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  • Igreja Evanglica Assembleia de Deus Recife / PESuperintendncia das Escolas Bblicas Dominicais

    Pastor Presidente: Alton Jos AlvesAv. Cruz Cabug, 29 Santo Amaro CEP. 50040 000 Fone: 3084 1524

    LIO 13 - A IGREJA E A LEI DE DEUS - 1 TRIMESTRE 2015 (Mt 5.17-20; Rm 7.7-12)

    INTRODUOA Lei e os profetas duraram at Joo Batista e tiveram seu cumprimento pleno em Jesus Cristo. Todavia, os

    princpios morais nela contidos devem ser praticados pelos cristos, com exceo do sbado como nos ensina o NT. Nestalio destacaremos as diferenas entre Israel e a Igreja pois ambos encontram-se sob alianas diferentes. Destacaremosainda se a Igreja necessita guardar a lei ou no; e por fim, veremos que o amor o cumprimento da Lei.

    I A LEI, SUA TRPLICE DIVISO E SEU CUMPRIMENTO EM CRISTOA Lei de Deus contida no Pentateuco, a expresso mxima da vontade Divina quanto a conduo dos negcios,

    interesses e necessidades humanas na famlia, na sociedade e no Estado. Embora entregue a Israel, a parte tica da Lei deDeus aplicvel aos demais povos, tendo em vista a sua universalidade e reivindicaes eternas (ANDRADE, 2006, p.252). Segundo Stamps (1995, p, 146) a Lei de Moiss, do hebraico Torah que significa ensino ou instruo admiteuma trplice diviso: (a) a lei moral, que trata das regras determinadas por Deus para um santo viver (x 20.1-17); (b) alei civil, que trata da vida jurdica e social de Israel como nao (x 21.1 23.33); e, (c) a lei cerimonial, que trata daforma e do ritual da adorao ao Senhor por Israel, inclusive o sistema sacrificial (x 24.12 31.18). Toda esta lei durouat Joo Batista (Mt 11.13) e foi cumprida completamente por Cristo (Mt 5.17).

    II A LEI MORAL IRREVOGVELAs leis morais de Deus so aquelas leis que so baseadas na natureza de Deus. O prprio Deus o padro

    absoluto de justia. Visto que as leis morais refletem sua natureza e carter, elas so imutveis e irrevogveis, mesmopelo prprio Deus. Visto que a natureza moral de Deus no muda e no pode mudar (x 3.14; Is 41.4; Hb 1.11, 12), as leisque so baseadas nessa natureza so absolutas. Elas so perfeitas, universalmente obrigatrias, e eternas. A lei moral deDeus resumida nos Dez Mandamentos (o Declogo). O nmero dez na Escritura indica plenitude ou completude. Assim,os Dez Mandamentos representam o padro tico inteiro dado humanidade por toda a Bblia. Diante dessa afirmaonos perguntamos: se os dez mandamentos dados na Antiga Aliana j passaram, vivem ento os cristos sem eles? Podemtomar o nome de Deus em vo, matar, roubar etc.? Por certo que no, pois que o Novo Testamento probe tais pecados(x 20.3; Mt 4.10; x 20.4; Lc 16.13; x 20.7; Mt 5.34; x 20.8; At 15.28,29; x 20.12; Mt 10.37; x 20.13; Mt 5.22; x20.14; Mt 5.28; x 20.15; Mt 5.40; x 20.16; Mt 12.36; x 20.17; Lc 12.15). Somente a guarda do sbado que noencontramos referncia no NT para que o cristo guarde (At 15.28,29; Cl 2.16).

    III AS DIFERENAS ENTRE A ANTIGA E A NOVA ALIANAO termo pacto ou aliana em hebraico de berit, e berit karat que significa fazer (lit. cortar ou lapidar) uma

    aliana. Em grego o termo diatheke (que pode significar tanto um pacto como ltimo desejo e testamento), e overbo diatithemi (At 3.25; Hb 8.10; 9.16; 10.16). Uma aliana um acordo feito entre duas ou mais pessoas. A AntigaAliana foi feita no deserto do Sinai entre Deus e a nao de Israel (x 19; 24). J a Nova Aliana foi feita por Cristo nacruz do Calvrio entre Deus e a Igreja (Mt 26.28). Vejamos as diferenas entre ambas alianas, a fim de que possamosentender a superioridade de uma em relao a outra.

    ANTIGA ALIANA NOVA ALIANA

    Antiga (x 34.27-28) Nova (Jr 31.31-34; Hb 12.24)

    Ratificada com sangue de animais (x 24.6-8) Ratificada com o sangue do Filho de Deus (Hb 9.14; Lc 22.20)

    Mediador: Moiss (II Co 3.7-b) Mediador: Cristo (II Co 3.3-14; Hb 8.6- 9,15)

    Alcance: Israel (x 24.7,8) Alcance: Povos, tribos, lnguas e naes (Mt 26.28; Ap 5.9)

    Gravada em pedras (II Co 3.7-a) Escrita no corao (II Co 3.2,3)

    Veio em glria (II Co 3.7-a) Tem excelente glria (II Co 3.10)

    Ministrio da condenao (II Co 3.9) Ministrio da justificao (At 13.38,39)

    um jugo de servido (At 15.10) Traz liberdade (II Co 3.17)

    Acaba com morte (II Co 3.6,7) Vivifica (II Co 3.6)

    Era transitria (II Co 3.7,11) permanente (II Co 3.11; Hb 13.20)

  • IV A IGREJA DEVE GUARDAR OU NO A LEIA palavra lei, nas quatrocentas vezes em que ocorre na Bblia, nunca se refere apenas ao declogo como sendo

    este a lei moral, nem aos demais preceitos como sendo lei cerimonial. Toda vez que o Novo Testamento fala de lei refere-se lei contida no Pentateuco como um todo. Cristo nos libertou da maldio da lei fazendo-se maldio por ns(Gl 3.13). Pelo fato de, como cristos, estarmos libertos da lei, no significa que estamos sem lei, pois estamos debaixo dalei de Cristo (I Co 9.21).

    4.1 Neolegalismo. O legalismo a tendncia a se reduzir a f crist aos aspectos puramente materiais e formais dasobservncias prticas e obrigaes eclesisticas. No Novo Testamento, o legalismo foi introduzido na Igreja Crist peloscrentes oriundos do Judasmo que, interpretando erroneamente o evangelho de Cristo, queriam forar os gentios aguardarem a Lei de Moiss afim de serem salvos (ANDRADE, 2006, p. 251). Os modernos defensores do neolegalismoprocuram enganar os incautos com citao de textos bblicos isolados, os quais eles torcem em favor de seus pontos devista. Mas a Bblia, inspirada pelo Esprito Santo, constitui um todo em si mesma. S podemos aceitar como doutrinabblica aquelas que esto respaldadas em todo o contexto bblico. errado considerar toda palavra mandamento comouma referncia ao Declogo, e errado ensinar que Jesus cumpriu na cruz somente os mandamentos cerimoniais, elecumpriu toda a Lei em si mesmo (ALMEIDA, 1996, p. 09).

    4.2 Antinomismo (contra lei). Doutrina que assevera no haver mais necessidade de se observar as leis morais doAntigo Testamento. Alegam os antinomistas que, salvos pela f em Cristo Jesus, j estamos livres da tutela de Moiss.Ignoram, porm, serem as ordenanas morais do Antigo Testamento pertencentes ao elenco do direito natural que oCriador incrustara na alma de Ado. Todo crente piedoso os observa; pois o Cristo no veio ab rog-los; veio cumpri-los esublim-los (ANDRADE, 2006, p. 51). Certos grupos libertinos que vieram depois de Paulo, levaram seus ensinamentosao extremo. Estes afirmavam que, desde que uma pessoa tivesse f em Cristo (isto , cresse nas coisas certas a respeito desua divindade e em sua obra realizada para conceder perdo), no importaria se os atos dela fossem bons ou maus. Oprprio Paulo havia previsto este abuso, repudiando-o completamente (Rm 6.1,2).

    V O AMOR O CUMPRIMENTO DA LEIA obedincia aos mandamentos somente por obedincia, trata-se de puro legalismo. O intuito divino que o

    mandamento fosse obedecido por amor. Esse padro est delineado tanto no Antigo quanto no Novo Testamento (Dt 6.5;11.1; Mt 22.37-39; Lc 10.27).

    5.1 O amor a motivao certa para a obedincia da Lei. Deus esperou de Israel que a Lei entregue por Ele, fosseobedecida tendo como motivao o amor e no por medo, interesses pessoais ou por obrigao ( Dt 6.5; 11.1), embora asujeio a Lei tinha como implicaes o temor, as benos materiais e o compromisso assumido na aliana (x 20.20;24.7; Is 1.19; Dt 28.1-2; Lv 26.15). A palavra motivao diz respeito a inteno, propsito ou objetivo com que se faz ascoisas. Foi justamente nesse ponto que o povo de Israel tropeou (Is 29.13; Mt 15.8). A mesma motivao se exige doscristos no NT (Jo 14.15,21;23-24; I Jo 5.2).

    5.2 O amor o cumprimento da Lei. Ao ser indagado sobre qual os dois maiores mandamentos da Lei, Jesus respondeu:Amars, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu corao [...] este o primeiro mandamento. E o segundo, semelhantea este, : Amars o teu prximo como a ti mesmo (Mc 12.30,31). Como podemos ver, o amor o cumprimento da Lei(Mt 22.35-40). Essa mesma perspectiva nos ensinou o apstolo Paulo (Rm 13.8,10).

    5.3 O amor a capacidade para a cumprimento da Lei. No ato da converso, o Esprito Santo passa a habitar no crente ea produzir o fruto do Esprito, que so qualidades morais e espirituais cultivadas na personalidade crist dentre eles oamor (Gl 5.22). A Bblia diz que Deus amor (Ef 5.2; I Jo 4.8) e ele nos confere o seu amor, pela operao do Esprito naalma. O amor a virtude que pr dispe algum desejar o bem de outrem. Do grego gape, o maior de todos ossentimentos e o fundamento sobre o qual os dons e as as outras virtudes do Esprito Santo esto edificados (I Co 13.1-3).O amor uma planta tenra da qual o Esprito cuida. Se o amor estiver ausente, ento que o Esprito no habita em nsAssim sendo, impossvel amar a Deus e odiar a um ser humano. S ama verdadeiramente aquele que nasceu de Deus,porquanto o amor cristo uma qualidade eminentemente espiritual. Outrossim, aquele que no ama tambm noconhece a Deus (I Jo 4.8), porque Deus a prpria essncia do amor, sendo altrusmo puro. Por semelhante modo, noamar andar nas trevas (I Jo 2.11) (CHAMPLIN, 2004, vol. 1, p. 141).

    CONCLUSOA Lei no foi concedida a Israel como um fim em si mesma, pois o homem por si s no tem condies de

    cumpri-la, fazendo-se necessrio ser salvo pela graa independente das obras. Todavia, este homem depois de salvo, passaa produzir, pelo Esprito a virtude do amor que lhe d condies de andar nos princpios da Lei.

    REFERNCIAS ALMEIDA, Abrao de. O Sbado, a Lei e a Graa. CPAD. ANDRADE, Claudionor Correia de. Dicionrio Teolgico.CPAD CHAMPLIN, R. N. Dicionrio de Bblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS. STAMPS, Donald C. Bblia de Estudo Pentecostal. CPAD.


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