Download - Logística e Planejamento de Canteiros
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GOP - GESTO DE SUPRIMENTOS E LOGSTICA
Apostila III
A LOGSTICA
E O PLANEJAMENTO DE CANTEIROS DE OBRAS
Eng. Walter Otto Paganella
(2011)
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Sumrio1. Definio de planejamento de canteiros...........................................................................................1
2. O processo de planejamento de canteiros de obra............................................................................1
2.1. Diagnstico de canteiros de obra...................................................................................................2
2.1.1. Lista de verificao.....................................................................................................................2
2.1.2. Elaborao de croquis do layout do canteiro..............................................................................5
2.1.3. Registro fotogrfico....................................................................................................................6
2.2. Padronizao..................................................................................................................................7
2.2.1. Benefcios da padronizao........................................................................................................7
2.2.2. Etapas da padronizao..............................................................................................................9
2.3. Planejamento do canteiro............................................................................................................13
2.4. Programa de manuteno da organizao do canteiro.................................................................18
3. Referncia.......................................................................................................................................23
Anexo 1 FERRAMENTA 5W2H...................................................................................................24
Anexo 2 LISTA DE VERIFICAO.............................................................................................26
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1. Definio de planejamento de canteiros
O planejamento de um canteiro de obras pode ser definido como o planejamento do
layout e da logstica das suas instalaes provisrias, instalaes de segurana e sistema de
movimentao e armazenamento de materiais. O planejamento do layout envolve a definio do
arranjo fsico de trabalhadores, materiais, equipamentos, reas de trabalho e de estocagem
(FRANKENFELD, 1990).
De outra parte, o planejamento logstico estabelece as condies de infraestrutura para o
desenvolvimento do processo produtivo, estabelecendo, por exemplo, as condies de
armazenamento e transporte de cada material, a tipologia das instalaes provisrias, o mobilirio
dos escritrios ou as instalaes de segurana de uma serra circular.
De acordo com a definio adotada, considera-se que o planejamento de assuntos de
segurana no trabalho no relacionados s protees fsicas, tais como o treinamento da mo de
obra ou as anlises de riscos, no fazem parte da atividade planejamento de canteiro. Tal definio
deve-se a complexidade e as particularidades do planejamento da segurana.
2. O processo de planejamento de canteiros de obra
O planejamento do canteiro deve ser encarado como um processo gerencial como
qualquer outro, incluindo etapas de coleta de dados e avaliao do planejamento. sob essa tica
que foi elaborado o mtodo apresentado nesse trabalho, o qual considera a existncia de quatro
etapas para o planejamento de canteiros:
(a) Diagnstico de canteiros de obra existentes;
(b) Padronizao das instalaes e dos procedimentos de planejamento;
(c) Planejamento do canteiro de obras propriamente dito;
(d) Manuteno da organizao dos canteiros, baseando-se na aplicao dos princpios dos
programas 5S.
Nas prximas sees so apresentados os procedimentos de implantao, os benefcios e
as interfaces entre as etapas.
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2.1. Diagnstico de canteiros de obra
O diagnstico dos canteiros de obra existentes deve ser a primeira atividade executada
em um programa de melhorias, uma vez que so gerados subsdios para a realizao das etapas de
padronizao e planejamento.
O mtodo de diagnstico proposto consiste da aplicao conjunta de trs ferramentas:
uma lista de verificao (checklist), elaborao de croqui do layout e registro fotogrfico.
2.1.1. Lista de verificao
A lista de verificao a mais abrangente dentre as ferramentas, permitindo uma ampla
anlise qualitativa do canteiro, no mbito da logstica e do layout, segundo os seus trs principais
aspectos: instalaes provisrias, segurana no trabalho e sistema de movimentao e
armazenamento de materiais.
Cada um desses trs grupos envolve diversos elementos do canteiro. Um elemento do
canteiro definido como qualquer aspecto da logstica no mbito dos trs grupos que merea
ateno no planejamento, tais como, por exemplo, refeitrio, elevador de carga ou armazenamento
de cimento. Todos os elementos devem satisfazer certos requisitos ou padres mnimos de
qualidade para o desempenho satisfatrio de suas funes.
Os requisitos de qualidade de cada elemento foram definidos a partir da consulta
vrias fontes: normas sobre armazenamento de materiais (ABNT, 1992) e segurana
(SEGURANA..., 2003), um inventrio de melhorias de qualidade e produtividade na construo
civil (SCARDOELLI et al., 1994), um manual sobre segurana em canteiros (ROUSSELET;
FALCO, 1988), alm de requisitos definidos a partir de sugestes de profissionais com
experincia na rea e daqueles decorrentes de noes bsicas de layout e logstica.
Os requisitos foram definidos da forma mais objetiva possvel, tentando-se, assim,
possibilitar a verificao visual da sua existncia ou no, dispensando medies, consultas a outras
pessoas ou a projetos da obra. Exemplificando o que foi exposto, so mostrados na Figura 2.1 dois
dos requisitos de qualidade que a lista estabelece para o elemento elevador de carga. A lista
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completa encontra-se no anexo 2.
Embora a lista destine-se a uma anlise qualitativa dos canteiros, o resultado dela pode
ser expresso quantitativamente atravs de uma nota. possvel atribuir uma nota para o canteiro
como um todo e uma nota para cada grupo, sendo que a nota global do canteiro a mdia aritmtica
das notas dos grupos. A existncia de notas fornece parmetros para a comparao entre diferentes
canteiros e propicia a formao de valores para benchmarking.
O sistema de pontuao adotado estabelece que cada requisito de qualidade, de qualquer
elemento, possui valor igual a 1 ponto. O item recebe o ponto caso esteja assinalada a opo sim.
Existe uma tabela na lista de verificao, ao final de cada grupo, onde devem ser anotados os pontos
obtidos (PO), os pontos possveis (PP) e a nota do grupo, a qual a relao entre PO e PP. Os
pontos obtidos corresponde ao total de itens com avaliao positiva, enquanto os pontos possveis
ao total de itens com avaliao positiva ou negativa. Para os fins de atribuio da nota so
desconsiderados os itens marcados com no se aplica.
Quanto nota global do canteiro, calcula-se a mesma fazendo a mdia aritmtica das
notas dos trs grupos. Embora esta nota possa ser calculada, seu significado para a anlise do
desempenho do canteiro secundrio, se comparado ao significado das notas dos grupos. As notas
dos grupos so mais teis por agregarem somente o desempenho de elementos do canteiro
semelhantes, devendo, por isso, serem priorizadas na comparao entre diferentes canteiros.
Qualquer empresa que utilizar a lista como uma ferramenta de controle, pode
estabelecer o seu prprio sistema de pontuao, baseando-se na realidade de seus canteiros e nas
suas prioridades estratgicas. Entretanto, se a empresa deseja comparar-se com o desempenho de
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Figura 2.1 - Exemplo de requisitos definidos no checklist
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um concorrente ou com a mdia do setor, necessrio optar por um sistema comum de pontuao.
neste contexto que se insere a ferramenta proposta, pretendendo-se que a mesma seja utilizada na
comparao de diferentes obras e empresas. Especialmente no grupo segurana, o nmero de
requisitos no aplicveis pode variar significativamente conforme a fase da obra e o tipo de
transporte vertical utilizado (por exemplo, grua ou guincho), podendo distorcer, de certa forma, a
comparao entre diferentes obras.
A visita ao canteiro para aplicao da lista deve ser feita sem pressa, visto o extenso rol
de itens (128) e a ateno requerida para a correta compreenso do contedo da lista e seu
preenchimento. Contudo, tais exigncias no impedem que a aplicao demande pouco tempo,
variando com o porte da obra e com a experincia do aplicador no uso da ferramenta. A partir de
estudos realizados, pode-se estimar o tempo para aplicao da lista em torno de uma hora para
edificaes de porte mdio (quatro a oito pavimentos).
Caso o aplicador no seja funcionrio da empresa ou no trabalhe na obra em questo,
imprescindvel que, na ocasio da visita ou com antecedncia, explique-se ao mestre-de-obras ou
engenheiro da obra os objetivos do levantamento e os procedimentos para a coleta de dados.
A Figura 2.2 apresenta as notas mdias resultantes da aplicao da lista em um grupo de
quarenta canteiros de obra, situados em sete cidades do Rio Grande do Sul. O clculo das notas
obedeceu aos critrios explicados anteriormente.
Os canteiros analisados pertencem a vinte e oito empresas construtoras de pequeno
porte envolvidas h alguns anos na implantao de aes de melhorias, seja atravs de parcerias
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Figura 2.2 - Resultados da aplicao do checklist em 40 canteiros no Rio Grande do Sul
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com universidades, SEBRAE, certificao com base nas normas da srie ISO 9000, consultorias ou
mesmo de forma autnoma. Com base nestas caractersticas, pode-se considerar que as empresas
destacam-se positivamente no setor em termos de avanos gerenciais e tecnolgicos, representando
exemplos das melhores prticas no Rio Grande do Sul.
Dos quarenta canteiros onde se aplicou o checklist, vinte so da Regio Metropolitana
de Porto Alegre, incluindo, alm desta, as cidades de Canoas, Novo Hamburgo e So Leopoldo, e
vinte so de cidades do interior do Rio Grande do Sul, dividindo-se entre Santa Maria, Passo Fundo
e Santa Rosa. Deve ser enfatizado que a amostra de canteiros no estatisticamente representativa
dos canteiros de obra das cidades analisadas. Os canteiros so todos de obras de edificaes de
mltiplos pavimentos, residenciais ou comerciais, e, segundo a classificao (restritos - amplos -
longos e estreitos) apresentada por Illingworth (1993), podem ser considerados como restritos em
sua maioria.
2.1.2. Elaborao de croquis do layout do canteiro
A anlise da(s) planta(s) de layout til para a identificao de problemas relacionados
ao arranjo fsico propriamente dito, permitindo observar, por exemplo, a localizao equivocada de
alguma instalao ou o excesso de cruzamentos de fluxo em determinada rea. A necessidade desta
ferramenta surge do fato de que a grande maioria dos canteiros no possui uma planta de layout,
situao que acaba obrigando a elaborao de um croqui na prpria obra, durante a visita de
diagnstico. Considerando essa necessidade, so apresentadas a seguir algumas diretrizes para a
elaborao de croquis do layout do canteiro. Tais diretrizes tambm so aplicveis elaborao das
plantas de layout.
Inicialmente, recomenda-se desenhar croquis de todos os pavimentos necessrios
perfeita compreenso do layout (subsolo, trreo e pavimento tipo, por exemplo). Sugere-se utilizar
folha A4 e consultar o projeto arquitetnico, disponvel na prprio escritrio da obra. Nos canteiros
convencionais, uma aproximao da escala 1:200 ser suficiente, no sendo, porm, necessria
muita rigidez na transferncia de escala. Nos croquis, devem constar no mnimo os seguintes itens:
(a) definio aproximada do permetro dos pavimentos, diferenciando reas fechadas e abertas;
(b) localizao de pilares e outras estruturas que interfiram na circulao de materiais ou pessoas;
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(c) portes de entrada no canteiro (pessoas e veculos) e acesso coberto para clientes;
(d) localizao de rvores que restrinjam ou interfiram na circulao de materiais ou pessoas,
inclusive na calada;
(e) localizao das instalaes provisrias (banheiros, escritrio, refeitrio, etc.), inclusive planto
de vendas;
(f) todos os locais de armazenamento de materiais, inclusive depsito de entulho;
(g) localizao da calha ou tubo para remoo de entulho;
(h) localizao da betoneira, grua, guincho e guincheiro, incluindo a especificao do(s) lado(s)
pelo(s) qual(is) se fazem as cargas no guincho;
(i) localizao do elevador de passageiros;
(j) localizao das centrais de carpintaria e ao;
(k) pontos de iamento de frmas e armaduras;
(l) localizao de passarelas, rampas e/ou escadas provisrias com indicao aproximada do
desnvel; e
(m) linhas de fluxo principais.
2.1.3. Registro fotogrfico
Na apresentao dos resultados do diagnstico interessante incluir registros visuais da
situao encontrada, podendo ser utilizadas tanto filmagens quanto fotografias. Uma vez no
canteiro, comum que o observador fique em dvida sobre o que fotografar e, em consequncia,
deixe de registrar importantes problemas que acabam passando desapercebidos. Para evitar este
problema, foi elaborada uma listagem dos principais pontos do canteiro que devem ser
fotografados, escolhidos com base na sua importncia logstica e pelo fato de serem tradicionais
focos de problemas. A listagem composta por treze itens:
(a) armazenamento de areia;
(b) armazenamento de tijolos;
(c) armazenamento de cimento;
(d) entulho (em depsito ou no);
(e) condies do terreno por onde circulam caminhes;
(f) refeitrio, vestirios e banheiros com as respectivas instalaes;
(g) detalhamento do sistema construtivo das instalaes provisrias;
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(h) fechamento de poos de elevadores;
(i) corrimos provisrios de escadas;
(j) sistema de fixao das trelias das bandejas salva-vidas na edificao;
(l) acesso ao guincho nos pavimentos;
(m) proteo contra quedas no permetro dos pavimentos; e
(n) sistema de drenagem.
Na reunio de apresentao dos resultados do diagnstico as fotografias podem
desempenhar um importante papel como instrumento de apoio argumentao, visto que se
constituem em um registro indiscutvel da realidade observada. O relatrio pode incluir ao lado de
cada fotografia de uma situao negativa, uma outra fotografia, a qual mostre um exemplo de
soluo para a deficincia encontrada. Se possvel, os exemplos positivos devem ser de outras obras
da empresa, indicando a fcil disponibilizao das solues.
2.2. Padronizao
Em meio s diversas estratgias gerenciais cujo uso se disseminou no movimento pela
qualidade total, a padronizao destaca-se como uma das mais importantes e mais eficientes,
podendo trazer uma srie de benefcios empresa, facilitando as atividades de planejamento,
controle e execuo. Contudo, a padronizao no uma estratgia a ser utilizada
indiscriminadamente em qualquer situao, fazendo-se necessrio um estudo criterioso da sua real
necessidade e profundidade de implantao. Assim, empresas que trabalham com diversos tipos de
obras, em diferentes regies, devem avaliar quais so os servios e procedimentos comuns passveis
de padronizao, adotando-se padres somente para estes.
2.2.1. Benefcios da padronizao
Pode haver variaes significativas nas instalaes de canteiro, conforme o tipo de obra.
Um prdio de apartamentos, um conjunto habitacional, uma estrada, uma usina hidroeltrica ou uma
planta industrial, podem apresentar canteiros to distintos quanto as tecnologias empregadas. Deste
modo, a padronizao deve ser encarada como uma estratgia a considerar em maior ou menor
grau, sendo mais recomendada para empresas que constroem obras com tipologia e tecnologia
semelhantes, como o caso da grande maioria das construtoras e incorporadoras de edificaes.
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Conforme Maia et al. (1994), dentre os principais critrios para determinar os processos
a serem padronizados na construo de edifcios devem estar a sua importncia em termos de custo
e o grau de repetio. A padronizao das instalaes de canteiro fortemente justificada e
recomendada
pelo segundo critrio (repetio), pois qualquer obra, independentemente do porte ou
tecnologia, necessita de tais instalaes. Para empresas que constroem obras com caractersticas
semelhantes, a repetio assume um carter ainda mais forte, existindo a possibilidade das
instalaes de canteiro serem praticamente idnticas em todas as obras, respeitadas as
particularidades intrnsecas ao layout de cada canteiro. Especificamente no que diz respeito s
instalaes de canteiro, a padronizao pode trazer os seguintes benefcios:
(a) diminuio das perdas de materiais, como decorrncia do reaproveitamento, da melhor
qualidade e da utilizao mnima de componentes nas instalaes (somente o especificado pelo
padro, nada mais);
(b) facilidade para o planejamento do layout dos novos canteiros, pois muitos dos padres so dados
necessrios realizao da atividade;
(c) contribuio para a formao de uma imagem da empresa no mercado, lembrando que a
qualidade do padro o fator que determina se esta imagem positiva ou negativa;
(d) conformidade com os requisitos da NR-18 (SEGURANA..., 2003), evitando multas e
prevenindo acidentes;
(e) possibilidade de elaborao de um modelo bsico de PCMAT (Programa de Condies e Meio
Ambiente de Trabalho) a partir dos padres estabelecidos. Desta forma o PCMAT refletir a
realidade da empresa, ao contrrio do que aconteceria se a elaborao do mesmo no
considerasse as reais prticas (padres) da empresa;
(f) estabelecimento da base, a partir da qual o processo de introduo de melhorias nos canteiros
implantado.
Apesar destes benefcios potenciais, so poucas as empresas que possuem seus canteiros
padronizados. Durante o j citado diagnstico junto quarenta canteiros no Rio Grande do Sul foi
constatado o pouco uso da padronizao, tendo sido observadas as seguintes prticas:
(a) as melhorias existentes em um canteiro no eram estendidas aos demais, ainda que tratassem de
instalaes simples, como o uso de dosadores de gua ou depsitos para entulho;
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(b) a improvisao e a falta de uma estratgia definida acerca da tipologia das instalaes
provisrias era visvel, no existindo nenhum documento que registrasse o sistema utilizado
pela empresa. Deste modo, detectava-se o uso, dentro da mesma empresa, de diferentes sistemas
em chapas de compensado, ou o uso no criterioso de instalaes em alvenaria e compensado;
(c) as instalaes de segurana tambm eram improvisadas, salientando-se itens como os corrimos
provisrios de escadas, proteo no poo do elevador e andaimes. Algumas dessas instalaes,
como os guarda-corpos do poo do elevador, eram indevidamente retiradas pelos operrios para
uso em outros locais da obra, o que em parte devia-se ao carter precrio das mesmas.
2.2.2. Etapas da padronizao
A padronizao dos canteiros pode ser normalmente realizada em um perodo que varia
de dois trs meses, incluindo quatro etapas: diagnstico, reunies do grupo de padronizao,
elaborao do manual de padres e elaborao do plano de implantao e controle.
O diagnstico deve envolver, de preferncia, todas as obras da empresa, podendo ser
realizado atravs da aplicao do mtodo apresentado no item 3.1 deste trabalho. Tendo em vista a
padronizao, o diagnstico deve atingir os seguintes objetivos:
(a) identificar padres j existentes e padres novos que necessitaro ser elaborados;
(b) identificar as deficincias mais frequentes e graves nos canteiros, as quais podero ter seus
respectivos novos padres priorizados para implantao;
(c) justificar a necessidade do trabalho de padronizao e demonstrar a importncia do
planejamento do canteiro, a partir do relato dos problemas detectados.
No fechamento da etapa deve ser feita uma reunio, contando com a presena de
mestres, engenheiros de obra e diretores, sendo apresentadas e discutidas as concluses do
diagnstico, alm de sugeridas solues para os problemas encontrados. Nesta reunio tambm
devem ser definidos os participantes do grupo de padronizao e quais instalaes sero
padronizadas. Este grupo no deve ter um nmero excessivo de participantes (seis pessoas um
bom limite mximo), devendo envolver engenheiros, mestres de obras e tcnicos em segurana.
fundamental que um ou mais dos componentes do grupo detenha poder de deciso dentro da
empresa, de forma que, com base nos recursos e necessidades da empresa, seja dada agilidade s
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decises, facilitando o processo de implantao do padro estabelecido.
Desde a primeira reunio de padronizao, j devem ser definidos um coordenador e
um responsvel pela redao preliminar dos padres estabelecidos, os quais devero tambm
elaborar o manual de padronizao no seu formato final. Ao coordenador do grupo caber conduzir
as reunies a partir de uma listagem dos itens a serem discutidos. O quadro 2.1 apresenta um
exemplo de programao das reunies de padronizao, incluindo uma sugesto de itens a serem
abordados. As reunies geralmente tm durao entre uma hora e uma hora e trinta minutos,
recomendando-se que estas sejam realizadas semanalmente.
A definio dos padres deve considerar basicamente quatro fatores:
(a) a capacitao tcnica e financeira da empresa, de modo a se planejar padres viveis de
implantao;
(b) a estratgia de produo (mesmo que esta s exista de forma implcita), de modo que os padres
sejam coerentes com as prioridades e objetivos estratgicos da empresa. Por exemplo, se a
empresa visa reduzir custos com transporte de materiais pode ser interessante padronizar o uso
de pallets no transporte de blocos e cimento;
(c) benchmarks, os quais sero teis para a elaborao de padres novos e reviso dos j existentes;
(d) os requisitos da NR-18, para padronizao das instalaes de segurana e reas de vivncia.
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Em relao elaborao do manual, os padres devem ser concebidos se assumindo
que os mesmos tm carter evolutivo, isto , eles podem e devem ser alterados quando for vivel
implantar uma soluo mais eficiente que a atual. Como decorrncia das inevitveis alteraes, no
recomendvel elaborar um manual nico com todos os padres, sendo mais interessante
desagreg-los em diversos manuais particulares. Uma sugesto agrupar os padres em nove
manuais, conforme a proposta apresentada a seguir:
(a) sistema construtivo das instalaes provisrias;
(b) instalaes provisrias - acessos obra: tapumes, placa da empresa, porto para pessoas, porto
para veculos, acesso coberto;
(c) instalaes provisrias - reas de vivncia e de apoio: planto de vendas, guarita do vigia,
escritrio, almoxarifado, refeitrio, vestirio e instalaes sanitrias;
(d) segurana na obra - protees contra quedas de altura: escadas, escadas de mo, poos de
elevadores, proteo contra queda na periferia dos pavimentos, aberturas no piso, bandejas
salva-vidas, andaimes suspensos, elevador de passageiros;
(e) segurana na obra - elevador de carga;
(f) segurana na obra - instalaes complementares: sinalizao de segurana, EPIs e uniforme,
caixa de capacetes para visitantes, instalaes eltricas, proteo contra incndio, serra circular;
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Quadro 2.1 - Exemplo de programao das etapas de padronizao de canteiros
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(g) movimentao e armazenamento de materiais: vias de circulao, entulho, produo de
argamassa e concreto, armazenamentos de cimento, agregados, blocos, ao e tubos de PVC;
(h) planejamento de layout: envolve diretrizes para dimensionamento e locao das instalaes de
canteiro; e
(i) manuteno da organizao dos canteiros: programa 5S.
A redao dos padres deve ser em linguagem simples e objetiva, priorizando-se a
colocao de figuras. Tambm deve ser observada a necessidade de padronizao da prpria
documentao, ou seja, de seus cabealhos, rodaps, caracteres alfanumricos e capas. Caso a
empresa j possua certificao com base nas normas da srie ISO 9000, ou deseje obt-la, os
padres dos canteiros devem observar a hierarquia e formato da documentao da qualidade da
empresa.
Uma alternativa simples para a redao dos padres consiste na redao dos mesmos
sob a forma de checklists, os quais apenas referenciam as pginas do manual nas quais podem ser
encontradas as figuras necessrias sua interpretao.
Aps o trmino da elaborao dos manuais se faz necessrio estabelecer um plano de
implantao e controle dos padres. Tal plano pode ser elaborado atravs da tcnica do 5W2H (o
que?, quem?, quando?, onde?, por que?, como?, quanto custa?), respondendo cada uma das sete
questes para os padres considerados prioritrios.
Alm do plano de ao, outras medidas podem ser adotadas para facilitar a
disseminao, implantao e controle dos padres:
(a) realizao de reunies de treinamento com mestres, engenheiros e encarregados no
participantes do grupo de padronizao. Tais reunies tm o objetivo de divulgar o plano de
implantao, evidenciar sua importncia e explicar o contedo dos manuais, esclarecendo
inclusive aspectos tcnicos de cada padro;
(b) avaliar periodicamente a aplicao dos padres em todas as obras da empresa. Esta tarefa pode
ser feita utilizando-se checklists correspondentes aos padres de cada manual; e
(c) alterar os manuais sempre que algum padro for modificado.
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2.3. Planejamento do canteiro
O planejamento de canteiro deve ser realizado atravs de um procedimento
sistematizado, compreendendo cinco etapas bsicas:
(a) anlise preliminar: esta etapa envolve a coleta e a anlise de dados, sendo fundamental para a
execuo qualificada e gil das demais etapas. A no realizao completa e antecipada da
anlise preliminar pode provocar interrupes e atrasos durante as etapas posteriores, visto que
faltaro as informaes necessrias para a tomada de decises. As empresas que possuem suas
instalaes de canteiro padronizadas realizaro com maior facilidade esta etapa, uma vez que
boa parte das informaes requeridas esto prontamente disponveis. As principais informaes
que devem ser coletadas nessa etapa so as seguintes:
Programa de necessidades do canteiro: devem ser listadas todas as instalaes de canteiro que
devero ser locadas, estimando-se a rea aproximada necessria para cada uma delas. Para tanto,
recomenda-se o uso de um checklist como o apresentado na Figura 2.3.
Informaes sobre o terreno e o entorno da obra: devem estar disponveis informaes tais
como a localizao de rvores na calada e dentro do terreno, preexistncia de rede de esgoto,
passagem de rede alta tenso em frente ao prdio, desnveis do terreno, rua de trnsito menos
intenso caso o terreno seja de esquina, etc. Mesmo que estas informaes estejam representadas
nas plantas dos vrios projetos, recomendvel a conferncia in loco;
Definies tcnicas da obra: devem estar definidas as principais tecnologias construtivas
adotadas, a fim de que se possa ter claro quais sero os espaos necessrios para a circulao,
estocagem de materiais e reas de produo. So exemplos de definies desta natureza o tipo
de estrutura (concreto usinado, pr-moldados, estrutura de ao, etc.), tipo de argamassa
(ensacada, pr-misturada ou feita na obra), tipo de bloco de alvenaria ou tipo de revestimento de
fachadas;
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Cronograma de mo de obra: deve ser estimado o nmero de operrios no canteiro para trs
fases bsicas do layout, ou seja, para a etapa inicial da obra a etapa de pico mximo de pessoal e
a etapa final ou de desmobilizao do canteiro;
Cronograma fsico da obra: a elaborao do cronograma de layout requer a consulta ao
cronograma fsico da obra, uma vez que normal a existncia de interferncias entre ambos.
Embora o cronograma fsico original possa sofrer pequenas alteraes para viabilizar um layout
mais eficiente, deve-se, na medida do possvel, procurar tirar proveito da programao
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Figura 2.3 - Exemplo de programao das etapas de padronizao de canteiros
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estabelecida sem alter-la. Entretanto so comuns situaes que exigem, por exemplo, o
retardamento da execuo de trechos de paredes, rampas ou lajes para viabilizar a implantao
do canteiro. Alm destas anlises de atrasos ou adiantamento de servios, o estudo do
cronograma fsico permite a coleta de outras informaes importantes para o estudo do layout,
como, por exemplo, a verificao da possibilidade de que certos materiais no venham a ser
estocados simultaneamente a outros (blocos e areia, por exemplo), o prazo de liberao de reas
da obra passveis de uso por instalaes de canteiro, prazo de incio da alvenaria (para reservar
rea de estocagem de blocos), etc.;
Consulta ao oramento: com base no levantamento dos quantitativos de materiais e no
cronograma fsico, podem ser estimadas as reas mximas de estoque para os principais
materiais.
(b) arranjo fsico geral: a etapa de definio do arranjo fsico geral, tambm denominado de
macro-layout, envolve o estabelecimento do local em que cada rea do canteiro (instalao ou
grupo de instalaes) ir situar-se, devendo ser estudado o posicionamento relativo entre as
diversas reas. Nesta etapa, por exemplo, define-se de forma aproximada, a localizao das
reas de vivncia, reas de apoio e rea do posto de produo de argamassa;
(c) arranjo fsico detalhado: envolve o detalhamento do arranjo fsico geral, ou a definio do
micro-layout, no qual estabelecida a localizao de cada equipamento ou instalao dentro de
cada rea do canteiro. Nesta etapa define-se, por exemplo, a localizao de cada instalao
dentro das reas de vivncia, ou seja, as posies relativas entre vestirio, refeitrio e banheiro,
com as respectivas posies de portas e janelas;
(d) detalhamento das instalaes: definido o arranjo fsico do canteiro, faz-se necessrio planejar a
infraestrutura necessria ao funcionamento das instalaes. Desta forma, com base nos padres
da empresa, devem ser estabelecidos, por exemplo, a quantidade e tipos de mesas e cadeiras nos
refeitrios, quantidades e tipos de armrios nos vestirios, tcnicas de armazenamento de cada
material, tipo de pavimentao das vias de circulao de materiais e pessoas, local e forma de
fixao das plataformas de proteo, etc.;
(e) cronograma de implantao: este cronograma deve apresentar graficamente o sequenciamento
das fases de layout, alm de explicitar as fases ou eventos da execuo da obra (concretagem de
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uma laje, por exemplo) que determinam uma alterao no layout. O cronograma de implantao
pode estar inserido no plano de longo prazo de produo, sendo til para a divulgao do
planejamento, para a programao da alocao de recursos aos trabalhos de implantao do
canteiro, e, ainda, para o acompanhamento da implantao, facilitando a identificao e anlise
de eventuais atrasos. A figura 2.4 abaixo apresenta um exemplo de cronograma de layout.
O layout j deve ser estudado a partir do momento em que estiver disponvel o
anteprojeto arquitetnico do edifcio. Contudo, nessa etapa ainda no h necessidade de
dimensionar e locar com preciso as instalaes.
A considerao do layout j nesta etapa tem como principal objetivo permitir que, na
medida do possvel, o projeto arquitetnico e os projetos complementares possam considerar as
necessidades do projeto do canteiro de obras. Tal prtica tende a evitar que o projeto do canteiro
seja, como ocorre muitas vezes, uma mera consequncia das restries impostas pelos projetos
executivos.
Obviamente que as interferncias do canteiro nos outros projetos no iro implicar em
mudanas radicais na concepo inicial dos projetos. Embora as mudanas devam se limitar a
intervenes de pequeno impacto, elas podem ser fundamentais para a viabilizao de um layout
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Figura 2.4 - Exemplo de cronograma de layout
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eficiente. Dentre os assuntos que podem ser objeto de interveno podem ser citadas a largura ou o
dimensionamento de uma rampa para passagem de caminhes ou a execuo de um detalhe na
fachada para viabilizar a colocao de uma grua.
O planejamento do canteiro deve preferencialmente ser coordenado pelo gerente tcnico
da obra. Alm deste, fundamental a participao do mestre de obras e de representantes dos
empreiteiros envolvidos. Caso o estudo seja feito ainda durante a etapa de anteprojeto, deve ser
elaborada uma planta de anteprojeto do canteiro para ser encaminhada a todos os projetistas, a fim
de que todos verifiquem a existncia de eventuais interferncias com seus projetos.
2.4. Programa de manuteno da organizao do canteiro
comum que exista entre os profissionais da construo civil a percepo de que
canteiros de obra so locais destinados a serem sujos e desorganizados, caractersticas determinadas
pela natureza do processo produtivo e pela baixa qualificao da mo de obra. Os diagnsticos
realizados junto aos quarenta canteiros de obra, confirmaram que, na maior parte destas obras, a
desorganizao dos canteiros realmente confirma esta percepo. Entretanto, algumas obras
mostraram-se significativamente superiores s demais em termos de limpeza e organizao. A causa
identificada para essa melhor situao foi a existncia, nestas empresas, de programas de
envolvimento dos funcionrios gesto do canteiro. Tais programas, atravs de treinamento,
colocao de metas, avaliao de desempenho e premiaes, conscientizavam e estimulavam os
trabalhadores a manter a obra limpa e organizada.
Estes programas tm como base os princpios dos programas 5S, os quais visam a criar
nas organizaes um ambiente propcio a implantao de programas de qualidade, atravs do
desenvolvimento de cinco prticas ou sensos nos indivduos: descarte (seiri), ordem (seiton),
limpeza (seiso), asseio (seiketsu) e disciplina (shitsuke) (OSADA, 1992).
A primeira prtica, o descarte, tem como princpio identificar materiais ou objetos que
so desnecessrios no local de trabalho e encaminh-los ao descarte, retirando-os do canteiro de
obras. Alm de liberar reas do canteiro, o descarte pode resultar em benefcios financeiros atravs
da venda dos materiais.
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A segunda prtica, a organizao, visa a estabelecer lugares certos para todos os
objetos, diminuindo o tempo de busca pelos mesmos. A implementao da prtica pode se dar
atravs de comunicao visual e padronizao. A definio de lugares certos para cada documento
no escritrio, o etiquetamento de prateleiras de materiais no almoxarifado ou o uso de uma cor
diferente nos capacetes dos visitantes, so exemplos de prticas adotadas.
A terceira prtica, a limpeza, visa a, alm de tornar mais agradvel o ambiente de
trabalho, melhorar a imagem da empresa perante clientes e funcionrios e facilitar a manuteno
dos equipamentos e ferramentas. Um local mais limpo mais transparente, permitindo a
identificao visual de problemas e facilitando o acesso aos equipamentos.
A quarta prtica, o asseio, tem como objetivos conscientizar os trabalhadores acerca da
importncia de manter a higiene individual, assim como de manter condies ambientais
satisfatrias de trabalho, tais como os nveis de rudo, iluminao e de temperatura.
A ltima prtica, a da disciplina, visa a desenvolver a responsabilidade individual e a
iniciativa dos trabalhadores, podendo ser desenvolvida atravs do treinamento. Esta prtica pode ser
medida, por exemplo, atravs dos nveis de utilizao dos equipamentos de proteo individual
(EPI).
Diversas empresas de construo tm implantado programas de manuteno da
organizao dos canteiros com base nestes princpios, porm em muitos casos sem a utilizao do
termo 5S ( comum o programa SOL - Segurana, Organizao e Limpeza) e sem um estudo mais
aprofundado de suas recomendaes de implantao, o que tem limitado sua eficincia. Tratando
especificamente da aplicao do programa 5S organizao dos canteiros, sugerem-se as seguintes
diretrizes para implantao:
(a) definir critrios objetivos de avaliao: devem ser listados os itens do canteiro a serem
avaliados e estabelecidos os critrios de avaliao para cada item. Na avaliao da limpeza do
canteiro, por exemplo, poderia ser utilizado um checklist semelhante ao apresentado na Figura
3.5. Deve ser observado que os critrios de avaliao devem ser alterados na medida em que j
estiverem incorporados rotina do canteiro, sendo substitudos por critrios novos ou mais
exigentes.
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Considerando que os resultados da avaliao de diferentes itens devem ser expressos sob uma
unidade comum de medida, a nota atribuda ao item limpeza com base na aplicao do
checklist pode ser enquadrada em faixas de desempenho, representadas por cores, conforme o
exemplo abaixo:
nota de 0 5 = faixa vermelha
nota de 5,1 8,0 = faixa amarela
nota de 8,1 10,0 = faixa verde
Da mesma forma que neste exemplo, qualquer outro critrio de avaliao poderia ter seu
resultado adaptado s faixas apresentadas. O item de avaliao reclamaes de vizinhos, por
exemplo, poderia ter critrios estabelecendo que, em uma dada semana, situaria-se na faixa
verde caso no houvesse reclamao, situaria-se na faixa amarela caso houvesse uma
reclamao e na faixa vermelha caso houvesse mais de uma.
(b) estabelecer avaliadores e periodicidade de avaliao: a avaliao no deve ser feita
unicamente por algum diretamente interessado no seu resultado, tal como o mestre, os
operrios ou o engenheiro da obra. Assim, recomendvel que alm da participao de
membros internos obra, exista tambm um avaliador externo, representado, por exemplo, por
outro engenheiro da empresa ou um consultor. Quanto periodicidade de avaliao, a prtica
mais comum a avaliao semanal, podendo ou no ter dia e horrio pr-fixados.O fato de no
haver um dia preestabelecido normalmente vantajoso, uma vez que evita a organizao
circunstancial do canteiro.
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Figura 3.5 - Exemplo de checklist para avaliao da limpeza do canteiro
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(c) estabelecer sistema de premiao: devem ser tomados alguns cuidados na definio da
premiao, uma vez que a mesma constitui importante fator de motivao dos funcionrios
envolvidos no programa. Inicialmente, deve-se estabelecer se a premiao (e no a avaliao)
ser individual ou coletiva. Recomenda-se que a definio da premiao seja feita em conjunto
com os trabalhadores, podendo ser alterada no decorrer do tempo. Outro assunto importante o
estabelecimento do patamar de desempenho necessrio para receber a premiao. Nesse sentido,
sugere-se a definio de um limite mnimo de desempenho, acima do qual todas as obras da
empresa sero premiadas, mesmo que alguma obra se sobressaia sobre as demais. Um sistema
de concorrncia entre obras poderia ser utilizado paralelamente a este, dando um prmio
adicional para a melhor obra. Contudo, o uso exclusivo do sistema de concorrncia no
recomendvel, j que poderia ocorrer favorecimento de obras com determinadas caractersticas
ou fases de execuo mais fceis de serem gerenciadas.
(d) forma de expressar os resultados: os itens e critrios de avaliao, assim como os resultados
da mesma, devem ser expressos no canteiro da forma mais transparente e objetiva possvel, de
modo que todos os trabalhadores possam compreender seu significado. As Figuras 3.6 e 3.7
apresentam dois exemplos de quadros com resultados de avaliao de canteiros. O quadro da
Figura 3.6 apresenta os resultados atravs de notas e grficos de barras, enquanto que o quadro
da Figura 3.7, de mais fcil compreenso, apresenta os resultados atravs de faixas de
desempenhos, representadas por cartes coloridos.
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Figura 3.6 - Exemplo de quadro de apresentao de resultados do Programa 5S cuja compreenso relativamente difcil
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Figura 3.7 - Exemplo de quadro de apresentao de resultados do Programa 5S de fcil compreenso
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3. Referncia
SAURIN, T. A; FORMOSO C. T. Planejamento de Canteiros de Obra e Gesto de Processos.
Recomendaes Tcnicas HABITARE, vol. 3 - Associao Nacional de Tecnologia do Ambiente
Construdo - ANTAC. Porto Alegre, 2006.
Observao:
Os textos, aqui apresentados, foram extrados da referncia acima.
O contedo dos mesmos contm pequenas alteraes.
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Anexo 1 FERRAMENTA 5W2H
O nome desta ferramenta foi assim estabelecido por juntar as primeiras letras dos nomes
(em ingls) das diretrizes utilizadas neste processo. Abaixo voc pode ver cada uma delas e o que
elas representam:
What O que ser feito (etapas)
Why Por que ser feito (justificativa)
Where Onde ser feito (local)
When Quando ser feito (tempo)
Who Por quem ser feito (responsabilidade)
How Como ser feito (mtodo)
How much Quanto custar fazer (custo)
O 5W2H, basicamente, um checklist de determinadas atividades que precisam ser
desenvolvidas com o mximo de clareza possvel por parte das chefias e dos subordinados da
empresa. Ele funciona como um mapeamento destas atividades, onde ficar estabelecido o que ser
feito, quem far o qu, em qual perodo de tempo, em qual rea da empresa e todos os motivos
pelos quais esta atividade deve ser feita. Em um segundo momento, dever figurar nesta tabela (sim,
isto uma tabela) como ser feita esta atividade e quanto custar aos cofres da empresa tal
processo.
Vamos dar um exemplo. Imagine que um diretor transmitindo uma mensagem para seus
gerentes, essa mensagem entendida, em mdia, 90%. Quando esses gerentes repassam a
mensagem a um supervisor ela novamente 90% entendida. Quando esse supervisor repassa a
mensagem para seus vendedores, mais uma vez ela 90% entendida. O resultado final que, entre
o diretor e o vendedor, a mensagem j perdeu muito do seu significado (90% x 90% x 90% =
72,9%). E quanto mais gente envolvida, pior fica.
Esta ferramenta extremamente til para as empresas, uma vez que elimina por
completo qualquer dvida que possa surgir sobre um processo ou sua atividade. Em um meio gil e
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competitivo como o ambiente corporativo, a ausncia de dvidas agiliza e muito as atividades a
serem desenvolvidas por colaboradores de setores ou reas diferentes. Afinal, um erro na
transmisso de informaes pode acarretar diversos prejuzos sua empresa, por isso preciso ficar
atento essas questes decisivas, e o 5W2H excelente neste quesito!
Detalhes completos sobre a montagem da Ferramenta Administrativa Planilha 5W2H,
podem ser obtidos atravs do site abaixo:
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Anexo 2 LISTA DE VERIFICAO
(Instalaes provisrias, movimentao e armazenamento de materiais e segurana do trabalho)
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Lista de Verificao - Parte 1
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Lista de Verificao - Parte 2
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Lista de Verificao - Parte 3
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Lista de Verificao - Parte 4
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Lista de Verificao - Parte 5
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Lista de Verificao - Parte 6
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Lista de Verificao - Parte 7
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Lista de Verificao - Parte 8
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Lista de Verificao - Parte 9
1. Definio de planejamento de canteiros2. O processo de planejamento de canteiros de obra2.1. Diagnstico de canteiros de obra2.1.1. Lista de verificao2.1.2. Elaborao de croquis do layout do canteiro2.1.3. Registro fotogrfico
2.2. Padronizao2.2.1. Benefcios da padronizao2.2.2. Etapas da padronizao
2.3. Planejamento do canteiro2.4. Programa de manuteno da organizao do canteiro
3. Referncia