MARINA REAL SILVA
O TECIDO CIRCENSE COMO PRÁTICA CORPORAL NA ESCOLA:
EXPERIENCIAS E PERSPECTIVAS
Campinas
2014
2
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE EDUCAÇÃO FISICA
MARINA REAL SILVA
O TECIDO CIRCENSE COMO PRÁTICA CORPORAL NA ESCOLA:
EXPERIENCIAS E PERSPECTIVAS
Orientadora Teresa Ontañón Barragán
Co-orientador Marco Antonio Coelho Bortoleto
Trabalho de Conclusão de curso apresentado à
Graduação da Faculdade de Educação Física da
Universidade Estadual de Campinas para
obtenção do título de Licenciada em Educação
Física. Versão Final da Monografia.
ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE AO
FINAL DO TRABALHO DE CONCLUSÃO
DE CURSO DEFENDIDA PELA ALUNA
MARINA REAL SILVA E ORIENTADA PELA
PROF. MS.TERESA ONTAÑÓN BARRAGÁN
E O PROF. DR. MARCO ANTONIO COELHO
BORTOLETO.
____________________________________
Assinatura do (a) Orientador (a)
Campinas, 2014
3
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA POR
DULCE INES LEOCÁDIO DOS SANTOS AUGUSTO – CRB8/4991
BIBLIOTECA “PROF. ASDRUBAL FERREIRA BATISTA”
FEF - UNICAMP
Silva, Marina Real, 1991-
Si38t
O tecido circense como prática corporal na escola: experiências e perspectivas / Marina Real Silva. -- Campinas, SP: [s.n], 2014.
Orientadores: Teresa Ontañón Barragán, Marco Antônio Coelho Bortoleto.
Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação Física.
1. Tecido circense. 2. Atividades circenses. 3. Escolas. 4. Educação física. I. Ontoñón Barragán, Teresa. II. Bortoleto, Marco Antônio Coelho. III. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Educação Física. IV. Título.
Informações para Biblioteca Digital
Título em inglês: Circus silk as body practice in school: experiences and
projections.
Palavras-chave em inglês:
Circus silk, Circus activities, Schools, Physical Education.
Banca Examinadora:
Teresa Ontañón Barragán, Marco Antônio Coelho Bortoleto [Orientadores]
Rodrigo Mallet Duprat
Data da defesa: 07-07-2014
Graduação: Licenciado em Educação Física
4
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi investigar os limites e as possibilidades do ensino do
Tecido Circense no espaço escolar a partir da visão dos profissionais que trabalham com
este conteúdo nas aulas. Realizamos uma consulta junto a cinco profissionais da área de
Educação Física que lecionam aulas de Tecido em diferentes escolas do estado de São
Paulo. O questionário utilizado abordou quatro dimensões do ensino que acreditamos
serem fundamentais: segurança, capacitação dos profissionais, materiais e aspectos
pedagógicos das aulas. Observamos, através do discurso dos professores que o Tecido
Circense como conteúdo escolar, é uma prática apreciada por alunos, familiares e
coordenadores das escolas, além de oferecer ao aluno uma vivencia diferenciada. No
quesito de segurança se apontam algumas adversidades de uma prática em altura dentro
de uma instituição de ensino regular, visto que, o Tecido Circense apresenta riscos
inerentes à modalidade e se faz necessário o investimento em materiais que garantam a
segurança dos alunos.
Palavras-chave: Tecido Circense; Atividades Circenses; Escola; Educação Física.
5
ABSTRACT
The objective of this study is to investigate the limits and possibilities of teaching
Circus Silk at school from the perspective of professionals working with these content
classes. We performed a query with five professionals in physical education, for also
being my area of expertise, who teach classes of Circus Silk in several different schools
in the state of São Paulo. The questionnaire addressed four dimensions of teaching that
we believe are fundamental: security, professional training, materials and pedagogical
aspects of classes. We observed, through the discourse of the teachers Circus Silk as a
school subject, is a practice enjoyed by students, families and school coordinators
answers, and offer students different experiences. On the issue of safety they reveal
some adversity in a practical height within an institution of regular education, since the
Circus Silk presents risks inherent in the sport and it is necessary to invest in materials
that ensure student safety.
Keywords: Circus Silk; Circus activities; Schools; Physical education
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RESUMEN
El objetivo de este trabajo es investigar los límites y las posibilidades de la enseñanza
de las Telas Circenses en el espacio escolar a partir de la visión de los profesionales que
trabajan con este contenido en las clases. Realizamos una consulta junto a cinco
profesionales del área de Educación Física que dan clases de Telas en diversas escuelas
del estado de São Paulo. El cuestionario utilizado incluyó cuatro dimensiones de
enseñanza consideradas fundamentales para la enseñanza: seguridad, capacitación de los
profesionales, materiales y aspectos pedagógicos de las clases. Observamos, a través de
las respuestas de los profesores que las Telas Circenses se encajan como contenido
escolar, es una práctica apreciada por alumnos, familiares y coordinadores de las
escuelas que ofrecen al alumno una experiencia diferenciada. Por otro lado, notamos
que en el apartado de seguridad se apuntan algunas adversidades de una práctica en
altura dentro de una institución de enseñanza regular, dado que, las Telas Circenses
presentan riesgos inherentes a la modalidad y se hace necesaria la inversión en
materiales que garanticen la seguridad de los alumnos.
Palabras-clave: Telas Circenses; Actividades Circenses; Escuela; Educación Física.
7
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 8
2. METODOLOGIA ............................................................................................................... 12
2.1. A Revisão Bibliográfica ............................................................................................... 13
2.2. O Questionário como ferramenta .................................................................................. 14
2.3. Os Sujeitos da Pesquisa ................................................................................................ 15
3. AS ARTES CIRCENSES .................................................................................................... 16
3.1. Contextualização histórica do circo............................................................................... 16
3.2 A classificação das modalidades circenses ..................................................................... 20
3.3. O Tecido Circense ........................................................................................................ 21
4. AS ATIVIDADES CIRCENSES NA ESCOLA .................................................................. 29
4.1. Antecedentes e contexto ............................................................................................... 29
4.2. As modalidades circenses adaptadas à escola ................................................................ 30
4.3. O ensino do Tecido Circense na escola ......................................................................... 32
5. O TECIDO CIRCENSE ATRAVÉS DO OLHAR DOS PROFESSORES ........................... 34
5.1. A formação acadêmica e artística do professor .............................................................. 35
5.2. Aspectos pedagógicos relativos às aulas de Tecido Circense ......................................... 36
5.3. Materiais utilizados durante as aulas ............................................................................. 37
5.4. Medidas de segurança adotadas nas aulas ..................................................................... 38
5.5. Análise dos Resultados ................................................................................................. 40
6. PERSPECTIVAS PARA O ENSINO DO TECIDO CIRCENSE NA ESCOLA: LIMITES E
POSSIBILIDADES ................................................................................................................ 45
7. REFERÊNCIAS.................................................................................................................. 49
8. ANEXOS ............................................................................................................................ 51
Anexo 1. Carta enviada aos professores para participação no questionário. .......................... 51
Anexo 2. Modelo de Questionário: Respostas ...................................................................... 52
Anexo 3. Carta de solicitação às Instituições ....................................................................... 62
8
INTRODUÇÃO
O curso de Educação Física me ofereceu uma infinidade de possibilidades,
fez com que eu pensasse e refletisse sobre as mais diversas possibilidades e temáticas.
Entretanto, uma dessas áreas me chamou a atenção: trata-se de uma área ainda com
pouco espaço na Educação Física, as atividades circenses.
Das lembranças que possuo sobre o circo, a grande maioria parecem-se com
sonhos, porque somente nos sonhos é que as coisas impossíveis tornam-se realidade. A
lona colorida, a plateia ansiosa, os vendedores ambulantes, aqueles que andam com
pernas muito compridas, outros que cospem fogo, alguns que voam, um aqui que some
com coisas, outro ali que te surpreende com a precisão da pontaria. Não, eles não andam
por ai a solta como meros mortais, parecem irreais e intocáveis. O circo é um mundo
alheio, que nos toma pelas mãos para voltarmos a ser crianças. Enfim:
“É com essa finalidade que o circo antigo e também moderno se constrói,
como uma forma de encantamento, de fuga, de abstração do mundo real” (DUPRAT e
BORTOLETO 2007, p. 173) a função que o circo se propôs a cumprir muito se parece
com a sensação que anteriormente comentei, o circo se propõe a fazer com que a plateia
saia da sua realidade e absorve todos os
encantos que eles audaciosamente nos
apresentam.
Mas há entre todas as
modalidades e possibilidades que o
circo apresenta uma que me encanta
mais que as outras: o Tecido Circense.
Tive experiências com o
Tecido Circense a partir do meu
segundo ano de graduação como
praticante na academia Aerius e a partir
do terceiro ano iniciei o estagio na
mesma empresa em que fazia aulas.
Figura 1
Fonte: Arquivo pessoal
9
Principalmente por essas vivências e por estar diretamente ligada à modalidade até
atualmente, logo tive certeza que queria realizar minha pesquisa de conclusão do curso
nessa área, visto que, esses conhecimentos me seriam muito úteis na prática.
Dessa forma este trabalho traz primeiramente uma revisão sobre a história
do circo e suas modalidades, especificamente as aéreas. Tentamos situar os leitores com
assuntos relacionados ao circo tais como: seu surgimento, os fatores que influenciaram
para que essa cultura pudesse ser de fácil acesso nos dias atuais, quais as características
do circo ao longo do tempo. E a partir da Revisão da bibliografia, entender como o
Tecido Circense faz parte desta história,
em qual momento surge, quais os locais
que recebem essa modalidade, quais os
intuitos nos diferentes âmbitos em que
existe, quais os públicos que atende, etc.
A história do circo tem sido
um tema estudado por diversos autores
nacionais e internacionais, neste trabalho
abordaremos esse tema, porém de
maneira bastante sucinta, focando
principalmente no conteúdo e história da
modalidade do Tecido Circense.
Os saberes do circo mais
precisamente o Tecido Circense como
uma das modalidades aéreas do circo
desfrutam de uma vasta diversidade de
campos de ação, dentro do nosso
trabalho citaremos todos esses possíveis campos. Focaremos todo o nosso trabalho no
educacional e dentro deste âmbito especifico trataremos o contexto das modalidades
aéreas, com relatos de experiência do Tecido circense.
Notamos como as Atividades Circenses proporcionam à Educação Física
uma prática corporal inclusiva, levando os alunos a participar de maneira ativa e
encontrarem seu potencial dentro de alguma modalidade (ONTAÑÓN et al, 2013).
Conforme Invernó em uma de suas falas no estudo realizado por Ontañón (2012, p.74)
Figura 2
Fonte: Arquivo pessoal
10
esta experiência: “Tem uma melhora de todos os alunos num nível motriz, cognitivo,
social e emocional, a repercussão do circo na educação física é real”.
O trabalho com as Atividades Circenses pode trazer também uma melhora
no aproveitamento escolar, no desenvolvimento global da criança, na melhora da
autoestima e pode alterar alguns modelos de práticas competitivas para trabalhos
cooperativos, como visto no trabalho realizado em uma escola pública em Presidente
Prudente (SP) (Vendruscolo 2007).
Muitas são as modalidades circenses existentes logo existem diversas
classificações delas. Segundo Invernó (2003), podemos agrupar as modalidades do circo
em: equilíbrio, atividades aéreas, acrobacia, manipulação e ator de circo.
Com o movimento histórico de abertura do conhecimento profissionais
que desenvolvem o trabalho com circo criaram e estão criando um espaço dentro das
escolas, é esse espaço que pretendemos explorar, escolhendo dentre o leque de
atividades circenses disponíveis especificamente uma, classificada por Invernó (2003)
como uma atividade aérea: o Tecido Circense.
Desta forma, o objetivo deste trabalho foi conhecer como acontece a
inserção do Tecido Circense em algumas escolas do estado de São Paulo, estudando os
limites e as vantagens que esta prática apresenta do ponto de vista dos próprios
professores da escola.
Para tal fim, a partir de um questionário enviado a 11 professores
(respondido apenas por 5 professores) que atualmente oferecem este conteúdo nas aulas
de Educação física escolar no estado de São Paulo, analisamos aspectos como a
pedagogia utilizada nas aulas, o orçamento de materiais, gasto com instalação,
segurança das aulas, formação (profissional e artística) dos professores ou monitores,
número de alunos por turma ou planejamento da modalidade, seja como parte do
conteúdo de educação física escolar, ou como conteúdo extracurricular. Sendo todos
esses fatores que influenciam sua viabilidade dentro de uma instituição de ensino.
Tivemos como meta realizar um trabalho que dialogasse com os
profissionais da área de Educação Física que lecionam aulas de Tecido Circense e que
tenham por finalidade inserir essa modalidade no âmbito educativo auxiliando-os em
suas descobertas e possíveis limitações. Além de analisar os fatores motivacionais que
11
levaram essa modalidade até a Instituição de Ensino, quais foram as dificuldades de
inserção e qual foi a resposta dos alunos.
Em relação à distribuição do trabalho, decidimos organizá-lo da seguinte
maneira:
Num primeiro momento explicamos a Metodologia utilizada em nessa
pesquisa. A seguir tratamos sobre os principais aspectos da história do circo, seus
âmbitos, modalidades que possui e especificamente sobre os aspectos relacionados ao
Tecido Circense.
Num segundo momento, abordamos as Atividades Circenses no âmbito
escolar, sua história e contexto, debatendo quais são as modalidades existentes dentro
desse âmbito e trataremos também sobre as relações que se estabelecem entre o Tecido
circense e a escola.
Por fim, discutimos e analisamos os resultados obtidos a partir dos
questionários (Pesquisa de Campo) aplicados aos professores sobre o Tecido circense,
em que serão relatadas a formação dos profissionais que participaram da pesquisa
destacada, os aspectos pedagógicos do ensino do Tecido Circense na escola, os
materiais que utilizam e as medidas de segurança que necessitam. Por último, a modo
de considerações do trabalho, trataremos sobre as perspectivas do Tecido Circense nas
Instituições escolares.
12
2. METODOLOGIA
Visando atender os objetivos propostos decidimos por duas ferramentas
metodológicas. Por um lado, a documentação indireta a partir de uma revisão da
bibliografia especializada, especificamente aquelas que tratam do Tecido Circense. Por
outro lado, realizamos a pesquisa de campo a partir de um questionário semi-estruturado
(Respostas no anexo 1) aplicado a 11 professores de Educação Física que atualmente
dão aulas de tecido em Instituições de ensino fundamental e médio (seja como conteúdo
curricular ou extracurricular), contudo neste trabalho mostramos as respostas de 5 deles,
que foram os que se mostraram interessados na pesquisa e responderam ao mesmo.
O discurso foi analisado baseado na análise de conteúdo proposta por
Bardin (2011) seguindo as seguintes etapas: pré-análise, exploração do material e
tratamento dos resultados (inferência e interpretação).
Dentro da pré-análise fizemos a leitura do questionário (Anexo 1) e suas
respostas de forma “flutuante” o que segundo a autora é caracterizado por estabelecer
um primeiro contato com o material separando as informações por blocos de conteúdo,
para depois ir voltando ao mesmo para complementar as informações dos entrevistados.
Na exploração dos materiais encontramos algumas unidades de registro,
essas unidades consistem em categorias ou blocos de conteúdo de acordo ao que nos
interessava enxergar das respostas oferecidas pelos entrevistados. A partir destas
respostas e depois de uma pré-análise escolhemos quatro grandes categorias em que as
respostas foram agrupadas: formação acadêmica e artística; aspectos pedagógicos;
material utilizado nas aulas e; medidas de segurança adaptadas.
O tratamento dos resultados foi realizado depois da categorização das
respostas e de uma análise aprofundada dos conteúdos das mesmas. O tratamento dos
resultados divide-se em duas grandes etapas: a Inferência, resultado de nossas próprias
conclusões e opiniões acerca do assunto e a Interpretação, que relaciona as respostas
encontradas nos questionários com a análise das bibliografias.
13
2.1. A Revisão Bibliográfica
Para a revisão da literatura consultamos os principais autores que estudam
as Atividades Circenses, especialmente aqueles que se referem ao ensino da modalidade
de Tecido Circense nos diversos contextos educativos. A procura foi realizada a partir
de palavras-chave tais como: “Pedagogia e Didática das atividades circenses”, “Arte
circense no âmbito escolar”, “A arte circense como conteúdo da Educação Física”,
“Tecido Acrobático”, “Tecido Circense”.
Após a primeira leitura e identificação dos textos que mais se aproximavam
ao foco desta pesquisa, centramos nossa atenção na bibliografia que tratava sobre o
ensino do Tecido Circense para que pudéssemos debater criticamente e com argumentos
sólidos às questões que aqui levantamos sobre a adequação ou não do tecido no espaço
escolar.
Algumas das perguntas que procuramos responder estão relacionadas com a
possibilidade de prática do Tecido Circense nas escolas, responder a essas questões
através da bibliografia especializada: livros e artigos que tratam o tema circo dentro das
Instituições escolares, também foram analisados os fatores motivacionais que levaram
essa modalidade para dentro da Instituição de Ensino, quais foram as dificuldades de
inserção e qual a resposta dos alunos. Sendo que algumas dessas dificuldades já foram
previstas durante a revisão bibliográfica tais como: tamanho do material, estrutura física
que suporte a prática do Tecido Circense, quantidade de alunos por professor.
Temos por fim conhecer a modalidade do Tecido Circense inserida no
universo escolar, conhecer esse mundo e explorá-lo, caracterizar a população que está
diretamente ligada a esse trabalho (professores, alunos, direção), o fenômeno de
inserção do Tecido, a atuação dos profissionais de Educação Física e suas similaridades,
quais as dificuldades encontradas com o ensino dessa modalidade e através de diversos
levantamentos realizados pelos próprios profissionais da área, ao final desse trabalho
nós pretendemos formular algumas hipóteses, inclusive se essa inserção pode ser viável
e segura.
14
2.2. O Questionário como ferramenta
Realizamos uma consulta junto a professores de cinco escolas do Estado de
São Paulo públicas e privadas, dos municípios de: Sumaré, Monte Mor, Campinas e da
cidade de São Paulo. .
Utilizamos o e-mail como meio de comunicação com os sujeitos da pesquisa
e a ferramenta “Google Drive” para disponibilizar o questionário online. Antes da
realização dos questionários enviamos aos sujeitos, uma carta de solicitação para
realizarmos a pesquisa (Anexo1) via correio eletrônico, por meio da qual explicávamos
os pormenores desse trabalho.
O questionário, com um total de 26 perguntas relacionadas aos dados do
professor, da sua formação profissional e artística e da escola onde ele trabalha e
questões que dizem respeito ao ensino do Tecido Circense. Deste modo, buscamos
estudar aspectos tanto ambientais (local em que o Tecido Circense está afixado em cada
escola e condições climáticas às que se encontra exposto), quanto sociais (a aceitação do
tecido pelos alunos, o que essa prática pode acrescentar a quem a pratica, os medos que
o desconhecimento da prática pode apresentar etc.). Finalmente, outro item abordado no
questionário foi o de segurança que consideramos ser um aspecto fundamental para essa
modalidade. Através de perguntas abertas (19 itens com possibilidade de respostas
livres) e fechadas (7 itens com respostas objetivas, limitadas às alternativas
apresentadas), com questões orientadas a descrever a experiência pedagógica deles,
citando dificuldades, participação dos alunos, recepção da modalidade por parte dos
alunos e outros envolvidos, etc..
Buscamos formular os enunciados das questões da forma mais clara
possível para que não houvesse problemas de interpretação. Para tanto, com auxilio do
Grupo de Estudo e Pesquisa das Artes Circenses (CIRCUS) da Faculdade de Educação
Física da UNICAMP que revisou e sugeriu ajustes no instrumento, atentando para
formulação de perguntas concisas de fácil interpretação e que consequentemente nos
oferecessem respostas que nos orientassem a conseguir as informações que
pretendíamos estudar.
Assim mesmo, e conforme destaca Kidder (1987), dividimos a elaboração
do questionário em vários passos, tentando prever possíveis erros e permitindo ajustar
15
as perguntas antes da sua aplicação definitiva. No último passo, realizamos um pré-
teste, que não se tratou de um teste piloto, mas de uma simples verificação do
questionário com a finalidade de identificar quais mudanças seriam necessárias.
Finalmente, o questionário foi padronizado, apresentando as mesmas
questões e ordem de enunciados para todos os sujeitos da pesquisa. Como mencionamos
acima, o grupo CIRCUS auxiliou na redação da carta entregue aos entrevistados e
também na revisão final do questionário.
2.3. Os Sujeitos da Pesquisa
Como já mencionamos, foram enviadas 11 cartas de solicitação para
participação em nossa pesquisa, sendo que 5 destes professores responderam aos
questionários sendo todos professores de Educação Física do Estado de São Paulo que
atuam nas seguintes escolas:
- E. E. Ângelo Campo Dall’orto escola pública do município de Sumaré.
- Colégio Educap da rede privada de ensino em Campinas.
- Colégio Monte Mor da rede privada de ensino em Monte Mor.
- Colégio Oswald da rede privada de ensino em São Paulo.
- E.E. Mário Alexandre Faro Niere da rede pública em São Paulo.
Após os professores responderem aos questionários (Anexo 2) e autorizarem
a divulgação dos seus nomes em nossa pesquisa, foi enviada uma carta formal aos
diretores das escolas (Anexo 3) e com pedido de autorização para divulgação dos nomes
das Instituições, sendo que na mesma nos responsabilizamos por não divulgar fotos das
crianças que participam das aulas e por utilizar todos os dados para uso único e
exclusivamente acadêmico-científico, sendo que todos os implicados no estudo terão
acesso a uma cópia do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e no final da
pesquisa, será encaminhada uma cópia do Trabalho de Conclusão de Curso.
16
3. AS ARTES CIRCENSES
3.1. Contextualização histórica do circo
Na cena circense, corpos se envolvem e envolvem um
público repleto de olhares afoitos. Sua maior
característica é causar sensações imediatas nos
espectadores: medo, tensão, suspense, assombro
admiração. O encanto, a magia, o esforço, o treino, os
tombos, a linguagem de cada espaço. (OLIVEIRA, 2009;
p. 13)
A história do circo não começa dentro da lona, dentro da escola, nas
academias, ou da forma que hoje assistimos. Muitas mudanças aconteceram ao longo
dos séculos, a história nos detalha as crises e superações dessa cultura. A história nos
mostra o porquê desfrutamos da cultura circense da maneira que ela existe hoje.
Há muito tempo que o circo é patrimônio cultural da humanidade, muitos
povos fizeram parte desse contexto e foram alcançados, desfrutando de diferentes
maneiras as influencias dessa cultura milenar em sua própria cultura.
Como, por exemplo, temos com data de mais de 3000 anos o que parece ser
o primeiro registro de acrobacias, contorcionismos e equilibrismo, encontrados em
pinturas na China, se apresentando como parte do treinamento de guerreiros para o
combate, conforme citam Duprat e Gallardo (2010). Práticas similares de
entretenimento aconteciam também em outros países como Índia, Grécia e Egito,
normalmente relacionados à religião ou a política.
Podemos citar como exemplo Roma, conforme os autores supracitados (p.25
e 26) “Os espetáculos do circo romano tiveram sua origem na religião, nas festas
públicas que apresentavam corridas de carros e outras exibições atléticas”. E com
relação à política: “[...] os espetáculos nos jogos circenses legitimam a inserção da
política em tais manifestações populares, servindo de propaganda imperial”.
Durante a Idade Média houve uma influencia ainda maior da religião sobre
a sociedade, o que faz dos artistas circenses parte de uma população não bem aceita por
17
partilharem de costumes e modo de vida (essencialmente nômade) que caminhavam na
contramão de tudo o que a religião pregava.
Segundo a historiadora Ermínia Silva (2003), durante os séculos XVI e
XVII, o circo caracterizava-se principalmente por números de equitação, embora
também se encontrassem atividades circenses funambulescas, de adestramento de
animais, saltos acrobáticos, danças e pantomimas entre outras modalidades.
Surgem na Europa os primeiros circos fixos como podemos citar em 1766
quando o coronel Philip Astley passa a utilizar um espaço fechado com arquibancadas e
em 1782 com o Royal Circus uma das primeiras companhias a apresentar utilizando o
termo Circus (JACOB 1992, apud DUPRAT 2010, p.32). Com o aparecimento dessas
primeiras companhias há uma revolução do número de apresentações em locais fixos e
fechados na Europa, incluindo apresentações variadas que incluíam: artistas ambulantes,
saltimbancos, artesãos, ilusionistas, mágicos, atores dos teatros de ruas e feiras.
Na busca de novos espectadores e lugares para levar o circo, algumas
companhias e famílias emigraram do continente Europeu para mostrar sua arte em
outros lugares do mundo. Conforme Silva (2003) os artistas europeus que emigram para
a América Latina continuaram fazendo apresentações e vivendo como nômades em
muitos países até se fixarem em apenas um deles, porém ainda com estilo de vida
nômade.
No Brasil a história do circo fixo é um pouco diferente, surge no século
XIX, segundo as primeiras informações, com o circo “tapa-beco” que acontecia em um
terreno baldio em que ao lado existiam residências, tapava-se esse terreno com grandes
cortinas para que pudessem ser cobradas as entradas, que possui como estrutura o
mastro e logo ao topo um travessão para que os aparelhos aéreos pudessem ser presos.
Outra estrutura de circo existente no Brasil é o pau-a-pique com madeira cortada e
disposta em circulo, fincada no solo, sem energia elétrica as apresentações aconteciam
no período diurno.
Outro modelo diferente do existente na Europa surge nos EUA durante o
século XIX, o modelo do circo de lona ou “circo americano” que possuía um mastro
central, sendo que até então os espetáculos circenses ocorriam ao ar livre, assim como
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em muitas outras partes do mundo, segundo o autor Jacob (1992, apud DUPRAT 2010,
p.33).
No século XX surge outra estrutura a do circo de pau fincado, a estrutura era
feita de chapas de alumínio, com arquibancadas para receber o público, surge a
possibilidade de iluminação o que trás a possibilidade de apresentações noturnas.
“Reforçando, como todos os saberes e práticas eram transmitidos oralmente
intermediados pela memória, como entre os índios, era no viver coletivo que o circense
se produzia circense, cotidianamente.” Sugawara(2008; p.20). Partindo ainda de
Sugawara (2008) o circo dito tradicional era aquele em que os conhecimentos eram
transmitidos oralmente, pertencer à família com tradição circense estava
intrinsecamente ligado ao fato de ser circense, não se pensava que alguém pudesse ter
outro destino que não esse.
Os motivos que levaram o circo ambulante a retomar seu espaço foram:
Os circos fixos que tiveram muito sucesso durante o século XVIII, XIX e começo do século XX vão aos poucos se extinguindo, por diversos motivos
como a concorrência com a televisão e do cinema, pela consciência
profissional dos artistas e também pela decadência das festas populares
(AUGUET, 1974, apud DUPRAT 2010, p.45).
Em 1919 surge um decreto de nacionalização dos circos e teatros em
Moscou (Rússia) e oito anos mais tarde surge o Curso de Arte do Circo, o que traz a
tona um novo modelo pedagógico para o ensino de artes circenses. A partir da união de
artistas do circo tradicional e da vanguarda do teatro têm-se um novo formato de
espetáculo, novos aparelhos, novas artes passam a fazer parte do espetáculo circense,
segundo Bortoleto e Duprat (2007).
Segundo Sugawara (2008), pessoas dos mais diversos grupos sociais
passaram a adquirir os conhecimentos circenses através dos ensinamentos que estas
escolas ofereciam e que antes eram somente reservados aos membros da família de
artistas, através das escolas.
Ainda segundo o mesmo autor, essas pessoas com sua pluralidade de
origens (trabalhos, classe social) não ligadas à cultura do circo até então, por não ser
parte da tradição circense, passam a utilizar o circo com diferentes objetivos, para
inovar academias, alterar sua linguagem artística, entre tantos outros.
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O poema escrito pelo acrobata Daniel Lacourt (apud. OLIVEIRA 2009)
muito diz sobre a tradição circense e os novos autores de sua propagação:
Difícil encontrar
algo que nos identifique,
agrupe esteticamente,
que não seja a nossa
orfandade. O fato de sermos todos
órfãos da mãe
tradição-circense.
Nossa geração de circo
desmamou antes de
mamar nos grandes seios
da tradição.
Sem a primeira vacina
e nem o primeiro não,
foi abrindo espaço,
trabalhando e se formando do jeito que
pôde. Estar fora dos
grandes eixos culturais
também é uma espécie de
orfandade que nos une.
Como cita Oliveira (2009, p. 13):
O circo, ao longo dos tempos, tem passado por muitas mudanças, e o corpo
humano, em suas façanhas mirabolantes, também passou a ser mais
explorado. Agora existem novas maneiras de se falar com o corpo, pelo corpo
e para o corpo... As novas linguagens, que vão se fundindo- o teatro, o circo,
a dança, o riso, a fala-, acabam assumindo uma forma particular.
No século XX, com a chegada das escolas profissionalizantes de circo,
pessoas que antes eram alheias ao circo puderam ter contato pela primeira vez com
diferentes modalidades circenses, neste modelo de organização vemos que:
[...] os artistas podem iniciar sua formação tanto nos moldes tradicionais, sob
a lona, como também neste novo modelo, em escolas especializadas.
Devemos destacar que esta abertura tem transformado a forma de ensino- aprendizagem, pois inúmeros profissionais de diversas áreas vêm tornando-se
colaboradores nesta transformação (DUPRAT, 2010, p.50).
O que há de mais novo, conforme o autor já citado é a abertura dos
conhecimentos e saberes circenses aperfeiçoados e criados ao longo dos séculos por
aqueles que viviam do circo, para aqueles que não faziam parte dessa forma de vida.
A partir desta abertura até os dias de hoje, identificamos âmbitos ou áreas
nas quais o circo se manifesta como prática corporal. Há segundo Duprat (2014) uma
inserção do circo em diferentes âmbitos da sociedade, com diferentes objetivos e com
profissionais de diversas áreas inseridos nesse contexto. Estes âmbitos são: o
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profissional ou artístico, o do lazer, o terapêutico, o social e o educativo, que é onde esta
pesquisa se inclui.
O circo se manifesta hoje como conteúdo da Educação escolar, e a partir da
bibliografia notamos que dentro deste âmbito a Educação Física vem se destacando nos
últimos anos. Diversos autores destacam alguns “porquês” desta aproximação:
entretenimento ou divertimento (INVERNÓ, 2003), como prática social
(FIGUEIREDO, 2007), como meio para a educação estética (BORTOLETO, 2011),
como meio para a promoção da saúde e de melhorias do condicionamento físico
(SOARES; BORTOLETO, 2011) ou ainda como ferramenta para a promoção da
criatividade (ONTAÑÓN et al, 2013).
Essas manifestações do circo acontecem nos dias atuais por consequência da
abertura desse conhecimento ao longo da história, temos como fruto não mais um circo
que somente forma artistas, mas também indivíduos que desfrutam dos saberes do circo
ao seu modo.
3.2 A classificação das modalidades circenses
Existem maneiras diversas de se classificar a variedade dos conteúdos
encontrados no circo, por exemplo, Goudard, Perrin e Bourra (1992) (BORTOLETO e
MACHADO 2003, p.21) apresentam uma classificação do ponto de vista dos materiais
utilizados, Gaquière (1992) utiliza uma classificação por ações corporais que os
materiais permitem (saltos, voos, manipulação, etc.) e Bortoleto e Machado (2003)
fazem uma classificação pelo tamanho dos materiais.
Já o Centre National das Arts du Cirque (CNAC) da França, divide as
técnicas do circo entre: Equilíbrio, Atividades de Acrobacia, Manipulação e Ator de
circo, conforme segue o quadro abaixo:
21
Quadro 1 – Técnicas de Circo
Fonte: Invernó (2003, p. 25)
Dentro de todas estas modalidades, como viemos colocando, nos
interessamos especificamente pelas modalidades aéreas, definidas por Calça e Bortoleto
(2007; p.347) como:
[...] qualquer prática circense onde o artista (ou praticante) utiliza aparelhos
específicos suspensos (por corda, cabo de aço, roldanas, faixas, guinchos,
dentre outros recursos), de modo que o acrobata realize seus truques, figuras,
quedas, movimentos, travas e acrobacias sem o contato direto ou duradouro
com o solo. Nestas modalidades devem prevalecer as destrezas aéreas (sem
contato com o solo), mesmo quando se utilize impulsos ou passagens no solo durante a performance.
3.3. O Tecido Circense
Conforme os autores Bortoleto e Calça (2007) o Tecido Circense também
recebe o nome de Tecido Aéreo e Tecido Acrobático.
Há relatos de desenhos orientais da escola de circo de Beijing em que são
representadas acrobacias em grandes panos (seda) que estão datados no ano 600 d.C.
Outros relatos semelhantes datam a presença do Tecido Circense no ocidente entre 1920
e 1930 na Alemanha onde alguns artistas utilizavam cortinas de um cabaré para realizar
suas apresentações (DESIDERIOS, 2003).
22
Segundo a mesma autora, o Tecido Circense não teve um único inventor,
mas acredita-se que foi através da corda lisa e algumas alterações que esta modalidade
surgiu. Alguns relatos sugerem que esse aprimoramento ocorreu na França, através de
diversos materiais tais como: cordas, tecidos, correntes, realizado pelo francês Gèrard
Fasolinos no ano 1980, foi nessa mesma época que chegaram à utilização do material
denominado liganete bastante flexível e resistente (DESIDERIOS, 2003).
O liganate é o material ainda recomendado para a prática do tecido, sendo
que outras ligas podem ser utilizadas, desde que suporte o peso do praticante
multiplicado em até quatro vezes (CALÇA e BORTOLETO 2007).
Conforme Calça e Bortoleto (2007) há duas maneiras conhecidas de
amarração em estruturas que suportem o Tecido Circense: o “nó de porco” e a
“amarração simples”, sendo que a primeira é realizada e presa a uma fita de rapel que se
prende a estrutura, enquanto a segunda é presa diretamente na estrutura, sendo que em
qualquer uma das duas amarrações recomenda-se que a estrutura seja recoberta por
algum material e não mantenha contato direto com o Tecido.
Para realizar o “nó de porco” dividimos o tecido ao meio, segurando na
extremidade que será amarrada, realizamos uma volta para cima que forma um circulo e
fazemos uma mesma volta para baixo formando outro circulo. Os dois círculos são
unidos com uma fita rapel que passa no meio de ambos. As extremidades da fita rapel
são presas por uma anilha ou mosquetão à estrutura.
23
A “amarração simples” é realizada também com o Tecido dividido ao meio,
passamos o tecido por cima ou dentro da estrutura em que ele estará preso, o que faz
com que o tecido forme o desenho de uma gota d’água (gota), as duas pontas do Tecido
passam por dentro da gota formada, ao esticar o Tecido a gota se fecha e ele está preso.
Os materiais de segurança utilizados para a prática do Tecido circense são:
fita sling, anelão, manilha, um backup que pode ser de cabo de aço mais um mosquetão,
algum material que cubra a estrutura que recebe o Tecido (podendo ser um papelão, um
plástico resistente) e colchão de queda.
Figura 3: “Nó de porco”
Fonte: BORTOLETO, M. A.C; CALÇA, D. H. O Tecido circense: fundamentos para uma pedagogia das
atividades circenses aéreas. Revista Conexões, Faculdade de Educação Física, UNICAMP, Campinas, v.2,
2007, p. 73-89.
Figura 4: Amarração simples
Fonte: BORTOLETO, M. A.C; CALÇA, D. H. O Tecido circense: fundamentos para uma pedagogia das
atividades circenses aéreas. Revista Conexões, Faculdade de Educação Física, UNICAMP, Campinas,
v.2, 2007, p. 73-89.
24
Figura 5: Fita Sling
Fonte: http://www.logismarket.ind.br/
cintamax-cintas-para-elevacao-e-amarracao/
cinta-sling/1768898658-1179618464-p.html
Figura 7: Manilha
Fonte: http://www.barconovo.com/
manilha-reta-em-aco-inox-10mm-40x21mm-p1019
Figura 8: Backup
Fonte: https://www.google.com.br/search?q=cabo
+de+aço+mais+mosquetão&tbm=isch&ei=YGfAU-
TTMMysyATq2IDgBQ
Figura 9: Backup junto da estrutura principal
Fonte: FERREIRA, Diego Leandro. Segurança no circo: questão de prioridade. 2012. 217f. Dissertação (Mestrado em Educação Física), Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2012.
Figura 6: Anelão
Fonte:
http://www.carbografite.com.br/produto-
detalhe.asp?Cod=175&Id_Produto=616
25
Para a instalação desses aparelhos é importante que o responsável pela
instalação esteja apto, tendo bons equipamentos, com um trabalho dentro das normas de
trabalho em altura.
Há diferentes maneiras de diversificar a prática do Tecido Circense, variam-
se as formas de amarração, o número de participantes, a altura de fixação, tudo isso
implicará diretamente em quais travas e figuras poderão ser formadas. Geralmente o
tecido é preso no mínimo a quatro metros do chão e no máximo até aproximadamente
12 metros, mas é importante relembrar que ao iniciar a modalidade os truques devem
ser aprendidos a uma baixa altura até que se adquira a confiança do praticante e do seu
professor, que sabe quais os erros que o praticante ainda comete.
Conforme Bortoleto e Calça (2007, p.73):
Nessas modalidades os artistas desenvolvem movimentos simples e
complexos em diversos planos com diferentes técnicas de execução. O fato
de não existir regras ou normativas que definam a construção e a forma de utilização dos aparelhos amplia consideravelmente a possibilidade e criação e
descoberta de inúmeras figuras e formas que compõe a apresentação (número
circense).
A altura, as diferentes maneiras de se prender os aparelhos, o número de
praticantes, são todas estratégias utilizadas para que as modalidades aéreas do circo
sejam diversificadas, com novas figuras e quedas. São aparelhos que dependem de um
processo de criação, a apresentação de um novo número exige descobertas, o que traz a
tona novas formas de utilização de um mesmo aparelho.
Podemos encontrar algumas variações do uso do Tecido Circense:
- Tecido Liso: Tecido dividido em duas partes iguais que serão utilizadas
para realizar os movimentos, poses, quedas e travas. Seu tamanho total varia de 20 a 26
metros, normalmente fixado em estruturas de 5 a 10 metros de altura.
26
Figura 10: Tecido liso Figura 11: Tecido Liso
Fonte: Acervo pessoal Fonte: Acervo pessoal
- Tecido Marinho: Sendo feito do mesmo material que o tecido liso, porém
difere na sua amarração, em que suas pontas estão presas, diferente do Tecido Liso que
o seu meio está preso. A distância entre as pontas pode variar de 2 a 3 metros, a parte
central é onde serão executados os movimentos.
Figura 12: Tecido Marinho
Fonte: http://circoaereo.blogspot.com.br/2013/05/blog-post.html
27
Figura 13: Tecido Marinho
Fonte: http://trupecircodavida.blogspot.com.br/2012/03/tecido-acrobatico-e-tecido-
marinho.html
- Double Tecido: Modalidade similar ao tecido liso, porém a execução dos
exercícios é realizada por dois artistas concomitantemente. No Double tecido há
elementos do tecido liso executados individualmente ou em dupla e também elementos
do Double trapézio.
Figura 14: Double Tecido
Fonte: acervo pessoal
28
Figura 15: Double Tecido
Fonte: acervo pessoal
-Tecido ao voo: Tem sua fixação semelhante ao Tecido Liso, o artista
prende-se a sua extremidade para realizar os truques (giros, travas, pranchas e apoios
invertidos) que normalmente se realizam nos braços, punhos, mãos e pernas.
Figura 16: Tecido ao voo Fonte: http://folhadocirco.blogspot.com.br/2013_07_01_archive.html
29
4. AS ATIVIDADES CIRCENSES NA ESCOLA
4.1. Antecedentes e contexto
Como destacamos no ponto anterior, a arte do circo, veio ao longo da
historia ocupando diferentes espaços. Nas últimas décadas notamos, a partir da
bibliografia especializada, como as artes do circo se aproximaram do âmbito educativo.
Alguns autores, como Bortoleto e Machado (2003) destacam que o circo se
adentrou no espaço escolar com o propósito de oportunizar o conhecimento dos alunos á
essa cultura milenar. Não convém a esse espaço um ensino técnico rigoroso, mas um
ensino em que todos os alunos possam participar e vivenciar de forma lúdica algumas
das modalidades do circo.
Há inclusive em alguns países europeus, como é o caso da Espanha, a
presença das atividades circenses em currículos oficiais de Educação primária,
secundária e superior e em alguns países como Alemanha, Itália, Cuba, Austrália,
Inglaterra, USA, Portugal, um espaço reservado nas aulas de Educação Física para tais
atividades. (BORTOLETO e MACHADO 2003).
Invernó (2003, p.19) sobre as atividades circenses nas escolas revela: “[...]
são atividades que não se limitam somente ao simples controle do corpo, mas que geram
atitudes com um potencial educativo [...]”.
Conforme Ontañón et al (2012 e 2013) esse potencial educativo encontra-se
no fato de que os alunos desenvolvem a partir dessas atividades muitos aspectos
pessoais, sensibilidade na expressão corporal, trabalhos de cooperação, criatividade,
além da auto superação e melhora da autoestima, o que nos permite trazer um foco para
uma Educação Física mais artística.
Segundo Ontañón (2012) as atividades circenses na escola possibilitam
ainda trabalhos transversais tais como: cooperação, tolerância, respeito (pelo material,
pelo colega de classe, pelo professor de sala), além de um trabalho relacionado à
expressão corporal para que os alunos aprendam a se comunicar corporalmente.
Neste trabalho, defendemos as Atividades Circenses como conteúdo escolar
a partir do referencial de cultura corporal de movimento que defende o Coletivo de
30
autores (1992), em que todo conteúdo cultural corporal da humanidade pode e deve
fazer parte da disciplina de Educação Física escolar, para que entendam seu processo
histórico, corporalmente vivenciem diferentes experiências e tenham repertório teórico
para poder discuti-las.
A metodologia de ensino da Educação Física citada pelo livro baseia-se no
seguinte aspecto:
[...] formação do sujeito histórico à medida que lhe permite construir, por
aproximações sucessivas, novas e diferentes referências sobre o real no seu
pensamento. Permite-lhe, portanto, compreender como o conhecimento foi
produzido historicamente pela humanidade e o seu papel na história dessa produção (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p.22).
Assim, defendemos o circo como parte desse conteúdo cultural milenar, já
que, como viemos defendendo, se encontra presente no repertorio cultural de muitos
países, nos quais se inclui o Brasil. Sendo assim, vemos que o Tecido Circense se
encaixa como umas das vivências do circo possíveis dentro da escola.
4.2. As modalidades circenses adaptadas à escola
Ao enxergarmos o amplo leque de atividades que o circo nos oferece,
percebemos rapidamente, que nem todas estas atividades são as mais adequadas para o
espaço escolar. Vários autores já perceberam este problema e propuseram soluções
diversas, um exemplo, seria a classificação das modalidades circenses realizada por
Bortoleto e Machado (2003), na qual dividem as modalidades separando-as por
tamanho do material necessário para a sua prática, sendo que os materiais de grande e
médio porte são descartados para o seu uso na escola por exigirem maiores cuidados,
uma preocupação maior com a segurança dos alunos, uma capacitação especializada e
maior infra-estrutura, os autores citam que estas atividades são mais recomendadas para
horários extracurriculares.
Outras atividades como pirofagia, faquirismo e modalidades que exacerbam
deformidades, não devem ser trabalhadas no ambiente escolar, por expor os alunos a
grandes riscos e poder degradar o corpo dos alunos.
Conforme o artigo de Bortoleto e Duprat (2007) há classificações das
modalidades circenses repensadas para o próprio ambiente escolar, segue abaixo duas
31
tabelas, sendo a primeira com um foco maior nas ações motoras gerais envolvidas e a
segunda com relação aos tamanhos dos materiais que comentávamos acima, o que
facilita o trabalho do professor com seus objetivos e possibilidades dentro de uma aula
de Educação Física que tenha Atividades Circenses como possíveis vivencias.
Fonte: Duprat e Bortoleto (2007)
32
Fonte: Duprat e Bortoleto (2007)
4.3. O ensino do Tecido Circense na escola
O Tecido Circense como modalidade aérea traz aos alunos um aprendizado
corporal que escapa das práticas mais tradicionais da Educação Física Escolar. Esta
modalidade oferece a possibilidade de ensinar aos alunos o trabalho com altura, que
exige mais atenção e concentração nos movimentos que devem ser executado e requer
uma noção de segurança ativa, para evitar acidentes ou quedas involuntárias. Por outro
lado, é também uma modalidade que exige bastante coordenação, flexibilidade, força e
criatividade em números e apresentações.
É preciso estar atento somente para algumas cautelas quanto aos materiais
que vão ser utilizados, infraestrutura do local, formação do profissional, condição que o
aluno possui (o quanto domina determinado conteúdo) e segurança da atividade, o que
conforme os autores Bortoleto e Machado (2003), garantem uma prática mais
responsável por parte do docente.
Incorporar a prática do Tecido Circense nas atividades extracurriculares ou
curriculares das escolas é um grande desafio que já foi alcançado por alguns
33
educadores, a magia do Tecido Circense, sua plasticidade nos movimentos, suas quedas,
seus ensinamentos corporais e artísticos são raros e são poucos alunos tem a
oportunidade de vivenciar.
34
5. O TECIDO CIRCENSE ATRAVÉS DO OLHAR DOS
PROFESSORES
É importante entender pelo olhar dos próprios professores quais os limites
no ensino da modalidade do Tecido Circense, o que todos eles têm a nos dizer sobre a
realidade das aulas, o que podemos encontrar, como podemos potencializar os aspectos
positivos e diminuir todos os riscos. Ao todo cinco professores responderam ao
questionário:
a) Hugo: que trabalha na Escola Estadual Luiz Campo Dall’orto em
Sumaré (São Paulo) com a modalidade Tecido Circense como conteúdo
extracurricular.
b) Daniela: que trabalha na Escola Privada Educap em Campinas (São
Paulo) com a modalidade Tecido Circense como conteúdo
extracurricular.
c) Luiza: que trabalha na Instituição de ensino privado Escola Viva em
Monte Mor (São Paulo) com aulas de Tecido Circense como conteúdo
extracurricular.
d) Maikon: que trabalha na Escola Estadual Mário Alexandre Faro Nieri
em São Paulo com a modalidade Tecido Circense como conteúdo
extracurricular.
e) João Paulo: que trabalha na instituição de ensino privada Colégio
Oswald em São Paulo, com a modalidade Tecido Circense como
conteúdo curricular.
As respostas encontradas nos questionários foram divididas em 4 categorias
para facilitar sua análise:
- A formação acadêmica e artística do professor;
- Aspectos pedagógicos relativos às aulas de Tecido Circense.
- Materiais utilizados durante as aulas; e,
- Medidas de segurança adaptadas nas aulas.
35
5.1. A formação acadêmica e artística do professor
Todos os sujeitos entrevistados possuem formação universitária em
Educação Física, sendo que a maioria deles se formou na modalidade dupla, isto é
Bacharelado e Licenciatura.
Notamos também que todos eles possuem alguma experiência prévia ou
formação com a prática do Tecido Circense. Por exemplo, o professor Hugo, que tem
mestrado na área da “Saúde Coletiva” destaca que, apesar de não possuir formação
artística relacionada ao Tecido Circense, possui vivências desta modalidade a partir de
oficinas de Tecido Circense, o que demonstra o interesse do profissional em buscar o
conhecimento nessa área.
Por outro lado, tanto a professora Daniela, quanto a professora Luiza
expõem que passaram por um processo de conhecimento da modalidade antes de
assumirem suas aulas, sendo que começaram como praticantes, realizaram estágios na
área, para somente depois dessas experiências prévias assumirem as aulas.
Já o professor Maikon mostra suas experiências sem citar especificamente
qual foi o processo pelo qual passou, contudo ao lecionar em uma escola de circo, em
escolas da rede privada e pública, além das aulas em uma faculdade deduzimos que
deve ter bagagem e conhecimentos suficientes para o ensino desta atividade.
O professor João Paulo descreve como experiência com o Tecido Circense o
seu trabalho como artista em uma trupe e cursos livres no Galpão do Circo entre os anos
de 1996 e 2002, o que nos parece vivências na modalidade assim como as citadas pelo
professor Hugo, visto que não sabemos ao certo qual o envolvimento que ele possuía
com a modalidade dentro da Trupe e sabendo que possivelmente não eram todos os
cursos voltados apenas para o Tecido Circense, mas demonstra também uma
preocupação do profissional pela busca do conhecimento.
36
5.2. Aspectos pedagógicos relativos às aulas de Tecido Circense
Ao questionar os professores sobre os motivos que levaram a inclusão das
atividades circenses em suas aulas obtivemos as seguintes respostas:
O professor Hugo cita que as atividades circenses dialogam com o Projeto
Político Pedagógico da Instituição em que trabalha além de considerar esta uma prática
motivadora.
A professora Daniela considera relevante o trato destas atividades na escola,
pois divulga a cultura circense para os alunos, ela trabalha com o circo em dias
comemorativos como o “Dia do circo” e diz que em aulas curriculares deve-se pensar
nesse conteúdo.
A professora Luiza cita que a inclusão das atividades circenses ocorre
porque a escola possui a preocupação de oferecer outras práticas em horário
extracurricular .
Os professores Maikon e João Paulo justificam a inclusão dessas atividades
por conta da formação voltada ao circo que possuem, o que demonstra o interesse e a
iniciativa desses professores em levar o circo para dentro das Instituições.
Com relação ao tempo das aulas os professores Hugo, Daniela e Luiza
dedicam 1h20, 1h e 40 minutos respectivamente para as aulas de Tecido, sendo que a
professora Luiza faz um trabalho diferenciado para os pequenos em que trabalha o
Tecido Circense uma ou duas vezes no mês cerca de 30 minutos. O professor Maikon
cita que trabalha com o Tecido duas vezes na semana, porém não especificou o tempo e
o professor João Paulo diferente de todos os outros trabalha com a modalidade apenas
no mês de Novembro com aulas de duração de 1h15, por ser como dito antes, um
trabalho que se inclui no currículo da disciplina de Educação Física.
Quando a modalidade é incluída no horário curricular há um tempo para a
prática menor, visto que o objetivo do professor é que os alunos vivenciem diferentes
práticas, não se resumindo apenas ao Tecido Circense. Os horários extracurriculares
abrangem um conhecimento um pouco mais especifico da modalidade, as aulas tem
uma duração maior, o professor tem por objetivo algumas vezes apenas aquela prática
corporal e uma quantidade menor de alunos.
37
A prática da modalidade do Tecido Circense é aberta a todos os alunos, não
sendo necessário nenhum conhecimento prévio, é o que citam grande parte dos
professores, com exceção da professora Daniela que faz referencia a uma restrição para
alunos menores de 11 anos.
As aulas de Tecido Circense são muito bem recebidas em todas as escolas
conforme descrito pelos professores, porém o professor Hugo demonstra que essa é uma
prática um pouco mais recente dentro da Instituição em que trabalha, ao contrário do
que relatam os outros professores, no entanto, esta prática chamou bastante atenção e
muitos alunos ficaram interessados a ponto do professor ter que fazer restrições, por não
possuir meios para abertura de novas turmas.
Quanto aos alunos, temos turmas muito variadas de acordo com as
respostas, o professor Hugo trabalha com 12 alunos em média e 4 tecidos, a professora
Daniela com 15 alunos e 5 tecidos, a professora Luiza com 15 alunos e 2 tecidos, o
professor Maikon com 33 alunos e 1 tecido e o professor João Paulo com 20 alunos e 4
tecidos.
5.3. Materiais utilizados durante as aulas
Os materiais usados são: colchões de queda e os próprios tecidos
acrobáticos, com diferença da professora Daniela que possui backup1 em alguns tecidos.
Quanto à organização dos materiais todos os professores guardam os
colchões em um lugar especifico, o professor Hugo retira o Tecido durante os recessos
escolares, a professora Luiza e o professor João Paulo recolhem o tecido após o término
das aulas: “Os tecidos permanecem no lugar, porém recolhidos no teto sem
possibilidade de acesso fora do horário de aula” (professor João Paulo). “O Tecido
Acrobático permanece no espaço da prática, porém recolhido lateralmente por uma
polia” (professora Luiza).
Perguntamos também sobre as possíveis melhoras que os professores
almejavam ou acreditavam necessárias. O professor Hugo e a professora Luiza citam
1 Backup é um aparelho que torna a prática mais segura, visto que só terá utilidade no caso do aparelho responsável e principal ser danificado. No caso do Tecido Circense fica posicionado junto ao anelão que prende o Tecido Circense ao teto.
38
sobre a formação continuada, para que os alunos evoluam tecnicamente, o professor
Maikon diz sobre maior quantidade de tecidos e equipamentos de segurança, o que se
assemelha a respostas da professora Daniela que cita a vontade de ter backups para
todos os tecidos.
Com relação ao espaço a professora Luiza cita que fechar a quadra nas
laterais melhoraria a qualidade de suas aulas e a professora Daniela da mesma forma
cita sobre os colchões que são muito pesados, o acesso seria facilitado se ficassem mais
próximos, o professor João Paulo se refere à altura do espaço que possui o que limita o
aprendizado de algumas quedas, além de citar:
O número de alunos muito alto dificulta o desenvolvimento de movimentos mais complexos. O número de aulas de Educação Física é de uma vez por
semana isso também dificulta a regularidade e a prática constante para
desenvolvimento das habilidades. (professor João Paulo).
Por se tratar de uma prática que ocorre no ambiente curricular, é importante
destacar que dá acesso aos alunos a um novo conhecimento, que diferente de uma
prática que acontece no horário extracurricular, faz com que todos possam vivenciar e
esta inserida como conteúdo da Educação Física. O professor trata desse conteúdo em
períodos específicos, como parte de uma vivencia corporal e não tem que ter a
preocupação em trazer esse conteúdo de maneira mais especifica e com maior
desenvolvimento das habilidades, visto que não será trabalhada somente essa vivência
dentro de todos os conteúdos da Educação Física.
Outra dificuldade citada é que seus conhecimentos são limitados na
modalidade do Tecido Circense, dificuldade que foi resolvida com a presença de um
professor auxiliar, especialista.
5.4. Medidas de segurança adotadas nas aulas
O uso do Tecido Circense é restrito em todas as Instituições que
participaram da pesquisa os alunos só o utilizam na presença do professor responsável,
o que demonstra um interesse das Instituições pela segurança de seus alunos.
Todos os professores citaram o uso de colchões durante a aula, o professor
Hugo, a professora Daniela e a professora Luiza, ao responderem sobre as questões de
segurança demonstraram ter cuidados pedagógicos durante as aulas, como cuidar da
39
altura em que os alunos realizam os exercícios, pedir a atenção durante a realização dos
exercícios, assim como a professora Luiza que mencionou: “Primeiramente a instalação
correta do Tecido Acrobático, em segundo lugar a presença sempre de um colchão
adequado embaixo do mesmo, além do controle da altura da realização dos exercícios e
ajuda manual”.
Sobre a instalação dos Tecidos Acrobáticos os próprios professores em sua
grande maioria foram quem montaram o equipamento. Há, entretanto, dentre as
respostas um destaque para a professora Luiza quando responde sobre a montagem do
Tecido Circense realizada na escola em que leciona onde há a: “Contratação de uma
empresa especializada em instalação de aparelhos aéreos de circo. Utilização de
equipamentos adequados e backup”.
Com relação à manutenção dos equipamentos algumas escolas fazem
substituição periódica do tecido, como citam os professores Hugo e Daniela:
“Substituição do tecido 1 vez a cada 2 anos e remoção para limpeza e verificação visual
do desgaste 1 vez por ano.” “Costumamos trocar periodicamente as amarrações (os
tecidos também, mas demoramos mais) e mudar os tecidos de lugar na estrutura do
pátio, que é de madeira.”
Quanto aos equipamentos de ancoragem os professores citam os seguintes
procedimentos: Professora Luiza: “Desde que eu assumi as aulas, solicitei para que a
ancoragem fosse alterada. Quando possível ela foi realizada e sua manutenção ocorrerá
após 1 ano.” Professor Maikon: “Cada 15 dias tem manutenção, verificação das
ancoragens na estrutura.” Professor Hugo: “Equipamentos de ancoragem (fita anel
costurado e mosquetes): troca a cada 4 anos.”
O professor João Paulo cita um procedimento que os demais professores não
realizam: “Colocação de tecidos no sol e 1 vez por ano passo spray anti-fundo e breu
para dar aderência”.
40
5.5. Análise dos Resultados
Dentre todas as respostas dos professores, acreditamos que algo em que
podemos entrar em consenso independente de qual seja a escola, é que há boa
receptividade dos alunos pelo circo e pela modalidade do Tecido Circense. Quando
questionamos os professores sobre como foram recebidas as aulas de Tecido Circense
pelos alunos, direção e pais eles destacam em suas respostas a afinidade das pessoas
pela modalidade:
“Com o passar dos anos, os alunos foram se interessando cada vez mais ao
ponto de termos que restringir o ingresso de alunos por falta de tempo
disponível para criação de novas turmas. De modo geral vejo que a recepção é
muito positiva.” (Professor Hugo).
“Já existiam aulas de TA antes de eu assumir essas aulas. Mas é notável que
essa prática atrai muitos alunos e admiração dos familiares e da direção da
escola.” (Professora Luiza).
“Os pais sempre gostam muito e as turmas tem crescido bastante, temos quase
30 alunas em 4 aulas e cada vez mais alunos de outras escolas tem procurado a
modalidade.” (Professora Daniela).
Tendo em vista essa primeira demonstração de interesse por parte dos
alunos, é importante pensar qual o orçamento gasto para que uma escola adquira
materiais de qualidade para trabalhar com o Tecido Circense, visto que a altura envolve
questões de segurança e aparelhos para que essa segurança seja efetiva.
Procuramos em nosso trabalho uma empresa que trabalha na área de
segurança em atividades de altura e com as modalidades circenses aéreas: a empresa
Aerius. O orçamento dos materiais mais simples foi pedido, sendo os materiais: Tecido
Circense, fita sling, anelão, manilha, e um backup que pode ser de cabo de aço mais um
mosquetão, que tiveram um total de 115 reais, para a instalação desses aparelhos em
escolas é necessário que o responsável pela instalação esteja apto, tendo bons
41
equipamentos, com um trabalho dentro das normas regulamentadoras de trabalho em
altura: NR35 e NR182. Podemos encontrar um “check-list” da montagem do Tecido
Acrobático no trabalho de Ferreira (p.214, 2012).
Além dos aparelhos de segurança para instalação do Tecido Circense é
necessário que sejam realizadas inspeções da instalação, segundo Ferreira (2012, p. 58)
sobre segurança no circo afirma-se: “Todo equipamento sofre desgaste ocasionado pelo
uso. A falta de manutenção/inspeção faz com que ele venha a falhar por desgaste
excessivo e negligenciado pela equipe responsável.”. Sendo assim, notamos a
necessidade das inspeções serem realizadas dentro das instituições com uma frequência
mínima de seis meses para visualizar os possíveis desgastes dos materiais utilizados.
Segundo Sugawara (2008), a segurança se faz presente não apenas
mantendo um colchão embaixo dos praticantes da modalidade, mas levando em
consideração muitos outros aspectos. Conforme cita o autor:
A administração do risco é a identificação sistemática das ameaças inerentes a cada atividade, e o desenvolvimento e aplicação de ações para minimizar
tais ocorrências, tornando a atividade o mais segura possível.
[...] a capacidade de avaliar e identificar essas ameaças está diretamente
ligada o conhecimento técnico e sua experiência pessoal, portanto nunca é
demais uma segunda opinião.
Conforme o próprio autor cita a segurança está diretamente relacionada à
formação e experiência do profissional responsável por ensinar a modalidade. O autor
cita algumas constantes que podem ser observadas durante a prática de atividades
circenses, que ao serem detectadas diminuem as ameaças inerentes: organização da área
de trabalho/ treino, preparação individual, estado psicológico, condição física, saúde,
estado de atenção, condição técnica, condição dos aparelhos, adequação do material
utilizado, montagem correta, conservação do material.
Através do proposto podemos identificar na fala dos professores
preocupação com diversos aspectos citados tais como: organização da área de trabalho,
condição dos aparelhos, montagem correta e conservação dos materiais.
2 Disponíveis no site: http://cipa.iqsc.usp.br/files/2014/04/NR-35-Trabalho-em-Altura.pdf
http://portal.mte.gov.br/legislacao/norma-regulamentadora-n-18-1.htm
42
Com todos os aspectos de segurança cumpridos segundo as normas, ainda
há o risco ligado à capacitação do profissional que leciona as aulas de Tecido Circense.
A altura em que se pratica a modalidade, os erros durante as montagens das travas, a
forma como devem ser executadas as figuras e quedas, qual a altura ideal para cada
queda, qual o cuidado necessário em cada pose. Cada informação errada aumenta o
risco de que algum aluno venha a se machucar.
Levando em consideração que a formação especifica é uma das maneiras de
se evitar acidentes, devemos considerar ao receber profissionais para lecionar aulas de
Tecido Circense (que não precisam ser somente da área de Educação Física como trata
nosso trabalho, mas também da dança, das artes cênicas e de outras áreas) que a
capacitação recebida nas universidades não apresenta o “knowhow” necessário para que
um professor somente através dessa experiência possa lecionar de maneira segura, é
preciso conhecer a modalidade, praticá-la, entender os riscos envolvidos. Há a
necessidade de uma formação bastante especifica, de conhecimento dos materiais, das
seguranças envolvida, da pedagogia necessária para o ensino dessa modalidade.
Conforme cita Ontañon (2012, p. 31):
[...] a grande maioria dos profissionais da educação física que se “aventura”
na arte de ensinar atividades circenses a seus alunos faz uso do mesmo
modelo pedagógico cristalizado nas famílias circenses: o empirismo. Com
um agravante, não possuem formação nem ao menos uma experiência secular
acumulada geração após geração. Consequentemente, não é exagero afirmar,
que muitos alunos estão a mercê de experiências respaldadas em grande
medida pelo “achismo”, na reprodução, na cópia e no processo de “tentativa e
erro”.
Há também de se considerar a quantidade de alunos e tecidos durante as
aulas, parece que a quantia de 4 tecidos ao mesmo tempo exige uma maior concentração
do professor, ou até mesmo uma melhor didática e organização da aula, o que não a
torna inviável no meu ponto de vista, da mesma forma que trabalhar com uma grande
quantidade de alunos e apenas 1 tecido vai exigir uma organização da aula diferente,
para que os alunos não fiquem ociosos.
Dessa forma, podemos concluir que o Tecido Circense possivelmente possa
ser implantado por uma escola que esteja interessada em investir na modalidade:
compra de materiais relacionados à segurança, inspeção, cursos de treinamento para os
43
professores responsáveis. Sendo que todos esses quesitos implicam diretamente na
segurança do aluno.
Ferreira (2012) entende a questão da segurança da seguinte maneira:
[...]partimos do princípio de que a segurança não deve ser tratada como um
aspecto acessório das atividades circenses, mas como um pré-requisito, um
aspecto fundamental para qualquer prática ou atividade neste âmbito,
justificativa que se apoia nos diversos benefícios resultantes do aumento da
segurança, como a diminuição de acidentes fortuitos, de lesões e, portanto, de
afastamentos (absenteísmo), do aumento da qualidade artística e da
consequente maior longevidade da carreira, tão desejada entre os
profissionais do setor.
Aspectos tais como: estado psicológico, condição física, saúde, estado de
atenção e condição técnica, são todos fatores que precisam ser levados em consideração
durante a aula. Com relação as aulas extracurriculares questões como condição técnica
e física do aluno tem que ser observadas pelo próprio professor, esse também pode ser
tema de suas aulas, o aluno deve entender qual será o seu próximo passo, a sua evolução
pessoal, visto que, alguns possivelmente tenham grande facilidade e possam realizar
truques mais difíceis e outros tenham limitações com relação à altura, ao medo, a força,
flexibilidade, e tenham que realizar truques mais simples.
A condição técnica e física dos alunos no horário curricular não vai ser
observada pelo professor da mesma maneira que no horário extracurricular, visto que o
objetivo do professor é diferente com aquela aula, o Tecido Circense em horário
curricular é colocado como vivencia, é uma experimentação da modalidade, portanto as
crianças terão oportunidades igualadas independente das suas condições ou
dificuldades.
A organização dos materiais, também é responsabilidade do professor, e
pode ser notado nas respostas de alguns professores:
“Os colchões são guardados após a atividade, mas os tecidos permanecem presos.” (Professora Daniela).
“O Tecido Acrobático permanece no espaço da prática, porém recolhido
lateralmente por uma polia.” (Professora Luiza).
“Os tecidos permanecem no lugar, porém recolhidos no teto sem
possibilidade de acesso fora do horário de aula.” (Professor João Paulo).
44
Não permitir o acesso dos alunos ao Tecido Circense diminui possíveis
problemas, como por exemplo, a prática da modalidade sem um responsável por perto,
o que pode gerar grandes riscos.
45
6. PERSPECTIVAS PARA O ENSINO DO TECIDO CIRCENSE NA
ESCOLA: LIMITES E POSSIBILIDADES
Ao longo do trabalho,
percebemos como a prática do Tecido
Circense nas escolas já não é uma
possibilidade, mas uma realidade. Contudo
ainda não possui o reconhecimento que
outras práticas corporais têm dentro das
Instituições escolares, é por isso, que nos
chamaram a atenção os motivos que levaram
os professores a se interessarem por essa
modalidade ao ponto de incorporá-la nas
suas aulas. Através dos relatos dos
professores e da revisão bibliográfica, fica
evidente, que a prática do Tecido Circense é
uma prática que atrai crianças e
adolescentes, observamos isso, por exemplo,
no questionário realizado pela professora
Daniela, chegando ao ponto dos alunos
esperarem completar determinada idade para participar das aulas, ou no fato das turmas
alcançarem o número máximo de alunos como cita o professor Hugo.
Talvez por sua beleza, estética e leveza, talvez pela altura e suas quedas, os
motivos são diversos, realizar figuras e acrobacias a alguns metros do chão chama a
atenção do público, detém o olhar dos curiosos. Porém o medo de pessoas que não
conhecem essa prática é um medo real, que deve ser sim considerado e avaliado.
Há possibilidade de inserção dessa modalidade tanto em horário curricular
quanto em horário extracurricular, porém é preciso entender quais as necessidades
especificas do Tecido Circense no horário das aulas de Educação Física: limitações do
tempo e da quantidade de alunos, o conteúdo visto como uma vivência e não como
modalidade a ser praticada pelos alunos, uma adaptação da aula por conta do número de
Figura 17 Fonte: Arquivo pessoal
46
alunos, do número de tecido e da quantidade de profissionais durante as aulas, para que
a prática mantenha-se segura ainda que o número de alunos por tecido seja maior.
Acidentes com relação ao Tecido Acrobático são possíveis por diversos
motivos que devem ser evitados: desde a altura do material, falta de conhecimento do
professor, excesso de autoconfiança por parte dos alunos, falta dos materiais adequados
para a prática (desde roupas para evitar as possíveis queimaduras, até equipamentos de
segurança no caso de acidentes ou problemas decorrentes do uso do Tecido Circense),
falta de práticas pedagógicas seguras e tantos outros motivos.
A começar pelo fato de que não há nenhuma lei que administre a prática de
atividades em altura dentro das Instituições, o que resulta no fato do Tecido Circense
poder ser preso por qualquer pessoa que se disponibilize para isso, muitas vezes não
tendo o conhecimento adequado com relação ás questões de segurança em altura.
Pensamos que é um grande erro que dentro de Instituições de ensino as
instalações possam ser realizadas por pessoas não especializadas nesse tema, visto que
há riscos envolvidos em aparelhos mal presos ou com problemas de instalação podendo
acarretar possíveis danos a integridade física dos alunos. Um responsável em segurança
no circo pode ser um dos profissionais adequados para assinar um termo de
responsabilidade pelos aparelhos instalados e por futuras vistorias. Trabalhos em altura
como o do Tecido Circense preveem o risco de acidentes, o que está diretamente ligado
aos alunos que praticam, ao nome da Instituição que prove a prática e ao trabalho
realizado pelo professor responsável.
Outro aspecto interessante e que influencia diretamente na prática é a
formação do profissional, dificilmente encontramos este conteúdo nas universidades de
Educação Física, isso é uma grande dificuldade, já que lidamos com um interesse pelas
atividades alto, mas poucas pessoas formadas para ensinarem este conteúdo de forma
apropriada. Acreditamos que é muito importante que as Instituições escolares que
tenham interesse em oferecer este conteúdo, verifiquem que a pessoas que será
responsável pela atividade tenha a formação necessária para assumir tal função.
Vemos que, os professores que atualmente lecionam a modalidade do
Tecido Circense, procuram formação através da bibliografia disponível, que veio
47
aumentando muito nos últimos anos (ONTAÑÓN et al, 2012), por meio de livros e
artigos relacionados à pedagogia de ensino da modalidade. Temos como exemplo a
apostila realizada por Érica Stoppel, ou a do autor Carlos Sugawara, que são bastante
ilustrativas. Esta última traz anexo um CD com vídeos das principais figuras, quedas e
maneiras de ensinar o Tecido Circense, um material como esse poderia ser oferecido aos
professores responsáveis para estudo e capacitação.
Pensamos que para inserir esta modalidade nas escolas é necessário, além de
uma formação especializada necessária, possuir orçamento mínimo para a compra do
Tecido Acrobático e dos materiais de segurança que acompanham a instalação, além de
um bom equipamento para que os profissionais montem o Tecido Circense e uma boa
estrutura que suporte a prática da modalidade.
Uma ideia que propomos para experiências escolares que ofereçam aulas de
Tecido Circense, que pode contribuir com a segurança e com o aumento da autonomia
dos alunos, é que seja exposto no ambiente de aula algum cartaz ou banner, sinalizando
de maneira simples as principais normas a serem seguidas, quais são os cuidados
necessários durante a aula, como por exemplo: utilizar o colchão de queda, não ficar
embaixo do colchão enquanto outro aluno está executando algum movimento, não
praticar o Tecido Circense sem um professor por perto, etc. Fazendo o aluno participe
da segurança de uma maneira ativa e dando-lhe maior responsabilidade.
Por outro lado, recomendamos como fechamento das aulas, realizar junto
aos alunos apresentações artísticas envolvendo o Tecido Circense, uma oportunidade
para que os alunos possam demonstrar avanços realizados durante as aulas, favorecendo
sua autoestima e oferecer um reconhecimento da prática a outras pessoas da
comunidade, da escola, de forma que possam saber de sua existência e passem a
apreciar a modalidade, o que no fim das contas, significa valorizar as Artes do Circo.
Por último, pensamos que seria muito interessante que diversas escolas que
incorporam esta prática ao repertorio de atividades que oferecem, realizem uma troca de
saberes entre escolas, dando a oportunidade de visitas à festivais de Tecido Circense
realizados por outras instituições. Esta troca daria a oportunidade de que os alunos
conhecessem a prática do Tecido Circense realizada por outras pessoas, em um contexto
48
diferente do seu e ofereceria aos professores possibilidades de trabalho conjunto e troca
de conhecimentos e experiências, mas é necessário que para isso as escolas estejam
preparadas com relação a equipamentos e profissionais qualificados.
49
7. REFERÊNCIAS
BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: 70, 5. Ed., 2009.
BORTOLETO, M. A.C; CALÇA, D. H. O Tecido circense: fundamentos para uma
pedagogia das atividades circenses aéreas. Revista Conexões, Faculdade de Educação
Física, UNICAMP, Campinas, v.2, 2007, p. 73-89.
BORTOLETO, M. A. C.; CALÇA, D. H. Circo e Educação Física: compendium das
modalidades aéreas. Movimento & Percepção, Espírito Santo do Pinhal, v. 8, n. 11, p.
345-360, 2007.
BORTOLETO, Marco Antonio Coelho (Org.). Introdução a pedagogia das atividades
circenses. São Paulo: Fontoura, 2008.
BORTOLETO, Marco Antonio Coelho.; MACHADO, Gustavo Arruda. Reflexões
sobre o Circo e a Educação Física. Revista Corpoconsciência- FEFISA - Santo André,
v.2, n.12, 2003, p. 39-69.
BORTOLETO, M. A. C; SOARES, D. B. A prática do tecido circense nas academias de
ginástica da cidade de Campinas-SP: o aluno, o professor e o Proprietário. Revista
Corpoconsciência, Santo André, v.15, n. 2, p. 07-23, jul/dez 2011. Disponível
em<http://fefisa.com/revista/index.php/revcorp/article/view/81>. Acesso em: 15
fev.2014.
CHALLANDE, Y. Méthodologie de Corde et Tissus. Chêne-Bourg: Genève, 2005.
COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino de educação física. São Paulo:
Cortez, 1992.
DESIDERIO, A. Corpos Suspensos: o tecido circense como possibilidade para a
educação física escolar. Trabalho de conclusão de curso (Graduação), Faculdade de
Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2003.
DUPRAT, R. M.; PEREZ GALLARDO, J. S. Artes Circenses no âmbito escolar. Ijuí:
UNIJUÍ, 2010.
DUPRAT, Rodrigo Mallet; BORTOLETO, Marco Antonio Coelho;. Educação Física
escolar: pedagogia e didática das atividades circenses. Revista Brasileira de Ciências
do Esporte, Campinas, v. 28, n.2, p. 171-189, jan.2007. Disponível em:
<http://rbceonline.org.br/revista/index.php/RBCE/article/view/63/71>. Acesso em: 10
mar. 2014.
DUPRAT, R.M. A formação do profissional circense no Brasil: do ensino técnico/
profissionalizante à formação superior. 2014. Doutorado em Educação Física,
Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2010.
50
FERREIRA, Diego Leandro. Segurança no circo: questão de prioridade. 2012. 217f.
Dissertação (Mestrado em Educação Física), Faculdade de Educação Física,
Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2012.
INVERNÓ, J. Circo y Educación Física: otra forma de aprender. Barcelona: INDE,
2003.
KIDDER, Louise H. (Org.) Métodos de pesquisa nas relações sociais: delineamentos
de pesquisa. São Paulo: EPU, 1987.
OLIVEIRA, Daniela. Corpos tortos, traços aéreos. Brasília: Março de 2009.
ONTAÑON, T. B. Atividades circenses na Educação Física escolas: equilíbrios e
desequilíbrios pedagógicos. 2012. 143f. Dissertação (Mestrado em Educação Física)-
Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas 2012.
ONTAÑON, Teresa; BORTOLETO, Marco A. C.; DUPRAT, Rodrigo M. Educação
Física e Atividades Circenses: O estado da arte. Porto Alegre: Revista Movimento,
v.18, n.02, abr-jun, 2012.
ONTAÑÓN, T., BORTOLETO, M. A. C., SILVA, E. Educación corporal y estética:
Las actividades circenses como contenido de la educación física. Revista
Iberoamericana de Educación: n.62, pp. 233-243, 2013.
SUGAWARA, C. B.; SILVA, E. Figuras e Quedas para corda Lisa e Tecido:
fundamentos. Funarte: São Paulo, 2008.
VENDRUSCOLO, C. O circo na escola: entre o sublime e o grotesco. Trabalho de
Conclusão de Curso (Graduação), Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade
Estadual Paulista, Presidente Prudente, 2007.
51
8. ANEXOS
Anexo 1. Carta enviada aos professores para participação no questionário.
A prática do Tecido Acrobático no ambiente escolar: experiências e perspectivas.
Pesquisadora: Marina Real Silva
Supervisão: Dnda. Teresa Ontañón Barragán / Prof. Dr. Marco Antonio Coelho
Bortoleto.
Prezado Professor,
Este questionário faz parte de uma pesquisa realizada na FEF-UNICAMP cujo objetivo
é conhecer como o Tecido Acrobático vem sendo inserido na educação formal (escolas).
Considerando a sua experiência no assunto, solicitamos sua gentil colaboração para o
presente estudo, por meio do seguinte questionário:
https://docs.google.com/forms/d/1fIMpf5T9ptIiQcxYyb8Mj33jPb7T9eM84_YMb6v_Vnw/edit
Desde já agradecemos sua contribuição que certamente nos ajudará a compreender
melhor este recente fenómeno para, se possível oferecer melhor formação e suporte para
outros professores que desejam atuar em esta área.
52
Anexo 2. Modelo de Questionário: Respostas
NOMES
1. Hugo Jasiulionis
2. Daniela Bento Soares
3. Luiza Silva Rodrigues
4. MaikoLiporoni
5. João Paulo Simão
Idade
1. 33
2. 23
3. 23
4. 29
5. 36
Instituição onde atua
1. E.E.Ângelo Campo Dall´Orto
2. Colégio Educap
3. Colégio de Monte Mor
4. E E MÁRIO ALEXANDRE FARO NIERI
5. COLEGIO OSWALD
3 escolas da rede particular e duas da rede estadual
Tempo de vinculação nessa instituição
1. 6 anos
2. 3 anos
3. 1 ano e 2 meses
4. 6 anos
53
5. 10 anos
Poderia fazer uma breve descrição sobre sua formação acadêmica e profissional no
campo da Educação Física e das artes circenses?
1. Formado em Educação Física pela PUC Campinas Especialização e Atividade
Física e Qualidade de Vida Pela Unicamp Mestre em Saúde Coletiva - Unicamp
Vivências em oficinas de tecido acrobático.
Esse professor da aulas extracurriculares de tecido, porém só teve vivencias.
2. Comecei a praticar o tecido circense em 2003, na mesma escola em que atuo
atualmente. Na mesma época, iniciei na ginástica geral, no mesmo lugar. A
partir daí, treinei bastante tais modalidades, em grupos escolares, academias de
dança e em clubes, até 2008, quando entrei na FEF/UNICAMP. Nesta intituição,
conheci o GGU e o Prof. Marco Bortoleto, que me orientou em uma pesquisa de
Iniciação Científica sobre o Panorama do Tecido Circense na cidade de
Campinas, pesquisa esta que resultou em um artigo científico. Durante o
primeiro ano de faculdade, fui professora assistente (auxiliava o professor Pedro
Pinheiro, como um estágio não remunerado), no Educap. No segundo e terceiro
anos de faculdade, fui professora da modalidade na extensão, nas turmas
iniciante e intermediário e substitui o professor Pedro enquanto esteve
inabilitado por acidente. No ano seguinte, em 2011, assumi as turmas de forma
integral.
3. Bacharelada e Licenciada em Educação Física pela Universidade Estadual de
Campinas em 2011. Professora de Tecido Acrobático e Trapézio Fixo pelo
Grupo Aerius desde 2009. Professora de Circo do Colégio Monte Mor desde
2012. Monitora de Trapézio Fixo do Projeto de Extensão da Faculdade de
Educação Física da Unicamp de 2009 a 2012 Participação de cursos, minicursos,
workshops, palestras e oficinas voltadas para técnica e didática para artistas e
professores das artes circenses.
4. FORMAÇÃO EDUCAÇÃO FÍSICA LICENCIATURA PLENA E
BACHARELADO, ESPECIALIZAÇÃO PEDAGOGIA DO ESPORTE
UNICAMP, TRABALHO COM CIRCO EM ESCOLAS PUBLICAS E
PARTICULARES A 8 ANOS tRABALHO COM CIRCO NA FACULDADE
54
UNIESP PARA O CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA PARA LICENCIATURA
E BACHARELADO TRABALHO EM ESCOLA DE CIRCO.
5. Licenciado em Ed. Física pela UNICAMP em 2000. Atua como artista de circo
no grupo Os tapiocas.
Artista de circo significa que tem experiências com tecido?
As atividades circenses fazem parte da sua prática pedagógica?
1. Sim
2. Sim
3. Sim
4. Sim
5. Sim
Quais motivos levaram a inclusão das atividades circenses em suas aulas?
1. Através de uma prática motivadora que é o tecido acrobático, pode-se tratar dos
assuntos exigidos na proposta pedagógico da escola.
2. Trabalho exclusivamente com a modalidade Tecido Acrobático em aulas
extracurriculares (tecido liso e tecido marinho), com outras modalidades
circenses principalmente em comemoração ao Dia do Circo, em aulas de
ginástica geral e do Tecido. Penso que esse trabalho é muito importante para a
divulgação da cultura circense, elemento fundamental para o desenvolvimento
motor, para que as crianças desenvolvam o cuidado com seu corpo e com o
corpo dos colegas, entendam os riscos e a diversão de fazer pirâmides,
malabarismos, além de ser uma expressão sociocultural que precisa ser
conhecida pelas crianças. Com certeza, se um dia eu trabalhar com aulas de
Educação Física regular, irei tratar deste tema.
3. Minhas aulas dentro do colégio onde trabalho são voltadas especificamente para
as atividades circenses, são aulas extracurriculares.
4. PRIMEIRA MENTE SORE OS BENEFÍCIOS DAS ATIVIDADES
CIRCENSES PARA O DESENVOLVIMENTO DOS ALUNOS PELO
INTERESSE DOS ALUNOS; MINHA FORMAÇÃO LIGADO A CIRCO
55
5. Minha formação em Educacão física aconteceu paralelamente aos cursos livres
que fiz de circo no Galpão do circo entre 1996 até 2002.
As atividades circenses constituem conteúdos tratados nas aulas regulares ou em
atividades complementares/ extra - escolares?
1. Extracurricular
2. Extracurricular
3. Extracurricular
4. Extracurricular
5. Curricular
O Tecido Acrobático (TA) ou Tecido Circense é de alguma forma trabalhado em
suas aulas?
1. Sim
2. Sim
3. Sim
4. Sim
5. Sim
Qual a quantidade de TA disponíveis/ utilizados durante as aulas?
1. 4 tecidos.
2. 5 tecidos.
3. 2 tecidos.
4. 2 tecidos.
5. 4 tecidos.
Quantos alunos participam de cada turma?
1. 12 alunos.
2. No máximo 15 e no mínimo 5.
3. Média de 15 alunos.
4. 33 alunos.
5. 20 alunos.
56
Outros professores/ profissionais acompanham/colaboram com as aulas de TA? Se
sim, quantos e qual a função deles?
1. Não.
2. Não.
3. Não.
4. SIM, COORDENAÇÃO E DIREÇÃO SÃO PARTICIPATIVOS, 3
PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA.
5. Um professor auxiliar de circo (Leonardo Galo Porf. do Galpão do Circo)
acompanha as aulas de TA. Ele acompanha 3 de 5 aulas de TA.
15 alunos em 5 tecidos ao mesmo tempo com somente um professor, posso considerar
como seguro?
Descreva, por favor, o espaço e os equipamentos disponíveis para as aulas de TA.
1. Quadra poliesportiva coberta Colchões de espuma Tecido em malha sintética
2. As aulas são desenvolvidas no pátio do colégio, que possui uma cobertura e é
aberto nas laterais. Temos 6 colchões de queda disponíveis, que são
transportados pelas alunas em um carrinho adaptado, do local fechado onde
ficam guardados até o pátio. Os tecidos são fixados ao teto com fitas de
amarração e manilhas; os tecidos lisos possuem backup.
3. Os Tecidos Acrobáticos (dois), estão instalados em uma quadra poliesportiva e
cada um possui um colchão adequado para prática.
4. UTILIZAMOS 1 QUADRA, UM TECIDO E COLCHÃO.(possui 2, mas usa
somente um durante a prática)
5. Uma sala de teatro com pé direito de 3m de alturacom 4 pontos de fixação para
TA. (Fala sobre colchões em outra questão)
Qual a duração das aulas e quanto tempo o senhor/a dedica para a prática do TA
semanalmente?
1. 1 aula de 1h20 por turma 2 turmas
2. As aulas tem duração de 1h e atualmente não estou praticando tecido.
57
3. As aulas tem duração de 1 hora uma vez por semana. Dependendo da faixa
etária trabalho o TA semanalmente por volta de 40 minutos por aula. Com
crianças menores trabalho de uma a duas vezes no mês, por volta de 30 minutos
por aula.
4. 2 AULAS POR SEMANA.
5. 1h15 de aula, TA é trabalhado durante novembro 1x por semana.
Alguns professores não dão aula de tecido regularmente, somente como vivência.
Quais alunos podem participar das aulas de TA?
1. Alunos regularmente matriculados na escola
2. Podem participar interessados, alunos da escola ou não, que tenham a partir de
11 anos. Há interesse em abrirmos aulas para alunos menores desta idade, mas
ainda não concretizamos. Temos alunos de até 24 anos.
3. Todos.
4. TODOS MATRICULADOS NA ESCOLA.
5. Todos
É preciso que o aluno possua algum conhecimento prévio?
1. Não
2. Não
3. Não
4. Não
5. Não
O senhor/a possui alguma formação/experiência prévia com a prática do TA?
1. Sim
2. Sim
3. Sim
4. Sim
5. Sim
58
O senhor/a utiliza algum procedimento/ equipamento especifico visando aumentar
a segurança das atividades de TA?
1. Aos praticantes: instruções frequentes quanto a atenção necessária para a prática
segura dos movimentos; colchões de espuma.
2. Sim, colchões de segurança, amarrações específicas, inclusive backups, trocados
periodicamente. Além disso, todas as atividades são desenvolvidas de forma a
garantir a segurança dos alunos, com o ensino de exercícios de dificuldade
gradativa e do desenvolvimento de confiança e responsabilidade pelas alunas.
Também fico sempre atenta e próxima às meninas.
3. Primeiramente a instalação correta do TA, em segundo lugar a presença sempre
de um colchão adequado embaixo do mesmo, além do controle da altura da
realização dos exercícios e ajuda manual.
4. UTILIZO COLCHÃO PARA SEGURANÇA, NAS CRIANÇAS MENORES
CADEIRINHAS DE ESCALADA PARA SEGURANÇA. (Não entendi)
5. Sim, colchoes de grande porte que posiciono em baixo dos TAs.
O material utilizado, incluindo o TA permanece no espaço após as atividades ou
existe algum outro espaço para acondicionamento/ armazenamento dos mesmos?
1. Permanece no local por 10 meses. É retirado no período de recesso escolar.
2. Os colchões são guardados após a atividade, mas os tecidos permanecem presos.
3. O TA permanece no espaço da prática, porém recolhido lateralmente por uma
polia. E os equipamentos utilizados são guardados em uma sala fechada.
4. DEPOIS DA AULA, OS EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA
GUARDAMOS E UMA SALA.
5. Os tecidos permanecem no lugar porem recolhidos no teto sem possibilidade de
acesso fora do horario de aula.( questão de seguranças os alunos não terem
acesso ao tecido).
Em sua opinião as condições disponíveis em sua instituição para as aulas de TA são
suficientes/adequadas? Quais melhorias, mudanças ou aquisições poderiam ser
realizadas para qualificar ainda mais as atividades oferecidas?
59
1. A formação continuada vejo como indispensável ao passo que os alunos
evoluem tecnicamente.
2. As condições são satisfatórias, mas alguns pontos poderiam ser melhorados.
Gostaria de ter backups para todos os tecidos, o que ainda não aconteceu pelos
recentes investimentos em novos tecidos e amarrações para os tecidos marinhos;
que os colchões ficassem mais próximos do local de aula, pois são muito
pesados; gostaria de fazer mais cursos de atualização, mas ando com a rotina
muito corrida e não temos muitas novidades nas aulas existentes na cidade.
3. As condições disponíveis são suficientes para a prática, porém não são
totalmente adequadas, algumas mudanças seriam interessantes. Por exemplo, um
local fechado, pois apesar da quadra ser coberta as laterais são abertas e quando
venta atrapalha. E uma outra questão importante seria a formação continuada,
cada semestre o aluno pode continuar, sair ou entrar nas aulas.
4. PODERIA TER MAIS TECIDO, MAIS EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA.
5. Condições de espaço: A altura maior na escola não existe por isso limita o
aprendizado de algumas quedas. O numero de aluno muito alto dificulta o
desenvolvimento de movimentos mais complexos. O numero de aulas de EF é
de uma vez por semana isso tb dificulta a regularidade e a pratica constante para
desenvolvimento das habilidades. Meus conhecimentos em TA são básicos por
isso chamei um professor auxiliar para poder oferecer mais conhecimentos
especifico neste aparelho nas aulas para os alunos.
Sua instituição permite que os alunos façam uso do TA sem acompanhamento
de um profissional?
1. Não
2. Não
3. Não
4. Não
5. Não
Como foram recebidas as aulas de Tecido pela direção da escola, familiares e
alunos? Qual repercussão estas atividades têm tido em sua instituição?
60
1. Como é algo fora da realizada habitual, inicialmente ficaram surpresos e alguns
(direção e familiares) questionaram e ainda questionam quanto a segurança da
prática do TA. Com o passar dos anos, os alunos foram se interessando cada vez
mais ao ponto de termos que restringir o ingresso de alunos por falta de tempo
disponível para criação de novas turmas. De modo geral vejo que a recepção e
muito positiva.
2. Essa atividade já existe na escola há 10 anos e já é uma tradição. As crianças
menores de 11 anos cultivam o desejo de entrar nas turmas e as apresentações
são o ponto alto de todas as festas. Os pais sempre gostam muito e as turmas tem
crescido bastante, temos quase 30 alunas em 4 aulas e cada vez mais alunos de
outras escolas tem procurado a modalidade.
3. Já existia aulas de TA antes de eu assumir essas aulas.Mas é notável que essa
prática atrai muitos alunos e admiração dos familiares e da direção da escola.
4. A DIREÇÃO OS FAMILIARES E OS ALUNOS JÁ CONHECIAM O
TRABALHO DO CIRCO NA ESCOLA ENTÃO FOI MAIS FÁCIL
IMPLANTAR
5. Quando entrei na escola em 2003 as aulas de tecido já aconteciam e isso já fazia
arte do cotidiano escolar.
Os grifados não demonstram uma seleção de alunos para a prática?
Como foi o processo de aquisição dos TA?
1. Compra
2. Compra
3. Compra
4. Compra/ Empréstimo
5. Compra
Como foi realizada a montagem do TA?
1. Pelo próprio professor. Suspenso com equipamento de segurança para trabalho
em altura.
2. A montagem é realizada por mim e pelo funcionário da escola responsável por
manutenções. Nós montamos o nó de porco e colocamos as amarrações.
61
3. Contratação de uma empresa especializada em instalação de aparelhos aéreos de
circo. Utilização de equipamentos adequados e de um backup.
4. FOI PREPARADA TODA SEGURANÇA, NA ESTRUTURA DA QUADRA.
5. Eu mesmo que montei os tecidos depois da fixação dos grampos no teto pela
manutenção da escola.
Os próprios professores em sua maioria foram quem montaram o equipamento.
Somente uma pessoa contratou uma empresa, o outro não especifica.
Existe algum tipo de manutenção? Se sim, como é feita?
1. Equipamentos: Substituição do tecido 1 vez a cada 2 anos e remoção para
limpeza e verificação visual do desgaste 1 vez por ano. Equipamentos de
ancoragem (fita anel costurado e mosquetes): troca a cada 4 anos.
2. Costumamos trocar periodicamente as amarrações (os tecidos também, mas
demoramos mais) e mudar os tecidos de lugar na estrutura do pátio, que é de
madeira. Isso é seguro?
3. Desde que eu assumi as aulas, solicitei para que a ancoragem fosse alterada.
Quando possível ela foi realizada e sua manutenção ocorrerá após 1 anos.
4. CADA 15 DIAS, FAZEMOS MANUTENÇÃO E VERIFICAÇÃO DAS
ANCORAGENS NA ESTRUTUA.
5. Colocação de tecidos no sol e 1 vez por ano passo spray anti-fundo e breu para
dar aderência.
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Anexo 3. Carta de solicitação às Instituições
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS Faculdade de Educação Física Departamento de Educação Física e Humanidades Nível: Graduação CARTA DE SOLICITAÇÃO ÀS INTITUIÇÕES Ilmo. Sr (a) _____________________________________________ Diretor (a) (coordenador a) do ______________________________ Esta carta tem como objetivo solicitar junto a esta prestigiada instituição a autorização para realizar parte da pesquisa intitulada “A possibilidade do Tecido Acrobático em escolas”, em que o professor da responsável pelas aulas de Tecido Acrobático............................................................... responderá à um questionário acerca do funcionamento e estrutura de suas aulas. Pesquisadora responsável: Marina Real Silva – Graduanda FEF/UNICAMP Orientação da pesquisa: Teresa Ontañón Barragán –Doutoranda FEF/UNICAMP OBJETIVO DA PESQUISA O objetivo deste trabalho é conhecer como acontece a inserção do Tecido Acrobático em varias escolas do estado de São Paulo, estudando os limites e as vantagens que esta prática apresenta desde o ponto de vista dos alunos, dos professores e da escola, e ao mesmo tempo considerar se esta possibilidade pode ser levada até outras instituições de ensino e de que maneira. JUSTIFICATIVA Entendemos que a arte circense se manifesta em diferentes âmbitos, entre eles o recreativo, artístico, social e, especialmente, no educativo. Realizar um trabalho que dialogue com os profissionais da área e que tenha por finalidade inserir essa modalidade no âmbito educativo auxiliando-os em suas descobertas e possíveis limitações além de analisar os fatores motivacionais que levaram essa modalidade para dentro da Instituição de Ensino, quais foram as dificuldades de inserção e qual a resposta dos alunos. METODOLOGIA Escolhemos duas ferramentas metodológicas. Por um lado, a documentação indireta a partir de uma revisão da bibliografia especializada que estuda a aproximação das atividades circenses ao âmbito escolar, especificamente aquelas que tratam do Tecido Acrobático. Por outro lado, realizaremos a pesquisa de campo a partir de um questionário realizado com professores que atualmente dão aulas de tecido em escolas, seja como conteúdo curricular, seja como extracurricular. TERMOS DA PARTICIPAÇÃO: Ao participar a instituição permitirá o uso das informações obtidas nestas atividades para usos única e exclusivamente acadêmico-científicos, com a preservação da identidade oficial dos envolvidos, o sigilo enquanto a identidade dos alunos será mantido em todo momento. Todos
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os implicados no estudo terão acesso a uma cópia do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e no final da pesquisa, será encaminhada uma cópia do relatório final. AUTORIZAÇÃO Tendo em vista os argumentos apresentados, entendo que tenho como garantia, como instituição participante da pesquisa, acesso à metodologia do trabalho, tendo total liberdade de me recusar a participar ou retirar meu consentimento em qualquer fase da pesquisa, de modo que não haverá qualquer prejuízo a instituição por mim representada. Também estou esclarecendo que não há riscos previsíveis na participação desta instituição na respectiva pesquisa. É também de meu inteiro conhecimento que os dados obtidos terão uso exclusivo para fins da pesquisa em questão, mantendo em todo momento a garantia de sigilo sobre a identidade dos alunos e não havendo custos nem ganhos financeiros para a minha participação. Em conformidade com o exposto acima, eu,.................................................................., (nacionalidade) ............................, portador do documento ........................., autorizo a realização da pesquisa “A possibilidade do Tecido Acrobático em escolas” realizada pela Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas, sob-responsabilidade da pesquisadora Marina Real Silva. Observação: O responsável pelo projeto pode ser encontrado através do seguinte endereço: Universidade Estadual de Campinas – Faculdade de Educação Física – Coordenação de Graduação – Rua Érico Veríssimo 701, Cidade Universitária Campinas/SP, Caixa Postal 6134, CEP 13083-851 Fone: (19) 99796-1699. E-mail: [email protected] Reclamações ou perguntas ao Comitê de Ética em Pesquisa podem ser feitas através do endereço: Rua Tessália Vieira de Camargo, 126 - Caixa Postal 6111 – CEP 13083-887 Campinas – SP. Fone (019) 3521-8936 Fax (019) 3521-7187 E-mail: [email protected]
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Assinatura do diretor da instituição Marina Real Silva
Estudante de Graduação da FEF/UNICAMP