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LIVRO AZUL4 Conferncia Nacional deCincia Tecnologia e Inovaopara o Desenvolvimento Sustentvel
BRASIL
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LIVRO AZUL Cnfenca Nacna
de Cnca, Tecnga e Inapaa Desenment Sstente
Braslia, DF, Brasil
2010
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O Brasil, em virtude do momento histrico em que vive, das caractersticas de seu
territrio, de sua matriz energtica, de sua diversidade regional e cultural, do tamanho de sua
populao, e do patamar cientfico que j alcanou, tem uma oportunidade nica de construir
um novo modelo de desenvolvimento sustentvel, que respeite a natureza e os seres humanos.
Um modelo que necessariamente dever se apoiar na cincia, na tecnologia e na educao de
qualidade para todos os brasileiros.
L DadchSecretrio Geral
4 Conferncia Nacional deCincia, Tecnologia e Inovao
para o Desenvolvimento Sustentvel
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L A Cnfenca Nacna de Cnca, Tecngae Ina paa Desenment Sstente
Secretrio Geral
Luiz Davidovich
Comisso de Redao
Bertha BeckerEduardo Moacyr KriegerEduardo ViottiFernando Rizzo
Jos Geraldo Eugnio de FranaIldeu de Castro Moreira
Jorge Nicolas AudyLea Contier de Freitas
Luiz DavidovichRegina Gusmo
Reviso Final
Mauro Malin
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Ml
Livro Azul da Conferncia Nacional de Cincia e Tecnologia e Inovao
para o Desenvolvimento Sustentvel Braslia: Ministrio da Cincia e Tecno-
logia/Centro de Gesto e Estudos Estratgicos, .
p.; il, cm
ISBN 8-8---
. Cincia e Tecnologia - Brasil . Inovao Tecnolgica Brasil. I. MCT.
II. CGEE. III. Ttulo.
CDU :8. (8)
Ministrio da Cincia e TecnologiaEsplanada dos Ministrios, Bloco E70067-900 Braslia, DFTelefone: (61) 3317.7500http://www.mct.gov.br
Centro de Gesto e Estudos EstratgicosSCN Qd 2, Bloco A, Ed. Corporate Financial Center,salas 1102/3, 70712-900, Braslia, DFTelefone: (61) 3424.9600http://www.cgee.org.br
Todos os direitos reservados pelo Ministrio da Cincia e Tecnologia e Centro de Gesto e Estudos Estratgicos. Os textos contidos nesta publi-cao podero ser reproduzidos, armazenados ou transmitidos, desde que citada a fonte.Impresso em Braslia, 2010Design Grfico: Eduardo Oliveira
Presidente da Repblica
Luiz Incio Lula da Silva
Ministro da Cincia e TecnologiaSergio Machado Rezende
Secretrio Executivo
Luiz Antonio Rodrigues Elias
Secretrio de Polticas e Programas
de Pesquisa e Desenvolvimento
Luiz Antonio Barreto de Castro
Secretrio de Poltica de InformticaAugusto Csar Gadelha Vieira
Secretrio de Desenvolvimento
Tecnolgico e Inovao
Ronaldo Mota
Secretrio de Cincia e Tecnologia
para Incluso Social
Roosevelt Tom Silva Filho
Centro de Gesto e
Estudos Estratgicos (CGEE)
Presidenta
Lucia Carvalho Pinto de Melo
Diretor Executivo
Marcio de Miranda Santos
Diretores
Antonio Carlos Filgueira GalvoFernando Cosme Rizzo Assuno
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Livro Azul4 Cnfenca Nacna de Cnca, Tecngae Ina paa Desenment Sstente
Comisso Organizadora
ABC Academia Brasileira de Cincias
ABDI Agncia Brasileira de Desenvolvimento Industrial
Abng Associao Brasileira de Organizaes
No-Governamentais
Abem Associao Brasileira dos Reitores das Universida-
des Estaduais e Municipais
Andfes Associao Nacional dos Dirigentes das Institui-
es Federais de Ensino Superior
Anpe Associao Nacional de Pesquisa e Desenvolvimen-to das Empresas Inovadoras
ANPG Ass. Nacional dos Ps-Graduandos
Anptec Associao Nacional de Ent. Promotoras de Em-
preendimentos Inovadores
BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico
e Social
Capes Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de
Nvel Superior
CCTCI (Cmara dos Deputados) - Comisso de Cincia,
Tecnologia, Comunicao e Informtica
CGEE Centro de Gesto e Estudos Estratgicos
CCT/MCT Conselho Nacional de Cincia e Tecnologia
CNI Confederao Nacional da Indstria
CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e
Tecnolgico
Cnfap Conselho Nacional das Fundaes Estaduais de
Amparo Pesquisa
Cnsect Conselho Nacional de Secretrios para Assuntos
de C,T&I
Cesp Conselho de Reitores das Universidades Estaduais
Paulistas
Deese Departamento Intersindical de Estatsticas e Estu-
dos Socioeconmicos
Embapa Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria
Fnep Financiadora de Estudos e Projetos
Frum Nacional de Cincia e Tecnologia
Frum Nacional dos Secretrios Municipais da rea de C,T&I
Fpp Frum de Pr-Reitores de Pesquisa e de Ps-Gra-
duao das IES
MBC Movimento Brasil Competitivo
MC Ministrio das Comunicaes
MCT Ministrio da Cincia e Tecnologia
MD Ministrio da Defesa
MDIC Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comr-
cio Exterior
MDS Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate a
Fome
MEC Ministrio da Educao
MnC Ministrio da Cultura
MMA Ministrio do Meio Ambiente
MME Ministrio de Minas e Energia
MRE Ministrio das Relaes Exteriores
MS Ministrio da Sade
Petbas/Cenpes
RTS Rede de Tecnologia Social
SPBC Sociedade Brasileira para o Progresso da Cincia
Sebae Servio Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas
Empresas
UNE Unio Nacional dos Estudantes
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Comisso Executiva
Alberto Peveratti (CONSECTI)
Ana Lcia Gabas (MCT/GABIM)]
Antonio Carlos Pavo (UFPE e ABCMC)
Augusto Chagas (UNE)
Carlos Oiti Berbet (MCT/SCUP
Edgar Piccino (Casa Brasil)
Fernando Rizzo (CGEE)
Glaucius Oliva (CNPq)
Gustavo Balduno (Andifes)
Ildeu de Castro Moreira (MCT/SECIS)
Joo Fernando Gomes (IPT)
Joo Sergio Cordeiro (UFSCar)
Jos Reinaldo Silva (USP)
La Contier de Freitas (MCT/SEXEC)
Luiz Davidovich (UFRJ)
Marcio Wohlers (IPEA)
Marcos Formiga (SENAI)
Maria Aparecida S. Neves (FINEP)
Mariano Laplane (Unicamp)
Marilene Corra da Silva Freitas (UEA)
Marylin Nogueira Peixoto (MCT/SEPIN)
Matheus Saldanha (UFSM)
Paulo Jos Peret de Santana (MCT/SEPED))
Rafael Lucchesi (CNI)
Reinaldo D. Ferraz de Souza (MCT/SETEC)
Ricardo Galvo (CBPF)
Wanderley de Souza (Inmetro)
Conselho Consultivo
Carlos Amrico Pacheco (Instituto de Economiada Unicamp)
Carlos Henrique Brito Cruz (Fapesp)
Carlos Tadeu Fraga (Petrobras)
Celso Pinto de Melo (UFPE)Glauco Antnio Truzzi Arbix (USP)
Jos Ivonildo do Rgo (UFRN)
Jacob Palis Jnior (ABC)
Joo Carlos Ferraz (BNDES)
Jos Eduardo Cassiolato (Instituto de Economiada UFRJ)
Jos Ellis Ripper Filho (Asga)
Mrcio Pochmann (Ipea)
Marco Antonio Raupp (SBPC)
Mariano Laplane (Instituto de Economia daUnicamp)
Pedro Passos (Natura)
Pedro Wonctschowski (Grupo Ultra)
Slvio Romero de Lemos Meira (C.E.S.A.R)
Tania Bacelar (Ceplan)
Equipe Tcnica do CGEE
Fernando Rizzo (Superviso)
Frederico Toscano Barreto Nogueira(Coordenao)
Silvana M. Alves Dantas (Assessora)
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LIVRO AZUL Cnfenca Nacna de Cnca, Tecnga
e Ina paa Desenment Sstente
Mnst da Cnca e Tecnga (MCT)
Cent de Gest e Estds Estatgcs (CGEE)
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Sm
Apresentao 17
Introduo 21
INOVAO E SUSTENTABILIDADE, IMPERATIVOSPARA O DESENVOLVIMENTO BRASILEIRO 2
Inovao e sustentabilidade, imperativos
para o desenvolvimento brasileiro 27
AS NOVAS OPORTUNIDADES PARA O BRASILE O ESTGIO ATUAL DA C,T&I 32
Inovao como componente sistmico da estrutura produtiva nacional 35
Tecnologias estratgicas para o desenvolvimento nacional 1
Agricultura 2
Bioenergia
Tecnologias da informao e comunicao 6
Sade 7
Pr-Sal 8
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Tecnologia nuclear, espao e defesa 50
Tecnologias portadoras de futuro e outras energias 51
Momento histrico para o avano da cincia brasileira 55
Institucionalidade 61
Requisitos para um ciclo virtuoso de desenvolvimento 61Avanos institucionais para favorecer a inovao 63
Novos modelos de organizao para a produo cientfica 65
Maior flexibilidade na gesto das instituies cientficas e tecnolgicas 66
Articulao no mais alto nvel 67
OS GRANDES DESAFIOS E A AGENDA DO FUTUROPARA C,T&I 70
Biodiversidade conhecimento e conservao com agregao de valor 73
Respeito aos biomas 7
Mar e oceano (Amaznia Azul) 77
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Por uma Amaznia sustentvel 81
Agregar valor biodiversidade 81
Promover sinergia entre instituies, projetos e recursos humanos
para a cincia e a tecnologia 83
Atender as demandas sociais 8Consolidar uma base tecnocientfica para o uso sustentvel
do territrio na Amaznia 85
Amaznia, potencial de futuro que se j se faz presente 86
C,T&I para o desenvolvimento social 89
O Brasil precisa de uma revoluo na educao 97
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LIVRO AZULCONCLUSES DA 4CONFERNCIA NACIONAL DECINCIA, TECNOLOGIA E INOVAO
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APRESENTAO
A cincia, a tecnologia e a inovao so importantes motores da transformao econmica
e social dos pases. A busca por novas possibilidades de transformar o conhecimento em inovao
e em riqueza, por conseqncia envolve hoje inmeros atores. No tarefa apenas de governos,
mas do conjunto da sociedade, representada pela academia, setor empresarial, entidades de catego-
rias profissionais, entidades do terceiro setor, entre outros.
Nessa perspectiva, as conferncias nacionais de cincia e tecnologia tm historicamenteoferecido sociedade um espao democrtico para se manifestar sobre suas propostas e aspiraes
para o setor. No por acaso, o prprio Ministrio da Cincia e Tecnologia nasceu sob a gide da
Primeira Conferncia, convocada em 1985 pelo primeiro titular da Pasta, o saudoso ministro Renato
Archer, preocupado em ouvir a sociedade sobre os rumos que o novo ministrio deveria tomar.
Outras duas conferncias se seguiram em 2001 e 2005, cada uma constituindo-se em democrtico
espao para a discusso de temas mais relevantes poca.
Realizada em 2001 dezesseis anos depois , a 2 Conferncia discutiu o novo modelo de
financiamento para a rea, baseado nos fundos setoriais. Outro resultado da segunda edio da confe-
rncia foi a criao do CGEE Centro de Gesto e Estudos Estratgicos, organizao social supervisio-
nada pelo Ministrio da Cincia e Tecnologia. A tarefa inicial do Centro foi a elaborao do Livro Branco
da Cincia e Tecnologia, Contendo orientaes estratgicas de longo prazo, emanadas da Conferncia.
Pesdente La e Mnst Seg Ree
Mnst Seg Reende - MCT
Pesdente L Inc La da Sa
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Em 2005, realizou-se a 3 Conferncia Nacional de Cincia, Tecnologia e Inovao, com o forte
apelo de mostrar a importncia da cincia, da tecnologia e da inovao para gerar riqueza e distribu-la
pela sociedade por meio de mecanismos de incluso social, cujo principal pilar a educao.
Em maio de 2010, realizamos a 4 Conferncia Nacional de Cincia, Tecnologia e Inovao,
que reuniu em Braslia um pblico sem precedentes, superior a 4 mil participantes. Foi convocadapor decreto presidencial para discutir uma poltica de Estado para cincia, tecnologia e inovao
com vistas ao desenvolvimento sustentvel. Foi precedida de encontros estaduais, fruns de dis-
cusso e conferncias regionais, o que reforou ainda mais seu carter democrtico e participativo.
O governo do Presidente Luiz Incio Lula da Silva impulsionou de forma efetiva a rea de
cincia, tecnologia e inovao (C,T&I). Pela primeira vez, o Pas contou com um plano concreto
de aes em C,T&I, dotado de prioridades claras e oramento definido e efetivamente executado.
A quarta e mais recente edio da Conferncia Nacional organizou suas discusses combase nas prioridades do Plano de Ao em Cincia, Tecnologia e Inovao para o Desenvolvimento
Nacional no perodo 2007-2010. Tambm conhecido como o PAC da Cincia, marcar a histria da
C,T&I no Pas no apenas pelo xito em sua execuo, mas tambm por conta de suas qualidades e
pelo processo coletivo que caracterizou sua elaborao. Constitui instrumento de ao do Governo
Federal como um todo, executado em forte articulao com os Estados da Federao e com as
principais entidades e associaes cientficas e empresariais. O sucesso do PACTI foi amplamente
reconhecido durante a 4 Conferncia Nacional de Cincia, Tecnologia e Inovao.
Como tradio, o Centro de Gesto e Estudos Estratgicos coloca disposio da socie-
dade as propostas discutidas na 4 Conferncia. Esto reunidas neste L A e representam
elementos importantes de orientao para a superao dos novos desafios da poltica de cincia,
tecnologia e inovao para que ela se torne uma poltica de Estado.
L Eas - Secet Exect d MCT
O pesdente La dscsa
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O primeiro desafio dar continuidade ao processo de ampliao e aperfeioamento das
aes em C,T&I, tornando-as polticas de Estado. Em segundo lugar, precisamos expandir com qua-
lidade e melhorar a distribuio geogrfica da cincia. O terceiro desafio melhorar a qualidade da
cincia brasileira e contribuir, de fato, para o avano da fronteira do conhecimento. Em quarto lugar,
preciso que Cincia, Tecnologia e Inovao se tornem efetivos componentes do desenvolvimento
sustentvel, com atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovao nas empresas e incorporao
de avanos nas polticas pblicas. O quinto desafio intensificar as aes, divulgaes e iniciativas de
CT&I para o grande pblico. E, finalmente, o sexto desafio melhorar o ensino de cincia nas escolas
e atrair mais jovens para as carreiras cientficas.
A responsabilidade da coordenao da 4 CNCTI foi atribuda ao professor Luiz Davidovich,
que a exerceu com competncia e entusiasmo, tendo sido precedido em sua tarefa pelos professo-
res Ronaldo Mota e Carlos Alberto Arago de Carvalho Filho.
Estou convicto de que esta publicao traz elementos fundamentais para ajudar o Brasil a
aproveitar suas vantagens comparativas para se manter frente da discusso sobre o desenvolvi-
mento sustentvel, contribuindo para que se torne uma potncia nesse novo paradigma.
Seg Machad Reende
Ministro de Estado da Cincia e Tecnologia
Fenand Haddad (E) e J Ma Net
L Dadch - Secet Gea da a
Pesdente La e mnsts
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INTRODUO
As Conferncias Nacionais de Cincia, Tecnologia e Inovao (CNCTI) tm se caracterizado
como importantes arenas consultivas, desempenhando um papel fundamental na articulao de
diversos segmentos da sociedade em torno desse tema, construindo vnculos de cooperao e con-
fiana, e ajudando a consolidar diretrizes para a poltica nacional de cincia, tecnologia e inovao.
A 4a CNCTI convocada sob o ttulo de Ptca de Estad paa Cnca, Tecnga
e Ina cm stas a Desenment Sstente foi precedida de cinco confernciasregionais (CO, N, NE, SE, S), realizadas at meados de abril de 2010. Encontros estaduais e municipais
e fruns de discusso por todo o Pas foram estimulados como importante mecanismo de mobiliza-
o e levantamento das principais questes abordadas no evento nacional. Seis seminrios prepara-
trios permitiram uma discusso aprofundada de grandes temas: Desenvolvimento Sustentvel; O
Papel da Inovao na Agenda Empresarial; Cincia Bsica e a Produo de Conhecimento; Educao
de Qualidade desde a Primeira Infncia: o Papel da C,T&I na Reduo das Desigualdades Sociais e na
Incluso Social; e O Brasil na Nova Geografia da Cincia e da Inovao Global.
A Conferncia foi realizada no perodo de 26 a 28 de maio de 2010. Um programa intenso
compreendeu sete plenrias, 24 sesses paralelas e 24 sesses temticas, envolvendo cerca de 220
palestrantes e relatores provenientes dos setores acadmico, governamental, empresarial e de outros
setores da sociedade civil, alm de convidados estrangeiros..
Os documentos resultantes dessas atividades, incluindo artigos dos palestrantes e contri-
buies de carter institucional, sero publicados em uma edio especial da revista Parcerias Estra-
tgicas, editada pelo Centro de Gesto e Estudos Estratgicos (CGEE).
Lca Caah Pnt de Me - CGEE
L Cmemat ds 25 ans d M
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A Conferncia norteou suas discusses segundo as linhas do PACTI 2007-2010, quais sejam:
a) O sistema nacional de cincia, tecnologia e inovao; b) Inovao na Sociedade e nas Empresas;
c) Pesquisa, Desenvolvimento e Inovao em reas Estratgicas; e d) Cincia, Tecnologia e Inovao
para o Desenvolvimento Social.
Os debates mobilizaram milhares de pessoas, envolvendo a comunidade cientfica, profes-sores de diversos ciclos educacionais, o meio empresarial em proporo significativamente maior
do que nos encontros anteriores , o governo, organizaes estudantis, sindicatos de trabalhadores,
movimentos sociais. Todos os estados da Federao e o Distrito Federal estiveram representados. A
transmisso pela internet das diversas sesses teve mais de 40.000 acessos.
Este L A sintetiza as principais contribuies da 4 Conferncia, que tm como fios
condutores o desenvolvimento sustentvel e a inovao. Ele focaliza as grandes idias-fora que ema-
naram da Conferncia, e, assim sendo, no uma compilao das diversas propostas apresentadas.
A Cnsda das Recmendaes da Conferncia Nacional, das Conferncias Regionais e Es-
taduais e do Frum Municipal de C,T&I objeto de outra publicao, que acompanha este volume.
A 4 Conferncia props como bjet estatgc para o Pas um desenvolvimento cien-
tfico e tecnolgico inovador, calcado em uma poltica de reduo de desigualdades regionais e
sociais, de explorao sustentvel das riquezas do territrio nacional e de fortalecimento da inds-
tria, agregando valor produo e exportao atravs da inovao e reforando o protagonismo
internacional em cincia e tecnologia.
Esse objetivo pressupe a adoo de uma agenda de ng pa que inclua: a consoli-
dao do Sistema Nacional de Cincia, Tecnologia e Inovao, reforando a coordenao entre os
diversos setores envolvidos e revendo marcos legais que ainda prejudicam a pesquisa e o desenvol-
vimento tecnolgico, nas empresas e nas instituies de ensino e pesquisa; o incentivo a tecnologias
estratgicas; o estmulo inovao nas empresas; o apoio da cincia e da tecnologia para a incluso
social, incentivando a inovao nessa rea; o uso sustentvel dos biomas nacionais, incluindo o mar
e o oceano; um projeto de desenvolvimento para a Regio Amaznica, que valorize a biodiversi-
dade e impea a destruio da floresta; a melhoria da qualidade da educao em todos os nveis e,
em particular, o aumento substancial na formao de profissionais qualificados nos nveis mdio esuperior; o aumento do nmero de pesquisadores nas empresas, nas universidades e institutos de
pesquisa; a intensificao de programas destinados a reduzir o desequilbrio regional nas atividades
de cincia e tecnologia.
Js Isae Vagas (ex-mnst d MCT)
Rbet Amaa (ex-mnst d MCT)
Henqe da Sea (ex-mnst d MCT)
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Uma agenda necessria e ambiciosa, que ganha destaque neste L A, e que s pode
ser concretizada atravs de uma Poltica de Estado que garanta a continuidade de um projeto de
desenvolvimento sustentvel ancorado na cincia, na tecnologia e na inovao.
Uma verso preliminar deste L A , integrando contribuies do Conselho Consulti-
vo e da Comisso Organizadora da 4 CNCTI, foi submetida a consulta pblica, realizada atravs dainternet, e apoiada por um suplemento especial da Folha Dirigida sobre o L A, com 300.000
exemplares, distribuda em todo o territrio nacional. Desse escrutnio resultaram centenas de suges-
tes individuais e institucionais. A verso final aqui apresentada reflete o resultado desse processo.
Devido participao intensa e diversificada de vrios setores da sociedade brasileira, ma-
turidade dos debates e aos consensos alcanados em relao a temas de grande impacto para o
desenvolvimento da C,T&I na prxima dcada, as orientaes e sugestes da 4 CNCTI devero
influenciar fortemente o planejamento que ter como marco inicial o ano de 2011.
O L A inicia-se com o captulo Inovao e Sustentabilidade: Imperativos para o De-
senvolvimento Brasileiro, que desenvolve os dois grandes princpios norteadores da 4 Conferncia,
apresentando o cenrio que abriga as diversas propostas do documento. Segue-se o captulo sobre
As novas oportunidades para o Brasil e o estgio atual da C,T&I, que rene um conjunto de consi-
deraes e propostas sobre o incentivo inovao nas empresas, o desenvolvimento de tecnologias
estratgicas, a sustentao do avano da cincia brasileira, a consolidao do Sistema Nacional de
C,T&I e os marcos regulatrios. O captulo final, Os grandes desafios e a agenda do futuro para
C,T&I, concentra-se na perspectiva de realizao do grande potencial da Amaznia, em especial,
mas tambm de outras regies e biomas do Pas, incluindo a extenso atlntica que se projeta para
alm do litoral e das ilhas ocenicas. Aborda tambm o papel da cincia, da tecnologia e da inova-
o no desenvolvimento social, tema que constituiu um dos quatro grandes eixos da 4 Conferncia.
Encerra-se esse captulo com recomendaes relativas necessidade de uma revoluo na educa-
o em todos os nveis, ponto considerado por todos os setores da sociedade fundamental para o
sucesso do projeto de desenvolvimento sustentvel.
O conjunto de propostas referentes a todos esses temas apresentado a seguir.
Jacb Pas - ABC
Mac Antn Rapp - SBPC
Antnnh Mam Tesan - CDES
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INOVAO ESUSTENTABILIDADE,IMPERATIVOS PARA O
DESENVOLVIMENTOBRASILEIRO
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INOVAO E SUSTENTABILIDADE,IMPERATIVOS PARA O DESENVOLVIMENTOBRASILEIRO
Quando a tecnologia de satlites permitiu ao homem olhar a Terra a partir do cosmo, em
outubro de 1957, tomou-se conscincia da unidade do globo como um bem comum cujo uso
deve repousar numa responsabilidade comum. E percebeu-se tambm que a natureza se tornara
um bem escasso, colocando-se a questo ecolgica como um duplo desafio, o da sobrevivncia
humana e o da valorizao do capital natural.
Nos numerosos debates que se sucederam durante a dcada de setenta sob a gide daUnesco, firmou-se a necessidade de conter a degradao do planeta e tambm a de no negligen-
ciar o desenvolvimento, concluindo-se que se tratava de construir um conceito multidimensional e
de reformar a economia para poder alcan-lo. Coube ao famoso Relatrio Bruntland de 1987 sis-
tematizar os princpios do que veio a se denominar de desenment sstente. A partir da,
a dimenso ambiental definitivamente reconhecida como uma dimenso do processo de desen-
volvimento, embora o desenvolvimento sustentvel continue sendo um conceito em construo.
possvel entender o desenment sstente como m pcess de tansfma-
e de mdana, em cntn apefeament, enend mtpas dmenses ec-
nmca, sca, ambenta e ptca. Processo essencialmente dinmico, que apresenta nfases
diversas no tempo e pode trilhar caminhos diferenciados segundo as escolhas de sociedades his-
trica e geograficamente forjadas. No atual contexto histrico, a inovao emerge como uma das
contribuies mais determinantes na busca de um desenvolvimento sustentvel efetivo em suas
mltiplas dimenses.
Hoje, o desenvolvimento sustentvel tem como focos centrais a questo energtica e a
questo da mudana climtica. Contexto que muito favorvel ao desenvolvimento sustentvel do
Brasil. A 4 CNCTI revelou um caminho de desenvolvimento sustentvel que o Brasil vem trilhando
e que deve fortalecer: seu sistema de inovaes est em grande parte alicerado em seus recursos
naturais. Do petrleo e das hidreltricas aos biocombustveis e ao papel da Floresta Amaznica no
clima, a maior parte das inovaes no Brasil est associada natureza diversificada de seu territrio.
das inovaes baseadas numa economia do conhecimento da natureza que o Pas poder gerar a
riqueza a ser utilizada na superao das carncias sociais que nele ainda perduram.
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A competitividade das empresas, luz dessa conceituao, tem de ser cada vez mais base-
ada em vantagens tecnolgicas, na qualidade de seus produtos e servios, e na produtividade dos
trabalhadores. necessria forte ampliao do acesso da maioria da populao a bens e servios
essenciais qualidade de vida. Processos produtivos, sistemas de transporte, hbitos de consumo,
mtodos de gerao e padres de utilizao de energia precisam se tornar mais compatveis com a
preservao do meio ambiente.
Por isso mesmo, o desenvolvimento sustentvel requer uma presena crescente da cincia
e da tecnologia na produo de alimentos, na melhoria das condies de sade, na explorao e
preservao de recursos naturais, na agregao de valor produo industrial, na reduo da desi-
gualdade social e do desequilbrio regional, no desenvolvimento de tecnologias sociais. Nesse sen-
tido, a inovao deve buscar sempre as melhores solues do ponto de vista ecolgico, tendo a
sustentabilidade como um de seus pressupostos elementares.
Intensa dnmca tecngca e fte ament da cncnca
A economia mundial atravessa h trs dcadas um perodo de intensa dinmica tecnolgi-
ca e de forte aumento da concorrncia. O progresso tcnico e a competio internacional passaram
a demandar crescentes investimentos em C,T&I. As atividades nesse campo tornaram-se instrumen-
tos fundamentais para o desenvolvimento, o crescimento econmico, a gerao de emprego qualifi-
cado e renda, e a democratizao de oportunidades. H hoje, nacional e internacionalmente, cons-
cincia de que elas so imprescindveis para que os pases alcancem um desenvolvimento no qual
a competitividade no esteja atrelada explorao predatria de recursos naturais ou humanos.
Firmou-se no Pas a compreenso de que o trabalho de tcnicos, cientistas, pesquisadores e
acadmicos, e o engajamento das empresas, so fatores determinantes para a consolidao de um
modelo de desenvolvimento sustentvel, capaz de atender as justas demandas sociais dos brasileiros e
o permanente fortalecimento da soberania nacional. Esse entendimento envolve uma viso comparti-
lhada sobre a importncia da cincia bsica como fundamental para sustentar uma pesquisa aplicada
inovadora, voltada para a soluo dos problemas e dos desafios da sociedade em curto prazo. Trata-se
de uma questo que ultrapassa os governos e envolve o Estado e a sociedade como um todo.
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Essa dinmica articulada de desenvolvimento tecnolgico aponta para a necessidade cres-
cente de atuao em rede dos diversos atores envolvidos, dos setores pblicos e privados, e abertura
para atuao articulada em nvel nacional e internacional, pois o ambiente gerado pela sociedade
do conhecimento em que vivemos nos remete a desafios constantes com relao globalizao e
internacionalizao da sociedade em que vivemos.
Cc ecnmc base: cescment cm edstb de enda
A economia brasileira encontra-se numa fase especial de sua trajetria histrica. H inequ-
vocas evidncias de que nos ltimos anos inaugurou-se um processo que tem grandes chances de
se afirmar como um novo ciclo de desenvolvimento, com flego para o longo prazo: o crescimento
com redistribuio de renda pela via da dinmica da produo e consumo de massa. Trata-se de
velho sonho da sociedade brasileira, que se apresenta no atual momento da vida nacional como
tendncia absolutamente promissora.
Esse modelo virtuoso, entretanto, s pode ter continuidade a longo prazo se contiver,
centralmente, dois outros elementos, que se interconectam: o concurso de um vigoroso processo
de inovao, conduzido pelo setor empresarial, por instituies pblicas e por outras instncias
da sociedade e apoiado em efetivo sistema nacional de C,T&I; e o concurso de uma decidida po-
ltica de uso sustentvel dos recursos naturais, que busque compatibilizar o progresso material da
populao com o mximo respeito ao meio ambiente e conservao da natureza. Em sntese,
na e sstentabdade.
Uma das caractersticas do atual ciclo de crescimento tem sido a capacidade de estimular o
dinamismo econmico de maneira mais equilibrada regionalmente, apoiando via polticas pblicas
investimentos estratgicos que valorizam potencialidades latentes nas regies menos desenvolvidas
do Pas. Fazem parte desses investimentos aqueles realizados na educao superior e na ps-graduao
e em outras instituies integrantes da infraestrutura de C,T&I, que antes havia se concentrado for-
temente no Sudeste e no Sul do Pas e foram ampliados na fase recente ao Nordeste, ao Norte e ao
Centro-Oeste. A busca de reduo das desigualdades regionais tem sido um dos eixos condutores dos
investimentos em C,T&I, desde a reserva de 30% das aplicaes nos Fundos Setoriais at a criao de
novos Institutos Nacionais estruturados em rede cujo comando fica com instituies competentes
localizadas nas reas mais pobres do Pas, ao lado de outras iniciativas.
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A na cm pncpa mt d desenment
A inovao, tendo a educao como fundamento, o principal motor do processo de de-
senvolvimento do Pas. Ela favorecida por avanos cientficos e tecnolgicos e pela qualificao
dos profissionais envolvidos no processo, bem como pelas atividades de risco, seja na funo de
pesquisa cientfica e tecnolgica, seja na atividade empresarial decorrente de novos conhecimentosgerados. A evoluo acelerada da inovao se reflete nos novos modelos de negcios, onde o Brasil
tem grande potencial de atuao.
Por outro lado, a ideia de que o mercado constituiria o nico motor da inovao limitada.
Muitas inovaes que transformaram o mundo surgiram de instituies pblicas ou de setores sem
fins lucrativos. A internet um exemplo recente. As inovaes sociais solues novas para proble-
mas sociais que so mais efetivas, sustentveis e justas, e cujos resultados beneficiam mais a socieda-
de como um todo do que indivduos particulares so geradas e aplicadas em resposta a demandas
diversificadas da sociedade.Em particular, as tecnologias sociais atendem demandas de setores mais
necessitados, especialmente em temas como segurana alimentar e nutricional, energia, habitao,
sade, saneamento, meio ambiente, agricultura familiar, gerao de emprego e renda.
O Pas desenvolveu, nas ltimas dcadas, um competente sistema universitrio de produ-
o de conhecimento e formao de recursos humanos. O desafio, agora, criar condies para
que atividades inovadoras atendam as demandas dos diferentes setores da sociedade e fortaleam
a competitividade internacional das empresas.
Entre universidade, empresa e sociedade cabe criar camadas intermedirias parques tec-
nolgicos, centros de inovao, redes de extenso tecnolgica, institutos tecnolgicos estimula-
das por polticas pblicas.
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No mbito de atividades inovadoras em empresas, diversas iniciativas foram citadas na 4
CNCTI, como as da Confederao Nacional da Indstria (CNI), via MEI (Mobilizao Empresarial
pela Inovao), da Associao Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras
(Anpei), do BNDES, de ministrios envolvidos com o tema (MDIC, MCT e MEC, entre outros), e
especificamente do MCT, via Sibratec (Sistema Brasileiro de Tecnologia), cujo objetivo apoiar o
desenvolvimento tecnolgico do setor empresarial nacional. O Sibratec promove, para tanto, ati-
vidades de pesquisa e desenvolvimento e de prestao de servios de metrologia, extensionismo,
assistncia e transferncia de tecnologia.
Um fator fundamental para o sucesso da poltica industrial da ltima dcada foi o significati-
vo fortalecimento e modernizao do Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade
Industrial (Inmetro), que experimentou uma profunda transformao, alcanando um desempe-
nho de padro internacional.
No mbito da inovao social, atores variados constituram, em anos recentes, uma impor-
tante rede de tecnologias sociais, envolvendo entidades da sociedade civil e organismos pblicos, o
que possibilitou o surgimento de aes mais criativas e integradas, embora o potencial delas ainda
esteja longe de ter sido aproveitado em sua inteireza. A economia solidria vem se apresentando
tambm como uma alternativa inovadora de gerao de trabalho e renda e uma resposta a favor da
incluso social e do desenvolvimento sustentvel.
O desenvolvimento sustentvel e a inovao formam o pano de fundo das consideraes e
propostas da 4 Conferncia Nacional de C,T&I que so apresentadas nos prximos captulos.
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AS NOVASOPORTUNIDADES PARAO BRASIL E O ESTGIO
ATUAL DA C,T&I
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INOVAO COMO COMPONENTE SISTMICODA ESTRUTURA PRODUTIVA NACIONAL
H consenso de que, apesar dos imensos avanos na produo de cincia e tecnologia no
Pas no mbito acadmico, a atividade inovadora exige, por parte de governos e de empresas, um
salto em termos de quantidade e qualidade, incorporando uma viso sistmica do processo de ino-
vao. Sem isso, coloca-se em risco a continuidade a longo prazo do desenvolvimento, porque se
restringem o progresso tcnico, a insero mundial por meio de exportaes de maior valor agrega-
do, a reduo da vulnerabilidade externa e a autonomia para crescer.
Pode-se dizer que o Brasil tem uma necessidade gigantesca, urgente, de inocular inovao
em todos os poros da economia. Tem necessidade de passar por um choque de inovao, entendi-
do como uma sequncia de aes em vrias reas. No se parte de zero, ao contrrio. Nos ltimos
anos houve avano nessa rea, com a Lei de Inovao, a Lei do Bem, a subveno econmica na
Finep, a segunda poltica industrial, lanada em 2008 com o nome de Poltica de Desenvolvimento
Produtivo (PDP), voltada para investimentos em inovao. Alm disso, o PACTI incluiu, pela primei-
ra vez na histria do MCT, a inovao como um dos eixos da poltica governamental.
O PACTI est no centro da articulao no s com a PDP, mas tambm com diferentes po-
lticas do governo federal: o PAC (infraestrutura), o Plano de Desenvolvimento da Educao (PDE),
o Plano de Desenvolvimento da Sade, o Plano de Desenvolvimento da Agropecuria e a Poltica
de Defesa Nacional.
Na dimenso da organizao federativa, o MCT fortaleceu institucionalmente o sistema de
C,T&I, por intermdio de suas instncias de financiamento, Finep e CNPq, e de sua interlocuo com
os governos estaduais, representados no Conselho Nacional de Secretrios Estaduais para Assuntos de
C,T&I (Consecti) e no Conselho Nacional das Fundaes Estaduais de Amparo Pesquisa (Confap).
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Apesar dos avanos, ainda existem lacunas a preencher, como o reconhecimento do papel
das instituies de ensino e pesquisa privadas, em especial as comunitrias, que demandam um
marco legal e uma legislao especfica, no mbito da Lei da Inovao, cujo foco so as instituies
de ensino superior pblicas. O prprio conceito de ICT (Instituio Cientfica e Tecnolgica), como
definido nessa lei, deve ser ampliado, incorporando as Instituies privadas.
A 4 Conferncia explorou a relao entre a produo de conhecimento e as perspectivas
de aplicao empresarial, bem como a inovao nos modelos de gesto e de negcios, visando a
tornar a inovao um componente sistmico do sistema produtivo nacional, reforando os meca-
nismos que contribuam para a inovao nas empresas de mdio e pequeno portes, incluindo, sem
a isso se limitar, a sua insero nas cadeias de produo e conhecimento.
Diversos aspectos envolvendo legislao e marco legal foram destacados, assim como a
necessidade de uma viso mais sistmica e estratgica da inovao, tanto nas empresas como nas
universidades e nos diversos nveis de governo. Foram analisadas e debatidas tambm tendncias
mundiais de diversificao das modalidades de inovao. Enfatizou-se a necessidade de um maior
protagonismo na rea de inovao por parte do setor privado, com apoio do governo, tendo como
foco central das polticas pblicas de inovao o mercado e as empresas.
Um dos aspectos centrais para a ampliao da atividade inovadora no Pas a questo do
financiamento como fator indutor da inovao. Isso requer maior volume de investimentos em ino-
vao, visando a atingir os padres de pases lderes mundiais. Tambm necessrio diversificar as
opes de financiamento, enfatizando o empreendedorismo inovador, em especial nas micro e pe-
quenas empresas nascentes, atravs, por exemplo, de instrumentos como capital semente e de risco.
Diante das disparidades regionais prevalecentes e da grande diversidade regional do Pas, o
apoio das polticas pblicas e a elevao dos nveis de investimentos devem considerar a leitura da
realidade regional brasileira.
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Ap genamenta paa na dee te cm cntapatda nestments na ea
de P&D
A interao universidade-empresa-governo permeou todos os debates, com especial des-
taque para o papel central das Incubadoras de Empresas de Base Tecnolgica e dos Parques Cien-
tficos e Tecnolgicos, ambientes de pesquisa que se constituem em plataformas para a inovaoe atuao nos mercados externos por parte de empresas de todos os portes. Especial destaque
foi dado s aes articuladas de estmulo atrao de projetos e investimentos na rea de P&D de
empresas (nacionais e internacionais) para esses ambientes de inovao. Nesse sentido, foi ressaltada
a importncia de caracterizar os investimentos na rea de P&D como contrapartida prioritria das
empresas para os apoios governamentais nas reas de inovao.
No contexto brasileiro atual, a agenda macroeconmica tem relao com poltica industrial,
cmbio, taxa de juro real e demais fatores com peso determinante no funcionamento do mercado
de bens e servios. A poltica de inovao deve ser, portanto, parte de uma robusta poltica eco-
nmica e industrial que busque mudar a estrutura industrial do Pas e os mecanismos de apoio e
fomento inovao, especialmente nas empresas nacionais.
As questes envolvendo gesto de risco, financiamento, recursos humanos, infraestrutura,
capital de risco e cooperaes pblico-privadas so centrais nessa nova agenda econmica. Nesse
contexto, de maior protagonismo privado e desenvolvimento de aes voltadas para a massificao
da inovao nas empresas, foram propostas diversas aes articuladas, tais como: criao de platafor-
mas setoriais de inovao, internacionalizao e competio global, urgncia para a educao profis-
sional, formao de engenheiros, marcos regulatrios que estimulem a inovao e criao de ambien-
tes de inovao de classe mundial, voltados a receber investimentos internacionais na rea de P,D&I.
Em linhas gerais, forjou-se um consenso de que alguns aspectos requerem uma ateno
especial na rea de inovao nas empresas: os recursos humanos, o esprito empreendedor, a gesto
da inovao e a interao com os resultados da pesquisa cientfica e tecnolgica.
A articulao entre os atores (empresa, universidade e governo), o aumento da participao
das empresas, um financiamento adequado e um eficiente sistema nacional de inovao so os
principais fatores de sucesso para a agregao de valor produo e exportao. Esses aspectos
realam a necessidade de aprimorar o modelo de governana, propiciando maior simetria entre os
setores empresarial, acadmico e de governo, estimulando-se debates abertos e transparentes.
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Recomendaes
1. Tata a na cm estatgca, tanto nas empresas como na academia e no go-
verno, incentivando e financiando o desenvolvimento de competncia na gesto da ino-
vao. Essa competncia est diretamente relacionada com a ampliao da formao de
mo de obra qualificada e com o estabelecimento de um melhor ambiente de negcios.
2. Fomentar um ma ptagnsm pad no processo de inovao e nas discus-
ses relativas s polticas pblicas para a rea, em especial por meio de entidades empre-
sariais representativas dos diversos segmentos de negcios.
3. Ampa s nestments pblicos e estimular os investimentos de empresas em P&D
(que, juntos, correspondem a 1,24% do PIB em 2009) de modo que o investimento total
alcance, em 2020, uma faixa entre 2,0% e 2,5% do PIB, prxima do padro dos pases
lderes mundiais.
4. Desfica as pes de financament mediante:
o anhament de mecansms pbcs tads a apa s empeendedes
em estg nca (como o Programa Prime e Seed Frum da Finep, entre outros);
a mtga ds scs inerentes aos processos e produtos inovadores;
o estm , por meio do BNDES, do Banco Central e do mercado de capitais
ca de Fnds de Rsc paa financa empeendments nades em
estg nca;
a ad de cts e cncets mas abangentes de na na defin
das nhas de financament (inovao em marketing, em servios, em modelos e
gesto de negcios, plantas piloto, plantas industriais pr-competitivas, etc.).
5. Estma estados e municpios a ca cndes cas faes para inovao por
meio de incentivos tais como desonerao fiscal, tributria, impostos territoriais, impos-
tos de servio, demais tributos municipais e cesso de reas.
6. Criar ambentes de na, atuando em rede, com destaque para os Parques Cient-
ficos e Tecnolgicos de classe mundial, distribuindo no Pas ambientes de inovao que
atraiam investimentos privados nacionais e internacionais e gerem novas empresas e
produtos inovadores, tanto para os mercados internos como para exportao, atuando
de forma articulada com os Arranjos Produtivos Locais (APLs) e outras iniciativas regio-
nais, interagindo dinamicamente com os atores pblicos e privados envolvidos.
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7. Fomentar o desenvolvimento de empresas inovadoras nascentes por meio de p-
-ncbadas, ncbadas e paqes tecngcs, como instrumento de promo-
o do desenvolvimento tecnolgico e socioeconmico local e regional, estimulando
a ampliao da interao entre as ICTs, as empresas e o governo.
8. Preparar as empresas e o Pas para um ambiente de competio global crescente,
por meio de apoio e incentivos dos atores pblicos (BNDES, Finep, MDIC) e priva-
dos (CNI, Agncia Brasileira de Promoo de Exportaes e Investimentos Apex ,
entre outros) envolvidos, visando a estma a ntenacnaa e pepaa
paa a cmpet gba das empesas, em especial aquelas produtoras de bens e
servios de alto valor agregado.
9. Incrementar os mecanismos de apoio inovao nas pequenas e mdias empresas,fomentando em especial pgamas de a ntegada ente empesas-nca e
sas cadeas pdtas, e tambm os pgamas de extensnsm tecngc.
10. Da tatament especa s eges mens desendas d Pas, com foco na
reduo das assimetrias intra e inter-regionais, tanto no estmulo s empresas como
no desenvolvimento de competncias para a produo e difuso de conhecimentos.
11. Reexamna a Le de Ina qant segana jdca e as cntades
egas exstentes , gerando subsdios para uma reestruturao dos marcos legais na
rea de C,T&I, tanto para os segmentos pblicos como para os privados, de modo
que os rgos de fiscalizao governamentais e agncias de fomento atuem de forma
alinhada com a poltica nacional na rea de C,T&I.
12. Resa e expand a Le da Ina , de modo a:
incluir as IES comunitrias e privadas no conceito de ICT;
contemplar as tecnologias sociais;
facilitar o ingresso no mercado dos produtos e servios derivados dos benefcios
concedidos no contexto da lei.
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A histria mostra que cincia, tecnologia e inovao evoluem de maneira diferenciada no
tempo e no espao das naes e, consequentemente, as oportunidades para o seu desenvolvimento
mudam em funo dos momentos histricos e das condies dos pases. Por isso, possvel
identificar cincias, tecnologias e famlias de inovaes mais promissoras ou necessrias em
determinado momento e pas, e que, por essa razo, podem ser consideradas estratgicas.
Algumas cincias ou tecnologias so estratgicas em si, enquanto outras assumem seucarter estratgico em funo dos setores ou reas nas quais so aplicadas.
No contexto atual, a comunicao globalizada permite que um contingente expressivo
da populao mundial aspire a ter acesso a padres civilizados de condies de vida. Para que
isto ocorra, muitos desafios devem ser superados, garantindo que esta incluso social ocorra
de forma sustentvel, tendo em vista o impacto esperado devido ao contnuo crescimento da
populao mundial. Como consequncia natural deste aumento de populao, pode-se prever um
crescimento da produo industrial, a expanso da agricultura, o aumento da demanda por gua,
energia e matria-prima, alm de uma urbanizao crescente, parte da qual no planejada, todas elas
exercendo grande presso sobre a capacidade ambiental de cada regio.
Pd mas enega, gaant a ncs sca e, a mesm temp, ed a emss de CO2
Por conta da estreita e direta relao entre o ndice de Desenvolvimento Humano (IDH) e o
consumo de energia, assim como entre esse ltimo e a gerao de gases de efeito estufa, um desafio
considervel diz respeito necessidade de se produzir mais energia, para garantir a incluso social,
e ao mesmo tempo reduzir a emisso de CO 2, responsvel pelas mudanas climticas provocadaspelo aquecimento global. Esta uma das situaes em que a C,T&I pode trazer contribuies
valiosas, pelo emprego de tecnologias de sequestro de carbono ou pela gerao a partir de fontes
com baixa ou nenhuma emisso de carbono (bioenergia, fotovoltaica, elica e nuclear).
TECNOLOGIAS ESTRATGICAS PARA ODESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL
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O cenrio francamente favorvel ao Brasil, que alm de j possuir uma das matrizes
energticas mais limpas do mundo apresenta vantagens comparativas quanto ao aumento da
participao de fontes alternativas. Observa-se, portanto, uma grande oportunidade para o Pas
avanar de modo consistente na direo de um desenvolvimento sustentvel. A C,T&I vital para
compatibilizar o progresso material da maioria da populao com o uso racional dos recursos
naturais e a preservao do meio ambiente.
A 4 CNCTI expressou a compreenso clara desse papel vital desempenhado pela C,T&I
no processo de desenvolvimento sustentvel brasileiro. Foram ademais apresentadas razes que
justificam a convico de que o Brasil pode construir um padro de desenvolvimento democrtico,
que compatibilize o progresso material da maioria da populao com o uso racional dos recursos
naturais e a preservao do meio ambiente.
O desenvolvimento sustentvel brasileiro possvel, mas no ser tarefa fcil. No campo da
C,T&I, ser necessria a multiplicao de esforos e a concentrao desses especialmente em reas
que so estratgicas para o desenvolvimento sustentvel do Pas.
A importncia da contribuio de diversas reas da C,T&I para a construo desse novo
padro de desenvolvimento foi expressa na Conferncia, mas cabe aqui destacar algumas delas,
em particular, que certamente desempenharo papis centrais nessa construo. Essas so as
relacionadas com a agcta, a benega , as tecngas da nfma e cmnca,
a sade, a expa das eseas de pete e gs dP-Sa, tecnga ncea, espao e
defesa, e as tecngas ptadas de ft e tas enegas.
Agricultura
As cincias agrcolas so o componente de maior impacto na elevao da produo
cientfica do Pas, tornando o Brasil uma liderana mundial no setor. Esta evoluo deve-se
consolidao de inmeros programas de ps-graduao, importncia que a Embrapa Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuria tem assumido no cenrio nacional e internacional, iniciativa
privada, que, a cada dia, intensifica a utilizao de mecanismos de inovao em suas atividades, e,por ltimo, recuperao recente das instituies estaduais de pesquisa agropecuria.
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Como resultado desses esforos, o Brasil o terceiro maior exportador de produtos
agrcolas e um dos mais importantes produtores mundiais de alimentos, estimando-se que colher
149 milhes de toneladas de gros na safra 2010/2011. Em termos de balana comercial, nos ltimos
anos, a exportao de alimentos, biocombustveis e matrias-primas tem sido responsvel pelo
saldo positivo da balana comercial do Pas.
Outro aspecto de extrema relevncia o fato de o Brasil produzir alimentos em quantidade
suficiente para o abastecimento de sua populao em todas as regies, o que o coloca entre os poucos
pases que conseguiram reduzir a fome e a subnutrio na ltima dcada, fruto desta produo,
associada s polticas pblicas voltadas s populaes mais pobres e vulnerveis do meio rural e urbano.
A agcta eement estatgc nas ptcas ecnmcas, ambentas e de segana
amenta
O Brasil se qualifica a assumir uma posio de maior destaque na produo agrcola e na
adoo de prticas sustentveis de produo que permitam, em um perodo de dez anos, colocar-
se em posio de maior relevncia mundial quanto produo de alimentos, com sustentabilidade,
contando com uma agricultura e uma pecuria mais verdes, apresentando reduo substancial de
emisso de gases de efeito estufa e auxiliando o Pas a cumprir com as responsabilidades assumidas
nas negociaes internacionais quanto s mudanas climticas e ao desenvolvimento sustentvel.
Para alcanar esses objetivos, o Brasil depender da contnua elevao de produtividade e da
agregao de valor aos seus produtos de origem agrcola. E isso vai requerer avanos significativos nacapacidade de gerar e difundir o uso de conhecimentos cientficos, tecnolgicos e de inovaes em
todo o complexo sistema agropecurio nacional. Para tanto ser necessrio tambm incorporar a esse
esforo as cerca de 3,5 milhes de pequenas propriedades rurais hoje existentes, contribuindo no
somente para a eficincia do sistema como um todo, mas tambm para a elevao do padro de vida
das famlias e dos trabalhadores dedicados ao desenvolvimento dessas pequenas propriedades. Alm
do desenvolvimento ou aperfeioamento de tcnicas agropecurias apropriadas a esse segmento
especfico, ser necessrio investir no desenvolvimento de tecnologias e inovaes em equipamentos
e mquinas agrcolas que atendam as necessidades especficas das pequenas propriedades.
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A sustentabilidade da agropecuria brasileira depender, em particular, da gerao, do
aperfeioamento e da difuso de inovaes tecnolgicas que permitam a adoo de prticas
sustentveis de conservao do solo, recuperao de reas degradadas, plantio direto, integrao
lavoura-pecuria-floresta, controle biolgico, fixao biolgica de nitrognio e uso eficiente de gua.
A viabilizao desses avanos tambm depender da implementao de polticas de educao
e extenso rural, e de incentivo ao uso de prticas conservacionistas e de respeito legislao
ambiental do Pas.
Bioenergia
A produo, a distribuio e o emprego de bioenergias apresenta uma importante janela de
oportunidades para o Pas. Esse um clssico exemplo de setor caracterizado como parte da chamada
economia verde, porque cria oportunidades para o crescimento, a gerao de empregos e renda, e
simultaneamente contribui para a preservao do meio ambiente. Em razo tanto da elevao dos
custos das energias convencionais quanto da progressiva adoo de medidas mitigadoras dos efeitos
desastrosos da poluio atmosfrica e do aquecimento global, h um enorme mercado potencial
para as bioenergias, setor no qual o Brasil tem experincia inigualvel no mundo.
As empresas brasileiras tm a oportunidade de se transformar em lderes mundiais na
produo e comercializao de bioenergia, especialmente a derivada da cana-de-acar. Para tanto,
contudo, no basta contar com a maior biodiversidade do planeta, a disponibilidade de terras
apropriadas para o cultivo, a inigualvel experincia na produo e utilizao de biocombustveis e oeficiente e competitivo agronegcio brasileiro.
necessrio, por um lado, avanar no desenvolvimento nacional e internacional do
mercado de biocombustveis, com cadeias produtivas e mercados bem estruturados. Tal avano
vai requerer, entre outros aspectos, a adoo de um correto zoneamento agro-ecolgico do Pas e o
desenvolvimento de sistemas nacionais adequados de certificao dos biocombustveis.
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Empesas baseas pdem se tansfma em dees n mecad mnda de benega
Nessas condies que ser possvel, por outro lado, melhor frutificarem os esforos
voltados para promover a inovao em todos os elos da cadeia produtiva de forma a obter a
contnua elevao da eficincia do processo de converso de biomassa em energia e maximizar os
ganhos na reduo de emisses de gases de efeito estufa. Pesquisa, desenvolvimento, inovao edifuso de tecnologias sero necessrias para assegurar a continuidade de ganhos de produtividade
na produo de etanol.
Inovaes radicais tambm sero necessrias tanto para a manuteno dessa trajetria
de ganhos de eficincia quanto para evitar a eventual eroso da competitividade brasileira
pela emergncia de inovaes entre os potenciais competidores do Pas. As possibilidades de
desenvolvimento de rotas economicamente viveis para a produo de etanol a partir da biomassa
celulsica, o chamado etanol de segunda gerao, representam uma ameaa manuteno da
liderana brasileira nessa rea. Contudo, o Pas tem condies de fazer com que suas atuais vantagens
competitivas e competncias cientficas e tecnolgicas na rea da cana-de-acar e de outras
espcies vegetais sirvam de base para tambm avanar nas tecnologias de produo do etanol de
segunda gerao. A prpria disponibilidade de quantidades industriais de bagao e palha da cana
junto s usinas produtoras de etanol gera uma fonte de matria-prima altamente competitiva para
a produo de etanol celulsico. Ademais, j h no Brasil um significativo conjunto de esforos de
P&D sendo realizados por instituies de pesquisa e empresas, alguns dos quais se aproximam de
fases pr-comerciais.
O Brasil tem condies de consolidar sua liderana mundial na rea de biocombustveis
com o desenvolvimento de rotas economicamente viveis de produo de etanol celulsico.
Esse etanol de segunda gerao vai permitir o aproveitamento de parte dos dois teros da energia
contida na cana, que hoje no aproveitada pela fermentao da garapa da cana. Com isso, ser
possvel aumentar a produo de etanol sem ser necessria a expanso da rea de cultivo da cana.
Tambm necessrio avanar em outras reas da bioenergia, como o caso, por exemplo, das
clulas a combustvel que utilizam bioetanol, e a utilizao de outras biomassas para a gerao
de bioenergia. Cabe, ademais, destacar a necessidade e a importncia dos avanos na rea de
biorrefinarias. Nessas, a fermentao biolgica de produtos derivados da cana-de-acar realizada
de forma integrada com vistas produo de hidrocarbonetos de maior valor adicionado, tais como
outros combustveis, alm do etanol, e polmeros.
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Tecnologias da informao e comunicao
As tecnologias da informao e comunicao (TICs) esto na base de produtos e servios
de crescimento excepcional, com altssimas taxas de inovao, que geram empregos qualificados
e geralmente tm baixo impacto ambiental. Sua utilizao vem penetrando e transformando
progressivamente todas as atividades humanas, desde os setores econmicos tradicionais at asutilidades domsticas, o entretenimento, a segurana, a defesa, a educao, a sade e a administrao
pblica. O domnio das TICs passou a ser condio necessria tanto para o sucesso em qualquer
uma dessas atividades quanto para a prpria vida cotidiana e profissional dos cidados e mesmo
para o avano e a difuso do conhecimento cientfico e tecnolgico.
Bas pecsa se g paa abse e adapta naes nas tecngas da nfma e
cmnca
O efetivo domnio das TICs, no entanto, uma tarefa que requer esforos permanentes e
que precisam avanar de forma simultnea em diversas direes e nas diferentes regies do Pas. A
fronteira internacional do conhecimento, das tecnologias, das aplicaes e inovaes baseadas nas
TICs est em permanente e rpido deslocamento. Tais avanos representam oportunidades, que
podem ser aproveitadas, ou ameaas de obsolescncia e competio destruidora, e, por isso, o Pas
precisa ser gil para absorv-las e adapt-las a suas necessidades.
Muitos produtos e aplicaes so especficos, dependem das caractersticas dos mercados
brasileiros, infraestruturas, normas, necessidades, etc., e, por essa razo, precisam ser desenvolvidos
no Pas. Um passo importante nessa direo foi a recente implantao do Ceitec, no Rio Grande do
Sul, a primeira fbrica de circuitos integrados da Amrica Latina, que representa um investimento
objetivo em microeletrnica, setor em que o Pas carece de autonomia, servindo apenas como
mercado consumidor.
A efetiva explorao do potencial apresentado pelas TICs tambm depende da
universalizao de habilidades ou da cultura digital entre trabalhadores e cidados, assim como do
acesso a uma eficiente infraestrutura de comunicaes por parte de indivduos, empresas, escolas e
instituies pblicas. Avanar simultaneamente em todas essas frentes condio necessria paraque o Pas possa vir a efetivamente usufruir das potencialidades dessas tecnologias, que muitos
chegam a identificar como a base de uma emergente sociedade ou economia do conhecimento.
Nenhum pas que aspire a ser moderno e desenvolvido pode abrir mo de investir seriamente na
rea de TICs. Faz-lo poderia ser comparado metaforicamente a um pas que quisesse desenvolver-
se em sculos passados sem se alfabetizar.
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Alguns pases em desenvolvimento do leste asitico conseguiram aproveitar muito bem
as condies criadas pela janela de oportunidades surgida com a introduo das TICs na segunda
metade do sculo XX. Apesar de o Brasil no ter sido to bem-sucedido em seu esforo de
aproveitamento das oportunidades criadas por essa verdadeira mudana de paradigma tecnolgico,
ainda h diversos segmentos dessa diversificada rea nos quais pode ousar competir em mercados
globais a partir das slidas bases estabelecidas em seu grande e complexo mercado interno. Dentre
essas potencialidades singulares do Pas ressaltam, por exemplo, as aplicaes das TICs nas reas de
governo eletrnico, automao bancria, agronegcio, educao e gesto de empresas.
Sade
O Complexo Econmico Industrial da Sade (CEIS), com nfase na indstria farmacutica,
engloba atividades que se destacam internacionalmente entre as de mais elevada intensidade
em pesquisa, desenvolvimento, conhecimento e inovao. Por essa razo, costumam ser
classificadas como exemplo de setor baseado na cincia. Infelizmente, contudo, a maior parte
da P&D e das inovaes realizadas nesse setor est orientada para atender s necessidades e
oportunidades comerciais dos pases desenvolvidos. Ademais, a oferta internacional de grande
parte dos medicamentos, vacinas, equipamentos e outros servios ou insumos mdicos apresenta
caractersticas ou custos que se constituem em verdadeiro limitador do objetivo de universalizar
o acesso dos brasileiros a servios de sade de qualidade. Por isso, avanos nacionais na gerao,
absoro e difuso de conhecimentos cientficos, tecnolgicos e de inovaes na rea de sade so
necessrios e vitais para garantir condies essenciais qualidade de vida da maioria da populao
brasileira. Por outro lado, o progresso da competncia brasileira no complexo da sade tambm
pode vir a criar significativas oportunidades para o Pas em outros mercados emergentes. A rea de
sade estratgica por apresentar um denso e articulado conjunto de oportunidades que podem
combinar, a um s tempo, desenvolvimento cientfico, tecnolgico, social e econmico.
Aan cd na pd de gencs sna de tadade
A indstria farmacutica brasileira, no entanto, dedica-se essencialmente fabricao demedicamentos (a partir de princpios ativos importados) e sua comercializao. Seus esforos
prprios em P&D, assim como suas inovaes de processos ou produtos, ainda esto muito aqum
do necessrio para gerar uma resposta adequada s demandas e oportunidades que a rea de sade
apresenta. Como resultado de polticas recentes, esse elo frgil do Sistema Nacional de Inovao
em Sade tem, contudo, apresentado sinais de vitalidade. Esse o caso, por exemplo, do avano
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ocorrido na produo de genricos. H outros segmentos do complexo industrial da sade nos
quais o Pas tambm tem demonstrado relativa competncia, como o caso dos equipamentos
odontolgicos e da produo de vacinas.
A competncia cientfica brasileira em diversas reas da sade, por exemplo nas reas de
doenas tropicais e de outras doenas negligenciadas, reconhecida internacionalmente, e esse umdos elos fortes do sistema da sade sobre os quais possvel apoiar o desenvolvimento da rea. Os
avanos em biotecnologia e biologia molecular tambm esto abrindo importantes oportunidades
para o complexo da sade nacional, em especial na rea de produo de vacinas e de insumos e
reativos para ensaios enzimticos, ensaios moleculares e testes de diagnstico. As reas da oncologia
e da aplicao das TICs na prestao de servios de sade tambm tm apresentado resultados
promissores. A recente articulao em rede das pesquisas clnicas realizadas nos hospitais de ensino
cria condies particularmente adequadas para potencializar os resultados dessas pesquisas e para a
difuso do conhecimento gerado em benefcio da melhoria do Sistema nico de Sade. Ademais, a
enorme biodiversidade brasileira, especialmente da regio amaznica, associada ao conhecimento
tradicional sobre aplicaes medicinais das plantas brasileiras, apresenta potencialidades
extraordinrias para o desenvolvimento de fitoterpicos.
A firme deciso brasileira de explorar essas oportunidades e dar resposta s necessidades
da rea de sade j tem se manifestado em um significativo conjunto de aes recentes, mas muito
ainda precisa ser feito no sentido de aperfeio-las e consolid-las.
Pr-Sal
A descoberta da provncia de petrleo e gs do Pr-Sal em um momento de acelerado
crescimento da demanda por energia, devido especialmente expanso de economias emergentes,
cria desafios e oportunidades nicas para o desenvolvimento brasileiro. A explorao dessa
provncia, que uma das maiores do mundo, pode criar condies para o avano e a consolidao
da liderana internacional do Brasil em tecnologias relacionadas com a prospeco e a explorao
de petrleo em guas profundas ou ultraprofundas.
A escala do empreendimento e das demandas a ele associadas poder requerer ou permitir
investimentos em equipamentos, instalaes, recursos humanos, P&D e inovao que serviro
de base para que empresas brasileiras fornecedoras de produtos e servios para o Pr-Sal atinjam
padres de competitividade global. Estima-se, por exemplo, que a demanda domstica por bens e
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servios aplicados produo offshore ser de aproximadamente US$ 400 bilhes at 2020, o que
representa um fortssimo estmulo ao desenvolvimento de uma cadeia de fornecedores de elevada
competncia tecnolgica. A competitividade decorrente deste fato torna-se particularmente
atraente quando se sabe que a descoberta dessa provncia estimulou o incio de uma corrida pela
prospeco de petrleo em camadas do tipo pr-sal em outros locais do mundo.
No se pode deixar de registrar, a esse propsito, que a descoberta do Pr-Sal no foi obra
do acaso ou uma questo de sorte. A simples importao de tecnologias existentes no resto do
mundo por parte de empresas brasileiras ou a atrao de empresas estrangeiras no teria sido
capaz de viabilizar a descoberta do Pr-Sal ou o seu desenvolvimento. Isso s foi ou vem sendo
possvel devido a um longo, massivo e sistemtico esforo nacional, liderado pela Petrobras, de
desenvolvimento cientfico e tecnolgico prprio e de investimentos em engenharia.
P-Sa pde assm pape de catasad da C,T&I n Bas sma a desempenhadpe Pgama Ap ns Estads Unds
Esse esforo, contudo, ainda precisa avanar muito para dar resposta aos desafios que
se colocam para esse empreendimento, que, na viso de alguns especialistas, pode vir a assumir
papel de catalisao da cincia, tecnologia e inovao brasileiras similar em alguns sentidos ao que
o programa Apollo que teve por objetivo levar o ser humano at a Lua desempenhou nos
Estados Unidos.
H necessidade, por exemplo, de avanar significativamente na direo do aumento daeficincia e da segurana de equipamentos e operaes em plataformas, de suprimentos e de
transportes. Isso vai requerer desenvolvimentos em engenharias de explorao e naval, logstica,
software, novos materiais, nanotecnologias, etc. Ser, por exemplo, necessrio o desenvolvimento de
esforos significativos para a absoro e o desenvolvimento de tecnologias em sistemas submarinos,
turbomquinas, robtica, automao e instrumentao industrial e processos de soldagem, as quais
so imprescindveis para que a indstria nacional atinja os padres exigidos pelo setor em termos de
qualidade, prazo, custo e proteo do ambiente.
No podero deixar de ser consideradas tambm as oportunidades e vantagens comparativas
que surgiro para agregar valor ao longo da cadeia produtiva a jusante da produo, isto , no refino,
na petroqumica e na utilizao da energia fssil. Tambm ser importante estimular mais empresas
estrangeiras atradas pelo Pr-Sal a criarem departamentos de engenharia e pesquisa no Pas, alm
daqueles que j esto em processo de instalao no Parque Tecnolgico da Coppe/UFRJ. Elemento
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vital para o sucesso de toda essa empreitada ser a disponibilidade de recursos humanos em
montante e qualidade adequados, o que vai exigir a formao de centenas de milhares de profissionais
especializados em todos os nveis, especialmente em engenharias, nas diversas regies do Pas.
A rea de petrleo e gs no Brasil j especialmente bem-dotada de instituies, polticas,
programas, fundos, redes e parcerias institucionais e empresariais voltadas para o desenvolvimentode P&D e inovao. Contudo, o funcionamento de tais mecanismos e instituies precisar ser
aperfeioado, melhorada sua coordenao, incorporados novos objetivos e metas, assim como
ampliada sua escala de atuao e sua presena em regies menos desenvolvidas.
Tecnologia nuclear, espao e defesa
A energia nuclear passa, no momento, por uma forte retomada no mercado mundial.
Nesta nova fase, ela se distancia de suas origens associadas a finalidades blicas e sua principal
credencial decorre do fato de essa ser uma fonte de energia que pode dar contribuio efetiva para
a reduo do aquecimento global. O Brasil tem, hoje, bases slidas para avanar na consolidao
de seu domnio do ciclo completo do combustvel nuclear de forma a vir a atender as necessidades
nacional e de se tornar competidor no mercado internacional de combustvel nuclear. A capacitao
do Pas tambm tem muito a avanar na prpria construo e operao de usinas nucleares, no
aumento e diversificao da produo de radiofrmacos, nas aplicaes na rea de propulso e
na construo e operao de depsitos de rejeitos. A busca desses objetivos vai exigir esforos
contnuos e persistentes da comunidade cientfica e tecnolgica brasileira, das instituies deensino e pesquisa civis e militares, assim como do parque industrial nacional. Tambm um requisito
vital o desenvolvimento e domnio simultneo de tecnologias, instituies, prticas e normas que
minimizem os riscos de contaminao radioativa decorrentes das atividades nucleares.
Sstema de mntament da cbeta festa basea tem sd ta paa a ptca de
cnten d desmatament
Ter capacidade de projetar, desenvolver, fabricar, lanar e operar satlites envolve um
conjunto associado de tecnologias que tambm so estratgicas para o desenvolvimento
sustentvel do Pas. O sistema de monitoramento da cobertura florestal brasileira, por exemplo, que
essencialmente focado na regio Amaznica e realizado a partir do emprego de imagens geradas por
satlites, tem sido vital para a poltica de conteno do desmatamento e para a reduo da emisso
de gases de efeito estufa no Brasil. Os avanos j realizados pelo Pas nessa rea (especialmente a
partir do programa de construo, lanamento e operao de satlites de observao de recursos
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terrestres desenvolvido em conjunto com a China) tem servido de modelo para diversos pases e
seus resultados j so utilizados internacionalmente. A capacitao brasileira em tecnologia espacial
tambm pode dar contribuies importantes para o desenvolvimento, por exemplo, das reas de
comunicao; controle de trfego areo; vigilncia area, terrestre e martima; mudanas climticas,
previso do clima e do tempo, levantamentos geolgicos e monitoramento ambiental.
A capacidade de o Brasil defender adequadamente sua populao, suas riquezas naturais e
construdas, assim como sua economia, depende de desenvolvimento e do domnio de tecnologias
estratgicas. Um dos eixos estruturantes da Estratgia Nacional de Defesa refere-se reorganizao da
indstria de material de defesa constituda com base em tecnologias sob domnio nacional. Quatro
fatores so considerados essenciais ao sucesso deste objetivo maior. O primeiro a cooperao das
instituies civis e militares para a capacitao de recursos humanos, pesquisa, desenvolvimento e
absoro de tecnologias. O segundo fator a permanente ateno, desde as aes de planejamento,
para as oportunidades de transbordamento da P&D e da inovao de interesse militar para
possveis aplicaes civis ou comerciais. O exemplo do bem-sucedido desenvolvimento da indstria
aeronutica brasileira um eloquente testemunho do acerto dessa estratgia. O terceiro fator
de sucesso o acoplamento da poltica de compras de equipamentos, servios e sistemas nos
mercados domstico e internacional poltica de capacitao e desenvolvimento tecnolgico do
Pas, incluindo mecanismos de absoro de tecnologias associada s compras realizadas no exterior.
O quarto fator de sucesso a previsibilidade, estabilidade e continuidade dos investimentos nos
esforos de pesquisa, desenvolvimento e inovao, assim como na poltica de compras da defesa.
Tecnologias portadoras de futuro e outras energias
Neste conjunto de tecnologias esto includas a nantecnga, a btecnga e
algumas fmas de enega que, embora j presentes em algumas aplicaes, tero papel relevante
na indstria do futuro. No caso da nanotecnologia, o nmero potencial de aplicaes para materiais
nanoestruturados difcil de ser dimensionado, pelo amplo leque de propriedades distintivas que
cada um deles apresenta, permitindo antecipar uma nova gerao de materiais mais eficientes e
com aplicaes customizadas. O mesmo pode ser esperado da biotecnologia, que j tem uma
participao expressiva na produo de frmacos e produtos biolgicos com alto valor agregado.
Por conta da preocupao ambiental, outras formas de gerao de energia, com baixa emisso de
CO2 , passaro a ser gradualmente implementadas. Entre as que tero participao crescente na
matriz energtica brasileira podem ser consideradas a enega fttaca, a eca, a ta
d hdgn nas cas cmbstes e a enega ncea.
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Recomendaes
1 Ftaece Sstema Nacna de Pesqsa Agpeca e as ptcas de C,T&I e
agca cm stas a aana na sstentabdade da agcta basea, desen-
volvendo, aperfeioando e difundindo de forma ampla tecnologias eficientes de pro-
duo que conservem o solo, usem de forma eficiente a gua, sejam compatveis com
a preservao do meio ambiente e da biodiversidade, e que permitam o aumento da
produo sem expanso significativa da rea ocupada. O enbecment da pd-
de gem agca passa tambm por permitir a reduo do peso da explorao
dos recursos naturais e da importncia dos custos da mo de obra na competitividade
dos produtos. Tambm ser necessrio incorporar determinadas oportunidades para
a elevao da produtividade e da sustentabilidade, como o caso das peqenas p-
pedades e da agcta fama.
2 Cnsda a deana mnda d Pas na ea de bcmbstes durante a
prxima dcada, adotando para isso em estreita articulao com o setor empresarial
nacional um vigoroso programa de pesquisa, desenvolvimento, inovao e difuso de
tecnologias voltado para a produo e o uso de bioenergias.
3 Ampa de fma sgnficata s esfs qe m send eaads na ea das
TICs. Fortalecer a pesquisa e o desenvolvimento; ntega Pas cm ma nfaest-
ta de cmncaes de ata ecdade e aana n pcess de nesaa-
d acess Intenet, assim como expandir a formao de recursos humanos em
todos os nveis (desde o ensino mdio at a formao de mestres e doutores) nas reas
das TICs e em reas relacionadas.
4 Aana na abdagem sstmca da ea de sade, articulando a poltica de C,T&I
com a de sade propriamente dita e com a poltica industrial. Destacam-se nessa agen-
da a necessidade de agilizar a implementao das Parcerias para o Desenvolvimento
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Produtivo; utilizar o poder de compra do Estado para maximizar seus resultados no m-
dio e longo prazo e no simplesmente para minimizar os custos imediatos; apefea
e cmpatba s egmes nmats da ea (especialmente a vigilncia sanitria,
o acesso biodiversidade e o intercmbio de material biolgico) e fortalecer a capacida-
de de realizao de testes clnicos no Brasil.
5 Associar explorao do Pr-Sal ftaecment da cadea de fnecedes cas,
a cnsda de empesas baseas cm cmpetdes gbas, a agregao
de valor aos seus produtos e a gerao de empregos qualificados no Pas.
6 Aperfeioar e aumentar a escala dos atuais programas de promoo de enegas ft-
taca e eca, utilizao do hdgn em cas cmbstes e enega n-
cea, fundamentais para que o Pas se torne um ator relevante nesses setores, que serovitais para a sociedade do futuro.
7 Avanar na consolidao do dmn d cc cmpet d cmbste ncea,
aumentar a pd de adfmacs , desenvolver apcaes nceaes na ea
de pps e capacitar o Pas na construo e operao de depsts de ejets
adats. Na rea espacial, desenvolver a capacidade nacional de projetar, fabricar,
lanar e operar sattes. Buscar aprofundar o domnio sobre tecngas estatgcas
paa a defesa nacna por parte da indstria nacional de material e servios de defesa.
8 Utilizar pde de cmpa d Estad para o fortalecimento de diferentes setores e a
promoo da inovao. No caso das TICs, para estimular a inovao e a competitivida-
de das empresas nacionais do setor.
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O avano da cincia no Brasil tem sido notvel nas ltimas dcadas, tanto qualitativa como
quantitativamente. O crescimento do nmero de artigos publicados em revistas indexadas tem es-
tado muito acima da mdia mundial, o que levou o Brasil a ocupar o 13 lugar mundialmente, atin-
gindo, em 2009, 2,69% da produo mundial. Em termos de impacto relativo mdio das publicaes
do Brasil em cada rea de conhecimento, em relao s respectivas mdias mundiais, o Pas estava
frente dos demais pases do chamado grupo BRIC (Brasil, Rssia, ndia e China), mas bastante amea-
ado pela China e pela ndia.
O retrato institucional da cincia brasileira hoje bem mais amplo e slido do que h trs ou
quatro dcadas, quando comeou a adquirir sua feio atual. Os centros de pesquisa cientfico-tecno-
lgicos em universidades, institutos ou empresas, em maior ou menor escala, espalham-se pelo Pas e
envolvem recursos humanos em nmeros impensveis naquela poca, ainda assim insuficientes para o
Brasil galgar o primeiro escalo de pases avanados e no se distanciar de pases do BRIC.
O conhecimento cientfico-tecnolgico, criativo e renovador, reconhecido na esfera dos
governos federal e estaduais, e crescentemente pela mdia e a sociedade em geral, como instrumen-
to fundamental para um desenvolvimento socioeconmico harmnico e sustentvel.
Assim, foi possvel a instalao recente de uma rede de Institutos Nacionais de Cincia e
Tecnologia INCTs , a instalao e expanso das universidades pblicas e a criao de dezenas de
novos centros de pesquisa em todo o Brasil.
MOMENTO HISTRICO PARA O AVANO DACINCIA BRASILEIRA
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FAPs tm pesena expessa em s estads
Uma grande novidade neste cenrio a vitalidade das Fundaes de Amparo Pesquisa
(FAPs), com presena significativa em vrios estados brasileiros, e das Secretarias de Cincia e Tec-
nologia, existentes em todos eles. Todas tm dado notvel contribuio ao avano da cincia em
seus estados, incluindo a integrao academia-empresa. As FAPs constituem hoje fonte de polticaspblicas nacionais, instituindo redes de pesquisa entre si e em parceria com agncias federais ligadas
a vrios ministrios, como os da Cincia e Tecnologia, Educao e Sade.
Cpea ntenacna acana n patama
A cooperao internacional de importncia vital para o avano cientfico de qualquer
nao. Os cientistas, instituies, ministrios brasileiros, como os da Cincia e Tecnologia, Educao,
Sade, Indstria e Comrcio, Relaes Exteriores, e suas agncias de fomento, tais como CNPq, Finep
e Capes, bem como as FAPs, compartilham com entusiasmo desse princpio, e a colaborao cient-
fica do Brasil tem crescido lado a lado com o avano que sua cincia experimenta em poca recente.
Um exemplo dessa evoluo a presena no exterior de instituies como a Embrapa, a
Fiocruz, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e de uma empresa como a Petrobras,
entre outras.
A Embrapa tem Laboratrios de Antenagem (Labex) nos Estados Unidos, na Frana e na
Coreia do Sul, encarregados de realizar projetos em cooperao com instituies locais e de captar o
que h de mais avanado em matria de tecnologia agrcola. Ao mesmo tempo, mantm escritrios
de transferncia de tecnologia, lastreados em seu cabedal de conhecimentos em agricultura tropical,
em Gana, na Venezuela e no Panam, esse ltimo responsvel por representar a instituio nos pa-
ses da Amrica Central e do Caribe. A instituio lidera tambm projetos estruturantes de pesquisa
e desenvolvimento em Moambique, no Mali e no Senegal.
A Fiocruz criou em 2008 seu primeiro escritrio internacional, sediado em Maputo, Mo-
ambique, com a finalidade de articular, acompanhar e avaliar os programas de cooperao em
sade desenvolvidos com os pases africanos por suas unidades. A Fundao implanta e reformula
institutos nacionais de sade dos pases africanos da Comunidade dos Pases de Lngua Portuguesa
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(CPLP) e dos pases da Unio das Naes Sul-Americanas (Unasul). Foram exportadas pela Fiocruz,
entre 2005 e 2008, cerca de 50 milhes de doses de vacina contra a febre amarela para pases das
Amricas do Sul e Central, da frica e da sia .
Pesena ntenacna
O Brasil participa ainda de influentes Fruns internacionais, como o Grupo G8+5 de Acade-
mias de Cincia, que oferece importantes propostas em C&T aos lderes dos pases que compem
esse Grupo, o Frum Internacional de C&T para a Sociedade e o Frum Mundial de Cincias.
Estima-se que mais de 40% dos trabalhos cientficos brasileiros publicados no perodo 2003-
2007 tenham sido feitos em colaborao com pesquisadores estrangeiros. Como principais parcei-
ros do Brasil destacam-se Estados Unidos, Frana, Inglaterra, Alemanha, entre os pases reconhecida-
mente na vanguarda da cincia, e, na Amrica Latina, Argentina, Mxico e Chile.
Ampa ds ecss hmans, mateas e fnances
Tomando como marco temporal o ano de 2020, preciso alcanar avanos significativos
na tta ana de mestes e dtes, com a devida prioridade na concesso de bolsas de
estudos nas eas cnsdeadas mas estatgcas e/ caentes no Pas, como, por exemplo, en-
genharias, oceanografia, biologia marinha e matemtica; no cntngente de pesqsades e tc-
ncs da rea de C,T&I no Pas, inclusive investimentos no treinamento de anastas e tcncs de
abats; na produo de tabahs centfics em estas qaficadas ; em investimentosnas atdades de cpea centfica ntenacna; em investimentos em infraestrutura, com
a expans d sstema nest, nsttts de pesqsa e abats, inclusive de grande
porte. A pacea d PIB investida em P&D deve ser aumentada substancialmente, em particular no
que concerne ao dspnd empesaa.
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Recomendaes
1. Sstenta, cm ptca de Estad, nte aan da cnca basea, sobre-
tudo a cincia bsica, acelerando vigorosamente, em qualidade e quantidade, a produ-
o cientfica e a formao de pesquisadores, estabelecendo prioridade para as reas
mais estratgicas e/ou carentes no Pas.
2. Promover substancial acscm de nestments em nfaestta, com a expan-
so qualificada do sistema universitrio, institutos de pesquisa e laboratrios, inclusive
de grande porte, e de escolas e programas de formao de tcnicos para oper-los. Tal
esforo deve procurar ed deseqb egna.
3. Promover substancial acscm de nestments em cpea ntenacna
qe tenha p bjet ma pd centfica nacna na fntea d c-
nhecment e uma forte presena da cincia brasileira nas principais instituies e or-ganismos internacionais de C&T; promover pesquisas internacionais em C&T de carter
bilateral ou multilateral.
4. Lanar um amp pgama de brain gain , sobretudo de jovens talentos, tendo em
vista o vigoroso avano cientfico do Pas e a remunerao atualmente competitiva em
relao, por exemplo, aos pases europeus.
5. Aperfeioar os mecanismos de abs de centstas estanges qaficads. Em
particular, os concursos para professores e pesquisadores de universidades e institutos
de pesquisa devem ter carter mundial, admitindo-se o uso de lngua estrangeira de
uso bastante universal, como o ingls, desde que os participantes se comprometam a
aprender a lngua portuguesa em at dois anos aps o concurso.
6. Promover a dfs ntenacna de cncss para professores e pesquisadores de
universidades e institutos de pesquisa, valorizando a busca dos melhores talentos no
plano mundial.
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7. Promover a atnma das instituies de excelncia de C&T na constituio de seus
quadros de pesquisadores e tcnicos, aand a cnca fndamenta nelas de-
senvolvida e provendo-as de adequado apoio.
8. Aperfeioar mecanismos de fma e fixa de centstas nas eges d Pas
qe mas caecem de sda cmpetnca em cnca e tecnga , provendo a
infraestrutura necessria.
9. Enfatizar a necessidade de esfs nsttcnas paa meha a qadade da
ps-gada , inclusive processos seletivos mais exigentes de seleo e concluso
dos programas.
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