Ministério da Educação
Secretaria de Educação Básica
Diretoria de Apoio a Gestão Educacional
Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa
Slides produzidos a partir do caderno:
“Currículo no ciclo de alfabetização: perspectivas para uma educação do campo”
Educação do Campo
Unidade 01Brasília 2012
Profª. Drª Helenise Sangoi Antunes
Iniciando a conversa...
• A unidade 01 da Educação do Campo traz uma reflexão sobre três temas:
Currículo
Concepções de Alfabetização
Avaliação no primeiro ciclo do Ensino Fundamental para as escolas do Campo Brasileiro.
Os objetivos dessa unidade são:
� Aprofundar a compreensão sobre o currículo nos anos iniciais do ensino
fundamental e a definição de direitos de aprendizagem e de
desenvolvimento nas áreas da leitura e escrita;
� Entender a concepção de alfabetização na perspectiva do letramento;
� Compreender a importância da avaliação no ciclo de alfabetização,
analisando e construindo instrumentos de avaliação e de registro de
aprendizagem;
� Construir, coletivamente, o que se espera em relação aos direitos de
aprendizagem e desenvolvimento no ciclo de alfabetização.
Currículo no ciclo de alfabetização: introduzindo a
discussão sobre a educação do campo
Currículo das escolas do campoCurrículo das escolas do campo
Necessidade de considerar o contexto e as relações de
trabalho, convívio social e com a natureza para a
construção de um currículo para as escolas do campo
“Assim, a vocação do homem a de ser sujeito e não objeto (...),não
existem senão homens concretos (não existehomem no vazio).(...) O homem
É um ser de raízes espaço-temporais. (FREIRE, 1980, p.34)
� Currículo- trazer a especificidade, não esquecendo do global;
� Escola como espaço de convivência;
� Na ação pedagógica, as dimensões do fazer relativas às diferentes práticas
sociais estejam estreitamente articuladas ao ensino;sociais estejam estreitamente articuladas ao ensino;
� Professor- Postura Política-pedagógica;
� Respeitar o tempo da comunidade na organização do tempo escolar;
� O princípio de articulação entre escola e outros
espaços sociais é que deve orientar a organização
temporal do currículo. As experiências sociais das
comunidades devem ser o ponto de partida para a
definição das prioridades, de modo a ser fortalecer as
capacidades de ação individual e coletiva dos
estudantes.
Escola Vivências
“Aprender a ler e escrever já não é, pois, memorizar sílabas, palavras ou
frases, mas refletir criticamente sobre o próprio processo de ler e escrever e
sobre o profundo significado da linguagem”. (Freire, 1981)
Concepção de Letramento
Perspectiva assumida:
o Alfabetização Viva
o Prática Interdisciplinar
Reconhecimento da bagagem de o Reconhecimento da bagagem de conhecimentos do aluno
o “A educação se constitui como um ato político e de conhecimento (FREIRE,
1979)
Mas, por que a educação é um ato político?
...defendermos a educação como ato político implica termos uma intencionalidade
clara no sentido de que o processo educativo contribua com a emancipação
...defendermos a educação como ato político implica termos uma intencionalidade
clara no sentido de que o processo educativo contribua com a emancipação educativo contribua com a emancipação
humana, a formação de sujeitos autônomos, críticos, solidários, reflexivos, que valorizem suas raízes culturais, fortalecendo os laços
das crianças com a sua
educativo contribua com a emancipação humana, a formação de sujeitos autônomos, críticos, solidários, reflexivos, que valorizem suas raízes culturais, fortalecendo os laços
identitários das crianças com a sua comunidade.
Alfabetização e letramento no campo: desafios e perspectivas
História sobre os métodos de alfabetização
“Famílias silábicas”- prioriza as funçõesde memória e identificação gráfica;
Trabalho mecânico e abstrato;Desligado do contexto da criança;Lê partes, não o todo.
PARTES TODO
Método conhecido como “Métodos Sintéticos”;
Método utilizado predominantemente na Antiguidade e Idade Média.
�Fins do séc. XVIII- Criação dos
“Métodos Analíticos”
TODO PARTESTODO PARTES
o Leitura Global;
o Exploração da memória visual;
o Parte do interesse da criança o estudo das partes
(interesse ocasional ou espontâneo);
Métodos analíticos-sintéticos
o Estudo da língua a partir de unidades maiores;
o Após, concentra-se no estudo das partes (sílabas) para aformação de novas palavras;
o O estudo limitado apenas por palavras ou frases compostaspelas famílias silábicas já conhecidas pelos alunos deramorigem a sentenças e textos artificiais.
Ex: Cartilhas escolares
Limites dos métodos
a)Propostas dealfabetizaçãodescontextualizadas. Nãoleva em consideração abagagem cultural dos
c)Não trabalham com textosque fazem parte docotidiano do aluno,causando uma falsa ideiasobre a finalidade dabagagem cultural dos
alunos;
b)Metodologias quedesconsideram o saber dacriança sobre o sistema deescrita;
sobre a finalidade da
escrita;
d)Consideram SEA(SistemaEscrito Alfabético) como umsimples código.
Teoria de
Paulo Freire
o Apesar de possuir
características dos métodos
analíticos-sintéticos, sua
concepção contextualizada e
crítica da educação, do homem
como sujeito histórico e cultural
e da língua como produção viva
e dinâmica da sociedade, não
se identifica com o mecanismo
dos métodos de ensino citados
anteriormente.
A psicogêneseda língua escrita
o Descoberto que as crianças
formulam hipóteses sobre o
Sistema de Escrita;
o Dupla precursora: Emília
Ferreiro e Ana Teberosky-
TEORIA “Psicogênese daTEORIA “Psicogênese da
língua escrita”;
o Alfabetização vista como um
processo complexo, onde as
crianças elaboram respostas
sobre o sistema de escrita;
o ...é preciso uma metodologia de alfabetização que leve em conta a
complexidade do processo de aprendizagem da escrita: que parta das aprendizagem da escrita: que parta das
hipóteses formuladas pelas crianças sobre o sistema de escrita e, ao mesmo tempo,
organize reflexões intencionais e sistemáticas sobre o mesmo.
Alfabetizar letrando: o que é isto?
Alfabetização na perspectiva do letramento
Inserção do aprendiz nas práticas de
leitura e escrita;
Contato com diferentes gêneros textuais Contato com diferentes gêneros textuais (aqueles que circulem na comunidade do aluno);
Na prática pedagógica não se separa
a ação de alfabetizar e a de letrar. As duas ações “caminham” juntas.
Refletir coletivamente...
o Qual a realidade- social, econômica, cultural,
ambiental- em que nossa escola se insere?
o Como criar situações de uso real e significativo o Como criar situações de uso real e significativo
de leitura e escrita no processo de
alfabetização?
Oralidade e cultura escrita no campo
o Alfabetização � Exige uma ação continuada
o Campo � Pouca circulação da escrita
“(...) o aprendizado da técnica só fará sentido se “(...) o aprendizado da técnica só fará sentido se ele se fazer em situações sociais que propiciem
práticas de uso. Não adianta aprender uma técnica e não saber usá-la, afirma Soares. Neste
sentido, o uso social é que dá sentido ao domínio da técnica.” (GALVÃO e LEAL, 2005, p. 13)
Alguns pontos relevantes:
Oralidade- central para o trabalho naescola do campo;
Valorização dos saberes locais e asestratégias didáticas de alfabetização eletramento;letramento;
Práticas educativas contextualizadas;
Crianças que residem no campo:participação social no conjunto de práticasculturais, ritualístico-religiosas, políticas ecívicas;
Realidade concreta infantil�temas geradores de
debate;
Povos do campo: culturas predominantementePovos do campo: culturas predominantementeorais;
Criar situações de escrita;
Escola Centro difusor cultural.
Ferreira e Leal (2006) concebem, assim, que o ciclo:
� Possibilita a elaboração deuma estrutura curricular quefavorece a continuidade, ainterdisciplinaridade e aparticipação;
� Possibilita-nos negar aperspectiva conteudista de“quanto já se sabe sobre” parauma perspectiva multiculturalda diversidade de saberes,práticas e valores construídospelo grupo;
� Pode colaborar para anegação de uma lógicaexcludente e competitiva(quem vai chegar primeiro?)para uma lógica da inclusão eda solidariedade (partilha desaberes e de pensares);
pelo grupo;
� Pode promover a negação deuma busca de homegenizaçãopara uma prática dereconhecimento daheterogeneidade e dadiversidade cultural e depercursos individuais de vida.
Avaliação e Progressão escolar no ciclo de alfabetização
o Currículo: eixo estruturante do cotidiano escolar;
o Progressão por Ciclos de Aprendizagem;
Ciclo de Alfabetização: bloco de três anos. Justifica-se, o Ciclo de Alfabetização: bloco de três anos. Justifica-se, dentre outros motivos, porque as crianças precisam de tempo para se apropriar dos processos interativos no
espaço escolar.
o Ideia de avaliação contínua; ou seja, ao longo do processo educativo;
o Uso de instrumentos de avaliação adequados;
o Avaliação diagnóstica;
o Quadros de acompanhamento da aprendizagem;
Sugestões de leitura:
o ALBUQUERQUE, Eliana Borges Correia de. Conceituando alfabetização e letramento. In:SANTOS, Carmi Ferraz, MENDONÇA, Márcia. Alfabetização e letramento: conceitos e relações.Belo Horizonte: Autêntica, 2005.
o ARROYO, Miguel G. Pedagogias em Movimento: o que temos a aprender dos movimentossociais? In: Currículos sem fronteira, v. 3, n. 1, pg. 28-49, jan/jun, 2003. Disponível em:http://www.curriculosemfronteiras.org/vol3iss1articles/arroyo.pdf
o CALDART, Roseli Salete, PALUDO, Conceição, DOLL, Johannes (org.). Como se formam ossujeitos do campo: idosos, adultos, jovens, crianças e educadores. Brasília, PRONERA,NEAD, 2006. Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/95886831/como-se-formam-os-sujeitos-do-campo.
o FREITAS, Luiz Carlos de. Ciclos de Progressão Continuada: vermelho para as políticas públicas.Eccos Revista Científica. n. 1, v. 4, jun, 2002. Disponível em:http://redalyc.uaemx/pdf/715/71540105.pdf