Universidade de Brasília
Instituto de Ciências Biológicas
Programa de Pós-Graduação em Ecologia
Interações de percevejos e parasitoides de adultos no sistema de
cultura da soja
Michely Ferreira Santos de Aquino
Orientador: Dr. Edison Ryoiti Sujii
Coorientador: Dr. Raúl Alberto Laumann
Brasília – DF
2016
ii
Universidade de Brasília
Instituto de Ciências Biológicas
Programa de Pós-Graduação em Ecologia
Interações de percevejos e parasitoides de adultos no sistema de
cultura da soja
Michely Ferreira Santos de Aquino
Orientador: Dr. Edison Ryoiti Sujii
Coorientador: Dr. Raúl Alberto Laumann
Brasília – DF
2016
Tese apresentada como requerimento parcial a
obtenção do título de Doutor em Ecologia,
junto ao Programa de Pós-Graduação em
Ecologia, Departamento de Ecologia, Instituto
de Ciências Biológicas da Universidade de
Brasília.
iii
Aos meus pais
À minha família,
Meu alicerce, meu porto seguro
iv
AGRADECIMENTOS
Este trabalho é resultado de muita dedicação e empenho e sem o apoio de várias
pessoas que colaboraram não teria sido possível. Minha imensa gratidão a todos que me
auxiliaram durante essa trajetória.
Aos meus Orientadores: Dr. Edison Ryoiti Sujii pela atenção, por toda
sabedoria, pelo profissionalismo, solicitude, ensinamentos, ideias, sugestões e por
aceitar me orientar. Dr. Raúl A. Laumann pelo profissionalismo, solicitude, pelos
conhecimentos valiosos que me transmitiu desde a graduação como professor, pela
ajuda no campo, pelo incentivo contínuo, pelas conversas em momentos difíceis que
muito me tranquilizaram, pela amizade. Vocês foram incríveis!
À Universidade de Brasília, em especial ao Programa de Pós-Graduação em
Ecologia, pela oportunidade de realização do doutorado.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e ao
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela cocessão
da bolsa de estudos, o primeiro, durante a etapa inicial do Doutorado. À Fundação de
Amparo à Pesquisa (FAP-DF) pelo apoio financeiro para a execução do trabalho.
À Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia pelo suporte técnico e
financeiro para o desenvolvimento do trabalho.
Ao Dr. Miguel Borges pela atenção dada durante os anos de trabalho na
Embrapa Cenargen, pelo profissionalismo e apoio no trabalho.
À Dra. Maria Carolina Blassioli Moraes pela presteza, incentivo,
profissionalismo e apoio no trabalho.
Aos professores da UnB pelos conhecimentos valiosos transmitidos.
Ao Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) pela disponibilidade dos dados
meteorológicos na plataforma BDMEP.
Aos membros da banca: Dr. Antônio Panizzi (Embrapa Trigo), Dr. Alexandre
Barrigossi (Embrapa Arroz e Feijão), Dra. Cristina Schetino (UnB) e Dra. Marina
Frizzas (UnB) pelas valiosas contribuições, críticas ao trabalho e cuidados na revisão do
texto.
A todos os proprietários e gerentes das fazendas pela permissão ao acesso às
áreas de soja para a realização do trabalho de campo.
Aos motoristas da Embrapa Cenargen Vicente, Mendonça e Valdemar pelas idas
ao campo.
v
À Warley Dias, Daniela Lima (Dani), Wilian Rodrigues, Milton Robson Spies
(Robson), Maycon Laia, Samuel, Ivan K. S. Mattos, Lucas S. Machado, Amanda R.
Vieira, Ana Carolina Lagoa, Samantha de Oliveira, Aline Dias, Pedro Shimmelpfeng,
Marla Hassemer e Diego Magalhães pela ajuda no campo e por tornar o ambiente de
trabalho alegre. Em especial a Warley, Robson e Maycon pela participação de horas e
horas no campo e ajuda no laboratório com os insetos.
À Vívian N. Sousa (Vivi!) pela grande ajuda durante a etapa final do projeto.
À Alex Cortês pela ajuda nas idas ao campo nos momentos difíceis.
À Márcio Wandré, Isabella Grisi e Hélio Moreira pela ajuda com os insetos.
À Diego Magalhães, Mirian Michereff e Marla Hassemer pelo apoio, troca de
experiências e conversas científicas.
À Joseane Padilha, estatística da Embrapa Cenargen, pelas sugestões de análises.
À Dr. Carmen S. Pires pelas sugestões pertinentes ao trabalho.
À Douglas H. B. Maccagnan e Gerrard Murray pelas sugestões e conversas
científicas.
À Érica Sevilha e Karoline Torezani pelo apoio, troca de experiência e
momentos de descontração.
À Neusa Aparecida P. da Silva (Neusinhaaa!) pelo apoio, pelas madrugadas
compartilhadas de conversas científicas.
Ao Sérgio Eustáquio de Noronha (Serginho!) (Embrapa-Cenargen) pela ajuda
com os dados na caracterização da paisagem e confecção dos mapas, pela presteza e
paciência.
À Rafael Borges (ISCA) pelo apoio e ajuda no campo.
Ao Dr. Alexandre Spetch junto a Priscila Colombo pela permissão ao acesso à
área de soja da Embrapa Cerrados.
À Simone (Emater – Rio Verde), Marcio Peixoto (IF – Rio Verde) e ao seu
aluno Wederson pelo apoio no campo.
Ao Dr. Crébio Ávila pela atenção, solicitude e apoio no campo. E também aos
seus alunos: Paulo Henrique Ramos, Viviane Santos, Geicielly Gomes e Kéuly Medinna
pela ajuda no campo. Ao motorista da Embrapa Agropecuária Oeste, Marinho! pela
solicitude. A Suelen Moreira e Daniele Glaeser pela atenção e solicitude.
Ao Claudemir Theodoro e Germison Tomquelski da Fundação Chapadão – MS
pela atenção e indicação das áreas de soja.
vi
À professora Mônica J. B. Pereira (UNEMAT) pela acolhida em sua casa, apoio
no campo junto a Vanessa Golin, Jaqueline, Cristina Sanini e Ana Regina Hoffmann.
Ao Sr. Antônio Carlos Araújo (ABAPA –BA) junto a Wesley Gomes (ABAPA
–BA) pelo apoio no campo.
Ao Dr. Edison Hirose (Embrapa Arroz e Feijão) junto a Éder Henrique Silva
pela indicação de áreas de soja no Goiás.
Ao Dr. Samuel Roggia (Embrapa Soja) pelo apoio no campo juntos aos técnicos:
Wilson, Nivaldo, Adriano, Elias, Antônio Pavão e Oriverto pela ajuda no campo.
Ao Dr. Antônio Panizzi (Embrapa Trigo) pelo apoio no campo junto as alunas:
Alice Agostinetto e Daniele, e a todos os técnicos.
Ao Dr. Daniel A. Aquino (Faculdade de Ciências Naturais – La Plata,
Argentina) pela identificação dos parasitoides Hymenoptera.
Ao Dr. Rodrigo V. P. Dios (USP) pela identificação dos parasitoides Diptera.
Ao Dr. Cristiano F. Schwertner (Unifesp) pela identificação dos percevejos.
Aos meus pais e irmãos pelo apoio, pela motivação constante, carinho, zelo,
amor e pela compreensão da minha ausência em alguns momentos.
À toda minha família (tios, tias, primos, primas, afilhado) pelo apoio e
motivação constante.
vii
SUMÁRIO
ÍNDICE DE TABELAS ............................................................................................ viii
ÍNDICE DE FIGURAS ............................................................................................. x
ÍNDICE DE APÊNDICES ........................................................................................ xvi
RESUMO ................................................................................................................. xvii
ABSTRACT .............................................................................................................. xix
INTRODUÇÃO GERAL .......................................................................................... 01
Referências Bibliográficas ......................................................................................... 09
CAPÍTULO I: Adult stink bugs parasitism pattern along a latitudinal gradient in
soybean crop in Brazil
Introduction ............................................................................................................... 24
Material and Methods ................................................................................................ 26
Results ....................................................................................................................... 29
Discussion .................................................................................................................. 32
Reference ................................................................................................................... 36
CAPÍTULO II: Influência da estrutura da paisagem e dos métodos de manejo de pragas
nas populações de percevejos e seus parasitoides de adultos na cultura da soja
Introdução .................................................................................................................. 56
Material e Métodos .................................................................................................... 60
Resultados .................................................................................................................. 66
Discussão ................................................................................................................... 77
Referências Bibliográficas ......................................................................................... 83
CAPÍTULO III: Interação hospedeiro-parasitoide de Euschistus heros (Hemiptera:
Pentatomidae) e Hexacladia smithii (Hymenoptera: Encyrtidae)
Introdução .................................................................................................................. 92
Material e Métodos .................................................................................................... 95
Resultados .................................................................................................................. 104
Discussão ................................................................................................................... 115
Referências Bibliográficas ......................................................................................... 120
viii
CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 129
ÍNDICE DE TABELAS
Capítulo I
Table 1. Richness, absolute (number of insects) and relative (percentage of insects
related to the total collected in each region or percentage of insects related to total
collected in all regions) abundance of stink bugs collected in soybean of different
regions of Brazil.. ...................................................................................................... 45
Table 2. Richness, abundance absolute (number of insects) and relative (percentage of
insects related to total collected in each region or percentage of insects related to total
stink bugs parasitized) of parasitoids collected in soybean of different regions of Brazil.
................................................................................................................................... 53
Capítulo II
Tabela 1. Localidades, tipo de manejo e coordenadas geográficas das áreas de soja onde
se efetuaram coletas de percevejos em 2016 ............................................................. 65
Tabela 2. Riqueza, abundância absoluta e relativa (número de percevejos de cada
espécie/total de percevejos encontrados em %) de espécies de percevejos em lavouras
de soja nos estádios R5 a R8 no ano de 2013 no Distrito Federal ............................. 68
Tabela 3. Influência de componentes da paisagem sobre a abundância de percevejos
(total de adultos), total de percevejos parasitados e proporção de parasitismo (total de
percevejos parasitados/total de percevejos) ............................................................... 70
Tabela 4. Influência da distância de áreas naturais, propriedade estádio da soja e suas
interações sobre a presença/ausência de percevejos, abundância de percevejos (total de
adultos), presença/ausência de percevejos parasitados, total de percevejos parasitados e
proporção de parasitismo (total de percevejos parasitados/total de percevejos) ....... 71
ix
Tabela 5. Abundância (número total) de percevejos, percevejos parasitados e
percevejos parasitados por Diptera e Hymenoptera em lavouras de soja com frequente
aplicação de inseticida (AI+) e lavouras de soja com aplicação reduzida de inseticida
(AI–) no período de janeiro a março de 2016 ............................................................ 76
Capítulo III
Tabela 1. Feromônios sexuais de Euschistus heros e Nezara viridula utilizados em
bioensaio em olfatômetro .......................................................................................... 98
Tabela 2. Parâmetros da tabela de fertilidade de fêmeas de Euschistus heros não
parasitadas e parasitadas por Hexacladia smithii ...................................................... 108
x
ÍNDICE DE FIGURAS
Introdução Geral
Figura 1. Percevejos-pragas da soja (A-F): A – Euschistus heros, B – Piezodorus
guildinii, C – Nezara viridula, D – Edessa meditabunda, E – Dichelops melacanthus, F
– Chinavia ubica. Parasitoides de percevejos adultos (G e H): G – Hexacladia smithii,
H – Trichopoda sp. .................................................................................................... 5
Capítulo I
Figure 1. Localities where sampling of stink bugs were conducted in soybean
agroecosystems in Brazil. Nine regions: N1, N2, C1, C2, C3, C4, C5, C6, S1. N1, N2:
Regions located in north of Brazil (the numbers increase from northen to southern). C1,
C2, C3, C4, C5, C6: Regions located in the center of Brazil (the numbers increase from
the center to the borders of Cerrado). S1: Region of study located in south of Brazil
(limits south of Atlantic forest) ................................................................................. 44
Figure 2. Richness estimative of insects collected in nine different regions (N1, N2, C1,
C2, C3, C4, C5, C6, S1) of soybean and their relation to the latitude using linear
regression N1, N2: Regions located in north of Brazil (the numbers increase from
northen to southern). C1, C2, C3, C4, C5, C6: Regions located in the center of Brazil
(the numbers increase from the center to the borders of Cerrado). S1: Region of study
located in south of Brazil (limits south of Atlantic forest). A: Stink bugs (r2 = 0.0038, p
= 0.87); B: Parasitoids (r2 = 0.11, p = 0.42) .............................................................. 47
Figure 3. Diversity of insects captured in soybean in nine regions (N1, N2, C1, C2, C3,
C4, C5, C6, S1) estimated using the Renyi’s diversity profile. N1, N2: Regions located
in north of Brazil (the numbers increase from northen to southern). C1, C2, C3, C4, C5,
C6: Regions located in the center of Brazil (the numbers increase from the center to the
borders of Cerrado). S1: Region of study located in south of Brazil (limits south of
Atlantic forest). A: Stink bugs; B: Parasitoids – represented by number of stink bug
from which they have emerged ................................................................................. 48
xi
Figure 4. Similarity dendogram of insects captured in soybean in nine regions (N1, N2,
C1, C2, C3, C4, C5, C6, S1) using the Bray-Curtis index obtained by Cluster analysis.
N1, N2: Regions located in north of Brazil (the numbers increase from northen to
southern). C1, C2, C3, C4, C5, C6: Regions located in the center of Brazil (the
numbers increase from the center to the borders of Cerrado). S1: Region of study
located in south of Brazil (limits south of Atlantic forest). A: Stink bugs. B: Parasitoids
................................................................................................................................... 49
Figure 5. Parasitism of insects captured in nine regions (N1, N2, C1, C2, C3, C4, C5,
C6,S1). N1, N2: Regions located in north of Brazil (the numbers increase from northen
to southern). C1, C2, C3, C4, C5, C6: Regions located in the center of Brazil (the
numbers increase from the center to the borders of Cerrado). S1: Region of study
located in south of Brazil (limits south of Atlantic forest). A: Percentage of parasitism
of stink bugs in nine regions. Letters means significative differences (GLM and
deviance analysis p = 0.01); Bars indicate percentage mean ± SE. B: percentage of
parasitism of each specie regarding total number of stink bugs parasitized ............. 50
Figure 6. Percentage of parasitism of insects captured in nine regions (N1, N2, C1, C2,
C3, C4, C5, C6, S1). N1, N2: Regions located in north of Brazil (the numbers increase
from northen to southern). C1, C2, C3, C4, C5, C6: Regions located in the center of
Brazil (the numbers increase from the center to the borders of Cerrado). S1: Region of
study located in south of Brazil (limits south of Atlantic forest). Bars indicate
(percentage mean ± SE). R indicate mean considering total regions. A - Parasitized stink
bugs by Diptera and Hymenoptera orders in adults of stink bugs;* Indicate significant
differences between pairs (GLM and deviance analysis p < 0,001). B - Parasitism of
females and males of stink bugs found in soybean. C - Parasitism of females and males
of stink bugs by Diptera parasitoids. D - Parasitism of females and males of stink bugs
by Hymenoptera parasitoids ...................................................................................... 51/52
Capítulo II
Figura 1. Localização de cada propriedade com lavoura de soja no Distrito Federal
onde se realizou o estudo ........................................................................................... 60
xii
Figura 2. Exemplos de paisagens (A-D) das áreas de soja amostradas no Distrito
Federal onde se realizaram as coletas de percevejos de janeiro a abril de 2013. A: Área
de soja próxima a vegetação nativa de cerrado e à área nativa em recuperação. B, C e D:
Área de soja próxima a vegetação nativa. ................................................................. 61
Figura 3. Exemplo de mapa gerado a partir da definição das categorias de paisagem
................................................................................................................................... 63
Figura 4. Porcentagem de cobertura de categorias da paisagem em estudo realizado no
Distrito Federal em 2013. AA: área antropizada, FH: frutihorticultuta, M: monocultura
(cultivo diferente de soja), VN: vegetação natural e S: soja em cada propriedade –
Planaltina: PL1, PL2; Taquara: Taq1, Taq2, Taq3; Rio Preto: RP1, RP2, RP3;
Tabatinga: Tab e Plano de Assentamento Dirigido do Distrito Federal: PADDF. A
escala de cores à direita indica a percentagem de cobertura de cada categoria da
paisagem em cada área de amostragem ..................................................................... .... 69
Figura 5. Abundância absoluta (total de percevejos adultos coletados) de percevejos em
cada propriedade na safra de soja de 2012/2013 no Distrito Federal. Planaltina: PL1,
PL2; Taquara: Taq1, Taq2, Taq3; Rio Preto: RP1, RP2, RP3; Tabatinga: Tab e Plano de
Assentamento Dirigido do Distrito Federal: PADDF ............................................... 71
Figura 6. A - Total de percevejos (média ± erro padrão); – B - Total de percevejos
parasitados (média ± erro padrão) e C - Proporção de parasitismo (média ± erro padrão)
em lavouras de soja no Distrito Federal em 2013 localizadas em diferentes distâncias da
vegetação nativa (20m, 200m e 500m). Médias seguidas de diferentes letras diferem
significativamente; GLM com distribuição de erros poisson, análise de deviança χ2 =
0,019 e análise de contraste ....................................................................................... 73
Figura 7. A - Número de percevejos (média ± erro padrão) por distância ao longo do
período reprodutivo nos estádios de R5 (período de enchimento de grãos) a R8 (período
de maturação plena) da soja. B - Número de percevejos (média ± erro padrão) por
distância em cada propriedade amostrada. PL1, PL2: Planaltina; Taq1, Taq2, Taq3:
Taquara; RP1, RP2, RP3: Rio Preto; Tab: Tabatinga e PADDF: Plano de Assentamento
xiii
Dirigido do Distrito Federal. Médias seguidas de diferentes letras diferem
significativamente. Em A: GLM com distribuição de erros poisson e análise de deviança
para estádio R7 χ2 = 139,00; p < 0,001 e análise de contraste. GLM com distribuição de
erros poisson e análise de deviança para estádio R8 χ2 = 125,00; p = 0,04 e análise de
contraste. Em B: GLM com distribuição de erros poisson e análise de deviança para a
propriedade PL2 χ2 = 23,46; p < 0,001 e análise de contraste. GLM com distribuição de
erros poisson e análise de deviança para a propriedade Tab χ2 = 35,50; p < 0,001 e
análise de contraste. GLM com distribuição de erros poisson e análise de deviança para
a propriedade Taq1 χ2 = 35,50; p < 0,001 e análise de contraste .............................. 74
Figura 8. A - Densidade de percevejos e B - porcentagem de parasitismo em percevejos
capturados em lavouras de soja sob manejo com frequente aplicação de inseticidas
(AI+) e manejo com aplicação reduzida de inseticida (AI–) no Distrito Federal, Goiás e
Mato Grosso do Sul no período de janeiro a março de 2016. Barras seguidas de
diferentes letras indicam diferenças significativas (GLM distribuição de erros binomial
z = 3,76 p < 0,01) ....................................................................................................... 77
Capítulo III
Figura 1. Esquema de bioensaio em olfatômetro do tipo Y. A: aparato geral utilizado
para análise comportamental em laboratório. B: Esquema detalhado da figura A: 1 –
carvão ativado para filtragem do ar, 2 – fluxômetro para regulagem da entrada do ar no
interior do olfatômetro, 3 – borbulhador para umidificação do ar no interior do
olfatômetro, 4 – seringa para abrigar o papel filtro contendo o estímulo a ser testado. .
................................................................................................................................... 97
Figura 2. Caixa gerbox com dieta natural utilizada para experimento de biologia de
Euschistus heros em laboratório. ............................................................................... 99
Figura 3. Proporção de escolha inicial de fêmeas de Hexacladia smithii em áreas do
olfatômetro de duas escolhas (tipo Y) tratadas com feromônio de Euschistus heros (Eh)
e hexano ou feromônio de Nezara viridula (Nz) e hexano. * Indica diferenças
xiv
significativas entre tratamento (feromônio de Nz ou Eh) e controle (hexano) pelo teste
de 2
Wald p<0,05. Os números entre parênteses indicam o número de indivíduos que
respoderam aos tratamentos....................................................................................... 104
Figura 4. Tempo de residência (média ± SE) de fêmeas de Hexacladia smithii em áreas
do olfatômetro contendo feromônio de Euschistus heros (Eh) e hexano ou feromônio de
Nezara viridula (Nz) e hexano. * Indica diferenças significativas entre tratamento
(feromônio de Nz ou Eh) e controle (hexano) pelo teste de Wilcoxon, p<0,05. Os
números entre parênteses indicam o número de indivíduos que respoderam aos
tratamentos. ............................................................................................................... 105
Figura 5. Fecundidade total (número médio do total de ovos) de fêmeas de Euschistus
heros não parasitadas e parasitadas por Hexacladia smithii. Asteriscos indicam
diferenças significativas (análise GLM, distribuição de erros Poisson, p < 0,001). .
................................................................................................................................... 106
Figura 6. Fecundidade diária (número médio de ovos por dia) de fêmeas de Euschistus
heros não parasitadas e parasitadas por Hexacladia smithii em cada dia ................. 107
Figura 7. Fecundidade total (número médio do total de ovos) de fêmeas de Euschistus
heros não parasitadas e parasitadas por Hexacladia smithii considerando os primeiros
15 dias após o parasitismo. Asteriscos indicam diferenças significativas (análise GLM,
distribuição de erros Poisson, p < 0,001) .................................................................. 107
Figura 8. Simulação do crescimento populacional de fêmeas de Euschistus heros não
parasitas e parasitadas por Hexacladia smithii em variedades de soja com diferentes
fenologias em Goiás e Distrito Federal (Embrapa, 2013). A: ciclo curto – duração de até
125 dias, B: ciclo médio – duração de até 140 dias, C: ciclo longo – duração maior que
150 dias e D: representa o nível de controle alcançado pelos ciclos da soja considerados.
A linha tracejada indica o nível de controle de 4 indivíduos por metro quadrado. Os
gráficos A, B e C apresentam o eixo y sob escalas diferentes para melhor visualização
do tamanho populacional de fêmeas de E. heros não parasitadas e parasitadas no final
do período reprodutivo .............................................................................................. 109
xv
Figura 9. Simulação do crescimento populacional de fêmeas de Euschistus heros não
parasitas e parasitadas por Hexacladia smithii considerando diferentes populações
iniciais de percevejos sob o ciclo da soja de 135 dias. As populações iniciais são de:
0,08; 0,2; 0,4; 0,8 e 2 percevejos adultos/m2. Gráficos A, C, E, G, I do lado esquerdo:
mostram o tamanho populacional de fêmeas de E. heros não parasitadas e parasitadas ao
final do período reprodutivo. Gráficos B, D, F, H, J do lado direito: mostram o número
de dias necessários para atingir o nível de controle de populações de E. heros não
parasitadas e parasitadas. Linha tracejada representa o nível de controle com 4
percevejos/m2. Os gráficos A, C, E, G, I apresentam o eixo y sob escalas diferentes para
melhor visualização do tamanho populacional de fêmeas de E. heros não parasitadas e
parasitadas no final do período reprodutivo .............................................................. 110
Figura 10. Simulação do crescimento populacional de fêmeas de Euschistus heros não
parasitas e parasitadas por Hexacladia smithii e crescimento de E. heros com a
contribuição de parasitoides de ovos sob diferentes condições de parasitismo em ciclo
médio da cultura de soja de 135 dias. np: população de fêmeas de E. heros não
parasitadas; 58% adultos, 39% adultos, 14% adultos e 3% adultos representam
diferentes taxas de parasitismo por parasitoide de adultos; 70% ovos, 18% ovos e 4%
ovos representam diferentes taxas de parasitismo por parasitoides de ovos. O número de
indivíduos no eixo y em todos os gráficos representa percevejos adultos/m2. Os gráficos
A e C: mostram o tamanho populacional de fêmeas de E. heros não parasitadas e
parasitadas durante o período reprodutivo. Os gráficos B e D: mostram o número de
dias necessários para atingir o nível de controle de populações de E. heros não
parasitadas e parasitadas. Linha tracejada representa o nível de controle com 4
percevejos/m2 ............................................................................................................ 112
Figura 11. Simulação do crescimento populacional exponencial de fêmeas de
Euschistus heros não parasitadas e parasitadas por Hexacladia smithii combinado com a
contribuição de parasitismo de ovos simulado sob diferentes porcentagens de
parasitismo em cultura da soja de 135 dias (ciclo médio). np: população de fêmeas de E.
heros não parasitadas. O número de indivíduos no eixo y em todos os gráficos
representa percevejos adultos/m2. A-G: mostra o tamanho populacional de fêmeas de E.
heros não parasitadas e parasitadas durante o período reprodutivo. B-H: mostra o
xvi
número de dias necessários para atingir o nível de controle de populações de E. heros
não parasitadas e parasitadas.Linha tracejada representa o nível de controle com 4
percevejos/m2 ............................................................................................................ 114
ÍNDICE DE APÊNDICES
Apêndice 1. Material suplementar referente ao capítulo escrito na forma de artigo.
................................................................................................................................... 132
Apêndice 2. Mapas de cobertura gerados a partir da delimitação das categorias de
paisagem e inseticidas utilizados nos diferentes métodos de manejo. ...................... 135/
139
Apêndice 3. Figuras referentes ao estudo da biologia de Euschistus heros sob o
parasitismo de Hexacladia smithii (capítulo 3) cujos resultados não foram significativos.
................................................................................................................................... 141
xvii
RESUMO
O conhecimento da fauna de parasitoides associada aos percevejos adultos bem como os
mecanismos envolvidos na busca de hospedeiros e impacto em suas populações podem
contribuir no desenvolvimento de ferramentas para o manejo de percevejos praga da
soja. Os objetivos do trabalho foram conhecer a fauna de parasitoides de percevejos
adultos em áreas de produção de soja do Brasil; verificar a influência da composição da
paisagem na abundância de percevejos e taxas de parasitismo; estudar o efeito de
diferentes métodos de manejo agronômico da soja sobre o parasitismo de percevejos e
estudar o impacto do parasitismo por Hexacladia smithii (Ashmead, 1891)
(Hymenoptera: Encyrtidae) na biologia de Euschistus heros (Fabricius, 1798)
(Hemiptera: Pentatomidae). Amostragens sistemáticas (com pano de batida) em áreas de
produção de soja ao longo de um gradiente latitudinal de 15° no Brasil revelaram que
não houve variação da fauna de percevejos e parasitoides. A espécie de percevejo
dominante foi E. heros. Os percevejos coletados foram mantidos em laboratório e
apresentaram índices de parasitismo variando entre 0,77 a 6,05% por espécies da ordem
Diptera e Hymenoptera. O uso de metodologias de sensoriamento remoto com auxílio
do programa ArcGis revelou que a composição da paisagem influenciou a abundância
de percevejos na cultura da soja. Esta variável foi positivamente relacionada à
percentagem de cobertura de vegetação nativa, de soja e da interação vegetação nativa x
soja x monocultura. O parasitismo não foi influenciado pela composição da paisagem.
Não houve efeito da distância desde a vegetação nativa sobre a ocorrência de
parasitoides (medida como presença/ausência de percevejos parasitados), total de
percevejos parasitados e proporção de parasitismo. A abundância de percevejos foi
influenciada pela distância da vegetação nativa com maiores valores em distâncias
intermediárias (200 m) (GLM e análise de deviança = 7,85 p = 0,01), mas também
houve efeito significativo do estádio fenológico da cultura (GLM e análise de deviança
=115,67 p < 0,01) e da propriedade (GLM e análise de deviança = 83,52 p < 0,01). Para
observação da eficiência de controle biológico por parasitoides foram comparados os
índices de parasitismo em áreas com aplicação reduzida de inseticidas (AI–) e manejo
com frequentes aplicações de inseticidas (AI+). Os resultados mostraram maiores
índices de parasitismo em áreas submetidas ao AI– (11,2%) do que em áreas com AI+
(4,11%). Bioensaios comportamentais em olfatômetro mostraram que fêmeas de H.
smithii foram significativamente atraídas e permaneceram por mais tempo (132,05
xviii
segundos em média) no braço do olfatômetro que continha a mistura feromonal sintética
de E. heros em comparação ao braço do olfatômetro que continha o controle hexano
(80,55 segundos em média). No estudo de biologia, o parasitismo de H. smithii reduziu
a fecundidade de E. heros com consequente redução da taxa de crescimento
populacional em 62,22% e 20,27% para Ro e rm, respectivamente, em comparação a
fêmeas de E. heros não parasitadas. O efeito negativo do parasitismo também foi
observado em simulações da dinâmica populacional de E. heros considerando diferentes
condições de parasitismo, migração de percevejos e duração de ciclo da soja. Nessas
simulações as populações de E. heros parasitadas tendem a crescer de forma mais lenta
quando comparadas a populações não parasitadas. Os resultados obtidos contribuem
com novas informações científicas da interação hospedeiro-parasitoide a escalas
regional e local e entre indivíduos, considerando os sistemas de cultivo atuais e suas
consequências. Estas informações podem subsidiar no futuro o desenvolvimento de
programas de manejo integrado que considerem o controle biológico como uma das
técnicas principais de controle de percevejos.
Palavras chave: Glycine max, Pentatomidae, Encyrtidae, Tachinidae, Índice de
Parasitismo
xix
Interactions of adult stink bugs and their parasitoids in soybean culture systems
ABSTRACT
Knowledge of parasitoids fauna associated with adult stink bugs as well as the
mechanisms involved in the search for hosts and the impact on their populations can
assist in developing tools that can contribute to pest management. The objectives were
to know the parasitoids fauna of adult stink bugs in soybean production areas of Brazil,
along a latitudinal gradient of 15 °; to check the influence of landscape composition in
abundance of stink bugs, and also in parasitism indexes; to study the effect of different
management methods on parasitism of stink bugs; to study the effect of Hexacladia
smithii (Ashmead, 1891) (Hymenoptera: Encyrtidae) in Euschistus heros biology
(Fabricius, 1798) (Hemiptera: Pentatomidae). Systematic samplings (with beat cloth) in
soybean production areas along a latitudinal gradient of 15 ° in Brazil revealed that
there was no faunal variation of stink bugs and parasitoids. Euschistus heros was the
dominant stink bug. Stink bugs collected were kept in the laboratory and showed
parasitism ranging from 0.77 to 6.05% for Diptera and Hymenoptera species. The use of
remote sensing methods with the aid of ArcGis program revealed that landscape
composition influenced the abundance of stink bugs in soybeans. This variable was
positively related to percentage of cover of native vegetation, soybean and interaction
native vegetation x soybean x monoculture. The parasitism was not influenced by the
composition of the landscape. No effect of distance from the native vegetation on the
occurrence of parasitoids (measured as presence/absence of parasitized adults), total
parasitized adults and the proportion of parasitism. The abundance of stink bugs was
influenced by the distance from the native vegetation with higher values at intermediate
distances (200m) (GLM and deviance analysis = 7,85 p = 0,01), but there were also
significant effects of the soybean phenological stage (GLM and deviance analysis
=115,67 p < 0,01) and locality (farm) (GLM e deviance analysis = 83,52 p < 0,01)). For
observation of biological control service by parasitoids were compared parasitism rates
in soybean areas with management with lower insecticide application (AI–) and
management with frequent applications of insecticides (AI+). The results showed higher
parasitism in AI– areas (11,2%) than AI+ areas (4,11%). Behavioral olfactometer
bioassays showed that H. smithii females were significantly attracted and remained
longer (132,05 seconds on average) in the olfactometer arm containing the synthetic
xx
pheromonal mixture of E. heros in olfactometer against the arm containing the hexane
control (80,55 seconds on average). In biology study, the parasitism of H. smithii
affected the fecundity of E. heros with consequent reduction in population growth rate
in 62,22% e 20,27% for Ro e rm, respectively compared to E. heros females not
parasitized. The negative effect of parasitism was also observed in simulations of
population dynamics of E. heros considering different conditions of parasitism,
migration of stink bugs and soybean cycle duration. In these simulations the populations
of E. heros parasitized tend to grow more slowly compared with non-parasitized
populations. The results contribute to new scientific information from the host-
parasitoid interaction at regional and local scales and individual interactions,
considering the current cropping systems and their consequences. This information may
be important, in the future, for the development of integrated pest management
programs that consider the biological control as one of the main technicals control of
stink bugs.
Keywords: Glycine max, Pentatomidae, Encyrtidae, Tachinidae, Parasitism Index
1
INTRODUÇÃO GERAL
A soja, Glycine max (L.) Merrill, 1917 (Fabales: Fabaceae) é um importante
produto da agricultura brasileira. Seu cultivo se estende desde a Região Sul até o norte
do Brasil, sendo a Região Centro-Oeste onde se concentram as maiores áreas de
produção da cultura (Conab, 2016). O Brasil é o segundo maior produtor mundial com
uma produção de 95,43 milhões de toneladas e área cultivada com 33,2 milhões de
hectares o que corresponde a 57% da área plantada de grãos para a safra de 2015/2016
(Conab, 2016).
Uma fauna diversa de insetos ataca tanto a parte aérea quanto radicular da soja
durante seu ciclo fenológico. Entre os insetos das raízes destacam-se o complexo de
corós (Coleoptera: Melolonthidae) cujas larvas ocasionam dano pelo consumo das
raízes e também espécies de percevejos-castanho (Hemiptera: Cydnidae) sugadoras de
seiva (Oliveira et al., 2012). Espécies das ordens Coleoptera, Lepidoptera e Hemiptera e
outros organismos como lesmas e caracóis (Mollusca: Gastropoda) atacam plântulas,
pecíolos e hastes (Hoffman-Campo et al., 2012). Dentre os artrópodes que utilizam a
parte área e reduzem a área foliar destacam-se as lagartas Anticarsia gemmatalis
(Hübner, 1818) e Chrysodeixis (= Pseudoplusia) includens (Walker, 1858)
(Lepidoptera: Noctuidae). Ocorrem também espécies do gênero Spodoptera
(Lepidoptera: Noctuidae), crisomelídeos (Coleoptera), moscas brancas (Hemiptera) e
ácaros. Lesmas e caracóis também podem causar desfolha (Moscardi et al., 2012).
Percevejos da família Pentatomidae (Hemiptera) (Figura 1) são as pragas mais
importantes na fase reprodutiva da soja devido à injúria que causam à qualidade e à
produção das sementes (Panizzi et al., 2012). Atingem a semente diretamente, ao
alimentar-se, pela introdução do aparelho bucal nas vagens (Panizzi, 2000; Panizzi e
Slansky Junior, 1985). Durante a alimentação injetam saliva e sugam o conteúdo
liquefeito (Todd e Herzog, 1980). Devido a isso, as sementes se tornam enrugadas
comprometendo a comercialização. Estes percevejos podem alimentar-se de outras
partes da planta e os danos causados antes da formação de vagens no estágio vegetativo
e na floração não causam reduções significativas no rendimento das sementes de soja
(Corrêa-Ferreira, 2005).
A colonização destes insetos na cultura acontece durante a fase vegetativa ou
durante a floração (R1 a R2) (Corrêa-Ferreira e Panizzi, 1999; Panizzi et al., 2012). A
partir do surgimento das vagens (R3) os percevejos iniciam a reprodução e aumentam
2
em número, caracterizado como período de alerta, do ponto de vista do manejo destas
pragas. No final do desenvolvimento das vagens (R4) até o enchimento de grãos (R5)
ocorre crescimento populacional rápido, período em que a soja está suscetível ao ataque,
considerado como período crítico. O pico populacional ocorre no final da fase de
enchimento de grãos (R6) (Corrêa-Ferreira e Panizzi, 1999).
A composição de espécies e abundância dos percevejos fitófagos variam entre as
regiões produtoras de soja do Brasil (Panizzi e Slansky Junior, 1985) sendo que as
espécies Euschistus heros (Fabricius, 1798), Piezodorus guildinii (Westwood, 1837) e
Nezara viridula (Linnaeus, 1758), são consideradas pragas primárias pela abundância
na cultura (Corrêa-Ferreira e Panizzi, 1999; Panizzi e Slansky Junior, 1985). O
percevejo marrom, E. heros se destaca por sua ampla distribuição geográfica, do Rio
Grande do Sul até o norte do Brasil (Região Amazônica) e por apresentar populações
com alta densidade de indivíduos (Corrêa-Ferreira e Panizzi, 1999; Panizzi et al., 2012).
O controle populacional destes insetos é realizado basicamente pelo uso de
inseticidas os quais vêm sendo usados de forma abusiva em relação às recomendações
técnicas e em muitos casos de forma preventiva (Bortolotto et al., 2015; Corrêa-Ferreira
et al., 2009; Panizzi, 2013), com os consequentes efeitos negativos para o meio
ambiente e para a saúde humana (Gazzoni, 2012; Picanço e Guedes 1999). Entre os
inseticidas utilizados no Brasil para controle de insetos pragas, a maior parte é utilizada
na cultura de soja (Oliveira et al., 2014). Além disso, o uso sem o devido
monitoramento dos insetos e sem respeitar os níveis de controle estabelecidos de 2
percevejos/m (Embrapa, 2013) favorece o surgimento de resistência dos insetos, e
surtos de pragas secundárias e supressão de populações de inimigos naturais (Corrêa-
Ferreira, et al., 2009; Gazzoni, 2012).
O controle biológico de pragas é uma das táticas de controle do manejo
integrado de pragas (MIP), o qual é uma filosofia de controle baseada em sistemas de
decisão, que tem por base, o monitoramento e o uso de diferentes táticas de controle de
pragas de maneira integrada e que sejam tanto quanto possível compatíveis entre si de
tal forma a manter as populações das pragas abaixo dos limiares de dano econômico e
contribuir para a sustentabilidade ambiental (Pedigo, 2002).
Entre os inimigos naturais de percevejos da soja são conhecidos os parasitoides
(Corrêa-Ferreira e Panizzi, 1999) que são insetos cujo desenvolvimento larval ocorre em
outros artrópodes resultando na morte de seus hospedeiros (Godfray, 1994). O termo
parasitismo referido neste trabalho considera a interação que culmina na morte do
3
hospedeiro. Para percevejos, são relatados na literatura parasitoides de ovos e de
adultos, no entanto, os primeiros são os mais estudados em vários aspectos como
biológicos (Corrêa-Ferreira, 1993; Laumann et al., 2008; Pacheco e Corrêa-Ferreira,
1998), ecológicos (Corrêa-Ferreira e Moscardi, 1995; Michereff et al., 2011, 2013;
Vieira et al., 2013, 2014) e comportamentais (Aquino et al., 2013; Borges et al, 1999,
2003; Laumann et al., 2009, 2011; Moraes et al., 2008, 2009; Sujii et al., 2002; Tognon
et al., 2014). As espécies de parasitoides de ovos mais comuns em percevejos
pentatomideos são os microhimenópteros da família Platygastridae, Telenomus podisi
(Ashmead, 1893) e Trissolcus basalis (Wollaston, 1858) (Corrêa-Ferreira e Moscardi,
1995; Medeiros et al., 1997; Pacheco e Corrêa-Ferreira, 2000). Essas espécies são
generalistas, mas parasitam preferencialmente ovos de E. heros e N. viridula (Corrêa-
Ferreira e Moscardi, 1995; Medeiros et al., 1997). Parasitoides de adultos também
ocorrem naturalmente nas lavouras de soja (Corrêa-Ferreira e Panizzi, 1999).
No geral, além da ordem Hemiptera, parasitoides de adultos também ocorrem
em insetos que pertencem às ordens Orthoptera, Hymenoptera, Coleoptera (Eggleton e
Belshaw, 1992; Mills, 1994). São reconhecidas duas guildas para parasitoides que
atacam o estágio adulto: endoparasitoide de larva-adulto e endoparasitoide de adulto.
No primeiro caso o ataque ocorre nos últimos estágios larvais. O desenvolvimento do
parasitoide é postergado até que a larva do hospedeiro alcance o estágio adulto. No
segundo caso, o ataque e o desenvolvimento do parasitoide ocorre completamente no
estágio adulto (Mills, 1994). Ao contrário dos parasitoides de insetos imaturos,
parasitoides de adultos permitem que seus hospedeiros continuem ativos (reprodução e
busca ativa por fontes alimentares) após o parasitismo. E pelo fato de atacarem
hospedeiros expostos, com mobilidade, capacidade de defesa e fuga, parasitoides de
adultos desenvolveram a habilidade do comportamento de oviposição rápido (Pilkay et
al., 2013; Shaw, 2004). Quando ocorre a oviposição rápida, não há paralisia do
hospedeiro pela injeção de veneno (Hawkins, 1994; Shaw, 1994). Assim, durante o
desenvolvimento, o parasitoide deve lidar com o sistema imune do hospedeiro
(Godfray, 1994; Hawkins, 1994) e permite que o mesmo sobreviva até a saída de seu
último estágio larval (Godfray, 1994; Mills, 1994; Tremblay, 1991;). A localização do
hospedeiro está relacionada com a percepção de estímulos emitidos diretamente pelo
mesmo como sons de comunicação acústica de cigarras (Stuck, 2015) e grilos (Cade
1975 citado por Beckers e Wagner Jr, 2011), feromônios de alarme em interações
agressivas em formigas (Morrison e King, 2004), feromônio sexual de percevejos
4
(Aldrich et al., 1995a), pistas visuais resultante da atividade do hospedeiro como
locomoção em besouros em estágios finais do processo de localização (Shaw e
Huddleston, 1991). Evidências também sugerem a atração a estímulos indiretamente
relacionados com o hospedeiro, como a atração de Phymastichus coffea (LaSalle, 1990)
(Hymenoptera: Eulophidae), parasitoide do adulto da broca do café Hypothenemus
hampei (Ferrari, 1867) (Coleoptera: Curculionidae), a compostos do café (Cruz-López
et al., 2016) e a voláteis de plantas infestadas com seu hospedeiro (Rojas et al., 2006).
Parasitoides de adultos de percevejos pertencem às ordens Diptera e
Hymenoptera (Corrêa-Ferreira e Panizzi, 1999). Hexacladia smithii Ashmead, 1891
(Hymenoptera: Encyrtidae) é o himenóptero mais frequente em adultos do percevejo E.
heros na cultura de soja (Corrêa-Ferreira et al., 1998; Godoy et al., 2010; Turchen et al.,
2015) (Figura 1). Existem também relatos de parasitismo por esta espécie em adultos
de percevejos-pragas do maracujazeiro da família Coreidae (Baldin et al., 2010) e em
Arvelius albopunctatus (De Geer, 1773) e Dichelops furcatus (Fabricius, 1775) ambos
da família Pentatomidae (Panizzi e Silva, 2010). Entre os dípteros, o gênero Trichopoda
(Tachinidae) é o mais comumente encontrado parasitando percevejos (Figura 1).
Trichopoda giacomellii (Blanchard, 1966) tem sido utilizado em programas de controle
biológico na Austrália e na Argentina e tem reduzido densidades populacionais de N.
viridula (Coombs e Sands, 2000; Liljesthrom e Bernstein, 1990). Trichopoda pennipes
(Fabricius, 1805) se estabeleceu na Itália, depois de uma introdução acidental, e tornou-
se um importante parasitoide de N. viridula (Salerno et al., 2002). No Brasil T.
giacomellii foi registrado em adultos de N. viridula (Corrêa-Ferreira et al.,1984).
A intensificação da agricultura leva à fragmentação e consequente redução do
ambiente natural acarretando em mudanças na composição (Summerville e Crist, 2004)
e configuração da paisagem (Chust et al., 2007; Dormann et al., 2007; Schweiger et al.,
2005). A redução dos ambientes naturais e da heterogeneidade ambiental devido à
expansão da agricultura em paisagens agrícolas é a principal causa da perda de espécies
e comprometimento das funções do ecossistema (Tscharntke et al., 2005), entre elas a
efetividade de inimigos naturais de pragas (Corbett e Rosenheim, 1996; Meehan et al.,
2011; st n et l., 2001; Symondson et al., 2002; Thies e Tscharntke, 1999).
5
Figura 1. Percevejos-pragas da soja (A-F): A – Euschistus heros, B – Piezodorus
guildinii, C – Nezara viridula, D – Edessa meditabunda, E – Dichelops melacanthus, F
– Chinavia ubica. Parasitoides de percevejos adultos (G e H): G – Hexacladia smithii,
H – Trichopoda sp.
As paisagens agrícolas variam desde áreas estruturalmente simples, dominadas
por monoculturas, à áreas estruturalmente complexas, com mosaicos de vegetação
1 cm
1 cm 1 cm1 cm
1 cm
A B C
FED
Fo
to: C
ecília
Vie
ira
Foto
: Cec
ília
Vie
ira
Fo
to: C
ecília
Vie
ira
Fo
to: C
ecília
Vie
ira C
1 cm
Foto
: F. S
chm
idt
Fo
to: F
. Sch
imd
t
200 µm
HG
Fo
to: É
rica
Sev
ilh
a
Foto
: Éri
ca S
evilha
6
nativa, áreas não cultivadas e áreas agrícolas, gerando diversidade/heterogeneidade de
habitats ao redor dos campos de cultivo (Tscharntke et al., 2008). Paisagens onde as
monoculturas predominam são mais instáveis devido à efemeridade de recursos e a
distúrbios desencadeados pelos manejos culturais, como preparo mecânico do solo, uso
de inseticidas e colheita (Tscharntke et al.,2008). Por outro lado, paisagens mais
complexas abrigam alta abundância e diversidade de inimigos naturais (Bianchi et al.,
2006; Drapela et al., 2008; Gardiner et al., 2009a,b; Werling e Gratton, 2008) o que
resulta em maiores índices de parasitismo (Bianchi et al ., 2005; Menalled et al., 1999;
Scheid et al., 2011; Schmidt et al., 2003; Thies et al., 2003; Thies e Tscharntke, 1999).
Entretanto, alguns estudos mostram diversidade similar de inimigos naturais em
paisagens simples e complexas, e até mesmo efeitos não bem compreendidos da
estrutura da paisagem sobre a estrutura de comunidades de inimigos naturais e seu
efeito na regulação de populações de insetos herbívoros (Menalled et al., 2003;
Vollhardt et al., 2008).
Entre as possíveis razões para explicar estes padrões, sugere-se que paisagens
complexas apresentam maior disponibilidade de habitat, os quais fornecem recursos
importantes, como alimento (pólen e néctar), refúgio (cobertura vegetal adequada para
épocas climáticas desfavoráveis ou locais de diapausa) e hospedeiros alternativos
(Bianchi et al., 2006; Landis et al., 2000). Isto implica que os parasitoides podem
depender de recursos que estão espacialmente separados e então se deslocam entre área
natural e cultivada, um efeito que tem sido documentado para parasitoides e é conhecido
como “tr nsbord ento entre h bit ts” (tr dução livre do origin l: cross habitat
spillover) (Tscharntke et al., 2012). O grau no qual este efeito pode ocorrer depende da
quantidade, qualidade e proximidade da área natural (Bianchi et al., 2006).
Adicionalmente, a resposta à estrutura da paisagem é espécie-específica e está
relacionada com a capacidade de dispersão dos indivíduos. Espécies com maior
capacidade de dispersão são favorecidas na colonização de diferentes habitats e podem
explorar de maneira mais eficiente a heterogeneidade ambiental (Tscharntke et al.,
2008). Assim, a estrutura da paisagem pode influenciar a biodiversidade local e
também, o controle de insetos-pragas (Holt et al., 2002).
Além da perspectiva de paisagem outros fatores que devem ser considerados são
os diferentes sistemas de manejo das pragas com o uso de inseticidas. É conhecido que
insetos são negativamente afetados por inseticidas (Desneux et al., 2007; Geiger et al.,
2010; Longley, 1999; Tillman, 2006). Assim, espera-se que a comunidade de insetos e o
7
controle biológico sejam mais afetados em propriedades com uso constante de
inseticidas do que em sistemas com menor frequência de aplicação de inseticidas.
Biddinger et al. (2014) em um estudo de três anos para avaliar o impacto ecológico de
práticas agronômicas em pomares de pêssego observaram que a comunidade de
predadores e parasitoides foi positivamente relacionada com o programa de uso
reduzido de inseticida e negativamente relacionada a programa de manejo convencional
com uso constante de inseticida.
Durante o comportamento de busca de hospedeiros os insetos parasitoides
utilizam estímulos físicos e/ou químicos provenientes do habitat e do hospedeiro que
maximizam a probabilidade de encontro com os hospedeiros (Godfray, 1994; Vinson,
1985) sendo os estímulos químicos como semioquímicos, substâncias produzidas por
um organismo que modificam o comportamento de outro indivíduo, os mais
importantes (Godfray, 1994). É conhecido que parasitoides de ovos de percevejos ao
procurar por hospedeiros pouco conspícuos e que, em geral, não produzem pistas
químicas evidentes utilizam sinais indiretamente relacionados com o hospedeiro, como
sinomônios de plantas (substancias químicas que ao serem emitidas beneficiam o
emissor, no caso a planta, e o receptor) (Michereff et al., 2013; Moraes et al., 2005,
2008, 2009; Vieira et al., 2013, 2014), cairomônios (substancias químicas que ao serem
emitidas beneficiam apenas ao receptor e prejudicam o emissor) (Borges et al., 2003;
Laumann et al., 2009) ou visuais (Aquino et al., 2013). Já no caso de parasitoides de
adultos de percevejos tem sido evidenciado que utilizam durante a busca de hospedeiros
sinais diretamente relacionados com os percevejos como, por exemplo, os feromônios
sexuais (Aldrich, 1995; Aldrich et al., 1995, 2007). Estas diferenças na ecologia
comportamental das duas guildas de parasitoides podem ser decisivas do ponto de vista
da dinâmica hospedeiro-parasitoide e do impacto dos mesmos nas populações de
percevejos.
O controle biológico de insetos é uma das alternativas para uma agricultura
sustentável. Assim, ampliar os conhecimentos acerca dos inimigos naturais que atacam
a fase adulta dos percevejos em relação a diversidade, estruturação de suas guildas,
interações hospedeiro-parasitoide, influência da estrutura da paisagem em suas
populações e índices de parasitismos e influência de diferentes tipos de manejos
culturais nas interações dos percevejos e parasitoides são relevantes para propor
ferramentas de manejo de pragas sustentáveis.
8
Este estudo abordou os temas acima descritos estruturando-os em três frentes de
pesquisa inter-rel cion d s que co põe os c pítulos dest tese: o C pítulo 1 “Adult
stink bugs p r sitis p ttern long l titudin l gr dient in soybe n crop in Br zil”
formato definitivo de artigo científico, já submetido para publicação, e tem como
objetivo conhecer a fauna de parasitoides de adultos de percevejos da soja em diferentes
áre s de produção do p ís. O c pítulo 2 “Influênci d estrutur d p is ge e dos
métodos de manejo de pragas nas populações de percevejos e seus parasitoides de
adultos na cultur d soj ” tr t d influênci d p is ge n dinâ ic de coloniz ção
da cultura e nos índices de parasitismo e também a influência de diferentes tipos de
manejo de pragas com inseticidas: manejo com frequente aplicação de inseticida (AI+)
e aplicação reduzida de inseticida (AI-) sobre a eficácia do controle biológico. E o
c pítulo 3 “Inter ção hospedeiro-parasitoide de Euschistus heros (Hemiptera:
Pentatomidae) e Hexacladia smithii (Hymenoptera: Encyrtidae)” bord spectos
relacionados à ecologia comportamental dos parasitoides e a interação hospedeiro
parasitoide, focada no efeito do parasitismo em aspectos biológicos do percevejo
marrom, E. heros, quando parasitados por H. smithii. Espera-se contribuir para gerar
informações que incrementem o conhecimento de aspectos ecológicos de insetos
parasitoides de adultos e que possam ser aplicadas no controle biológico de percevejos-
praga.
As citações dos autores ao longo do texto e as referências bibliográficas da
Introdução Geral, capítulos I, II e III seguir s nor s do periódico: “Agriculture
Ecosystems & Environment”.
9
Referências Bibliográficas
Aldrich, J.R. 1995. Chemical communication in the true bugs and parasitoid
exploitation, in: R. T. Cardé and W. J. Bell (eds.), Chemical Ecology of Insects.
Chapman & Hall, New York, pp. 318–363.
Aldrich, J.R., Khrimian, A., Camp, M.J. 2007. Methyl 2,4,6-decatrienoates attract stink
bugs and tachinid parasitoids. J. Chem. Ecol. 33, 801–815.
Aldrich, J.R., Rosi, M.C., Bin, F. 1995. Behavioral correlates for minor volatile
compounds from stink bugs (Heteroptera: Pentatomidae). J. Chem. Ecol. 21, 1907–
1920.
Aquino, M.F.S., Dias, A.M., Borges, M., Blassioli-Moraes, M.C., Laumann, R.A. 2013.
Influence of visual cues on host searching behavior of the egg parasitoids Telenomus
podisi and Trissolcus basalis (Hymenoptera: Scelionidae). Entomol. Exp. Appl.
145,162–174.
Baldin, E.L.L., Fujihara, R.T., Arlindo, J.R.L.B., Almeida, M.C.D.E. 2010. Parasitismo
de percevejos-praga do maracujazeiro no Brasil por Hexacladia smithii Ashmead
(Hymenoptera: Encyrtidae). Neotrop. Entomol. 39, 306–307.
Beckers, O.M., Wagner, Jr, W. E. 2011. Male field crickets infested by parasitoid flies
express phenotypes that may benefit the parasitoids. Anim. Behav. 82,1151–1157.
Bianchi, F.J.J.A., Booij, C.J.H., Tscharntke, T. 2006. Sustainable pest regulation in
agricultural landscapes: a review on landscape composition, biodiversity and natural
pest control. Proc. R. Soc. Lond. B Biol. Sci. 273, 1715–1727.
Bianchi, F.J.J.A., van Wingerden, W.K.R.E., Griffioen, A.J., Vander Veen, M., van der
Straten, M.J.J., Wegman, R.M.A., Meeuwsen, H.A.M. 2005. Landscape factors
affecting the control of Mamestra brassicae by natural enemies in Brussels sprout.
Agric. Ecosyst. Environ. 107, 145–150.
10
Biddinger, D.J., Leslie, T.W., Joshi, N.K. 2014. Reduced-Risk pest management
programs for eastern U.S. peach orchards: effects on arthropod predators, parasitoids,
and select pests. J. Econ. Entomol. 107, 1084–1091.
Borges, M., Colazza, S., Ramirez-Lucas, P., Chauhan, K.R., Moraes, M.C.B., Aldrich,
J.R. 2003. Kairomonal effect of walking traces from Euschistus heros (Heteroptera:
Pentatomidae) on two strains of Telenomus podisi (Hymenoptera: Scelionidae). Physiol.
Entomol. 28, 349–355.
Borges, M., Costa, M.L.M., Cavalcanti, M.G., Redigolo, G.F., Resck, I.S., Vilela,
E.F. 1999. Semiochemical and physical stimuli involved in host recognition by
Telenomus podisi (Hymenoptera: Scelionidae) Euschistus heros (Heteroptera:
Pentatomidae). Physiol. Entomol. 24, 227–233.
Bortolotto, O.C., Pomari-Fernandes, A., Bueno, R.C.O. , Bueno, A. de F., Kruz, Y.K.S.,
Queiroz, A.P., Sanzovo, A. Ferreira, R.B. 2015. The use of soybean integrated pest
management in Brazil: a rewiew. Agron. Sci. Biotechnol. 1, 25–32.
Cade, W. H. 1975. Acoustically orienting parasitoids: fly phonotaxis to cricket song.
Science 190, 1312–1313.
Chust, G., Garbin L., Pujade-Villar, J. 2007. Gall wasps and their parasitoids in cork
oak fragmented forests. Ecol. Entomol. 32, 82–91.
Conab, 2016. Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento da safra
brasileira: Grãos. Décimo segundo levantamento. http://www.conab.gov.br (Acessado
5.10.2016).
Coombs, M., Sands, D.P.A. 2000. Establishment in Australia of Trichopoda giacomellii
Blanchard (Diptera: Tachinidae) a biological control agent for Nezara viridula (L.)
(Hemiptera: Pentatomidae). Aust. J. Entomol. 39, 219–222.
Corbett, A., Rosenheim, J.A. 1996. Impact of a natural enemy overwintering refuge and
its interaction with the surrounding landscape. Ecol. Entomol. 21, 155–164.
11
Corrêa-Ferreira, B.S. 1984. Incidência do parasitóide Eutrichopodopsis nitens
Blanchard, 1966 em populações do percevejo verde Nezara viridula (Linnaeus, 1758).
EMBRAPA-CNPSo, Londrina.
Corrêa-Ferreira, B.S. 1993. Utilização do parasitóide de ovos Trissolcus basalis
(Wollaston) no controle de percevejos da soja. EMBRAPA-CNPSo, Londrina. Circular
Técnica, 11.
Corrêa-Ferreira, B.S. 2005. Suscetibilidade da soja a percevejos na fase anterior ao
desenvolvimento das vagens. Pesqui. Agropecu. Bras. 40, 1067–1072.
Corrêa-Ferreira, B.S., Krzyzanowski, F.C., Minami, C. A. 2009. Percevejos e a
qualidade da semente de soja – série sementes. EMBRAPA-CNPSo, Londrina. Circular
Técnica, 67.
Corrêa-Ferreira, B.S., Moscardi, F. 1995. Seasonal occurrence and host spectrum of egg
parasitoids associated with soybean stink bugs. Biol. Control 5, 196–202.
Corrêa-Ferreira, B.S., Nunes, M.C., Uguccioni, L.D. 1998. Ocorrência do parasitoide
Hexacladia smithii Ashmead em adultos de Euschistus heros (F.) no Brasil. An. Soc.
Entomol. Bras. 27, 495–498.
Corrêa-Ferreira, B.S., Panizzi, A.R. 1999. Percevejos da soja e seu manejo.
EMBRAPA-CNPSo, Londrina. Circular Técnica, 24.
Cruz-López, L., Díaz-Díaz, B., Rojas, J. C. 2016. Coffee volatiles induced after
mechanical injury and beetle herbivory attract the coffee berry borer and two of its
parasitoids. Arthropod-Plant Interact. 10,151–159.
Desneux, N., Decourtye, A., Delpuech, J-M. 2007. The sublethal effects of pesticides on
beneficial arthropods. Annu. Rev. Entomol. 52, 81–106.
12
Dormann, C.F., Schweiger, O., Augenstein, I., Bailey, D., Billeter, R., De Blust, G.,
DeFilippi, R., Frenzel, M., Hendrickx, F., Herzog, F., Klotz, S., Liira, J., Maelfait, J-
P,Schmidt, T., Speelmans, M., van Wigerden, W.K.R.E., Zobel, M. 2007. Effects of
landscape structure and land-use intensity on similarity of plant and animal
communities. Glob. Ecol. Biogeogr. 16, 774 –787.
Drapela, T., Moser, D., Zaller, J., Frank, T. 2008. Spider assemblages in winter oilseed
rape affected by landscape and site factors. Ecography 31, 254–262.
Eggleton, P., Belshaw, R. 1992. Insect parasitoids: an evolutionary overview. Philos.
Trans. Royal Soc. 337, 1–20.
Embrapa, 2013. Tecnologias de produção de soja – Região Central do Brasil 2014. –
Embrapa Soja, n. 16, Londrina.
G rdiner, M.M., L ndis, D.A., Gr tton, C., DiFonzo, C.D., O’Ne l, M., Ch con, J.M.,
Wayo, M.T., Schmidt, N.P., Mueller, E.E., Heimpel, G.E., 2009a. Landscape diversity
enhances biological control of an introduced crop pest in the north-central USA. Ecol.
Appl. 19, 143–54.
G rdiner, M.M., L ndis, D.A., Gr tton, C., Sch idt, N., O’Ne l, M., Mueller, E.,
Chacon, J., Heimpel, G.E., DiFonzo, C.D. 2009b. Landscape composition influences
patterns of native and exotic lady beetle abundance. Divers. Distrib. 15, 554–564.
Gazzoni, D.L. 2012. Perspectivas do manejo de pragas, in: Hoffmann-Campo, C.B.,
Corrêa Ferreira, B.S., Moscardi, F. (Eds.), Soja: Manejo Integrado de Insetos e outros
Artrópodes-Praga. Embrapa, Brasília, DF, pp.789–829.
Geiger, F., Bengtsson, J., Berendse, F., Weisser, W.W., Emmerson, M., Morales, M.B.,
Ceryngier, P., Liira, J., Tscharntke, T., Winqvist, C., Eggers, S., Bommarco, R., Part,
T., Bretagnolle, V., Plantegenest, M., Clement, L.W., Dennis, C., Palmer, C., Onate,
J.J., Guerrero, I., Hawro, V., Aavik, T., Thies, C., Flohre, A., Hanke, S., Fischer, C.,
Goedhart, P.W.,Inchausti, P. 2010. Persistent negative effects of pesticides on
13
biodiversity and biological control potential on European farmland. Basic Appl. Ecol.
11, 97–105.
Godfray, H.C.J. 1994. Parasitoids, Behavioural and Evolutionary Ecology. Princeton
University Press, New Jersey.
Godoy, K.B., Ávila, C.J., Duarte, M.M., Arce, C.C.M. 2010. Parasitismo e sítios de
diapausa de adultos do percevejo marrom, Euschistus heros na região da Grande
Dourados, MS. Cienc. Rural. 40, 1199–1202.
Hawkins, B.A. 1994. Pattern & Process in Host-Parasitoid Interactions. Cambridge
University Press, New York.
Hoffmann-Campo, C.B., Oliveira, L.J., Moscardi, F., Corrêa-Ferreira, B.S., Corso, I.C.
2012. Pragas que atacam plântulas, hastes e pecíolos da soja, in: Hoffmann-Campo,
C.B., Corrêa Ferreira, B.S., Moscardi, F. (Eds.), Soja: Manejo Integrado de Insetos e
outros Artrópodes-Praga. Embrapa, Brasília, DF, pp.145–212.
Holt, A.R., Gaston, K.J., He, F., 2002. Occupancy–abundance relationships and spatial
distribution: a review. Basic Appl. Ecol. 3, 1–13.
Landis, D.A., Wratten, S. D., Gurr, G.M. 2000. Habitat management to conserve natural
enemies of arthropod pests in agriculture. Annu. Rev. Entomol. 45, 175–201.
Laumann, R.A., Aquino, M.F.S., Moraes, M.C.B., Pareja, M., e Borges, M. 2009.
Response to egg parasitoids Trissolcus basalis and Telenomus podisi to compounds
from defensive secretions of stink bugs. J. Chem. Ecol. 35, 8–19.
Laumann, R. A., Cokl, A., Lopes, A.P.S., Ferreira, J.C., Moraes, M.C.B., Borges, M.
2011. Silent singers are not safe: selective response of a parasitoid to substrate-borne
vibratory signals of stink bugs. Anim. Behav. 82, 1175–1183.
Laumann, R.A., Moraes, M.C.B, Pareja, M. Alarcão, G.C., Botelho, A.C., Maia, A.N.
H., Leonardecz Neto, E., Borges, M. 2008. Comparative biology and functional
14
response of Trissolcus spp. (Hymenoptera: Scelionidae) and implications for stink-bugs
(Hemiptera: Pentatomidae) Biol. Control 44, 32–41.
Liljesthöm, G, Bernstein, C. 1990. Density dependence and regulation in the system
Nezara viridula (L.) (Hemiptera: Pentatomidae), host and Trichopoda giacomellii
(Blanchard) (Diptera: Tachinidae), parasitoid. Oecologia. 84, 45–52.
Longley, M. 1999. A review of pesticide effects upon immature aphid parasitoids within
mummified hosts. Int. J. Pest Manag. 45, 139–145.
Medeiros, M.A., Schmidt, F.V.G., Loiácono, M.S., Carvalho, V.E. Borges, M. 1997.
Parasitismo e predação em ovos de Euschistus heros (Fab.) (Heteroptera: Pentatomidae)
no Distrito Federal, Brasil. An. Soc. Entomol. Bras. 26, 397–401.
Meehan, T.D., Werling, B.P., Landis, D.A., Gratton, C. 2011. Agricultural landscape
simplification and insecticide use in the Midwestern United States. Proc. Natl. Acad.
Sci. 108, 11500 – 11505.
Menalled, F.D., Costamagna, A. C., Marino, P.C., Landis, D.A. 2003. Temporal
variation in the response of parasitoids to agricultural landscape structure. Agric.
Ecosyst. Environ. 96, 29–35.
Menalled, F.D., Marino, P.C., Gage, S.H., Landis, D.A. 1999. Does agricultural
landscape structure affect parasitism and parasitoid diversity? Ecol. Appl. 9, 634–641.
Michereff, M.F.F., Borges, M., Laumann, R.A., Diniz, I.R., Blassioli-Moraes, M.C.
2013. Influence of volatile compounds from herbivore-damaged soybean plants on
searching behavior of the egg parasitoid Telenomus podisi. Entomol. Exp. Appl. 147, 9–
17.
Michereff, M.F.F., Laumann, R.A., Borges, M., Michereff-Filho, M., Diniz, I.R., Farias
Neto, A.L., Moraes, M.C.B. 2011.Volatiles mediating a plant-herbivore-natural enemy
interaction in resistant and susceptible soybean cultivars. J. Chem. Ecol. 37, 273–285.
15
Mills, N.J. 1994. Parasitoid guilds: defining the structure of the parasitoid communities
of endopterygote insect hosts. Environ.Entomol.23, 1066–1083.
Moraes, M.C.B., Laumann, R.A., Pareja, M., Sereno, F.T.P.S., Michereff, M.F.F.,
Birkett, M.A., Pickett, J.A., Borges, M. 2009. Attraction of the stink bug egg parasitoid
Telenomus podisi to defence signals from soybean activated by treatment with cis-
jasmone. Entomol. Exp. Appl. 131, 178–188.
Moraes, M.C.B., Laumann, R.A., Pires, C.S.S., Sujii, E.R., Borges, M. 2005. Induced
volatiles in soybean and pigeon pea plants artificially infested with the Neotropical
brown stink bug, Euschistus heros, and their effect on the egg parasitoid, Telenomus
podisi. Entomol. Exp. Appl.115, 227–237.
Moraes, M.C.B., Pareja, M., Laumann, R.A., Hoffmann-Campo, C.B., e Borges, M.
2008. Response of the parasitoid Telenomus podisi to induced volatiles from soybean
damaged by stink bug herbivory and oviposition. J. Plant. Interact.3, 1742–1756.
Morrison, L. W. King, J.R. 2004. Host location behavior in a parasitoid of imported fire
ants. J. Insect Behav. 17, 367–383.
Moscardi, F., Bueno, A.F, Sosa-Gómez, D.R., Roggia, S., Hoffmann-Campo, C.B.,
Pomari, A. F., Corso, I.C., Yano, S.A.C. 2012. Artrópodes que atacam as folhas da soja,
in: Hoffmann-Campo, C.B., Corrêa Ferreira, B.S., Moscardi, F. (Eds.), Soja: Manejo
Integrado de Insetos e outros Artrópodes-Praga. Embrapa, Brasília, DF, pp.213–334.
Oliveira, C.M., Auad, A.M., Mendes, S.M., Frizzas, M.R. 2014. Crop losses and the
economic impact of insects pests on Brazilian agriculture. Crop Prot. 56, 50–54.
Oliveira, L.J., Roggia, S., Salvadori, J.R., Ávila, C.J., Fernandes, P.M., Oliveira, C.M.
2012. Insetos que atacam raízes e nódulos da soja, in: Hoffmann-Campo, C.B., Corrêa
Ferreira, B.S., Moscardi, F. (Eds.), Soja: Manejo Integrado de Insetos e outros
Artrópodes-Praga. Embrapa, Brasília, DF, pp.75–144.
16
Östman, Ö., Ekbom, B., Bengtsson, J. 2001. Landscape heterogeneity and farming
practice influence biological control. Basic Appl. Ecol. 2, 365–371.
Pacheco, D.J.P., Corrêa-Ferreira, B.S. 1998. Potencial reprodutivo e longevidade do
parasitoide Telenomus podisi Ashmead, em ovos de diferentes espécies de percevejos.
An. Soc. Entomol. Bras. 27, 585–591.
Pacheco, D.J.P., Corrêa-Ferreira, B.S. 2000. Parasitismo de Telenomus podisi Ashmead
(Hymenoptera: Scelionidae) em populações de percevejos pragas da soja. An. Soc.
Entomol. Bras. 29, 295–302.
Panizzi, A.R. 2000. Suboptimal nutrition and feeding behavior of hemipterans on
less preferred plant food sources. An. Soc. Entomol. Bras. 29,1–12.
Panizzi A.R. 2013. History and contemporary perspectives of the integrated pest
management of soybean in Brazil. Neotrop. Entomol. 42, 119–127.
Panizi, A.R., Bueno, A.F., Silva, F.A.C. 2012. Insetos que atacam vagens e grãos, in:
Hoffmann-Campo, C.B., Corrêa Ferreira, B.S., Moscardi, F. (Eds.), Soja: Manejo
Integrado de Insetos e outros Artrópodes-Praga. Embrapa, Brasília, DF, pp.335–420.
Panizzi, A.R., Silva, J.J.D.A. 2010. New records of pentatomids as hosts of Hexacladia
smithii Ashmead (Hymenoptera: Encyrtidae) in Southern Brazil. Neotrop. Entomol. 39,
678–679.
Panizzi, A.R., Slansky Junior, F. 1985. Review of phytophagous pentatomids
(Hemiptera: Pentatomidae) associated with soybean in the Americas. Fla. Entomol. 68,
184–214.
Pedigo, L.P. 2002. Entomology and pest management. Prentice Hall, New Jersey.
Picanço, M.C. Guedes, R.N.C. 1999. Manejo integrado de pragas no Brasil: situação
atual, problemas e perspectivas. Ação Ambient. 2, 23–26.
17
Pilkay, G.L., Reay-Jones, F.P.F., Greene, G.K. 2013. Oviposition by Cylindromyia
euchenor (Walker) (Diptera: Tachinidae) in the brown stink bug, Euschistus servus
(Say) (Hemiptera: Pentatomidae). Proc. Entomol. Soc. Wash.115, 289–293.
Rojas, J. C., Castilho, A. Virgen, A. 2006. Chemical cues used in host location by
Phymastichus coffea, a parasitoid of coffe berry borer adults, Hypothenemus hampei.
Biol. Control 37,141–147.
Roschewitz, I., Hucker, M., Tscharntke, T., Thies, C. 2005. The influence of landscape
context and farming practices on parasitism of cereal aphids. Agric. Ecosyst. Environ.
108, 218–227.
Salerno, G., Colazza, S., Bin, F. 2002. Nezara viridula parasitism by the tachinid fly
Trichopoda pennipes ten years after its accidental introduction into Italy from the New
World. Biol. Control.47, 617–624.
Scheid, B.E, Thies, C., Tscharntke, T. 2011. Enhancing rape pollen beetle parasitism
within sown flower fields along a landscape complexity gradient. Agric. For. Entomol.
13, 173–179.
Schmidt, M.H., Lauer, A., Purtauf, T., Thies, C., Schaefer, M., Tscharntke, T. 2003.
Relative importance of predators and parasitoids for cereal aphid control. Proc. R. Soc.
Lond., B. 270, 1905–1909.
Schweiger, O., Maelfait, J.P., Van Wingerden, W., Hendrickx, F., Billeter, R.,
Speelmans, M., Augenstein, I., Aukema, B., Aviron, S., Bailey, D., Bukacek, R., Burel,
F., Diekotter, T., Dirksen, J., Frenzel, M., Herzog, F., Liira, J., Roubalova, M., Bugter,
R. 2005. Quantifying the impact of environmental factors on arthropod communities in
agricultural landscapes across organizational levels and spatial scales. J. Appl. Ecol.
42,1129–1139.
Shaw, S.R. 2004. Essay on the evolution of adult-parasitism in the subfamily
Euphorinae (Hymenoptera: Braconidae). Proc. Russ. Entomol. Soc. St. Petersburg 75,
82–95.
18
Shaw, S.R., Huddleston, T. 1991. Classification and biology of braconid wasps.
Handbooks for the Identification of British Insects, vol. 7 Part 11. Royal Entomological
Society of London, London.
Stucky, B. J. 2015. Infection behavior, life history, and host parasitism rates of
Emblemasoma erro (Diptera: Sarcophagidae), an acoustically hunting parasitoid of the
cicada Tibicen dorsatus (Hemiptera: Cicadidae). Stucky Zool. Stud. 54, 1–17.
Sujii, E.R., Costa, M.L.M., Pires, C.S., Colazza, S., Borges, M. 2002. Inter and intra
guild interactions in egg parasitoid species of the soybean stink bug complex. Pesqui.
Agropecu. Bras. 37, 1541–1549.
Summerville, K.S., Crist, T.O. 2004. Contrasting effects of habitat quantity and quality
on moth communities in fragmented landscapes. Ecography 27, 3–12.
Symondson, W.O.C., Sunderland, K.D., Greenstone, M.H. 2002. Can generalist
predators be effective biocontrol agents? Annu. Rev. Entomol. 47, 561–594.
Thies, C., Steffan-Dewenter, I., Tscharntke, T. 2003. Effects of landscape context on
herbivory and parasitism at different spatial scales. Oikos 101, 18–25.
Thies, C., Tscharntke, T. 1999. Landscape structure and Biol. Control in
agroecosystems. Science 285, 893–895.
Tillman, P.G. 2006. Susceptibility of pest Nezara viridula (Heteroptera: Pentatomidae)
and parasitoid Trichopoda pennipes (Diptera: Tachinidae) to selected insecticides. J.
Econ. Entomol. 99, 648–657.
Todd, J.W., Herzog, D.C. 1980. Sampling phytophagous pentatomidae on soybean, in:
Kogan, M., Herzog, D. C. (Eds.). Sampling Methods in Soybean Entomology. Springer,
New York, pp. 438–478.
19
Tognon, R., S nt’An , J., J hke, S.M. 2014. Influence of origin l host on che ot xic
behavior and parasitism in Telenomus podisi Ashmead (Hymenoptera:Platygrastridae).
Bull. Entomol. Res.104, 781–787.
Tremblay, E. 1991. Embryonic strategies in koinobiotic endoparasitoid Hymenoptera.
Insect Parasitoid. REDIA 74, 439–443.
Tscharntke, T., Bommarco, R., Clough, Y.,Crist, T.O., Kleijn, D., Rand,
T.A.,Tylianakis, J.M.,van Nouhuys, S., Vidal, S. 2008. Reprint of‘Conservation
biological control and enemy diversity on a landscape scale’[Biol. Control 43 (2007)
294–309], Biol. Control 45, 238–253.
Tscharntke, T., Klein, A.M., Kruess, A., Steffan-Dewenter, I., Thies, C. 2005.
Landscape perspectives on agricultural intensification and biodiversity ecosystem
service management. Ecol. Lett. 8, 857–874.
Tscharntke, T., Tylianakis, J.M., Rand, T.A., Disham, R.K., Fahring, L., Batáry, P.,
Bengtsson, J., Clough, Y., Crist, T.O., Dormann, C.F., Ewers R.M., Fründ, J., Holt,
R.D., Holzschuh, A., Klein, A.M., Kleijn, D., Kremen, C. Landis, D.A., Laurance, W.,
Lindenmayer, D., Scherber, C., Sodhi, N., Steffan-Dewenter, I., Thies, C., Putten,
W.H.van der, Westphal, C. 2012. Landscape moderation of biodiversity patterns and
processes-eight hypotheses. Biol. Rev. 87, 661–685.
Turchen, L.M., Golin, V., Favetti, B. M., Butnariu, A. R., Costa, V.A. 2015. Natural
parasitism of Hexacladia smithii Ashmead (Hymenoptera: Encyrtidae) on Euschistus
heros (F.) (Hemiptera: Pentatomidae): new record from Mato Grosso state, Brazil. Arq.
Inst. Biol., 82, 1–3.
Vieira, C.R., Blassioli-Moraes, M.C., Borges, M., Pires, C.S.S., Sujii, E.R., Laumann,
R.A. 2014. Field evaluation of (E)-2-hexenal efficacy for behavioral manipulation of
egg parasitoids in soybean. BioControl, 1, 1–13.
20
Vieira, C.R., Moraes, M.C.B, Borges, M., Sujii, E.R., Laumann, R.A. 2013. Cis-
jasmone indirect action on egg parasitoids (Hymenoptera: Scelionidae) and its
application in biological control of soybean stink bugs (Hemiptera: Pentatomidae). Biol.
Control 64, 75–82.
Vinson, S.B. 1985. The behaviour of parasitoids, in: Kertut, G.A. and Gilbert, L.I.
(Eds.) Comprehensive Insect Physiology, Biochemistry and Pharmacology. Pergamon
Press, New York, pp.417–469.
Vollhardt, I.M.G., Tscharntke, T. Felix L. Wackers, F.L., Felix J.J.A. Bianchi, F.J.J.A.,
Thies, C. 2008. Diversity of cereal aphid parasitoids in simple and complex landscapes,
Agric. Ecosyst. Environ.126, 289–292.
Werling, B.P., Gratton, C. 2008. Influence of field margins and landscape context on
ground beetle diversity in Wisconsin (USA) potato fields. Agric. Ecosyst. Environ. 128,
104–108.
21
Capítulo I
Adult stink bugs parasitism pattern along a latitudinal
gradient in soybean crop in Brazil
22
Adult stink bugs parasitism pattern along a latitudinal gradient in soybean crop in
Brazil
Michely Ferreira Santos de Aquinoa, Edison Ryoti Sujii
b, Miguel Borges
b, Maria
Carolina Blassioli Moraesb, Raul Alberto Laumann
b
a- Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Biológicas, Campus Universitário
Darcy Ribeiro, CEP 70910-900 Brasília, DF, Brazil. E-mail: [email protected]
b- Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Avenida W5 Norte (Final), CEP
70770-917 Brasília, DF, Brazil. Email: [email protected],
[email protected], [email protected], [email protected]
Corresponding author: Raul Alberto Laumann. Semiochemical Laboratory, Embrapa
Recursos Genéticos e Biotecnologia, Avenida W5 Norte (Final), CEP 70770-917
Brasília, DF, Brazil. E-mail address: [email protected]
23
Abstract
The fauna of stink bugs and their adult parasitoids and parasitism was studied along a
north-south latitudinal gradient in nine important soybean production regions in Brazil.
Stink bugs were sampled and collected in 20 points per area using the shake cloth
method. The stink bugs were carried out to the laboratory and kept in environmental
rooms with temperature set to 26°C ± 2°C and fed with natural diet to observe the
emergence of parasitoids. There was no change in the composition of species of bugs
and parasitoids along the gradient. Euschistus heros was the most abundant stink bug
and occurred in all sampling regions. Hexacladia smithii (Hymenoptera: Encyrtidae)
and Cylindromyia brasiliana, Ectophasiopsis sp., Eutrichopoda sp., Gymnoclytia sp.,
Phasia sp., Trichopoda sp. (Diptera Tachinidae) were the adult parasitoids obtained.
The parasitism was relatively low, ranging from 0.77 to 6.05% along the regions. The
parasitism index did not differ between males and females. Stink bug adults were more
parasitized, parasitism on nymphs was rare, with only 4 individuals of 871 nymphs. The
parasitism rate was independent of local and of stink bugs density. Physiological and
phenological adaptation of some species of stink bugs and parasitoids may have
contributed for no variation in latitudinal gradient of adult parasitoids guild.
Keywords: Pentatomidae, Glycine max, Adult Parasitoids, Parasitism Index
24
1. Introduction
Cultivated in 32 million hectares with a total production of 96.24 million of
tons, soybean is one of the most important crop in Brazil (Conab, 2015). A diverse
herbivory fauna attacks soybean affecting its production during all developmental stages
(Hoffmann-Campo et al., 2012). Stink bugs (Pentatomidae) are the most relevant pests
during the reproductive phase of soybean development because they suck the grains
from their initial development (R3), reducing quality and productivity (Panizzi and
Slansky Junior, 1985).
Soybean production started and developed in southern part of Brazil during the
1960s and 1970s. Later, the crop has expanded throughout the north, crossing the
Central Region and today it is reaching the Amazon Region (Conab, 2015; Thomazini,
2001). During the expansion of the crop in the country, insect fauna changed both in
species composition and in abundance. Most of the changes in stink bug fauna are
related to native species adaptation to the new host plant (Panizzi and Corrêa-Ferreira,
1997) that may influence the composition of the stink bug guilds in different regions.
Nezara viridula (Linnaeus, 1758) was reported as the most abundant species in the past
(Panizzi and Corrêa-Ferreira, 1997) but nowadays Euschistus heros (Fabricius, 1798) is
considered the key pest and Piezodorus guildinii (Westwood, 1837) has also exceed N.
viridula population levels (Panizzi et al., 2012; Panizzi and Corrêa-Ferreira, 1997).
Despite of this general knowledge, guild composition is still unknown in several
soybean cropping areas in Brazil.
The egg and adult parasitoids are the main natural enemies of stink bugs. In
contrast of the well-known fauna of egg parasitoids, principally Platygastridae, that has
also been considered in applied biological control programs (Corrêa-Ferreira, 2002;
Corrêa-Ferreira and Moscardi, 1996), the fauna of parasitoids of adult stink bugs are
less known and information about biology, host-parasitoid relationships, ecology and
behavior is rare and fragmented.
In general, the stink bugs parasitoids of adults allow their hosts to continue their
activities (moving and eating), to the complete development of immature stages. Larva
(Diptera) or adult (Hymenoptera) emerge with hosts still alive (Corrêa-Ferreira et al.,
1998a; Worthley, 1924). These parasitoids may attack their hosts also when they are at
the late nymphal stage (Corrêa-Ferreira et al., 1998a; Panizzi and Slansky Junior, 1985)
but this is a rare event (Jones, 1988). In contrast with egg parasitoids, adult parasitoids
need to deal with a higher array of defenses from the host and also with hormonal and
25
physiological changes related to nymph/adult metamorphosis and sex maturation of
adults (Hawkins, 1994). On the other hand, adult parasitoids search for more
conspicuous hosts than egg parasitoids, considering size, mobility and cues gathered the
from host (Fatouros et al., 2008), which provide a more accurate information of the host
presence increasing the chances of reproductive success. For example, it is well known
that Tachinidae parasitoids of stink bugs when searching by hosts use chemical
information, as sex or aggregation pheromones, (Aldrich et al., 1987, 1991, 2007;
Higaki and Adachi, 2011; Jang et al., 2011; Jang and Park, 2010). In addition, Mitchell
& Mau (1971) connect the observed higher parasitism indexes in males stink bugs with
the specific attraction to male sex pheromone. This specific characteristic of adult
parasitoids may influence the guild composition and the host-parasitoid relationships.
The parasitoids of adult stink bugs, known until now, are Diptera and
Hymenoptera. The Diptera, especially Trichopoda spp., are the most common
parasitoids reported (Corrêa-Ferreira, 1984; Jones et al., 1996). Trichopoda species are
found in North and South America parasitizing Pentatomidae and Coreidae (Arnaud,
1978; Liljesthrom, 1980). Trichopoda giacomellii (Blanchard, 1966) is the most
frequently parasitoid found in Brazil and Argentina attacking, principally Nezara
viridula (Corrêa-Ferreira, 1984; Liljesthrom and Bernstein, 1990). Others species as
Cylindromyia brasiliana (Townsend, 1927) and Gymnoclytia paulista (Townsend,
1929) were found in lower frequence attacking E. heros (Corrêa-Ferreira, 1984).
Among Hymenoptera, Hexacladia smithii Ashmead, 1891 (Hymenoptera: Encyrtidae)
is the most frequent species found parasitizing adults of E. heros in Brazil (Corrêa-
Ferreira et al., 1998a; Godoy et al., 2010; Turchen et al., 2015). This species was also
found in Brazil and in Argentina parasitizing others pentatomids and species of
Coreidae and Scutelleridae (Baldin et al. 2010; Costa Lima, 1930, Cuezzo and Fidalgo,
1997; De Santis, 1979, Panizzi and Silva, 2010).
The hypothesis of Root (1973) about resource concentration postulates that in
environments like monocultures, the abundance of resources, attracts and supports
higher number of herbivorous insects. According to Barbosa (1998) any agroecosystems
there are a limited number of species that are dominant and will influence the natural
enemies communities by reducing their number due to the predominance of a narrow set
of herbivores.
This study has the objective of better understand the composition of stink bugs
and their adult parasitoid fauna in soybean crop along a latitudinal gradient in Brazil.
26
Specifically we will test the hypotheses that: 1- Pentatomids assemblage in soybean
may change with the latitude of the cultivated area influencing the guild composition,
richness and diversity of adult parasitoids. Following general prediction of higher
biological diversity in the tropics (Gaston, 2000, Stuart-Smith et al., 2013) we hope to
find more diverse structure in both assemblage of stink bugs and parasitoids in the
northern distribution areas, and 2- The most abundant and wide geographically
distributed stink bugs species support a higher diversity of parasitoids. In addition, we
will check if parasitism indexes are influenced by parasitoids identity at Order level
(Diptera vs. Hymenoptera), stink bug identity (species), stink bug developmental stage
(nymphs vs. adults) and stink bug sex (females vs. male).
2. Material and methods
2.1 Study areas
Stink bug sampling was performed in soybean crops areas following a 15 degree
of latitudinal gradient in the principal cropping regions in Brazil (Figure 1). The
latitudinal gradient, varied from -13º02’26,71” (l titude) nd -45º59’10,46 (longitude)
in north to -28º14’22,81” (l titude) nd -52º20’43,00” (longitude) in south, and
samplings were carried out in 3 to 4 soybean areas in each region (Supplementary
material: Appendix 1 in this thesis p. 132-133). In total nine regions were sampled and
these were designated N1, N2, C1, C2, C3, C4, C5, C6 and S1 with each symbol
representing the localization in the latitude: north (N), center (C) or south (S). The
numbers added to the symbols increased from northen to southern or from the center to
the borders (Figure 1). In the region N2 just one soybean area was considered, N2.1,
because the other two areas surveyed (N2.2 and N2.3) had negligible number of
collected individuals (3 and 7 stink bugs). The same happened in region C4, where the
area C4.3 was also not considered because of the low number of stink bugs found (N =
3). The crop regions were defined according to soybean farming clusters located in
different latitudes and did not correspond to politic-geographic limits of the country.
Sampling areas were selected trying to keep the same profile of agricultural
management, planting date and soybean stage. Hence, sampling areas selected have
varied from 30 to 50 ha (in cases where areas were larger than 50 ha, samplings were
conducted in subplots of 50 ha). In all the selected areas, agricultural practices were
applied, which include, mechanical farming, non-tillage seeding and synthetic pesticides
use for weed, disease and insect control. In order to avoid immediate effect of
27
insecticide application samplings were performed only in areas where last spray
occurred at least 10 days before, in this way the stink bug data sampling happened in
intervals of 10 to 20 days after the last insecticide application.
Samplings were performed in areas where soybean plants were at the final
reproductive grow stages, e.g., R5-R6 (pod fill) or R7-R8 (physiological maturation)
(Embrapa, 2004) when stink bug populations are most abundant. Samplings were
conducted from January to April 2015 according to the planting dates in each region.
2.2 Insect sampling
Stink bug sampling was performed following procedures established for stink
bug monitoring in soybean (Corrêa-Ferreira, 2012). The shake cloth sampling technique
(Herbert and Harper, 1983; Kogan and Pitre, 1980) was performed in 20 randomized
points within each area. Sampling points were distributed to cover all the area, with
distances between points varying from 50 to 200 m. The sample unit consisted of 1m
long cloth placed on the ground between two rows. The plants of both rows were
shaken and the number of stink bugs adults and nymphs falling on the cloth were
collected and counted. Finally the number of insects captured was converted to the
number of insects per m2. The collections were carried out in the coolest hours of the
day, preferentially in the morning, higher probability to find because the stink bugs need
raise body temperature to fly (Corrêa-Ferreira, 2012). To increase the number of
captured insects and the number of parasitized stink bugs necessary for species
identification and more accurate estimation of parasitism levels, in each area an
additional sampling of stink bugs was performed. During one hour period, two samplers
collected insects using entomological nets or direct collection.
All bugs collected in each sampling point were conditioned in plastic pots of 200
mL and transported to the Semiochemicals Laboratory at Embrapa Recursos Genéticos
e Biotecnologi (15º47’S, 47º55’W). Within the laboratory insects were separated by
stage and species and transferred into a new plastic (200 mL) pot identified by region,
area and sampling point. These pots were maintained in environmental condition at 26 ±
2°C; 60% RH and 14h of photoperiod and insects were fed with fresh bean pods,
sunflower, soybean and peanuts seeds and water, which were renewed three times a
week. Potted stink bugs were checked daily for recording stink bug death, pupation or
adult parasitoid emergence. All stink bugs dead (nymphs and adults) were dissected
within a period of 24 h under stereoscopic microscopy (Wild Heerbrugg) to check for
28
the presence of larvae or pupae of parasitoids. When this procedure was not performed
within a 24 h period, insects were stored at -20°C until dissection. The pupae of
parasitoids recovered from parasitized stink bugs were maintained in plastic pots (50
mL) filled with a thick bed (~2 cm) of wet vermiculite until adult emergence.
Parasitoids were identified according to the order that they belong when they were at
larval stage or to genera/species level when they were obtained at adult stage. Larvae,
pupae and microhymenoptera parasitoids were conserved in glass vials (4 mL) filled
with ethanol (70%). Diptera adults were mounted using entomological pins. Each
parasitoid recorded was described considering host species, host stage and sex, region
and area where the stink bugs were collected, number of individuals and date of
dissection or pupae/adult emergence.
Stink bug species identity was confirmed by Dr. Christiano F. Schwertner
(Universidade Federal de São Paulo - Unifesp) from reference specimens from each
area. Hymenoptera parasitoids were identified by Dr. Daniel Alejandro Aquino
(Faculdade de Ciências Naturais - La Plata – Argentina) and Diptera parasitoids by Dr.
Rodrigo V. P. Dios (Departamento de Zoologia – USP). Larvae and pupae were
classified as Diptera or Hymenoptera by their morphological characteristics. Voucher
specimens were deposited in the entomological collection of Embrapa Recursos
Genéticos e Biotecnologia.
2.3 Data analysis
2.3.1 Diversity of stink bugs and adult parasitoids
To analyze the hypotheses of the influence of a latitudinal gradient in stink bug
assemblage and parasitoid guild diversity (richness and abundance), data of each group
were considered to create Rényi diversity profiles. This is a method for diversity
ordering from low to high diversity (Tóthmérész, 1995) that allows diversity
comparison without arbitrary selection of a specific index. In Rényi profiles values on
ordin tes re in n α sc le fro 0 to infinite (α = 0 indic te richness of e ch re S, α =
1 is equivalent to Shannon diversity index H, α = 2 is equivalent to Simpson diversity
index nd α = ∞ is equivalent to Berger-Parker diversity index (Kindt et al., 2006 and
references there). The shape of the profile is an indication of the evenness, therefore, an
horizontal profile indicates that all species have the same evenness, and when the profile
assumes a decline shape (from left to right) the evenness is lower as the slope of the
curve is higher (Kindt and Coe, 2005). The method compare curves that do not show
29
intersections, curves above the others indicate areas with higher diversity (Kindt and
Coe, 2005). Richness was also compared through regression analysis (R Core Team,
2009) between values of richness estimator (Chao 1) of each region [obtained with Past
software, (Hammer et al., 2001)] and latitude. A cluster analysis, using Bray-Curtis
similarity index was performed to check for the association between regions in relation
composition of stink bugs and parasitoids. These analyses were performed in PAST
software (2.17 version) (Hammer et al., 2001).
2.3.2 Parasitism pattern
All the analyses for parasitism index were performed considering adult stages
owing to the parasitism in late nymphs instars were rare. The parasitism indexes were
compared, among regions and species (considering number of individuals of each
species parasitized/total number of stink bugs parasitized) using generalized linear
models (GLM) and deviance analyses with binomial distribution of errors and logit as
link function. In addition, to test if parasitism indexes are different between Diptera and
Hymenoptera and between males and females of stink bugs similar GLM models were
applied. When over dispersion of data was observed, a quasi-binomial model was
performed. Parasitism index was also evaluated in relation to stink bugs densities
calculated from data of samples obtained with shake cloth technique. The proportion of
stink bugs adults parasitized was calculated as total adult stink bugs parasitized/total
stink bugs in each sampling area. These analyses were also performed using GLM
models with binomial error distribution and logit as a link function, quasi-binomial
model for data with over dispersion was performed. All GLM analyses were performed
in R platform (R Core Team, 2009).
3. Results
3.1 Diversity of stink bugs
From a total of 4484 stink bugs collected, nine species of Pentatominae and one
of Edessinae were identified (Table1). We collected 597 nymphs of 2nd
and 3rd
, 871
lates nymphs (4th
and 5th
) and 3016 adults. The neotropical brown stink bug, Euschistus
heros was the most abundant species with 3799 individuals (84,72% of the total stink
bugs collected). This species was recorded in all nine regions of the study. Piezodorus
guildinii and Nezara viridula usually considered as important pest of soybean were
30
recorded in lower numbers 221 (4.93%) and 148 (3.30%), respectively (Table 1). In the
region N2 just one soybean area was considered, N2.1, because the other two areas
surveyed (N2.2 and N2.3) had negligible number of collected individuals (3 and 7 stink
bugs).The same happened in region C4, where the area C4.3 was also not considered
because of the low number of stink bugs found (N = 3).
The stink bug richness, estimated from observed values, did not show a linear
relation with latitude (linear regression F = 0.02; p = 0.87; r2 = 0.0038) (Figure 2A).
The Rényi diversity profiles (Figure 3A) showed that regions C1, C2 and S1 have
higher richness than the others. Notwithstanding, stink bug diversity of the different
regions was similar (C2 and S1; C6 and C1; and C5 and N2) and this could be related to
similar evenness influenced by high dominance of the species, E. heros (Figure 3A).
The only exception appears to be region N1 where Dichelops furcatus was as abundant
as E. heros (44.68% and 55.32% of the total of insects collected in those regions,
respectively) (Table 1).
The similarity among regions showed the same pattern. Areas in different
latitude as C6 and S1 and the regions N2 and C4 showed 87% and 70% index of
similarity, respectively (Figure 4A).
3.2 Diversity of adult parasitoid
From the insects collected in the field, a total of 96 parasitized stink bugs were
obtained. Parasitoids were distributed in two insect Orders, Diptera and Hymenoptera.
Diptera was represented by six species of Family Tachinidae and Hymenoptera by one
species, Hexacladia smithii (Encyrtidae). The most frequent parasitoid was H. smithii
(17 stink bugs parasitized) followed by Gymnoclytia sp. (11stink bugs parasitized) and
Phasia sp. (9 stink bugs parasitized), all of them using only Euschistus heros as hosts
(Table 2). In C6 region stink bugs were parasitized by Diptera, however, no adults were
obtained from these insects and identification of parasitoids was done only until order
level following larvae or pupae morphological characteristics. The most abundant stink
bug species, E. heros supported higher number of parasitoid species (5). Cylindromyia
brasiliana and Trichopoda sp. were found only in one stink bug individual of Dichelops
furcatus and Nezara viridula, respectively (Table 2).
Similarly, to what was found concerning stink bug community no latitudinal
gradient was observed in parasitoid community composition. There was no relation
between estimated richness of species and latitude (linear regression, F = 0.74; p = 0.42;
31
R2
= 0.11) (Figure 2B). Rényi diversity profile indicate that C2 region had higher
richness and diversity than the others regions (Figure 3B) and regions N1 and C1 had
the lowest diversity. The same result was obtained when considered the similarity
between regions. Regions in different latitudes had similar composition of parasitoids.
N2 and C2 regions, for example, shared more than 70% of similarity in composition of
parasitoids species (Figure 4B).
3.3 Parasitism pattern
Parasitism indexes showed significant variation between regions (GLM and
deviance analyses χ2
= 37.19; df = 8; p = 0.01) with indexes varying around 0.77 to
6.05%. Contrast analysis revealed significant differences among regions (Figure 5A).
Considering parasitism by total stink bugs parasitized, the higher percentage of
parasitism was observed in E. heros (Figure 5B) which was also the most prevalent
species.
The parasitism indexes by Diptera parasitoids varied from 0.31 to 6.05% and for
Hymenoptera parasitoids varied from 0 to 2.70% among regions (Figure 6A). Diptera
parasitoids showed higher parasitism indexes compared to Hymenoptera parasitoids
(GLM and devi nce n lyses χ2
= 31.65; df = 1; p < 0.001), there were significant
differences among regions (GLM and devi nce n lysis χ2 = 36.73; df = 8; p < 0.001)
and there was interaction between these two factors (GLM and devi nce n lyses χ2
=
35.15; df = 8 p < 0.001) (Parasitism by Hymenoptera and Diptera in each region is
showed in figure 6A).
No significant differences were observed in parasitism indexes when considering
stink bugs by sex (GLM and deviance analysis χ2
= 0.10 df = 1 p = 0.74). There were
differences between regions (GLM and deviance analysis χ2
= 37.41; df = 8; p < 0.001)
and there was no interaction between these two factors (GLM and deviance analysis χ2
= 7.73; df = 8; p = 0.45) (Figure 6B). The same results were obtained when male and
female parasitism were analyzed related to parasitoids by order (Diptera (GLM and
deviance analysis host sex χ2 = 0.11 df = 1 p = 0.73; regions χ
2 = 50.36 df = 8 p <
0.01 nd no inter ction χ2 = 6.94 df = 8 p = 0.54) and Hymenoptera (GLM and
deviance analysis host sex χ2= 0.24 df = 1 p = 0.61; regions χ
2 =21.78 gl = 8 p =
0.005 nd no inter ction χ2 = 2.82 gl = 8 p = 0.94) (Parasitism by Hymenoptera and
Diptera in female and male of stink bugs in each region is showed in figures 6C e 6D).
32
Parasitism was observed in both nymphs and adults. Notwithstanding parasitism
in nymphs was rare. Parasitoids were recovered only from 4 nymphs collected,
representing 4.17% of parasitized insects and 0.46% of the late nymphs collected.
Mean stink bugs densities in different field surveyed, estimated by shake cloth
samplings, varied between 0.15 and 4.8 per m2. No significant relation was observed
between parasitism indexes and stink bug field density (GLM analyses = 0.66 df = 21
p = 0.51).
4. Discussion
The stink bug assemblage diversity did not show consistent differences with
latitudinal pattern and this result could be influenced by the high dominance of the
brown stink bug, E. heros. The higher richness observed in some regions is based in the
presence of rare species collected in areas with higher abundance of stink bugs.
Euschistus heros was the most abundant species and it was dominant in all
regions (84.72% of relative abundance), showing that this species maintain the status of
dominance in pentatomids stink bugs assemblage on soybean cultures as previously
related (Corrêa-Ferreira and Panizzi,1999; Panizzi et al., 2012). This stink bug has
increased their presence and dominance in southern part of their geographic distribution
(southern of Brazil) (Panizzi and Corrêa-Ferreira, 1997; Panizzi et al., 1977) and
recently it was also reported in Argentina (Saluso et al., 2011). In the same way,
following the expansion of soybean crop, E. heros is found in northern areas of Brazil,
as in region N1 (São Desidério, Bahia State) of this study (Figure 1) and even in
northern regions of the country such as in Maranhão State placed in the northeastern of
Brazil (Panizzi, 2002) and in Acre State in Amazon region (Thomazini, 2001). This
suggests that E. heros may have high phenotypic and physiological plasticity to be
adapted to different climatic conditions (see supplementary material: Appendix 1.2 in
this thesis p.134). Others reasons that could explain its dominance in soybean fields is
its behavior of overwinter in agriculture areas protected by crop debris and leaf litter
(Panizzi and Niva, 1994; Panizzi and Vivan, 1997). The wide adoption of no-tillage
practices in Brazil could favor E. heros survivorship in cold weather, especially in the
southern distribution range of this species (Panizzi, 2013). In addition, this species
shows high capacity to develop resistance to insecticide (Souza-Gomez et al., 2001;
Souza-Gomez and Silva, 2010). All these factors could help to increase the population
33
levels of this species and not the others. Dichelops furcatus is another species that has
increased its frequency and abundance in grain crops in Brazil (Panizzi, 2013).
However, this species was not abundant in soybean and was recorded primarily in south
of Brazil, but in northern region N1, it was as abundant as E. heros. As suggested by
Panizzi (2013) no tillage and successive host crops cultivation (ex. soybean and corn)
could favor this species, that shows the same overwintering behavior of E. heros.
Stink bug adult parasitoid guild appears to follow a similar trend as herbivorous
stink bugs. Even with clear differences in species richness, the diversity levels were
similar between the regions, with exception of region C2 that was richer and diverse,
and no effect of latitudinal gradient was observed in parasitoid guild. The parasitoids
found in this work was previously reported in different hosts so they appear to be not
specific (Corrêa-Ferreira et al., 1998b; Guimarães, 1977; Jones et al., 1996; Panizzi and
Corrêa-Ferreira, 1997), but they show some host preference, as in the case of
Hexacladia smithii that was obtained exclusively from E. heros as previously reported
in literature (Corrêa-Ferreira, 1998a; Godoy et al., 2010; Turchen et al., 2015).
The dominance of one species of Pentatomidae, E. heros, confirmed the
hypothesis suggested by Barbosa (1998) that claimed for the existence of dominance of
a limited number of species in agroecosystems which would influence in guild
composition of natural enemies. Euschistus heros, also harbored a larger number of
parasitoids species as Gymnoclytia sp. Ectophasiopsis sp., Eutrichopoda sp., Phasia sp.
and Hexacladia smithii, and this has confirmed the hypotheses that herbivorous with
higher abundance support higher diversity of parasitoids (Hawkins, 1994).
When parasitism was considered in relation to the total number of insects
parasitized, higher values of parasitism were found for in E. heros. The dominance of
this species has also contributed to higher parasitism.
In this work the parasitism indexes were low and, varied from 0.77% to 6.05%,
and it was variable among regions. In general, stink bug adult parasitism indexes are
highly variable with values varying from 0 to 5% (Godoy et al., 2010) and 1.5 to
13.99% (Turchen et al., 2015) in soybean conventional crops in Brazil. On the other
hand, in soybean areas in Brazil and U.S.A. where the application of insecticide is
reduced or absent or the use is selective, the parasitism indexes are higher, and vary
from 15 to 60% (Corrêa-Ferreira, 1984; Corrêa-Ferreira et al., 1998a; Jones, 1996;
Mourão and Panizzi, 2000; Panizzi and Oliveira, 1999). High parasitism index around
24.8% to 70% also has been reported for other crops in different regions of the world in
34
experimental areas and in areas of evaluation of applied biological control (release of
parasitoids and stink bugs parasitized or evaluation of establishment of parasitoid after
accidental introduction) (Coombs and Sands, 2000; Salerno et al., 2002; Tillman, 2013).
The low parasitism index among regions and the differences in the diversity of
parasitoids in some of them observed in this study could be explained by management
of stink bugs populations that actually is based in intensive use of insecticides. In Brazil
insecticide application in soybean crops in the last years has increase 2 to 3 times,
reaching 4 to 6 applications per season (Bortolotto et al. 2015; Panizzi, 2013), with the
known negative effect in natural enemies (Theiling and Croft, 1988). On the other hand,
the higher values of parasitism on adult stink bugs in Brazil (Corrêa-Ferreira, 1984;
Corrêa-Ferreira et al., 1998a; Mourão and Panizzi, 2000; Panizzi and Oliveira, 1999)
were reported during the dec des of 1980’s nd 1990’s when integr ted pest
management was employed in areas of soybean crops. In that period, the amount of
insecticide to control insect pests were reduced and more selective products were also
used (Panizzi, 2013).
The Diptera parasitism (0.31 to 6,05%) was higher than the parasitism found for
Hymenoptera (0 to 2,70%). This difference could be influenced by more efficient
Diptera parasitoids involved in the search for hosts. Previous studies suggest that
tachinids parasitoids efficiently use male specific volatiles from stink bugs when
searching for hosts (Aldrich et al., 1991; Tillman et al., 2010). However, further
comparative studies are necessary to confirm this hypothesis.
Adult parasitoids did not discriminate between male and females, both sexes of
stink bugs showed similar parasitism rates. Same results were obtained when Diptera or
Hymenoptera parasitoids were considered individually. As the search for host is
influenced by chemical cues (Aldrich et al., 1987, 1991, 2007; Tillman et al., 2010)
probably the parasitoids follow the sexual and/or defensive pheromone as indicative of
presence of hosts in the area. As suggested by Maclain et al. (1990) the parasitism in
females, probably, is due to their association with males during courtship and/or
copulation.
The parasitism was almost exclusive in adults; only four nymphs were
parasitized (0.46% of the nymphs collected). Nymphs when compared with adults are
more vulnerable than adults to predation pressure because of absence of wings that limit
their dispersion and escape from natural enemies. In addition, nymphs go through by
35
process ecdysis and this phenomenon is influenced by hormonal changes (Chapmann,
1998), which parasitoids have to develop strategies to cope with.
Stink bugs parasitism indexes appear to not be influenced by stink bug densities.
Notwithstanding stink bugs populations sampled in this study showed very low density
levels (from 0.15 to 4.8) and this conclusion need to be confirmed with data covering a
higher density range. In a field study in Argentina, Liljesthröm and Bernstein (1990)
showed that the tachinid Trichopoda giacomellii respond to N. viridula population
dynamics in a density-dependent way. For parasitoids acting efficiently in the regulation
of herbivore populations the response to host density is one important aspect to consider
use in biological control programs (Bernstein, 2000; Debach and Rosen, 1991).
5. Conclusion
Stink bug assemblage and parasitoid guild in soybean do not differ along a
latitudinal gradient in Brazil due to the dominance of one specie, E. heros. This could
suggest that soybean production system and physiological and phenological adaptation
of some species of stink bugs and parasitoids are more relevant than latitudinal and
climatic gradient, from north to south to determinate insect guilds in soybean.
Acknowledgements
We are grateful to Antonio Carlos S. Araújo, Dr. Antônio Ricardo Panizzi, Claudemir
Theodoro, Dr. Crébio J. Ávila, Dr. Germison Tomquelski, Dr. Marcio Peixoto, Dra
Mônica J. B. Pereira, Simone B. Ferreira for the support and indication of soybean
areas. We are also thankful to the undegraduate students that help in field work and
Sergio Noronha for help with the map. Daniel A. Aquino, Rodrigo V. P. Dios, Cristiano
F. Schwertner for identification of insects. This work was supported by Brazilian
Council for Scientific and Technological Development (CNPq) though a grant to M.F.S.
Aquino, the Brazilian Corporation of Agricultural Research (EMBRAPA) and the
Federal District Research Foundation (FAP-DF).
36
References
Aldrich, J.R., Hoffmann, M.P. Kochansky, J.P. Lusby, W.R. Eger, J.E. and Payne J.A.
1991. Identification and attractiveness of a major component for Nearctic Euschistus
spp. stink bugs (Heteroptera: Pentatomidae). Environ. Entomol. 20, 477–483.
Aldrich, J.R., Khrimian, A., Camp, M.J. 2007. Methyl 2,4,6-decatrienoates attract stink
bugs and tachinid parasitoids. J. Chem. Ecol. 33, 801–815.
Aldrich, J.R., Oliver, J.E., Lusby, W.R., Kochansky, J.P., Lockwood, J.A., 1987.
Pheromone strains of the cosmopolitan pest, Nezara viridula (Heteroptera,
Pentatomidae) J. Exp. Zool. 244, 171–175.
Arnaud, P.H. 1978. A host-parasite catalogue of North American Tachinidae (Diptera).
U.S. Department of Agriculture, Miscellaneous Publication 1319.
Baldin, E.L.L., Fujihara, R.T., Arlindo, J.R.L.B., Almeida, M.C.D.E. 2010. Parasitismo
de percevejos-praga do maracujazeiro no Brasil por Hexacladia smithii Ashmead
(Hymenoptera: Encyrtidae). Neotrop. Entomol.39, 306–307.
Barbosa, P.C. 1998. Conservation Biological Control, Academic Press, San Diego,
California.
Bernstein, C. 2000. Host–parasitoid models: the story of successful failure, in:
Hochberg, M., Ives, A. (Eds.), Population Biology of Host–Parasitoids Interactions.
Princeton University Press, Princeton, New Jersey, pp. 41–57.
Bortolotto, O.C., Pomari-Fernandes, A., Bueno, R.C.O. de, Bueno, A. de F., Kruz,
Y.K.S., Queiroz, A.P., Sanzovo, A. Ferreira, R.B. 2015. The use of soybean integrated
pest management in Brazil: a review. Agron. Sci. Biotechnol. 1, 25–32.
Chapmann, R. F. 1998. The Insects: Structure and Function, fourth ed. Cambridge
University Press, United Kingdom.
37
Conab. Companhia Nacional de Abastecimento, 2015. Acompanhamento da safra
brasileira: Grãos. Safra 2014/2015. Décimo Segundo levantamento
http://www.conab.gov.br/OlalaCMS/uploads/arquivos/15_09_11_10_42_03_boletim_gr
aos_setembro_2015.pdf (accessed 15. 12. 2015).
Coombs, M., Sands, D.P.A. 2000. Establishment in Australia of Trichopoda giacomellii
Blanchard (Diptera: Tachinidae) a biological control agent for Nezara viridula (L.)
(Hemiptera: Pentatomidae). Aust. J. Entomol.39, 219–222.
Corrêa-Ferreira, B.S. 1984. Incidência do parasitóide Eutrichopodopsis nitens
Blanchard, 1966 em populações do percevejo verde Nezara viridula (Linnaeus, 1758).
An. Soc. Entomol. Brasil 13, 321–330.
Corrêa Ferreira, B.S. 2002. Trissolcus basalis para o controle de percevejos da soja, in:
Parra, J.R.P. et al., Controle Biológico no Brasil, Parasitoides e Predadores. Manole
Ltda, São Paulo, pp. 449–476.
Corrêa Ferreira, B.S. 2012. Amostragem de pragas da soja, in: Hoffmann-Campo, C.B.,
Corrêa Ferreira, B.S., Moscardi, F. (Eds.), Soja: Manejo Integrado de Insetos e outros
Artrópodes-Praga. Embrapa, Brasilia, DF, pp. 631–672.
Corrêa-Ferreira, B.S. Nunes, M.C., Uguccioni, L.D. 1998a. Ocorrência do parasitoide
Hexacladia smithii Ashmead em adultos de Euschistus heros (F.) no Brasil. An. Soc.
Entomol. Bras., 27, 495–498.
Corrêa-ferreira, B.S., Nunes, M.C., Uguccioni, L.D. 1998b. Levantamento do complexo
de parasitoides em adultos de percevejos da soja. Resultados de Pesquisa Embrapa Soja
1997 (Documentos, 118). Londrina, 70-71.
Corrêa-Ferreira, B.S., Moscardi, F. 1996. Biological control of soybean stink bugs by
inoculative releases of Trissolcus basalis. Entomol. Exp. Appl. 79, 1–7.
Corrêa-Ferreira, B.S., Panizzi, A.R. 1999. Percevejos da soja e seu manejo. Embrapa-
CNPSo, Londrina. Circular Técnica 24.
38
Costa Lima, A. 1930. Sobre insetos que vivem em maracujás (Passiflora spp.).
Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, 23, 159–162.
Cuezzo, F., Fidalgo, P. 1997. Hexacladia smithii Ashmead (Hymenoptera:Encyrtidae):
a new record for Argentina and two new pentatomid hosts recorded, Antiteuchus
variolosus Westwood and Edessa meditabunda (F.) (Hemiptera: Pentatomidae). The
Entomologist, 116, 11–14.
De Santis, L. 1979. Catálogo de los himénopteros calcidoideos de América AL sur de
los Estados Unidos. La Plata: Publicación Especial Comisión de Investigaciones
Cientificas, Provincia de Buenos Aires.
Debach, P., Rosen, D. 1991. Biological Control by Natural Enemies, second ed.
Cambridge University Press, Cambridge.
Embrapa. 2004. Tecnologias de Produção de Soja Região Central do Brasil 2005.
Embrapa Soja, Embrapa Cerrados, Embrapa Agropecuária Oeste (Eds).
Gaston, K.J. 2000. Global patterns in biodiversity. Nature. 405, 220–227.
Godoy, K.B., Ávila, C.J., Duarte, M.M., Arce, C.C.M. 2010. Parasitismo e sítios de
diapausa de adultos do percevejo marrom, Euschistus heros na região da Grande
Dourados, MS. Cienc. Rural 40, 1199–1202.
Guimaraes, J.H. 1977. Host-parasite and parasite-host catalogue of South American
Tachinidae (Diptera) Arq. Zool. 28, 1–131.
Hammer, O., Harper, D.A.T., Ryan, P.D. 2001. PAST: Paleontological statistics
software package for education and data analysis. Palaeontologia Electronica 4
(1):9pp. http://palaeo-electronica.org/2001_1/past/issue1_01.htm.
Hawkins, B.A. 1994. Pattern & Process in Host-Parasitoid Interactions. Cambridge
University Press, New York.
39
Hoffmann-Campo, C.B., Corrêa-Ferreira, B.S., Moscardi, F..2012. Soja: Manejo
Integrado de Insetos e outros Artrópodes-Praga. Embrapa, Brasília, DF.
Fatouros, N.E., Dicke, M., Mumm, R., Meiners, T., Hilker, M. 2008. Foraging behavior
of egg parasitoids exploiting chemical information. Behav. Ecol. 19, 677–689.
Herbert, A.D., Harper, J.D. 1983. Modification of the shake cloth sampling technique
for soybean insect research. J. Econ. Entomol. 76, 667–670.
Higaki, M., Adachi, I. 2011. Response of a parasitoid fly, Gymnosoma rotundatum
(Linnaeus) (Diptera:Tachinidae) to the aggregation pheromone of Plautia stali Scott
(Hemiptera:Pentatomidae) and its parasitism of hosts under field conditions. Biol.
Control 58, 215–221.
Jang, S.A., Jin Hoon Cho, J.H., Gyeong Mi Park, G.M., Ho Yul Choo, H.Y., Park, C.G.
2011. Attraction of Gymnosoma rotundatum (Diptera: Tachinidae) to different amounts
of Plautia stali (Hemiptera: Pentatomidae) aggregation pheromone and the effect of
different pheromone dispensers. J. Asia Pac. Entomol. 14, 119–121.
Jang, S.A., Park, C.G. 2010. Gymnosoma rotundatum (Diptera: Tachinidae) attracted to
the aggregation pheromone of Plautia stali (Hemiptera: Pentatomidae). J. Asia Pac.
Entomol. 13, 73–75.
Jones, W.A. 1988. World review of the parasitoids of the Southern green stink bug,
Nezara viridula (L.) (Heteroptera: Pentatomidae). Ann. Entomol. Soc. Am. 81, 262–
273.
Jones, W.A., Shepard, B.M., Sullivan, M.J. 1996. Incidence of parasitism of pentatomid
(Heteroptera) pests of soybean in South Carolina with a review of studies in other states.
J. Agric. Entomol.13, 243–263.
Kindt, R., Coe, R. 2005.Tree Diversity Analysis. A manual and software for common
statistical methods for ecological and biodiversity studies. Nairoby, World Agroforestry
Centre (ICRAF).
40
Kindt, R., Van Damme, P., Simons, A.J. 2006.Tree diversity in western Kenya: using
profiles to characterise richness and evenness. Biodivers. Conserv. 15, 1253–1270.
Kogan, M., Pitre Jr., H.N. 1980. General sampling methods for above-ground
populations of soybean arthropods, in: Kogan, M., Herzog, D.C. Sampling Methods in
Soybean Entomology. Springer-Verlag, New York, pp. 30–60.
Liljesthöm, G., Bernstein, C. 1990. Density dependence and regulation in the system
Nezara viridula (L.) (Hemiptera: Pentatomidae), host and Trichopoda giacomellii
(Blanchard) (Diptera: Tachinidae), parasitoid. Oecologia 84, 45–52.
McLain, D.K., Marsh, N.B., Lopez, J.R., Drawdy, J.A. 1990. Intravernal changes in the
level of parasitization of the Southern green stink bug (Hemiptera: Pentatomidae), by
the feather-legged fly (Diptera: Tachinidae): Host sex, mating status, and body size as
correlated factors. J. Entomol. Sci. 25, 501–509.
Liljesthrom, G. 1980. Nota sobre Trichopoda giacomellii (Blanchard, 1966) (Diptera:
Tachinidae). Neotropica 26, 233–236.
Mitchell, W.C., Mau, R.F.L. 1971. Response of the female southern green stink and its
parasite, Trichopoda pennipes, to male stink bug pheromones. Ibid 64, 856–859.
Mourão, A.P. M., Panizzi, A.R. 2000. Diapausa e diferentes formas sazonais em
Euschistus heros (Fabr.) (Hemiptera: Pentatomidae) no Norte do Paraná. An. Soc.
Entomol. Bras. 29, 205–218.
Panizzi, A.R. 2002. Stink bugs on soybean in northeastern Brazil and a new record on
the southern green stink bug, Nezara viridula (L.) (Heteroptera: Pentatomidae).
Neotrop. Entomol., 31, 331–332.
Panizzi, A.R. 2013. History and contemporary perspectives of the integrated pest
management of soybean in Brazil. Neotrop. Entomol. 42, 119–127
41
Panizzi, A.R., Bueno, A.F., Silva, F.A.C. 2012. Insetos que atacam vagens e grãos, in:
Hoffmann-Campo, C.B., Corrêa Ferreira, B.S., Moscardi, F. (Eds.), Soja: Manejo
Integrado de Insetos e outros Artrópodes-Praga. Embrapa, Brasília, DF, pp.335–420.
Panizzi A.R., Corrêa-Ferreira, B.S. 1997. Dynamics in the insect fauna adaptation to
soybean in the tropics. Trends Entomol. 1, 71–88.
Panizzi A.R., Corrêa-Ferreira, B.S., Gazzoni, D.L., Oliveira, E.B., Newman, G.G.,
Turnipseed, S.G. 1977. Insetos da soja no Brasil, Embrapa-CNPSo, Londrina.
Panizzi, A.R., Niva, C. 1994. Overwintering strategy of the brown stink bug in Northern
Paraná. Pesqui. Agropecu. Bras. 29, 509–511.
Panizzi, A.R., Oliveira, A.M. 1999. Seasonal occurrence of tachinid parasitism on stink
bugs with different overwintering strategies. An. Soc. Entomol. Bras. 28, 169–172.
Panizzi, A.R., Silva, J.J.D.A. 2010. New records of pentatomids as hosts of Hexacladia
smithii Ashmead (Hymenoptera: Encyrtidae) in Southern Brazil. Neotrop. Entomol. 39,
678–679.
Panizzi, A.R., Slansky Junior, F. 1985. Review of phytophagous pentatomids
(Hemiptera: Pentatomidae) associated with soybean in the Americas. Fla. Entomol. 68,
184–214.
Panizzi, A.R., Vivan, L.M. 1997. Seasonal abundance of the neotropical brown stink
bug, Euschistus heros in overwintering sites and the breaking of dormancy. Entomol.
Exp. Appl., 82, 213–217.
R Development Core Team. 2009. R: a Language and Environment for Statistical
Computing. R Foundation for Statistical Computing. ISBN 3-900051-07-0, Vienna,
Austria. http://www.R-project.org.
Root, R.B. 1973. Organization of a plant-arthropod association in simple and diverse
habitats: the fauna of collards (Brassica oleracea). Ecol. Monogr. 43, 95–124.
42
Salerno, G., Colazza, S., Bin, F. 2002. Nezara viridula parasitism by the tachinid fly
Trichopoda pennipes ten years after its accidental introduction into Italy from the New
World.Biol. Control 47, 617–624.
Saluso, A. Xavier, L., Silva, F.A.C., Panizzi, A.R. 2011. An invasive pentatomid pest in
Argentina: Neotropical brown stink bug, Euschistus heros (F.) (Hemiptera:
Pentatomidae). Neotrop. Entomol. 40, 704–705.
Souza-Gomes, D.R, Corso, I.C., Morales, L. 2001. Inseticide resistance to endolsufan,
monocrotophos and methamidophos in the neotropical brown stink bug, Euschistus
heros (F.) Neotrop. Entomol. 30, 317–320.
Souza-Gomez, D.R, Silva, J.J. 2010. Neotropical Brown stink bug (Euschistus heros)
resistence to methamidophos in Paraná, Brazil. Pesqui. Agropecu. Bras. 45, 767–769.
Stuart-Smith, R.D, Bates, A.E. Lefcheck, J.S., Duffy, J.E., Baker, S.C., Thomson, R.J.,
Stuart-Smith, J.F., Hill, N.A., Kininmonth, S.J., Airoldi, L., Becerro, M.A., Campbell,
S.J., Dawson, T.P., Navarrete, S.A.,Soler, G.A., Strain, E.M.A., Willis, T.J., Graham J.
Edgar, G.J. 2013. Integrating abundance and functional traits reveals new global
hotspots of fish diversity. Nature. 501, 539–544.
Theiling, K.M., Croft, B.A. 1988. Pesticide side-effects on arthropod natural enemies: a
database summary. Agric. Ecosys. Env. 21, 191–218.
Tillman, P. G. 2013. Stink bugs (Heteroptera: Pentatomidae) and their natural enemies
in alfafa in South Georgia. J. Entomol. Sci. 48, 1–8.
Tillman, P.G., Aldrich, J.R., Khrimian, A., Cottrell, T. E. 2010. Pheromone attraction
and cross-attraction of Nezara, Acrosternum, and Euschistus spp. stink bugs
(Heteroptera: Pentatomidae) in the field. Environ. Entomol. 39, 610–617.
Thomazini, M. J. 2001. Insetos associados a cultura de soja no estado do Acre, Brasil.
Acta Amaz. 31, 673–681.
43
Tóthmérész B. 1995. Comparison of different methods for diversity ordering. J. Veg.
Sci. 6, 283–290.
Turchen, L.M., Golin, V., Favetti, B.M., Butnariu, A.R., Costa, V.A. 2015. Natural
parasitism of Hexacladia smithii Ashmead (Hymenoptera: Encyrtidae) on Euschistus
heros (F.) (Hemiptera: Pentatomidae): new record from Mato Grosso State, Brazil. Arq.
Inst. Biol., 82, 1–3.
Worthley, H.N. 1924. The biology of Trichopoda pennipes Fab. (Diptera, Tachinidae),
a parasite of the common squash bug. Psyche 31, 7–16.
44
Figure 1. Localities where sampling of stink bugs were conducted in soybean
agroecosystems in Brazil. Nine regions: N1, N2, C1, C2, C3, C4, C5, C6, S1. N1, N2:
Regions located in north of Brazil (the numbers increase from northen to southern). C1,
C2, C3, C4, C5, C6: Regions located in the center of Brazil (the numbers increase from
the center to the borders of Cerrado). S1: Region of study located in south of Brazil
(limits south of Atlantic forest).
45
Table 1. Richness, absolute (number of insects) and relative (percentage of insects related to the total collected in each region or percentage of
insects related to total collected in all regions) abundance of stink bugs collected in soybean of different regions of Brazil.
Subfamily
Tribe Species Regions
N1 N2 C1 C2 C3 C4 C5 C6 S1 Total
Pentatominae
Carpocorini
Dichelops
furcatus
42
44.68%
75
5.38%
46
10.77%
4
0.61%
37
6.56%
204
4.55%
Dichelops
melacanthus
1
0.16%
1
0.23%
18
3.79%
20
0.45%
Euschistus
heros
52
55.32%
115
99.14%
578
95.38%
1072
76.84%
337
78.92%
91
61.90%
653
98.94%
440
92.63%
461
81.74%
3799
84.72%
Oebalus
poecilus
1
0.07%
1
0.02%
Nezarini
Chinavia
impicticornis
1
0.07%
1
0.02%
Chinavia
longicorialis
1
0.18%
1
0.02%
Chinavia
ubica 1
0.16%
3
0.22%
4
0.09%
Continue
46
Subfamily
Tribe Species Regions
N1 N2 C1 C2 C3 C4 C5 C6 S1 Total
Pentatominae
Nezarini
Nezara
viridula
1
0.16%
43
3.08%
21
4.92%
44
29.93%
39
6.91%
148
3.30%
Piezodorini
Piezodorus
guildinii
10
1.66%
195
13.98%
2
0.30%
14
2.48%
221
4.93%
Edessinae
Edessa
meditabunda
1
0.86%
15
2.48%
5
0.36%
22
5.15%
12
8.16%
1
0.15%
17
3.58%
12
2.13%
85
1.90%
4484
100%
N1, N2= Regions located in north of Brazil (the numbers increase from northen to southern)
C1, C2, C3, C4, C5 and C6 = Regions located in the center of Brazil (the numbers increase from the center to the borders of Cerrado).
S1=Region of study located in south of Brazil (limits south of Atlantic forest).
47
Figure 2. Richness estimative of insects collected in nine different regions (N1, N2, C1,
C2, C3, C4, C5, C6, S1) of soybean and their relation to the latitude using linear
regression N1, N2: Regions located in north of Brazil (the numbers increase from
northen to southern). C1, C2, C3, C4, C5, C6: Regions located in the center of Brazil
(the numbers increase from the center to the borders of Cerrado). S1: Region of study
located in south of Brazil (limits south of Atlantic forest). A: Stink bugs (r2 = 0.0038, p
= 0.87); B: Parasitoids (r2 = 0.11, p = 0.42).
0
2
4
6
8
10
12
10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Ric
hn
ess
est
ima
tor (
Ch
ao
1)
Latitude
A
0
2
4
6
8
10
10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Ric
hn
ess
est
ima
tor (
Ch
ao
1)
Latitude
B
48
Figure 3. Diversity of insects captured in soybean in nine regions (N1, N2, C1, C2, C3,
C4, C5, C6, S1) estimated using the Renyi’s diversity profile. N1, N2: Regions located
in north of Brazil (the numbers increase from northen to southern). C1, C2, C3, C4, C5,
C6: Regions located in the center of Brazil (the numbers increase from the center to the
borders of Cerrado). S1: Region of study located in south of Brazil (limits south of
Atlantic forest). A: Stink bugs; B: Parasitoids – represented by number of stink bug
from which they have emerged.
Div
ersi
ty
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0
Alpha
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
N1N2C1
C2C3C4
C5C6S1
A
Div
ersi
ty
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0
Alpha
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
N1N2C1
C2C3C4
C5C6S1
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0
Alpha
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
4.0
4.5
N1N2C1
C2C3C4
C5S1
5.0
Div
ersi
ty
B
Div
ersi
ty
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0
Alpha
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
N1N2C1
C2C3C4
C5C6S1
49
Figure 4. Similarity dendogram of insects captured in soybean in nine regions (N1, N2,
C1, C2, C3, C4, C5, C6, S1) using the Bray-Curtis index obtained by Cluster analysis.
N1, N2: Regions located in north of Brazil (the numbers increase from northen to
southern). C1, C2, C3, C4, C5, C6: Regions located in the center of Brazil (the
numbers increase from the center to the borders of Cerrado). S1: Region of study
located in south of Brazil (limits south of Atlantic forest). A: Stink bugs. B: Parasitoids.
100
65
64
73
46
61
65
58
0.24
0.32
0.40
0.48
0.56
0.64
0.72
0.80
0.88
0.96
Sim
ilari
ty
C1
C5
C3
C6
S1
C2
N2
C4
N1
A
10035
65
3142
71
72
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
Sim
ilari
ty
N2
C2
C5
C3
S1
C1
C4
N1
B
50
Figure 5. Parasitism of insects captured in nine regions (N1, N2, C1, C2, C3, C4, C5,
C6,S1). N1, N2: Regions located in north of Brazil (the numbers increase from northen
to southern). C1, C2, C3, C4, C5, C6: Regions located in the center of Brazil (the
numbers increase from the center to the borders of Cerrado). S1: Region of study
located in south of Brazil (limits south of Atlantic forest). A: Percentage of parasitism
of stink bugs in nine regions. Letters means significative differences (GLM and
deviance analysis p = 0.01); Bars indicate percentage mean ± SE. B: percentage of
parasitism of each specie regarding total number of stink bugs parasitized.
0
2
4
6
8
10
12
N1 N2 C1 C2 C3 C4 C5 C6 S1
% P
aras
itis
mA
ab ab
ab
ab
b
b
b
ab
a
0
20
40
60
80
100
Euschistus
heros
Nezara
viridula
Dichelops
furcatus
Edessa
meditabunda
% P
aras
itis
m
B
b
cbc
a
51
Subtitle on the next page
0
2
4
6
8
10
12
N1 N2 C1 C2 C3 C4 C5 C6 S1 R
% P
aras
itis
m
Diptera Hymenoptera
A
0
2
4
6
8
10
12
14
N1 N2 C1 C2 C3 C4 C5 C6 S1 R
% P
aras
itis
m
female parasitized male parasitized
B
52
Figure 6. Percentage of parasitism of insects captured in nine regions (N1, N2, C1, C2,
C3, C4, C5, C6, S1). N1, N2: Regions located in north of Brazil (the numbers increase
from northen to southern). C1, C2, C3, C4, C5, C6: Regions located in the center of
Brazil (the numbers increase from the center to the borders of Cerrado). S1: Region of
study located in south of Brazil (limits south of Atlantic forest). Bars indicate
(percentage mean ± SE). R indicate mean considering total regions. A - Parasitized stink
bugs by Diptera and Hymenoptera orders in adults of stink bugs;* Indicate significant
differences between pairs (GLM and deviance analysis p < 0,001). B - Parasitism of
females and males of stink bugs found in soybean. C - Parasitism of females and males
of stink bugs by Diptera parasitoids. D - Parasitism of females and males of stink bugs
by Hymenoptera parasitoids.
02468
10121416
N1 N2 C1 C2 C3 C4 C5 C6 S1 R
% P
aras
itis
m
female parasitized male parasitized
C
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
N1 N2 C1 C2 C3 C4 C5 C6 S1 R
% P
aras
itis
m
female parasitized male parasitized
D
53
Table 2. Richness, abundance absolute (number of insects) and relative (percentage of insects related to total collected (lates nymphs and adults)
in each region or percentage of insects related to total stink bugs parasitized) of parasitoids collected in soybean of different regions of Brazil.
Order
Family Species Regions
N1 N2 C1 C2 C3 C4 C5 C6 S1 Total
Diptera
Tachinidae Cylindromyia
brasiliana
1
1.18%
Df
1
1.04%
Ectophasiopsis
sp.
1
0.23%
Eh
1
1.04%
Eutrichopoda
sp.
1
0.07%
Eh
1
0.76%
Em
2
2.08%
Gymnoclytia
sp.
2
1.79%
Eh
1
0.22%
Eh
2 Eh
0.15%
4
0.65%
Eh
2
0.45%
Eh
11
11.46%
Phasia sp.
1 Eh
0.07%
1 Eh
0.27%
7
1.59%
Eh
9
9.38%
Tricopoda sp.
1
0.76%
Nz
1
1.04%
Continue
54
Order
Family Specie Regions
N1 N2 C1 C2 C3 C4 C5 C6 S1 Total
Diptera
Tachinidae Unidentified
1
1.18%
Df
1
0.89%
Eh
3
0.65%
Eh
12
0.88%
Eh
5
3.03%
Nz
3
0.49%
Eh
5
1.68%
Eh
10
2.27%
Eh
40
41.67%
1
0.22%
Nz
1
0.07%
Nz
1
0.34%
Em
4
0.91%
Nz
7
7.29%
1
0.07%
Df
3
0.68%
Df
4
4.17%
Hymenoptera
Encyrtidae
Hexacladia
smithii
3
2.68%
Eh
5
0.37%
Eh
1
0.27%
Eh
9
1.46%
Eh
17
17.71%
Unidentified
2
0.15%
Eh
3
3.12%
96
100%
Stink bugs that parasitoids were found: Df = Dichelops furcatus; Eh= Euschistus heros; Em = Edessa meditabunda; Nz = Nezara viridula.
Unidentified = Represent individuals that were in larvae, pupe or that not yielded adult parasitoid even with egg in surface body.
N1, N2: Regions located in north of Brazil (the numbers increase from northen to southern).
C1, C2, C3, C4, C5, C6: Regions located in the center of Brazil (the numbers increase from the center to the borders of Cerrado).
S1:Region of study located in south of Brazil (limits south of Atlantic forest).
55
Capítulo II
Influência da estrutura da paisagem e dos métodos de manejo
de pragas nas populações de percevejos e seus parasitoides de
adultos na cultura de soja
56
Introdução
As atividades humanas incrementaram mudanças aceleradas da paisagem natural
durante as últimas décadas do século XX na maioria dos biomas do mundo (Lepers et
al., 2005).
A intensificação da agricultura em larga escala é um dos principais agentes de
destruição de habitats naturais e fragmentação de remanescentes, com consequente
redução da biodiversidade (Tscharntke et al., 2005a). Dependendo do grau de expansão
das áreas cultivadas as paisagens agrícolas podem variar em estrutura, podendo ser
dominada por cultivos ou apresentar maior porcentagem de habitats naturais
(Tscharntke et al., 2008).
A paisagem agrícola influencia a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos
nos campos cultivados.Vários estudos têm sugerido que em paisagens agrícolas com
maior porcentagem de áreas naturais e seminaturais e com menor cobertura de área
cultivada, a diversidade, abundância e impacto dos inimigos naturais nos herbívoros
pragas é maior (Bianchi et al., 2005; Chaplin-Kramer et al., 2011; Menalled et al., 1999;
Roschewitz et al., 2005; Scheidet al., 2011; Schmidt et al., 2003; Thies et al., 2003;
Thies e Tscharntke, 1999; Woltz et al., 2011). Adicionalmente, paisagens complexas,
com maior diversidade de habitats favorecem a persistência de populações de inimigos
naturais em áreas agrícolas (Bianchi et al., 2006). A diversidade de vegetação nesses
habitats fornece maior disponibilidade de recursos florais, como pólen e néctar. Estes
recursos, principalmente néctar, influenciam positivamente a longevidade e fecundidade
dos parasitoides com consequências diretas na sua aptidão (Lee et al., 2004; Wälckers,
2001; Winkler et al., 2006). Além destes recursos, habitats diversos também fornecem
hospedeiros alternativos, locais para hibernação e locais de refúgio favorecendo a
permanência das populações de inimigos naturais em escala temporal e espacial.
Herbívoros-praga também podem encontrar recursos nesses habitats já que são mais
estáveis comparados a áreas agrícolas e podem abrigar plantas hospedeiras alternativas
(Bianchi et al., 2006).
Assim, habitats com vegetação nativa inseridos na paisagem agrícola atuam
como fonte de herbívoros e inimigos naturais, os quais se movimentam do habitat
natural para o cultivado (Bianchi et al., 2006; Macfadyen et al., 2015), fenômeno
conhecido co o “tr nsbord ento entre h bit ts” (tr dução livre do original: cross
habitat spillover) (Tscharntke et al., 2012). Este efeito também ocorre de campos
57
cultivados para habitats naturais (Blitzer et al., 2012; Rand et al., 2006; Tscharntke et
al., 2005b). Dessa maneira se estabelece uma dinâmica de fonte-dreno (source-sink) na
qual manchas de vegetação com populações sustentáveis servem como fonte de
organismos que dispersam para manchas de vegetação com populações temporárias ou
não sustentáveis (Bianchi et al., 2006; Dunning et al., 1992; Tscharntke et al., 2008). No
caso das paisagens agrícolas, as variações na disponibilidade de recursos ao longo do
tempo nos diferentes habitats, (ex. áreas naturais e áreas cultivadas) faz com que estes
possam atuar alternativamente como sítios fonte ou dreno (Bianchi et al., 2006; Rand et
al., 2006; Tscharntke et al., 2012).
A dispersão de inimigos naturais entre habitats também pode resultar da
exploração de recursos que estão separados espacialmente, também conhecido como
complementação de paisagem (Dunning et al., 1992; Tscharntke et al., 2012). Por
exemplo, os parasitoides que necessitam de néctar quando adultos e de hospedeiros para
o desenvolvimento de suas larvas podem transitar entre campos agrícolas e vegetação
natural (Landis et al., 2000; Tylianakis et al., 2004).
Desta maneira a presença de áreas (manchas) de vegetação natural inseridas na
paisagem agrícola e sua proximidade aos campos de cultivo são importantes para os
inimigos naturais e pode reforçar o seu impacto como reguladores das populações de
insetos herbívoros pragas de culturas (Tscharntke et al., 2008).
Rand et al. (2006) sugerem que o frequente transbordamento entre habitats
naturais e agrícolas pode ser responsável pela maior agregação de inimigos naturais e
controle de insetos pragas próximo às bordas do campo. Esta hipótese se sustenta em
estudos que demonstraram maior abundancia de inimigos naturais (Dyer e Landis,
1997; Freeman-Long et al., 1998) e maiores índices de parasitismo (Thies e Tscharntke,
1999; Tscharntke et al., 2002) nas bordas em relação ao interior de campos cultivados.
Recursos importantes, descritos anteriormente para a sustentação de populações de
inimigos naturais, como fontes de pólen e néctar e hospedeiros alternativos são os
fatores que foram atribuídos à abundância e impacto nas populações de herbívoros
nestes estudos.
Campos cultivados diferentemente de áreas naturais são ambientes submetidos a
distúrbios frequentes como substituição vegetal e aplicações de inseticidas, que podem
interromper o serviço de controle biológico. Os impactos negativos de inseticidas sobre
inimigos naturais são amplamente conhecidos e documentados (Desneux et al., 2006,
2007; Koss et al., 2005; Langolf et al., 2003; Macfadyen et al., 2014; Suma et al., 2009).
58
Em uma revisão Desneux et al. (2007) apontam que além do efeito direto na
mortalidade de artrópodes benéficos há efeitos subletais na fisiologia e no
comportamento. Além disso, os efeitos dos inseticidas podem se estender a nível da
comunidade e ecossistema devido aos fenômenos de bioacumulação e biomagnificação
(Desneux et al., 2007). Salerno et al. (2002) observaram que inseticidas podem
influenciar no comportamento de busca de hospedeiros. Em seu estudo com o
parasitoide Trissolcus basalis (Wollaston, 1858) (Hymenoptera: Platygastridae) exposto
a um piretroide, observaram a redução no tempo de permanência do parasitoide em
arena tratada com estímulos do hospedeiro Nezara viridula (Linnaeus, 1758)
(Hemiptera: Pentatomidae).
Percevejos pentatomideos são as principais pragas da cultura de soja, além de
outros cultivos como feijão, milho ou girassol (Schaefer e Panizzi, 2000). A
disponibilidade de cultivos em rotação ao longo do ano, como soja e milho, pode
favorecer o crescimento populacional de percevejos (Panizzi, 2013). A composição e
distribuição dos cultivos na paisagem agrícola também podem influenciar a população
de percevejos (Reeves et al., 2010; Tillman, 2013; Tillman et al., 2009). Por exemplo,
na cultura de algodão a densidade de percevejos foi maior quando adjacente a campos
de amendoim. E a injúria ao capulho foi maior quando o campo de algodão era
adjacente a campos de soja e amendoim, que quando adjacente a milho e ao algodão
(Reeves et al., 2010). A proximidade da vegetação natural é outro fator que influencia
as relações percevejos-inimigos naturais. A presença de vegetação ripária, adjacente a
campos de tomate, é importante para abrigar predadores cuja atividade, nestes
ambientes, reduz o número de percevejos que colonizam a cultura (Ehler, 2000). As
bordas dos cultivos também podem sustentar maior densidade de percevejos durante o
período de colonização da soja (Panizzi et al., 1980; Roggia, 2009). A densidade de
percevejos pode permanecer maior na bordadura até o período de enchimento pleno de
grãos devido ao deslocamento constante de percevejos de culturas adjacentes (Roggia,
2009) ou permanecer maior densidade na borda até a maturação fisiológica da cultura
de soja (Venugopal et al., 2014). Por exemplo, em estudo realizado em Maryland
(EUA), foi observado maior densidade do complexo de percevejos pentatomideos
[Chinavia hilaris (Say, 1832), Euschistus servus (Say, 1832), Murgantia histrionica
(Hahn, 1834), Thyanta custator (Fabricius, 1803) e Halyomorpha halys (Stäl, 1855)]
nas bordas da cultura de soja adjacente a vegetação nativa (Venugopal et al., 2014).
59
No entanto, a influência da composição da paisagem na abundância de
percevejos e parasitoides não é conhecida no sistema soja-percevejo adulto-parasitoide.
Os estudos das interações tróficas hospedeiro-parasitoide sob a perspectiva da
ecologia da paisagem são necessários para compreender como a estrutura da mesma
afeta os processos ecológicos e quais os componentes da paisagem que beneficiam os
agentes de controle biológico. Estas informações podem ser relevantes para o manejo de
pragas e o desenvolvimento de estratégias de manipulação do habitat e sistemas de
cultivos que favoreçam os inimigos naturais.
O impacto da intensificação da produção agrícola no Brasil, principalmente os
cultivos de grãos, tem sido mais intensivo na região do Cerrado que perdeu mais de
50% da sua área original, transformada em áreas agrícolas (Klink e Machado, 2005).
Somente na região conhecida como MATOPIBA (estados de Maranhão, Tocantins,
Piauí e Bahia), considerada a fronteira agrícola nacional da atualidade, ocorreu uma
expansão da área agrícola explosiva desde os anos 1990. No estado do Tocantins, a área
plantada cresceu a um ritmo de 25% ao ano nos últimos quatro anos (Dias et al., 2016;
Embrapa, 2016).
Considerando o exposto, o presente trabalho teve como objetivos:
Avaliar se a abundância de percevejos praga e os índices de parasitismo são
influenciados por: i) estrutura da paisagem no entorno dos talhões de soja, ii) distância
entre a vegetação nativa (Cerrado) e campos de soja e iii) se condições de manejo de
pragas na cultura, influenciam no parasitismo, particularmente o uso intensivo ou
moderado de inseticidas.
Hipóteses
1) Paisagens com maior proporção de área de vegetação nativa localizadas no
entorno dos plantios de soja favorecem a ocorrência de menor abundância de
percevejos, e maiores índices de parasitismo.
2) Os índices de parasitismo em adultos de percevejos em campos de soja são
influenciados pela distância das manchas de vegetação natural. Com maiores
índices de parasitismo em distâncias próximas às áreas de vegetação nativa.
3) Em áreas de soja onde há aplicação reduzida de inseticidas, os índices de
parasitismo são maiores do que em áreas com frequente aplicação de inseticidas.
60
Material e Métodos
Influência da Paisagem
Áreas de estudo
As amostragens foram realizadas semanalmente em lavouras de soja de janeiro a
abril de 2013. Este período compreende a fase reprodutiva da soja, desde o início da
floração (R1) até a maturidade fisiológica (R8). Foram vistoriadas ao todo 10
propriedades situadas nas regiões de produção agrícola do Distrito Federal: Planaltina,
Núcleo Rural Rio Preto, Tabatinga, Taquara e Plano de Assentamento Dirigido do
Distrito Federal (PAD/DF). As propriedades localizadas em cada região foram
designadas com as iniciais respectivas ou abreviação. No caso de haver mais de uma
propriedade na mesma região, estas foram identificadas por numeração seguida das
iniciais ou abreviação, assim sendo: Planaltina – PL, Núcleo Rural Rio Preto – RP,
Tabatinga – Tb, Taquara – Taq e Plano de Assentamento Dirigido do Distrito Federal –
PADDF (Figura 1). Todas as áreas são de produção convencional e adotam rotação de
culturas, plantio direto e uso de herbicidas, fungicidas e inseticidas. Todas as áreas de
amostragem tinham uma área com vegetação nativa em uma das margens dos campos
de soja (Figura 2).
Figura 1. Localização de cada propriedade com lavoura de soja no Distrito Federal
onde se realizou o estudo.
61
Figura 2. Exemplos de paisagens (A-D) das áreas de soja amostradas no Distrito
Federal onde se realizaram as coletas de percevejos de janeiro a abril de 2013. A: Área
de soja próxima a vegetação nativa de cerrado e à área nativa em recuperação. B, C e D:
Área de soja próxima a vegetação nativa.
Plano de amostragem
Em cada propriedade foram estabelecidos transectos paralelos a 20, 200, 500 e
1000 metros de uma área de vegetação nativa. As coletas de percevejos foram realizadas
semanalmente durante um período de 15 semanas, com rede entomológica (Corrêa-
Ferreira, 2012), incluindo todo o período reprodutivo da soja (R1 a R8). As unidades
amostrais foram definidas por 10 passadas de rede sobre as plantas de soja, aplicadas
alternadamente em vai e vem. Foram coletadas, em cada data de amostragem e em cada
transecto, 20 amostras separadas por distâncias equidistantes de 10 m. Os insetos
D C
B A
62
capturados com a rede foram levados para o laboratório e colocados em potes plásticos
de 200 mL, alimentados com vagem de feijão, sementes de soja, amendoim e girassol.
Os potes, devidamente identificados (data, propriedade, distância da área natural, ponto
amostral), foram mantidos em sala climatizada (25 ± 2°C; 60 ± 10% UR; 14 h fotofase)
e observados diariamente para verificar a emergência de parasitoides. Quando não
houve emergência, os percevejos foram dissecados imediatamente (< 24 h) após a morte
para verificar presença de larvas ou pupas de parasitoides.
Caracterização da paisagem
Pontos de referência foram marcados em cada propriedade com GPS (Garmin
62s, Garmin Ltd., Kansas, U.S.A.) no limite entre a área cultivada e a área natural. Estes
pontos foram espacializados utilizando o SIG (Sistema de Informação Geográfica) –
ArcGis (versão 10.4) e posteriormente projetados em imagens de satélite com o uso do
software Google Earth (versão 7.1.2.2041).
No programa SIG foi gerado um buffer (área de influência) de 1,5 km de raio
para cada ponto de referência (propriedade) delimitando as áreas de estudo. A partir
desse limite foram identificadas e digitalizadas, usando o Google Earth, as classes
(categorias) da paisagem e em seguida quantificadas a porcentagem de cobertura de
cada classe no ArcGis, para verificar a influência destas na incidência de percevejos e
parasitoides de adultos em cada propriedade. Foram delimitadas 5 categorias de
paisagem previamente definidas como: vegetação nativa (áreas com fitofisionomias do
cerrado, área degradada em recuperação), área antropizada (áreas com construções e seu
entorno), frutihorticultura (cultivo de hortaliça e/ou cultivo de árvores frutíferas), soja
(áreas destinadas ao cultivo da soja) e monocultura (áreas com cultivo diferente da soja
como milho, feijão, sorgo, reflorestamento e pastagem). Seguido à quantificação dessas
classes foram gerados mapas de uso de ocupação de terra (layout) (Figura 3 e Apêndice
2 p.135-139). A distribuição das áreas em cada uma das propriedades foi confirmada
por observações in loco e por fotografias aéreas disponibilizadas pela Companhia de
planejamento do Distrito Federal (Codeplan, 2014).
63
Figura 3. Exemplo de mapa gerado a partir da definição das categorias de paisagem.
Análise de dados
Para a análise dos dados, foram consideradas as amostragens realizadas a partir
do estádio R5 da soja devido à baixa densidade de percevejos nos primeiros estádios
reprodutivos (R1 – R4). Apesar de os percevejos terem sido coletados em 20 pontos
amostrais em cada transecto (distância), os dados foram reunidos em percevejos por
transecto/data de amostragem devido à baixa presença de percevejos nas unidades
amostrais (frequência média de 0,02 percevejos por 10 passadas de rede).
Para verificar a influência da composição da paisagem sobre a abundância total
de percevejos e percevejos parasitados foi realizada uma seleção de modelos, utilizando
nestes casos, análises de modelos lineares generalizados (GLM) com distribuição de
erros Poisson. Para proporção de parasitismo foi realizado o mesmo procedimento, mas
com distribuição de erros binomial. As variáveis explanatórias foram áreas de 3
categorias da paisagem: vegetação natural, soja e monocultura. O procedimento se
iniciou com um modelo contendo todas as variáveis explanatórias (categorias). A
variável que apresentou menor valor de P foi removida e logo em seguida se realizou
uma nova análise. Posteriormente os dois modelos foram comparados com uma análise
de deviança. Este procedimento foi realizado até que permanecessem somente variáveis
significativas. A escolha do melhor modelo foi realizada pelo critério de Akaike
(Wagenmakers e Farrel, 2004) com função AIC (Critério de Informação de Akaike) no
programa estatístico R (R Development Core Team, 2009). Foram selecionados os
modelos que apresentaram menor valor de AIC e que com menor número de variáveis
64
explanatórias são equivalentes aos modelos mais complexos (obtido ao comparar os
modelos com a Análise de Deviança).
Para avaliar o efeito da distância da área natural sobre a presença/ausência de
percevejos, parasitoides (medida por meio da presença/ausência de percevejos
parasitados) e proporção de parasitismo foram utilizados GLMs com distribuição
binomial de erros e para avaliar este efeito sobre a abundância de percevejos e
abundância de percevejos parasitados foram utilizados GLMs com distribuição de erros
de Poisson. Para esta análise foram consideradas as distâncias de 20, 200 e 500 m. A
distância de 1000 metros foi desconsiderada devido a que, em algumas áreas de soja,
esta distância ficar próxima a outra mancha de remanescente de vegetação nativa.
Influência dos métodos de manejo de pragas na densidade de percevejos e
incidência de parasitismo.
O estudo foi realizado em áreas de soja no Distrito Federal, Goiás e Mato
Grosso do Sul (Tabela 1) no período de janeiro a abril de 2016. Foram selecionadas
áreas manejadas com frequente aplicação de inseticida (AI+) e áreas com aplicação
reduzida de inseticida (AI–), isto é, aplicações de inseticidas quando a população
atingisse o nível de controle. Assim, as áreas com manejo AI+ receberam 2 a 3 (média
de 2,5 aplicação/área) aplicações de inseticidas para percevejos e as áreas AI– que
receberam 0 a 1 (média de 0,5 aplicação/área) aplicação. Os inseticidas aplicados sob os
dois tipos de manejo abrangeram neonicotinoides, piretroides e organofosforados
mudando apenas o tipo de ingrediente ativo (Apêndice 2.11 p.140).
No estado de Mato Grosso do Sul foram amostradas 6 áreas: 3 com manejo AI+
e 3 com manejo AI–. A amostragem nessas áreas foi realizada em um único período de
desenvolvimento da soja, duas áreas estavam no estádio R4/R5 e as restantes no estádio
R7. No Distrito Federal e Goiás foram selecionadas outras 6 áreas: 3 com manejo AI+ e
3 com AI–. Neste caso as amostragens foram realizadas em 3 momentos do período
reprodutivo entre os estádios R4 a R8. Para poder estimar com precisão a densidade
populacional, a amostragem foi realizada com pano de batida colocado entre duas
fileiras de soja. As plantas situadas em ambos os lados do pano foram sacudidas para
captura de percevejos, estimando assim o número de percevejos por m2. Em cada área e
data de amostragem foram feitos 20 panos de batida. As distâncias entre os pontos
65
variaram entre 20 a 30 metros para talhões de pequenas dimensões e de 80 a 100 metros
para talhões de maiores dimensões.
Tabela 1. Localidades, tipo de manejo e coordenadas geográficas das áreas de soja onde
se efetuaram coletas de percevejos em 2016.
Categoria Estado Localidade Latitude Longitude Número de
aplicações para
controle
percevejos
AI–
AI–
AI–
AI+
AI+
AI+
AI–
MS
MS
MS
MS
MS
MS
DF
Dourados 1
Dourados 2
Dourados 3
Dourados 4
Dourados 5
Dourados 6
Planaltina
22°16'48.64"S
22°10'24.40"S
22°15'31.96"S
22°16'51.95"S
22°20'4.74"S
22°11'59.33"S
15°36'48.59"S
54°49'13.68"O
54°30'18.19"O
54°50'1.17"O
54°48'39.53"O
54°48'37.25"O
54°28'51.36"O
47°42'38.62"O
0
1
1
2
3
3
0
AI– DF Tabatinga 1 15°51'31.83"S 47°35'25.49"O 1
AI– GO Sto.Ant.Descoberto
1
16° 7'28.30"S 48°13'20.60"O 0
AI+ DF Três Conquistas 15°50'0.58"S 47°38'6.08"O 2
AI+ DF Tabatinga 2 15°51'17.06"S 47°35'23.99"O 3
AI+ GO StoAnt.Descoberto
2
16° 7'52.05"S 48°11'41.73"O 2
AI– = manejo com reduzida aplicação de inseticida para pecevejo (0 a 1 aplicação)
AI+ = manejo com frequente aplicação de inseticida para percevejo (2 a 3 aplicações)
66
Análise de dados
Para verificar se existia diferença na proporção de parasitismo entre os sistemas
AI+ e AI– foi realizada uma análise GLM com distribuição binomial de erros. A
densidade de percevejos (número de percevejos/m2) entre os sistemas foi comparada por
meio do teste t de Student. A influência da densidade de percevejos no índice de
parasitismo foi avaliada com uma análise de GLM com distribuição binomial de erros.
Resultados
Influência da paisagem
Durante o período de enchimento de grãos a maturação de soja (R5-R8) foram
coletados 522 ninfas e 389 adultos totalizando 911 percevejos. Euchistus heros foi a
espécie dominante representando 93,41% dos percevejos coletados. Outras espécies
ocorreram em menor número (Tabela 2). Foram obtidos 21 percevejos adultos
parasitados. O parasitismo foi realizado por parasitoides das ordens Diptera (9
ocorrências) e Hymenoptera (12 ocorrências). Houve emergência de apenas 2
indivíduos da ordem Diptera sendo Gymnoclytia sp. e Phasia sp. obtidos do percevejo
E. heros. A ordem Hymenoptera foi representada por Hexacladia smithii Ashmead,
1891 (Hymenoptera: Encyrtidae) com parasitismo apenas em E. heros.
Entre as categorias de paisagem caracterizadas no presente estudo a soja se
destaca, em geral, com maior área de cobertura em comparação a outras categorias
chegando a representar 80% de área em uma das propriedades. A vegetação nativa
correspondeu a pequena porcentagem de cobertura com apenas uma propriedade com
cobertura representando 51% da área total (Figura 4). As categorias área antropizada e
frutihorticultura apresentaram as menores áreas de cobertura (Figura 4).
A abundância de percevejos foi positivamente relacionada à cobertura de soja,
vegetação nativa e a interação soja x vegetação nativa x monocultura (Tabela 3). As
propriedades PL1, Taq3 e PADDF foram as que apresentaram maior quantidade de
percevejos (Figura 5). Em concordância com os resultados do modelo estatístico, estas
propriedades possuem a maior porcentagem de cobertura de vegetação nativa (PL1) e
soja (Taq3 e PADDF) (Figura 4). O número de percevejos parasitados e proporção de
parasitismo não foram influenciados pela estrutura da paisagem (Tabela 3).
67
Distância da vegetação nativa
A ocorrência (presença/ausência) de percevejos em áreas de soja não foi afetada
pela distância da vegetação nativa. Entretanto, existiu um efeito significativo do estádio
da soja e da propriedade, e suas interações (Tabela 4). Considerando o total de
percevejos constatou-se efeito significativo de todos os fatores considerados (distância,
estágio e propriedade e suas interações) (Tabela 4). Na análise do total de percevejos
por distância foi observado que existe um maior número a 200 m da área natural (Figura
6). Ao considerar o total de percevejos ao longo do período reprodutivo, o estádio R7,
contém maior número médio de percevejos a 200 e 500 metros da vegetação nativa e
em R8 maiores valores são encontrados na distância de 20 e 200 m (Figura 7A). Para
propriedade, não se observa nenhum padrão geral quanto a influência da distância,
havendo diferenças na abundância de percevejos apenas em 3 propriedades (Figura 7B).
A análise por GLM revelou que a ocorrência e a abundância de percevejos parasitados
não foram afetadas pela distância, apenas pelo estádio da soja. A proporção de
parasitismo também não foi influenciada por nenhum fator (Tabela 4). Apesar do total
de percevejos parasitados e proporção de parasitismo não serem influenciados pela
distância, observa-se maiores valores na distância de 200 m da área natural (Figura 6).
68
Tabela 2. Riqueza, abundância absoluta e relativa (número de percevejos de cada
espécie/total de percevejos encontrados em %) de espécies de percevejos em lavouras
de soja nos estádios R5 a R8 no ano de 2013 no Distrito Federal.
Espécies Abundância
total de
Ninfas
Abundância total
de adultos
Abundância
relativa total (%)
Chinavia
impicticornis
3 0 0,33
Dichelops furcatus 0 3 0,33
Dichelops
melacanthus
0 1 0,11
Edessa meditabunda 3 2 0,55
Euschistus heros 490 361 93,41
Nezara viridula 15 6 2,31
Oebalus poecilus 0 1 0,11
Piezodorus guildinii 9 8 1,87
Proxys
albopunctulatus
0 1 0,11
Thyanta perditor 2 5 0,77
Loxa deducta 0 1 0,11
Total 522 389 100
69
Figura 4. Porcentagem de cobertura de categorias da paisagem em estudo realizado no
Distrito Federal em 2013. AA: área antropizada, FH: frutihorticultuta, M: monocultura
(cultivo diferente de soja), VN: vegetação natural e S: soja em cada propriedade –
Planaltina: PL1, PL2; Taquara: Taq1, Taq2, Taq3; Rio Preto: RP1, RP2, RP3;
Tabatinga: Tab e Plano de Assentamento Dirigido do Distrito Federal: PADDF. A
escala de cores à direita indica a percentagem de cobertura de cada categoria da
paisagem em cada área de amostragem.
Taq1
Taq2
Taq3
RP1
RP2
RP3
PADDF
PL1
PL2
Tab
FH M VN SAA
70
Tabela 3. Influência de componentes da paisagem sobre a abundância de percevejos
(total de adultos), total de percevejos parasitados e proporção de parasitismo (total de
percevejos parasitados/total de percevejos).
Modelo Estimativa Valor do
teste
AIC Valor de p
Total de
percevejos
VN 2,486e-01 11,315 95,236
<0,05
S 7,339e-02 7,035 <0,05
VNxM -6,786e-03 -7,357 <0,05
VNxS -5,851e-03 -10,037 <0,05
VNxS:M 8,565e-05 6,756 <0,05
Total de
percevejos
parasitados
M -2,951e-01 -1,249 38,646 0,2118
VN 2,958e-01 1,824 0,0681
S -1,124e-02 -0,125 0,9009
M x VN -6,988e-03 -0,737 0,4614
M x S 5,990e-03 1,005 0,3150
VN x S -8,712e-03 -2,405 0,0162
MxVNxS -7,086e-05 -0,257 0,7968
Proporção
de
parasitismo
M -0,4490460 -1,642 36,103 0,1007
VN 0,0065373 0,035 0,9719
S -0,1630243 -1,582 0,1136
MxVN 0,0012402 0,111 0,9113
MxS 0,0087565 1,277 0,2015
VNxS -0,0029071 -0,719 0,4723
MxVNxS -0,0002616 -0,794 0,4270
VN = Vegetação nativa, S = soja, M = monocultura (cultivo diferente de soja)
AIC = Critério de Informação de Akaike
71
Figura 5. Abundância absoluta (total de percevejos adultos coletados) de percevejos em
cada propriedade na safra de soja de 2012/2013 no Distrito Federal. Planaltina: PL1,
PL2; Taquara: Taq1, Taq2, Taq3; Rio Preto: RP1, RP2, RP3; Tabatinga: Tab e Plano de
Assentamento Dirigido do Distrito Federal: PADDF.
Tabela 4. Influência da distância de áreas naturais, propriedade estádio da soja e suas
interações sobre a presença/ausência de percevejos, abundância de percevejos (total de
adultos), presença/ausência de percevejos parasitados, total de percevejos parasitados e
proporção de parasitismo (total de percevejos parasitados/total de percevejos).
Variáveis Valor do teste Valor de p
Distância 5,04 0,080
Presença/ausência
de percevejos
Propriedade 20,18 0,016
Estádio 25,34 < 0,01
Propriedade:distância 47,89 < 0,01
Estádio:distância 10,44 0,10
Propriedade:Estádio 56,57 < 0,01
Propriedade:estádio:distância 0,00 1
Continua
0
20
40
60
80
100
120
140
Nú
mero
to
tal d
e p
erc
evejo
s adult
os
72
Variáveis Valor do teste Valor de p
Total de
percevejos
Distância 7,85 0,019
Propriedade 83,52 < 0,01
Estádio 115,67 < 0,01
Propriedade:distância 104,451 < 0,01
Estádio:distância 13,86 0,03
Propriedade:Estádio 110,45 < 0,01
Propriedade:estádio:distância 73,70 0,03
Presença/ausência
de percevejos
parasitados
Distância 3,70 0,15
Propriedade 14,84 0,09
Estádio 18,24 < 0,01
Propriedade:distância 25,06 0,12
Estádio:distância 0,00 1
Propriedade:Estádio 21,58 0,75
Propriedade:estádio:distância 0,00 1
Total de
percevejos
Parasitados
Distância 1,70 0,42
Propriedade 14,87 0,09
Estádio 18,39 < 0,01
Propriedade:distância 16,40 0,56
Estádio:distância 4,49 0,60
Propriedade:Estádio 17,09 0,92
Propriedade:estádio:distância 0,00 1
Proporção de
parasitismo
Distância 2,08 0,35
Propriedade 6,94 0,64
Estádio 5,82 0,12
Propriedade:distância 12,32 0,65
Estádio:distância 7,13 0,30
Propriedade:Estádio 13,38 0,89
Propriedade:estádio:distância 0 1
73
Figura 6. A - Total de percevejos (média ± erro padrão); B - Total de percevejos
parasitados (média ± erro padrão) e C - Proporção de parasitismo (média ± erro padrão)
em lavouras de soja no Distrito Federal em 2013 localizadas em diferentes distâncias da
vegetação nativa (20m, 200m e 500m). Médias seguidas de diferentes letras diferem
significativamente; GLM com distribuição de erros poisson, análise de deviança χ2 =
0,019 e análise de contraste.
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
20m 200m 500m
Nú
mer
o d
e p
erce
vej
os
/dis
tân
cia
b b
a
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
0,3
20m 200m 500m
Nú
mer
o d
e p
erce
vej
os
par
asit
ado
s /d
istâ
nci
a
a
a
a
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
20m 200m 500m
Pro
porç
ão d
e
par
asit
ism
o/d
istâ
nci
a
a
a
a
A
B C
74
Figura 7. A - Número de percevejos (média ± erro padrão) por distância ao longo do
período reprodutivo R5 (período de enchimento de grãos) a R8 (período de maturação
plena) da soja. B - Número de percevejos (média ± erro padrão) por distância em cada
propriedade amostrada. PL1, PL2: Planaltina; Taq1, Taq2, Taq3: Taquara; RP1, RP2,
RP3: Rio Preto; Tab: Tabatinga e PADDF: Plano de Assentamento Dirigido do Distrito
Federal. Médias seguidas de diferentes letras diferem significativamente. Em A: GLM
com distribuição de erros poisson e análise de deviança para estádio R7 χ2 = 139,00; p <
0,001 e análise de contraste. GLM com distribuição de erros poisson e análise de
deviança para estádio R8 χ2 = 125,00; p = 0,04 e análise de contraste. Em B: GLM com
distribuição de erros poisson e análise de deviança para a propriedade PL2 χ2 = 23,46; p
< 0,001 e análise de contraste. GLM com distribuição de erros poisson e análise de
deviança para a propriedade Tab χ2 = 35,50; p < 0,001 e análise de contraste. GLM com
0
2
4
6
8
10
12
PL1 PL2 RP1 RP2 RP3 Tab Taq1 Taq2 Taq3 PADDF
Nú
mer
o d
e
per
cev
ejo
s/p
ropri
edade/
dis
tânci
a
20m 200m 500m
a
a
a
a
b b bb b b
a
a
a
a a aa
a
a
a
a
aa
a
a
a
a
a
a
B
0
1
2
3
4
5
6
7
R5 R6 R7 R8
Nú
mer
o d
e
per
cev
ejo
s/es
tádio
/dis
tân
cia
20m 200m 500m
aa a a
a a
aa
b
b
aa A
Estádios fenológicos da soja
75
distribuição de erros poisson e análise de deviança para a propriedade Taq1 χ2 = 35,50;
p < 0,001 e análise de contraste.
Influência da aplicação de inseticida
Foram coletados 521 percevejos em lavouras que empregam o AI+ e 206
percevejos em lavouras que empregam o AI–. Euschistus heros foi a espécie dominante
em ambos os tipos de manejo, com 467 sendo provenientes de lavouras que empregam
o AI+ e 199 indivíduos advindos do AI–. Houve ocorrência de parasitoides dípteros e
himenópteros, no entanto, em lavouras sob no manejo AI– parasitoides himenópteros
foram mais abundantes que em lavouras sob o manejo AI+ (Tabela 5).
A densidade de percevejos, considerando os valores médios, no sistema AI– foi
59,17% maior que no sistema AI+ (Figura 8). No entanto, apesar de maior densidade as
médias de cada área não foram estatisticamente significativas (teste t, t = -2,17 p = 0,07
gl= 1). A porcentagem de parasitismo média no sistema AI– foi significativamente
diferente à do sistema AI+ (GLM deviança residual = 3,76 p <0,01) sendo o índice de
parasitismo médio 63,30% maior (Figura 8). A análise de GLM revelou que o
parasitismo foi dependente da densidade de hospedeiros (GLM, z = 5,81 p <0,01).
76
Tabela 5. Abundância (número total) de percevejos, percevejos parasitados e
percevejos parasitados por Diptera e Hymenoptera em lavouras de soja com frequente
aplicação de inseticida (AI+) e lavouras de soja com aplicação reduzida de inseticida
(AI–) no período de janeiro a março de 2016.
Sistema Espécies Total de
Percevejos
Percevejos
parasitados
Percevejos
parasitados
por
Diptera
Percevejos
parasitados
por
Hymenoptera
N N N N
Dichelops furcatus
5 0 0 0
AI– Dichelops
melacanthus
2 0 0 0
Euschistus heros 199 9 5 4
Total 206 9 5 4
Chinavia
impicticornis
1 0 0 0
Dichelops furcatus
10 2 2 0
Dichelops
melacanthus
3 0 0 0
Edessa
meditabunda
22 2 0 2
AI+ Euschistus
heros
467 74 12 62
Loxa deducta
1 0 0 0
Piezodorus
guildinii
11 0 0 0
Proxys
albopunctulatus
6 1 1 0
Total 521 79 15 64
AI– = manejo com reduzida aplicação de inseticida para percevejo (0 a 1 aplicação)
AI+ = manejo com frequente aplicação de inseticida para percevejo (2 a 3 aplicações)
77
Figura 8. A - Densidade de percevejos e B - porcentagem de parasitismo em percevejos
capturados em lavouras de soja sob manejo com frequente aplicação de inseticidas
(AI+) e manejo com reduzida aplicação de inseticida (AI–) no Distrito Federal, Goiás e
Mato Grosso do Sul no período de janeiro a março de 2016. Barras seguidas de
diferentes letras indicam diferenças significativas (GLM distribuição de erros binomial
z = 3,76 p < 0,01).
Discussão
A abundância de percevejos foi influenciada pela estrutura da paisagem. A
cobertura de vegetação nativa, soja e a interação vegetação nativa x soja x monocultura
influenciaram positivamente esta variável.
A vegetação nativa, em geral, correspondeu a uma menor porcentagem de
cobertura comparada à soja. No entanto, ainda que em menores proporções, a vegetação
nativa favoreceu a abundância de percevejos na soja. Há registro de várias espécies de
plantas não cultivadas que os percevejos utilizam para completar seu desenvolvimento
(Smaniotto e Panizzi, 2015). Entre as plantas que utilizam para seu desenvolvimento
foram registradas para Nezara viridula (Linnaeus, 1758) (Hemiptera: Pentatomidae) 5
espécies da família Brassicaceae, 21 espécies de Fabaceae; 1 espécie da família
Lamiaceae e 2 espécies da família Oleaceae; para Piezodorus guildinii (Westwood,
1837) (Hemiptera: Pentatomidae) foram registradas 21 espécies da família Fabaceae; 1
espécie da família Oleaceae; 2 espécies da família Pittosporaceae e 1 espécie da família
Poaceae; para Euschistus heros (Fabricius, 1798) foram registradas 1 espécie da família
Euphorbiaceae e 5 espécies de Fabaceae (Smaniotto e Panizzi, 2015). Assim,
populações de percevejos pentatomídeos podem se beneficiar de áreas com vegetação
nativa já que estas podem fornecer locais de refúgio e diapausa. Além disso, plantas
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
AI+ AI-
% P
aras
itis
mo
0
1
2
3
4
5
AI+ AI-
Den
sid
ade
de
per
cev
ejo
s
(nú
mer
o/m
2)
A B
a
a
a
b
78
não-cultivadas em áreas de vegetação nativa podem atuar como hospedeiras
alternativas, favorecendo o desenvolvimento de ninfas e a sobrevivência dos adultos
(Panizzi, 1997; Smaniotto e Panizzi, 2015). Por exemplo, E. heros quando alimentados
com Vassobia breviflora (Sendtn.) Hunz., 1977 (Solanaceae), uma planta nativa do sul
do Brasil e hospedeira de percevejos, apresentou fecundidade e sobrevivência similar
àquela observada quando alimentado com soja (Medeiros e Megier, 2009). A
fecundidade ou longevidade de N. viridula e P. guildinii podem ser maiores em algumas
espécies de plantas não cultivadas que quando exploram plantas de soja (Panizzi, 1997).
Plantas não-cultivadas também influenciam na biologia de estágios imaturos. Ninfas de
E. heros alimentadas com V. breviflora apresentaram sobrevivência de 81,8%,
semelhante quando alimentadas com soja, cuja sobrevivência foi de 86,7% (Medeiros e
Megier, 2009). Ninfas de N. viridula e P. guildinii quando utilizam algumas espécies de
plantas não cultivadas podem apresentar tempo de desenvolvimento e mortalidade
semelhante quando utilizam plantas de soja (Panizzi, 1997). Exemplos nesses aspectos
são as espécies: Sesbania emerus e Sesbania vesicaria (Fabaceae) para N. viridula e
espécies de Indigofora (Fabaceae) para P. guildinii. Dessa maneira, áreas de vegetação
nativa podem atuar como fontes de percevejos e contribuem para a colonização ou
recolonização dos mesmos em campos de soja após distúrbios.
O efeito positivo da soja sobre a abundância de percevejos corrobora a hipótese
da concentração de recursos de Root (1973), ou seja, as áreas concentradas de soja
seriam de fácil localização na paisagem. Além disso, a arquitetura das plantas de soja e
a disposição uniforme podem propiciar um microclima favorável e abrigar percevejos
frente a condições abióticas desfavoráveis como altas temperaturas, alta intensidade do
vento e da chuva. Nas áreas estudadas neste trabalho a soja alcançou grandes extensões,
chegando a cobrir mais de 50% do total da área para um buffer de 3 km de diâmetro.
Além disso, culturas adjacentes na paisagem agrícola podem influenciar na dinâmica
espaço temporal dos percevejos (Tillman et al., 2009). Assim, as áreas de cultivo
adjacentes ou próximas a cultura de soja observadas em algumas propriedades do
presente estudo como milho e feijão, podem permitir a sustentabilidade de populações
de percevejos. Assim, a interação de vegetação nativa, soja e monoculturas atua sobre
os pentatomideos ao oferecer recursos variados e alternativos favorecendo sua
permanência no ambiente. Adicionalmente, a concentração de recursos proporcionada
pelas extensas lavouras de soja permite aos percevejos adaptados a esta planta
hospedeira atingirem níveis populacionais elevados.
79
A estrutura da paisagem não apresentou efeito sobre o número de percevejos
parasitados e sobre a proporção de parasitismo. O pequeno número de percevejos
parasitados encontrados no presente estudo provavelmente pode explicar a falta de
influência das categorias de paisagem sobre a eficiência do controle biológico. Vários
fatores podem afetar a presença de parasitoides na paisagem agrícola e influenciar o
controle biológico. Além da composição da paisagem a qual oferece recursos
necessários a sua sobrevivência e reprodução (flores como fonte de pólen e néctar,
hospedeiros alternativos para desenvolvimento de suas larvas, locais para abrigo)
(Bianchi et al., 2005; Corbett e Rosenheim, 1996; Mailafiya et al., 2010; Thies et al.,
2003), a configuração espacial (Boccaccio e Petacchi, 2009), conectividade de habitats
não cultivados ao campo cultivado (Perovic et al., 2010); aplicação de pesticidas para
controle de pragas (Altieri, 2012) também podem influenciar a ocorrência e abundância
dos inimigos naturais. Todas as áreas de soja onde se realizou o trabalho eram vizinhas
a áreas de vegetação nativa cuja proporção de cobertura variou entre 10 a 51%, mas não
foi observada uma clara influência desta cobertura no número de percevejos parasitados
e nos índices de parasitismo.
A ocorrência (presença/ausência) de percevejos não foi afetada pela distância
desde a área natural, já que os pentatomideos estiveram presentes nas três distâncias. No
entanto, a abundância de percevejos foi afetada, com maior número médio nas
distâncias intermediárias de 200 metros. Diversos motivos podem contribuir para esta
distribuição particular nas áreas cultivadas. Um efeito de borda não favorável poderia
surgir do fato que a semeadura nas bordas se realizada em maior densidade de plantas
em relação ao interior, contribuindo a criar um microlima com maior umidade, menor
circulação de ar e redução de insolação que pode afetar negativamente os insetos. E
também, devido ao maior adensamento de plantas, provavelmente há aumento do tempo
para encontro de parceiros para acasalamento. Outro provável fator responsável para
esta observação seria o manejo com maior aplicação de inseticidas nas bordas que no
interior dos campos para evitar a constante entrada de percevejos. Este resultado difere
do encontrado por Roggia (2009) que observou maior abundância de percevejos na
borda da cultura de soja desde o início da colonização da cultura e durante o período de
enchimento de grãos devido à constante dispersão dos percevejos desde lavouras
vizinhas. No presente trabalho apesar de haver algumas propriedades com outro tipo de
cultivo próximo a soja, a distância considerada como borda no presente trabalho foi a
vegetação nativa. Devido à baixa densidade de percevejos no início do estágio
80
reprodutivo da soja observada no presente estudo, a colonização de percevejos desde a
área natural não pôde ser avaliada claramente. No estádio R7 a maior abundância de
percevejos foi observada na distância de 200 e 500 m. Esse aumento pode ser devido a
reprodução dos percevejos na lavoura durante o período de enchimento de grãos. Sabe-
se que no período crítico, final de desenvolvimento das vagens (R4) a enchimento de
grão (R5) a população de percevejos tende a aumentar (Corrêa-Ferreira e Panizzi,
1999). No estádio R8 as populações se concentraram nas distâncias de 20 e 200 m, o
que reflete uma tendência de dispersão para plantas hospedeiras disponíveis já que a
soja atinge a senescência (Corrêa-Ferreira e Panizzi, 1999). Cabe ressaltar que esta
maior abundância também é dependente da propriedade. Não houve um padrão geral na
abundância de percevejos quanto a distância desde a área natural nas diferentes
propriedades. Isto pode ter sido influenciado por efeitos locais como tipo de vegetação
existente na área natural, manejo, tamanho de fragmento das áreas naturais e das áreas
cultivadas e diferentes cultivos próximos à lavoura de soja.
A distância da área natural não afetou a presença de parasitoides, havendo
ocorrência de percevejos parasitados nas três distâncias estudadas. A abundância de
percevejos parasitados e proporção de parasitismo também não foram afetados pela
distância. No entanto, devido ao baixo número de percevejos parasitados registrados
nessa distância para estabelecer um padrão claro é necessário realizar novas
amostragens em diferentes áreas inclusive em áreas de produção orgânica onde
normalmente as populações de percevejos e parasitoides são maiores.
A redução no uso de inseticida no manejo AI– resultou em um incremento no
parasitismo (63,30%) proporcional a variação na densidade de percevejos (59,17%) que
em nenhuma das duas áreas atingiu o nível de controle (4 percevejos por m2) como
mostrado na figura 8 da densidade média de percevejos (2,5 ± 1). Nas áreas estudadas a
porcentagem de parasitismo foi dependente da densidade do hospedeiro. Numa análise
similar apresentada no Capítulo 1 desta tese esta relação não foi significativa. As áreas
do Capítulo 1 foram todas convencionais, o que sugere que a redução no uso de
inseticidas resulta na capacidade da população do parasitoide de acompanhar os
incrementos na densidade do hospedeiro. A resposta densa dependente dos inimigos
naturais é uma das características desejadas para agentes de controle biológico e é um
atributo que permite a regulação do crescimento populacional do hospedeiro (Debach e
Rosen, 1991).
81
O emprego do AI– nas lavouras de soja pode resultar num aumento do controle
biológico que respondendo de forma denso dependente à variação populacional dos
hospedeiros poderia exercer um controle eficiente das populações de percevejos.
Adicionalmente, nas áreas sob manejo AI–, embora com menor uso de inseticidas, a
população de percevejos não atingiu o nível de controle [4 percevejos por m2, o
considerado no presente estudo (Figura 8), Corrêa-Ferreira e Panizzi, 1999] o que
coincide com o relatado por vários autores que o uso indiscriminado de inseticidas sem
o devido monitoramento de percevejos ocasiona resistência de populações e supressão
das populações de inimigos naturais (Corrêa-Ferreira et al., 2009) com consequente
aumento na densidade populacional de percevejos (Bortolloto et al., 2015; Panizzi,
2013).
A redução das aplicações de inseticidas além de diminuir o efeito tóxico direto
nos inimigos naturais também pode refletir em redução de exposições acidentais a
resíduos ou efeitos tóxicos subletais. Estudos de laboratório tem apontado o efeito de
inseticidas em parasitoides de percevejos da soja. Trichopoda pennipes (Fabricius,
1781) (Diptera: Tachinidae) um parasitoide de percevejos adultos, comum nos EUA,
apresentou mortalidade em teste de exposição residual e em teste de toxicidade oral
(alimentação em água com açúcar tratada com inseticida) (Tillman, 2006). Inseticidas
também interferiram no comportamento de busca de Trissolcus basalis ao diminuir o
tempo de procura em experimentos realizados em arena (Salerno et al., 2002).
Interessante observar que o número de percevejos parasitados por himenópteros supera
o de percevejos parasitados por dípteros no AI–. Pelos resultados obtidos no capítulo 1 e
os obtidos pela análise da influência do manejo, parasitoides himenópteros parecem ser
mais sensíveis a inseticidas que os dípteros. Um fato que pode contribuir com esta
observação é que Hexacladia spp. são parasitoides gregários, e em situações de menor
pressão com inseticidas podem se beneficiar e prevalecer nas interações competitivas
frente aos Tachinidae. Outro ponto seria o tamanho desses parasitoides. Gotas de
inseticidas quando atingidas em microhimenópteros seriam suficientes para ocasionar a
morte desses parasitoides pois as gotas poderiam cobrir toda a sua superfície corporal. E
assim, este fato poderia explicar sua menor incidência em lavouras com manejo AI+ e
consequentemente menor número de percevejos parasitados por Hymenoptera que por
parasitoides Diptera.
Os resultados relatados aqui permitem concluir que a composição da paisagem
interfere na abundância de percevejos fitófagos. Áreas de vegetação nativa e soja
82
propiciam condições favoráveis aos percevejos nos campos cultivados podendo
incrementar populações. O mesmo padrão não pôde ser observado para os parasitoides,
principalmente pela baixa ocorrência de percevejos parasitados neste estudo.
Recomenda-se para estudos futuros trabalhar em áreas de soja sem aplicação de
inseticidas ou sob AI–. A abundância de percevejos foi afetada pela distância desde a
área natural, com populações mais abundantes no interior do campo que nas bordas o
que indica que a soja oferece o suporte adequado para o estabelecimento de populações
de percevejos. Os parasitoides parecem acompanhar o mesmo padrão que os percevejos
com concentração maior a 200 m da área natural. A atual situação de manejo
convencional de pragas na cultura da soja está influenciando o controle populacional de
percevejos praga da soja. A redução do uso de inseticidas para controle de percevejos
resulta em maiores índices de parasitismo e em resposta dos parasitoides em forma
proporcional ao aumento da densidade dos hospedeiros.
83
Referências Bibliográficas
Altieri, M. 2012. Agroecologia: bases científicas para uma agricultura sustentável, third
ed. Expressão Popular, São Paulo.
Bianchi, F.J.J.A., Booij, C.J.H., Tscharntke, T., 2006. Sustainable pest regulation in
agricultural landscapes: a review on landscape composition, biodiversity and natural
pest control. Proc. Roy. Soc. Lond. B273, 1715–1727.
Bianchi, F.J.J.A, van Wingerden, W.K.R.E., Griffioen, A.J., van deerVeen, M., van
deerStraten, M.J.J., Wegman, R.M.A., Meeuwsen, H.A.M. 2005. Landscape factors
affecting the control of Mamestra brassicae by natural enemies in Brussels sprout.
Agric. Ecosyst. Env. 107, 145–150.
Blitzer, E.J., Dormann, C.F., Holzschuh, A., Klein, A-M, Rand, T.A., Tscharntke,
T.2012. Spillover of functionally important organisms between managed and natural
habitats. Agric. Ecosyst. Env. 146, 34–46.
Boccaccio, L., Petacchi, R. 2009. Landscape effects on the complex of Bactrocera oleae
parasitoids and implications for conservation biological control. BioControl. 54, 607–
616.
Bortolotto, O.C., Pomari-Fernandes, A., Bueno, R.C.O. de, Bueno, A. de F., Kruz, Y.
K.S., Queiroz, A.P., Sanzovo, A. Ferreira, R.B., 2015. The use of soybean integrated
pest management in Brazil: a review. Agron. Sci. Biotechnol. 1, 25–32.
Chaplin-Kr er, R., O’Rourke, E., Blitzer, E.J., Kre er, C. 2011. A et -analysis of
crop pest and natural enemy response to landscape complexity. Ecol. Lett. 14, 922–932.
Cobertt, A., Rosenheim, J.A. 1996. Impact of natural enemy overwintering refuge and
its interaction with the surrounding landscape. Ecol. Entomol. 21, 155–164.
Codeplan, 2014. Geo Serviço. http://ortofoto.mapa.codeplan.df.gov.br/demo/tms
(Acessado 14.10.14).
84
Corrêa-Ferreira, B. S. 2012. Amostragem de pragas de soja, in: Hoffmann-Campo, C.
B., Corrêa-Ferreira, B. S., Moscardi, F., (Eds), Soja: Manejo Integrado de Insetos e
outros Artrópodes-Praga. Embrapa, Brasília-DF, pp. 631–672.
Corrêa-Ferreira, B.S., Krzyzanowski, F.C., Minami, C.A., 2009. Percevejos e a
qualidade da semente de soja – série sementes. EMBRAPA-CNPSo, Londrina. Circular
Técnica, 67.
Corrêa-Ferreira, B.S., Panizzi, A.R. 1999. Percevejos da soja e seu manejo.
EMBRAPA-CNPSo., Londrina. Circular Técnica, 24.
Debach, P., Rosen, D. 1991. Biological Control by Natural Enemies, second ed.
Cambridge University Press, Cambridge.
Desneux, N., Decourtye, A., Delpuech, J-M. 2007. The sublethal effects of pesticides on
beneficial arthropods. Annu. Rev. Entomol. 52, 81–106.
Desneux, N. Denoyelle, R., Kaiser, L. 2006. A multi-step bioassay to assess the affect
of the deltamethrin on the parasitic wasp Aphidius ervi. Chemosphere 65, 1697–1706.
Dias, L.C.P., Pimenta, F.M., Santos, A.B., Costa, M.H., Ladle, R.J. 2016. Patterns of
land use, extensification, and intensification of Brazilian agriculture. Glob. Change
Biol. 22, 2887–290.
Dunning, J. B., Danielson, B.J., Pulliam, H. R. 1992. Ecological processes that affect
populations in complex landscapes. Oikos 65, 169–175.
Dyer, L.E., Landis, D.A. 1997. Influence of noncrophabitats on the distribution of
Eriborus terebrans (Hymenoptera: Ichneumonidae) in cornfields. Environ. Entomol.
26, 924–932.
Ehler, L.E. 2000. Farmscape ecology of stink bugs in northern California. Entomol.
Soc. Am. Thomas Say Publications in Entomoloy, Maryland.
85
Embrapa, 2016. Sobre o Matopiba. https://www.embrapa.br/tema-matopiba/sobre-o-
tema. Acessado (20.09.2016).
Freeman-Long, R.., Corbett, A., Lamb, C., Reberg-Horton, C., Chandler, J., Stimmann,
M. 1998. Beneficial insects move from flowering plants to nearby crops. Calif. Agric.
52, 23–26.
Godfray, H.C.J. 1994. Parasitoids, Behavioural and Evolutionary Ecology. Princeton
University Press, New Jersey. 473 pp.
Klink, C.A., Machado, R.B. 2005. Conservation of the Brazilian Cerrado. Conserv.
Biol. 19, 707–713.
Koss, A.M., Jensen, A.S. Schreiber, A., Pike, K.S. Snyder, W.E. 2005. Comparison of
predator and pest communities in Washington potato fields treated with broad-spectrum,
selective, or organic insecticides. Environ. Entomol. 34, 87–95.
Landis, D.A., Wratten, S.D., Gurr, G.M. 2000. Habitat management to conserve natural
enemies of arthropod pests in agriculture. Annu. Rev. Entomol. 45, 175–201.
Langhof, M. Gathmann, A. Poehling, H.M. Meyhofer, R. 2003. Impact of insecticide
drift on aphids and their parasitoids: residual toxicity, persistence and recolonisation.
Agri. Ecosyst.Environ. 94, 265–274.
Lee, J.C., Heimpel, G.E., Leibee, G.L. 2004. Comparing floral nectar and aphid
honeydew diets on the longevity and nutrient levels of a parasitoid wasp. Entomol. Exp.
Appl.111, 189–199.
Lepers E., Lambin E.F., Janetos A.C.., DeFries R., Achard, F., Ramankutty N., Scholes
R.J. 2005. A synthesis of information on rapid land-cover change for the period 1981–
2000. Bioscience 55,115–124.
86
Macfadyen, S., Banks, J.E., Stark, J.D., Davies, A.P. 2014. Using semifield studies to
examine the effects of pesticides on mobile terrestrial invertebrates. Annu. Rev.
Entomol. 59, 383–404.
Macfadyen, S., Hopkinson, J., Parry, H., Neave, M.J., Bianchi, F,J.J.A., Zalucki, M.P.,
Schellhorn, N.A. 2015. Early-season movement dynamics of phytophagous pest and
natural enemies across a native vegetation-crop ecotone. Agric. Ecosyst. Environ. 200,
110–118.
Mailafiya, D.M., Le Ru, B.P., Kairu, E.W., Calatayud, P.A., Dupas, S. 2010. Factors
affecting stem borer parasitoid species diversity and parasitism in cultivated and natural
habitats. Environ. Entomol. 39, 57–67.
Medeiros L, Megier GA. 2009. Ocorrência e desempenho de Euschistus heros (F.)
(Heteroptera: Pentatomidae) em plantas hospedeiras alternativas no Rio Grande do Sul.
Neotrop. Entomol. 38, 459–463.
Menalled, F.D., Marino, P.C., Gage, S.H. Landis, D.A. 1999. Does agricultural
landscape structure affect parasitism and parasitoid diversity? Ecol. Appl. 9, 634–641.
Panizzi A.R. 1997. Wild hosts of pentatomids: ecological significance and role in their
pest status on crops. Annu. Rev. Entomol. 42, 99–122.
Panizzi A.R., 2013. History and contemporary perspectives of the integrated pest
management of soybean in Brazil. Neotrop. Entomol. 42, 119–127.
Panizzi A.R., Galileo, M.H.M., Gastal, H.A.O., Toledo, J.F.F., Wild, C.H. 1980.
Dispersal of Nezara viridula and Piezodorus guildinii nymphs in soybeans. Environ.
Entomol. 9, 293–297.
Perovic, D.J., Gurr, G.M., Raman, A., Nicol, H.I. 2010. Effect of landscape composition
and arrangement on biological control agents in a simplified agricultural system: a cost-
distance approach. Biol. Control 52, 263–270.
87
R Development Core Team. 2009. R: a Language and Environment for Statistical
Computing. R Foundation for Statistical Computing. ISBN 3-900051-07-0, Vienna,
Austria. http://www.R-project.org.
Rand, T., Tylianakis, J.M., Tscharntke, T., 2006. Spillover edge effects: the dispersal of
agriculturally-subsidized insect natural enemies into adjacent natural habitats. Ecol.
Lett. 9, 603–614.
Reeves, R.B., Greene, J.K., Reay-Jones, F.P.F., Toews, M.D., Gerard, P.D. 2010.
Effects of adjacent habitat on populations of stink bugs (Heteroptera: Pentatomidae) in
cotton as part of a variable agricultural landscape in South Carolina. Environ. Entomol.
39, 1420–1427.
Roggia, R.C.R.K. 2009. Distribuição espacial e temporal de percevejos da soja e
comportamento de Piezodorus guildinii (Westwood, 1837) (Hemiptera: Pentatomidae)
na soja (Glycine max (L.) Merrill) ao longo do dia. 128f Tese (Doutorado em
Agronomia) – Universidade Federal de Santa Maria.
Root, R.B. 1973. Organization of a plant-arthropod association in simple and diverse
habitats: the fauna of collards, Brassica oleracea. Ecol. Monogr. 43, 95–124.
Roschewitz, I., Gabriel, D., Tscharntke, T., Thies, C., 2005. The effects of landscape
complexity on arable weed species diversity in organic and conventional farming. J.
Appl. Ecol. 42, 873–882.
Salerno, G., Colazza, S., Conti, E. 2002. Sub-lethal effect of deltamethrin on walking
behaviour and response to host kairomone of the egg parasitoid Trissolcus basalis. Pest
Manag. Sci. 58, 663–668.
Schaefer, C.W., Panizzi, A.R. 2000. Heteroptera of Economic Importance. CRC Press,
USA.
88
Scheid B.E., Thies, C., Tscharntke, T. 2011. Enhacing rape pollen beetle parasitism
within sown flower fields along a landscape complexity gradient. Agric. For. Entomol.
13,173–179.
Schmidt, M.H., Lauer, A., Purtauf, T., Thies, C., Schaefer, M., Tscharntke, T., 2003.
Relative importance of predators and parasitoids for cereal aphid control. Proc. Roy.
Soc. London B 270, 1905–1909.
Smaniotto, L.F., Panizzi, A.R. 2015. Interactions of selected species of stink bugs
(Hemiptera: Heteroptera: Pentatomidae) from leguminous crops with plants in the
Neotropics. Fla. Entomol. 98,7–17.
Suma, P., Zappala, L., Mazzeo G., Siscaro, G. 2009. Lethal and sub-lethal effects of
insecticides on natural enemies of citrus scale pests. BioControl 54,651–661.
Thies, C., Steffan-Dewenter, I., Tscharntke, T. 2003. Effects of landscape context on
herbivory and parasitism at different spatial scales. Oikos 101, 18–25.
Thies, C., Tscharntke, T. 1999 Landscape structure and biological control in
agroecosystems. Science 285,893–895.
Tillman, P.G. 2006. Susceptibility of pest Nezara viridula (Heteroptera: Pentatomidae)
and parasitoid Trichopoda pennipes (Diptera: Tachinidae) to selected insecticides. J.
Econ. Entomol. 99, 648–657.
Tillman, P.G. 2013. Likelihood of stink bugs colonizing crops: a case study in
Southeastern farmscapes. Environ. Entomol. 42, 438–444.
Tillman, P.G., Northfield, T.D., Mizzel, R.F., Ridlle, T.C. 2009. Spatiotemporal
patterns and dispersal of stink bugs (Heteroptera: Pentatomidae) in peanut-cotton
farmscape. Environ. Entomol. 38, 1038–1052.
Tscharntke, T., Bommarco, R. Clough, Y., Crist, T.O., Kleijn, D., Rand, T.A.,
Tyli n kis, J.M., v n Nouhuys, S., Vid l, S. 2008. Reprint of “Conserv tion biologic l
89
control nd ene y diversity on l ndsc pe sc le” [Biol. Control 43 (2007) 294–309].
Biol. Control 45, 238–253.
Tscharntke, T., Klein, A.M., Kruess, A., Steffan-Dewenter, I., Thies, C., 2005a.
Landscape perspectives on agricultural intensification and biodiversity—ecosystem
service management. Ecol. Lett. 8, 857–874.
Tscharntke, T., Rand, T.A., Bianchi, F.J.J.A., 2005b. The landscape context of trophic
interactions: insect spillover across the crop-noncrop interface. Ann. Zool. Fenn. 42,
421–432.
Tscharntke, T., Steffan-Dewenter, I., Kruess, A., Thies, C.2002. Contribution of small
habitat fragments to conservation of insect communities of grassland–cropland
landscapes. Ecol. Appl. 12, 354–363.
Tscharntke, T., Tylianakis, J.M., Rand, T.A., Disham, R.K., Fahring, L., Batáry, P.,
Bengtsson, J., Clough, Y., Crist, T.O., Dormann, C.F., Ewers R.M., Fründ, J., Holt,
R.D., Holzschuh, A., Klein, A.M., Kleijn, D., Kremen, C. Landis, D.A., Laurance, W.,
Lindenmayer, D., Scherber, C., Sodhi, N., Steffan-Dewenter, I., Thies, C., Putten,
W.H.van der, Westphal, C. 2012. Landscape moderation of biodiversity patterns and
processes-eight hypotheses. Biol. Rev. 87, 661–685.
Tylianakis, J.M., Didham, R.K., Wratten, S.D. 2004. Improved fitness of aphid
parasitoids receiving resource subsidies. Ecology 85, 658–666.
Venugopal, P.D., Coffey, P.L., Dively, G.P., Lamp, W.O. 2014. Adjacent habitat
influence on stink bug (Hemiptera: Pentatomidae) densities and the associated damage
at field corn and soybean edges. Plos One. 9, e109917.
Wäckers, F.L. 2001. A comparison of nectar and honeydew sugars with respect to their
utilization by the hymenopteran parasitoid Cotesia glomerata. J. InsectPhysiol. 47,
1077–1084.
90
Wagenmakers e Farrel 2004. AIC model selection using akaike weights. Psychon. Bull.
Rev.11, 192–196.
Winkler, K. Walckers, F. Bukovinszkine-Kiss, G. Lenteren, J.V. 2006. Sugar resource
are vital for Diadegma semiclausum fecundity under field conditions. Basic Appl. Ecol.
7, 133–140.
Wotz, J.M., Isaacs, R., Landis, D.A. 2011. Landscape structure and habitat management
differentially influence insect natural enemies in an agricultural landscape. Agric.
Ecosyst. Environ. 152, 40–49.
91
Capítulo III
Interação hospedeiro-parasitoide de Euschistus heros
(Hemiptera: Pentatomidae) e Hexacladia smithii
(Hymenoptera: Encyrtidae)
92
Introdução
A regulação de populações de herbívoros por parasitoides depende, entre outras
características, da capacidade das fêmeas de localizar e discriminar os hospedeiros. Este
processo, definido como seleção de hospedeiros (Vinson, 1984, 1985), está associado ao
sucesso reprodutivo dos parasitoides, já que permite encontrar hospedeiros adequados
para o desenvolvimento de sua progênie (van Alphen e Vet, 1986). Em ambientes
complexos, as fêmeas de parasitoides devem otimizar seu comportamento reduzindo o
tempo dedicado à busca de hospedeiros e maximizando as taxas de parasitismo
(Godfray, 1994; Vinson, 1984;).
O comportamento de seleção de hospedeiro é geralmente dividido em uma série
de etapas sequenciais como localização do habitat do hospedeiro, localização do
hospedeiro, aceitação e adequação (Doutt, 1959; van Alphen e Vet, 1986; Vinson, 1984;
Vinson e Iwantsch, 1980). Uma série de estímulos químicos e físicos guia o parasitoide
no processo de seleção, sendo os químicos os mais importantes (Vinson, 1985). Uma
vez localizado o hospedeiro, o parasitoide deve decidir em realizar ou não a oviposição,
etapa influenciada por estímulos multimodais (químicos, mecânicos, visuais, dentre
outros). Durante a oviposição e no início do desenvolvimento dos estágios imaturos a
interação parasitoide/hospedeiro resulta na regulação fisiológica do hospedeiro,
processo conhecido como adequação, que tem como consequências principais reduzir os
mecanismos de defesa do hospedeiro e aumentar a captura de nutrientes pelo parasitoide
em desenvolvimento (Godfray, 1994; Vinson et al., 1984, 1985).
Diferentemente dos parasitoides que atacam os estágios imaturos de insetos
(ovos ou larvas), os parasitoides de adultos lidam com insetos em um estágio do ciclo
vital mais ativo. Insetos adultos geralmente são mais ativos que imaturos já que
precisam forragear, copular, procurar locais de refúgio para a oviposição e se dispersar
para evitar competição. Em geral, imaturos vivem em condições crípticas e produzem
menor número de sinais para se comunicar, além de serem menores em tamanho em
relação aos adultos. Estas duas características tornam os insetos adultos mais fáceis de
localizar no ambiente. Em contrapartida, ao contar com uma bateria de defesas
fisiológicas complexas como cutícula mais rígida, maior mobilidade e tamanho corporal
e respostas imunológicas mais eficientes, o ataque por parasitoides se torna mais difícil
em insetos adultos (Gross, 1993).
93
Parasitoides que atacam o estágio adulto de insetos utilizam diversas pistas para
encontrar o hospedeiro. Estudos têm demonstrado que esta guilda de parasitoide faz uso
de estímulos químicos durante o processo de busca, como por exemplo, feromônios
liberados pelo inseto hospedeiro (Aldrich, 1995; Aldrich et al., 1987, 1991, 2006, 2007;
Higaki e Adachi, 2011; Jang et al., 2011; Jang e Park, 2010).
Após a oviposição, a adequação ocasiona alterações na fisiologia do hospedeiro
e tem efeitos em suas características bionômicas. Higaki (2003) observou que o
parasitismo do percevejo Plautia crossota stali (Scott, 1874) (Hemiptera: Pentatomidae)
por Gymnosoma rotundatum (Linnaeus, 1758) (Diptera: Tachinidae) ocasionou redução
no peso dos ovários e número de ovos do percevejo. O afídeo Toxoptera citricida
(Kirkaldy, 1907) (Hemiptera: Aphididae) apresentou longevidade e fecundidade
reduzida quando parasitado por Lysiphlebia mirzai Shuja-Uddin,1975 (Hymenoptera:
Braconidae) (Tsai e Wang, 2002).
Parasitoides também podem influenciar parâmetros demográficos de seus
hospedeiros. O afídeo T. citricida, por exemplo, quando parasitado no estágio adulto
por L. mirzai apresentou uma taxa reprodutiva líquida (Ro) que representa somente 43%
daquela observada nos afídeos não parasitados (Tsai e Wang, 2002). Em se tratando de
insetos herbívoros que atacam culturas de importância econômica e que podem atingir
densidades populacionais elevadas, estudar a influência dos parasitoides nos seus
parâmetros demográficos é importante para compreender os impactos que estes
inimigos naturais podem causar na dinâmica das populações de herbívoros (Bellows-
Junior et al., 1992; Van Lenteren e Woets, 1988).
O percevejo marrom, Euschistus heros (Fabricius,1798) (Hemiptera:
Pentatomidae), é um pentatomideo de importância econômica para o Brasil (Panizzi e
Slansky Junior, 1985; Schaefer e Panizzi, 2000). Foi identificado pela primeira vez no
Brasil em cultura de soja no estado de São Paulo (Williams et al., 1973). Juntamente
com outros percevejos causa prejuízos na produção de soja pela alimentação nas
sementes afetando sua qualidade (Panizzi et al., 2012; Panizzi e Slansky Junior, 1985;
Schaefer e Panizzi, 2000).
Devido à sua ampla distribuição geográfica, com ocorrência desde o sul do
Brasil até o norte da Região Amazônica e potencial de dano de suas populações, E.
heros precisa de controle frequente em culturas de grãos, especialmente soja. O controle
deste percevejo é feito basicamente com inseticidas sintéticos, que atualmente são
utilizados de forma intensiva em relação à dosagem e frequência de aplicação
94
(Bortolotto et al., 2015; Panizzi, 2013). Assim, torna-se necessário buscar alternativas
mais sustentáveis como a adoção do controle biológico (Bortolotto et al., 2015; Corrêa-
Ferreira et al., 2009; Panizzi, 2013) pois o uso intensivo de inseticidas é prejudicial pela
toxicidade pouco seletiva destes produtos, suprimindo populações de inimigos naturais,
causando a resistência de populações de insetos-praga, surgimento de novas pragas e
aumento dos custos de produção (Corrêa-Ferreira et al., 2009; Debach e Rosen,1991).
Adultos de E. heros são comumente parasitados por dípteros e himenópteros.
Entre os himenópteros Hexacladia smithii Ashmead, 1891 (Hymenoptera: Encyrtidae) é
a espécie mais comumente encontrada parasitando este percevejo (Corrêa-Ferreira et al.,
1998; Godoy et al., 2010; Turchen et al., 2015, ver também Capítulos 1 e 2). Na região
do Distrito Federal, na safra de 2012/2013, H. smithii representou 66,67% (capítulo 2)
dos percevejos parasitados. Embora existam registros deste parasitoide atacando outras
espécies de percevejo das famílias Pentatomidae e espécies de Coreidae e Scutelleridae
(Baldin et al., 2010; Burks, 1972; Costa Lima, 1930; Panizzi e Silva, 2010) as
observações de parasitismo em campo indicam maiores frequência de parasitismo em E.
heros (Corrêa-Ferreira et al., 1998; Godoy et al., 2010; Turchen et al., 2015), o que
pode ser consequência das altas densidades desta espécie em cultura de soja (Capítulo
1) ou de uma preferência por esta espécie de pentatomideo.
Os índices de parasitismo de H. smithii em E. heros podem variar entre 14%
(Turchen et al., 2015) a 39,5% (Corrêa-Ferreira, 1998) e pode chegar a 58,7% em
campos experimentais (Nunes, 2000), o que sugere que esta espécie possui potencial
como agente de controle biológico.
A identificação dos estímulos químicos envolvidos no processo de busca de
hospedeiros por parasitoides é uma ferramenta útil para aplicação no controle biológico,
já que pode ser utilizada para manipular o comportamento dos parasitoides atraindo-os e
retendo-os em áreas de interesse. Estudar o impacto de inimigos naturais nos aspectos
biológicos e demográficos dos insetos herbívoros ajuda a compreender a capacidade
potencial de um inimigo natural no controle de seu hospedeiro. Neste sentido a
simulação do crescimento populacional por modelagem matemática pode ser utilizada
para estimar a abundância de populações de pragas (Sujii et al., 1999).
Assim, os objetivos deste trabalho foram: 1) Avaliar o comportamento de busca
de H. smitthii frente a estímulos de E. heros (hospedeiro preferencial) e Nezara viridula
(Linnaeus, 1758) (Hemiptera: Pentatomidae), 2) Estudar o efeito do parasitismo de H.
95
smithii sobre aspectos reprodutivos de E. heros e 3) Simular o impacto do parasitismo
de H. smithii na dinâmica populacional de E. heros.
Hipóteses
1) O parasitoide H. smithii reconhece e utiliza como pista para localização o
feromônio sexual do seu hospedeiro preferencial E. heros.
2) O parasitismo por H. smithii afeta negativamente a fecundidade e a
longevidade de fêmeas de E. heros.
3) O efeito do parasitismo por H. smithii na bionomia de E. heros afeta
negativamente os parâmetros demográficos do percevejo influenciando a dinâmica
populacional do herbívoro.
Material e Métodos
Influência dos feromônios dos percevejos E. heros e N.viridula no comportamento
de busca de hospedeiros do parasitoide H. smithii
Insetos
As fêmeas de H. smithii utilizadas neste trabalho foram obtidas a partir de
percevejos parasitados coletados em campo. Os percevejos adultos coletados foram
mantidos em sala climatizada (26°C ± 2 °C; 60% de umidade relativa e 14 h de fotofase
em gaiolas plásticas de 5 L e alimentados com vagens de feijão Phaseolus vulgaris
(Fabales: Fabaceae), sementes de soja Glycine Max (Fabales: Fabaceae), amendoim
Arachis hypogaea (Fabales: Fabaceae) e girassol Helianthus annuus (Asterales:
Asteraceae). Água foi oferecida com um algodão umedecido inserido em potes plásticos
de 200 mL (Borges et al., 2006). Gotículas de mel foram distribuídas na parede da
gaiola para alimentação dos parasitoides emergidos. As gaiolas foram observadas
diariamente para verificar a presença de parasitoides. Machos e fêmeas de H. smithii
foram separados das gaiolas dos percevejos e colocados em potes plásticos de 350 mL
com gotículas de mel e chumaço de algodão umedecido com água onde foram mantidos
por 24 h para acasalamento. Em seguida, as fêmeas do parasitoide foram colocadas em
potes plásticos contendo percevejos (8 fêmeas/20 percevejos) por 24 h para ocorrer o
parasitismo. Após este período os percevejos parasitados foram mantidos em sala
96
climatizada com as mesmas condições e dieta descritas anteriormente. Para a realização
dos bioensaios foram utilizadas fêmeas do parasitoide com 24 h de idade e acasaladas.
Bioensaios
Para avaliar a influência dos feromônios de percevejos sobre o comportamento
de busca de hospedeiros de H. smithii foram conduzidos bioensaios em olfatômetro de
duas escolhas, manufaturado em placa de acrílico de 20 cm e 10 mm de espessura, com
uma abertura central em forma de Y (corpo central de 8 cm, braços de 7 cm cada um e
ângulo entre os br ços de 80˚). O olfatômetro opera horizontalmente e permite avaliar a
resposta do inseto frente a dois estímulos (odores). A placa de acrílico foi colocada
entre dois vidros de 20 x 20 cm e 4 mm de espessura, prensados com clipes para papel,
formando assim um sistema fechado. No interior do olfatômetro, uma corrente de ar
(0,8 L/min.) se estabeleceu utilizando uma bomba de aquário. O ar foi conduzido ao
interior do olfatômetro utilizando mangueiras de silicone e filtrado em carvão ativado,
regulado por fluxômetro e umidificado. Antes da entrada no olfatômetro o ar foi
dividido em dois fluxos e conduzido para seringas de vidro onde se colocaram os
estímulos, que posteriormente alcançaram os braços do olfatômetro através de tubos de
silicone. Desta maneira, os braços do olfatômetro constituíram as áreas que receberam
os diferentes tratamentos. Para escoamento do ar, uma bomba de sucção foi ligada no
extremo oposto à entrada de ar do olfatômetro com fluxo de 0,3 L/min. (Figura 1).
Desta maneira criou-se um sistema com leve pressão positiva dentro do olfatômetro que
impedia a contaminação do sistema pela entrada de ar do ambiente.
97
Figura 1. Esquema de bioensaio em olfatômetro do tipo Y. A: aparato geral utilizado
para análise comportamental em laboratório. B: Esquema detalhado da figura A: 1 –
carvão ativado para filtragem do ar, 2 – fluxômetro para regulagem da entrada do ar no
interior do olfatômetro, 3 – borbulhador para umidificação do ar no interior do
olfatômetro, 4 – seringa para abrigar o papel filtro contendo o estímulo a ser testado.
Os estímulos químicos utilizados para testar a atração de H. smithii foram os
ferômonios sexuais de E. heros e N. viridula (Tabela 1) obtidos do laboratório de
semioquímicos da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia na concentração de
0,01 mg/ml. Os compostos do feromônio de E. heros foram sintetizados pela empresa
Fuji Flavor, Co., Ltd, (Tokyo, Japão) e os compostos de N. viridula obtidos a partir de
aeração de machos segundo os procedimentos descritos em Schimmelpfeng et al.
(2014). Para os bioensaios foram aplicados 5 µl em papel filtro (1 x 1 cm) e inseridos
nas seringas. A resposta dos insetos aos feromônios foi avaliada em relação ao controle
que consistiu em papéis de filtro impregnados com 5 µl de hexano (solvente).
Para executar os bioensaios, fêmeas de H. smithii foram introduzidas
individualmente no olfatômetro. O comportamento de cada fêmea foi observado por 10
minutos com auxílio de cronômetro para quantificar os tempos. Foram registrados:
escolha inicial (braço do olfatômetro no qual o inseto entra inicialmente e permanece
A B
3
12
4
98
por pelo menos 20s) e tempo de residência (tempo que o parasitoide permaneceu em
cada braço do olfatômetro).
As posições dos tratamentos foram alternadas a cada cinco bioensaios para evitar
qualquer tendência na resposta do inseto. Os papéis impregnados com as soluções de
feromônios foram trocados a cada três bioensaios. Foram realizadas 20 repetições de
cada combinação de tratamento: feromônio de E. heros x hexano e feromônio de N.
viridula x hexano.
Tabela 1. Feromônios sexuais de Euschistus heros e Nezara viridula utilizados em
bioensaio em olfatômetro.
Espécie Composto
2,6,10-trimetiltridecanoato de metila (44%)
Euschistus heros 2E,4Z-decadienoato de metila (53 %)
2,6,10-trimetildodecanoato de metila (3%)
Nezara viridula cis-Z-Epoxibisaboleno (25 %)
trans-Z-Epoxibisaboleno (75 %)
Nota: as percentagens entre parênteses correspondem à proporção de cada composto na
mistura feromonal segundo descrições de Zhang et al. (2003) e Borges e Aldrich (1994)
para Euschistus heros e Aldrich et al. (1992) para Nezara viridula.
Análise de dados
A probabilidade de escolha das fêmeas de H. smithii pelas áreas do olfatômetro
com diferentes tratamentos foi calculada por regressão logística e para testar a hipótese
de não preferência pelos tratamentos (50% de escolha para cada tratamento) foi
utilizado o teste de 2 de Wald. Os valores médios do tempo de residência em áreas do
olfatômetro com diferentes tratamentos foram comparados pelo teste de Wilcoxon.
Todas as análises foram realizadas a 5% de nível de significância.
99
Efeito do parasitismo de H. smithii em aspectos biológicos e demográficos de E.
heros
Os parasitoides utilizados neste experimento foram criados de acordo ao descrito
anteriormente na seção: Insetos. Os adultos de E. heros utilizados como hospedeiros
para o experimento foram obtidos de uma colônia estabelecida na Embrapa Recursos
Genéticos e Biotecnologia e mantidos seguindo a metodologia estabelecida por Borges
et al. (2006) descrita previamente.
Para estudar os aspectos biológicos de E. heros quando parasitados por H.
smithii foram estabelecidos dois grupos de fêmeas de E. heros, cada um com 30 insetos,
constituindo assim dois tratamentos: 1- fêmeas parasitadas e 2- fêmeas não parasitadas.
As fêmeas de E. heros com 12 dias de idade, maduras sexualmente (Costa et al.,
1998) foram individualizadas em caixas gerbox com alimento (uma vagem de feijão e
sementes de soja, amendoim e girassol na medida de 3:1:1, respectivamente) e um
recipiente plástico contendo um pedaço de algodão umedecido em água (Figura 2) e
mantidas em laboratório sob condições controladas (25 ± 2°C, 60 ± 10% U.R., 14h
fotofase).
Figura 2. Caixa gerbox com dieta natural utilizada para experimento de biologia de
Euschistus heros em laboratório.
No grupo de fêmeas parasitadas, para cada fêmea de E. heros foi adicionada uma
fêmea de H. smithii previamente acasalada. As fêmeas do parasitoide foram mantidas
por 24 h na caixa gerbox e após esse período, o parasitoide foi retirado e um macho de
100
E. heros com a mesma idade da fêmea não parasitado foi introduzido para acasalamento
e mantido na caixa gerbox até a finalização do experimento, que ocorreu no momento
da morte da fêmea. Caso o macho morresse antes da fêmea ele era substituído por outro
da mesma idade. O grupo de fêmeas não parasitadas, se manteve sem contato com
parasitoides e também recebeu machos no mesmo período que o grupo de fêmeas
parasitadas.
As caixas gerbox com as fêmeas de cada tratamento foram observadas
diariamente registrando: número de ovos depositados por cada fêmea e sobrevivência
dos insetos. As posturas obtidas foram individualizadas em placa de Petri (9 cm de
diâmetro) com a identificação correspondente [data, tratamento (parasitada ou não
parasitada) e repetição: número da fêmea] e foram observadas diariamente para verificar
a emergência de ninfas. Para fêmeas parasitadas e não parasitadas foram avaliados:
fecundidade total (média do total de ovos por fêmea de cada tratamento); fecundidade
diária (média de ovos por dia de cada tratamento considerando o grupo: 30 fêmeas não
parasitadas ou 30 fêmeas parasitadas); longevidade das fêmeas de cada tratamento não
parasitadas e parasitadas (número de dias em que as fêmeas permaneceram vivas após o
parasitismo); fertilidade (número de ninfas obtidas a partir de cada massa de
ovos/número de ovos em cada massa de ovos).
Análise de dados
Para comparar a fecundidade e longevidade de fêmeas de cada tratamento foram
utilizados modelos lineares generalizados (GLM) com distribuição Poisson dos
resíduos. Quando os dados mostraram sobre dispersão, foi usado distribuição de erros
quase-Poisson. Foi feita também uma análise de fecundidade nos primeiros 15 dias após
o parasitismo, período que abrangeu a longevidade média das fêmeas parasitadas. Os
dados de sobrevivência das fêmeas foram usados para construir curvas de sobrevivência
comparadas pelo teste log-rank de Kaplan-Meier.
A fecundidade diária (número médio de ovos colocados pelo grupo de fêmeas
por dia) foi apresentada graficamente. Os dados de fertilidade (proporção de ninfas
eclodidas) foram comparados entre os tratamentos por GLM com distribuição binomial
de erros.
Os dados de idade, sobrevivência, fecundidade e fertilidade foram utilizados
para estimar a média e erro padrão dos parâmetros da tabela de vida de fecundidade
usando o programa computacional LIFE TABLE.SAS (Maia et al., 2000) na plataforma
101
SAS (SAS Institute, 2001). Foram considerados: classe de idade (x: expressa em dias e
estimada como a soma do tempo de desenvolvimento de imaturos e a idade da fêmea
em cada dia de observação do experimento), fertilidade diária (mx: número médio de
ovos por fêmeas em cada classe de idade) e sobrevivência da fêmea (lx: proporção de
sobrevivência em cada classe de idade). Outras variáveis necessárias para as estimativas
foram obtidas de dados da literatura para E. heros em condições similares de criação. O
tempo de desenvolvimento de ovo a adulto considerado foi de 28,45 ± 0,19 dias (com
condição de 26°C, 70% ± 10% e 14h de fotofase) (Cividanes et al., 1994), a proporção
de sobrevivência de imaturos de 60% (com condição de 24 ± 0,5°C, 70 ± 10% e 14h de
fotofase) (Costa et al., 1998) e a razão sexual da descendência de 0,5 (com condição de
26 ± 1°C, 60 ± 10% e 14h de fotofase) (Silva et al., 2008).
O programa LIFE TABLE utiliza a técnica Jackknife para estimar parâmetros da
tabela de vida, os quais neste trabalho foram: taxa líquida de reprodução (Ro: número
de fêmeas/fêmea), taxa intrínseca de crescimento populacional (rm: produção
instantânea de fêmeas/fêmeas), tempo de geração (T: idade média de fêmeas no
momento da produção da primeira descendência), e taxa finita de aumento (λ: número
de fêmea/fêmea/dia). Os parâmetros foram comparados pelo teste t.
Para estimar o crescimento populacional de E. heros sob diferentes condições
(ciclo da soja, população de percevejos migrantes, porcentagem de parasitismo e
contribuição de parasitoides de adultos e de ovos) foi utilizada a taxa intrínseca de
crescimento de fêmeas não parasitadas e parasitadas estimada a partir dos dados do
experimento.
Para modelar o crescimento populacional foi utilizada a equação algébrica
simples do modelo de crescimento exponencial:
N(t) = N0ert
N(t): é o número de indivíduos na população no tempo t
N0: é o número de indivíduos na população inicial
r: taxa intrínseca de crescimento populacional (obtida a partir dos parâmetros
biológicos).
t: tempo t
As condições para as quais foram realizadas as simulações de crescimento
populacional foram: 1- duração do ciclo de desenvolvimento da soja (plantio até
maturidade fisiológica), para variedades cultivadas na região de Goiás e Distrito Federal
102
(Embrapa, 2013) de diferentes ciclos: ciclo curto, até 125 dias, ciclo médio, até 140 dias
e ciclo longo, 150 dias número escolhido estando acima de 140 dias como definido para
ciclo longo; 2- número de indivíduos da população migrante de 0,4 percevejos
adultos/m2, obtido como média de percevejos adultos migrantes em cultura de soja em
cidades do Centro-Oeste e de Minas Gerais (Borges et al., 2011; Silva et al., 2014;
Borges et al., dados não publicados) e números acima e abaixo da média como: 0,8; 2;
0,2 e 0,08 percevejos adultos por m2, para gerar um gradiente de simulação de
população colonizante, obtidos pela multiplicação e divisão da densidade inicial (0,4
percevejos adultos/m2) por 2 e 5; e 3- diferentes porcentagens de parasitismo de adultos:
58%, 39%, 14% e 3% e de ovos: 4%; 18% e 70%. A taxa de parasitismo de 3% foi
encontrada no presente trabalho no Distrito Federal (capítulo 2), as demais foram
obtidas da literatura (Corrêa-Ferreira et al., 1998; Medeiros et al., 1997; Michereff,
2011; Nunes, 2000; Turchen et al., 2015; Vieira et al., 2013, 2014).
O crescimento populacional de E. heros foi simulado considerando o período
reprodutivo da soja: início de floração até a maturação fisiológica. A duração deste
período foi conseguida diminuindo 50 dias (duração do período vegetativo de 45 a 50
dias obtido de Fietz e Rangel (2008)) dos períodos de duração de cultivares de ciclo
curto, médio e longo obtendo: 75, 85 e 100 dias para o período de floração a maturação
de soja. Para a simulação das diferentes taxas de parasitismo sob o parasitismo de
adultos, a equação algébrica simples do modelo de crescimento exponencial empregada
anteriormente foi acrescida das diferentes porcentagens de parasitismo e somando-se o
crescimento da população não parasitada:
N(t) = N0((e(n1*(rpop_parasitada*t)+n2*(rpop_nparasitada*t)
)))
N(t): é o número de indivíduos na população no tempo t
N0: é o número de indivíduos na população inicial
n1: número de indivíduos parasitados/ número total de indivíduos
rpop_parasitada : taxa intrínseca de crescimento da população parasitada
t: tempo t
n2: proporção de indivíduos não parasitados (1- proporção de parasitismo)
rpop_nparasitada: taxa intrínseca de crescimento da população não parasitada
103
Foram também consideradas, as contribuições de mortalidade por parasitoides
de adultos e de ovos. Para esta análise, foram consideradas as porcentagens de
parasitismo de adultos de 58% registrado por Nunes (2000), 39% registrado por Corrêa-
Ferreira et al. (1998), 14% obtido de Turchen et al. (2015) e 3% (capítulo 2). O valor de
70% de parasitismo de ovos, foi o valor médio obtido entre os valores registrados por
Medeiros et al. (1997). O valor de 18% de parasitismo de ovos, foi o valor encontrado
por Vieira et al. (2014) e também valor médio obtido entre os encontrados por
Michereff (2011). O valor de 4% de parasitismo de ovos foi o valor encontrado por
Vieira et al. (2013) e também valor médio dos encontrados por Vieira et al. (2014). Para
determinar a contribuição de parasitoides de ovos foi empregada a seguinte equação:
N(t)= N0*(e(rpop_nparasitada *t)-( n3*( rpop_nparasitada))
)
N(t): é o número de indivíduos na população no tempo t
N0: é o número de indivíduos na população inicial
rpop_nparasitada: taxa intrínseca de crescimento da população não parasitada
n3: proporção de parasitismo de parasitoides de ovos em E.heros
E para a contribuição do parasitismo de ovos e de adultos foi empregada a
equação:
N(t)= N0*(e(n4*(rpop_parasitada *t) + (n4.1)(rpop_nparasitada*t) - ( n3*( n4(rpop_parasitada *t) +
(n4.1)(rpop_nparasitada*t)
N(t): é o número de indivíduos na população no tempo t
N0: é o número de indivíduos na população inicial
n4: proporção de parasitismo de parasitoides de adultos em E.heros
rpop_parasitada : taxa intrínseca de crescimento da população parasitada
t: tempo t
n4.1: proporção de indivíduos não parasitados por parasitoides de adultos (1-
proporção de parasitismo de parasitoides de adultos em E. heros)
rpop_nparasitada: taxa intrínseca de crescimento da população não parasitada
n3: proporção de parasitismo de parasitoides de ovos em E.heros
104
Resultados
Influência dos feromônios dos percevejos E. heros e N.viridula no comportamento
de busca de hospedeiros do parasitoide H. smithii
O parasitoide foi atraído preferencialmente para o feromônio de E. heros quando
contrastado com o controle (hexano) (2 Wald = 4,52; p = 0,033) (Figura 3). O
tratamento com o feromônio deste percevejo também resultou em maior tempo de
residência no braço do olfatômetro que continha feromônio de E. heros quando
comparado ao braço do olfatômetro com hexano (teste de wilcoxon W = 109; p = 0,014)
(Figura 4).
O feromônio de N. viridula não resultou atrativo para o parasitoide, uma vez que
não houve diferença significativa ao avaliar a resposta do parasitoide à solução deste
feromônio quando contrastado com hexano (2 Wald = 1,74 gl = 19 p = 0,18) (Figura
3). Da mesma maneira, não houve diferença significativa para o tempo de residência do
parasitoide na área do olfatômetro com feromônio de N. viridula quando comparado à
área do olfatômetro com hexano (teste de wilcoxon W = 237; gl = 1; p = 0,32) (Figura
4).
Figura 3. Proporção de escolha inicial de fêmeas de Hexacladia smithii em áreas do
olfatômetro de duas escolhas (tipo Y) tratadas com feromônio de Euschistus heros (Eh)
e hexano ou feromônio de Nezara viridula (Nz) e hexano. * Indica diferenças
-1 -0,5 0 0,5 1
Eh
Nv
Controle
Tratamento
Proporção de escolha de fêmeas de Hexacladia smithii aos feromônios de percevejos
*
(7)
(14)
(7 )
(6)
105
significativas entre tratamento (feromônio de Nz ou Eh) e controle (hexano) pelo teste
de 2
Wald p<0,05. Os números entre parênteses indicam o número de indivíduos que
respoderam aos tratamentos.
Figura 4. Tempo de residência (média ± SE) de fêmeas de Hexacladia smithii em áreas
do olfatômetro contendo feromônio de Euschistus heros (Eh) e hexano ou feromônio de
Nezara viridula (Nz) e hexano. * Indica diferenças significativas entre tratamento
(feromônio de Nz ou Eh) e controle (hexano) pelo teste de Wilcoxon, p<0,05. Os
números entre parênteses indicam o número de indivíduos que respoderam aos
tratamentos.
Influência do parasitismo de H. smithii em aspectos biológicos e demográficos de E.
heros
A longevidade das fêmeas de E. heros parasitadas não diferiu estatisticamente
das fêmeas não parasitadas (análise de GLM, t = -1,099 p = 0,277) (Apêndice 3.1
p.141). Embora tenha havido uma queda na sobrevivência de fêmeas de E. heros
parasitadas aos 15 dias após o parasitismo, a curva de sobrevivência não mostrou
-200 -150 -100 -50 0 50 100 150 200
Eh
Nv
Controle
Tratamento
Tempo de residência (seg)
*(20)
(20)
(20)
(20)
106
diferenças significativas entre os tratamentos (T = 2,840 p = 0, 092) (Apêndice 3.2
p.142).
A fecundidade total de fêmeas de E. heros parasitadas por H. smithii foi menor
quando comparada ao de fêmeas não parasitadas (análise de GLM, z = 5,38 p < 0,001)
(Figura 5). As fêmeas não parasitadas apresentaram uma oscilação da fecundidade
diária com período de oviposição maior que 30 dias (Figura 6). Para fêmeas parasitadas
a taxa de oviposição reduziu acentuadamente a partir do décimo dia (Figura 6). Ao
comparar a fecundidade nos primeiros 15 dias após o parasitismo, o número de ovos de
fêmeas parasitadas permaneceu menor que o de fêmeas não parasitadas (análise GLM, z
= -3,21 p < 0,001) (Figura 7).
Figura 5. Fecundidade total (número médio do total de ovos) de fêmeas de
Euschistus heros não parasitadas e parasitadas por Hexacladia smithii. Asteriscos
indicam diferenças significativas (análise GLM, distribuição de erros Poisson, p <
0,001).
0
20
40
60
80
100
120
140
160
Fêmea não parasitada Fêmea parasitada
Nú
mero
de o
vo
s
*
107
Figura 6. Fecundidade diária (número médio de ovos por dia) de fêmeas de Euschistus
heros não parasitadas e parasitadas por Hexacladia smithii em cada dia.
Figura 7. Fecundidade total (número médio do total de ovos) de fêmeas de Euschistus
heros não parasitadas e parasitadas por Hexacladia smithii considerando os primeiros
15 dias após o parasitismo. Asteriscos indicam diferenças significativas (análise GLM,
distribuição de erros Poisson, p < 0,001).
A fertilidade de fêmeas parasitadas e não parasitadas não mostrou diferença
significativa (análise GLM com distribuição binomial de erros z = 1,397, p = 0,16). O
mesmo foi observado considerando a fertilidade nos primeiros 15 dias após o
parasitismo (analise GLM, z = 1,90, p = 0,06) (Apêndice 3.3 p.142).
0
2
4
6
8
10
12
1 3 5 7 9 111315171921232527293133353739414345474951535557596163
Fec
un
did
ade
méd
ia d
iári
a
Tempo (dias)
Fêmea não parasitada Fêmea parasitada
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Fêmea não parasitada Fêmea parasitada
Nú
mero
de o
vo
s
*
108
A taxa líquida de crescimento (R0), a taxa intrínseca de crescimento (rm) e a taxa
finita de aumento (λ) foram estatisticamente diferentes, com valores maiores para
fêmeas não parasitadas quando comparado a fêmeas parasitadas (Tabela 2). A duração
média de geração (T) e o tempo médio para duplicação da população (DT) também
foram diferentes entre os dois tratamentos (Tabela 2).
Ao simular um crescimento geométrico das populações de E. heros não
parasitadas e parasitadas considerando diferentes durações do ciclo da soja foi
observado em todos os casos um crescimento mais rápido das populações não
parasitadas quando comparado às populações parasitadas (Figura 8).
Tabela 2. Parâmetros da tabela de fertilidade de fêmeas de Euschistus heros não
parasitadas e parasitadas por Hexacladia smithii.
Parâmetro Tratamento Estimativa Erro padrão Valor p*
Taxa líquida de
crescimento (Ro)
Fêmea não parasitada 36,00 6,14 0,0015
Fêmea parasitada 13,60 2,04
Taxa intrínseca
de crescimento
(rm)
Fêmea não parasitada 0,0747 0,0026 0,0003
Fêmea parasitada 0,0589 0,0032
taxa finita de Fêmea não parasitada 1,0776 0,0028 0,0003
aumento () Fêmea parasitada 1,0607 0,0034
Duração da
geração(T) (dias)
Fêmea não parasitada 48,13 1,14 0,0043
Fêmea parasitada 44,49 0,36
Tempo de
duplicação da
população DT
(dias)
Fêmea não parasitada 9,27 0,34 0,0016
Fêmea parasitada 11,72 0,64
*Nível de significância nominal do teste t para comparação dos parâmetros de fêmeas
não parasitadas versus fêmeas parasitadas.
109
Figura 8. Simulação do crescimento populacional de fêmeas de Euschistus heros não
parasitas e parasitadas por Hexacladia smithii em variedades de soja com diferentes
fenologias em Goiás e Distrito Federal (Embrapa, 2013). A: ciclo curto – duração de até
125 dias, B: ciclo médio – duração de até 140 dias, C: ciclo longo – duração maior que
150 dias e D: representa o nível de controle alcançado pelos ciclos da soja considerados.
A linha tracejada indica o nível de controle de 4 indivíduos por metro quadrado. Os
gráficos A, B e C apresentam o eixo y sob escalas diferentes para melhor visualização
do tamanho populacional de fêmeas de E. heros não parasitadas e parasitadas no final
do período reprodutivo.
O crescimento populacional considerando o número de percevejos colonizantes
para variedades de ciclo médio, também mostra um padrão diferenciado entre fêmeas
não parasitadas e parasitadas. O nível de controle para uma população inicial de 0,08;
0,2 e 0,4 adultos/m2 para fêmeas parasitadas é atingido aos 14, 10 e 9 dias após o limiar
de controle atingido pelas fêmeas não parasitadas. Já para uma população inicial de 0,8
e 2 o nível de controle é atingido aos 6 e 2 dias após ao atingido pela população não
parasitada. Ao final do período reprodutivo, a população parasitada é menor que a não
parasitada (Figura 9).
A B
C D
0
20
40
60
80
100
120
0 10 20 30 40 50 60 70Núm
ero d
e per
cevej
os
/ m
2
Dias
Ciclo curto
Não parasitada Parasitada
0
40
80
120
160
200
240
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Núm
ero
de
per
cev
ejo
s /
m2
Dias
Ciclo médio
Não parasitada Parasitada
0
100
200
300
400
500
600
700
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Nú
mer
o d
e p
erce
vej
os
/ m
2
Dias
Ciclo longo
Não parasitada Parasitada
0
2
4
6
8
10
0 10 20 30 40 50N
úm
ero d
e per
cevej
os
/ m
2
Dias
Não parasitada Parasitada
110
Legenda em página seguinte
0
2
4
6
8
10
12
0 10 20 30 40 50 60 70
Nú
mer
o d
e p
erce
vej
os/
m2
Dias
População inicial de 2
Não parasitada Parasitada
BA
C D
E F
G H
I J
0
2
4
6
8
10
12
0 10 20 30 40 50 60 70
Nú
mer
o d
e p
erce
vej
os/
m2
Dias
População inicial de 0,08
Não parasitada Parasitada
0
10
20
30
40
50
0 20 40 60 80 100
Núm
ero d
e per
cevej
os/
m2
Dias
População inicial de 0,08
Não parasitada Parasitada
0
30
60
90
120
150
0 20 40 60 80 100
Nú
mero
de p
erc
ev
ejo
s/m
2
Dias
População inicial de 0,2
Não parasitada Parasitada
0
2
4
6
8
10
12
0 10 20 30 40 50 60 70Nú
mero
de p
erc
ev
ejo
s/m
2
Dias
População inicial de 0,2
Não parasitada Parasitada
0
50
100
150
200
250
0 20 40 60 80 100
Nú
mer
o d
e p
erce
vej
os/
m2
Dias
População inicial de 0,4
Não parasitada Parasitada
0
2
4
6
8
10
12
0 10 20 30 40 50 60 70
Nú
mero
de p
erc
ev
ejo
s/m
2
Dias
População inicial de 0,4
Não parasitada Parasitada
0
100
200
300
400
500
0 20 40 60 80 100
Nú
mer
o d
e p
erce
vej
os/
m2
Dias
População inicial de 0,8
Não parasitada Parasitada
0
2
4
6
8
10
12
0 10 20 30 40 50 60 70
Núm
ero d
e per
cevej
os/
m2
Dias
População inicial de 0,8
Não parasitada Parasitada
0
200
400
600
800
1000
1200
0 20 40 60 80 100
Núm
ero d
e per
cevej
os/
m2
Dias
População inicial de 2
Não parasitada Parasitada
111
Figura 9. Simulação do crescimento populacional de fêmeas de Euschistus heros não
parasitas e parasitadas por Hexacladia smithii considerando diferentes populações
iniciais de percevejos sob o ciclo da soja de 135 dias. As populações iniciais são de:
0,08; 0,2; 0,4; 0,8 e 2 percevejos adultos/m2. Gráficos A, C, E, G, I do lado esquerdo:
mostram o tamanho populacional de fêmeas de E. heros não parasitadas e parasitadas ao
durante o período reprodutivo. Gráficos B, D, F, H, J do lado direito: mostram o
número de dias necessários para atingir o nível de controle de populações de E. heros
não parasitadas e parasitadas. Linha tracejada representa o nível de controle com 4
percevejos/m2. Os gráficos A, C, E, G, I apresentam o eixo y sob escalas diferentes para
melhor visualização do tamanho populacional de populações de E. heros não
parasitadas e parasitadas no final do período reprodutivo.
Ao comparar diferentes taxas de parasitismo o modelo mostra retardo no
crescimento populacional de E. heros a medida que valores de parasitismo por
parasitoides de adultos ou por parasitoides de ovos aumentam (Figura 10A e 10C). Ao
final do período reprodutivo, com parasitismo de 58 e 39%, a população de E. heros
chega a apresentar 98,36 e 126,58 percevejos/m2, números claramente menores que os
da população não parasitada que chega a um valor de 213,77 percevejos/m2 (Figura
10A). Fêmeas de E. heros com parasitismo de 3% apresentam crescimento populacional
similar ao de fêmeas não parasitadas (Figura 10A). A população com parasitismo de
39% e 58% atingiram o nível de controle aos 34 e 36 dias respectivamente, sendo 3 e 5
dias mais tarde que fêmeas não parasitadas (Figura 10B). Já fêmeas com parasitismo de
14% e 3% atingiram o nível de controle um dia após o nível de controle atingido pelas
fêmeas não parasitadas (Figura 10B). O nível de controle para população com 4 e 18%
de parasitismo em ovos é atingido com 2 e 7 dias após ao atingido pela população não
parasitada (Figura 10D). A população de E. heros com taxa de 70% de parasitismo de
ovos não chega a alcançar o nível de controle durante o período reprodutivo da soja
(Figura 10D).
As contribuições dos parasitoides de ovos e de adultos para o controle
populacional de E. heros, observado na simulação, mantêm as populações de E. heros
em abundância menor quando comparado com populações não parasitadas (np)
(Figuras 11A-G). O nível de controle de 4 percevejos adultos/m2 é alcançado em 31dias
112
em populações não parasitadas (Figuras 11B-H). Para fêmeas parasitadas, a simulação
mostrou que o número de dias para atingir nível de controle varia dependendo da taxa
de parasitismo. Quando as taxas de parasitismo em E. heros são de 3% por parasitoides
de adultos e de 4% por parasitoides de ovos o nível de controle é alcançado em 33 dias
(Figura 11B), dois dias após ao atingido pelas fêmeas não parasitadas. No entanto,
quando a combinação das taxas parasitismo das duas guildas de parasitoides são
maiores, com valores de 58 e 18% por parasitoides de adultos e de ovos
respectivamente, o nível de controle é alcançado em 44 dias (Figura 11H). A
combinação do parasitismo de adultos e de ovos, quando os últimos apresentam taxa de
parasitismo de 70%, mantém a densidade da praga abaixo do nível de controle durante
todo o estágio reprodutivo da soja (Figuras 11B -H).
Figura 10. Simulação do crescimento populacional de fêmeas de Euschistus heros não
parasitas e parasitadas por Hexacladia smithii e crescimento de E. heros com a
contribuição de parasitoides de ovos sob diferentes condições de parasitismo em ciclo
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Núm
ero d
e per
cevej
os/
m2
Dias
np 58%adultos 39%adultos 14%adultos 3%adultos
0
50
100
150
200
250
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Nú
mer
o d
e p
erce
vej
os/
m2
Dias
np 58%adultos 39%adultos 14%adultos 3%adultos
0
50
100
150
200
250
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Nú
mer
o d
e in
div
ídu
os/
m2
Dias
np 58%adultos 39%adultos 14%adultos 3%adultos
0
50
100
150
200
250
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Nú
mer
o d
e in
div
ídu
os/
m2
Dias
np 58%adultos 39%adultos 14%adultos 3%adultos
0
50
100
150
200
250
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Nú
mer
o d
e in
div
ídu
os/
m2
Dias
np 58%adultos 39%adultos 14%adultos 3%adultos
0
50
100
150
200
250
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Nú
mer
o d
e in
div
ídu
os/
m2
Dias
np 58%adultos 39%adultos 14%adultos 3%adultos
0
50
100
150
200
250
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Nú
mer
o d
e in
div
ídu
os/
m2
Dias
np 58%adultos 39%adultos 14%adultos 3%adultos
0
50
100
150
200
250
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Nú
mer
o d
e in
div
ídu
os/
m2
Dias
np 58%adultos 39%adultos 14%adultos 3%adultos
0
50
100
150
200
250
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Nú
mer
o d
e in
div
ídu
os/
m2
Dias
np 58%adultos 39%adultos 14%adultos 3%adultos
0
50
100
150
200
250
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Nú
mer
o d
e in
div
ídu
os/
m2
Dias
np 58%adultos 39%adultos 14%adultos 3%adultos
0
50
100
150
200
250
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Nú
mer
o d
e in
div
ídu
os/
m2
Dias
np 58%adultos 39%adultos 14%adultos 3%adultos
0
50
100
150
200
250
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Nú
mer
o d
e in
div
ídu
os/
m2
Dias
np 58%adultos 39%adultos 14%adultos 3%adultos
0
50
100
150
200
250
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90Núm
ero
de indiv
íduos/
m2
Dias
np 70% ovos 18% ovos 4%ovos
0
50
100
150
200
250
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90Núm
ero d
e in
div
íduos/
m2
Dias
np 70% ovos 18% ovos 4%ovos
0
50
100
150
200
250
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90Nú
mer
o d
e in
div
ídu
os/
m2
Dias
np 70% ovos 18% ovos 4%ovos
0
50
100
150
200
250
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90Núm
ero d
e in
div
íduos/
m2
Dias
np 70% ovos 18% ovos 4%ovos
0
50
100
150
200
250
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90Núm
ero
de indiv
íduos/
m2
Dias
np 70% ovos 18% ovos 4%ovos
0
50
100
150
200
250
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90Núm
ero d
e in
div
íduos/
m2
Dias
np 70% ovos 18% ovos 4%ovos
0
50
100
150
200
250
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90Nú
mer
o d
e in
div
ídu
os/
m2
Dias
np 70% ovos 18% ovos 4%ovos
0
50
100
150
200
250
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90Núm
ero d
e in
div
íduos/
m2
Dias
np 70% ovos 18% ovos 4%ovos
BA
C D
0
50
100
150
200
250
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90Nú
mer
o d
e p
erce
vej
os/
m2
Dias
np 70% ovos 18% ovos 4%ovos
0
2
4
6
8
10
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Núm
ero d
e per
cevej
os/
m2
Dias
np 70% ovos 18% ovos 4%ovos
113
médio da cultura de soja de 135 dias. np: população de fêmeas de E. heros não
parasitadas; 58%adultos, 39%adultos, 14%adultos e 3%adultos representam diferentes
taxas de parasitismo por parasitoide de adultos; 70%ovos, 18%ovos e 4%ovos
representam diferentes taxas de parasitismo por parasitoides de ovos. O número de
indivíduos no eixo y em todos os gráficos representa percevejos adultos/m2. Os gráficos
A e C: mostram o tamanho populacional de fêmeas de E. heros não parasitadas e
parasitadas durante o período reprodutivo. Os gráficos B e D: mostram o número de
dias necessários para atingir o nível de controle de populações de E. heros não
parasitadas e parasitadas. Linha tracejada representa o nível de controle com 4
percevejos/m2.
114
Figura 11. Simulação do crescimento populacional exponencial de fêmeas de
Euschistus heros não parasitadas e parasitadas por Hexacladia smithii combinado com a
contribuição de parasitismo de ovos simulado sob diferentes porcentagens de
parasitismo em cultura da soja de 135 dias (ciclo médio). np: população de fêmeas de E.
heros não parasitadas. O número de indivíduos no eixo y em todos os gráficos
representa percevejos adultos/m2. A-G: mostra o tamanho populacional de fêmeas de E.
0
4
8
12
16
20
0 10 20 30 40 50 60
Núm
ero
de p
erc
evejo
s/m
2
Diasnp 39% adulto e 70%ovos39% adulto e 18%ovos 39% adulto e 4%ovos
0
4
8
12
16
20
0 10 20 30 40 50 60Nú
mero
de p
erc
ev
ejo
s/m
2
Dias
np 3% adulto e 70% ovos
3% adulto e 18% ovos 3% adulto e 4% ovos
0
50
100
150
200
250
0 20 40 60 80 100
Nú
mero
de p
erc
ev
ejo
s/m
2
Dias
np 3% adulto e 70% ovos
3% adulto e 18% ovos 3% adulto e 4% ovos
A B
0
50
100
150
200
250
0 20 40 60 80 100
Nú
mer
o d
e p
erce
vej
os/
m2
Dias
np 3% adulto e 70% ovos
3% adulto e 18% ovos 3% adulto e 4% ovos
0
50
100
150
200
250
0 20 40 60 80 100
Nú
mer
o d
e p
erce
vej
os/
m2
Dias
np 3% adulto e 70% ovos
3% adulto e 18% ovos 3% adulto e 4% ovos
0
50
100
150
200
250
0 20 40 60 80 100
Nú
mer
o d
e p
erce
vej
os/
m2
Dias
np 3% adulto e 70% ovos
3% adulto e 18% ovos 3% adulto e 4% ovos
0
50
100
150
200
250
0 20 40 60 80 100
Nú
mer
o d
e p
erce
vej
os/
m2
Dias
np 3% adulto e 70% ovos
3% adulto e 18% ovos 3% adulto e 4% ovos
0
50
100
150
200
250
0 20 40 60 80 100
Nú
mer
o d
e p
erce
vej
os/
m2
Dias
np 3% adulto e 70% ovos
3% adulto e 18% ovos 3% adulto e 4% ovos
0
50
100
150
200
250
0 20 40 60 80 100
Nú
mer
o d
e p
erce
vej
os/
m2
Dias
np 3% adulto e 70% ovos
3% adulto e 18% ovos 3% adulto e 4% ovos
0
50
100
150
200
250
0 20 40 60 80 100
Nú
mer
o d
e p
erce
vej
os/
m2
Dias
np 3% adulto e 70% ovos
3% adulto e 18% ovos 3% adulto e 4% ovos
0
50
100
150
200
250
0 20 40 60 80 100
Nú
mer
o d
e p
erce
vej
os/
m2
Dias
np 3% adulto e 70% ovos
3% adulto e 18% ovos 3% adulto e 4% ovos
0
50
100
150
200
250
0 20 40 60 80 100
Núm
ero d
e per
cevej
os/
m2
Dias
np 14% adulto e 70%ovos
14% adulto e 18%ovos 14% adulto e 4%ovos
C D
0
50
100
150
200
250
0 20 40 60 80 100
Núm
ero d
e per
cevej
os/
m2
Diasnp 14% adulto e 70%ovos
14% adulto e 18%ovos 14% adulto e 4%ovos
0
50
100
150
200
250
0 20 40 60 80 100
Núm
ero d
e per
cevej
os/
m2
Diasnp 14% adulto e 70%ovos
14% adulto e 18%ovos 14% adulto e 4%ovos
0
50
100
150
200
250
0 20 40 60 80 100
Núm
ero d
e per
cevej
os/
m2
Diasnp 14% adulto e 70%ovos
14% adulto e 18%ovos 14% adulto e 4%ovos
0
50
100
150
200
250
0 20 40 60 80 100
Núm
ero d
e per
cevej
os/
m2
Diasnp 14% adulto e 70%ovos
14% adulto e 18%ovos 14% adulto e 4%ovos
0
50
100
150
200
250
0 20 40 60 80 100N
úm
ero d
e per
cevej
os/
m2
Diasnp 14% adulto e 70%ovos
14% adulto e 18%ovos 14% adulto e 4%ovos
0
50
100
150
200
250
0 20 40 60 80 100
Núm
ero d
e per
cevej
os/
m2
Diasnp 14% adulto e 70%ovos
14% adulto e 18%ovos 14% adulto e 4%ovos
0
50
100
150
200
250
0 20 40 60 80 100
Núm
ero d
e per
cevej
os/
m2
Diasnp 14% adulto e 70%ovos
14% adulto e 18%ovos 14% adulto e 4%ovos
0
50
100
150
200
250
0 20 40 60 80 100
Núm
ero d
e per
cevej
os/
m2
Diasnp 14% adulto e 70%ovos
14% adulto e 18%ovos 14% adulto e 4%ovos
0
4
8
12
16
20
0 10 20 30 40 50 60
Núm
ero
de p
erc
evejo
s/m
2
Diasnp 14% adulto e 70%ovos
14% adulto e 18%ovos 14% adulto e 4%ovos
0
50
100
150
200
250
0 20 40 60 80 100Nú
mero
de p
erc
ev
ejo
s/m
2
Dias
np 39% adulto e 70%ovos
39% adulto e 18%ovos 39% adulto e 4%ovos
0
50
100
150
200
250
0 20 40 60 80 100Núm
ero
de p
erce
vejo
s/m
2
Dias
np 39% adulto e 70%ovos
39% adulto e 18%ovos 39% adulto e 4%ovos
0
50
100
150
200
250
0 20 40 60 80 100Núm
ero
de p
erce
vejo
s/m
2
Dias
np 39% adulto e 70%ovos
39% adulto e 18%ovos 39% adulto e 4%ovos
0
50
100
150
200
250
0 20 40 60 80 100Núm
ero
de p
erce
vejo
s/m
2
Dias
np 39% adulto e 70%ovos
39% adulto e 18%ovos 39% adulto e 4%ovos
0
50
100
150
200
250
0 20 40 60 80 100Núm
ero
de p
erce
vejo
s/m
2
Dias
np 39% adulto e 70%ovos
39% adulto e 18%ovos 39% adulto e 4%ovos
E F
0
50
100
150
200
250
0 20 40 60 80 100Núm
ero
de p
erce
vejo
s/m
2
Dias
np 39% adulto e 70%ovos
39% adulto e 18%ovos 39% adulto e 4%ovos
0
50
100
150
200
250
0 20 40 60 80 100Núm
ero
de p
erce
vejo
s/m
2
Dias
np 39% adulto e 70%ovos
39% adulto e 18%ovos 39% adulto e 4%ovos
0
50
100
150
200
250
0 20 40 60 80 100Núm
ero
de p
erce
vejo
s/m
2
Dias
np 39% adulto e 70%ovos
39% adulto e 18%ovos 39% adulto e 4%ovos
0
50
100
150
200
250
0 20 40 60 80 100Núm
ero
de p
erce
vejo
s/m
2
Dias
np 39% adulto e 70%ovos
39% adulto e 18%ovos 39% adulto e 4%ovos
0
50
100
150
200
250
0 20 40 60 80 100
Núm
ero d
e per
cevej
os/
m2
Dias
np 58% adulto e 70%ovos
58% adulto e 18%ovos 58% adulto e 4%ovos
0
50
100
150
200
250
0 20 40 60 80 100
Núm
ero
de p
erc
evejo
s/m
2
Dias
np 58% adulto e 70%ovos
58% adulto e 18%ovos 58% adulto e 4%ovos
0
50
100
150
200
250
0 20 40 60 80 100
Núm
ero
de p
erc
evejo
s/m
2
Dias
np 58% adulto e 70%ovos
58% adulto e 18%ovos 58% adulto e 4%ovos
0
50
100
150
200
250
0 20 40 60 80 100
Nú
mer
o d
e p
erce
vej
os/
m2
Dias
np 58% adulto e 70%ovos
58% adulto e 18%ovos 58% adulto e 4%ovos
0
50
100
150
200
250
0 20 40 60 80 100
Núm
ero
de p
erc
evejo
s/m
2
Dias
np 58% adulto e 70%ovos
58% adulto e 18%ovos 58% adulto e 4%ovos
0
50
100
150
200
250
0 20 40 60 80 100
Núm
ero
de p
erc
evejo
s/m
2
Dias
np 58% adulto e 70%ovos
58% adulto e 18%ovos 58% adulto e 4%ovos
0
50
100
150
200
250
0 20 40 60 80 100
Núm
ero
de p
erc
evejo
s/m
2
Dias
np 58% adulto e 70%ovos
58% adulto e 18%ovos 58% adulto e 4%ovos
0
50
100
150
200
250
0 20 40 60 80 100
Nú
mer
o d
e p
erce
vej
os/
m2
Dias
np 58% adulto e 70%ovos
58% adulto e 18%ovos 58% adulto e 4%ovos
0
50
100
150
200
250
0 20 40 60 80 100
Núm
ero
de p
erc
evejo
s/m
2
Dias
np 58% adulto e 70%ovos
58% adulto e 18%ovos 58% adulto e 4%ovos
G H
0
4
8
12
16
20
0 10 20 30 40 50 60Núm
ero
de p
erc
evejo
s/m
2
Dias
np 58% adulto e 70%ovos58% adulto e 18%ovos 58% adulto e 4%ovos
115
heros não parasitadas e parasitadas durante o período reprodutivo. B-H: mostra o
número de dias necessários para atingir o nível de controle de populações de E. heros
não parasitadas e parasitadas. Linha tracejada representa o nível de controle com 4
percevejos/m2.
Discussão
Os compostos sintéticos do feromônio de E. heros foram atrativos às fêmeas de
H. smithii indicando que estes parasitoides podem utilizá-los como cairomônio durante
a busca por hospedeiro. Os compostos do feromônio de N. viridula não foram atrativos
ao parasitoide. Estes resultados confirmam a hipótese de resposta diferenciada deste
parasitoide para estímulos químicos de E. heros e N. viridula, o que estaria relacionada
à preferência de hospedeiro deste parasitoide por E. heros já que estudos confirmam a
ocorrência preferencial de H. smithii nesta espécie de percevejo em lavouras de soja
(Corrêa-Ferreira et al., 1998; Godoy et al., 2010; Turchen et al., 2015) o que foi
constatado também nas amostragens de campo apresentadas no Capítulo 1 e em
observações pessoais nas safras 2012/2013 e 2013/2014, onde H. smithii não foi
encontrado parasitando N. viridula.
A atratividade por feromônios sexuais de pentatomideos também foi observada
para outras espécies de parasitoides de adultos. Aldrich et al. (1984) verificaram que
feromônios sintéticos de Podisus maculiventris (Say, 1832) (Hemiptera: Pentatomidae)
iscados em armadilha capturaram os parasitoides de adultos Euclytia flava (Townsend,
1891) e Hemyda aurata Robineau-Desvoidy, 1830 (Diptera: Tachinidae). Tillman et al.
(2010) também capturaram, em condições de campo, o parasitoide Trichopoda pennipes
(Fabricius, 1781) (Diptera: Tachinidae) em armadilhas iscadas com o feromônio
sintético de N. viridula.
Pistas oriundas do hospedeiro são consideradas estímulos com forte potencial de
resposta em inimigos naturais, pois informam com precisão a localização e identidade
dos hospedeiros e são considerados de alta confiabilidade (Vet et al., 1995). Apesar do
feromônio sexual ser uma pista confiável em relação à identidade e localização espacial
do hospedeiro, sua produção é altamente variável dependendo das condições
fisiológicas do inseto, idade e etapa do ciclo vital (Moraes et al., 2008a; Zang et al.,
2003). Adicionalmente, e como uma maneira de evitar o ataque de predadores e
116
parasitoides, pistas oriundas do hospedeiro são liberadas em quantidades mínimas (Vet
e Dick, 1992). Sendo assim, H. smithii pode apresentar plasticidade em relação aos
estímulos e pistas utilizadas para a busca de hospedeiros, sendo os feromônios um dos
componentes deste complexo de estímulos que podem ser utilizados em condições
específicas.
As fêmeas de H. smithii utilizadas neste trabalho eram fêmeas acasaladas e não
apresentaram contato prévio com os feromônios das espécies avaliadas. Assim, a
resposta ao feromônio de E. heros sugere resposta inata a este estímulo. No entanto, a
resposta do parasitoide adulto pode ser influenciada pela experiência obtida durante o
desenvolvimento ou logo após a emergência do hospedeiro (Vet et al., 1990). Embora
os resultados e a condição das fêmeas utilizadas nos bioensaios (sem experiência de
parasitismo e sem contato prévio com percevejos) sugiram uma resposta inata de H.
smithii para o feromônio de E. heros o condicionamento pré-imaginal não pode ser
descartado já que os parasitoides foram criados nesta espécie de percevejos. O
condicionamento pré-imaginal ou a hipótese de herança química (Corbet, 1985) para
resposta a semioquímicos em parasitoides é um dos mecanismos que permitem a estes
insetos se adaptarem à mudanças no espectro de hospedeiros nos ambientes complexos
em que vivem (Gandolfi et al., 2003; Vet e Groenewold, 1990; Vet et al., 1995).
Além da resposta a feromônios, seja inata ou pré-condicionada, o uso de outras
pistas químicas por H. smithii durante a busca de hospedeiros pode contribuir para a
plasticidade de resposta e maior efetividade para localização dos hospedeiros.
Voláteis de plantas que são liberados após o dano do herbívoro (voláteis
induzidos por herbivoria VIH) constituem estímulos comumente utilizados por
parasitoides (Godfray, 1994; Vet et al., 1995) durante a busca de hospedeiros, incluindo
parasitoide de ovos de pentatomideos (Michereff et al., 2011, 2013, 2015; Moraes et al.,
2005, 2008b; Vieira et al., 2014). Os VIHs geralmente são específicos em relação à
combinação planta-herbívoro tendo em vista que fornecem informação relevante aos
parasitoides além de serem produzidos em maior quantidade que os voláteis originados
dos insetos hospedeiros, e em consequência, a probabilidade de identificação pelos
parasitoides é maior. Embora não documentado, parasitoides de adultos de
pentatomideos também podem fazer uso dessa estratégia já que parasitam percevejos
que se alimentam de diferentes plantas e de diferentes espécies que atacam a mesma
planta, no caso a soja (Baldin et al, 2010; Costa Lima, 1930; Panizzi e Silva, 2010).
Dessa maneira, responder a voláteis de plantas que possam indicar a presença e a
117
abundância de hospedeiros seria uma estratégia para maximizar o sucesso reprodutivo,
pois sob a mesma planta hospedeira o parasitoide pode encontrar vários e diferentes
hospedeiros para o desenvolvimento de sua progênie (Vet e Dick, 1992; Vet et al.,
1995). Outras pistas que podem auxiliar no comportamento de busca são compostos
produzidos nas glândulas metatorácicas de percevejos pentatomideos que são
explorados como alomônios por parasitoide de ovos de percevejos (Aldrich, 1995;
Laumann et al., 2009; Matiacci et al., 2003; Vieira et al., 2013) e provavelmente podem
também ser utilizados por parasitoides de adultos. A resposta a estes estímulos e seu
grau de especificidade deve ser explorada em trabalhos futuros.
O parasitoide H. smithii não afetou a sobrevivência e longevidade de fêmeas de
E. heros quando parasitadas aos 12 dias de idade. Este resultado confirma ao relatado
para esta espécie com 14 dias de parasitismo (Nunes, 2000). Resultado similar foi
encontrado por Corrêa-Ferreira et al. (1991) para o parasitismo do percevejo Nezara
viridula pelo díptero Trichopoda giacomellii (=Eutrichopodopsis nitens) (Blanchard,
1966) quando parasitado aos 14 dias de idade. O fato do parasitismo não influenciar
diretamente na sobrevivência dos adultos de E. heros é uma estratégia de manipulação
fisiológica do hospedeiro pelo parasitoide que assegura o desenvolvimento da sua
progênie num ambiente com condições ótimas (Askew e Shaw 1986;Gauld e Bolton,
1988; Pennacchio e Strand, 2006). O parasitismo afetou a fecundidade das fêmeas de
E. heros, o que confirma o relatado por Nunes (2000) para esta espécie utilizando
metodologia similar, com percevejos de 14 dias de idade. Esta autora também verificou
que quando o parasitismo ocorreu em adultos recém-emergidos ou com 7 dias de idade
houve redução acentuada da fecundidade, principalmente nos adultos recém parasitados.
Resultado semelhante também foi encontrado por Higaki (2003) para o percevejo
Plautia crossota stali (Scott, 1874) com 14 dias de idade e parasitado pelo diptera
Gymnosoma rotundatum (Linnaeus, 1758). Corrêa-Ferreira et al. (1991) observaram
que o percevejo N. viridula reduziu a fecundidade quando parasitado por T. giacomellii
aos 14 dias embora não significativamente quando comparado às fêmeas não
parasitadas. O mesmo efeito foi obtido em cochonilhas quando fêmeas maduras de 14
dias de idade foram parasitadas pelo parasitoide Anagyrussp. nov. nr. sinope Noyes e
Menezes (Hymenoptera: Encyrtidae) (Higaki, 2003). A cochonilha Planococcus citri
Risso, 1813 (Hemiptera: Pseudococcidae) madura sexualmente apresentou redução
significativa na fecundidade quando parasitada por Anagyrus pseudococci (Girault,
1915) (Hymenoptera: Encyrtidae) (Islam et al., 1997).
118
A redução na fecundidade pode ser atribuída à atrofia dos ovários a medida que
os parasitoides se desenvolvem ocupando todo o espaço abdominal e ao consumo de
energia metabólica do hospedeiro destinado à produção de ovos. Higaki (2003)
observou encolhimento dos ovários de fêmeas de P. c. stali após uma semana de
parasitismo. Rasplus et al. (1990) constataram atrofia das gônadas do percevejo Lincus
malevolus Rolston, 1989 (Hemiptera: Pentatomidae) quando parasitado por Hexacladia
linci Rasplus, 1990 (Hymenoptera: Encyrtidae). A competição por nutrientes entre as
larvas do parasitoide em desenvolvimento e o hospedeiro podem afetar a produção e
maturação dos ovos, processos que são altamente onerosos em energia metabólica. O
parasitoide através da manipulação fisiológica do hospedeiro pode alterar processos
hormonais inibindo a produção de ovos (Godfray, 1994). A fertilidade de E. heros não
foi afetada pelo parasitismo de H. smithii. Fêmeas parasitadas apresentaram fertilidade
semelhante ao de fêmeas não parasitadas. Resultado similar foi encontrado por Coombs
e Khan (1998) os quais observaram que a viabilidade dos ovos de N. viridula
parasitadas por T. giacomellii não foi afetada.
Os resultados da análise de tabela de fecundidade mostraram um efeito negativo
nos parâmetros demográficos de E. heros ocasionado pelo parasitismo por H. smithii.
Esta redução dos parâmetros demográficos em E. heros sugere um claro efeito
do parasitismo por H. smithii, estimado a partir da simulação da dinâmica populacional
da praga. O modelo de crescimento geométrico estimou que sob diferentes durações de
ciclo, número de percevejos iniciais, de porcentagens de parasitismo e de contribuições
combinadas de mortalidade por parasitoides de ovos e de adultos as populações de E.
heros podem crescer de forma mais lenta. Embora seja um modelo simples,
considerando apenas o parasitismo como fator de mortalidade, este modelo mostrou
como a população de E. heros pode ser impactada sob diferentes condições. Trabalhos
futuros com pesquisa em campo de fatores de mortalidade e impactos de condições
climáticas na bioecologia de E. heros são necessários para dispor de informação que
permita a construção de modelos mais complexos e possivelmente com estimativas mais
precisas do impacto dos inimigos naturais nas populações de percevejos.
Visto que o parasitismo culmina na morte do hospedeiro, estudar como o
parasitismo impacta populações de herbívoros-praga é interessante sob o ponto de vista
do controle biológico. A simulação do crescimento de E. heros considerando as
diferentes durações de ciclo da cultura e população inicial de percevejos mostraram que
a dinâmica populacional deste percevejo pode ser influenciada sob o parasitismo de H.
119
smithii. No entanto, estas observações foram conseguidas com 100% de parasitismo.
Esse alto parasitismo simulado é pouco provável de ser atingido naturalmente. As
simulações com diferentes porcentagens de parasitismo por H. smithii mostram que a
maior porcentagem registrada na literatura, 58%, apresenta contribuição satisfatória
com redução da população ao final do ciclo em 54%. Outro ponto importante de notar
foi que o modelo revelou que quando o parasitismo de ovos é de 70% o crescimento de
E. heros se mantém bem abaixo ao da população não parasitada e não chega a atingir o
nível de controle no período reprodutivo. Isso mostra que apenas a contribuição dessa
guilda seria suficiente para controle populacional de E. heros. No entanto, essa taxa de
parasitismo atualmente não ocorre naturalmente devido a aplicação desregrada de
inseticidas no controle de pragas (Corrêa-Ferreira et al., 2009). Interessante foi verificar
que a contribuição do parasitismo combinado de ovos e de adultos ajuda na regulação
populacional estimada pelo modelo. A junção dessas guildas na cultura de soja é
interessante, pois o parasitismo do adulto age na diminuição dos ovos no campo e o de
ovos age na não emergência de ninfas. Embora este potencial tenha sido demonstrado
através de simulação, no futuro as interações entre parasitoides de ovos e de adultos
devem ser estudadas para avaliar sinergismo, competição ou interferência entres
parasitoides destas duas guildas. Há de considerar que estes resultados observados
quanto a influência de H. smithii, na redução da fecundidade, aspectos demográficos e
no crescimento populacional de E. heros por meio de simulação, foram em fêmeas
sexualmente maduras de 12 dias de idade. Maior efeito no potencial reprodutivo de E.
heros foi observado em fêmea recém emergidas, nas quais não houve fecundidade
(Nunes, 2000). Dessa maneira a ação de H. smithii sobre população de recém adultos E.
heros tem maiores efeitos na população.
Os resultados deste trabalho fornecem informação (comportamento de
Hexacladia smithii, biologia de E. heros parasitados) básica relevante para o manejo de
inimigos naturais visando o controle biológico de percevejos. A resposta ao feromônio
de E. heros abre a perspectiva de uso destes semioquímicos para manipulação
comportamental de H. smithii visando o seu recrutamento em áreas de produção de soja.
Este recrutamento pode contribuir para incrementar os índices de parasitismo com
consequência na demografia de E. heros que podem contribuir para o controle
populacional desta praga no Brasil.
120
Referências Bibliográficas
Aldrich, J.R., 1995. Chemical communication in the true bugs and parasitoid
exploitation, in: Cardé, R.T., Bell, W.J. (eds.), Chemical Ecology of Insects. Chapman
& Hall, New York, pp. 318–363.
Aldrich, J.R., Hoffmann, M.P. Kochansky, J.P. Lusby, W.R. Eger, J.E., Payne J.A.,
1991. Identification and attractiveness of a major component for Nearctic Euschistus
spp. stink bugs (Heteroptera: Pentatomidae). Environ. Entomol. 20, 477–483.
Aldrich, J.R., Khrimian, A., Camp, M.J., 2007. Methyl 2,4,6-decatrienoates attract stink
bugs and tachinid parasitoids. J. Chem. Ecol. 33, 801–815.
Aldrich, J.R., Khrimian, A., Zhang. A., Shearer, P.W., 2006. Bug pheromones
(Hemiptera, Heteroptera) and tachinid by host-finding. Denisia 19, 1015–1031.
Aldrich, J.R., Kochansky, J.P., Abrams, C.B., 1984. Attractant for a beneficial insect
and its parasitoids: pheromone of the predatory spined soldier bug, Podisus
maculiventris (Hemiptera: Pentatomidae). Environ. Entomol. 13,1031–1036.
Aldrich J.R., Numata H., Borges M., Bin F., Waite G.K., Lusby W.R., 1992. Artifacts
and pheromone blends from Nezara spp. and other stink bugs (Heteroptera:
Pentatomidae). Z.NaturforschC48, 73–79.
Aldrich, J.R., Oliver, J.E., Lusby, W.R., Kochansky, J.P., Lockwood, J.A., 1987.
Pheromone strains of the cosmopolitan pest, Nezara viridula (Heteroptera,
Pentatomidae) J. Exp. Zool. 244, 171–175.
Askew, R.R., Shaw, M.R., 1986. Parasitoid Communities: their size, structure and
development, in: Waage, J.K., Greathead, D. (Eds.). Insect Parasitoids. Academic Press,
London, pp. 225–259.
121
Baldin, E.L.L., Fujihara, R.T., Boiça Jr, A.L., De Almeida, M.C., 2010. Parasitismo de
percevejos-praga do maracujazeiro no Brasil por Hexacladia smithii Ashmead
(Hymenoptera: Encyrtidae). Neotrop. Entomol. 39, 306–307.
Bellows Junior, T.S., Van Driesche, R.G., Elkinton, J.S., 1992. Life-table construction
and analysis in the evaluation of natural enemies. Annu. Rev. Entomol 37, 587–614.
Borges, M., Aldrich, J.R., 1994. Attractant pheromone for Nearctic stink bug,
Euschistus obscurus (Heteroptera: Pentatomidae): insight into a Neotropical relative. J.
Chem. Ecol. 20, 1095–1102.
Borges, M., Laumann, R.A. , Cavalcante, C., Moraes, M.C.B., Santos, H.M., Ribeiro,
D.T., 2006. Metodologias de criação e manejo de percevejos da soja (Hemiptera:
Pentatomidae) para estudos de comportamento e ecologia química. Embrapa Recursos
Genéticos e Biotecnologia, (Documento Série Embrapa), Brasília.
Borges, M., Moraes, M.C.B., Peixoto, M.F., Pires, C.S.S., Sujii, E.R., Laumann, R.A.,
2011. Monitoring the Neotropical brown stink bug Euschistus heros (F.) (Hemiptera:
Pentatomidae) with pheromone-baited traps in soybean fields. J. Appl. Entomol.135,
68–80.
Bortolotto, O.C., Pomari-Fernandes, A., Bueno, R.C.O. de, Bueno, A. de F., Kruz, Y.
K.S., Queiroz, A.P., Sanzovo, A. Ferreira, R.B., 2015. The use of soybean integrated
pest management in Brazil: a review. Agron. Sci. Biotechnol. 1, 25–32.
Burks, B.D. 1972. Genus Hexacladia Ashmead (Hymenoptera: Encyrtidae). Proc.
Entomol. Soc. Wash.74, 363–371.
Cividanes, F.J., Parra, J.R.P., 1994. Biologia em diferentes temperaturas e exigências
térmicas de percevejos pragas da soja. Pesqui.Agropecu. Bras. 29,1841–1846.
Coombs, M., Khan, S., 1998. Fecundity and longevity of green vegetable bug, Nezara
viridula, following parasitism by Trichopoda giacomellii. Biol. Control 12, 215–222.
122
Corbet, S.A., 1985. Insect chemosensory responses: a chemical legacy hypothesis. Ecol.
Entomol. 10, 143–153.
Corrêa-Ferreira, B.S., Krzyzanowski, F.C., Minami, C.A. 2009. Percevejos e a
qualidade da semente de soja – série sementes. EMBRAPA-CNPSo Circular Técnica,
67, Londrina.
Corrêa-Ferreira, B.S., Nunes, M.C. Ugoccioni, L.D., 1998. Ocorrência do parasitoide
Hexacladia smithii Ashmead em adultos de Euschistus heros (F.) no Brasil. An. Soc.
Entomol. Bras. 27, 495–498.
Corrêa-Ferreira, B.S., Thomazini, M.J., Zamataro, C.E., 1991. Efeito do parasitismo por
Eutrichopodopsis nitens Blanchard na longevidade e reprodução de Nezara viridula
(L.). Pesqui. Agropecu. Bras. 26, 837–842.
Costa Lima, A.1930. Sobre insetos que vivem em maracujás (Passiflora spp.).
Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, 23, 159–162.
Costa, M.L.M., Borges, M., Vilela, E.F. 1998. Biologia reprodutiva de Euschistus heros
(F.) (Heteroptera: Pentatomidae). An. Soc. Entomol. Bras. 27, 559–568.
Debach, P., Rosen, D. 1991. Biological control by natural enemies, second ed.
Cambridge University Press, Cambridge.
Doutt, R.L., 1959. The biology of parasitic Hymenoptera. Annu. Rev. Entomol. 4, 161–
182.
Embrapa, 2013. Tecnologias de produção de soja – Região Central do Brasil 2014. –
Embrapa Soja, n. 16, Londrina.
Fietz, C.R., Rangel, M.A.S. 2008. Época de semeadura da soja para a região de
Dourados – MS, com base na deficiência hídrica e no fotoperíodo. Eng. Agric. 28, 666–
672.
123
Gandolfi, M., Mattiacci L., Dorn S. 2003. Preimaginal learning determines adult
response to chemical stimuli in a parasitic wasp. Proc. Royal Soc. Biol. Sci. 270, 2623–
2629.
Gauld, I., Bolton, B. 1988. The Hymenoptera.Oxford University Express, New York.
Godfray, H.C.J. 1994. Parasitoids: Behavior and Evolutionary Ecology. Princeton
University Press, NY, USA.
Godoy, K.B., Ávila, C.J., Duarte, M.M., Arce, C.C.M., 2010. Parasitismo e sítios de
diapausa de adultos do percevejo marrom, Euschistus heros na região da Grande
Dourados, MS. Cienc.Rural. 40,1199–1202.
Gross, P. 1993. Insect behavioral and morphological defenses against parasitoids. Annu.
Rev. Entomol. 38, 251–273.
Higaki, M. 2003. Development of a tachinid, parasitoid Gymnosoma rotudantum
(Diptera: Tachinidae) on Plautia crossota stali (Heteroptera: Pentatomidae), and its
effects on host reproduction. Appl. Entomol. Zool. 38, 215–223.
Higaki, M., Adachi, I., 2011. Response of a parasitoid fly, Gymnosoma rotundatum
(Linnaeus) (Diptera: Tachinidae) to the aggregation pheromone of Plautia stali Scott
(Hemiptera: Pentatomidae) and its parasitism of hosts under field conditions. Biol.
Control 58, 215–221.
Islam, K.S., Pereira, H.A.S., Copland, M.J.W., 1997. The effects of parasitism by an
encyrtid parasitoid, Anagryus pseudococci on the survival, reproduction and
physiological changes of the mealybug, Planococcus citri, Entomol. Exp. Appl. 34,77–
83.
Jang, S.A., Cho, J.H., Park, G.M., Choo, H.Y., Park, C.G., 2011. Attraction of
Gymnosoma rotundatum (Diptera: Tachinidae) to different amounts of Plautia stali
(Hemiptera: Pentatomidae) aggregation pheromone and the effect of different
pheromone dispensers. J. Asia-Pac. Entomol. 14, 119–121.
124
Jang, S.A., Park, C.G., 2010.Gymnosoma rotundatum (Diptera: Tachinidae) attracted to
the aggregation pheromone of Plautia stali (Hemiptera: Pentatomidae). J. Asia-Pac.
Entomol. 13, 73–75.
Laumann, R.A., Aquino, M.F.S., Moraes, M.C.B., Pareja, M., Borges, M., 2009.
Response of the egg parasitoids Trissolcus basalis and Telenomus podisi to compounds
from defensive secretions of stink bugs. J. Chem. Ecol. 35, 8–19.
Maia, A.H.N., Luiz, A.J.B., Campanhola, C., 2000. Statistical inference on associated
life table parameters using jackknife technique: computational aspects. J. Econ.
Entomol. 93,511– 518.
Mattiaci, L., Vinson, S.B., Williams, H.J., Aldrich, J.R., Bin, F., 1993. A long range
attractant kairomone for egg parasitoid Trissolcus basalis, isolated from defensive
secretion of its host, Nezara viridula. J. Chem. Ecol. 19, 1167–1181.
Medeiros, M.A., Schmidt, F.V.G., Loiácono, M.S., Carvalho, V., Borges, M., 1997.
Parasitismo e predação em ovos de Euschistus heros (Fab.) (Heteroptera: Pentatomidae)
no Distrito Federal, Brasil. An. Soc. Entomol. Bras. 26, 397–401.
Michereff, M.F.F. 2011. Interações químicas no sistema soja - percevejo Euschistus
heros (Hemiptera: Pentatomidae) – parasitoide de ovos Telenomus podisi
(Hymenoptera: Scelionidae). Tese (Doutorado em Biologia Animal) – Universidade de
Brasília.
Michereff, M.F.F., Laumann, R.A., Borges, M., Michereff-Filho, M., Diniz, I.R., Farias
Neto, A.L., Moraes, M.C.B., 2011. Volatiles mediating a plant-herbivore-natural enemy
interaction in resistant and susceptible soybean cultivars. J. Chem. Ecol. 37, 273–285.
Michereff, M.F.F., Borges, M., Laumann, R.A., Diniz, I.R., Blassioli-Moraes, M.C.,
2013. Influence of volatile compounds from herbivore-damaged soybean plants on
searching behavior of the egg parasitoid. Entomol. Exp. Appl.147, 9–17.
125
Michereff, M.F.F., Michereff Filho, M., Blassioli-Moraes, M.C., Laumann, R.A., Diniz,
I.R., Borges, M., 2015. Effect of resistant and susceptible soybean cultivars on the
attraction of egg parasitoids in field conditions. J. Appl. Entomol. 139, 207–216.
Moraes, M.C.B., Borges, M., Pareja, M., Vieira, H.G., Sereno, F.T.P., Laumann, R.A.,
2008a. Food and humidity affect sex pheromone ratios in the stink bug, Euschistus
heros. Physiol. Entomol. 33, 43–50.
Moraes, M.C.B., Laumann, R.A., Sujii, E.R., Pires, C. Borges, M., 2005. Induced
volatiles in soybean and pigeon pea plants artificially infested with the Neotropical
brown stink bug, Euschistus heros, and their effect on the egg parasitoid, Telenomus
podisi. Entomol. Exp. Appl. 115, 227–237.
Moraes, M.C.B., Pareja, M., Laumann, R.A., Hoffmann-Campo, C.B., e Borges, M.
2008b. Response of the parasitoid Telenomus podisi to induced volatiles from soybean
damaged by stink bug herbivory and oviposition. J. Plant. Int. 3, 1742–1756.
Nunes, M.C. 2000. Efeito do parasitismo de Hexacladia smithii Ashmead
(Hymenoptera: Encyrtidae) na capacidade reprodutiva e no dano de Euschistus heros
(Fabricius) (Hemiptera: Pentatomidae) causado a soja. Dissertação (Mestrado em
Entomologia) - Universidade Federal do Paraná.
Panizzi A.R., 2013. History and contemporary perspectives of the integrated pest
management of soybean in Brazil.Neotrop. Entomol. 42, 119–127.
Panizi, A.R., Bueno, A.F., Silva, F.A.C., 2012. Insetos que atacam vagens e grãos, in:
Clara Beatriz Hoffmann-Campo, Beatriz Spalding Corrêa Ferreira, Flávio Moscardi
(Eds.), Soja: Manejo Integrado de Insetos e outros Artrópodes-Praga. Embrapa, Brasilia,
pp. 335–420.
Panizzi, A.R., Silva, J.J.D.A., 2010. New records of pentatomids as hosts of Hexacladia
smithii Ashmead (Hymenoptera: Encyrtidae) in Southern Brazil. Neotrop.Entomol.39,
678–679.
126
Panizzi, A.R., Slansky Jr, F.1985. Review of phytophagous pentatomids (Hemiptera:
Pentatomidae) associated with soybean in the Americas. Fla. Entomol.68, 184–214.
Pennacchio, F., Strand, M.R. 2006. Evolution of developmental strategies in parasitic
Hymenoptera. Annu. Rev. Entomol.51, 233–58.
Rasplus, J.Y., Pluot-Sigwalt, D., Llosa, J.F., Couturier, G., 1990. Hexacladia linci, n.
sp. (Hymenoptera: Encyrtidae) endoparasitoid of Lincus Malevolus (Rolston)
(Heteroptera: Pentatomidae) in Peru. Ann. Soc. Entomol. Fr. 26, 255–263.
SAS Institute. 2001. SAS User’s Guide: St tistics, version 8.2, 6nd edn. SAS Institute,
Cary, NC.
Schaefer, C.W. Panizzi, A.R. 2000. Heteroptera of Economic Importance. CRC Press,
USA.
Schimmelpfeng, P.H.C., 2014. Resposta comportamental e molecular dos parasitoides
Telenomus podisi e Trissolcus basalis (Hymenoptera: Platygastridae) aos feromônios
sexuais de pentatomideos. Dissertação (Mestrado em Zoologia) - Universidade de
Brasília.
Shaw, M.R., Huddleston, T. 1991. Classification and biology of braconid wasps
(Hymenoptera: Braconidae). Handbooks for the identification of British insects, vol. 7,
part 11. Royal Entomological Society of London, London.
Silva, C.C., Laumann, R.A., Blassioli, M.C., Pareja, M., Borges, M. 2008. Euschistus
heros mass rearing technique for the multiplication of Telenomus podisi. Pesqui.
Agropecu. Bras. 43, 575–580.
Silva, V.P., Pereira, M.J.B., Vivan, L.M., Blassioli-Moraes, M.C., Laumann, R.A.,
Borges, M., 2014. Monitoramento do percevejo marrom Euschistus heros (Hemiptera:
Pentatomidae) por feromônio sexual em lavoura de soja. Pesqui. Agropecu.Bras., 49,
844–852.
127
Sujii, E.R., Garcia, M.A., Pires, C.S.S., Fontes, E.M.G., Oliveir , C., O’Neil, R.J., 1989.
Modelo para simulação da dinâmica populacional da cigarrinha das pastagens, Deois
flavopicta. (Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. Boletim de Pesquisa, 7).
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Brasília, DF
Tillman, P.G., Aldrich, J.R., Khrimian, A., Cottrell, T.E., 2010. Pheromone attraction
and cross-attraction of Nezara, Acrosternum, and Euschistus spp. stink bugs
(Heteroptera: Pentatomidae) in the field. Environ. Entomol. 39, 610–617.
Tsai, J.H., Wang, J.J., 2002. Host age choice for parasitism by Lysiphlebia mirzai and
its effect on the development and reproduction of brown citrus aphid. BioControl 47,
645–655.
Turchen, L.M., Golin, V., Favetti, B.M., Butnariu, A.R., Costa, V.A. 2015. Natural
parasitism of Hexacladia smithii Ashmead (Hymenoptera: Encyrtidae) on Euschistus
heros (F.) (Hemiptera: Pentatomidae): new record from Mato Grosso State, Brazil. Arq.
Inst. Biol., 82, 1–3.
van Halphen, J.J.M., Vet, L.E.M., 1986. An evolutionary approach to host finding and
selection, in: Waage, J. and Greathead, D. (Eds.), Insect Parasitoids. Academic Press,
London, pp. 23–62.
Van Lenteren J.C., Woets, J., 1988. Biological and integrated pest control in
greenhouses. Annu. Rev. Entomol. 33, 239–269.
Vet, L.E.M., Dicke, M. 1992. Ecology of infochemical use by natural enemies in a tri-
trophic context. Annu. Rev. Entomol. 47, 141–172.
Vet, L.E.M, Groenewold, A. W. 1990. Semiochemicals and learning in parasitoids.J.
Chem. Ecol. 16, 3119–3135.
Vet, L.E.M., Lewis, W.J., Cardé, R.T., 1995. Parasitoid foraging and learning, in:
Cardé, R.T., Bell, W. (Eds.) Chemical Ecology of Insects 2. Chapman and Hall,
London, UK, pp. 65–101.
128
Vet, L.E.M., Lewis, W.J., Papaj, D.R., van Lenteren, J.C., 1990. A variable-response
model for parasitoid foraging behavior. J. Insect Behav. 3, 471–489.
Vieira, C.R., Moraes, M.C.B., Borges, M., Pires, C.S.S., Sujii, E.R., Laumann, R.A.,
2014. Field evaluation of (E)-2-hexenal efficacy for behavioral manipulation of egg
parasitoids in soybean. BioControl 1, 1–13.
Vieira, C.R., Moraes, M.C.B., Borges, M., Sujii, E.R., Laumann, R.A., 2013.Cis-
Jasmone indirect action on egg parasitoids (Hymenoptera: Scelionidae) and its
application in biological control of soybean stink bugs (Hemiptera: Pentatomidae). Biol.
Control 64, 75–82.
Vinson, S.B. 1984. How parasitoids locate their hosts: A case of insect espionage, in:
Lewis, T. Insect Communication. Academic Press, London, pp. 325–348.
Vinson, S.B. 1985. The behaviour of parasitoids, in: Kertut, G.A., Gilbert, L.I. (Eds.),
Comprehensive Insect Physiology, Biochemistry and Pharmacology. Pergamon Press,
New York, pp. 417–469.
Vinson, S.B. Iwantsch, G.F., 1980. Host suitability for insect parasitoids. Annu. Rev.
Entomol. 25, 397–419.
Williams, R.N., Panaia, J.R., Moscardi, F. Sichmann, w., Allen, G.E., Greene, G.,
Lasca, D.H.C., 1973. Principais pragas da soja no estado de São Paulo: reconhecimento,
método de levantamento e melhor época de controle. Sec. Agric. Cati, 18.
Zhang, A., Borges, M., Aldrich, J.R., Camp, M., 2003. Stimulatory male volatiles for
the Neotropical brown stink bug, Euschistus heros (F.)(Heteroptera: Pentatomidae).
Neotrop.Entomol. 32, 713–717.
129
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo ampliou o conhecimento da fauna de parasitoides de percevejos adultos
ocorrida na soja, cujo conhecimento se concentrava na Região Sul. No atual sistema de
produção de soja foi mostrado que não há uma variação da fauna de percevejos e
parasitoides ao longo do gradiente latitudinal norte sul. Euschistus heros permanece
como a espécie de percevejo dominante no cultivo (capítulo 1). O cultivo de soja está
favorecendo esta espécie de percevejo que, além da capacidade de adaptação fisiológica
a diferentes ambientes onde se concentra a soja (biomas de Cerrado, Mata Atlântica e
Amazônia), esta espécie apresenta grande capacidade de desenvolvimento de resistência
à inseticidas. A fauna de parasitoides de percevejos adultos foi encontrada quase
exclusivamente em E. heros. Os índices de parasitismo foram inferiores aos registrados
em períodos prévios, correspondente às décadas de 1980-1990 (capítulo 1).
A influência da composição da paisagem no sistema de soja foi um aspecto novo
para a interação percevejo-parasitoide (capítulo 2). No entanto, essa influência foi
detectada apenas para as populações de percevejos. Os componentes de paisagem como
vegetação nativa, soja e essas categorias em interação com monocultura afetam a
abundância de percevejos. Essas categorias evidenciam importância na sustentação das
populações de percevejos por propiciar condições favoráveis ao desenvolvimento e
reprodução de ninfas e adultos como plantas para alimentação, sítios de oviposição,
abrigo e diapausa. A distância desde a área natural não afetou os parasitoides (medida
indiretamente pela presença/ausência de percevejos parasitados) e parasitismo (total de
percevejos parasitados e proporção de parasitismo). Pela configuração das áreas de soja
na região do Distrito Federal foi possível observar a presença de percevejos e
parasitoides em distâncias de até 500m da vegetação nativa. Porém, a abundância de
percevejos foi influenciada pela distância desde a área natural. A maior abundância de
percevejos nas distâncias intermediárias reflete a dinâmica do estabelecimento das
populações de percevejos na soja. O manejo convencional afeta o controle biológico de
percevejos (capítulo 2). Os índices de parasitismo foram consideravelmente maiores em
áreas sob AI–. O estudo abrangendo áreas com AI– indicou que o parasitismo foi
dependente da densidade do hospedeiro e provavelmente o manejo com inseticida está
afetando os parasitoides e reduzindo os índices de parasitismo em áreas convencionais
com frequentes aplicações de inseticidas.
130
Uma das dificuldades enfrentada no trabalho foi o levantamento de percevejos
nas áreas de produção de soja, devido à baixa densidade durante o período reprodutivo,
principalmente na fase inicial (florescimento, R3, R4 e, em algumas áreas, até mesmo
em R5). O baixo número de percevejos parasitados encontrados reflete a influência do
manejo. Apesar da ausência de influencia da paisagem sobre os parasitoides e
parasitismo este aspecto necessita de mais estudos principalmente em áreas com menor
pressão de inseticidas. A importância de áreas naturais na preservação de inimigos
naturais está descrita na literatura. Assim, a avaliação do número, tamanho de
fragmentos de vegetação nativa e, também, do conhecimento das espécies constituintes
desses fragmentos são importantes para o desenvolvimento de medidas de preservação
de áreas naturais e conscientização de agricultores de quão importantes essas áreas são
como fontes de inimigos naturais. Mais estudos também são necessários para avaliar se
existe um padrão de influência da vegetação nativa e um padrão de
migração/movimentação entre esta área, campo de soja e outras monoculturas visto que
a abundância de percevejos foi dependente do estádio da soja e da propriedade
amostrada.
Hexacladia smithii utiliza feromônio de Euschistus heros para localização do
hospedeiro (capítulo 3). A atividade biológica desencadeada pelo feromônio de E. heros
sobre H. smithii pode ser uma ferramenta alidada ao controle biológico e uma
alternativa ao uso de inseticidas. O feromônio sexual pode ser usado para atrair e reter
este parasitoide em campos de soja incrementando o seu impacto como regulador
populacional de E. heros. Em laboratório foi mostrado que H. smithii afeta a
fecundidade e parâmetros demográficos de E. heros. Simulações de crescimento
populacional de E. heros sob diferentes situações indicam que H. smithii afeta
negativamente o percevejo fitófago retardando o seu crescimento populacional (capítulo
3).
Para viabilizar o uso de H. smithii em programas de controle biológico outro
passo determinante seria desenvolver uma técnica de criação massal deste parasitoide.
As tentativas de manutenção em laboratório durante o período de estudo enfrentaram
algumas dificuldades como demora na emergência de parasitoides quando criados em E.
heros provenientes de criação estabelecida em laboratório e alta mortalidade dos insetos
parasitados impedindo ao parasitoide completar o ciclo. Estes empecilhos não
permitiram contar com suficiente material biológico para estudos mais aprofundados de
ecologia química e interação hospedeiro-parasitoide.
131
As informações científicas geradas contribuem para o desenvolvimento de
programas de manejo integrado que considerem o controle biológico como uma das
principais técnicas de controle de percevejos.
132
APÊNDICE 1 - Material suplementar referente ao capítulo 1 escrito na forma de
artigo.
Apêndice 1.1 Region, locality and geographic coordinates of soybean areas in Brazil
where stink bugs surveys were carried out in 2015.
Region
Município (Estado)
Area Latitude Longitude
São Desidério
(BA)
N1
N1.1 -13 02' 26.71440'' -45 59' 10,46040''
N1.2 -13 02' 00,66120'' -45 52' 56,74800''
N1.3 -13 14' 24,41400'' -46 05' 35,53440''
Tangará da Serra
(MT)
N2
N2.1 -13 59' 19,62600'' -57 10' 23,98800''
N2.2 -14 16' 28,49880'' -57 42' 26,18280''
N2.3 -14 18' 05,52960'' -57 43' 39,68760''
Padre Bernardo C1.1 -15 09' 58,77720'' -48 21' 50,17320''
(GO) C1.2 -15 09' 56,68560'' -48 23' 55,23360''
C1 C1.3 -15 12' 09,11160'' -48 29' 31,10640''
Distrito Federal C2.1 -15 30' 55,01880'' -47 08' 57,90120''
(DF) C2.2 -15 34' 10,40160'' -47 40' 05,21400''
C2 C2.3 -15 46' 20,55360'' -47 32' 49,69680''
C2 C2.4 -15 49' 58,57320'' -47 33' 20,10240''
Cristalina C3.1 -16 19' 21,41760'' -47 37' 54,11280''
(GO) C3.2 -16 38' 56,42520'' -47 37' 07,57200''
C3 C3.3 -16 50' 30,49440'' -47 26' 24,81720''
Chapadão do Sul
(divisa MS – GO)
C4
C4.1 -17 58' 24,24720'' -50 59' 33,36360''
C4.2 -18 42' 04,97160'' -52 44' 07,11600''
C4.3 -18 44' 52,66320'' -52 32' 03,16680''
133
C4.4 -18 46' 20,24400'' -52 38' 32,38080''
Triângulo Mineiro C5.1 -18 00' 35,41320'' -47 47' 57,77160''
(MG) C5.2 -18 43' 21,49680'' -48 49' 13,26000''
C5 C5.3 -18 48' 25,35120'' -48 45' 53,54640''
C5 C5.4 -18 51' 55,38600'' -46 23' 37,38480''
Dourados e entorno C6.1 -22 01' 33,54240'' -54 46' 12,40320''
(MS) C6.2 -22 06' 48,68640'' -54 35' 26,71800''
C6 C6.3 -22 16' 50,10600'' -54 48' 49,65480''
C6 C6.4 -22 31' 33,04920'' -54 46' 03,62280''
Passo Fundo e
entorno
S1.1 -28 11' 34,74960'' -52 19' 42,82680''
(RS) S1.2 -28 14' 13,40520'' -52 24' 24,60240''
S1 S1.3 -28 14' 22,81200'' -52 20' 43,00440''
134
Apêndice 1.2 Climatic conditions of the nine regions where developed surveys of stink
bugs in soybean areas. A: Mean mensal minimum temperature, B: Mean mensal
maximum temperature, C: Humidity and D: Rainfall. Data were obtained from national
weather institute of Brazil. Each mensal point represent the mean of a 5 years period
(2010 to 2015). The areas where do not have station. The data were collected from the
nearest station of the soybean area. The data of August for the region N1 were not
available.
Source: Institute of Meteorology of Brazil
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Jan Feb Mar Apr May June July Aug Sept Oct Nov Dec
Max
imum
tem
per
ature
( C
) N1
N2
C1
C2
C3
C4
C5
C6
S1
0
5
10
15
20
25
30
Jan Feb Mar Apr May June July Aug Sept Oct Nov Dec
Min
imu
m te
mp
erat
ure
(ºC
)
N1
N2
C1
C2
C3
C4
C5
C6
S1
0
50
100
150
200
250
300
350
400
Jan Feb Mar Apr May June July Aug Sept Oct Nov Dec
Rai
nfa
ll (m
m)
N1
N2
C1
C2
C3
C4
C5
C6
S10
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Jan Feb Mar Apr MayJune July Aug Sept Oct Nov Dec
Hum
idit
y (
%)
N1
N2
C1
C2
C3
C4
C5
C6
S1
A B
C D
135
APÊNDICE 2 - Mapas de cobertura gerados a partir da delimitação das categorias
de paisagem e inseticidas utilizados nos diferentes métodos de manejo.
Apêndice 2.1 Mapa de cobertura de uso da terra da propriedade de Planaltina – PL1
Apêndice 2.2 Mapa de cobertura de uso da terra da propriedade de Planaltina – PL2
136
Apêndice 2.3 Mapa de cobertura de uso da terra da propriedade de Rio Preto – RP1.
Apêndice 2.4 Mapa de cobertura de uso da terra da propriedade de Rio Preto – RP2
137
.
Apêndice 2.5 Mapa de cobertura de uso da terra da propriedade de Rio Preto – RP3
Apêndice 2.6 Mapa de cobertura de uso da terra da propriedade de Tabatinga –Tab
138
Apêndice 2.7 Mapa de cobertura de uso da terra da propriedade de Taquara – Taq1
Apêndice 2.8 Mapa de cobertura de uso da terra da propriedade de Taquara – Taq2.
139
Apêndice 2.9 Mapa de cobertura de uso da terra da propriedade de Taquara – Taq3
Apêndice 2.10 Mapa de cobertura de uso da terra da propriedade de Plano de
Assentamento Dirigido do Distrito Federal – PADDF.
140
Apêndice 2.11 Produtos, ingrediente ativo e grupo químico utilizados em lavouras de
soja sob diferentes tipos de manejo.
Tipo de manejo Produto Ingrediente ativo (grupo químico)
Acefato
Acefato (organofosforado)
Connect beta – ciflutrina (piretroide)
+
imidacloprido (neonicotinoide)
AI+ Engeo pleno lambda-cialotrina (piretroide)
+
Tiametoxan (neonicotinoide)
Galil SC Bifentrina (piretroide)
+
Imidacloprido (neonicotinoide)
Pirephos EC esfenvalerato (piretroide)
+
Fenitrotiona (organofosforado)
Acefato Acefato (organofosforado)
AI– Incrível Acetamiprido (neonicotinoide)
+
Alfa-cipermetrina (piretroide)
Pirephos EC esfenvalerato (piretroide)
+
Fenitrotiona (organofosforado)
AI– = manejo com menor aplicação de inseticida (0 a 1 aplicação)
AI+ = manejo com frequente aplicação de inseticida (2 a 3 aplicações)
141
APÊNDICE 3 – Figuras referentes ao estudo da biologia de Euschistus heros sob o
parasitismo de Hexacladia smithii (capítulo 3) cujos resultados não foram
significativos
Apêndice 3.1 Longevidade (média ± EP) de fêmeas de Eschistus heros não parasitadas
e parasitadas por Hexacladia smithii medida em dias desde o início do experimento
(fêmeas com 12 dias de idade). Análise de GLM, distribuição Poisson de resíduos, t = -
1,99 p = 0,277.
0
5
10
15
20
25
30
Fêmeas não parasitadas Fêmeas parasitadas
Lo
ngev
idad
e (
dia
s)
142
Apêndice 3.2 Curva de sobrevivência de fêmeas de Euschistus heros não parasitadas e
parasitadas por Hexacladia smithii. Análise de sobrevivência pelo teste de Kaplan
Meier.
Apêndice 3.3 Fertilidade (número de ninfas obtidas a partir de cada massa de
ovos/número de ovos em cada massa de ovos) de fêmeas de Euschistus heros
parasitadas e não parasitadas por Hexacladia smithii. A: Fertilidade total (emergência de
ninfas considerando todo o período de deposição de ovos até a morte da fêmea). B:
Fertilidade considerando os primeiros 15 dias após o parasitismo (análise de GLM,
distribuição de erros binomial, p > 0,05).
Dias
0 10 20 30 40 50 60 70
0
20
40
60
80
100
% S
ob
rev
ivên
cia
Fêmea não parasitada
Fêmea parasitada
76
78
80
82
84
86
88
90
92
94
Fêmea não parasitada Fêmea parasitada
% d
e n
infa
s em
erg
idas
76
78
80
82
84
86
88
90
92
94
Fêmea não parasitada Fêmea parasitada
% d
e n
infa
s em
erg
idas
A B