Download - Naquela Estrada - Jacy Romeiro
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Introdução
Poesias
Trovas
Haicais
Agradecimentos
7
9
101
143
149
sumário
102
116
122
126
temáticas
lugares
homenagens
diversas
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7
O vento que de longe vem traz o frescor! Levanta do chão a
poeira que inunda as nossas varandas, calçadas, ruas e jardins,
balança e retorce árvores floridas, bate fortemente janelas e
portas, faz arder nossos olhos, rodopia sobre a mesa, espalha
papéis pelo chão e vai para bem longe... Além... Levando
muito do que encontrou em seu caminho!
Do que sobrou na mesa ou caído ao chão, dos papéis e
frases que não foram perdidos surgiu este livro.
Quando chegar o vendaval em sua vida, refrescando o
calor, mas cegando seus olhos com a poeira das frustrações
ou ingratidões, de lutas não vencidas, arrancando-lhe o
entusiasmo e deixando o desânimo, lembre-se que ainda ficam
as folhas verdes da esperança, pedaços de fé e coragem que
juntos criarão a realidade de um novo caminho a seguir.
...tarde escaldante!
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poesias
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1111
14º Festival Nacional de Poesias Poetas AlucinantesMenção Honrosa pelo 4º lugar na categoria Poesia RomânticaSão Gonçalo, Rio de Janeiro, 2001
Flores se abriam
campos sorriam
pássaros cantavam
borboletas voavam
ao nos ver caminhar
sorrindo, abraçados,
felizes namorados!...
A distância implacável
sem nenhuma cortesia
veio nos separar.
As flores continuam se abrindo,
os campos sorrindo,
pássaros voejando a cantar,
borboletas coloridas a bailar
porque a estrada guarda ainda
a cadência dos nossos passos,
o calor dos nossos abraços
que ali hão de estar
na saudade infinda
enquanto nosso amor perdurar.
naquela estrada
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Elaborado no trajeto Belo Horizonte–Vale do Aço
Eu te via
no verde das matas
que se sucediam.
Eu te via
na densa neblina
que trechos cobriam.
Eu te via
na melodia romântica
que me envolvia.
Eu te sentia
no sol que me beijava
e me aquecia.
Eu te queria
em todo o trajeto
naquela manhã ensolarada
em que tua ausência eu sentia.
visão
13
Mais um dia sem você!
Um dia como outro qualquer.
Sol,
luz,
calor,
ou vento frio, neblina...
Sempre a mesma rotina!
Compromissos, amigos,
negócios, correrias;
de tudo a vida cheia,
de amor... vazia...
Mais um dia sem ver você!
Mais um dia de saudade.
Mais uma tarde sem você!
Monótona, fria,
alma solitária... vazia...
Coração carente de amor.
Mais uma noite sem você!
Nada acalenta,
a insônia atormenta.
Surge o medo em mim
de ser o princípio do fim.
sem você
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...Era novembro...
Quinze... dezessete...
não importa, não me lembro.
Só sei que era novembro!
Rotinas, finanças,
um estabelecimento bancário.
Como noutras vezes
não pensava em amor.
...Nós nos vimos...
Os raios do sol mais brilharam...
as paredes luziam ouro...
as plantas da estufa mais verdes...
Aconteceu... era o amor.
Começamos a sonhar,
tudo mudou para nós,
começamos a nos amar.
era novembro
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Inspirado na oferta de uma flor pelo poeta Jauri MachadoPorto Alegre, Rio Grande do Sul, 1996
Uma flor entre tantas
naquele sábado ensolarado
enfeitando o jardim.
Mãos másculas te escolheram,
te ofertaram para mim.
Na lapela, todo o dia
estivestes a me adornar.
Quase fenecida, retorcida,
deixei-te à tarde, no quarto do hotel.
E à noite, ao voltar
encontrei-te viçosa, a me esperar.
Ah! singela margarida...
na alvura de tuas pétalas
a alma do poeta que te colheu,
no amarelo de teus pistilos
o tesouro do coração
que para mim te escolheu.
Extasiada eu te contemplava! Sorria...
Na noite, no outro dia, nós duas a nos mirar!
Parti!
Fica ali uma partícula de mim.
Olhei-te enternecida
querendo-te com eterna vida...
Nada é eterno neste mundo!
Às vezes, um segundo
é tão vivo em nossa mente
qual o vívido presente.
uma flor entre tantas
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XVI Seminário Nacional da TrovaJacaraípe, Espírito Santo, 1996
Terminava o dia,
o sol no poente esvaía!
No seu vai e vem
as ondas do mar
a areia vêm beijar...
O escuro das águas,
o vermelho do poente
coloriam a areia
recebendo a lua cheia
que vinha a despontar.
Um painel majestoso
que o coração envolvia
em sentimentos diversos
que não se traduzem em versos.
E eu ali, envolvida em tanta beleza,
louvei a Deus e à Natureza.
ocaso
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1º Concurso de Poesia, Conto e Trova Literária de EsteioMenção HonrosaEsteio, Rio Grande do Sul, 1996
As noites de luar
iluminavam
as casas de sapé.
E as donzelas sonhavam
ser felizes,
amor encontrar.
E hoje, na cidade altaneira
a lua continua a brilhar,
raios de prata a jorrar.
E os Esteienses
continuam a sonhar.
raios de prata
18
Voando vou além
nas asas do vento
que sorrindo vem
transportando
a saudade de um olhar
cristalino
de um anjo-menino,
de um querer bem.
Voando vou além
nas asas do vento
que chorando vai
levando a dor que ficou,
fechando a cortina
da fantasia do amor
que acabou.
passagem do vento
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Elaborado no trajeto Campo Grande–Corumbá, pelo Pantanal
O céu azul, nuvens brancas,
o branco cobria o azul,
o azul superava o branco.
Nuvens viajavam
impelidas pelo vento.
As formas se modificavam
a todo momento.
Montanhas,
monstros,
árvores,
coelhos,
aviões,
Um céu azul
de nuvens brancas.
O céu parecia um mar,
os nimbos, barcos a velejar.
Uma sequência de imagens
no seu vai e vem,
vistas da janela do trem.
visões
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Às vezes chego a temer
nosso reencontro,
não sei o que fazer.
Se beijo com ternura,
se abraço-te com loucura
ou espero teus beijos,
teus carinhos benfazejos.
Quantas vezes chego a temer
o nosso reencontro,
se é isso que quero tanto,
se é o que vivo a querer.
Espero por essa alegria
todo instante, todo dia,
a cada minuto penso que escuto
tua voz macia, numa sinfonia
em frases de ternura, cheias de calor,
em sons de amor, trazendo a ventura,
esperança, o sonho, o futuro risonho
Muitas vezes chego a temer
nosso reencontro,
pois eu o quero tanto
que nem sei o que fazer.
reencontro
21
Continue dizendo que não me quer,
que não me quis,
que sou apenas tua amiga,
negue que se insinuou,
diga que não me amou.
Faço o mesmo contigo,
digo apenas: meu amigo!
Nós dois sabemos
quanto nos quisemos.
Tanto tempo esperamos
por um momento só nosso
de paz, ternura.
Nunca teremos essa ventura.
As águas rolaram...
esperanças levaram
para longe de nós dois.
Hoje é o depois.
depois
22
Você não marcou hora para chegar,
chegou sem eu saber,
sem nada me dizer.
Pousou em mim seu olhar,
deixou-me a sonhar,
fez meu ser vibrar.
Num repente surgiu,
logo, logo partiu.
Deixou-me a sonhar com seu olhar.
Você não marcou hora para voltar.
Virá sem avisar.
Só vou saber quando chegar
pousando em mim seu olhar,
mostrando que além do sonho
há um porvir risonho
que será vivido com ardor
nos devaneios do amor.
sem hora
23
Pensei que não ia esquecer,
julguei que ia sofrer.
Que teria saudade
do teu olhar, de tua ternura,
do teu sorriso, tua voz ia escutar
num indeciso murmúrio.
Isso não aconteceu.
Confesso que doeu,
doeu muito mesmo,
fiquei vagueando a esmo
em meus pensamentos,
revolvendo meus sentimentos,
minha frustração
na amargura da desilusão.
Anoiteci triste, deprimida,
com a alma ferida.
Amanheci com o sol
entrando pela janela
mostrando que a vida é bela.
Começava um novo dia,
da desventura eu me reerguia
resoluta, confiante,
caminhando adiante.
Hoje, vejo-te, me é indiferente,
meu coração nada sente.
Podes crer, eu esqueci.
Foi um sonho que vivi.
amanheci
24
Os ventos trouxeram...
Os ventos levaram...
Os ventos da esperança
eram sorrisos de criança.
Os ventos dos sonhos
eram doces, risonhos.
Os ventos do amor
abriram no desabrochar da flor.
Os ventos dos desejos
como o despetalar de beijos
do colibri no roseiral.
A paixão do vendaval
forte, arrebatadora, constante,
dominou por um instante
minha mente, meu corpo, meu ser.
Senti-me amada, tua almejei ser.
O vento que trouxe tudo isso,
num redemoinho arisco
levou tudo para longe...
Deixou apenas galhos ressequidos,
castelos em ruínas, destruídos,
um corpo inerte, alquebrado.
Um coração machucado.
Os ventos te trouxeram...
Os ventos te levaram...
ventos passageiros
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Um mar tumultuado
num coração apaixonado
por tanto querer.
Ondas revoltas se agitando
no coração sufocando
palavras de amor, ternura,
que levarão como numa canção
os sonhos de ventura.
Ondas imaginárias
por horas várias
envolvem-me sem eu querer,
neste marasmo provocam um espasmo
em todo o meu ser.
E eu, sucumbindo
num naufrágio infindo
sinto-me desfalecer.
Um rumor ouvindo, de longe vindo,
nas águas sussurrando:
– Estou te esperando!
Onda mansa cobre minha alma
inundando-a de paz e calma
lenitivo da solidão.
Nesta calmaria volta a alegria no coração.
O mar calmo se torna,
uma brisa morna sopra meu ser,
levando a nostalgia
volvendo a alegria
por amar e ter o teu querer.
mar do ser
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Tudo se transformou...
O sol se escondeu...
A chuva caindo de mansinho
pouco a pouco, lento,
tornou tudo cinzento!
Não vejo os campos verdes,
os verdes campos que gosto tanto.
Estão lá, no entanto!
Lá vive alguém que quero
e espero.
Vivemos o mesmo sonho,
vivemos a mesma esperança.
Não importa a chuva que cai,
nem o tempo que se vai.
Sonhamos com amor sincero,
com um mundo promissor.
Apenas importa nosso amor.
verdes campos
27
Menção Honrosa no Concurso de MarabáMarabá, Pará, 1998
O dedilhado violão soltou no ar
sons etéreos da melodia,
vinculados ao acordeom que se exibia...
e eu, fugindo do abraço de Morfeu
ouvia a voz do seresteiro em sintonia:
“Receba as flores que lhe dou,
e em cada flor um beijo meu...
São flores lindas que lhe dou,
rosas vermelhas do amor,
que por você nasceu.”
O canto me comovia
naquela noite enluarada e fria!
“Que seja assim por toda a vida,
a Deus mais nada pedirei,
querida, mil vezes querida,
deusa na terra nascida
a namorada que sonhei!”
Depois... o seresteiro se calou, tudo silenciou.
Num ímpeto abri a janela, e ali estava inerte,
envolvida pela lua prateada e bela,
uma rosa vermelha, a sorrir para mim.
Olhei-a enternecida...
Já em minhas mãos estendida,
toquei meus lábios nas pétalas aveludadas,
percebi o calor do seu beijo,
senti que por você foram beijadas.
serenata
28
Elaborado após o tricampeonato brasileiro na Copa do Mundo, 1970
Grito de guerra
ecoou na nossa terra.
Tudo parou...
fábricas, comércio, escola,
no tapete verde rola a bola:
a Copa começou.
Verde e amarela
a bandeira agita,
o povo grita
Brasil!
Brasil!
Um só grito
ecoa no infinito:
Brasil... Brasil...
O tempo passa,
a torcida aflita
canta, grita,
Brasil... Brasil...
Bandeiras tremulando,
todos vibrando
Gooool... gooool...
brasil!
guerra de paz
29
Era dezembro!
Com quanta saudade eu me lembro...
Não importa o dia que de nós se acercou a alegria.
Era dezembro... manhãs reluzentes de céu azul,
tardes calmas... o sol no dourado poente esvaía.
Nós dois vivendo o sonho, a fantasia.
Janeiro... nosso sonho continuava em harmonia.
Fevereiro... quanta alegria nosso coração invadia.
Março chegou! A quaresmeira de roxo se cobria
quando meu bem partia.
No despedir dizia: – Não vá chorar, eu vou voltar.
Nas manhãs suaves de abril
eu não via o céu de anil, nem os nimbos a flutuar...
Em maio só a saudade a me acompanhar.
Junho, julho, o rigor do inverno eu sentia,
não havia o calor do seu abraço que antes me aquecia.
Numa tarde de agosto, logo ao sol posto,
quando a noite ia chegar,
lágrimas rolaram em meu rosto.
No som do vento que de longe vem
eu ouvi bem: – Para quê chorar? Eu vou voltar...
Os ipês floresceram... de amarelo se vestiram...
Era setembro. Eu me lembro!
A saudade não esvaía um só dia.
Outubro, novembro, o canto das cigarras tão estridente
não afastava a lembrança da mente.
Chegou outro dezembro. Ah! Como eu me lembro!
As manhãs ensolaradas, as noites enluaradas...
Numa noite encantada, de lua prateada
meu amor voltou.
Era dezembro...
era dezembro
30
Escrito diante do jardim do Palácio da Boa Vista, recoberto de hortênsias floridas que foram colhidas por alguém e a mim ofertadasCampos do Jordão, São Paulo
Hortênsias... hortênsias...
brancas, azuis, rosas...
perfumadas, mimosas,
em tuas mãos sorriam
ao serem ofertadas para mim.
Ainda molhadas,
tremulavam ao vento
da tarde ensolarada
após a chuva de verão.
E no esvair da tarde colorida
as hortênsias, ah! quanta vida!
sonhos, ilusões
invadindo corações.
E o sol que nos montes se escondia
sorria
ante a beleza das flores,
a ternura dos amores,
a doce emoção
em Campos do Jordão.
hortênsias
31
Caminhávamos...
Vindo sozinhos em silêncio!
Numa encruzilhada o encontro.
Caminhamos...
Estrada florida em nossa vida.
O obstáculo surgiu.
Quando a muralha galguei
procurei em vão,
nem um cantinho encontrei
no meu, para o seu coração.
descoberta
32
Chega bem perto de mim. Mais perto... assim!
Vou contar-lhe um segredo, não tenha medo,
não é espantoso, é maravilhoso!
Ninguém mais deve saber,
só para você quero dizer.
ele é do tamanho do mundo!
Está no coração lá no fundo.
É belo como o raiar do dia,
dá-me muita alegria.
É quente como o sol a brilhar!
Alegre como pássaros a cantar!
É doce como sorriso de criança!
É promessa, é esperança.
Chega mais perto de mim,
ouça meu segredo,
vem... eu chamo... ouça... eu o amo.
segredo
33
Não importa
que nada tenha acontecido,
que não tenha sido vivido.
Não importa se não houve nada,
se não fui beijada,
se nada aconteceu.
Valeram momentos que sonhamos.
As carícias roubadas,
muitas vezes frustradas.
Não importa que sejamos estranhos
em mundos diversos,
ignorando aparentemente
no meio de toda a gente
que no sonho, na fantasia,
tivemos por tempos, noite e dia,
um amor maior que o infinito
sufocado num grito
de medo e de receio.
Não importa o que não veio...
Era um querer tão forte,
tão denso,
um gostar tão intenso,
mesmo sufocado, reprimido,
sem ser real, foi vivido.
irreal... real...
34
Sei que você vai voltar
para me buscar
se desculpando, se justificando,
o que calou seu sentimento.
Suas palavras vou repetir:
– Não vai dar certo.
Não quero enganar-me outra vez,
sofrer com o que me fez.
Tudo acabou, não vai voltar!
Não quero recomeçar
o que nem chegou a acontecer.
Creio que vai sofrer mais que eu
por bons momentos que perdeu
na sua indecisão.
Viva agora sua frustração.
Esquece que eu quis
num momento ser feliz.
Outra vez não virá.
Pelo que sofri se lamentará.
minha certeza
35
A noite se despedia!
As estrelas tão brilhantes,
ofuscantes,
opacas desapareciam,
o infinito antes escuro
cinza-azul se fazia.
pássaros em melodia...
O sol desponta!
Tudo é alegria,
nasceu Dhébora
nasceu um novo dia.
Riso, lágrima, esperança,
todos em festa
numa só canção
saúdam a criança
com emoção.
nova vida
Escrito para Dhébora Lee, em 1988,a pedido de Aparecida Cardoso Silva
36
Quando era criança
sonhava crescer,
sonhava amar.
Quando era adolescente
queria a vida sorver,
sonhava amar.
Quando jovem
queria só viver
sonhando amar.
Quando amei
vivi,
continuei a sonhar.
Estou amando,
vivendo,
sonhando.
sonhar sonhando
37
Nós nos queríamos,
divagávamos,
nos desejávamos.
Você se insinuava,
depois recusava.
Não vai dar certo,
você dizia.
Eu também sabia
que certo não daria.
Quando você queria
eu era arredia.
Quando eu quis realmente
esquivou-se indiferente
Nessas trocas desconcertantes
vivemos diferentes instantes
de procura e recusa,
sonhos de ventura,
perdidas ilusões, frustrações,
angústias, dissabores,
mágoas e rancores.
Não sei quem foi o culpado
de tudo ter começado.
Nós dois fomos culpados
de sem ter vivido,
ter terminado.
desencontros
38
À sombra da árvore amiga,
na rede balançando,
em você pensando...
ao redor tudo é suave!
tem doce encanto,
pássaros cantando
um melodioso canto,
pequenina ave
nos galhos saltitando.
Tudo é primavera!
A brisa suave
galhos balançando,
pétalas caindo
meu corpo cobrindo,
meu corpo enfeitando.
Azul, o azul dos céus!
Invade-me a esperança
de rever os olhos azuis, seus.
Onde está você agora?
Por aí afora
sorrindo, se distraindo,
ou em mim pensando?
Venha!
Vamos viver para amar.
Não deixemos a primavera passar...
venha...
39
Custa-me disfarçar, dissimular,
que amo e tenho você.
Quero fugir da indiferença,
da aparente descrença
que o mundo me vê.
Não é realidade,
não é verdade,
eu tenho você.
Sou plena de amor,
amo com ardor.
Tenho que disfarçar, dissimular
que nos amamos, nos queremos,
nos buscamos.
Não sei quando... um dia
com risos e alegria poderei dizer,
não precisarei dissimular
que vivo para amar.
Que amo, a todos direi,
seu nome bem alto cantarei.
É difícil dissimular,
não dizer, disfarçar
o que sinto por você.
dissimulando
40
Era um anseio forte,
grande, infinito,
denso como granito.
Cuidadosamente, no coração,
moldei sua lapidação.
Desenhei sua estrutura
confiante, segura
de sua consolidação.
Naquele dia, alguém
sem pensar no meu eu,
sem nenhuma delicadeza
um projeto destruía.
Jogou fora como se fosse sem valia
meu plano de alegria.
Senti-me ridícula,
você tirou de mim uma partícula
de fé, amor, coragem.
Num instante vi seu outro lado,
é um tímido, indeciso,
vivo agora de sobreaviso
depois de tudo desmoronado.
projeto desmoronado
41
Quanta saudade sinto de você!
Não sei o porquê.
Pouco nos vimos,
pouco falamos,
porém nos amamos.
Duas pessoas se querem
mas não falam de amor.
Hoje estou sozinha!
A solidão é só minha.
Queria ter você,
seu apoio e carinho.
Vou esperar
o tempo passar.
Com você virá um dia
a esperança, alegria,
sonhos, ilusões,
suaves emoções.
Esta incerteza de agora
é felicidade vindoura.
Espero esse dia
com alegria.
divagando
42
No sonho, na fantasia
beijo-te todo dia.
Beijo teus olhos com a suavidade
dos beijos de saudade.
Fitando o azul do céu, imenso véu,
cerro os olhos meus
e sinto-os beijados pelos teus.
A minha alma pura
beija-te outra vez com ternura.
Beijo teus cabelos dourados,
como o soar de fados
deslizo os lábios suavemente
a penteá-los lentamente.
Beijo tua testa de leve
como quem não se atreve
a tocar-te, a beijar-te.
Beijo tua mão
com respeito e emoção.
Beijo tua face com carinho
sentindo o calor do teu rosto
como no ocaso o do sol posto.
Beijo tua boca com ardor
traduzindo amor,
Com meus próprios beijos
molho os lábios em desejos
de beijar-te e receber beijos.
No sonho, na fantasia,
beijo-te a todo momento, todo dia.
fantasia de beijos
43
Uma mesa
um baralho
amigos ali.
Olhares se cruzam
corações pulsam.
Despertando simpatia
prevendo alegria
um futuro amor
para o coração sonhador.
Não importa o jogo
não importa o povo
somente nós dois
sonhando com o depois.
jogo de amorEscrito em Timóteo, a pedido de umaadolescente que iniciava um namoro
44
Despreocupada vinha,
nem sonhos eu tinha.
Apenas jogava
o jogo da vida.
As cartas na mesa
jogava,
brincava,
idealizava,
sonhava,
não amava.
Você apareceu,
seu olhar me envolveu,
prendi-me ao seu sorriso,
vivo sonhando,
vivo transformando
o mundo num paraíso.
sonhando...Escrito a pedido de uma garotacujo amor fora iniciado numa mesa de jogo
45
Aquele que se dá recebe,
no fazer amor percebe
a beleza da doação,
dá-se o corpo
a mente,
a alma,
dá-se a razão.
Ao dar-se coabita
no êxtase se agita,
contorce, grita.
Ao fim a calma, a paz infinita
inunda a alma.
O amor este dom concede,
quem dá recebe.
doação
46
jaquelinePara uma alegre menina deficiente de Uberaba
Menina bonita, meiga,
escuros e longos cabelos,
olhos ternos, sorriso suave,
como indefesa ave
dos seus merece zelos.
Se não corre
como outras crianças,
não perca as esperanças
nem fique triste,
será também feliz
porque o amor existe.
Sorria sempre
com esperança,
sorria Jaqueline
querida criança.
47
Manhã de sol!
Sol no meu coração
por aquele momento de emoção.
Céu azul!
Manhã de esplendor
resplandecendo dentro de mim
a esperança do amor.
Pássaros cantando,
eu de alegria vibrando.
O campo iluminado
por este sol dourado
espelhando reflexos de ouro
no teu cabelo louro.
A natureza canta alegria,
eu canto a melodia
de glória e louvor
por amar e ter o teu amor.
sol de amor
48
Mar amigo voltei
a conviver contigo.
Voltei...
Voltarei sempre aqui
Para abraçar-te
Na praia de Guarapari.
ao marIX Seminário Nacional da TrovaVitória, Espírito Santo, 1989
49
O mar
vem te beijar.
O céu azul
cobrindo a imensidão
do teu casario
envolto
pelo vento-sul.
Os morros, as ruas,
as escadarias,
guardam tua história
grande e bela
vitória.
panoramaIX Seminário Nacional da TrovaVitória, Espírito Santo, 1989
50
...Soou a voz da razão...
...Silenciou o coração...
Menti
que não mais te amava,
que não queria
ao teu lado viver.
Devíamos nos esquecer.
Não queria me aprisionar!
Doeu a separação,
sangrou o coração.
Lágrimas que não rolaram
no fundo da alma se sepultaram.
A poeira que o tempo soprou
tudo cobriu, apagou!
Creia. Sou feliz!
Quero-te feliz também
amando outro alguém
tanto quanto me amou.
poeira do tempo
51
Eu sou o raiar do dia
inundando de luz a imensidão
nos tempos de verão.
Eu sou chuvinha mansa
molhando a plantação.
Eu sou cheiro de terra molhada
após a chuva de verão.
Eu sou as quaresmeiras
de violeta enfeitando as matas.
Eu sou águas claras
que rolam nas cascatas.
Eu sou lírios nos campos orvalhados,
sou jardins coloridos
de flores perfumadas.
Eu sou os ipês floridos
anunciando a primavera.
Eu sou o sol que aquece
e ao entardecer adormece.
Eu sou árvores desnudas,
sem flores, sem folhas
no outono, inertes, mudas.
Eu sou nimbos vindo
e de branco o céu azul colorindo.
Eu sou montanhas nevadas
no inverno congeladas.
quatro estações
Premiado no Concurso As 4 Estações Poéticas, da Litteris EditoraRio de Janeiro, 1993
52
Eu sou estrelas cintilantes brilhando na noite escura,
eu sou a lua prateada que enleva os sonhadores,
eu sou dos namorados os sonhos de amores.
Eu sou sublimidade das mães amamentando.
Sou o sorriso ingênuo de crianças brincando.
Eu sou ave que voa livre no espaço,
eu sou o repouso após o cansaço.
Eu sou flores brotando no deserto,
alento para a alma vazia,
doando amor
eu sou a poesia!...
53
Elaborado no trajeto Divinópolis–Bom Sucesso
Do verde dos campos
ao branco das neblinas,
ao cinza
das distantes colinas,
ao amarelo do ipê que floria,
ao alaranjado
do amanhecer no horizonte,
ao vermelho
do sol que nascia,
ao azul
do céu que nos cobria,
um arco-íris natural
ao longe se via.
arco-íris
54
Tenho que esconder
tudo o que sinto,
para o mundo minto,
fingindo indiferença,
ocultando a esperança
de juntos viver
nosso bem querer.
Quando de novo você surgir
não sei se vou chorar ou sorrir,
não sei o que vou falar,
o que fazer para esconder
a emoção
de meu coração.
Quisera ao mundo cantar
que tenho amor para dar.
Por você estou esperando,
não importa quando.
É longa a espera...
que viesse logo eu quisera.
por fim a solidão,
alegrar meu coração.
espera
55
IV Congresso Brasileiro de Poetas Trovadores e1ª Bienal de Poesias e TrovasIlha de Paquetá, Rio de Janeiro, 2006
O sol lentamente se escondia
deixando no seu esvair
sombras de saudade, nostalgia.
E os passarinhos voltando aos seus ninhos
não mais exibiam suas melodias.
Era o fim do dia!
As réstias de luz que no céu existiam
de vermelho as nuvens coloriam
como lavas de vulcão em erupção.
O clarão refletido nas águas do mar
no seu constante ondular
fixou em minhas retinas
o brilho de um olhar.
Paquetá... ilha dos amores!
Diante de tua beleza
sinto alegria, sinto tristeza...
A saudade de mim se apossou,
longe meu amor ficou.
ilha
56
Na longa caminhada
pela estrada da vida
apenas uma plantinha,
nem flores tinha.
O tempo passando...
Dias de céu azul, noites estreladas...
A planta crescendo, florindo,
enfeitando a festa do amor,
juntando duas vidas
que serão por Deus unidas,
viverão a sonhar, cantar
melodias do coração
na ternura de amar.
caminhadaPara Maria Paula e Bernardo, em 2007,quando iniciaram a realização de um grande amor
57
Era apenas uma criança!...
Uma nova vida
inundada de esperança.
Cabelos encaracolados,
louros, reluzentes,
olhos brilhantes, inocentes.
Infância, adolescência,
muitas peraltices, alegria
e às vezes tristeza
o coração envolvia.
O tempo não parou!
Dezoito anos vividos...
Um homem hoje é
vivendo a vida, a fé
no futuro risonho
que agora é sonho.
emancipaçãoPara Rafael Andrade Gomes Romeiro, em seu 18º aniversário, passado na Bélgica
58
A tarde é triste...
O céu está triste...
o sol não aqueceu
com sua luz a cidade,
tampouco aqueceu
as flores do jardim...
A tarde é triste...
Os pássaros voltam aos seus ninhos
sem seu cantar habitual,
somente as frondosas árvores
mostram seu verde exuberante
lavadas
pela chuvinha constante.
A tarde está triste...
O dia chega ao final.
Eu não sinto a tristeza,
em todas as coisas
sinto a beleza
porque tenho o sol do amor
brilhando dentro de mim.
a tardeCriação de Jacy Gomes Romeiro
59
Tradução de Jacy Gomes Romeiro
La tarde es gris...
El cielo es gris....
el sol no alumbró
com su luz la ciudad,
tampoco ha calentado
las flores del jardin...
La tarde es gris...
Los pájaros volvem a sus niños
sin su canto habitual,
solamente los frondosos árboles
lucen su verde exuberante
llavados
por la llovizna interminable.
La tarde es gris...
El día llega al final.
Yo no siento la tristeza,
en todas las cosas,
siento la belleza
porque llevo el sol del amor
brillando dentro de mi.
la tarde
60
Ah! o tempo... esse tempo!
O tempo que se foi,
passou,
o tempo que virá
passará.
Mas esse tempo não vai nos separar!
Não nos separará.
O tempo que se foi nos aproximou,
o tempo nos distanciou.
Esse tempo não pode nos separar!
Tudo pode acontecer...
muitas coisas suceder,
novidades, surpresas,
coisas da atualidade...
Até outro alguém te querer!
Te buscar!
Não vais me esquecer,
sei que vais voltar,
Eu sei...
que esse tempo não vai nos separar.
Passe o tempo que passar...
Esse tempo não nos separará.
o tempo
61
Talvez...
se o tempo regressasse
eu te galardeasse
com júbilo, os beijos que recebi
e que, no aprazimento, esqueci.
Talvez...
se o tempo voltasse
eu sorrindo te dissesse
que ainda te amava.
Talvez...
se o tempo convertesse
nosso amor revivesse.
O tempo não regressa,
o momento não retorna.
Quase nada eu sei,
não recordo se te amei.
talvez
62
I Concurso Lítero-Poético Porto Alegre Encantos e RecantosEscrito em um pôr do sol às margens do Rio Guaíba,junto ao amigo, poeta e ator Jauri MachadoPorto Alegre, Rio Grande do Sul, 1994
As águas tranquilas do rio Guaíba
sugavam as réstias de luz
do sol que se escondia.
No obscurecido
da tarde em sua agonia,
enleada em teus braços
extasiava-me
com a beleza que nos envolvia.
No espelho prateado das águas
sentimentos nobres,
poéticos,
nos acolhiam.
E a melodia abstrata
que a leve brisa trazia
nos transportava
a ilusórios sonhos,
suaves fantasias.
por guaíba
63
menino de ruaEscrito para um trabalho infantil
Menino de rua
que nada tem,
não tem brinquedos,
nem casa para morar,
não tem ninguém.
Menino de rua
barriga vazia na noite fria,
não tem agasalho,
dorme sozinho
coberto pela lua.
Menino de rua
minha vida é diferente da tua,
mas eu te quero bem,
sou criança também.
64
Diga apenas minha amiga
e mais nada, não diga.
Não diga meu bem
nem meu amor também.
Não diga querida
nem amor da minha vida.
Não diga!
O que foi não volverá.
o que é será.
Vamos adiante,
vá confiante,
caminha,
prossiga.
Sou apenas sua amiga.
não diga
65
Há quanto tempo espero
por você, pelo seu amor,
pelo seu carinho...
Espero
pela carícia de sua mão,
pelo calor dos seus braços
prendendo-me em abraços,
unindo o meu ao seu coração.
Espero
pelo ardor do seu beijo
de amor e desejo,
de ternura, emoção.
Espero
por você com ansiedade,
com saudade,
com alegria,
renascendo a cada dia
a esperança de rever você.
espero
66
Ah! Se eu pudesse dizer
que não pude esquecer
tuas insinuações...
Ah! Se eu pudesse te beijar
e em beijos revelar
minhas emoções...
Não vais saber,
não vou dizer
que muito quis
um dia ser feliz.
Que quis te beijar
e também te abraçar..
Ah! Se eu pudesse dizer
que não pude te esquecer...
segredando
67
É um novo dia,
renasci do ontem
para viver o hoje
com mais alegria.
Vivi na ilusão do teu bem querer,
vivi na esperança de te pertencer,
sofri a desilusão de te perder.
Senti-me ridícula, mesquinha,
quando, fingindo ignoraste
as frases que me disseste.
Ontem, para um sonho morri,
hoje, para a realidade renasci.
Vou te esquecer.
Vou excluir da mente
tua imagem, teu semblante,
não vou sofrer,
serei feliz, vou viver.
Renasci hoje na alegria
deste novo dia.
renascer da desilusão
68
Escrito a pedido de meus netos, que estudavam neste colégio
Aqui chegam crianças
inundadas de sonhos,
envolvidas de esperanças,
alegres, despreocupadas,
na aventura de aprender
para a glória do saber.
Em cada canto,
em cada sala
a voz do mestre fala
do futuro que virá um dia
para todos os alunos
do Colégio Santa Maria.
Nestes noventa e oito anos de existência,
nos sorrisos inocentes
de crianças e adolescentes
há carinho e gratidão:
a Deus, o Criador,
aos mestres por seu valor,
e aos pais, amor no coração.
comemoração
69
O vento cantava!
No seu assobio
forte bravio
de amor falava.
A noite fria
nada ouvia!
O vento falava...
de saudade.
Murmurava!
Na sua passividade
a noite, muda,
nada escutava.
O vento chorava...
Seu choro
repetiam em coro
as árvores que balançavam.
O vento forte assobia...
O vento açoite
dentro da noite
lamentava.
Ela, silenciosa,
nada entendia, calava.
O vento gemia...
Triste, sozinho,
para a noite
amor cantava.
canto do vento
70
Ah! Esta sede de amor
domina
alucina
estonteia
desnorteia.
Ah! Esta sede frequente de amor
amargura
tortura
dói
corrói.
Ah! Esta sede estonteante de amor
machuca
fere, não cicatriza
não ameniza.
Ah! Esta sede incessante de amor
deixa-me ferida
sofrida
falta-me o ar.
Ah! Esta sede de amor
é o meu dia a dia
minha nostalgia
tolhe pensamentos
traz ressentimentos.
Ah! Esta sede enorme de amor
deixa-me tolhida
destrói minha vida
sede de amor
71
Sol da manhã
beije meu rosto,
me deixaste
ontem ao sol posto.
Hoje ao retornar
venha me beijar,
a pele macia
teu calor acaricia.
O verde dos campos,
a limpidez das águas,
passarinhos cantando,
animais ruminando,
borboletas a voar,
tudo a acordar,
todos a te saudar.
Sol da manhã
venha me beijar...
manhã
72
Na noite fria
uivos de dor
que o eco respondia.
O vento rugia...
por Maria
que na noite fria
chorava
e ninguém sabia
por que
se lamentava.
Maria chorava...
não era amada
não amava,
sozinha
na noite fria
chorava Maria.
Por ela
os ventos uivavam...
sons dos ventos
73
A poesia nos aproximou!
A filosofia das nossas vidas,
as afinidades vividas,
os momentos poéticos
nos uniram na paz, na alegria.
...sentimentos tão puros...
carícias singelas,
sonhos futuros...
Faces e lábios tocados com ternura
elevando a alma pura.
Evidente a separação.
A distância, o tempo que passar
este sentimento talvez
vai ofuscar.
Ao amanhecer de cada dia
a recordação virá,
pelo sonhar sublime
a alegria surgirá.
E nas noites repetidas
quando tudo for silêncio,
em prece ao Senhor
no lembrar de duas vidas
nossas almas estarão unidas.
nossas vidas
74
Eu te adoro!
Meus ouvidos ouviram...
Meus olhos te viram...
Senti tua mão nos meus cabelos
tua mão a envolvê-los,
lábios meu rosto a roçar.
Eu te senti presente
no repente do sonho,
meu corpo estremeceu
nada aconteceu.
...O vento leve que soprava
meus cabelos agitavam
meu rosto acariciava...
Eu te revi
na mesma pracinha,
na noite calma
te senti presente
em minha alma.
presença
75
poema de arranha-céu
Escrito por Cassiano Ricardo
Se eu puder, algum dia
quando houver mais poesia
mandarei escrever o seu nome
num letreiro de lâmpadas
elétricas de todas as cores
no alto daquele arranha-céu
para que toda a cidade
possa ler o seu nome e o seu nome
fulgure perto do céu.
E eu mesmo irei acender
o imenso letreiro encantado
que ficará piscando-piscando
lá em cima
na noite azul de pantomima.
E o arranha-céu, com seu nome na fronte
sonhará tanta coisa bonita:
Por exemplo, que é um templo...
Que todos os pirilampos da terra
lhe pousaram na fronte,
que toda a população das estrelas
saiu à rua acompanhando a lua..
Que o espírito inocente da terra criança
veio brincar de quatro cantos pelos cantos da rua
botando um pouco de ilusão em cada coração
e um pouco de saudade em cada trecho da cidade
e um pouco de inocência em cada angústia da existência
e um pouco de poesia em nosso “pão de cada dia”.
76
E eu, em meio do povo,
tirarei o chapéu, está vendo?
E olharei o seu nome lá em cima
no letreiro de estrelas
pertinho do céu.
77
No brilho do teu olhar
eu vi:
A manhã ensolarada,
colorida,
com perfume de flores.
Um céu azulzinho
com nuances de sonhos
alegres, risonhos.
O farfalhar das folhas
na suave brisa.
A cadência das águas
clarinhas, rolando nas cascatas.
No brilho do teu olhar
eu vi:
a felicidade de me ver,
a esperança do nosso bem querer,
a alegria de viver.
no brilho do teu olhar
78
Hoje, ao acordar
não vi o céu azul,
nem o sol a clarear,
nem ouvi os bem-te-vis a cantar.
A chuvinha mansa que cai
enuviando vai
uma manhã cinzenta
melancólica, fria.
Eu não estou triste!
Dentro de mim o sol brilha
e aquece.
Sonhei com você,
no sonho você me sorria,
me inundava com seu olhar:
Contente eu me via
no brilho do seu olhar.
ao acordar
79
Quando, numa tarde de agosto,
morna, aconchegante,
nós nos vimos,
neste instante,
um cupido matreiro
as flechas atirando
nossos corações acertando.
Um flash de luz explodiu
entre nossos olhares,
nos atingiu.
Outros dias, outras tardes passando...
nossos olhares se cruzando,
nós dois nos querendo, alegres, sorrindo,
sonhos e sonhos vivendo.
Um do outro nada sabia...
Um ao outro queria,
entre olhares, risos e alegria.
Quando, outros dias,
outras tardes se esvaírem,
se o tempo implacável os sonhos destruírem,
não sei se vou sorrir,
se vou chorar. Não sei!
Talvez eu vá chorar
na saudade do sonho
que deixou de existir.
Talvez eu me veja a sorrir
na lembrança deste tempo
que, agora, feliz vivi.
se vou chorar... não sei!
80
Se eu pudesse
queria ler o teu pensamento,
agora, a todo momento,
desvendar o teu querer...
Se eu pudesse
vencer os obstáculos
que tolhem minha fantasia
o receio dissiparia.
Se eu pudesse
voltar no tempo, vencer o espaço,
prender-te-ia num abraço...
Se eu pudesse
agora te beijar,
iria cantar para o universo
que criei o mais sublime verso
do meu existir
para te ofertar e ver o teu sorrir.
Se eu pudesse
mudar o destino,
não sofrer num desatino,
nem de ti me afastar,
eu diria que juntos vamos descobrir
toda a beleza de sorrir...
sorrir para a noite, para o dia,
a lua, o sol, as estrelas,
as fontes, o mar,
para a natureza em festa
na ternura de amar!...
se eu pudesse...
81
Onde eu estiver,
não importa a distância
ou qual seja o lugar,
quando eu me lembrar
do teu meigo sorriso
no infinito vou me transportar
para um pedaço do paraíso.
Onde eu estiver,
seja na terra ou no mar
e no som do vento eu ouvir
o soar da tua voz
feliz vou me sentir
por saber que não estou a sós.
Onde eu estiver,
se a saudade me magoar
procurarei no azul do céu
a luz do teu olhar
que estará a me iluminar.
onde eu estiver
82
O vento dançando na rua,
a chuva molhando a vidraça,
eu, sentindo a ausência tua.
No dia que não te vejo
o sol interior não brilha
nem aquece.
Tortura-me o desejo
de sentir
teu olhar, teu sorrir,
que são para mim como prece
que acalenta meu existir.
O vento continua
as árvores balançando,
a chuva mansa caindo
e eu, sentindo a ausência tua.
tua ausência
83
Um dia...
Quando o tempo tiver voado
e o agora for passado,
tudo diferente
no espaço, na Terra,
no viver da gente,
vislumbre dentro de si
uma sombra do que vivemos
agora que nos queremos
insensíveis ao fim.
Lembre-se de mim!
um dia
84
Deixa ecoar em teus ouvidos
os sons do amor
que canto em teu louvor...
A tarde silenciosa desfolha
pétalas de sombras
pelo vazio do espaço
que indiferente olha
para o meu cansaço
por esperar
pela luz do teu olhar.
Estas pétalas flutuam
ante meu olhar tristonho
envolvendo-me no sonho
que as lembranças acentuam...
E eu te vejo a sorrir,
a olhar-me com ternura...
a esperança a fluir
o reencontro, a ventura.
Deixa soar em teus ouvidos
a melodia, o amor
que canto em teu louvor.
canto de amor
85
Nas manhãs encantadas,
nas tardes chuvosas ou ensolaradas
de todos os dias
nós nos víamos
inundados de risos e alegrias.
Numa manhã dourada
quando eu me despedia,
votos de felicidade
um ao outro fazia.
E, já distante, nossas mãos acenando
num gesto de cortesia,
um sorriso constante nos lábios floria.
Naquela tarde você não surgiu...
Meu coração entristeceu, se afligiu!
Outras manhãs,
outras tardes vazias
de outros dias...
Sei que vai voltar
para minha alma alegrar.
Nossas mãos acenando
não era adeus,
não era despedida,
eram mãos louvando
a pureza do amor,
a alegria de nossas vidas.
mãos louvando
86
São nossos sonhos
gerados no sorriso da lua,
no olhar das estrelas,
no aquecer do sol da manhã,
nas lágrimas das chuvas de verão
e alentam nosso coração.
Estes sonhos criaram vida,
criaram forma, existem.
Às vezes alegres, às vezes tristes.
Nós nos vendo,
nos querendo,
em gestos, frases, risos
e a doce alegria
de nossa fantasia..
Quando o tempo veloz fugir
talvez estes sonhos não irão existir.
E ao sentires outros olhares de ternura,
outras palavras de ventura,
num sopro receber um beijo,
naquele momento um lampejo
minha lembrança te trará.
E para a saudade perguntarás:
– Ela, a poeta, onde estará?
sonho de poeta
87
Flutua uma sombra de tristeza
nesta tarde sem beleza
em que não estás a me alegrar.
O céu tornou-se cinzento
neste momento
que a noite vai chegar.
Não há do sol a luz,
nem teus olhos a brilhar...
A tarde chega ao fim!
A saudade se apossou de mim.
Surgem as estrelas...
E eu, ao vê-las,
estou a sonhar...
Todas elas a cantar:
– Como é sublime o amor!
Sonhe, ame, continue a querer, a amar!
Embalada neste canto
eu me vi a sorrir.
A alegria a fluir
do teu olhar o encanto.
canto das estrelas
88
Se por acaso
águas distantes eu singrar
sob o azul do céu,
sobre o verde mar,
através de uma cortina nebulosa
teus olhos
estarão a me iluminar.
Se por acaso um dia a saudade
quiser me sufocar,
a ternura do teu beijo
estará a me alegrar.
Se por acaso numa noite estrelada
ou no clarão do luar
sozinha eu me sentir
me envolverei no teu sorrir.
Se por acaso eu trilhar
estradas tortuosas,
me ferir nos espinhos,
sem sentir
a suavidade das rosas
ainda assim serei feliz
lembrando teus olhos a me fitar.
se por acaso
89
O amor nasceu
num olhar e num sorriso
sendo luz, encanto, alegria
na tarde daquele dia.
O amor sublime viveu
entre risos e olhares de carinho.
Éramos felizes a sonhar
como pássaros a voar
pelo universo sem fim:
Eu era parte de você
você complemento de mim.
Veio a separação!
Como pássaro de asas partidas
não podíamos voar juntos
na nossa fantasia.
Não houve adeus nem despedida,
somente a mágoa no meu coração!
Em faces que foram tocadas com ternura
num momento de ventura
deslizam lágrimas de dor.
E a noite estrelada, carinhosa,
é testemunha silenciosa
da angústia do meu ser sonhador.
Chega outro dia!
O sol cintila irradiando vida...
Minha alma sofre pela noite de nostalgia.
Das cinzas vou renascer
sonhar, esperar, viver
outros momentos de alegria.
lágrimas de dor
90
Dias e dias de ausência...
A saudade sem clemência
meu coração torturava.
À noite, ao olhar o céu estrelado
queria ver-te ao meu lado,
tua presença se fazia,
acordada eu sonhava,
teu olhar meu sonho embalava.
Pela manhã ao acordar
vendo o sol a brilhar
teu olhar eu sentia.
Hoje, ao te reencontrar
diante do teu olhar
feliz, feliz eu sorria.
nosso reencontro
91
Caminhava sem destino
na manhã ensolarada,
meu ser em desatino,
sofria, amargurada.
Meu coração chorava!...
Lágrimas eu retinha,
a dor só minha
de todos eu ocultava.
Em meio às árvores da praça
solitário em um galho, um bem-te-vi.
Parei. Ficamos a nos observar,
nós dois sozinhos ali,
a solidão a nos maltratar.
O pássaro não cantava,
apenas para os lados olhava
como se a companheira a procurar.
– Bem-te-vi, sua dor é igual à minha,
também estou sozinha.
Depois de tempos ele voou sozinho.
Continuei meu caminho
com o coração amargurado
sem você ao meu lado.
solidários na solidão
92
Sozinha
no galho da árvore
a canária ao sol se aquecia,
mirava ao seu redor
não se importando
com quem passava,
o azul do céu olhava,
por um companheiro esperava.
Nesta praça tão verde, tão florida,
eu vivia sentimentos
de saudade em minha vida,
momentos de solidão
pela ausência tua
que perturba meu coração.
No entanto,
amanhã será outro dia!
Viverei com alegria
nosso reencontro.
manhã na praça
93
Aqui sozinha
ante o encanto do meu jardim
vem a saudade pungente
de você longe de mim.
O vento dançando o pessegueiro,
as margaridas numerosas,
mimosas,
vibrantes após a chuva de verão,
radiosas com os afagos do sol.
Silêncio... solidão!...
Das flores a beleza,
o verde dos campos além
num vai e vem
inundam meu pensamento
voltado a todo momento
para você, seu sorrir, seu olhar.
Dálias, palmas, rosas
e alvas margaridas
trazem-me etapas vividas
no seu afeto,
na ventura de amar.
ao ver as flores
94
Um céu azul, azul,
sol claro a brilhar.
As flores ainda orvalhadas
com o soprar da brisa
alegres a dançar.
Passarinhos voando,
seus trinados entoando.
Vida, beleza, alegria
no chegar do novo dia.
Dentro de mim
há uma nuvem
envolvendo meu coração!
Sufoca-o, dói a solidão,
a saudade me tortura,
sua ausência me amargura.
Vem! Dá-me seu sorriso,
um olhar de ternura
e esta nuvem se dissipará,
dentro de mim
o sol brilhará.
nuvem de saudade
95
Na noite silenciosa e calma
sentimentos diversos
envolvem minha alma.
No infinito brilham as estrelas
e eu, ao vê-las,
recordo o brilho do teu olhar,
surge a saudade a me sufocar.
Sofre meu coração,
pela ausência transitória
domina-me a solidão.
Fito novamente as estrelas!...
No desejo vou buscá-las
e tê-las para te ofertar
como dádiva sublime
na ternura,
na suave ventura
de te querer, de sonhar.
dádiva sublime
96
Silêncio, só silêncio...
Sinto-me como num deserto,
dói a saudade
que invade meu coração
quando você não está comigo.
Há um vazio dentro de mim...
Não consigo dormir
só em você pensando,
a saudade me sufocando.
Minha alma chora...
Se eu pudesse ter você agora
todo esse sofrer dissiparia
e eu, feliz seria.
solidão
97
A manhã é tão bela!...
O céu todo azul,
o sol a me aquecer,
os passarinhos a cantar,
as flores a perfumar...
Oh! céus,
diante de tanta beleza
eu estou triste!
Meu coração chora
por esta ausência
a que a vida sem clemência
nos condenou.
Não é o fim...
Outro dia há de vir,
um outro porvir
o sol a brilhar e nós a nos amar...
outro porvir
98
A saudade sufoca meu coração!
A dor é torturante,
lembrando aqueles instantes
que tão próximos estivemos
como se não nos conhecêssemos;
não nos falamos,
nem nos olhamos.
Não sei a razão. Só sei que sofri,
momentos aflitos vivi.
Queria te abraçar,
teu rosto tocar,
me sentia inibida
no meu sentimento tolhida.
Sofri momentos sem alegria.
Neste instante
relendo os versos que te fiz
tive a esperança feliz
do nosso reencontro.
A saudade se afastou por um momento,
e dominou meu ser
o amor que trago no coração
que da minha vida é a razão.
Sou feliz por amar, te querer.
saudade torturante
99
Eu queria...
uma manhã clara, morna, aconchegante,
azul o céu, brilhante
como quando nossas faces se tocaram
num suave e carinhoso instante.
Eu queria...
um dia de sol, brancas nuvens no infinito
como aquele em que ao nos afastarmos,
já distantes, nossas mãos acenando
não como adeus, sim de ternura
pelos momentos vividos na ventura.
Eu queria...
uma tarde bela, ensolarada
como quando nos vimos pela primeira vez,
nossos olhos brilharam,
nossos lábios sorriram
pela atração iniciada.
A manhã foi cinzenta, o dia chuvoso,
tarde nublada, sem sol, sem céu azul.
Meu coração sofre, a saudade
minha alma invade.
Eu queria...
uma manhã encantada,
um dia maravilhoso de calor,
uma tarde de sonhos,
para juntos vivermos o terceiro ano de amor.
hoje eu queria...
100
101
trovas
102
temáticas
103103
tema: livro
Escrevi com emoção,
com amor, muita ternura,
no livro do coração
nossos sonhos de ventura.
No livro que te ofertei
com meu carinho, amizade,
omiti, nada gravei
de meu amor, nem da saudade
Deste-me um livro em poesia!
Frases de amor e ternura...
Vibrei irradiei alegria,
em devaneios de ventura.
No livro da minha vida
escrevi em letras de ouro
teu nome minha querida,
és meu amor, meu tesouro.
Escrevi com emoção,
com amor, muita ternura
no livro do coração
nossos sonhos de ventura.
União Brasileira de Trovadores Belo Horizonte
104
tema: turismo
O turismo é coisa boa,
seja no norte ou no sul.
Ver terra seca, garoa,
chuva, sol e céu azul.
Faço turismo contente,
vivendo aventuras mil.
Conhecendo muita gente
por nosso imenso Brasil.
Fazer turismo contente
por todo Brasil eu vou,
conhecendo a sua gente,
trovando: feliz eu sou!
Turismo não tem idade,
idoso, jovem ou criança.
Seja no campo ou cidade
todos vivem na esperança.
Turismo é conhecer
outras terras, muita gente,
novos amigos fazer
num fraternal ambiente. Menção Honrosa pelo 4º lugar no XVII Concurso Nacional de TrovasNatal, Rio Grande do Norte, 1997
105
tema: jangada
Jangada ao mar adentrou,
levando bem longe alguém.
Triste lágrima rolou
e caiu no mar também.
Jangada ao mar adentrou,
levando um ser para além.
Uma lágrima rolou
nos olhos tristes de alguém.
Sumindo aquela jangada
na espuma branca do mar...
E na praia, desolada
vaga a criança a chorar!
A jangada vai partindo
para longe, mais além...
No horizonte vai sumindo
sobre as águas de ninguém.
Ser jangadeiro é glória
para quem gosta do mar.
Terá seu nome na história...
Proezas para contar.
106
tema: beijo
Teu beijo, suave brisa,
que me acaricia e afaga,
minha saudade ameniza
e a minha dor sempre apaga.
A brisa que vem do mar
traz o som da fantasia.
Faz o coração sonhar
com teus beijos, oh, alegria!
Brisa do mar é suave,
sopra sempre de mansinho.
É como o vôo de uma ave
quando regressa ao seu ninho.
Teu beijo é igual a brisa
que acaricia, que afaga
e toda ofensa ameniza,
da alma a nossa dor apaga.
O beijo que desejei
eu não dei nem recebi.
Nem mesmo manifestei
minha vontade omiti.
107
Se beijar fosse pecado
eu, no céu não entraria.
Tantos beijos tenho dado
de amor, carinho e alegria.
Nosso beijo prometido
não o dei nem recebi.
Ele não foi permitido
e desejosa eu parti.
A chuva cai de mansinho,
vai molhando todo chão.
O teu beijo é um carinho,
regando meu coração.
tema: miragem
És apenas a miragem
nos meus dias de solidão
guardo somente a imagem
dentro do meu coração.
És somente miragem
aqui no meu coração
que guarda uma doce imagem
nos meus tempos de solidão.
União Brasileira de TrovadoresBelo Horizonte, 2003
108
tema: paz
A paz não é brincadeira,
isto é um assunto bem sério.
Inunde essa terra inteira,
com paz em todo o hemisfério.
Viver em paz é preciso,
mesmo que no meio da guerra...
Transformando em paraíso
o seu pedaço de terra.
Paz, nossa grande alegria,
que consola na tristeza!
Envolva o seu dia a dia,
vai transformando em beleza.
O sorrir que bem nos faz,
agradando a toda gente,
apaga a ofensa, dá a paz
e deixa o outro contente.
Quando se ama de verdade,
a alegria traz união,
ventura, felicidade,
doce paz no coração.
Concurso de Trovas na Internet do XX Seminário Nacional da TrovaDomingos Martins,Espírito Santo, 2000
109
A paz que ora desfrutamos,
belo brinde do Senhor.
A Ele sempre nós louvamos
com gratidão, muito amor.
tema: paraíso
Sinta, longe, o paraíso
na sofrida natureza,
de preservá-la eu preciso
conservando-lhe a pureza.
Conquistar o paraíso
é ser feliz, minha gente!
Que, nos lábios, o sorriso
esteja sempre presente.
Viver em um paraíso
é viver fraternidade.
Quem distribui um sorriso
não vive em desigualdade.
Conquiste o seu paraíso!
Seja sincero, leal!
Cultive sempre o sorriso
a ninguém deseje o mal.
União Brasileira de TrovadoresBelo Horizonte
110
O paraíso está em nós,
quando amamos um alguém,
dizendo de viva voz:
quero-te feliz também...
Aquele que tem amor
vive bem, num paraíso,
superando toda dor,
cultivando seu sorriso.
tema: desculpas
O passado que vivemos
já nos trouxe muitas culpas,
Todas mágoas esquecemos
Nos pedidos de desculpas
Em uns momentos risonhos
samba, batuque, alegria!
Noites de festas e sonhos,
Amores e fantasias.
tema: afeto
Afeto eu te dediquei,
Carinho, amor e ternura,
Hoje sozinha fiquei
Chorando essa desventura.
Menção Honrosa no Congresso Nacional de TrovasMaringá, Paraná, 1994
111
tema: inspiração
Eu não tenho inspiração
depois que perdi você.
No sofrido coração
só saudade é que se vê.
A brisa que vem do mar
traz a minha inspiração.
Faz o coração sonhar,
esquecer a solidão.
Bela e tortuosa estrada
trouxe-nos a inspiração.
Agora está abandonada,
traz somente solidão.
Assim eu vivo feliz,
tendo minha inspiração.
Neste amor que sempre quis
dentro do meu coração.
tema: orquídeas
Orquídeas, uma beleza
pelas matas e nas serras
enfeitam a natureza,
perfumam todas as terras.
Concurso do Clube dosTrovadores CapixabasDomingos Martins, Espírito Santo
112
tema: sombra
Uma sombra no jardim
me causava solidão,
lembrava dentro de mim
a nossa separação.
A sombra que refletia
seus olhos a brilhar,
a saudade eu antevia
do tempo a nos separar.
Entrando pela janela
o luar envolvia o leito
numa sombra alegre, bela,
desse nosso amor perfeito.
Fui sombra da sua sombra
passo a passo o acompanhei,
hoje sinto apenas a sombra
do puro amor que ofertei.
tema: ousadia
Para que ter teimosia
e viver na solidão,
é melhor ter ousadia,
com amor no coração.
União Brasileira de TrovadoresBelo Horizonte
113
tema: água
A chuva cai de mansinho,
a água vai molhando o chão.
O teu beijo e teu carinho
regam o meu coração.
O rio em sua corredeira
vai levando águas além,
molhando a terra ribeira,
saciando seres também.
A jangada vai partindo
para longe, mais além...
No horizonte vai sumindo
pelas águas de ninguém.
tema: clone (humor)
O clone que fez Zezé
só provocou confusão,
tinha pinta lá no pé,
pinto na palma da mão.
Um clone bem esquisito,
bastante desengonçado,
parecia ser um cabrito,
parecia porco empalhado.
União Brasileira de TrovadoresBelo Horizonte, 2002
114
tema: poente
Sol desmaia no poente
despedindo-se do dia...
A dor que o coração sente
nos trás grande nostalgia.
Sol no poente desmaia...
Inunda de luz, calor
o mar, a areia, a praia
com carinho sedutor.
tema: refém
Um amor dediquei a alguém
Entreguei-lhe o coração
e sou deste amor refém
chorando a desilusão.
tema: menina brasileira
A menina brasileira
quando dança, sorri, canta.
Fica bonita, faceira,
a todos, todos encanta.
5º Lugar no ConcursoRelâmpago de TrovasDomingos Martins, Espírito Santo, 2001
União Brasileira de Trovadores Belo Horizonte, 2004
115
tema: mãe
Mãe! Teu carinho é uma brisa
que acaricia, que me afaga
e toda ofensa ameniza
da alma nossa dor apaga.
tema: aragem
A chuva caiu na noite,
aragem em outro dia,
Nem o vento, forte açoite
desfez a nossa alegria.
tema: sorriso
Numa tarde ensolarada
eu amei o teu sorriso,
e fiquei apaixonada,
transportei-me a um paraíso.
tema: tema
Meu tema é o meigo sorriso
que exibes todos os dias,
Leva-me ao belo paraíso
de fé, sonhos e alegrias.
Para o Dia das MãesUnião Brasileira de TrovadoresBelo Horizonte
116
lugares
117117
cidade: belo horizonte
Belo Horizonte irradia
para o mundo seu valor.
São cem anos de poesia,
Trabalho, progresso e amor.
Centenária Capital
te revestes de mil flores,
tens beleza sem igual.
És repleta de esplendores.
Hoje, no teu centenário,
vibras, bela Capital.
Mostras um belo cenário,
horizonte sem igual.
Belo é o teu horizonte,
Centenária Capital,
Foi o passado uma ponte
Para esta beleza atual.
Dourado e belo horizonte,
mais belo é num céu azul!
Nas canções vindas da fonte,
vem a saudade do sul.
Centenário da Capital, 1997
Trova de Joamir MedeirosNatal, Rio Grande do Norte
118
Nos belos jardins das praças,
Nas águas das tuas fontes,
Encantas todas as raças
Com teus belos horizontes.
cidade: formiga
Es enfeitada de flores
e de um sol claro a brilhar.
Formiga, nós trovadores,
aqui vimos te saudar.
Formiga, nós aqui estamos
só para juntos trovar.
O teu progresso louvamos.
e queremos te abraçar.
cidade: vila velha
Vila Velha me seduz
o fascínio do teu mar
inundado pela luz
refletida do luar.
Manhã! Praia da Costa
com o sol sempre a brilhar...
O turista, alegre, gosta
de tranquilo caminhar.
I Congresso Brasileiro de Trovadores em Minas GeraisFormiga, Minas Gerais, 1997
XVIII Seminário Nacional da TrovaVila Velha, Espírito Santo, 1998
119
cidade: linhares
Lá perto dos verdes mares,
iremos com alegria
conhecer esta Linhares,
a cidade simpatia.
Juparanã uma lagoa
de águas claras e bons ares,
matas verdes, terra boa
circundam essa Linhares.
Sessenta e quatro lagoas
o Município tem.
Campos, matas, terras boas...
e o povo gentil também
O bom projeto Tamar
as tartarugas preserva.
Mata Atlântica a florar
em grandiosa reserva.
cidade: domingos martins
Pelas montanhas cercada,
está Domingos Martins,
toda cidade é enfeitada
de poetas e jardins.
XIV Seminário Nacional da TrovaLinhares, Espírito Santo, 1994
I Congresso Brasileiro de Poetas TrovadoresDomingos Martins,Espírito Santo, 2001
120
Poetas em seus jardins
a fim de ter emoções;
esta Domingos Martins
ficará nos corações.
cidade: esteio
Esteio, foste iniciada
em uns ranchos de sapé,
e em cidade transformada,
com amor, progresso e fé.
Vibro com tua história,
Esteio, vim te conhecer...
É teu passado de glória.
No futuro irás crescer...
Tuas noites estreladas...
De sol brilhante, teus dias...
Ruas de flor enfeitadas...
És Esteio de alegrias.
Menção Honrosa no1º Concurso de Poesia, Conto e Trova Literária de EsteioEsteio, Rio Grande do Sul, 1996
121
estado: rondônia
Rondônia lá tão distante,
recebeu-nos com carinho.
Os poetas, neste instante,
te adotam como seu ninho.
A Porto Velho nova é,
tem a civilização.
Na Madeira Mamoré,
guarda toda tradição.
Corre esse Rio Madeira,
levando as águas além.
Molha esta terra ribeira.
Sacia seres também.
Rio Madeira corre lento
por toda grande região.
Poetas, neste momento,
fazem-te uma saudação.
Rondônia vamos partindo
deixando-te a poesia.
E a saudade já sentindo,
Voltaremos algum dia.
Seminário da Trova da Semana da Cultura de Rondônia
122
homenagens
123123
Índios da língua Tupi
são poetas a encantar.
Chamam a lua Jaci
e adoram seu brilhar.
Nossa Jacy é a lua,
vive sempre a trabalhar.
Dando a cultura que é sua
para os que a vêm procurar.
A incansável pequenina
anda que nem corrupio,
onde a poesia germina
vence qualquer desafio.
Hoje aqui temos a prova
do seu valor e progresso,
neste evento que renova
o brilho de Bom Sucesso.
Quanta coisa bonita
ostenta neste varal.
Mostra que não se limita
à força de um ideal.
II Varal de Poesia de Bom SucessoBom Sucesso, Minas Gerais, 1988
homenagem a jacy,por áurea venâncio
124
A Bom Sucesso, seu povo
e a Jacy vamos saudar,
prevendo o futuro novo
nas letras a prosperar.
125
Cinquenta anos já vividos
com alegrias, muito amor.
Nunca serão esquecidos.
São vividos com ardor.
Ontem, nós éramos dois
na busca de um ideal...
e meio século depois:
felicidade total.
Este amor que nos uniu,
com os filhos já nascendo,
a família reuniu.
Cada vez mais vai crescendo.
Vida a dois iniciada
com filhos se completou
e dos netos a chegada
o elo de amor aumentou.
Relembrando meu passado
vem a saudade, a alegria.
Amei e também fui amado!
Hoje resta a fantasia.
Rio de Janeiro, 1996homenagem às bodas de ourode walpira e publio
126
diversas
127127
No jardim, humilde cravo
lamentava seus temores.
Sentia-se como escravo
entre tão bonitas flores.
Tantas flores encontrei
neste meu longo caminho.
A todas então saudei
e dei meu doce carinho.
No palco da fantasia,
procurei a imagem tua.
Passou noite, passou dia...
fiquei sozinha na rua.
Cantando vivo feliz
eu não choro nem lamento.
Aquele que sempre quis
não me sai do pensamento.
Teu pesinho delicado
deixando na areia do mar
o teu rastro bem marcado
para sempre o acompanhar.
128
Assim eu vivo feliz
com grande satisfação.
A verdade eu sempre quis
dentro do meu coração.
Até a lua curiosa
espiava pela janela,
uma envolvência amorosa
de um rapaz e uma donzela.
Lá no infinito, as estrelas
são como um belo colar.
É muito bonito vê-las
na noite escura a brilhar.
Noites claras, de luar,
sinto grande inspiração:
vontade de rir, chorar,
alegrar meu coração.
Noite clara de luar
dá na gente nostalgia,
muita vontade de amar
até ver raiar o dia.
129
Se essa lua fosse gente,
ela, por certo, amaria,
da fase cheia à crescente,
doando amor e alegria.
Estrelas no infinito,
estarão sempre a luzir
como num colar bonito,
teus olhos a refletir.
Nas malhas daquela rede
tecida com grandes nós,
pescador, na sua sede
do pescado, fica a sós.
As fitas nos seus cabelos
são laçadas com um nó,
feitos com tantos desvelos
que parecem uma só.
Alguém que vive sozinho,
lembrando um terno abraço,
é um cálice sem vinho,
derramado pelo espaço.
130
O silêncio me amargura.
Não gosto da solidão.
Prefiro ter a ventura
de um amor no coração.
Tua presença constante
dentro do meu coração,
revivendo todo instante,
os momentos de emoção.
Eu esperei tanto, tanto,
perecendo de ansiedade,
e tu não vieste, portanto
acabou a felicidade.
Ruflando as asas contente
feliz, voa o passarinho.
Num grito bem estridente,
volta pra seu tosco ninho.
Com meiguice beija a flor
o pequeno colibri.
Vai sugando com amor
o néctar que existe ali.
131
A ave volta pro seu ninho
na tarde fria de inverno.
Sua prole, com carinho
vigia, com amor fraterno.
Por caridade, Senhor,
envia a chuva pro sertão!
Não vejo capim nem flor.
Secou toda plantação.
Na natureza me inspiro,
com flor fico emocionada,
pelo seu amor suspiro
em silêncio, enamorada.
Ser poeta, na verdade,
é viver com alegria.
É fugir da realidade,
ter na vida a fantasia.
No coração, é um presente
ter a alegria de viver.
Todos queremos somente
o sucesso merecer.
União Brasileira de TrovadoresBelo Horizonte, 1997
União Brasileira de TrovadoresBelo Horizonte, 1997
132
No mundo, há muita gente
que não sabe como amar,
e nenhuma emoção sente
na doçura de um olhar.
Uma mágoa que se sente
ao perder um grande amor,
dói no coração da gente
e nos arrasa essa dor.
É verdade que eu te amei
com loucura, com paixão.
Este amor que cultivei
terminou numa implosão.
O sol, longe, no infinito
expande luz e calor.
Meu coração, num só grito
proclama meu grande amor.
Eu brincava de casinha,
andava na enxurrada
e pulava amarelinha.
Oh! Que criança levada.
133
Presa à velha tradição,
vive a virgem tão sozinha!
Sem amor no coração
triste, na vida caminha.
Vem! Volta para meus braços,
vem receber meu carinho,
deliciarmos com abraços
e beijos, no nosso ninho.
Sua escrava ele saudou
com carinho e compaixão.
O seu trabalho exaltou
naquele suado chão.
Por que tanta teimosia
em querer quem não te quer?
Melhor esquecer Maria,
procurando outra mulher.
Achas que chorei? Não! Não!
Esqueci que já te amei.
Dentro do meu coração
nenhuma mágoa guardei.
134
Eu não tenho inspiração
depois que perdi você.
No sofrido coração
só saudade a gente vê.
A brisa beija teu rosto
com ternura, com carinho,
bem à tardinha, ao sol posto,
e à noite, devagarinho.
A brisa afaga teu rosto
com carinho, com ternura,
pela manhã, no sol posto
ou na noite calma e escura.
Sendo velho ou novo amigo,
dão grande satisfação.
Eles convivem comigo,
estão no meu coração.
Nasce mais uma criança,
inunda a noite de luz
trazendo a vida e esperança...
Chegou o menino Jesus.
135
O Natal traz harmonia,
festa que transborda luz.
E nesse grandioso dia
nasceu o Menino Jesus.
Ó criança! É amanhecer!...
Vem correr e vem brincar,
castelos na areia fazer,
sua infância desfrutar.
A distância, que maldade!
Um tempo nos separou.
Agora a felicidade
de nós dois se acercou.
A música vem na brisa
que sopra no verde mar.
Som que a saudade ameniza
de quem chora por amar.
A beleza da poesia
é qual música a embalar
minha alma triste, vazia,
na saudade de um olhar.
136
Não vou lembrar o passado...
Vou viver o hoje somente.
eu, que me sentia agoniado
canto a alegria do presente.
O passado é dor, saudade
do que nos aconteceu.
Esquecer toda maldade,
lembrar o amor que viveu.
O passado que vivemos
não trouxe felicidade.
Os tormentos esquecemos,
hoje é suave na saudade.
A presença de um sorriso
alegra nosso viver,
transformando em parais
um desolado sofrer.
Bem-te-vi canta contente
lá no alto do pessegueiro,
ergue seu peito imponente,
canta, canta, no dia inteiro.
137
Bem-te-vi cantou contente
lá no alto do pessegueiro.
Ergueu seu peito imponente,
voou pro seu ninho ligeiro.
Longa e tortuosa estrada,
cheia de flores, de espinhos!...
Chegando ao fim da jornada
eu recebo seus carinhos.
Vem chegando a madrugada...
eu me sinto tão sozinho!
Não tenho seu amor, nem nada,
sou igual uma ave sem ninho.
A velha ponte encardida
por muita gente pisada,
foi caminho, deu guarida,
agora está abandonada.
A velha ponte encardida
por muitos povos pisada,
guarda mensagens de vida
mesmo estando abandonada.
138
As crianças brincam contentes
sob clarão da bela lua.
Ao frio estão indiferentes,
correm, correm pela rua.
Ruflando as asas contente
voa feliz o passarinho,
num canto bem estridente
volta pro seu tosco ninho.
A ave volta pro seu ninho
na tarde fria de inverno.
Sua prole com carinho
vigia com amor fraterno.
Com meiguice beija a flor
o pequeno colibri.
A ave suga com amor
o néctar que existe ali.
Tua carta logo rasguei
no auge da desilusão.
Os pedaços eu colei
junto com o meu perdão.
139
Cantando eu vivo feliz,
eu não choro nem lamento.
Liberdade sempre quis:
no coração, pensamento.
Assim eu vivo feliz
com grande satisfação.
Liberdade eu sempre quis
dentro do meu coração.
A velha ponte encardida
por muitos povos pisada
guarda mensagens de vida
em letras semi-apagadas.
No livro da minha vida
escrevi em letras de ouro.
Teu nome minha querida,
nossos sonhos, meu tesouro.
Tua letra reconheci
num envelope dourado.
À saudade resisti,
atirei-o fora, fechado.
140
Ela dançando sorria,
no samba assim esbaldava
aquela grande alegria
pelo amor que começava.
O corpo dela gingava
naquele samba dolente,
o frenesi se espalhava
para toda aquela gente.
Do teu beijo esta lembrança
na saudade noite e dia
renova minha esperança
de outros tempos de alegria.
O sol que ao longe desmaia
inunda de luz, calor
o mar, a areia, a praia,
com carinho sedutor.
A noite era silenciosa!
Lua cheia dormitava.
Encantada com a rosa
que ali o jardim perfumava.
141
Estava uma noite assim...
Enluarada, bela, calma.
O amor se acercou de mim
e se apossou de minha alma.
Na areia branca da praia
teu rosto o sol refletia
na tarde fria que desmaia
despedindo o belo dia.
Fazer trova na verdade
é viver com alegria.
É fugir da realidade,
ter na vida a fantasia.
Na noite de carnaval
vivi instantes de alegria,
uns momentos sem igual
nos braços da fantasia.
142
143
O haicai é uma forma poética de origem japonesa, cuja
principal característica é a concisão. Os poemas têm
apena 3 versos, com 5, 7 e 5 sílabas poéticas, nessa ordem.
Originalmente, o haicai não tem rima e baseia-se nas quatro
estações do ano (denominadas “kigô”) e em elementos da
natureza: sol, frio, folhas, rios, céu, pássaros, plantas etc.
O haicai é, em suma, uma brevíssima descrição do que o
poeta vê no momento. Se ele vê uma borboleta que
sai do galho, vai até o chão e retorna ao galho, escreve:
pétala caída
que, ao galho retorna!
uma borboleta.
No Brasil, o haicai não se relaciona às estações do ano ou
à natureza. O responsável pela popularização dessa forma
poética aqui foi Guilherme de Almeida, que inseriu a rima no
haicai, da seguinte forma: rimam a 5ª sílaba do primeiro e do
terceiro versos, e no segundo verso há uma rima interna, entre a
2ª e a 7ª sílabas. Esses haicais são chamados guilherminos.
haicais
144
145145
Vinte e sete, maio,
terminando a convenção.
Tristemente saio.
A chuva cai, cai,
gotas vão se acumulando.
Enxurrada vai.
Eu sempre sorrindo.
Tendo minha alma sonhando.
O tempo indo e vindo.
Mágoa não guardei
por toda dor que sofri.
Lágrimas chorei.
Lágrimas chorei,
muita dor eu já sofri.
Mágoa não guardei.
Há focos de luz,
nos poros de cada ser
o brilho reluz.
A noite serena,
o firmamento estrelado,
é a noite amena.
146
O céu já chorava,
a natureza morria.
Um olhar brincava.
Lua de cristal
iluminando essa noite.
Sonho de Natal.
147
148
149
Nós, poetas, somos sonhadores, amamos a natureza e o que é
belo, ainda que simples. Quantas vezes somos acordados pela
lembrança de alguém que entrou em nossas vidas por acaso e
nos inspirou a escrever sobre a beleza o amor! E é essa alegria
que desejo compartilhar com meus leitores, familiares e amigos.
Agradeço aos meus filhos, Helvio, Lenira e Peter, às noras,
Glória e Soraya, e ao genro, Renato. Aos netos, Rafael, Luisa,
Rodolfo, Peterson e, em especial, à Renata e ao Daniel, que
auxiliaram a organização, revisão e elaboração gráfica do livro.
Agradeço também ao professor Antônio Alves Teixeira, com
quem tive a enriquecedora experiência de criar e dirigir um
Centro de Arte e Cultura em Bom Sucesso ao longo de 12 anos.
Ao Rômulo César Almeida, meu afilhado. Ao amigo Marcelo
Marcinelli, por seu incentivo na publicação destes trabalhos.
Finalmente, a todos os que me inspiraram e, direta ou
indiretamente, apoiaram a concretização deste livro.
agradecimentos
150
Mango | www.mangobr.com.brprojeto gráfico do miolo
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