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Santa Casa da Misericórdia de Aveiro N.º
Janeiro A
Março 2015
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Editorial
Como se estivéssemos a meio da ponte, sem saber
para que lado ir, para trás olhando para um 2014 que
passou a correr, ou para à frente onde nos esperam
projetos, intenções e muitas promessas, deparamos
com alguns momentos que nos permitem pensar, ou
repensar, no imediato – acabar a Obra Irmãos Rangel
e começar as empreitadas do Complexo da Moita –,
no quase a seguir – que fazer com um “Portugal
“2020” que ninguém ainda compreende e num
próximo futuro que, atendendo às vicissitudes da
época, sabemos que nos trará mais do mesmo ou
pior.
Resta-nos procurar outro olhar, mais aberto, solidário
e sobretudo nos muitos obstáculos que nos esperam,
encontrar réstias de esperança capazes de nos
fornecerem a força de que necessitamos.
Começávamos assim o editorial para este boletim
quando fomos surpreendidos com o falecimento
súbito do nosso Presidente Dr. Girão. À surpresa da
notícia juntou-se um enorme sentimento de perda e
muita emoção. Ao longo de todo o nosso mandato
nesta Santa Casa convivemos, sabendo que tínhamos
ali uma âncora onde facilmente nos poderíamos
agarrar através dum conselho, duma opinião ou
mesmo dum oportuno reparo. Ao saber juntou-se
sempre uma amabilidade própria que nos transmitia
uma segurança e a sensação de que a disponibilidade
demonstrada vinha de dentro. A passagem do Dr. José
Girão pela Santa Casa da Misericórdia de Aveiro ficará,
para sempre, gravada na memória como um capítulo
simples, duma vida plena de grandes feitos em todas
as áreas onde deu os seus contributos, mas essencial
para o desempenho deste executivo que dele se
serviu.
O interesse demonstrado por tudo quanto se passava
nesta casa, visitando e indagando nos diversos
sectores, sempre com uma palavra oportuna, criou
um vínculo de confiança junto de todos nós que nos
obriga a reconhecer que, daqui para a frente, teremos
mais dificuldade em enfrentar as tarefas que nos
estão destinadas. Sempre que solicitado acolheu com
o máximo carinho os problemas que lhe íamos
apresentando, contribuindo assim para que nos
sentíssemos protegidos por enorme conhecimento.
De acordo com a Lei vigente incluímos na nossa
página www.scmaveiro.pt o Relatório e Contas
referentes ao exercício de 2014.
Provedor
Provedor
Lacerda Pais
Sede
Lançamento da NOVA DENTIDADE VISUAL da Misericórdia de
Aveiro
No dia 19 de março de 2015, a Santa Casa da Misericórdia de Aveiro lançou a sua Nova Identidade Visual, um marco
que ficará para sempre na história desta Irmandade com 517 anos de existência.
A cerimónia teve lugar na Sala do Despacho, na qual estiveram presentes várias entidades da cidade de Aveiro e
Misericórdias do Distrito, assim como, alguns elementos dos Corpos Gerentes, Mesa Administrativa e colaboradores
da Misericórdia de Aveiro.
A abertura da cerimónia foi feita pelo Sr. Provedor da Misericórdia de Aveiro, Drº Carlos Lacerda Pais, seguido pela
apresentação e explicação da Nova Identidade Visual da Misericórdia, pelo designer de comunicação, Drº Roberto
Gerhardt, responsável pela criação da nova marca.
A nova identidade visual da Misericórdia de Aveiro, foi o resultado de uma parte do trabalho desenvolvido, no
âmbito do mestrado em design da Universidade de Aveiro, cujo título é “Comunicação e Museografia da Santa Casa
da Misericórdia de Aveiro”. Foi necessário estabelecer uma parceria entre a Universidade de Aveiro e Santa Casa da
Misericórdia de Aveiro (Património Histórico e Cultural).
Após o lançamento oficial da Nova Identidade Visual da Misericórdia de Aveiro, os presentes foram convidados a
assistir a um concerto na Igreja da Misericórdia, com o grupo “Voz Nua” e com a
participação especial das “Novas Vozes”, sobre a direção da Maestrina, Aoife Hiney.
Programa do concerto
Explicação da Nova Identidade Visual
No ano da comemoração dos 517 anos da Santa Casa
da Misericórdia de Aveiro, conhecida pela sua atuação
e competência, sobretudo na área da solidariedade e
assistencialismo, redesenhou-se o seu símbolo. Como
referencial criativo da nova marca foi selecionado
uma representação escultórica do pelicano, que
encabeça o altar mor da Igreja. A representação da
maternidade do pelicano que alimenta a sua prole
com o sangue do seu próprio corpo parece
representar bem a missão social da instituição. Na
lenda, o pelicano bica o próprio peito para alimentar e
salvar as suas crias, o que remete para uma metáfora
de uso religioso e político: a do Cristo Redentor no
momento crucial da salvação dos fiéis. Representa o
conceito de dar de si, do amor ao próximo e que
tornou-se um símbolo da Paixão de Cristo e da
Eucaristia. O símbolo foi escolhido por D. João II
enquanto príncipe - tratando-se, portanto, de uma
auto-representação - que se estendia também à sua
mulher D. Leonor. A dominante humanista dos
referenciais impunha a seleção de uma tipografia que
pudesse, coerentemente, contemplar atributos
formais e documentos antigos, associando-os a um
uso contemporâneo. Na componente cromática
elegeu-se a cor azul que remete simbolicamente à
ponderação, ao infinito e ao conhecimento. A solução
encontrada reforça a ideia da imagem coordenada,
alinhada com os princípios e fundamentos da
instituição. Pretende-se, sob este prisma, que a
comunicação da Misericórdia, seja mais objetiva e
clara, auxiliando no posicionamento da instituição
face à sua identificação pública, colaborando na
construção de uma imagem de marca eticamente
alinhada pelos princípios da solidariedade social. É
este o objeto metáfora que garantirá o diálogo
simbiótico entre bem cultural e comunidade ativa e
tem nessa dimensão a contemporaneidade atuante,
ao longo de mais de 500 anos, que se alicerça num
passado convocado no presente.
Assumindo como condição a inovação conceptual,
parecia evidente a necessidade de substituir a retórica
arcaica da antiga marca por outra linguagem mais
contemporânea que, no entanto, não traísse os
valores do seu simbolismo institucional. Neste
sentido, presume-se que a nova identidade visual da
Misericórdia, com a sua linguagem contemporânea,
amparada pela museografia no interior da Igreja, sirva
para aproximar ainda mais a comunidade da
instituição
Discurso do Sr. Provedor - abertura do lançamento da marca
Desde os seus primórdios que a Santas Casas utilizam os seus símbolos. De todos, o mais tradicional, é a Bandeira.
“ Tinha a Misericórdia a estranha prerrogativa de, quando a meio da execução a corda do enforcado se quebrava,
tocar com a sua bandeira o corpo do paciente, que vivo ou morto lhe ficava pertencendo, considerando-se justiça
feita, como era a Misericórdia que por direito fornecia a corda para o suplício, várias vezes a molhava em água forte,
para assim ter ocasião de usar o seu humanitário privilégio “( citação de José da Silva Ramos- “ A Misericórdia de
Lisboa”).
A conservação ao longo dos anos, da Bandeira da Misericórdia de Aveiro, permitiu que esta possa estar, atualmente
exposta, em cerimónias de solenidade desta Irmandade. As Mesas Administrativas têm tido a preocupação de
preservar e recuperar os principais símbolos que, ao longo dos séculos, representaram a sua identidade, através do
seu valor e uso digno e nobre. Assim foram publicadas várias obras literárias sobre o património histórico e cultural;
mandadas executar novas opas, recorrendo ao modelo original das poucas existentes; foram criadas varas, de
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acordo com o único exemplar da época e que se encontra na reserva do património histórico; com música e letra do
nosso afável Maestro, Dr Gamboa, foi criado o nosso Hino, e hoje, estamos aqui a proceder à apresentação da nova
marca. É mais um marco de vitalidade desta Santa Casa, com mais de 500 anos de existência, e que só foi possível no
seguimento da parceria estabelecida entre esta Santa Casa e a Universidade de Aveiro, e sobretudo, pelo enorme
interesse e dedicação que o Dr. Roberto Gerhardt, manifestou neste projeto.
Como um velho amigo meu e mesário desta Santa Casa, escreveu, “Ir buscar a luz do passado, é iluminar os
caminhos do presente e do futuro. Futuro que para se construir, teremos de beber nas raízes do passado. De outro
modo a chama saída da grande lareira, não passaria de um pequeno pavio de luz amortecida, condenado a apagar-se
quando o pouco azeite da lamparina acabasse de ser queimado.
É benéfico de longe em longe riscar a pederneira para que os relâmpagos da sua luz alumiem os caminhos trilhados
pelos nossos antepassados, de modo a que as novas gerações melhor possam ver e não esquecer os rastos dos seus
avoengos e tudo que foram levantando e deixaram ao longo do percurso, para que os vindouros melhor possam
apreciar o seu indomável esforço. A Santa Casa da Misericórdia de Aveiro, também designada por Misericórdia de
Aveiro e outras, poucas mais, detêm, quase que por semelhança, uma certidão de nascimento e batismo idêntica à
da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Como tudo da vida, a Misericórdia de Aveiro teve períodos auspiciosos e
períodos de decadência. Não vamos relatar todo o riquíssimo património histórico e arquitetónico da Santa Casa da
Misericórdia de Aveiro, relativamente ao passado, designadamente no tocante à sua Igreja, Casa do Despacho e
claustros, nem fazer historial, além de outros valores patrimoniais como imóveis, móveis utensílios e objetos, alguns
de incalculável valor real e estimativo.” ( Serafim, 1986).
Casa da Cruz
Janeiras
Habitualmente a Casa da Cruz enquadra no seu Plano
Anual de Atividades a celebração do Dia de Reis com
uma Cantata, que percorre as ruas circundantes.
Porém, tal não ocorreu neste ano letivo, porque as
condições atmosféricas não nos foram favoráveis.
Em alternativa, assinalámos a dita efeméride,
promovendo visitas recíprocas das salas, por toda a
comunidade institucional, com o pretexto dos grupos
do pré-escolar partilharem as canções ensaiadas,
exibindo os respetivos dotes corais e as coroas
decoradas para a ocasião!
Foi ainda dinamizada uma sessão audiovisual
destinada aos mais pequeninos da creche, onde foram
apresentadas uma história e músicas alusivas à data.
Participação nas Festas de S. Gonçalinho
Mais uma vez as crianças do Pré-escolar foram à
tradicional manhã infantil incluída no programa das
festividades em honra de São Gonçalinho. Assistiram a
uma peça de teatro infantil e ainda comeram a
tradicional cavaca.
Apesar do frio, foi muito divertido.
Festa de S. Gonçalinho
Confeção de Bolo Rei
A confeção do tradicional Bolo Rei possibilitou às
crianças das valências de creche e pré-escolar
explorar diferentes ingredientes e participar
ativamente na decoração dos bolos.
A expetativa era imensa e lá surgiram deliciosos bolos
para todos os gostos: de chocolate, de frutos secos e
de fruta cristalizada.
Todos participaram na confeção de deliciosos Bolos Reis
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Visita ao Pólo de Leitura de Esgueira
No dia 8 de janeiro, as crianças da sala dos 3 anos
foram ao Pólo de Leitura de Esgueira para ouvirem
uma história dinamizada pela Educadora Teresa. “Um
conto de Natal” apelava à amizade e ao espírito de
solidariedade. As crianças ouviram-na atentamente e
no fim ainda puderam interagir, ajudando a
reproduzir novamente a história.
É visível a atenção prestada ao conto de Natal
Visita à Ludoteca Dragão Brincalhão
No dia 22 de janeiro, as crianças do pré-escolar saíram
em direção ao Dragão Brincalhão da Associação de
Paralisia Cerebral de Coimbra. A dinâmica intitulada
de ``Todos a bordo! 3,2,1, 0… Descola´´ permitiu às
crianças uma viagem para um mundo fantástico. Aqui
a fantasia confundiu-se com a realidade e as crianças
puderam vivenciar o que é ser um verdadeiro
Astronauta. Colocaram capacetes e botijas de
oxigénio e aí a aventura começou...!
Foi um dia muito divertido!!!
Viagem a um mundo fantástico
Baile e desfile de Carnaval Foi com grande alegria que o Centro de Educação de
Infância viveu mais um Carnaval.
No dia 13 de fevereiro, as crianças da valência de
creche tiveram a oportunidade de, trajadas a rigor de
acordo com a época medieval – tema escolhido para
toda a Instituição – bailarem ao som de músicas
Carnavalescas. Foram momentos de grande alegria e
de boa disposição entre todos os participantes e uma
excelente oportunidade para as crianças e adultos,
das diferentes salas de creche, interagirem e
partilharem a sua boa disposição.
Já as crianças do pré-escolar viram o seu desfile de
Carnaval adiado, do dia 13 para o dia 20 de fevereiro,
devido às más condições atmosféricas.
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Por este motivo, e para que também as crianças do
pré-escolar pudessem disfrutar do ambiente
carnavalesco, a equipa docente improvisou, na tarde
do dia 13, um baile de Carnaval onde reinou a
brincadeira e alegria. O desfile Carnavalesco do dia 20,
que deveria ter decorrido juntamente com as crianças
do Agrupamento de Escolas de Esgueira e com um
percurso programado pelas ruas circundantes de
Esgueira, realizou-se apenas com as nossas crianças e
junto à nossa Instituição. Esta alteração deveu-se à
greve da função pública e consequentemente à falta
de condições de segurança para irmos para a rua. No
entanto, apesar destes percalços, as crianças viveram
momentos de grande alegria.
Baile Carnavalesco
Sessão de Yoga na escola
Acordou-se proporcionar uma sessão de yoga para as
crianças, respondendo assim ao interesse de alguns
pais que procuram uma maneira de melhorar a
concentração dos seus filhos.
Calma e equilíbrio são, provavelmente, as primeiras
associações quando pensamos em yoga para crianças.
É interessante verificar que as crianças, apesar da sua
imensa energia e agitação naturais, tenham depois a
capacidade de permanecerem focadas e atentas
quando é necessário. Igualmente, é sabido que o yoga
ajuda a melhorar a sua flexibilidade, saúde, equilíbrio,
entre muitas outras coisas!
Durante a aula, orientou-se para as posturas,
incorporando palavras e sons aos movimentos,
adicionando elementos lúdicos e interativos, o que
permitiu manter a criança envolvida.
Trabalhamos também relaxamento e técnicas de
respiração que ajudam as crianças a sentirem-se mais
centradas, calmas e acima de tudo mais seguras de si.
NAMASTE!
Feira da Saúde da Casa da Cruz com várias atividades
1ª Workshop “Culinária saudável “
No decorrer da Feira da Saúde, foram desenvolvidos
diversos workshops sobre alimentação saudável, para
despertar o interesse e a curiosidade das crianças.
Todas as crianças tiveram oportunidade de participar
ativamente nas atividades.
Na sala dos 12/24 meses fizeram uma degustação de
frutos. Na sala dos 12/36 meses fizeram uma salada
de ovos. Na sala dos 3 anos elaboraram espetadas de
fruta. Na sala dos 3/4 anos, com a colaboração da
mãe do Gabriel, fizeram trufas com tâmaras e cacau e
na sala dos 4/5 anos assistiram a uma palestra
“apetece-me…” com vários jogos e atividades.
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2ª Ginástica Divertida
A manhã, do dia 26 de Março, foi diferente para as
nossas crianças. Foi a manhã da ginástica divertida.
Primeiro para os grupos da creche e num momento
posterior para os grupos da valência de pré-escolar.
Iniciou com música bem alegre e divertida, fizeram-se
pequenos e cuidadosos movimentos - o aquecimento
– e, em seguida, já bem quentinhos e com
movimentos soltos, os meninos imitavam, com mais
ou menos destreza, as educadoras que foram
realizando movimentos e danças para, brincando,
desenvolver as habilidades motoras.
Depois de muita dança e muito movimento, à mistura
com a alegria que se fazia sentir no espaço, foi o
momento do relaxamento. Com música mais calma e
tranquila os meninos descansaram e puderam refletir
um pouco sobre a importância do exercício físico na
saúde.
3ª Hospital dos bonecos:
No âmbito do projeto de sala, “Faz de conta que
sou…”, no dia 18 de Março, a sala dos 3 anos
transformou-se no “Hospital dos Bonecos”.
A enfermeira Helena veio ensinar a fazer curativos e
dar o tratamento certo para os bonecos que cada um
trouxe de casa. Todos puderam tomar contacto com
diversos instrumentos e no fim ainda ouviram o seu
coração com um estetoscópio.
Uma experiência bastante entusiasta
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Comemoração do Dia do Pai
Este ano pais e filhos foram convidados a tomar o
pequeno-almoço na escola. A mesa recheada de
deliciosas iguarias fez as maravilhas dos nossos
ilustres convidados. O ambiente no refeitório era de
satisfação e convívio. Foi sem dúvida uma manhã
muito bem passada.
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Os Papás começaram por festejarem este dia, a eles dedicado, tomando o pequeno almoço na escolinha dos filhos que lhes prepararam uma
deliciosa refeição.
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Complexo Social da
Moita
Quadras de São Gonçalinho
A convite da Biblioteca Municipal de Aveiro os idosos
do Complexo Social da Moita, dedicaram umas
quadras ao Santo da Beira Mar, o São Gonçalinho, as
quias se seguem:.
“Em tempo distante
Lá para o lado de Amarante
Nasceu um menino-prodígio
A quem se deu nome São Gonçalinho”
“São Gonçalino tão belo
Tanta murmura tem
Cozia pão, para dar aos seus amigos
Como não havia ninguém”
“São Gonçalinho casamenteiro
Que vieste de Guimarães para Aveiro
Para com o povo festejar
Com muitas cavacas pelo ar”
Lenda São Gonçalinho Em tempo distante, lá para o lado de Amarante,
nasceu um menino-prodígio, de nome Gonçalinho.
Cresceu como as outras crianças. Era filho de um
lavrador que tinha grandes trigais. Este ajudava seu
pai, para que os pardais não estragassem os trigais.
Gonçalinho como criança distraía-se a brincar. O pai
quando chegou a casa ficou muito arreliado.
Gonçalinho apercebeu-se e disse:
- Não te aflijas pai! Já guardei os pardais. Não tens
estragos nos trigais porque guardei-os, na casa da
Eira.
- Como colocaste na casa da Eira, se nem porta tem!
Então como os fechaste?
- Foi com a grade com que semeaste os trigais.
- Então vamos lá ver se é verdade ou se estás a
mentir.
O pai ao ver os pardais lá dentro, admirado
perguntou-lhe:
- Como conseguiste?
- Alguém olhou por mim, senti que uma força maior
me ajudou, para não me ralhares. Podes ficar
descansado que não te chateias mais. Os pardais já
não comem os teus trigais.
Vendo o pai pouco convencido, Gonçalinho
acrescentou:
- Quando eu crescer, vais perceber que fui ajudado.
Foi um milagre. A lembrança há-de reinar.
Assim foi, naqueles terrenos sempre houve grandes
trigais.
O mito alastrou-se até a cidade de Aveiro, onde no
mês de Janeiro se celebra uma festa, em honra ao São
Gonçalinho, com fartura de cavacas e muita animação
pelas ruas.
A esta tradição junta-se um aglomerado de pessoas
de todos os lados. Ainda hoje, São Gonçalinho por
todos é lembrado.
Contado pelo utente de ERPI Sr. Fernando Baptista Ferreira
Passeio ao Presépio da
Cavalinho
No dia 29 de janeiro, utentes da Estrutura Residencial
para Idosos, Centro de Dia e Serviço de Apoio
Domiciliário foram até São Paio de Oleiros, visitar
aquele que é laureado com o título de “Maior
Presépio do mundo em movimento“.
Este espaço promove a coexistência expositiva das
figuras habituais, da narrativa do nascimento de Jesus,
com outras, que sintetizam atividades diárias e
hábitos lúdicos, culturais e profissionais do ser
humano.
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Celebração dos Reis
No dia 6 de janeiro, celebrou-se as Janeiras no
Complexo Social da Moita. Um dia repleto de boa
energia e tradição, onde um conjunto de idosos e
colaboradores trajados a rigor brincaram e cantaram
as Janeiras no Complexo Social da Moita.
Foram muitas as cantorias e brincadeiras
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Atividade
“Chá Dançante”
A dança é uma forma de animação que pode e deve
ser desenvolvida com os mais velhos, uma vez que
para estes a dança está associada a memórias e
experiências importantes na sua vida.
O Complexo Social da Moita organiza mensalmente
um baile dedicado à população sénior. Tem por
objetivo promover momentos de convívio, de
diversão e até de exercício físico.
No mês de janeiro contamos com a presença da
Associação humanitária de Salreu.
Uma pequena amostra do “Chá Dançante”
Passeio ao Museu do Brincar
No mês de fevereiro, um grupo de idosos da Estrutura
Residencial, de Centro Dia e Apoio Domiciliário
visitaram o museu de Brincar em Vagos.
O Brincar possibilita o resgate de valores sociais
essenciais, é uma forma de comunicação entre
gerações, um instrumento de aprendizagem e de
valorização do patrimônio lúdico-cultural em
diferentes contextos. Por meio das brincadeiras
podemos compreender a cultura de um povo.
Os idosos são hoje portadores de uma grande
sabedoria adquirida aos longos dos anos e, nesta
visita, recordaram brincadeiras e costumes que
fizeram parte de suas infâncias.
Recordar a brincar
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Jogos tradicionais
No passado dia 29 de março, os familiares dos utentes
da Estrutura Residencial para Idosos foram
convidados a estarem presentes neste espaço com a
finalidade de jogar diversos jogos tradicionais, tais
como, o jogo da malha, o peão, damas, entre outros,
com os seus familiares institucionalizados.
Jogo da Malha
Jogo do Peão
Jogo de Damas
Exposição mensal dos
trabalhos e atividades
Mensalmente, no Complexo Social da Moita, realiza-
se uma exposição dos trabalhos e atividades
executadas ao longo de cada mês. O objetivo é dar a
conhecer aos familiares e visitantes da Estrutura
Residencial para Idosos as dinâmicas da instituição.
É com orgulho que os utentes veem expostos o seu
trabalho e sentem-se motivados para novos desafios.
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Passeio - Quinta equestre de Aveiro
No mês de março os utentes do Complexo Social da Moita visitaram a Quinta Equestre de Aveiro, foi um dia inesquecível, com experiências perto da terra e dos animais. Programa de atividades realizadas: 11:00 Visita à Quinta – alimentação a todos os animais 13:00 Almoço – piquenique 14:00 Atelier do Pão – Visita à Casa do Forno – visualização da mó e utensílios antigos 16:00 Lanche
Visita à Quinta Equestre
I concurso de árvores
A convite do Centro Paroquial e Social São Pedro da
Palhaça participamos no primeiro concurso de árvores
recicladas interinstitucional.
O concurso decorreu até o dia 30 de abril de 2015,
cujo tema foi a “Terra”.
Agarramos no tema na perspetiva de defesa da terra,
valorizando o aproveitamento e o emprego de
materiais reutilizáveis e/ou reciclados.
Para construção da árvore foram utilizados os
seguintes materiais: capsulas e sacos de café, botões,
arame, sacas de plástico, rede, molas, revistas, jornais,
garrafão plástico e areia.
Inicialmente, foi construída uma estrutura de ferro
para suportar a árvore. De seguida colocou-se o
suporte dentro de um garrafão plástico de 5l,
previamente cheio de areia e forrado com folhas de
revistas recortadas em forma de flor e borboleta.
Seguiu-se a construção dos ramos, tendo sido
preenchida uma rede com flores, utilizando os
materiais selecionados (sacos de plásticos com
diferentes cores, botões e capsulas de café).
Finalmente, de forma a embelezar ainda mais a
árvore, construíram borboletas com jornais, sacos de
café e molas.
Resultou uma árvore cheia de cor, alegria e vida,
elaborada só com materiais reciclados, permitindo
muita imaginação e demonstrando que é possível
criar sem maltratar a terra/ambiente, contribuindo
para um mundo melhor.
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Árvore criada pelos utentes de ERPI do Complexo Social da Moita
– I Concurso de Árvores/2015
Atelier Culinária
Ao longo destes meses os utentes de ERPI e Centro de
Dia, no âmbito desta atividade, confecionaram
diversos bolos, encontrando-se abaixo as receitas do
bolo de chocolate e dos coquinhos.
Receitas
1.Bolo de Chocolate Ingredientes:
•220 g farinha Nacional para bolos
•280 g açúcar
•10 ovos
•50 g cacau em pó
Cobertura:
•200 g chocolate culinária
•200 ml natas
Preparação:
Ligue o forno a 180º C. Bata os ovos com o
açúcar até obter uma mistura branca e
cremosa. Junte o cacau e envolva bem.
Adicione a farinha e mexa até obter uma
massa homogénea. Unte a forma com
manteiga, polvilhe com farinha e deite o
preparado.
Leve ao forno 25 minutos.
Prepare a cobertura. Derreta o chocolate em
banho-maria, acrescente as natas e envolva.
Retire o bolo do forno, desenforme e deixe
arrefecer. Cubra com o chocolate derretido.
2.Coquinhos
Ingredientes: (P/aproximadamente 40
unidades)
•400 grs açúcar
•400grs coco
•8 ovos
•Raspa de limão
Preparação:
Mexer todos os ingredientes muito bem.
Colocar uma colherada dentro de cada forma
de papel.
E levar ao forno, a 160ºC, até ficarem
dourados.
Histórias de Vida
Engrácia de Jesus Faria é natural da vila minhota de Ponte de Lima onde nasceu no dia 31 de janeiro de 1913.
Filha de comerciantes, única rapariga de cinco irmãos já falecidos. Concluiu a 6 classe da altura, no ano distante de 1925.
Quando completou 20 anos começou a ter responsabilidades na organização comercial dos pais. Foi nessa altura que conheceu o marido, funcionário público, natural de Aveiro, já falecido.
Após casamento, fixou residência na cidade terra do marido. Teve dois filhos, o mais velho faleceu relativamente novo.
Devido à vida profissional do marido, que o obrigava a deslocações ao longo do continente e ilhas, teve que ter a responsabilidade, sempre como doméstica e da educação dos filhos.
A sua vida foi ao longo dos anos muito atribulada, sobretudo devido às ausências do marido. A sua experiência quando jovem, fez com que ultrapassasse as vicissitudes que se iam deparando.
Em 2003, devido a problemas de saúde, começou a ter apoio domiciliário da Santa Casa da Misericórdia de Aveiro. Nos últimos 8 anos e por razões diversas, passou a residir no lar de Oliveirinha.
Esta é a breve história de uma longa vida que já conta 102 anos, com uma neta e duas bisnetas.
22 de abril de 2015
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