SECADSecretaria de Educação Continuada, Alfabetização e
Diversidade
Daniel Ximenes – Diretor DEAVE/SECAD
Outubro de 2010
Ministérioda Educação
Ministério da Educação
Desafios da SECAD/MEC
- Para enfrentar as desigualdades educacionais, a SECAD/MEC contempla na formulação e implementação de suas políticas duas dimensões daDIVERSIDADE: Diversidade de PÚBLICOS:
– Jovens e adultos;– Populações do Campo;– Indígenas;– Quilombolas.– Crianças e adolescente em situação de vulnerabilidade social
e Diversidade de TEMAS:– Direitos humanos;– Diversidade étnico-racial;– Diversidade de gênero e de orientação sexual;– Educação ambiental;– Relação comunidade/escola.
Pesquisa Nacional Diversidade nas Escolas
Objetivos da pesquisa: a)Mensurar percepções sobre preconceito e discriminação no ambiente escolar;
b)Mensurar incidência de práticas discriminatórias (bullying) no ambiente escolar;
Pesquisa de campo aplicada em 501 escolas de 27 Estados, ao final de 2008.
• Nível/modalidade de ensino (Ensino fundamental regular, ensino médio regular e EJA)
18.599 respondentes :
- 15.087 estudantes
- 1.004 professores(as) de português e matemática
- 501 diretores(as) de escolas
- 1.005 profissionais de educação
- 1.002 pais, mães e responsáveis, membros do Conselho Escolar ou da APM
Pesquisa Nacional Diversidade nas Escolas
07 ÁREAS TEMÁTICAS:
Gênero; Geracional; Pessoas com Necessidades Especiais; Identidade de Gênero; Socioeconômica; Etnicorracial; Territorial
09 GRUPOS SOCIAIS
Pobre; Negro; Índio, Cigano, Homossexual, de Periferia, do Campo, com Necessidade Especial (física), com Necessidade Especial (mental)
Abrangência da Atitude Preconceituosa
96,5%Necessidades Especiais
94,2%Étnico-racial
93,5%Gênero
91,0%Geracional
87,5%Socioeconômica
87,3%OrientaçãoSexual
75,9%Territorial
Percentual de respondentes com algum nível de preconceito
99,3%Geral
Intensidade da Atitude Preconceituosa
40%
30%
20%
Índice de atitude preconceituosa (escala varia entre 0 e 100)
Gênero 38,2%
Geracional 37,9%
Necessidades especiais 32,4%
Orientação Sexual 26,1%
Socioeconômica 25,1%
Étnico-racial 22,9%
Territorial 20,6%
Abrangência da Distância Social
98,9%Deficiente Mental
98,5%Homossexual
97,3%Cigano
96,2%Deficiente Físico
95,3%Índio
94,9%Pobre
94,6%Periferia ou Favela
Percentual de respondentes com algum nível de distância social
91,1%Área Rural
90,9%Negro
99,9%Geral
Intensidade da Distância Social
70%
60%
50%
Índice de distância social (escala varia entre 0 e 100)
Homossexual 72,0% Neces. Especiais (Mental) 70,9% Cigano 70,4%
Neces. Especiais (Física) 61,8% Índio 61,6% Periferia ou favela 61,4% Pobre 60,8%
Área Rural 56,4% Negro 55,0%
BULLYING: Aluno(a) ter sido humilhado(a) (% Que viu + Soube que aconteceu na escola )
6,37,62,81,62,1Por ser ÍNDIO(A)
P
4,37,34,00,82,2Por ser CIGANO(A)
P
9,016,47,27,64,8Por ser MORADOR(A) DO CAMPO OU DE ASSENTAMENTO DE REFORMA AGRÁRIA
7,119,29,511,310,5Por ser MULHER
12,322,39,718,114,5Por ser MAIS VELHO(A)/IDOSO(A)
P
11,518,710,112,913,3Por ser DEFICIENTE FÍSICO
17,531,118,718,521,2Por ser POBRE
10,615,79,711,716,6Por ser DEFICIENTE MENTAL
10,318,312,712,315,6Por ser MORADOR(A) DE PERIFERIA OU FAVELA
19,335,624,129,439,9Por ser HOMOSSEXUAL
20,428,716,721,928,6Por ser NEGRO(A)
P
n= 1.002n= 15.087n= 1.004n= 1.005n= 501
PAIS / MÃESALUNOSFUNCIO-
NÁRIOSPROFES-
SORESDIRE-
TORESDESCRIÇÃO
BULLYING: Professor(a) ter sido humilhado(a) (% Que viu + Soube que aconteceu na escola )
3,25,13,21,50,7Por ser CIGANO(A)
P
3,75,44,01,61,7Por ser ÍNDIO(A)
P
3,98,44,62,32,0Por ser MORADOR(A) DO CAMPO OU DE ASSENTAMENTO DE REFORMA AGRÁRIA
5,16,83,81,82,1Por ser DEFICIENTE MENTAL
5,78,15,34,04,6Por ser MORADOR(A) DE PERIFERIA OU FAVELA
5,68,75,14,73,7Por ser DEFICIENTE FÍSICO
8,714,110,48,311,3Por ser NEGRO(A)
P
8,515,08,913,710,4Por ser MULHER
8,113,27,87,09,4Por ser POBRE
9,521,212,418,820,6Por ser MAIS VELHO(A)/IDOSO(A)
P
11,219,713,712,916,3Por ser HOMOSSEXUAL
n= 1.002n= 15.087n= 1.004n= 1.005n= 501
PAIS / MÃESALUNOSFUNCIO-
NÁRIOSPROFES-
SORESDIRE-
TORESDESCRIÇÃO
BULLYING: Aluno(a) ter sido agredido(a) fisicamente (% Que viu + Soube que aconteceu na escola )
3,15,32,70,11,2Por ser CIGANO(A)
P
5,214,26,56,97,6Por ser MULHER
5,98,73,92,25,8Por ser DEFICIENTE FÍSICO
5,09,03,91,63,6Por ser MORADOR(A) DO CAMPO OU DE ASSENTAMENTO DE REFORMA AGRÁRIA
5,68,63,01,53,5Por ser MAIS VELHO(A)/IDOSO(A)
P
4,79,26,03,48,7Por ser DEFICIENTE MENTAL
10,318,89,78,610,2Por ser POBRE
6,711,78,56,28,3Por ser MORADOR(A) DE PERIFERIA OU FAVELA
7,918,710,010,316,0Por ser HOMOSSEXUAL
10,422,09,88,215,6Por ser NEGRO(A)
P
3,45,93,00,81,8Por ser ÍNDIO(A)
P
n= 1.002n= 15.087n= 1.004n= 1.005n= 501
PAIS / MÃESALUNOSFUNCIO-
NÁRIOSPROFES-SORES
DIRE-TORESDESCRIÇÃO
BULLYING: Professor(a) ter sido agredido(a) fisicamente
(% Que viu + Soube que aconteceu na escola )
3,05,32,00,61,3Por ser MORADOR(A) DO CAMPO OU DE ASSENTAMENTO DE REFORMA AGRÁRIA
3,15,61,41,41,7Por ser MORADOR(A) DE PERIFERIA OU FAVELA
2,64,61,90,91,4Por ser DEFICIENTE MENTAL
2,85,12,00,82,0Por ser DEFICIENTE FÍSICO
5,59,57,38,16,8Por ser MULHER
4,68,34,04,35,6Por ser MAIS VELHO(A)/IDOSO(A)
P
4,27,93,72,13,0Por ser POBRE
6,27,73,42,24,7Por ser HOMOSSEXUAL
2,54,02,20,61,3Por ser CIGANO(A)
P
6,98,14,21,82,1Por ser NEGRO(A)
P
2,04,22,00,61,3Por ser ÍNDIO(A)
P
n= 1.002n= 15.087n= 1.004n= 1.005n= 501
PAIS / MÃESALUNOSFUNCIO-
NÁRIOSPROFES-SORES
DIRE-TORESDESCRIÇÃO
2,66,2Por ser CIGANO(A)
P
6,211,8Por ser MORADOR(A) DO CAMPO OU DE ASSENTAMENTO DE REFORMA AGRÁRIA
4,212,7Por ser MULHER
8,812,8Por ser MAIS VELHO(A)/IDOSO(A)
P
8,114,7Por ser DEFICIENTE FÍSICO
8,614,1Por ser DEFICIENTE MENTAL
8,414,8Por ser MORADOR(A) DE PERIFERIA OU FAVELA
16,028,5Por ser POBRE
11,025,5Por ser HOMOSSEXUAL
15,531,3Por ser NEGRO(A)
P
2,97,0Por ser ÍNDIO(A)
P
n= 1.002n= 15.087
PAIS / MÃESALUNOS
DESCRIÇÃO
BULLYING: Aluno(a) ter sido tratado(a) com desprezo ou falta de consideração
(% que viu + soube que aconteceu na escola )
(
BULLYING: Situações presenciadas na escola (% Que viu + Soube que aconteceu na escola )
(
11,124,915,110,417,3Alunos serem excluídos de atividades na escola por preconceito ou discriminação.
27,740,032,837,540,8Alunos deixarem ou abandonarem a escola por causa das perseguições de outros alunos.
35,037,142,752,149,6Pessoas (alunos, professores, funcionários) serem perseguidas ou maltratadas por outros alunos.
31,655,140,755,363,9Pessoas (alunos, professores, funcionários) com apelidos preconceituosos.
n= 1.002n= 15.087n= 1.004n= 1.005n= 501
PAIS / MÃESALUNOSFUNCIO-
NÁRIOSPROFES-
SORESDIRE-
TORESDESCRIÇÃO
Associação entre Preconceito / Discriminação e Desempenho Escolar – Prova Brasil 2007
• Cerca de 30% das diferenças observadas na Prova Brasil entre as escolas pesquisadas foram explicadas por diferenças nos níveis de preconceito ou discriminação.
• Nas escolas em que se observou maior conhecimento de práticas discriminatórias vitimando funcionários e professores, as avaliações na Prova Brasil foram menores.
• Nas escolas em que os alunos apresentaram maiores níveis de preconceito, as avaliações também foram menores.
• Estes resultados indicam a existência de correlação entre preconceito/ discriminação e as médias na Prova Brasil e não relações de causa e efeito.
Desafios da SECAD/MEC e de todos nós
• Como contribuir para a redução da desigualdade educacional?
• Como respeitar a diversidade?
• Como educar para a diversidade?
Desigualdade e Diversidade
• As diversas formas de preconceito e discriminação na comunidade escolar, além de se vincular à reprodução das desigualdades sociais e à reprodução do sofrimento psíquico, estão vinculadas, também, à produção do fracasso escolar.
• Perigo de transformar a diferença em desigualdade e a desigualdade em intolerência
Temos que reconhecer nossas desigualdades para superá-las
“A Diversidade é Pedagógica”
“A Diversidade é Pedagógica”
• Instituição Educacional é lugar de coletivos, de aprendizado de vida social, de relações sociais.
• O ambiente escolar (ou universitário) é feito da diversidade do humano, da nossa cultura, das ideologias e origens históricas. É rico em diferenças que deveriam ser reconhecidas como algo pedagógico para a formação de nossos estudantes.
• Instituição Educacional que reconhece e valoriza a diversidade é uma instituição que contribui para uma cultura da paz, do respeito e da tolerância,que reconhece a diversidade como uma estratégia pedagógica, em um mundo cada vez mais marcado pelo choque das civilizações.
Iniciativas SECAD
• Programa Brasil Alfabetizado e sua conexão com a EJA– 1,6 milhão de alfabetizandos/ano
• Programa Escola Ativa e conexão com redes e universidades– 39.732 escolas multisseriadas– 1,3 milhão de alunos
• Programa Mais Educação e a política de educação integral– 9.995 escolas– 2,1 milhão de alunos
• PAR Indígena e a construção dos territórios étnico-educacionais
• Leis 10.639 e 11.645 e a promoção da diversidade etnicorracial
Iniciativas SECAD
• Acompanhamento da Frequência Escolar dos alunos de famílias beneficiárias do PBF- cerca de 16 milhões de alunos de 06 a 17 anos acompanhados bimestralmente - abrange cerca de 40% das matrículas no Ensino Fundamental – - no Nordeste atinge mais de 50% das matrículas no EF
• Apoio ao estudante– Merenda para indígena e quilombola– Caminho da Escola: ônibus e barcos– Proinfo rural– FUNDEB (EJA, ed. indígena, quilombola, ed. campo)
• Materiais didáticos específicos
O mapeamento da O mapeamento da REDE de EDUCAÇÃO para a DIVERSIDADEREDE de EDUCAÇÃO para a DIVERSIDADE“oferta de cursos”“oferta de cursos”
Curso Número
de ofertas % Nº de editais
Gênero e Di versidade na Esco la 38 12 ,1 01 ,06 e 28 Educação Am biental 31 9,9 01 ,06 e 28 Educação em Direitos Hum anos 26 8,3 06 e 28 Educação de Jovens e Adultos 26 8,3 01 ,06 e 28 Educação para as relações Étn ico-raciais 26 8,3 01 ,06 e 28 Gestão de Po líticas Públicas com Foco na Temática de Gênero e Raça 25 8,0 28 Educação para a Diversidade e Cidadania 25 8,0 01 ,06 e 28 Produção de M ateri al Didático para a Diversidade 23 7,3 06 e 28 Es tatuto da Criança e do Adolescente 19 6,1 28 Educação do Cam po A e B 18 5,7 01 ,06 e 28 Educação Integral e In tegrada 14 4,5 01 ,06 e 28 Educação e Saúde 13 4,1 06 e 28 Formação de Profes sores na Temática Culturas e His tória dos Povos Indígenas 12 3,5 06 e 28
Formação de Mediadores de Leitura 10 3,2 06 e 28 Educação Am biental: Esco las Sus tentáveis e Com-Vida 5 1,6 06 e 28 Formação de Ges tores para Programas de Educação Escolar Ind ígena 3 1,0 06 e 28 Diversidade no Am biente Escolar 1 0,3 28 Total 315 100,0
MAPEAMENTO DA REDEMAPEAMENTO DA REDEUniversidadesUniversidades
Região N % Centro Oeste 9 16,1 Norte 8 14,3 Nordeste 16 28,6 Sul 10 17,9 Sudeste 13 23,2 Total 56 100,0
1
MAPEAMENTO DA REDEMAPEAMENTO DA REDEPólos de ApoioPólos de Apoio
Número de Pólos da Rede UAB: 890
Número de Pólos da Rede para a Diversidade: 429
Proporção: 48,2%
MAPEAMENTO DA REDEMAPEAMENTO DA REDESituação dos cursosSituação dos cursos
Situação do curso Edital
Total 1 06 28
Em andamento N 12 10 1 23 % 17,6 9,2 0,7 7,3
Não iniciado N 2 99 137 238 % 2,9 90,8 99,3 75,6
Concluído N 52 0 0 52 % 76,5 0,0 0,0 16,5
Não há informação N 2 0 0 2 % 2,9 0,0 0,0 0,6
Total N 68 109 138 315 % 100,0
1
100,0 100,0 100,0
1
MAPEAMENTO DA REDEMAPEAMENTO DA REDERede para a Diversidade X da Rede UABRede para a Diversidade X da Rede UAB
Modalidade Total UAB SECAD % Extensão 91 89 97,8 Aperfeiçoamento 187 173 92,5 Especialização 274 53 19,3 Sub-total Rede 552 315 57,1 Total Rede UAB 884 315 35,6
PARA FINALIZAR...
“Temos o direito de ser iguais quando a diferença nos inferioriza;
temos o direito de ser diferentes quando a igualdade nos descaracteriza”
Boaventura Santos
Palestra proferida no VII Congresso Brasileiro de Sociologia, UFRJ, setembro de 1995
Obrigado!