MINISTÉRIO DA SAÚDESECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE
DEPARTAMENTO DE AÇÕES PROGRAMÁTICAS E ESTRATÉGICAS
ÁREA TÉCNICA SAÚDE DO IDOSO
Instabilidade Postural e Quedas em Instabilidade Postural e Quedas em Instabilidade Postural e Quedas em Instabilidade Postural e Quedas em Pessoas Idosas: Pessoas Idosas:
Identificando o idoso com risco de Identificando o idoso com risco de quedas na Atenção Básicaquedas na Atenção Básica
Juliana Gai
Instabilidade Postural em Idosos:
• Associada a:
- Perda de força muscular- Alterações esqueléticas (osteoporose e - Alterações esqueléticas (osteoporose e
acunhamento vertebral)- Redução funcional dos sistemas neurológicos
adaptativos/aumento do balanço postural- Problemas visuais- Polimedicação- Automedicação
- Alteração da posição do centro de gravidade- Aumento do tempo de reação- Desadaptação ambiental- Maior predisposição para quedas
Alterações de Marcha e Equilíbrio com Alterações de Marcha e Equilíbrio com o Envelhecimentoo Envelhecimento
� 15% dos indivíduos com mais de 60 anos apresentam alguma
anormalidade de marcha
� 5% das mulheres com 65 a 69 anos necessitam de auxílio para andar
comparado com 40% daquelas maiores que 85 anos.
�� EntreEntre idososidosos institucionalizados,institucionalizados, 6060%% apresentamapresentam limitaçãolimitação nana
mobilidademobilidade
(FONTE: Megale RZ & Moraes EN. Instabilidade Postural: Abordagem Diagnóstica. In:
Princípios Básicos de Geriatria e Gerontologia 2008)
Causas Intrínsecas
• Constituem problema complexo
• O paciente idoso pode sofrer alterações em seus sistemas demanutenção do equilíbrio devido a uma ou mais patologias ouao uso das drogas usadas para tratá-las
• Doenças cardiovasculares (síncopes), neurológicas,osteomusculares, genito-urinárias, psiquiátricas e sensoriais
DEMÊNCIA
Envelhecimento:
Causas Extrínsecas• pisos escorregadios• móveis mal distribuídos no ambiente• tapetes• dependências mal iluminadas• escadas • animais de estimação de pequeno porte soltos pela
casa• fios de extensão e objetos diversos
> 70% quedas correm em casa - Maior risco para quem vive só (?)
• fios de extensão e objetos diversos • espalhados pelo chão• ambientes monocromáticos• cama de altura inadequada• vasos sanitários baixos• prateleiras altas• roupas excessivamente compridas• calçados inadequados• falta de iluminação no ambiente
• Desorientação no ambiente
Interface com as Áreas Técnicas de Saúde da Pessoa com Interface com as Áreas Técnicas de Saúde da Pessoa com DeficiênciaDeficiência
Centros de Reabilitação: fluxo para encaminhamento e Centros de Reabilitação: fluxo para encaminhamento e retorno (retorno (OPMsOPMs))
QuedaQueda
• A queda pode ser definida como evento não-intencional,que tem como resultado a mudança de posição doindivíduo para nível mais baixo em relação à sua posiçãoinicial
• Ocorre em decorrência da perdaperda totaltotal dodo equilíbrioequilíbrio posturalpostural,podendo estar relacionada à insuficiência súbita dosmecanismos neurais e osteoarticulares envolvidos namanutenção da postura
• Devido a seu caráter multifatorial e heterogêneo, a queda éuma das grandes síndromes geriátricas
Magnitude do Fenômeno “Queda” para a Saúde Pública
• 1/3 das pessoas com 65 ou mais anos caem todos osanos
• Metade destas pessoas apresentam quedas recorrentes• 1 em cada 10 quedas resulta em ferimento sério• Medo da queda leva a restrição de mobilidade e maior• Medo da queda leva a restrição de mobilidade e maior
risco de fragilidade
(Tinetti, 2003)
•• 33ºº lugarlugar entreentre asas causascausas externasexternas nono BrasilBrasil ee grandegrandecausacausa dede internaçãointernação ee óbitoóbito
(Gawryszewski, Mello e Koizumi, 2004)
Epidemiologia das quedas em idosos no BrasilEpidemiologia das quedas em idosos no Brasil
• Incidência anual de quedas– Indivíduos de 65 a 74 anos: 32%
– Indivíduos de 75 a 84 anos: 35%
– Idosos com 85+ anos: 51%– Idosos com 85+ anos: 51%
– Idosos brasileiros (60+anos): 30%
– Idosos institucionalizados 50%
• Mais freqüente entre mulheres até 75 anos de idade
Coeficiente de Mortalidade de Idosos por Quedas (/100.000 hab.), estratificado por sexo. Brasil, 2004
89,7 88,4 88,9
13,4
27,3
3,8
17,48,3
21,8
60 a 69 anos 70 a 79 anos 80 anos e mais
Masc Fem Todos
FONTE: Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM
Fatores Associados a Quedas•• Fatores Psicossociais e DemográficosFatores Psicossociais e Demográficos- depressão/solidão/isolamento/descondicionamento físico- Idade e sexo- Escolaridade- Renda mensal
•• MedicamentosMedicamentos•• MedicamentosMedicamentos- Ansiolíticos, hipnóticos e antipsicóticos- Antidepressivos- Anti-hipertensivos- Anticolinérgicos- Diuréticos- Anti-arritmicos- Hipoglicemiantes- Antiinflamatórios não-hormonais- Polifarmácia (5+ drogas associadas)
Imobilidade
- incontinência (precisa usar fraldas)- úlceras de pressão- hipoventilação nas bases pulmonares >> pneumonia- constipação intestinal- fenômenos tromboembólicos--- confusão mental
- Efeito “Dominó” devastador
Medo de QuedaMedo de Queda
Medo de quedaMedo de queda
Ansiedade
Manifestação motora:postura rígida / perda da cadência / passos
curtos / aumento da fase de apoio / virada em bloco
Manifestação psicofisiologica:Manifestação psicofisiologica:
hiperatividade simpática associada a hiperventilação
Manifestação cognitiva:
restrição da mobilidade / descondicionamentofísico / perda das reservas posturaisSíndrome de
desadaptaçãopsico-motora:
Ptofobia
Conseqüência das Quedas em IdososConseqüência das Quedas em Idosos
• Idosos (75-84 a.) dependentes p/ AVD têm probabilidade
de cair 14X maior que idosos independentes do mesmo
grupo etário
• 1/3 dos Idosos desenvolvem medo de cair após uma
queda acidental
• Dos que caem, 2,5% demandam hospitalização, e apenas
a metade desses sobreviverá após 1 anoa metade desses sobreviverá após 1 ano
FONTES: Pereira SRM et al. Projeto Diretrizes AMB2001; Pereira & Mendonça. Tratado de Geriatria e Gerontologia 2ª ed. 2006
Moraes EN & Megale RZ. Avaliação da Mobilidade. In: Princípios Básicos de Geriatria e Gerontologia2008
IdentificandoIdentificando oo RiscoRisco::
*O podemos fazer ao atender as pessoas idosas no nível daatenção básica para rastrear risco de queda?
*Atentar para os fatores de risco, manter registro atualizadodo número de quedas na Caderneta de Saúde do Idoso eproceder ao exame da marcha da pessoa idosaproceder ao exame da marcha da pessoa idosa
Rastreio:Rastreio:– Número de quedas no último ano (Caderneta de Saúde)– Timed Up and Go Test (TUG): 3 metros
0 ou 1 queda no último ano
2 ou mais quedas no último ano
Abordagem dos Distúrbios de Marcha e Equilíbrio em Idosos
TUG < 20” TUG > 20” TUG < 20”TUG > 20”
Avaliação qualitativada marcha
NORMAL Avaliar riscoambiental
Alto riscoBaixo risco
Avaliar problemas clínicos
Padrão típico Padrão indefinido
Abordagem orientada pela
doença
POMAPOMACad. Atenção Cad. Atenção Básica Básica -- IdosoIdoso
Avaliação qualitativada marcha
Padrão de marcha típico- Marcha hemiplégica
Padrão de marcha indefinido- COMORBIDADES
Abordagem dos Distúrbios de Marcha e Equilíbrio em IdososAbordagem dos Distúrbios de Marcha e Equilíbrio em Idosos
- Marcha hemiplégica- Paraparesia espástica
- Marcha atáxica- Parkinsonismo
Abordagem orientada pela doença
Diagnóstico precede terapia
- COMORBIDADES- Apraxias de marcha
- Disfunção sensorial múltipla- Desadaptação psico-motora
Abordagem orientada pela performance
Terapia independe do diagnóstico
Avaliação do Equilíbrio e da
Marchade Tinetti (1986)
Pontuação < 19, Pontuação < 19, indica risco 5 indica risco 5
Avaliação do Equilíbrio e da Marcha
de Tinetti (1986)
indica risco 5 indica risco 5 vezes maior de vezes maior de quedasquedas
Repercussões Psicossociais:
•• Evento Sentinela Evento Sentinela xx declínio físico e socialdeclínio físico e social
• Sentimento de decadência e fracasso
• Sensação de vulnerabilidade, ameaça, • Sensação de vulnerabilidade, ameaça,
humilhação e culpa
• Aumento do risco de institucionalização
• Agravamento de alterações mentais
• Resposta depressiva
Prevenção de quedas em idososInterventions for preventing falls in older people living in the community(Gillespie et al. Cochrane Database Syst Rev 2009, 111 RCT, n=53mil)
•• Reduzem a freqüência e o risco de quedaReduzem a freqüência e o risco de queda– Programas de exercícios de força, equilíbrio, flexibilidade ou
resistência (2+)– Tai Chi– Programa de exercícios individualizado de múltiplos – Programa de exercícios individualizado de múltiplos
componentes em domicílio
•• Reduzem a freqüência de queda mas não o risco de cairReduzem a freqüência de queda mas não o risco de cair– Abordagem multifatorial individualizada– Revisão de medicamentos e redução ou suspensão de
psicotrópicos
Estratégias para prevenção de lesões por quedas em idososEffect of Dissemination of Evidence in Reducing Injuries from Falls
(Tinetti et. al. NEJM 2008)
•• Capacitação em abordagem multifatorial:Capacitação em abordagem multifatorial:– Redução de medicamentos– Correção da hipotensão postural– Abordagem de problemas visuais e dos pés– Treinamento da marcha, equilíbrio e força (ajuda técnica)– Treinamento da marcha, equilíbrio e força (ajuda técnica)
Atividade física:“O elixir da longa vida, com vida!”“O elixir da longa vida, com vida!”
Visão Visão GerontológicaGerontológica
ObrigadaObrigada!!