Modelo Mundell-Fleming (IS-LM-BP)
• No modelo Mundell-Fleming é introduzida ao modelo IS-LM uma nova curva, a curva BP, que corresponde aos valores de renda e taxa de juros que mantém o balanço de pagamentos em equilíbrio. Esta curva se baseia na hipótese de que os capitais autônomos, componentes do balanço de pagamentos, são atraídos por maiores taxas de juros. Se a taxa de juros doméstica é maior que a taxa de juros internacional, capitais autônomos ingressam no país para buscar esta remuneração. Se ocorrer o oposto, a taxa doméstica sendo menor que a internacional, capitais autônomos deixam o país.
Modelo Mundell-Fleming (IS-LM-BP)
• Modificações na IS
– Exportações e Importações endógenas
– Exportações
• Renda estrangeira (+)
• Taxa de câmbio (+)
– Importações
• Renda (+)
• Taxa de câmbio (-)
Modelo Mundell-Fleming (IS-LM-BP)
• Deslocamentos da IS para direita
– Desvalorização da moeda doméstica (maiores exportações e menores importações)
– Aumento da renda estrangeira
– Diminuição da renda nacional ?
Regimes Cambiais
• Regime de Câmbio Fixo
– Banco Central determina a taxa de câmbio
• Compra e vende divisas à taxa estipulada
– Perda de graus de liberdade da política monetária
– Déficits/Superávits insustentáveis a longo prazo
Regimes Cambiais
• Regime de Câmbio Flutuante – Taxa de câmbio deve ajustar-se de modo a
equilibrar o balanço de divisas. • Excesso de demanda por moeda estrangeira =>
Aumento do preço da moeda estrangeira (Desvalorização da moeda nacional)
– Mercado de divisas tipo “concorrência perfeita” sem intervenções do Banco Central
– Balanço de Pagamentos tende ao equilíbrio
Regimes Cambiais
• Regime de Flutuação Suja – Regime Flutuante influenciado pelo Banco Central
• Regime de Bandas Cambiais – Brasil no início do Plano Real
– Necessidade de intervenções constantes
– Depende da manutenção de taxas de câmbio reais (Inflação Interna x Externa)
Paridade do Poder de Compra
• Lei do preço único
– PR$Br= PR$
EUA= e x PUS$EUA
• PR$Br = Preço em R$ no Brasil
• PR$EUA = Preço em R$ nos Estados Unidos
• e = Taxa de câmbio (R$/US$)
• PUS$EUA = Preço em US$ nos Estados Unidos
Paridade do Poder de Compra
• BMW no Brasil: R$ 50.000
• BMW nos Estados Unidos: US$ 25.000
• Desconsiderando os impostos, fretes, etc, qual a taxa de câmbio?
Determinantes do BP
• Transações Correntes
– Taxa de Câmbio Real
• Movimento de Capitais
– Taxas de juros
• i = if + expectativa de desvalorização da taxa de câmbio nominal + custos de transação + risco do país
• i = taxa de juros real interna
• if = taxa de juros real internacional
Modelo Mundell-Fleming (IS-LM-BP)
• Mobilidade de capital
• Fluxo de capitais autônomos: – Os capitais autônomos são atraídos por maiores taxas de
juros. Desta forma, se a taxa de juros doméstica i for maior que a taxa de juros internacional iF, capitais autônomos ingressam no país para buscar esta remuneração. Iremos então assumir que quanto maior a diferença entre a taxa de juros doméstica e a taxa de juros internacional maior será o fluxo de capitais autônomos ingressando no país. Ou seja, o fluxo de capitais autônomos KA é uma função crescente da diferença de taxa de juros i – iF.
AA KMXKNXBP
Mobilidade de Capital
• Sem mobilidade de capital – Balanço de Pagamentos = Transações Correntes (TC)
• Livre mobilidade de capital (Economia Pequena) – Saldo de TC irrelevante para o equilíbrio, pois sempre haverá
movimento de capitais compensatórios – Taxa de juros passa a ser relevante
• Mobilidade Imperfeita de Capital (Economia Grande) – Renda e Juros determinantes do equilíbrio
Sem Mobilidade de Capital
• Na condição de perfeita imobilidade de capital, deixa de existir a restrição de que a taxa de juros doméstica deva ser igual à taxa de juros internacional. Isto ocorre porque não há fluxo de capitais para esta economia devido a restrições da política cambial.
• Temos que o fluxo de capitais KA = 0, portanto o balanço de pagamentos corresponde ao saldo comercial. O equilíbrio no balanço de pagamentos passa a ser independente da taxa de juros uma vez que não há fluxo de capitais. Este passa a depender apenas dos fatores que determinam o nível de exportações e de importações.
Sem Mobilidade de Capital
• Pontos à direita da curva BP correspondem a deficits no balanço de pagamentos, uma vez que um nível de renda mais alto elevará as importações acima das exportações, deixando o saldo comercial negativo. Pontos à esquerda então correspondem a superavits, pois haverá uma redução das importações para um nível abaixo das exportações, o que deixa o saldo comercial positivo.
• A taxa de câmbio pode ser um instrumento de ajuste da curva BP
Livre Mobilidade de Capital
• Na condição de perfeita mobilidade de capitais, investidores podem comprar ativos em qualquer lugar do mundo, em qualquer quantidade e sem custos de transação. Desta forma, buscarão sempre a maior rentabilidade. Esta condição implica da igualdade de taxas de juros entre os países, pois caso apareça uma oportunidade de remuneração maior, o grande volume de fluxo de capitais buscando esta oportunidade irá trazer a taxa de juros de volta para o nível internacional.
• A igualdade da taxa de juros doméstica com a taxa de juros internacional corresponde a uma curva BP horizontal, ao nível da taxa de juros internacional iF.
Mobilidade Zero de Capitais – Câmbio Fixo
IS
LM
BP
LM´
Y
i
1
y1
Suponha uma condição de equilíbrio inial. Então, partimos do ponto (1). A expansão monetária desloca a LM para a direita.
• (2) seria o novo equilíbrio. No curto prazo teríamos um déficit comercial. Ao longo do tempo, porém, este déficit implicaria em uma perda de reservas e a contração monetária faria com que voltássemos ao equilíbrio inicial.
2
Mobilidade Zero de Capitais – Câmbio Flutuante
IS
LM
BP
LM´
IS`
Y
i
1
y1
Sob câmbio flutuante, o balanço de pagamentos tem que estar em equilíbrio. Então, partimos do ponto (1). A expansão monetária desloca a LM para a direita.
•Com câmbio flutuante, em (2) há déficit em BP, o que não pode ser sustentado, então o câmbio deprecia, o que desloca a IS e a BP para a direita para o ponto (3).
2
Mobilidade Zero de Capitais – Câmbio Flutuante
IS
LM
BP
LM´
IS`
Y
i
1 3
BP´
y1
Sob câmbio flutuante, o balanço de pagamentos tem que estar em equilíbrio. Então, partimos do ponto E1. A expansão monetária desloca a LM para a direita.
•Com câmbio flutuante, em A há déficit em BP, o que não pode ser sustentado, então o câmbio deprecia, o que desloca a IS e a BP para a direita para o ponto E2.
2
y2
Mobilidade Imperfeita de Capitais – Câmbio Fixo
IS
LM
BP
LM´
Y
i
Com mobilidade imperfeita de capitais,
a LM se desloca para a direita. Na
interseção de IS e LM’ (2) há
déficit em BP.
• O equilíbrio IS-LM’seria
sustentado, mas no longo prazo,
a LM retornaria a curva inicial (1). 1
2
Mobilidade Imperfeita de Capitais – Câmbio Flutuante
IS
LM
BP
LM´
Y
i
BP´
Com mobilidade imperfeita de capitais,
a LM se desloca para a direita. Na
interseção de IS e LM’ (2) há
déficit em BP.
• Sob câmbio flutuante, a taxa de
cambio deprecia o que desloca a
IS e a BP para a direita até atingir
o novo equilíbrio onde tem-se IS’-
LM’-BP’ (3).
1
2
Mobilidade Imperfeita de Capitais – Câmbio Flutuante
IS
LM
BP
LM´
IS`
Y
i
BP´
Com mobilidade imperfeita de capitais,
a LM se desloca para a direita. Na
interseção de IS e LM’ (2) há
déficit em BP.
• Sob câmbio flutuante, a taxa de
cambio deprecia o que desloca a
IS e a BP para a direita até atingir
o novo equilíbrio onde tem-se IS’-
LM’-BP’ (3).
1
2
3
Mobilidade Perfeita de Capitais – Câmbio Fixo
IS
LM
BP
LM´
Y
i
Sob mobilidade perfeita de capitais, a
LM se desloca para a direita. No
ponto de encontro de IS-LM’, o BP
está em déficit (2).
•Sob câmbio fixo, a taxa de juros
interna não pode variar (e deve ser
igual a externa). Assim, o
deslocamento da LM para LM’ é
revertido, mantendo o equilíbrio no
ponto inicial (1).
1
2
Mobilidade Perfeita de Capitais – Câmbio Flutuante
IS
LM
BP
LM´
Y
i
Sob mobilidade perfeita de capitais, a
LM se desloca para a direita. No
ponto de encontro de IS-LM’, o BP
está em déficit.
• Sob câmbio flutuante, o déficit (2)
causa uma depreciação da taxa de
câmbio e desloca a IS (e a BP) para a
direita, levando ao novo equilíbrio IS’-
LM’-BP (3).
1
2
Mobilidade Perfeita de Capitais – Câmbio Flutuante
IS
LM
BP
LM´
IS`
Y
i
Sob mobilidade perfeita de capitais, a
LM se desloca para a direita. No
ponto de encontro de IS-LM’, o BP
está em déficit.
• Sob câmbio flutuante, o déficit (2)
causa uma depreciação da taxa de
câmbio e desloca a IS (e a BP) para a
direita, levando ao novo equilíbrio IS’-
LM’-BP (3).
1 3
2
Mobilidade Zero de Capitais – Câmbio Fixo
IS
LM
BP
IS``
Y
i
1
IS`
Partimos do ponto (1). Uma expansão
fiscal desloca a IS para a direita. No
ponto (2), temos um déficit comercial.
• Se o câmbio fosse fixo, (2) seria
sustentado, até que a perda de
reservas fizesse com que a LM
contraísse e voltaríamos para o mesmo
nível de produto mas com juros mais
altos (3).
2
3
Mobilidade Zero de Capitais – Câmbio Flutuante
IS
LM
BP
IS``
Y
i
1
2
BP´
IS`
3
Partimos do ponto (1). Uma expansão
fiscal desloca a IS para a direita. No
ponto (2), temos um déficit comercial.
• Sob câmbio flutuante, O ponto (2)
não é sustentável no curto prazo, e o
déficit em BP provoca uma depreciação
que desloca IS’e BP para (3) no novo
equilíbrio.
Mobilidade Imperfeita de Capitais - Câmbio Fixo
IS
LM
BP
IS`
Y
i
1
2
Sob mobilidade imperfeita, partindo do ponto (1), a IS desloca para IS’ e agora, no encontro entre IS’-LM, (2), temos um superávit em BP.
• Sob câmbio fixo, este ponto (2) é equilíbrio, mas no longo prazo, a entrada de reservas deslocaria a LM para a direita (expansão monetária) (3).
3
LM’
Mobilidade Imperfeita de Capitais - Câmbio Flutuante
IS
LM
BP
IS`
Y
i
1
BP´
IS``
Sob mobilidade imperfeita, partindo do ponto (1), a IS desloca para IS’ e agora, no encontro entre IS’-LM, (2), temos um superávit em BP.
•Sob câmbio flutuante, o ponto (2) não poder ser equilíbrio. O superávit em BP gera uma apreciação da taxa de câmbio, o que desloca a IS e a BP para a esquerda, fazendo com que o equilíbrio seja em IS’’-LM-BP’ (3).
2
3
Mobilidade Perfeita de Capitais – Câmbio Fixo
IS
LM
BP
IS`
Y
i
1
Sob mobilidade perfeita, a IS se desloca
para a direita e o encontro entre IS’-LM
representa um superávit em BP (2).
• Com câmbio fixo, a taxa de juros acima
da taxa internacional provoca uma
entrada de capitais e o Banco Central
acomoda o deslocamento da IS. A LM se
deslocaria até termos IS’-LM’-BP (3).
LM’
2
3
Mobilidade Perfeita de Capitais – Câmbio Flutuante
IS
LM
BP
IS`
Y
i
1
Sob mobilidade perfeita, a IS se desloca
para a direita e o encontro entre IS’-LM
representa um superávit em BP (2).
•Com câmbio flutuante, o superávit em
BP faz com que a taxa de câmbio
aprecie, e a IS’ retorna para IS (1).
2
Mobilidade Zero de Capitais – Câmbio Fixo
IS
LM
BP
IS`
Y
i
1
2
BP´ Considere uma política comercial restritiva, um aumento de tarifas (ou uma desvalorização cambial). Haveria um deslocamento da IS e da BP para a direita. A curva BP desloca mais que a IS e assim, (2) é um ponto de superávit em BP.
• Sob câmbio fixo, o novo equilíbrio seria dado por (2). No longo prazo a LM se deslocaria deixando o equilíbrio em (3)
LM’
3
Mobilidade Zero de Capitais – Câmbio Flutuante
IS
LM
BP
IS`
Y
i
1
2
BP´
y3
Considere uma política comercial restritiva, um aumento de tarifas (ou uma desvalorização cambial). Haveria um deslocamento da IS e da BP para a direita. A curva BP desloca mais que a IS e assim, (2) é um ponto de superávit em BP.
•Com câmbio flutuante, o BP deve estar sempre em equilíbrio. Assim, um superávit implica em uma apreciação cambial, o que faz com que a IS e a BP retornem ao nível original (1).
Mobilidade Imperfeita de Capitais – Câmbio Fixo
Sob mobilidade imperfeita de capitais, a análise é basicamente a mesma. Uma restrição comercial desloca a BP e a IS para a direita, mas a BP desloca mais, gerando um superávit no ponto de encontro entre IS’-LM.
• Com câmbio fixo, o ponto IS’-LM (2) seria o novo equilíbrio.
• No Longo Prazo a LM se deslocaria ficando o equilíbrio em (3)
IS
LM
BP
IS`
Y
i
1
2
BP´
LM’
3
Mobilidade Imperfeita de Capitais – Câmbio Flutuante
Sob mobilidade imperfeita de capitais, a análise é basicamente a mesma. Uma restrição comercial desloca a BP e a IS para a direita, mas a BP desloca mais, gerando um superávit no ponto de encontro entre IS’-LM.
•Sob câmbio flutuante, o equilíbrio se dá no ponto inicial já que a apreciação cambial causada pelo superávit da BP faz com que IS e BP voltem para seus níveis iniciais.
IS
LM
BP
IS`
Y
i
1
2
BP´
y3
Mobilidade Perfeita de Capitais – Câmbio Fixo
Sob mobilidade perfeita de capitais, a
análise é basicamente a mesma. Uma
restrição comercial desloca a IS para a
direita, gerando um superávit no ponto de
encontro entre IS’-LM.
• Com câmbio fixo, o ponto IS’-LM (2)
seria o novo equilíbrio.
•No Longo prazo a LM se deslocaria e o
equilíbrio ficaria em (3)
IS
LM
BP
IS`
Y
i
1
2
LM’
3
Mobilidade Perfeita de Capitais – Câmbio Flutuante
Sob mobilidade perfeita de capitais, a
análise é basicamente a mesma. Uma
restrição comercial desloca a IS para a
direita, gerando um superávit no ponto de
encontro entre IS’-LM.
• Sob câmbio flutuante, o equilíbrio se dá
no ponto inicial já que a apreciação
cambial causada pelo superávit da BP faz
com que a IS volte para seu nível inicial.
IS
LM
BP
IS`
i
1
2
y3 Y
Resumo dos Efeitos
Mobilidade
de Capital
Regime de
Câmbio
Política Monetária
Expansionista
Política Fiscal
Expansionista
Política Cambial
(Desvalorização)
Fixo Sem Efeito Aumenta Juros Aumenta Renda
Flutuante Aumenta RendaAumenta Renda e
JurosSem Efeito
Fixo Sem Efeito Aumenta Renda Aumenta Renda
Flutuante Aumenta Renda Sem Efeito Sem Efeito
Fixo Sem EfeitoAumenta Renda e
JurosAumenta Renda
Flutuante Aumenta RendaAumenta Renda e
JurosSem Efeito
Sem
Livre
Imperfeita