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Informativo da Associação Gaúcha de Produtores de MaçãVacaria - Rio Grande do Sul - Maio de 2016 - Edição 264

l1~t~(JSistema Biobed BrasilAdaptação de sistema sueco é uma alternativa ambientalmente segura paratratar os resíduos de agroquímicos

o Sistema BiobedBrasil foi destaque na Feirade Negócios e Tecnologiaem Resíduos, Águas, Efluen-tes e Energia (FIEMA), rea-lizada de '5 a 7 de abril, noParque de Eventos, em Ben-to Gonçalves (RS). Além dademonstração da tecnologiacom protótipo no estandeda Embrapa Uva e Vinho,ela foi apresentada duranteuma oficina aos participan-tes do 5° Seminário Brasi-leiro de Gestão Ambientalna Agropecuária, evento pa-ralelo à feira.

O Biobed Brasil éuma nova proposta para adestinação final de resídu-os de agrotóxicos nas pr~-

gânica.Seguindo a recomen-

dação original para substra-tos descartados do Biobed,após seu uso no reator, o ma-terial deve ser armazenadopor um período de seis meses,como compostagem, consi-derando essa etapa como umfator adicional de segurançana degradação e dissipaçãodos resíduos de agrotóxicos.Após essa fase, recomenda-se a dispersão do substratoantigo nas áreas agrícolas dapropriedade rural, de formaque todo o efluente e resíduogerado nos processos produ-tivos da propriedade perma-neça controlado dentro dosseus limites físicos e legais.

a frequência de aplicação deagrotóxicos na propriedade,procurando manter úmido osubstrato do reator até o finaldo tempo de tratamento, evi-tando-se o encharcamento,pois é obrigatório haver aera-ção suficiente no reator parao trabalho dos microrganis-mos. O tamanho do reator irávariar segundo a necessidadede uso, com volume internodesde 200 litros até algunsmetros cúbicos.

A localização do Bio-bed deve atender a três requi-sitos: a) logística - proximi-dade de fonte de água parao pulverizador; b) ambiental- evitar a localização mui-to próxima a fontes e corpos

Por Dr. Luciano Gebler,pesquisador da Embrapa Uva e VinhoViviane Zanella, jornalista da Embrapa Uva e Vinho

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pneaaaes rurais, comõalXo .custo, eficiente e ambiental- Construindo omente segura. A adoção da Sistema Biobedtecnologia Biobed Brasil, as-sociada a outras boas práti-cas agrícolas e ambientais, éuma importante contribui-ção para sistemas de produ-ção mais seguros e ambien-talmente mais corretos, demodo que solo, atmosferae água tenham sua conta-minação significativamentereduzida, em benefício dasatuais e futuras gerações. Éum sistema de livre acessoà disposição dos produtoresse anteciparem às futurasexigências ambientais legaisnacionais e internacionais.

O Biobed permitemelhor aeração do que nosolo, favorecendo processosaeróbicos para degradaçãode agrotóxicos. Após deter-minado tempo de degrada-ção' variável segundo o con-taminante e as condiçõesambientais, as moléculas deagrotóxico que restarem es-tarão fortemente fixadas poradsorção nos microporosdas argilas ou da matéria or-

De .forma simplifica-da, o Sistema é constituído deuma estrutura simples, ori-ginalmente um fosso cavadono solo, que deverá ser im-permeabilizado com a utili-zação de concreto ou pelícu-Ia, evitando contaminações,garantindo maior controle daumidade e impedindo a per-colação do resíduo de agro-tóxico no solo. Deverá serpreenchido por um substrato(mistura de solo agrícola, pa-lha e turfa), e plantado umacobertura de grama sobre ele(Figura 1). Ali são deposita-dos os resíduos de agrotóxi-cos e da lavagem de máqui-nas, recolhidos em rampas,construí das sobre o fossopara a coleta dos vazamentose respingos, ou derivados deum local com piso imperme-ável, onde é feito o manejodos agrotóxicos e do pulveri-zador (Figura 2).

Deve-se dimensio-nar o sistema de acordo com

d'água e c) ranaírusta - oBiobed deve estar longe delocais com presença de pes-.soas, como refeitórios e dor-mitórios.

O reator deverá serpreenchido com o substratoaté 10 a 15 em de sua borda,sendo sugerido um compos-to de 50% de palha (de trigoou milho picada em torno de2 em), 25% de qualquer soloagrícola (coletado até 10 emde . profundidade, fonte demicrorganismos adaptados àdegradação de agrotóxicos) e25% dé turfa comercial (fon-te de carbono orgânico). Paracompletar o trabalho, deveráser aplicada uma fina cama-da de terra (2 a 5 em), pre-enchendo o espaço entre osubstrato e o topo do reator.Sobre esta camada será feito oplantio de grama ou de outragramínea local.

Em regiões com chu-vas constantes ou muito in-tensas (como é o caso damaior parte da região sul doBrasil), recomenda-se ain-da a construção de telhadoque cubra toda a área sobre

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o reator, dando preferênciaàs telhas translúcidas, paraauxiliar na decomposição docontaminante por fotólise ena manutenção do gramado.

Após o preenchimen-to do biorreator com o subs-trato, é importante mantê-losem uso por um período deum mês, numa faixa de umi-dade entre 50 a 60%, a fim depromover o desenvolvimen-to ou reinstalação da .biotadesejada na parte orgânicado substrato, principalmenteos fungos lignolíticos sobrea palhada. O substrato podeser utilizado por períodos deaté 12 meses sem necessidadede substituição, dependendoda intensidade de utilização.

Considerações Finais

No Brasil, nos últimoscinco anos, -essa tecnologiavem sendo testada e adapta-da, apresentando resultados

similares ou melhores queos originais europeus, devi-do às condições ambientaislocais, demonstrando. ser ummétodo seguro para descartefinal de efluentes e resíduosdos pontos de abastecimentode pulverizadores agrícolas,incluindo-se. a lavagem e lim-peza do maquinário.

Algumas questõesainda carecem de desenvol-vimento, como a substituiçãoda turfa (material natural erelativamente escasso e caro),por alternativas de fonte decarbono orgânico, ou tiposalternativos de palha, são al-guns dos principais gargalosa serem enfrentados pela pes-quisa.

Para informaçõesadicionais sobre a tecnologia, acesse:

www.embrapa.br


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