Lições do Mapeamento Nacional para o Conhecimento da Economia Solidária
Luiz Inácio Germany Gaiger
Grupo Ecosol
www.ecosol.org.br
IV ENCONTRO A ECONOMIA DOS TRABALHADORES UFPB – JOÃO PESSOA
10/07/2013
www.ecosol.org.br
Temas e disciplinas 2009 2011
Cooperativismo 92 104
Economia Solidária 91 130
Ciências Sociais Aplicadas 70
Ciências Humanas 50
Sociologia 17
A ES nos Grupos de Pesquisa do CNPq
Fonte: http://dgp.cnpq.br/buscaoperacional/. 3
5
Economia
Solidária
Instâncias
Governamentais
GOVERNO
FEDERAL
FACES do
Brasil
ONGs:
FASE, IBASE,
PACS, IMS
Universidades,
Incubadoras
Cáritas,
Pastorais
Governos
Municipais e
Estaduais
Trocas e
Finanças
Solidárias Empresas
autogestionárias
Cooperativas
populares
Associações Grupos
Informais
O Campo da Economia Solidária no Brasil
Ligas ou
Uniões
ANTEAG
UNICAFES UNISOL
Rede de
Socioeconomia
Solidária
FBES
Rede de
Gestores
Públicos
Entidades de
Apoio e
Fomento
Mov. Sindical
ADS/CUT
Empreendimentos
Econômicos
Solidários
ANCOSOL
CONCRAB
MST
FEES
Fóruns
Estaduais
MTE /
SENAES
ABCRED
ITCP’s
UNITRABALHO
Conselho Nacional
de
Limites nos estudos sobre a ES
1. Empirismo casuístico: abordagem por experiência ou
conhecimento direto.
2. Desprezo (por incompreensão) dos métodos quantitativos e
hipervalorização da abordagem qualitativa.
3. Empirismo positivista: desconhecimento da natureza
construída das práticas e representações sociais.
4. Apriorismo normativo: o projeto determina a análise.
Estado inconclusivo das teses sobre a ES
1. Impossibilidade de realizar comparações / generalizações
2. Impossibilidade de propor classificações.
3. Impossibilidade de examinar e demonstrar tendências.
4. A tese do potencial da ES como um limiar indiscriminante.
5. Análises e visões metonímicas.
6. Persistência de controvérsias improdutivas.
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO
Secretaria Nacional de Economia Solidária
Apoio:
Fórum Brasileiro de Economia Solidária
Atividades econômicas:
• Produção de bens
• Prestação de serviços
• Finanças solidárias
• Comércio justo
• Consumo solidário
Organizações solidárias:
• Cooperativas
• Associações
• Empresas de autogestão
• Grupos solidários
• Redes solidárias
• Clubes de troca, etc.
9
10
O SIES e as pesquisas sobre a ES
Estudos de caso Estudos
comparativos
Estudos de base
populacional
Contextualização
Extrapolação
11
O SIES e as pesquisas sobre a ES
Estudos de caso Estudos
comparativos
Estudos de base
populacional
Mapeamentos
sucessivos
Estudos
longitudinais
Map. II – Atividade econômica principal
56,2%
20,0%
13,3%
6,6%
2,2%
1,7%
Produção ou produção e comercialização
Consumo, uso coletivo de bens e serviços pelos sócios
Comercialização ou organização da comercialização
Prestação do serviço ou trabalho a terceiros
Troca de produtos ou serviços
Poupança, crédito ou finanças solidárias
0
2.000
4.000
6.000
8.000
10.000
12.000
1901 -
1910
1911 -
1920
1921 -
1930
1931 -
1940
1941 -
1950
1951 -
1960
1961 -
1970
1971 -
1980
1981 -
1990
1991 -
2000
2001 -
2007
O crescimento recente da Economia Solidária
14
0
50
100
150
200
250
300
1901 - 1980 1981 - 1990 1991 - 2000 2001 - 2005
período do início do empreendimento
nú
mero
de e
mp
reen
dim
en
to
s
Noroeste Rio-grandense
Nordeste Rio-grandense
Centro Ocidental Rio-grandense
Centro Oriental Rio-grandense
Metropolitana de Porto Alegre
Sudoeste Rio-grandense
Sudeste Rio-grandense
Ano de início dos EES por Mesorregiões do RS
Inversão da tendência de crescimento?
0
5000
10000
15000
20000
25000
até 1986 1987 - 19891990 - 19921993 - 19951996 - 19981999 - 20012002 - 20042005 - 20072008 - 20102011 - 2013
nú
mero
acu
mu
lad
o d
e E
ES
(d
entr
e o
s q
ue e
stã
o p
resente
s n
o II M
AP
)
Triênios
Distribuição acumulada dos EES por triênio de criação
16
Os afloramentos do solidarismo
2005
1901
Associações
de pescadores
Cooperativas
de crédito rural
Cooperativas
de consumo
Cooperativas
agrícolas
1980
Empresas
de autogestão Grupos
comunitários
Associações
de reciclagem CPAs Cooperativas
de trabalho
Associações
Cooperativas
de crédito
Cooperativas
de produção Clubes
de trocas
17
A formação do movimento social da ES
2005
1901
Associações
de pescadores
Cooperativas
de crédito rural
Cooperativas
de consumo
Cooperativas
agrícolas
1980
Empresas
de autogestão Grupos
comunitários
Associações
de reciclagem CPAs Cooperativas
de trabalho
Associações
Cooperativas
de crédito
Cooperativas
de produção Clubes
de trocas
ES
Evolução das formas de organização dos EES
Associação 60%
(+ 8%)
Cooperativa 9%
(- 1%)
Grupo Informal 30%
(- 7%)
Sociedade mercantil
1%
Formas de organização dos EES no Paraná (2007)
60%
29%
11%
0% 0%
Grupo informal
Associação
Cooperativa
Sociedade mercantil em nomecoletivo
Sociedade mercantil
Total: 808 EES
Formas de organização dos EES no Paraná (2012)
40%
43%
17%
0%
Grupo Informal Associação Cooperativa Sociedade mercantil
Total: 832 EES
↓
20
EES e sócios no Paraná (2007 x 2012)
EES 2007 808
EES 2012 832
SÓCIAS/OS 2007 49.908
SÓCIAS/OS 2012 66.800
22
Nos 14.954 EES mapeados, participam 442.840 mulheres e
787.245 homens.
Notícias sobre a presença das mulheres (2005)
23
Nos 14.954 EES mapeados, participam 442.840 mulheres e
787.245 homens,
mas...
Existem 13.250 EES com a participação de mulheres, contra 12.486
EES com a participação de homens. Em 2.332 EES participam
apenas mulheres.
Nos 6.000 EES com até 20 membros, há 33.640 mulheres e 28.319
homens.
Notícias sobre a presença das mulheres
24
Nos 14.954 EES mapeados, participam 442.840 mulheres e
787.245 homens,
mas...
Existem 13.250 EES com a participação de mulheres, contra 12.486
EES com a participação de homens. Em 2.332 EES participam
apenas mulheres.
Nos 6.000 EES com até 20 membros, há 33.640 mulheres e 28.319
homens.
Exceto os EES com entre 21 a 50 membros, nos demais há
indicadores de que a participação de mulheres resulta em práticas
globalmente um pouco mais empreendedoras e mais solidárias.
Notícias sobre a presença das mulheres
Map. II: total de sócias e sócios
647.937
857.561
Número de mulheres sócias Número de homens sócios
Filtros Sintaxe SPSS EES
filtrados
Base EMS
Base MPEA
Base MPES
Base ESINF
Em funcionamento sit13 = 2 (variável da Base) 19.770 x x x
Produção, trabalho e serviços, comercialização e aquisição de matérias-primas coletivamente
col16a=1 or col16b=1 or col16c=1 or col16g=1 or col16i=1 19.616 x
Produção, trabalho e serviços, comercialização, aquisição e crédito ou poupança coletivamente
col16a=1 or col16b=1 or col16c=1 or col16g=1 or col16i=1 or col16h = 1
20.200 x x x
Indústria, Comércio e Serviços prod18aSetoresnum ~n 2 12.503 x x
Indústria e construção (quesito superestimado) – opção A
ativ17aSeção = 4 or ativ17aSeção = 6 8.654
Indústria e construção (quesito superestimado) – opção B
prod18aSetoresnum = 3 or 4 or 5 or 6 or 7 or 8 or 9 10.491
Comércio e Serviços (quesito subestimado) – Opção A ativ17aSeção = 5 or 7 or 8 or 9 or 10 or 13 or 14 or 15 or 16 3.151
Comércio e Serviços (quesito subestimado) – Opção B prod18aSetoresnum = 1 or 5 or 6 or 10 or 11 5.960
Ocupação regular de sócias/os tra52 = 1 (variável da Base) 16.714 x x x
Formalização (com CNPJ) cnpj10 > 0 10.900 x x
Até 30 pessoas ocupadas (tra53tot + tra58tot) < 31 16.299 x
Microempresa solidária – opção A (Filtro MÊS_A – critério ao lado e demais acima, na coluna)
(Filtro_Ind_Construção_A = 1 & (tra53tot + tra58tot) < 20) or (Filtro_Com_Serv_A = 1 & (tra53tot + tra58tot) < 10)
7.778 1.273
Pequena Empresa solidária – opção A (Filtro PES_A – critério ao lado e demais acima, na coluna)
(Filtro_Ind_Construção_A = 1 & (tra53tot + tra58tot) > 19 & (tra53tot + tra58tot) < 100) or (Filtro_Com_Serv_A = 1 & (tra53tot + tra58tot) > 9 & (tra53tot + tra58tot) < 50)
3.085 1.127
Micro e Pequena Empresa solidária – opção A (Filtro MPES_A)
Filtro_MES_A = 1 or Filtro_PES_A = 1 2.400
Microempresa solidária – opção B (Filtro MÊS_B – critério ao lado e demais acima, na coluna)
(Filtro_Ind_Construção_B = 1 & (tra53tot + tra58tot) < 20) or (Filtro_Com_Serv_B = 1 & (tra53tot + tra58tot) < 10)
8.246 1.612
Pequena Empresa solidária – opção B (Filtro PES_B – critério ao lado e damais acima, na coluna)
(Filtro_Ind_Construção_B = 1 & (tra53tot + tra58tot) > 19 & (tra53tot + tra58tot) < 100) or (Filtro_Com_Serv_B = 1 & (tra53tot + tra58tot) > 9 & (tra53tot + tra58tot) < 50)
3.883 1.789
Micro e Pequena Empresa solidária – opção B (Filtro MPES_B)
Filtro_MES_B = 1 or Filtro_PES_B = 1 3.143
Micro e Pequena Empresa Solidária – opção C (Filtro MPES_C - agrupado)
sit3 = 2 & Filtro_Prod_Trab_Com_Poup = 1 & Filtro_Ind_Serv_Com = 1 & tra52 = 1 & (tra53tot + tra58tot) < 100
3.208
Empreendimento econômico informal Filtro_Prod_Trab_Com_Poup = 1 & Filtro_Ind_Serv_Com = 1 & tra52 = 1 & (tra53tot + tra58tot) < 7 & soc14tot < 21
2.693
EES filtrados em cada Base: --------- ----- 9.308 10.650 --- 2.693
A ES e as outras formas e economia...
27
Comparação entre MPE, Informais e EES [Dados do IBGE e do SIES/MTE]
IBGE SIES
Ø Micro e pequenas empresas - MPE
Ø Número médio de pessoas ocupadas 5,3 21,0
Ø Percentual de trabalhadores sócios ---- 93,5%
Ø Número médio de sócios ---- 112
Ø Empreendimentos informais - ECINF
Ø Número médio de pessoas ocupadas 1,34 3,87
Ø Número médio de sócios ocupados ---- 3,74 Isolamento social e econômico
Quociente redistributivo
Map. II – Existem cadeias produtivas potenciais?
9%
13%
16%
43%
69%
8,60%
12,60%
14,40%
37,40%
82,90%
EES
Instituições filantr. ou órgãos públ.
Produtores não-sócios
Próprios associados
Empresa privada
Empresas privadas de produção
Venda ou troca com EES
Órgão governamental
A revendedores
Direto ao consumidor final
Orige
m d
os in
su
mos
De
stino
dos p
roduto
s
Origem e destino dos produtos (EES de produção)
Hiatos de Conhecimento sobre a ES
1 - Insuficiência de informações estatísticas sobre as
organizações típicas da Economia Solidária no Brasil
Os levantamentos disponíveis a respeito não oferecem
bases amplas de informações e foram realizados sem
continuidade e sistematicidade, impedindo comparações
entre os dados. Assim, muito pouco se pode afirmar sobre
a população estatística da Economia Solidária, de modo
minimamente abrangente.
Hiatos de Conhecimento sobre a ES
2 – As conceptualizações vigentes seriam inapropriadas na
maior parte dos casos para embasar estatísticas
Os empreendimentos econômicos solidários adotam em
geral um dos formatos institucionais disponíveis –
basicamente a associação ou a cooperativa – precisamente
porque faltam alternativas mais adequadas a seus
objetivos e a sua dinâmica, sui generis. Trata-se de uma
solução paliativa, incômoda, que encontram para evitar a
informalidade, não de uma verdadeira adesão.
Por uma abordagem compreensiva
Avançar requer uma abordagem compreensiva sobre a
natureza da Economia Solidária, seguida de um exame das
soluções organizacionais adotadas e das repercussões de
tais escolhas sobre os empreendimentos.
No lugar de antepor critérios jurídico-formais aos critérios
substantivos concernentes à razão de ser de tais iniciativas,
deve-se partir de uma teoria fundamentada sobre a natureza
sui generis da Economia Solidária. Tendo-se um modelo
teórico confirmado em um número razoável de casos, caberia
examinar a seguir o modo como os empreendimentos em tela
se acomodam em formatos prescritos ou, não havendo essa
possibilidade, produzem soluções mistas, como a figura
jurídica da associação.
32
Red de Investigadores Latinoamericanos
en Economía Social y Solidaria
www.riless.org
Uma rede de pesquisa na América Latina
33
Revista Latinoamericana
de
Economía Social y Solidaria
ISSN 1851-4715
34
www.ecosol.org.br
Associado à RILESS: www.riless.org
GRUPO DE PESQUISA ECOSOL Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
Contatos: