Indústria Cultural
• Na Década de 1930, após a crise de 29, o governo dos EUA funda órgãos artísticos (como a WPA) para incentivar a produção cultural e criar empregos.
• O termo “mercado de artes plásticas” é forjado neste ínterim.
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•A mídia tem papel fundamental na promoção do artista: Pollock passa a ser nacionalmente conhecido (e considerado um dos maiores
pintores do país) a partir de 1949, quando a revista Life publica um artigo a seu respeito,
classificando-o como uma das maiores personalidades estadunidenses. A venda de sua imagem a partir de um veículo de comunicação de massa o promove ao alto escalão da arte.
Seu padrão de pintura permanece o mesmo. O que muda (ou se expande) é o ângulo pelo qual
ele é observado.
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A indústria cultural, mais
que a propaganda de
alguns produtos em
particular, é a
propaganda do conjunto
das mercadorias e da
sociedade enquanto tal.
ADORNO e HORKHEIMER, “A Dialética do Esclarecimento”
11/04/23 39www.nilson.pro.br
Debord diz que “o espetáculo não é um conjunto de
imagens, mas uma relação social entre pessoas, mediada
por imagens” (t.4). O casamento de Pollock com Lee Krasner é o casamento entre as imagens de ambos:
ele a ama por sua capacidade de vendê-lo ao grande público;
ela ama o artista nele, e não ele, Pollock, indivíduo. Ele só interessa enquanto produz.
11/04/23 40www.nilson.pro.br
“ Eu amo você, pois você é um grande artista”
Lee Krasner
11/04/23 41www.nilson.pro.br
Nada da atividade roubada no trabalho pode
reencontrar-se na submissão ao seu resultado:
a contemplação da obra de arte depois de
pronta não devolve ao artista a mão de obra
colocada em sua produção; sua obra deixa de
ser sua quando apresentada ao grande público.
O artista perde a autoridade sobre ela, sobre
sua interpretação, sobre sua expressão.
11/04/23 42www.nilson.pro.br
Arte e resistência
Pollock era um pintor inquieto. Pretendia radicalizar o meio artístico, mudar a forma
da arte. Colocá-la como ferramenta de resistência à sociedade hipócrita
moderna. Era dominado pela indústria cultural, mas acreditava que poderia
combatê-la por dentro. Não percebia que era dominado. O American Way of Life estava assimilado demais para que ele
percebesse isso. 11/04/23 43www.nilson.pro.br
“Trata-se da transformação da economia de meio em fim, baseada na oposição entre o valor de
troca e o valor de uso, do qual deriva o processo histórico que obedece unicamente às
leis da economia e escapa a todo controle insconsciente. Tanto Adorno como Debord
aplicam à analise da arte moderna o conceito de contradição entre o uso possível das forças produtivas e a lógica da autovalorização do capital. Ambos vêem na arte moderna – e
exatamente em seus aspectos formais – uma oposição à alienação e à lógica da troca”
Anselm JappeJAPPE, A. “O ‘Fim da Arte’ Segundo Theodor W. Adorno e Guy Debord”11/04/23 44www.nilson.pro.br
A arte como forma revolucionária, para Debord, já havia morrido em 1950. Para
ele, ela expressava uma contradição fundamental: ela deveria representar uma
unidade perdida e a totalidade social, exatamente para uma sociedade dominada por cisões. A arte passa a ser instrumento de constatação da impossibilidade de comunicação, enquanto deveria (e só poderia) existir como instrumento de contestação.
DEBORD, DEBORD, “A Sociedade do Espetáculo”, t. 186, 187, 188, 19011/04/23 45www.nilson.pro.br
• Já para Adorno, ela encontra seu fim exatamente porque só existe como forma
revolucionária: portanto, a dominação exercida pela indústria cultural determina
o fim de toda arte.
• “Esse tipo de ocaso da arte é uma maneira de adaptar-se, porque sua
abolição numa sociedade semibárbara e que avança para a completa barbárie
converte-se em sua colaboradora”. Estaria ele falando diretamente aos EUA?
ADORNO, ADORNO, “Teoria Estética”, p. 32811/04/23 46www.nilson.pro.br
A pintura de Pollock expressava figuras de seu inconsciente, com o objetivo de
alcançar o inconsciente de outros. Sua pintura é abstrata, e mesmo quando figurativa, ainda é distorcida. Difícil
entendê-la. Adorno acredita que a obra de arte exerce função crítica exatamente
porque não “serve” para nada: não amplia conhecimentos, não intervém diretamente
na práxis. Não traz sequer prazer imediato. Suas opiniões não combinariam
com o intuito de Pollock?11/04/23 47www.nilson.pro.br
• Porém,para Adorno, para quem a arte havia morrido em 1930, Pollock não existiu. A Vanguarda cultural ocidental, dominante no pós-Guerra, para ele não é mais arte. Não traz contestação. Não faz crítica, está ausente de seu papel político. Adorno ignora a existência de Pollock.
• Para Debord, a pintura abstrata depois de Malévitch (1878-1935) só atravessou portas já abertas. A Action Paiting de Pollock e outros é relegada ao esquecimento.11/04/23 48www.nilson.pro.br
A crítica, portanto, não é remetida à Pollock, mas ao modelo de arte surgido no pós-Guerra. Ou seria à arte surgida fora dos
limites europeus? Será que nossos autores trazem em suas opiniões uma
certa forma de preconceito (ou discriminação) contra a arte norte-
americana? Ou a ignoram pelo fato de ela pertencer ao palco máximo do espetáculo capitalista? Talvez, toda forma de arte que
seja criada dentro da indústria, para o mercado, não seja, no fim das contas,
arte. 11/04/23 49www.nilson.pro.br
Mas então Pollock, por estar inserido neste sistema, não pode produzir arte? O fato de produzir para a massa e para o mercado
inferioriza o papel revolucionário (pelo menos em seu aspecto formal) que sua
pintura representou para o século XX? Suas
intenções eram radicais. Ele não compartilhava de muitas das idéias do sistema. Mas vendia arte. Não podem
existir posições intermediárias entre esses extremos?11/04/23 50www.nilson.pro.br
E PRA VOCÊ: ISTO É ARTE?11/04/23 51www.nilson.pro.br
Referências bibliográficas• ADORNO, T. W. , HORKHEIMER, M. “A indústria cultural:
o esclarecimento como mistificação das massas”. In.: ___. A Dialética do Esclarecimento. Rio de Janeiro: Zahar, 1985
• BENJAMIN.W. “A obra de arte na época de suas técnicas de reprodução”. In: Os pensadores: Textos escolhidos, Walter Benjamim, Max Horkheimer, Theodor W. Adorno, Jurgen Habermas, trad. José Lino Grunnewald, São Paulo: Abril Cultural, 1980
• DEBORD, Guy. A Sociedade do Espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997
• JAPPE, Anselm. “O ‘Fim da Arte’ Segundo Theodor W. Adorno e Guy Debord” http://planeta.clix.pt/obeco/ajpp2.htm
• “Teoria Estética”, de Adorno, citado neste trabalho, é encontrado no artigo de JAPPE, Op. Cit., p.5
11/04/23 52www.nilson.pro.br
Referências bibliográficas
• “Pollock”, filme dirigido e produzido por Ed Harris, 2000
• “Pollock”, documentário produzido pela People and Arts, ?
• “Pollock”, Mestres da Pintura, Editoral Abril Cultural. Editor Victor Civita.1978.
11/04/23 53www.nilson.pro.br