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7/25/2019 Lei_7783_89
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L EI N7.783, DE 28 DE J UNHO DE 1989
Dispe sobre o exerccio do direito de greve,define as atividades essenciais, regula oatendimento das necessidades inadiveis dacomunidade, e d outras providncias.
O PRESIDENTE DA REPBLICA,Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1 - assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre aoportunidade de exerc-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
Pargrafo nico. O direito de greve ser exercido na forma estabelecida nesta Lei.
Art. 2 - Para os fins desta Lei, considera-se legtimo exerccio do direito de greve asuspenso coletiva, temporria e pacfica, total ou parcial, de prestao pessoal de servios aempregador.
Art. 3 - Frustada a negociao ou verificada a impossibilidade de recurso via arbitral, facultada a cessao coletiva do trabalho.
Pargrafo nico. A entidade patronal correspondente ou os empregadores diretamenteinteressados sero notificados, com antecedncia mnima de 48 (quarenta e oito) horas, da paralisao.
Art. 4 - Caber entidade sindical correspondente convocar, na forma do seu estatuto,assemblia-geral que definir as reivindicaes da categoria e deliberar sobre a paralisao coletivada prestao de servios.
1 - O estatuto da entidade sindical dever prever as formalidades de convocao e o"quorum" para a deliberao, tanto da deflagrao quanto da cessao da greve.
2 - Na falta de entidade sindical, a assemblia-geral dos trabalhadores interessadosdeliberar para os fins previstos no "caput", constituindo comisso de negociao.
Art. 5 - A entidade sindical ou comisso especialmente eleita representar os interessesdos trabalhadores nas negociaes ou na Justia do Trabalho.
Art. 6 - So assegurados aos grevistas, dentre outros direitos:
I - o emprego de meios pacficos tendentes a persuadir ou aliciar os trabalhadores aaderirem greve;
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II - a arrecadao de fundos e a livre divulgao do movimento.
1 - Em nenhuma hiptese, os meios adotados por empregados e empregadorespodero violar ou constranger os direitos e garantias fundamentais de outrem.
2 - vedado s empresas adotar meios para constranger o empregado aocomparecimento ao trabalho, bem como capazes de frustrar a divulgao do movimento.
3 - As manifestaes e atos de persuaso utilizados pelos grevistas no poderoimpedir o acesso ao trabalho nem causar ameaa ou dano propriedade ou pessoa.
Art. 7 - Observadas as condies previstas nesta Lei, a participao em greve suspendeo contrato de trabalho, devendo as relaes obrigacionais durante o perodo ser regidas pelo acordo,
conveno, laudo arbitral ou deciso da Justia do Trabalho.
Pargrafo nico. vedada a resciso de contrato de trabalho durante a greve, bem comoa contratao de trabalhadores substitutos, exceto na ocorrncia das hipteses previstas nos artigos 9 e14.
Art. 8 - A Justia do Trabalho, por iniciativa de qualquer das partes ou do MinistrioPblico do Trabalho, decidir sobre a procedncia, total ou parcial, ou improcedncia dasreivindicaes, cumprindo ao Tribunal publicar, de imediato, o competente acrdo.
Art. 9 - Durante a greve, o sindicato ou a comisso de negociao, mediante acordo
com a entidade patronal ou diretamente com o empregador, manter em atividade equipes deempregados com o propsito de assegurar os servios cuja paralisao resultem em prejuzoirreparvel, pela deteriorao irreversvel de bens, mquinas e equipamentos, bem como a manutenodaqueles essenciais retomada das atividades da empresa quando da cessao do movimento.
Pargrafo nico. No havendo acordo, assegurado ao empregador, enquanto perdurara greve, o direito de contratar diretamente os servios necessrios a que se refere este artigo.
Art. 10 - So considerados servios ou atividades essenciais:
I - tratamento e abastecimento de gua; produo e distribuio de energia eltrica, gs
e combustveis;
II - assistncia mdica e hospitalar;
III - distribuio e comercializao de medicamentos e alimentos;
IV - funerrios;
V - transporte coletivo;
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VI - captao e tratamento de esgoto e lixo;
VII - telecomunicaes;
VIII - guarda, uso e controle de substncias radioativas, equipamentos e materiaisnucleares;
IX - processamento de dados ligados a servios essenciais;
X - controle de trfego areo;
XI - compensao bancria.
Art. 11 - Nos servios ou atividades essenciais, os sindicatos, os empregadores e os
trabalhadores ficam obrigados, de comum acordo, a garantir, durante a greve, a prestao dos serviosindispensveis ao atendimento das necessidades inadiveis da comunidade.
Pargrafo nico. So necessidades inadiveis da comunidade aquelas que, noatendidas, coloquem em perigo iminente a sobrevivncia, a sade ou a segurana da populao.
Art. 12 - No caso da inobservncia do disposto no artigo anterior, o Poder Pblicoassegurar a prestao dos servios indispensveis.
Art. 13 - Na greve em servios ou atividades essenciais, ficam as entidades sindicais ouos trabalhadores, conforme o caso, obrigados a comunicar a deciso aos empregadores e aos usurios
com antecedncia mnima de 72 (setenta e duas) horas da paralisao.
Art. 14 - Constitui abuso do direito de greve a inobservncia das normas contidas napresente Lei, bem como a manuteno da paralisao aps a celebrao de acordo, conveno oudeciso da Justia do Trabalho.
Pargrafo nico. Na vigncia de acordo, conveno ou sentena normativa no constituiabuso do exerccio do direito de greve a paralisao que:
I - tenha por objetivo exigir o cumprimento de clusula ou condio;
II - seja motivada pela supervenincia de fato novo ou acontecimento imprevisto quemodifique substancialmente a relao de trabalho.
Art. 15 - A responsabilidade pelos atos praticados, ilcitos ou crimes cometidos, nocurso da greve, ser apurada, conforme o caso, segundo a legislao trabalhista, civil ou penal.
Pargrafo nico. Dever o Ministrio Pblico, de ofcio, requisitar a abertura docompetente inqurito e oferecer denncia quando houver indcio da prtica de delito.
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Art. 16 - Para os fins previstos no art. 37, inciso VII, da Constituio, lei complementardefinir os termos e os limites em que o direito de greve poder ser exercido.
Art. 17 - Fica vedada a paralisao das atividades, por iniciativa do empregador, com oobjetivo de frustrar negociao ou dificultar o atendimento de reivindicaes dos respectivosempregadores ("lokout").
Pargrafo nico. A prtica referida no "caput" assegura aos trabalhadores o direito percepo dos salrios durante o perodo de paralisao.
Art. 18 - Ficam revogados a Lei n 4.330, de 01 de junho de 1964, o Decreto-Lei n1.632, de 4 de agosto de 1978, e demais disposies em contrrio.
Art. 19 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao.
Braslia, 28 de junho de 1989; 168 da Independncia e 101 da Repblica.
JOS SARNEY
Oscar Dias Corra
Dorothea Werneck
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