CENTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO. CURSO DE MESTRADO EM ENFERMAGEM
“INICIATIVAS DAS ESCOLAS PÚBLICAS E
PARTICULARES NA PREVENÇÃO DA OBESIDADE
INFANTIL NO MUNICÍPIO DE AMPARO-SP.”
MARIA DAS GRAÇAS PATRICIO GONZALES
Orientadora: Profa. Dra. Edna Apparecida Moura Arcuri
Guarulhos 2007
CENTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO. CURSO DE MESTRADO EM ENFERMAGEM
MARIA DAS GRAÇAS PATRÍCIO GONZALES
“INICIATIVAS DAS ESCOLAS PÚBLICAS E
PARTICULARES NA PREVENÇÃO DA OBESIDADE
INFANTIL NO MUNICÍPIO DE AMPARO-SP”.
Dissertação apresentada à Universidade Guarulhos
para obtenção do título de Mestre em Enfermagem
Orientadora: Profa. Dra. Edna Apparecida Moura Arcuri
Guarulhos 2007
Ficha catalográfica elaborada pela Coordenação da Biblioteca Fernando Gay da Fonseca
Gonzáles, Maria das Graças Patrício
G643i Iniciativas das escolas públicas e particulares na prevenção da obesidade infantil no município de Amparo-SP / Maria das Graças Patrício Gonzáles. Guarulhos, 2007.
124 f. ; 31 cm Dissertação (Mestrado em Enfermagem) - Universidade
Guarulhos, Centro de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão, 2007. Orientadora: Profa. Dra. Edna Apparecida Moura Arcuri.
1. Enfermagem pediátrica. 2. Obesidade (Prevenção e controle).
3. Obesidade nas crianças. I. Título. II. Universidade Guarulhos.
CDD 21st 610.7362
iii
iv
Dedico este trabalho a meu esposo José, pela magnitude do seu amor, muito além de minhas expectativas.
A meus filhos, motivação de meus sonhos, e razão de viver.
Ao meu neto Pedro pela amizade, compreensão e apoio nas longas noites em que o tempo parecia correr mais depressa...
Aos colegas de trabalho que não mediram esforços para suprir minha ausência nos momentos de estudo.
v AGRADECIMENTOS
Por me fazer acreditar que é necessário ter sempre esperança e metas,
agradeço a Deus por seu grande amor. Pela oportunidade de receber os conhecimentos necessários ao crescimento
científico e profissional, agradeço à Universidade Guarulhos.
À Profa. Dra. Edna Apparecida Moura Arcuri, pela incansável dedicação e competência durante todo o trajeto de orientação desta dissertação.
À Sílvia Silva, que não mediu esforços e entusiasmo para ver a concretização
desta meta.
Aos docentes do Mestrado Acadêmico em Enfermagem, pelos ensinamentos transmitidos, pela amizade e motivação constantes.
À Secretária Municipal de Saúde de Amparo, Dra. Aparecida Linhares Pimenta, por acreditar e proporcionar meios para a realização deste curso.
À Dra. Amarillys Z. Triana, coordenadora da Unidade de Saúde da Família Jardim Camanducaia, pelo incentivo, carinho, respeito e compreensão com sua funcionária - aluna.
Á minhas diletas amigas e colegas de profissão Maria de Fátima e Isabela, por compreenderem e suprirem minha falta nos momentos necessários.
À Secretaria Municipal de Educação SME, Dra. Eliete Aparecida de Godoy, que acreditou no projeto e possibilitou todos os meios possíveis para sua elaboração.
A todas as diretoras e funcionários das escolas participantes, pela atenção, carinho e paciência demonstrada em todas as etapas da pesquisa.
À nossa nutricionista Leniza Gotardi do Departamento de Merenda Escolar, que participou dos primeiros passos deste trabalho, disponibilizando todos os recursos necessários durante a elaboração do mesmo.
Ao Prefeito, César José Bonjuani Pagan, e ao Presidente da Câmara Municipal, Dr. Lázaro José Domingues, por acreditarem e incentivarem esta pesquisa.
A todos os participantes da pesquisa, meu sincero agradecimento, por tornarem possível a realização deste trabalho.
vi
“O segredo é não correr atrás das borboletas,
é cuidar do jardim para que elas venham até você.”
Mário Quintana
viiRESUMO
Gonzáles, MGP. Iniciativas das escolas públicas e particulares na prevenção da obesidade infantil no município de Amparo-SP [Dissertação]. São Paulo (SP): Universidade Guarulhos; 2006.
O aumento na prevalência da obesidade mundial e das doenças crônico-
degenerativas associadas diminui a qualidade de vida e causa importante impacto
socioeconômico. A obesidade dobrou nos adultos e crianças e triplicou nos
adolescentes, gerando mudanças de olhar dos educadores sobre o problema.
Surgiu no Brasil o projeto “Escola Saudável”, incluindo alimentação, atividades
físicas e hortas, sendo a escola o agente de mudanças. Este estudo verificou as
iniciativas das escolas de Amparo-SP na prevenção da obesidade infantil. Estudo
descritivo exploratório, tipo “Estudo de Caso”. Documentos disponibilizados pela
Secretária Municipal de Educação permitiram delinear o desenho do estudo, cuja
amostra constou de cinco escolas municipais, três públicas e duas particulares.
Foram entrevistados a nutricionista municipal, um professor de educação física de
cada tipo de instituição, as diretoras das escolas e aplicados formulários em
aproximadamente 12% das classes com crianças com 9 e 10 anos (n=70) e seus
pais (n=67). Os resultados demonstraram que nas escolas públicas e em uma
escola particular, existe merenda escolar orientada por nutricionista e as orientações
sobre alimentação saudável são transmitidas em todas as disciplinas através da
transversalidade. Outros dois projetos são desenvolvidos nas escolas públicas:
“Horta Escolar” e o Fórum intersetorial, que procura conhecer e encaminhar as reais
necessidades nutricionais dos escolares. As práticas de educação física acontecem
em locais apropriados, complementadas com conceitos teóricos sobre saúde. A
transversalidade permite reforço dos conceitos nas diversas disciplinas, motivando
as crianças a participarem na formação de hortas e aceitarem mudanças na
merenda escolar, com aumento no consumo de verduras, legumes e frutas. Os pais
das crianças são informados em reuniões sobre a alimentação e mudanças na
merenda e informam acompanhar em casa as reações de seus filhos (as). Os dados
revelam preferências alimentares (doces, chocolates, salgadinhos, etc.) e atividades
sedentárias (TV) semelhantes aos relatados nos estudos internacionais analisados.
Descritores: Obesidade infantil, prevenção, escolas, crianças.
viiiABSTRACT
Gonzáles, MGP. Initiatives of public and private schools in the prevention of infantile obesity in the city of Amparo - SP [Dissertation]. São Paulo (SP): Guarulhos University; 2006.
The increase of obesity on a worldwide scale and the associated chronic-
degenerative diseases reduce the quality of life and cause important socioeconomic
impacts. Obesity has doubled among adults and children and has tripled among
adolescents, causing educators to change their views of this problem. The “Healthy
School” Project arose in Brazil, including food, physical activities and vegetable
gardens, the school being the agent of change. This study investigated the initiative
of schools in Amparo-SP in the prevention of infantile obesity - an exploratory
descriptive study of the “Case Study” type. Documents furnished by the Municipal
Secretariat of Education permitted delineation of the study design, resulting in a
sample of five municipal, three public and two private schools. From each type of
institution, the municipal nutritionist, a physical education teacher, and the school
directors were interviewed, while questionnaires were applied in approximately 12%
of the classes with children between 9 and 10 years of age (n=70) and to their
parents (n=67). The results demonstrated that, in the public schools and in one
private school, the lunch provided is oriented by a nutritionist, and the orientations on
healthy food are transmitted in all of the disciplines by means of transversality. Two
other projects are being developed in the public schools: the “School Vegetable
Garden” and the Intersectoral Forum, which seeks to know and divulge the real
nutritional necessities of the students. The physical education teachers inform that
the practices occur regularly, in appropriate locations, and are complemented with
theoretical concepts regarding health. Transversality permits the reinforcement of the
concepts in various disciplines, motivating the children to participate in the formation
of vegetable gardens and to accept the changes in the lunch, with an increase in the
consumption of vegetables and fruits. At meetings, parents receive information
regarding food and the changes in the lunch, and demonstrate that they accompany
the children’s reactions at home. The data reveal food preferences of the children in
Amparo, such as sweets, chocolates, salty snacks, etc. and sedentary activities (TV)
similar to those related in international studies.
Keywords: Infantile obesity, prevention, schools, children.
ixRESUMEN
Gonzales, MGP. Iniciativas de las escuelas públicas y particulares de prevención de la obesidad infantil del municipio de Amparo-SP [Disertación]. Sao Paulo (SP): Universidad Guarulhos; 2006.
El aumento de la obesidad mundial viene prevaleciendo y con ella las enfermedades
degenerativas asociadas que disminuyen la calidad de vida y causan un importante
impacto socioeconómico. La obesidad se duplicó en los adultos y niños y triplicó en los
adolescentes, generando cambios en la forma que los educadores veían el problema.
Surgió en Brasil el proyecto “Escuela Saludable”, incluyendo: alimentación, actividades
físicas y actividades de sembríos (huertas), siendo las escuelas agentes de estos
cambios. Este estudio verificó las iniciativas de las escuelas de Amparo-SP en la
prevención de la obesidad infantil. Estudio descriptivo exploratório, tipo “Estudio de
Caso”. Documentos disponibles gracias a la Secretaria Municipal de Educación que
permitieron delinear el diseño del estudio cuya muestra abarcó cinco escuelas
municipales, tres públicas y dos particulares. Fueron entrevistados la nutricionista
municipal, un profesor de educación física de cada tipo de institución, las directoras de
las escuelas y se aplicaron formularios en aproximadamente 12% de las clases con
niños entre los 9 y 10 años de edad (n=70) y sus padres (n=67). Los resultados
demostraron que en las escuelas públicas y en una escuela particular, existe merienda
escolar orientada por nutricionista y las orientaciones sobre alimentación saludable son
transmitidas en todas las disciplinas a través de la transversalidad. Otros dos proyectos
son desarrollados en las escuelas públicas “Huertas Escolares” y en el fórum
intersectorial, que busca conocer y direccionar las reales necesidades nutricionales de
los escolares. Las prácticas de educación fisica se realizan en locales apropiados
complementados con conceptos teóricos sobre salud. La transversalidad permite el
refuerzo de los conceptos de las diversas disciplinas, motivando a los niños a participar
en la formación de huertas y aceptar cambios en la merienda escolar, con un aumento
en el consumo de verduras, legumbres y frutas. Los padres de los niños son informados
em reuniones sobre la alimentación y los cambios en la merienda. Y ellos informan
sobre el seguimiento de las reacciones de sus hijos al respecto de los cambios en las
meriendas. Los datos informan preferencias alimenticias (dulces,chocolates, bocaditos
etc.) y actividades sedentarias (como la televisión) semejantes a los estudios
internacionales analizados.
Descriptores: Obesidad infantil, prevención, escuelas, niños.
xLISTA DE TABELAS
TABELA 1 - Explicações sobre alimentação saudável e importância das atividades
físicas nas escolas, informado pelos alunos. Amparo, 2006.
TABELA 2 - Tipo de disciplina onde são transmitidos os conceitos sobre alimentação
e exercícios, informado pelos alunos. Amparo, 2006.
TABELA 3 - Alimentos preferidos pelas crianças na merenda escolar. Amparo, 2006.
TABELA 4 - Alimentação em casa segundo os ensinamentos na escola. Amparo,
2006.
TABELA 5 - Alimentação no intervalo das refeições no domicílio. Amparo, 2006.
TABELA 6 - Preferências dos alunos para comer nos intervalos das refeições.
Amparo, 2006.
TABELA 7 - Hábito das crianças na aquisição de guloseimas. Amparo, 2006
TABELA 8 - Freqüência semanal da compra de guloseimas. Amparo, 2006.
TABELA 9 - Explicações que as crianças receberam na escola sobre alimentação
saudável e atividades físicas. Amparo, 2006.
TABELA 10 - Como as explicações sobre hábitos alimentares e atividades físicas
ocorreram. Amparo, 2006.
TABELA 11 - Hábitos alimentares da criança em casa, segundo explicações
recebidas na escola. Amparo, 2006.
TABELA 12 - Hábitos alimentares das crianças relatados pelos pais. Amparo, 2006.
xiTABELA 13 - Influência das orientações sobre alimentação e a prática de atividades
físicas fornecidas pelos professores, e a incorporação destes novos hábitos no lar.
Amparo, 2006.
xiiLISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - Distribuição de freqüência dos alunos segundo o Tipo de Escola.
FIGURA 2 - Conceito dado pelos alunos com respeito às explicações dos
professores sobre alimentação. Amparo, 2006.
FIGURA 3 - O que influencia a criança para comprar coisas que gosta de comer.
Amparo, 2006.
FIGURA 4 - Tipos de alimentos consumidos pelas crianças enquanto assistem TV.
Amparo, 2006.
FIGURA 5 - Outros tipos de atividades sedentárias referidas pelas crianças. Amparo,
2006.
FIGURA 2 - Conceito dado pelos alunos com respeito às explicações dos
professores sobre alimentação. Amparo, 2006.
FIGURA 3 - O que influencia a criança para comprar coisas que gosta de comer.
Amparo, 2006.
FIGURA 4 - Tipos de alimentos consumidos pelas crianças enquanto assistem TV.
Amparo, 2006.
FIGURA 5 - Outros tipos de atividades sedentárias referidas pelas crianças. Amparo,
2006.
FIGURA 6 - Tipos de atividades aeróbicas referidas pelos alunos. Amparo, 2006.
FIGURA 7 - Número de filhos das famílias pesquisadas. Amparo, 2006.
xiiiFIGURA 8 - Preferências alimentares das crianças referidas por seus pais. Amparo,
2006.
FIGURA 9 - Influencia das orientações fornecidas pelos professores e a aceitação
alimentar da criança no lar. Amparo, 2006.
FIGURA 10 - Fatores que influenciam a criança na escolha dos alimentos. Amparo,
2006.
FIGURA 11 - Hábito dos pais fornecerem dinheiro para a compra de coisas que as
crianças gostam. Amparo, 2006.
FIGURA 12 - Freqüência que as crianças recebem dinheiro dos pais para adquirir
coisas que gostam de comer. Amparo, 2006.
FIGURA 13 - Preferências alimentares dos alunos enquanto assistem TV. Amparo,
2006.
FIGURA 14 - Outros tipos de atividades sedentárias referidas pelos pais. Amparo,
2006.
FIGURA 15 - Outros tipos de atividades praticadas pelas crianças, referidas por seus
pais. Amparo, 2006.
xiv SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO................ ........................................................................................2
2. OBJETIVOS .............................................................................................................8
3. MÉTODO .............................................................................................................9
3.1. Tipo de pesquisa ..................................................................................................9
3.2. Características do Local de Estudo: Município e Escolas. .................................10
3.3. População e amostragem...................................................................................12
3.4. Procedimentos Éticos e Administrativos.............................................................16
3.5. Coleta de dados ..................................................................................................16
3.5.1. Instrumento de Coleta .....................................................................................16
3.5.1.1. Cartas e Formulários ....................................................................................16
3.5.2. Procedimento para a Coleta de Dados............................................................17
3.5.3. Período de Coleta ...........................................................................................19
4 - Planejamento e Análise Estatística dos Resultados ............................................19
5- RESULTADOS ..................................................................................................21
5.1. Existência de programas de prevenção da obesidade infantil no âmbito da
Secretaria Municipal de Educação. ...........................................................................21
5.1.1. Entrevista com a Secretária Municipal de Educação. .....................................21
5.1.2. Entrevista com a Nutricionista do Departamento de Merenda Escolar
Municipal....................................................................................................................22
5.2. Adequação das escolas aos projetos municipais ou iniciativas próprias na
prevenção direta ou indireta da obesidade infantil. ...................................................24
5.2.1. Entrevista com as Diretoras ............................................................................24
5.2.2. Entrevista com os Professores de Educação Física .......................................26
5.3. Participação das crianças nos projetos relacionados direta ou indiretamente com
a prevenção da obesidade infantil: alimentação saudável e prática de exercícios
físicos.........................................................................................................................27
5.4. Identificação da participação dos pais nos projetos existentes ..........................41
6. DISCUSSÃO..........................................................................................................56
6.1. Existência de programas de prevenção da obesidade infantil no âmbito da
Secretaria Municipal de Educação. ...........................................................................56
6.2. Adequação das escolas aos projetos municipais ou iniciativas próprias na
prevenção direta ou indireta da obesidade infantil. ...................................................59
xv 6.3. Caracterização da participação de crianças nos projetos ou iniciativas das
escolas, relacionadas direta ou indiretamente à obesidade infantil...........................62
6.3.1. Hábitos referentes à alimentação....................................................................62
6.3.2. Hábitos referentes à atividade física/sedentarismo .........................................68
6.4. Participação dos pais das crianças nos projetos existentes...............................72
6.5. A obesidade como problema de saúde pública..................................................73
7. CONCLUSÕES......................................................................................................75
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................76
ANEXO 1....................................................................................................................82
ANEXO 2....................................................................................................................86
ANEXO 3....................................................................................................................87
ANEXO 4....................................................................................................................88
ANEXO 5....................................................................................................................90
ANEXO 6....................................................................................................................92
ANEXO 7....................................................................................................................93
ANEXO 10..................................................................................................................97
ANEXO 11................................................................................................................100
ANEXO 12................................................................................................................103
ANEXO 13................................................................................................................104
ANEXO 14................................................................................................................105
ANEXO 15................................................................................................................107
ANEXO 16................................................................................................................111
ANEXO 17................................................................................................................123
ANEXO 18................................................................................................................124
2 1. INTRODUÇÃO
Obesidade como problema de saúde pública
A atenção à obesidade nos dias atuais está inserida no contexto de
imensa preocupação com o relevante aumento em sua prevalência, observado em
todo o mundo nos últimos 10 anos. Nos Estados Unidos constatou-se nas décadas
de 70 a 90, aumento de 25% no número de pessoas com sobrepeso e obesas. Este
aumento foi crescente, tendo dobrado na década de 90, resultando em 2001 em
afirmações de que um entre dois norte-americanos era obeso ou apresentava
sobrepeso 1-5.
Com base em estatísticas oficiais, em 2004 Basset & Perl afirmaram que
2/3 dos norte-americanos apresentavam sobrepeso ou obesidade, dobrando a
prevalência em adultos e crianças e triplicando na adolescência. Associados às co-
morbidades, os drásticos índices resultam nos Estados Unidos em 400.000 mortes
anuais e 117 bilhões de dólares destinados ao cuidado com a saúde e custos
relacionados ao impacto social e econômico, o que remete a obesidade como
problema de saúde pública de grande magnitude e prioritário nos dias atuais 6.
No Brasil não temos dados recentes, estima-se que nos “últimos 20 anos,
a obesidade infantil triplicou. Hoje quase 15% das crianças brasileiras têm excesso
de peso e 5% são obesas”. A obesidade infantil no nordeste aumentou segundo
dados da Sociedade Brasileira de Nutrição, o que não significa crianças bem
nutridas 7-8.
A caracterização como “problema de saúde pública” reside no fato da
obesidade ser considerada “uma doença crônica, capaz de provocar ou acelerar o
desenvolvimento de muitas doenças que causam morte precoce”. A associação da
obesidade com a hipertensão e diabetes resulta no agravamento cada vez maior do
perfil de morbimortalidade das moléstias crônicas, prejudicando a qualidade de vida
de pessoas e famílias e ameaçando a estabilidade financeira das instituições e
3agências de saúde. O excesso de peso pode causar osteoartrite e relaciona-se com
alguns tipos de câncer, associação que pode variar com a raça ou etnia 9-6.
A preocupação com o ganho excessivo de peso, contudo, não é um
problema do final do século XX e início do atual, pois há relatos que Hipócrates já
percebia a maior tendência dos obesos para a morte súbita10. Figuras rupestres
também registraram já na antiguidade formas humanas apresentando desproporção
entre o peso e a altura11.
Conceito e classificação da obesidade
O desequilíbrio entre o número de calorias ingeridas e consumidas
(balanço energético), quando a ingesta ultrapassa as necessidades do organismo,
resulta no balanço positivo que favorece o armazenamento de calorias com
conseqüente sobrepeso. Se não for corrigido, este sobrepeso evolui para diferentes
graus de obesidade12-14. O excesso de gordura corporal, principalmente a
abdominal, está diretamente relacionado com alterações do perfil lipídico, com
aumento da pressão arterial e a hiperinsulinemia, considerados fatores de risco para
o desenvolvimento de doenças crônicas, como o diabetes tipo 2 e as doenças
cardiovasculares15.
A definição de obesidade pode ser feita de maneira a descrevê-la como
“uma síndrome crônica, que decorre de diversas causas, com restritas possibilidades
de cura, existindo meios de controle em longo prazo, decorrentes da vontade do
paciente, o qual deve ter condições de mudar a estrutura diária de sua alimentação”
16.
A classificação da obesidade vem sofrendo mudanças, devido aos
diferentes graus existentes, com variação de um sobrepeso discreto à obesidade
mórbida. O Índice de Massa Corporal (IMC) é utilizado após os 20 anos, sendo
calculado dividindo-se o peso em kg pelo quadrado da estatura em m2. Apresenta
categorias ou graus, classificados em: sobrepeso (25.0-29,9), obeso (30,0- 39,9) e
obeso mórbido (�40).
4A utilização do IMC na faixa etária de dois a vinte anos, deve ser
concomitante à utilização dos gráficos de percentis de idade por índice de massa
corporal, desenvolvido pelo National Center for Health Statistics em colaboração
com o National Center for Chronic Disease Prevention and health Promotion (2000).
A classificação dos percentis do IMC/ Idade de acordo com o CDC,
apresenta quatro categorias: Desnutrição (abaixo do percentil 5); Normalidade (entre
5 e 85); Sobrepeso (entre 85 e 95) e Obesidade (acima de 95) 17-18-19.
Obesidade infantil e sua prevenção
A obesidade infantil é objeto de estudos e pesquisas por associações,
organizações, força tarefa e universidades como a National Association for the Study
of Obesity, European Association for the Study of Obesity, a Organização Mundial de
Saúde, Pediatric International Obesity Task Force, a Organização Pan-americana da
Saúde, e a Universidade Rockfeller, dentre outros11.
No Brasil foram realizados alguns inquéritos nutricionais em 1974-1975
pelo Estudo Nacional da Despesa Familiar (ENDEF), na Pesquisa Nacional sobre
Saúde e Nutrição (PNSN) em 1989 e na Pesquisa sobre Padrões de Vida (PPV) em
1996-1997. Inicialmente o foco maior era a desnutrição, porém o aumento da
obesidade no país no final do século, acompanhando as tendências internacionais,
direcionou a atenção para o crescente aumento de peso na infância, e não apenas a
desnutrição.
Embora os autores sejam unânimes em ressaltar diferenças
metodológicas nos três inquéritos referidos, não existem dúvidas sobre a crescente
prevalência da obesidade no período. Os dados obtidos no ENDEF, PNSN foram,
respectivamente: masculino: 2,6% e 6,0%; feminino 5,3 e 11,6%. Os resultantes do
PPV de 1996/ 97 indicaram um aumento substancial no número de adolescentes
com risco de sobrepeso, tanto no Nordeste quanto no Sudeste, e mais em homens
do que em mulheres em 1999 20.
5No estado de São Paulo, inquéritos nutricionais realizados em crianças e
adolescentes escolares demonstraram alta prevalência de obesidade na infância e
adolescência, dominante nas escolas particulares e maiores no sexo feminino 21.
Existem vários fatores que contribuem para o balanço positivo, sendo o
genético um dos mais importantes, predispondo a criança a engordar desde o
nascimento, pré-disposição esta que a acompanha por toda sua vida. A associação
do fator hereditário com os ambientais e culturais contribuem para aumentar seu
risco, caso não haja as modificações contínuas no macro e micro ambiente no qual
vive 22. Nesse sentido, observa-se nos anos recentes, importante aumento da
literatura sobre obesidade infantil com enfoque preventivo, visando à mudança de
comportamento e a educação de crianças e adolescentes, onde se destacam as
iniciativas das enfermeiras canadenses 23.
A prevenção da obesidade é norteada por medidas que realcem os
padrões de conduta que levem a um controle de peso, ou seja, resultem na
modificação do comportamento no contexto familiar, eliminando o alimento como
principal fonte de prazer e recompensa, estimulando a pessoa à prática de
exercícios físicos 16.
A despeito dos conceitos teóricos sobre prevenção, o meio ambiente tem
contribuído para elevar o consumo de alimentos industrializados calóricos, sendo
que a mídia desempenha papel fundamental nas mensagens que estimulam o
comportamento alimentar inadequado. O sedentarismo decorrente do grande
número de horas consumidas por jogos não fisicamente ativos, computador e
televisão, muitas vezes acompanhadas por lanches industrializados (biscoitos
calóricos, salgadinhos, frituras, etc.), associado ao consumo alimentar exagerado,
vem agravando cada vez mais o problema 24.
A ida ao “fast food” representa um dos mais atraentes programas sociais
para as crianças, oferecida como prêmio por razões de diversas naturezas, prazer
esse que atinge também os jovens e os adultos que os acompanham. O presidente
da Liga Internacional de Hipertensão informou recentemente em Cancun (Congresso
da Associação Interamericana de Hipertensão-2005) que o número de calorias no
6hambúrguer de um fast food famoso passou de 210 para 610 calorias nos últimos
anos, lembrando que é sempre acompanhado de frituras, catchup, refrigerante, etc.
A referida Liga desenvolveu um programa de controle de obesidade usado em
escolas norte-americanas, com filmes, livros e aulas fundamentadas em uma
Pirâmide de Alimentação, com atividades que englobam conceitos sobre
alimentação e prática de exercícios físicos 25. Outros fatores culturais, étnicos e
emocionais também contribuem para o aumento desse consumo, dificultando a
adesão aos programas de atenção ao obeso 11.
No campo das políticas das sociedades da área e públicas, várias
associações e sociedades científicas reuniram-se para a elaboração de um projeto
denominado Escola Saudável, com objetivos de estimular a alimentação saudável,
prática de atividades físicas, criação de hortas comunitária e escolar, dentre outras,
sendo a escola o agente de mudança. Fizeram parte deste estudo: Associação
Brasileira para o Estudo da Obesidade (ABESO); Sociedade Brasileira de
Endocrinologia e Metabologia (SBEM); Sociedade Brasileira de Pediatria;
Observatório de Políticas de Segurança Alimentar e Nutrição da Universidade de
Brasília; Sociedade Brasileira de Cardiologia, Organização Pan-Americana da
Saúde, o Ministério da Saúde (MS) e o Ministério da Educação e Cultura (MEC) 26.
No Brasil foi publicada a proposta de Ações relativas à regulação de
propaganda, publicidade, promoção e informação para área de alimentos previstos
para o ano de 2006 (ANVISA) com objetivo de prevenção 27. Esta proposta foi
precedida pela Portaria nº. 1075 do Ministério da Saúde, publicada no Diário Oficial
da União em 5 de julho de 2005 (ANEXO 1), instituindo diretrizes para a atenção ao
portador de obesidade, a serem implantadas em todas as unidades federadas,
respeitadas as competências das três esferas de gestão.
O Sistema Único de Saúde (SUS), a partir da proposta de
intersetorialidade promove o conceito ampliado de saúde, oportunizando a parceria
entre os serviços de saúde, educação e de promoção social 28. Por ser receptiva a
mudanças, a criança encontra na instituição de ensino chances de consolidar ou
incorporar novos hábitos capazes de promover a educação, num contexto crítico-
reflexivo sobre consumo de alimentos prejudiciais à saúde, veiculados através da
7mídia e à oportunidade de aprender novos hábitos de alimentação e atividades
físicas.
Acreditam os especialistas que atuam nas sociedades das áreas de
hipertensão e obesidade, que uma das poucas saídas para o problema da
obesidade no mundo é inserir matéria educativa, nas escolas públicas e particulares,
desde os níveis iniciais 26. Criar hábitos sadios seria mais fácil que modificar
comportamentos indesejados no adulto? Que tipo de investimento poderia ser
eficaz? Quanto custaria aos cofres públicos? Existem iniciativas nos âmbitos
nacionais, estaduais ou municipais?
A vivência no Programa Saúde da Família (PSF) do município de
Amparo-SP, onde atuo, motivou-me a identificar possíveis iniciativas na prevenção
da obesidade infantil nas escolas municipais de Amparo. O estudo poderia subsidiar
o planejamento e execução de futuros programas direcionados para a educação
infantil na área da obesidade, tema prioritário nos dias atuais.
Problema de pesquisa
Existem iniciativas de prevenção da obesidade infantil no âmbito da
prefeitura e escolas públicas municipais e particulares da cidade de Amparo-SP? Se
existem qual a abrangência dos programas escolares e vínculo com os órgãos
municipais oficiais? Como os alunos são inseridos nos programas e qual a
participação de seus pais?
8
2. OBJETIVOS
2.1. Verificar e caracterizar a existência de programas de prevenção da
obesidade infantil nas escolas, no âmbito da Secretaria Municipal de Educação.
Amparo-SP.
2.2. Verificar, junto às escolas públicas municipais e particulares,
adequação aos projetos municipais ou iniciativas próprias na prevenção direta ou
indireta da obesidade infantil.
2.3. Caracterizar a participação dos alunos do ensino fundamental em
projetos relacionados direta ou indiretamente à obesidade infantil.
2.4. Identificar como os pais das crianças estudadas participam dos
projetos existentes.
9
3. MÉTODO
3.1. Tipo de pesquisa
Trata-se de pesquisa Exploratória, do tipo Estudo de Caso Coletivo,
realizado em três escolas públicas e duas escolas particulares, do Ensino
Fundamental no município de Amparo no ano de 2006.
O estudo de caso aprofunda o conhecimento de determinado assunto
permitindo um detalhamento específico de um fenômeno. Seus propósitos são:
”explorar situações da vida real cujos limites não estão claramente definidos;
preservar o caráter unitário do objetivo estudado; descrever a situação do contexto
em que está sendo feita determinada investigação; formular hipóteses ou
desenvolver teorias e explicar as variáveis causais de determinado fenômeno em
situações muito complexas que, não possibilitam a utilização de levantamentos e
experimentos”29-30. O Estudo de Caso coletivo é aquele cujo propósito é o de estudar
características de uma população. Eles são selecionados porque se acredita que,
por meio deles, torna-se possível aprimorar o conhecimento acerca do universo a
que pertence.
A pesquisa exploratória “objetiva maior familiaridade com o problema em
estudo, possibilitando maior clareza ou a construção de hipóteses. Este tipo de
pesquisa consiste em: análise da literatura com identificação de fontes primárias
(levantamento bibliográfico); entrevistas com pessoas que tiveram experiências
práticas com o problema pesquisado; e análise de exemplos que possibilitem melhor
compreensão do tema estudado” 31,
O estudo foi realizado em duas fases, sendo a primeira referente ao
alcance do objetivo 1, essencial para o planejamento das etapas necessárias aos
demais objetivos. A coleta de dados da primeira fase foi realizada na Secretaria
Municipal de Educação, onde a análise documental e entrevista com a senhora
Secretária, propiciou conhecer as características do município, as escolas existentes
10e dados sobre o programa ou iniciativas relacionadas à obesidade infantil, sob a
responsabilidade da prefeitura municipal.
Antes de se apresentar o caminho metodológico e resultados sobre a
existência de programa de obesidade no âmbito da Secretaria Municipal de
Educação; o item seguinte descreve algumas características identificadas no
município em apreço.
3.2. Características do Local de Estudo: Município e Escolas.
Fundado em 1829 e emancipado em 1857, o município de Amparo
tornou-se Estância Hidromineral em 1945 e hoje é considerada a porta de entrada
do circuito das Águas, região de grande destaque turístico no Estado de São Paulo.
Nos últimos anos, Amparo vem incrementando o turismo com emergente potencial
nesta área, com diversos investimentos na Rede Hoteleira e Gastronômica, que se
somam aos atrativos já existentes no Município, como aos antigos casarões e
fazendas centenárias.
Como destino turístico, Amparo incrementou a gastronomia, aumentando
os atrativos no consumo alimentar, numa região onde comer bem acompanha o
conceito de tranqüilidade e lazer, devido aos aspectos turísticos, aumentando a
oferta de alimentos calóricos à população permanente na região.
No ano de 2005, a população do município de Amparo foi estimada em
66.421 habitantes, 33.125 homens e 33.296 mulheres. As crianças e jovens com
menos de 20 anos perfaziam 17.196 habitantes e representavam um pouco mais
que um quarto da população (25,8%), sendo de 8% o crescimento desta faixa etária
no período de 2001 para 2005 32.
A rede de Educação no município de Amparo é constituída por 51
Estabelecimentos de Ensino, sendo 14 Estaduais, 23 Municipais e 14 particulares, O
Ensino Fundamental (1ª a 4ª) e Médio (5ª à 8ª) é ofertado em 12 Estabelecimentos
da rede Municipal e 06 na iniciativa particular 33.
11
O Sistema Local de Saúde de Amparo tem como pilar a Atenção Básica,
sendo o Programa Saúde da Família (PSF) a estratégia de atendimento aos
usuários.
O PSF é composto de 16 equipes em 13 unidades de saúde, sendo nove
na área urbana e quatro na zona rural, atendendo a 90% da população. A
assistência especializada ambulatorial é realizada no Centro de Saúde cujas áreas
de atendimento são: cardiologia, dermatologia, pneumologia, neurologia, infectologia
urologia, ginecologia/ obstetrícia, pediatria, cirurgia geral e otorrinolaringologia,
ortopedia, cirurgia vascular e oftalmologia. Os programas especiais como
hanseníase, tuberculose e DST/AIDS, a imunização especial e outros serviços como
a Central de Esterilização e Assistência Farmacêutica Central também são
efetuados neste mesmo local.
A população tem também acesso aos serviços especializados: Saúde
Mental, Saúde do Trabalhador, Saúde Bucal, Retaguarda de Serviços Auxiliares de
Diagnose e Terapia - SADT. .A Secretaria Municipal de Saúde conta com os
serviços de Vigilância à Saúde (vigilância epidemiológica e sanitária) e Assistência
Farmacêutica, Para atendimento de urgência/emergências, internações e cirurgias, a
prefeitura mantém convênio com dois hospitais do município repassando verbas,
segundo a prestação de serviço. Não existe no município, um programa específico
para atendimento médico curativo aos escolares. Em caso de intercorrências, a
criança é levada à unidade de PSF mais próxima à escola, se necessário é feito um
encaminhamento ao hospital.
As unidades de PSF oferecem programas preventivos com participação
da equipe multidisciplinar (médicos, enfermeiros, odontólogos e auxiliares de
consultório dentário, psicóloga, técnicas e agentes comunitárias de saúde) com
atuação extensiva à escola. O atendimento à criança (0 a 7 anos) ocorre de acordo
com determinações do Ministério da Saúde, através do programa Saúde da Criança,
onde o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento (CD) é monitorado
havendo possibilidade de incentivo ao aleitamento materno, alimentação e
orientações básicas à prevenção de doenças e promoção da saúde. Após esta
12idade, os pais são orientados a trazer a criança e/ ou adolescente à unidade de
Saúde da Família, uma vez por ano para consulta de acompanhamento ou nas
intercorrências sempre que necessário.
Não existem iniciativas de controle da obesidade no município. Apenas
alguns membros de famílias cadastradas no Programa Bolsa Família do Governo
Federal, são acompanhadas semestralmente pelos profissionais do PSF, com
preenchimento das planilhas do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutrição
(SISVAN), onde são registrados dados antropométricos, analisados pela
nutricionista da Secretaria Municipal de Saúde.
3.3. População e amostragem
Para o alcance do objetivo 1, a população foi representada por apenas
um sujeito, a Secretária de Educação do Município de Amparo por ser a pessoa que
centraliza todas as informações necessárias ao desenvolvimento do estudo. Para o
alcance dos demais objetivos foi calculada uma amostra populacional formada por
três escolas públicas e duas escolas particulares, representando respectivamente
25% e 33% dos dois tipos de instituição de ensino. Como critério de seleção, as
escolas sorteadas não deveriam estar localizadas próximas a Unidade de Saúde
PSF, a fim de evitar viés metodológico. Em cada escola foram sorteadas 10 e 15 %
das classes de 3ª e 4ª série e destas classes, após a aceitação dos pais em
participar da pesquisa, foram sorteados alunos na mesma proporção de 10 a 15%.
Trata-se de uma amostra estratificada por tipo de escola, com partilha proporcional.
Portanto tratou-se de amostragem por triplo estágio, com seleção aleatória das
escolas, das classes e dos sujeitos do estudo, caracterizando a formação da
amostra populacional por conglomerados.
Primeiro estágio: As três escolas públicas sorteadas pela Secretária de
Educação deram pronta anuência para a realização do estudo, após contato direto
com a mesma.
13Sabendo que poderia ocorrer dificuldade de aceitação entre as escolas
particulares, após o fornecimento da lista pela Secretaria de Educação foram
enviados ofícios aos diretores das escolas, porém apenas uma consentiu participar
do estudo. Portanto não houve sorteio nas escolas particulares por falta de opção.
Detectou-se então, na lista da Secretaria de Educação, uma instituição de ensino
cujas crianças pudessem ter características sócio-econômicas semelhantes aos
alunos da instituição particular, a escola do Serviço Social da Indústria (SESI).
Apesar de receio de viés metodológico, decidiu-se incluir a escola do SESI neste
estudo, na classificação de particular, por ser uma instituição sem vínculos oficiais
com nenhum nível de governo.
Segundo estágio: sorteio das classes de alunos, realizado pelas diretoras
das escolas sorteadas na presença da pesquisadora.
Terceiro estágio: Sorteio dos alunos das classes sorteadas, após a
reunião com os pais e anuência dos mesmos, atingindo até15% de cada classe.
Como critério para participar na amostra, definiu-se crianças de 09 e 10
anos, cursando a 3ª ou 4ª série do Ensino Fundamental, que tivessem estudado na
instituição pelo menos durante um ano no período anterior ao sorteio. Esta faixa
etária foi escolhida pelo fato das crianças demonstrarem grande interesse pela
comida, assim como seu preparo, e a capacidade crítica que começa a ser
exercida13.
Na segunda fase foram entrevistadas as diretoras das escolas sorteadas,
a nutricionista do Departamento de Merenda Escolar Municipal, um professor de
Educação Física da rede municipal e um da escola particular, na terceira fase, as
crianças e seus pais.
As entrevistas procuraram caracterizar as iniciativas das instituições e sua
adequação aos programas de prevenção e combate à obesidade infantil e a adesão
dos sujeitos que atuam no processo de combate à obesidade infantil. A prevalência
da obesidade entre as crianças pesquisadas, não foi objeto deste estudo, estando
14programada para ser realizado posteriormente em todas as escolas públicas com a
participação da nutricionista do serviço municipal.
Caracterização das escolas participantes do estudo:
Antes de apresentar as escolas participantes, torna-se oportuno abordar
alguns aspectos do Ensino Fundamental e as disciplinas cursadas pelas crianças.
De acordo com as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº.
9394/96, artigo 32, incisos I ao IV, o Ensino Fundamental, com duração mínima de
oito anos, é obrigatório e gratuito em escolas públicas, tendo por objetivo a formação
básica do educando.
As disciplinas do Ensino Fundamental são: Língua Portuguesa,
Matemática, Ciências Naturais, História, Geografia, Arte, Educação Física compondo
a parte comum do currículo e a diversificada, a partir da 5ª série, com a introdução
de uma língua estrangeira, sendo o Ensino Religioso de matrícula facultativa. Em
consonância com os conteúdos mencionados, são desenvolvidos temas
transversais; Ética, Meio Ambiente, Saúde, Pluralidade Cultural e Orientação Sexual.
As disciplinas Ciências Naturais e Educação Física abordam conteúdos
sobre o corpo humano, higiene, alimentos, atividades como jogos e lutas,
brincadeiras, danças, desenvolvimento de habilidades, regras e convívio em grupo
dentre outros 33.
15Relação das escolas sorteadas pela Secretária Municipal de Educação:
Escola Municipal “Raul de Oliveira Fagundes”. Amparo-SP.
Escola de Ensino Fundamental, situada no bairro denominado Jardim
Santana, fundada em 1978 e municipalizada em 1998, atende atualmente 449
alunos do Ensino Fundamental Regular. O horário de funcionamento é pela manhã e
à tarde, com atendimento de crianças de 1ª a 4ª séries. Possui 03 classes de 3ª
série com 96 alunos e 03 de 4ª série com 94 alunos, com um total de 190 alunos de
terceira e quarta séries.
Escola Municipal “Gasparzinho”. Amparo-SP
Escola de Ensino Fundamental situada no centro da cidade, próximo à
Praça Pádua Salles, onde funcionava uma antiga estação do trem, tendo sido
municipalizada em 1998, atendendo a 302 alunos nos períodos da manhã e tarde.
Possui 02 classes de 3ª série com 68 alunos e 02 classes de 4ª séries com 66
alunos, com um total de134 alunos. Os objetivos e disciplinas são iguais para todas
as escolas municipais.
Escola Municipal Chapeuzinho Vermelho. Amparo-SP.
Escola de Ensino Fundamental periférica, com atendimento pela manhã e
tarde, possui 01 classe de 3ª série com 31 alunos e 01 classe de 4ª série com 21
alunos num total de 52 alunos. Os objetivos e disciplinas são iguais para todas as
escolas municipais.
Escola Villa Lobos-Amparo-SP
Escola de iniciativa particular, situada no centro do município, com um
total de 197 crianças matriculados no ensino fundamental no período diurno, possui
1601 classe de 3ª série com 09 alunos e 01 classe de 4ª série com 16 alunos, num
total de 25 alunos. Segue orientações do Ministério da Educação e Cultura (MEC).
Escola do Serviço Social da Indústria (SESI)-Amparo-SP.
Escola de Ensino Fundamental periférica, cujos recursos para sua
manutenção advêm do setor industrial, não sendo coordenada pela SME. Possui 02
classes de 3ª série com 70 alunos e 02 classes de 4ª série com 75 alunos, num total
de 145 alunos. Segue orientações do Ministério da Educação e Cultura (MEC).
3.4. Procedimentos Éticos e Administrativos
Atendendo a resolução 196/96 do Ministério da Saúde, que normatiza a
pesquisa em Seres Humanos na Área da Saúde, a coleta dos dados foi iniciada
após a submissão e aprovação do projeto pelo Comitê de Ética da Universidade de
Guarulhos. Tratando-se de crianças, seus pais tomaram conhecimento e assinaram
o “Termo de Consentimento Livre e Esclarecido” (ANEXO 2) e a “Declaração de
Consentimento dos Pais para a Participação da Criança na Pesquisa” (ANEXO 3),
tendo sido esclarecido que poderiam se retirar da pesquisa caso desejassem, além
de outros aspectos contidos no termo.
3.5. Coleta de dados
3.5.1. Instrumento de Coleta
3.5.1.1. Cartas e Formulários
Carta enviada à Secretária Municipal de Educação e Diretoras das
Escolas particulares (ANEXO 4)
Formulário utilizado para entrevista com a Secretária de Educação
(ANEXO 5)
17Formulário utilizado para entrevista com a Nutricionista (ANEXO 6)
Formulário utilizado para entrevista das Diretoras (ANEXO 7)
Formulário utilizado para entrevista com Professores de Educação Física
(ANEXO 8)
Carta-convite enviada aos pais dos alunos (ANEXO 9)
Formulário utilizado para entrevista com os alunos (ANEXO 10)
Formulário utilizado para entrevista com os pais (ANEXO 11)
3.5.2. Procedimento para a Coleta de Dados
Estudo piloto
A fim de testar a clareza e aplicabilidade do instrumento, foi realizado um
teste piloto em crianças das escolas sorteadas. Tratou-se de um exercício muito
interessante, onde diversas palavras foram substituídas por termos de mais fácil
compreensão pelas crianças. Por exemplo, as crianças perguntaram o que era
“Escola Privada”, pois só conhecem como “Escola Particular”. O teste piloto foi
realizado em seis crianças de duas escolas públicas e uma particular.
Para o alcance do objetivo 1, a pesquisadora entrevistou a Secretária
Municipal de Educação, no seu ambiente de trabalho, utilizando um formulário com
questões abertas e fechadas (ANEXO 5). Como conseqüência dessa entrevista foi
realizada a análise documental do Plano Municipal de Educação Dando
continuidade, foi realizada a entrevista com a Nutricionista, no Departamento
Municipal de Merenda Escolar (ANEXO 6).
A entrevista com a Secretária de Educação propiciou conhecer o
panorama no qual se inseria as escolas a serem estudadas. Após a coleta de dados
referente ao objetivo 1, a própria Secretária de Educação comunicou-se via telefone
com as diretoras informando os objetivos do estudo e solicitando anuência para a
coleta nas instituições públicas. Nas particulares o contato foi feito pessoalmente
pela pesquisadora, após resposta à solicitação para a realização da pesquisa na
instituição de ensino (ANEXO 4).
18Uma vez de posse dos dados referentes às características das escolas
em apreço, foram construídos os formulários para a coleta nas escolas. As
entrevistas com as diretoras foram agendadas pela pesquisadora via telefone, e
realizadas nas escolas, no horário do almoço ou após as 17hs. Neste mesmo dia
ocorria o sorteio das classes. Em seguida, foram enviadas cartas a todos os pais
das crianças das 3ª e 4ª series, convidando-os a participar de uma reunião com a
pesquisadora e apresentação do projeto. Esta atividade ocorreu no mesmo dia da
reunião geral da escola, visando garantir maior participação dos pais. Nessa ocasião
os responsáveis que aceitaram participar da pesquisa assinaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO 2) e a Declaração de Consentimento
dos Pais para a participação da criança na pesquisa (ANEXO 3).
No mesmo dia da reunião com os pais nas escolas públicas, a
pesquisadora apresentava os horários disponíveis para a realização da entrevista,
colocando-se à disposição nos diferentes períodos em que os mesmos fossem
buscar as crianças nas escolas. O agendamento ocorreu nessa ocasião, variando o
percentual de adesão entre 10 e 15%. O mesmo procedimento foi realizado na
escola do SESI. Na outra escola particular, a qual tinha apenas uma classe de 3ª e
4ª séries com 09 e 16 alunos respectivamente, apenas 10 pais compareceram à
reunião agendada para esclarecimentos e destes, cinco concordaram em participar.
No mesmo dia foram entrevistados pela pesquisadora, após conhecerem o conteúdo
do projeto, assinar o Termo de Consentimento, assim como à autorização para seu
filho participar da pesquisa.
Seguindo o agendamento realizado nas escolas públicas e a escola do
SESI, os dados foram colhidos pela pesquisadora e duas funcionárias do PSF,
Técnicas e Graduandas em Enfermagem. Em todas as escolas públicas os pais
foram recebidos nas bibliotecas, onde era garantido o espaço que as três pessoas
envolvidas na coleta necessitavam, além de ser um ambiente isolado e silencioso.
Após ser entrevistado (a) nas escolas públicas e SESI, cada pai ou mãe
dirigia-se à classe de seu filho para buscar a criança, a ser entrevistada em seguida,
sendo convidados a aguardar em outro ambiente. O mesmo procedimento ocorreu
na escola particular, porém a coleta foi feita em uma sala de aula.
193.5.3. Período de Coleta
Os dados foram colhidos durante o mês de outubro de 2005 (Objetivo 1) e
setembro a dezembro do ano de 2006 (período escolar) pela autora da pesquisa. A
pesquisadora teve colaboração de duas técnicas de enfermagem, devidamente
treinadas. As colaboradoras são alunas do curso de graduação de enfermagem e
trabalham na mesma unidade que a pesquisadora.
4 - Planejamento e Análise Estatística dos Resultados
O planejamento e análise estatística, inclusive o modelo informático para
o banco de dados, foi elaborado com o especialista em estatística, após
desenvolvimento do modelo referente à coleta de dados e teste piloto.
Alunos:
Para comparar as distribuições de freqüência das variáveis qualitativas
entre as escolas públicas e particulares, foi utilizado o teste Qui-Quadrado de
Pearson. Esse teste baseia-se nas diferenças entre valores observados e
esperados, avaliando se as proporções em cada grupo podem ser consideradas
semelhantes ou não. O teste exato de Fisher foi utilizado nas situações onde os
valores esperados foram inferiores a cinco. Abaixo de cada tabela de cruzamento
destas variáveis, estão apresentados os resultados da significância do teste através
do p-valor, sendo que, para valores menores do que 0,05 (p-valor<0,05) foram
consideradas a associação estatisticamente significativa entre as variáveis.
Quando as associações entre essas variáveis foram encontradas, para a
identificação de pares de categorias que correspondem a um valor acima do
esperado, foi utilizado o valor do resíduo padronizado (Zres) acima de 1,96,
indicando significância estatística na casela (categorias associadas) a um nível de
significância de 5%.
20Antes dos testes de comparações de médias, foi realizada uma análise
para testar a hipótese de que os dados seguiam uma distribuição normal. Este tipo
de teste ajuda a optar entre testes paramétricos e não paramétricos. Nos três casos,
observamos que as variáveis tinham distribuição normal, sendo assim, aplicamos o
teste t-Student 34 para a comparação entre os grupos. Nos valores do p abaixo de 0,
05, consideramos as médias estatisticamente diferentes.
Foram considerados estatisticamente significantes os resultados cujos
níveis descritivos (valores de p) foram inferiores a 0,05. Na elaboração do relatório
técnico utilizamos os softwares: MSOffice Excel versão 2000 para o gerenciamento
do banco de dados; SPSS for Windows versão 12.0 - Statistical Pachage for the
Social Science, para a execução dos cálculos estatísticos, elaboração e edição de
figuras e na elaboração das tabelas e redação usamos o MSOffice Word versão
2000 34. 35.
Pais:
Na análise das variáveis quantitativas (idade) o objetivo foi verificar se as
médias eram semelhantes entres os grupos (Público X Particular). Antes dos testes
de comparações de médias, foi realizada uma análise para testar a hipótese de que
os dados seguiam uma distribuição normal. Esse tipo de teste ajuda a optar entre
testes paramétricos e não paramétricos. Apenas no caso da idade, observamos que
a variável tinha distribuição normal e aplicamos então o teste t-Student (37) para a
comparação entre os grupos com relação a variável idade. O teste não-paramétrico
de Mann-Whitney. Valores do p abaixo de 0, 05, consideram que os grupos são
estatisticamente diferentes.
21
5- RESULTADOS
Os resultados serão apresentados segundo o conteúdo referente a cada
objetivo do estudo. As informações resultantes das entrevistas individuais com a
Secretária Municipal de Educação, Nutricionista e Professores de Educação Física e
Diretoras, serão apresentadas em forma descritiva. Os dados obtidos nas
entrevistas com os alunos e pais em tabelas ou figuras. Os resultados serão
discutidos no capítulo 6, seguindo a mesma estrutura na formulação dos objetivos.
5.1. Existência de programas de prevenção da obesidade infantil no âmbito da
Secretaria Municipal de Educação.
Neste item serão apresentadas as informações fornecidas pela Secretária
Municipal de Educação, Nutricionista e dos professores de Educação Física. As
atividades destes dois profissionais são fundamentais em programas de prevenção
direta ou indireta da obesidade.
5.1.1. Entrevista com a Secretária Municipal de Educação.
A entrevista com a Secretária Municipal de Educação, cujos objetivos
eram verificar e caracterizar a existência de programas de prevenção e combate à
obesidade infantil nas escolas, revelou a inexistência de programas específicos para
a prevenção e controle da obesidade infantil, no âmbito das escolas de ensino
fundamental do município de Amparo. Não foi informada a existência de nenhum
programa governamental estadual ou federal específico, que atinja oficialmente e
diretamente o município, porém existem iniciativas no âmbito municipal, cujo foco é
a saúde em geral. Algumas iniciativas resultam da discussão de ações, orientações
ou programas governamentais (como o Programa Nacional de Alimentação Escolar),
que norteiam as secretarias municipais, como será observado no relato da
nutricionista do município. As escolas recebem as orientações em reuniões com as
diretoras, nutricionista ou por meio de ofícios.
22Como as determinações governamentais não são específicas para a
prevenção da obesidade infantil, o tema é trabalhado através da transversalidade,
envolvendo diversas disciplinas, além de outros projetos, como a formação de hortas
nas escolas, em parceria com a EMBRAPA, com ampla participação de alunos,
professores e nutricionista. Os conteúdos abordados nas disciplinas são: alimentos
saudáveis, prevenção de doenças, atividades físicas, dentre outros. Para que os
objetivos destas disciplinas sejam alcançados, existem projetos coordenados pela
nutricionista, como o que inseriu modificações na merenda escolar, com treinamento
das merendeiras, e outros. A avaliação dos projetos é realizada pela Secretária
Municipal de Educação e Coordenadoras de Ensino, em reuniões com as diretoras
das escolas e pela nutricionista, que analisa relatórios de aceitação efetuados pelos
professores e merendeiras.
5.1.2. Entrevista com a Nutricionista do Departamento de Merenda Escolar
Municipal
Há uma única nutricionista para todas as escolas e demais instituições de
ensino municipal de Amparo. Segundo ela, a alimentação dos escolares do
município segue orientações do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE),
cujo objetivo é atingir o equilíbrio mínimo da ingesta calórico-protéica, que
corresponde a 300 calorias e 5,1 gramas de proteína por período de quatro horas
em que a criança permanece na escola. O objetivo da mudança efetuada não visa o
controle do peso, mas sim o equilíbrio nutricional da criança, O cardápio semanal
(ANEXO 13) evidencia a preocupação com o equilíbrio entre proteínas, carboidratos,
sais minerais e vitaminas.
Existe no município uma iniciativa das secretarias de Educação, Saúde,
Esporte e Lazer e Assistência Social, referente à criação de um Fórum para
trabalhar a intersetorialidade, quebrando barreiras e realizando um trabalho conjunto
para levantar as reais necessidades dos escolares por faixa etária. São realizadas
reuniões a cada dois meses e os resultados são relatados ao Secretário de Governo
e Cidadania.
23O projeto de mudanças na alimentação dos escolares foi baseado nas
visitas às escolas, sem estudo prévio para avaliar a clientela do ponto de vista
nutricional. Foi analisado o cardápio anterior, com adequação às necessidades
nutricionais dos escolares, segundo a faixa etária e orientações do PNAE.
Para elaboração e implantação do projeto foram realizadas diversas
reuniões com a Secretária Municipal de Educação, em conjunto com a Chefia do
Setor de Merenda Escolar e o Prefeito Municipal, além de reuniões para explicação
das mudanças a serem implementadas com as diretoras, professores e
merendeiras. A grande demanda de trabalhos administrativos, a organização de
estoques, a elaboração do cardápio e treinamento das merendeiras, fez com que o
trabalho da nutricionista estivesse voltado para a supervisão, organização,
planejamento e avaliação das ações instituídas.
Com respeito às modificações introduzidas, houve preocupação em
substituir os sucos de garrafa por pó enriquecido, atenção esta também dada aos
achocolatados oferecidos. Foi questionada a retirada do feijão em um dos dias da
semana, pois passou a ser oferecido quatro vezes e não diariamente, como ocorria.
A nutricionista informou que poucas famílias tiveram a oportunidade de
participar das reuniões e trabalhos em grupo, para as devidas explicações sobre as
mudanças ocorridas. A maior preocupação dos pais foi a retirada do suco nas
refeições, pois acreditavam que as crianças não conseguiriam comer bem sem ele,
assim como a substituição do leite após as refeições por fruta, cujas razões foram
esclarecidas (o leite tem a absorção do cálcio prejudicada pela ingesta de alimentos
e por sua vez prejudica a absorção do ferro dos alimentos).
A nutricionista considerou que a participação dos professores seria de
grande importância para o alcance dos objetivos. Apenas um pequeno grupo deles
questionou inicialmente as mudanças que deveriam ocorrer na alimentação das
crianças. O sucesso nas ações propostas, com efetiva adesão dos professores, foi
garantido pela participação em reuniões em todas as fases do projeto. No momento
da entrevista (outubro de 2005) o programa atingia um ano desde a sua
24implementação, destacando-se como resultados principais à diminuição do custo e
melhor aceitação por parte das crianças.
Com respeito à adesão das crianças ao programa, foram planejadas e
realizadas atividades abordando conceitos nutricionais, como os referentes aos
diferentes grupos alimentares, por meio de palestras, recorte e colagem e o
manuseio dos diversos alimentos. Foi-lhes explicada a função de cada grupo de
alimentos: carboidratos, para ajudar a crescer; proteínas e sais minerais (verduras,
legumes, carnes, leite e ovos) para se tornarem fortes e vitaminas (frutas), para não
ficar doentes.
Algumas escolas têm projetos de hortas por iniciativa própria, em parceria
com a EMBRAPA e a participação da nutricionista. Os alimentos cultivados são
consumidos na merenda escolar. A preocupação com a alimentação saudável vem
ocorrendo nas escolas públicas e particulares, sendo que nas escolas públicas as
crianças não trazem nenhum alimento de casa.
As escolas particulares não possuem nutricionista, porém os temas de
alimentação saudável e atividades físicas são abordados e incentivados por todos os
profissionais da instituição, inclusive com observação da aceitação e preferências
alimentares. Não existem iniciativas de “Cantina Saudável”, prevalecendo os
produtos industrializados, frituras e refrigerantes.
5.2. Adequação das escolas aos projetos municipais ou iniciativas próprias na
prevenção direta ou indireta da obesidade infantil.
5.2.1. Entrevista com as Diretoras
Foram entrevistadas cinco diretoras, três de escolas públicas e duas de
escolas particulares, nas escolas onde atuavam, observando-se consonância nas
informações obtidas.
25A comunicação entre a Secretaria Municipal e as escolas é realizada por
meio de reuniões, ofícios ou pela nutricionista do Departamento de Merenda
Escolar. Todas as entrevistadas foram unânimes em informar que não existe uma
disciplina específica visando à prevenção da obesidade infantil, mas o assunto é
trabalhado indiretamente nas disciplinas de ciências e nas demais, através da
transversalidade.
Os principais conteúdos abordados nas disciplinas são: alimentação
saudável e atividades físicas, comuns aos dois tipos de instituição, enriquecidos nas
escolas públicas por projetos orientados pela nutricionista (tipo de merenda) e aulas
de educação física; nas particulares somente aulas de educação física e observação
da aceitação alimentar. As duas instituições afirmaram que avaliam as disciplinas
que trabalham os conteúdos utilizando-se de exercícios escritos, relatos dos alunos,
observação dos professores, a aceitação alimentar durante o horário de recreio e
incentivo às atividades físicas. Vale ressaltar que uma das escolas particulares não
recebe nenhuma informação.
Quanto ao envolvimento dos profissionais da instituição nos projetos, as
diretoras informaram que há participação de todos os profissionais envolvidos no
processo de alimentação, merendeiras, professores, coordenadores. A participação
foi considerada ótima em 100% nas escolas públicas e uma particular.
A verificação de peso e estatura para avaliação nutricional é realizada
somente em uma escola pública, anualmente, pela professora de educação física.
Esta não é uma prática comum nas demais instituições.
As instituições tomaram conhecimento das alterações de peso dos
alunos, por meio de informação dos pais em uma escola pública e duas escolas
particulares, sendo que em outras duas escolas públicas a avaliação ocorreu por
observação dos professores. As diretoras de três escolas públicas, e uma particular,
informaram que a conduta nestes casos é orientar os pais quanto à alteração de
peso, sendo que uma escola particular faz orientação direta às crianças.
265.2.2. Entrevista com os Professores de Educação Física
Embora tenham sido entrevistados apenas dois professores de educação
física, um representando as escolas públicas e outro as escolas particulares, houve
semelhança nas respostas obtidas com respeito às atividades físicas realizadas com
os alunos. A única diferença observada diz respeito ao aspecto logístico, pois a área
destinada às aulas de educação física e prática de esportes nas escolas públicas é
mais favorável ao tipo de atividade em apreço. Estas possuem área externa,
gramada e arborizada, enquanto as escolas particulares utilizam imóveis menores,
com adaptações diversas. As quadras poli-esportivas abertas e cobertas existem em
todas as instituições pesquisadas.
Os programas das disciplinas de educação física seguem as orientações
do Ministério da Educação e Cultura (MEC), comuns aos dois tipos de instituição.
Quanto à aceitação dos programas, os professores informaram que a reação das
crianças e seus pais à prática de educação física são sempre muito positivos,
recebendo conceito ótimo.
Segundo informações dos professores das escolas públicas e
particulares, os objetivos da disciplina de educação física não visam especificamente
à redução de peso ou a prevenção da obesidade infantil, e sim estimular as
atividades físicas, melhorar a coordenação motora e a sociabilidade, o que contribui
indiretamente para a prevenção da obesidade.
O programa inclui conceitos teóricos e atividades práticas. Não é comum
a verificação de peso e estatura para avaliação nutricional dos alunos na disciplina
de educação física, sendo uma prática desenvolvida apenas em uma instituição
pública. A avaliação da disciplina é realizada através de exercícios escritos e pela
participação das crianças nas atividades. Todos os profissionais entrevistados
consideraram as orientações e prática de atividades físicas fundamentais para o
desenvolvimento saudável da criança.
275.3. Participação das crianças nos projetos relacionados direta ou
indiretamente com a prevenção da obesidade infantil: alimentação saudável e
prática de exercícios físicos.
O objetivo inicial deste estudo seria verificar a adesão das crianças ao
programa de prevenção da obesidade. Os resultados evidenciaram a inexistência de
programas específicos, porém as informações obtidas caracterizam atividades de
prevenção indireta da obesidade, sobretudo os esforços concernentes à alimentação
saudável e à prática de exercícios físicos.
A figura 1 apresenta a freqüência relativa referente aos alunos que
compuseram a amostra. A ilustração evidencia a menor participação das escolas
particulares, onde foi pequeno ao nível de adesão ao estudo.
Pública66%
Particular34%
Figura 1 - Freqüência (%) dos alunos segundo o tipo de Escola. Amparo, 2006
Os resultados serão apresentados segundo as respostas das questões
elaboradas para identificar a participação dos alunos nas iniciativas relacionadas à
prevenção indireta da obesidade. Optou-se pela apresentação de tabelas e figuras,
identificando a proporção (freqüência relativa: %) referente às escolas comparadas,
com base nas respostas das crianças para cada questão.
28
Tabela 1 - Freqüência (%) das respostas dos alunos sobre explicações nas escolas
referentes à Importância da alimentação saudável e atividades físicas. Amparo,
2006.
Não houve diferenças significativas (p=0,269) nas respostas das crianças
das escolas públicas e particulares, quanto às explicações vinculadas à dois
importantes itens de prevenção da obesidade infantil, alimentação saudável e
importância das atividades físicas. Os dados confirmam as informações dos
profissionais entrevistados, referentes ao projeto Escola Saudável e outras
iniciativas já referidas.
1 2 3
2,2 8,3 4,3
45 22 67
97,8 91,7 95,7
46 24 70
100,0 100,0 100,0
N
%
N
%
N
%
Alguém explicou o que éalimentação saudável e a importância de atividade física?
Não
Sim
Total
Pública Particular
Tipo de Escola
Total
29
Tabela 2 - Tipo de disciplina onde são transmitidos os conceitos sobre alimentação
e exercícios, informado pelos alunos. Amparo, 2006.
O teste de Fisher revela diferença estatisticamente significante (p<0,05)
entre as escolas públicas e privadas, diferença esta resultante do caráter
interdisciplinar das escolas públicas. A falta de resposta na categoria “outras
disciplinas” nas escolas particulares, sugere ausência de integração entre as
disciplinas no tema em apreço e confirma as informações previamente recebidas
nas escolas. O teste estatístico refere-se ao tipo de disciplina que transmite o
conceito e não à apresentação do conceito em geral, cuja responsabilidade reside
na disciplina de ciências, como informado por 95% dos alunos.
29 21 50
64,4 95,5 74,6
8 1 9
17,8 4,5 13,4
8 0 8
17,8 ,0 11,9
45 22 67
100,0 100,0 100,0
N
%
N
%
N
%
N
%
Em quais matérias foram abordadas?
Nas aulas de ciência
Educação Física
Em outras disciplinas
Total
Pública Particular
Tipo de Escola
Total
30 Tabela 3 - Freqüência (%) das respostas dos alunos sobre suas preferências na merenda escolar. Amparo, 2006.
Apesar da alta freqüência na categoria macarrão, polenta de pão com
salsicha nas escolas públicas e particulares, diferenças significantes (p=0, 032)
foram identificadas no teste estatístico, sobretudo referentes à categoria chocolates,
doce, biscoitos, e salgadinhos, não presentes nas escolas públicas, onde não
existem cantinas. Nessa questão a freqüência é menor porque alguns alunos não
responderam à questão.
6 1 7
13,6 5,0 10,9
0 3 3
,0 15,0 4,7
11 2 13
25,0 10,0 20,3
27 14 41
61,4 70,0 64,1
44 20 64
100,0 100,0 100,0
N
%
N
%
N
%
N
%
N
%
Quais alimentos mais gosta de comer na merenda escolar?
Lanches, sucos e frutas
Doces, chocolates,biscoitorecheado e salgadinhos
Arroz, feijão, carnes, verduras e frutas
Macarrão, polenta e pão com salsicha
Total
Pública Particular
Tipo de Escola
Total
31
Tabela 4 - Freqüência (%) de respostas dos alunos informando a influência da
escola na alimentação no domicílio. Amparo, 2006.
Com base no teste estatístico pode-se afirmar que existe diferença
significante (p=0,001) entre as escolas comparadas, no que concerne a influência da
escola na alimentação no lar. Nas escolas particulares 33,3% dos alunos afirmaram
categoricamente não comer segundo as explicações da escola, embora o percentual
dos alunos das escolas públicas que responderam “às vezes” seja alto, o que pode
significar que é comum não seguirem a orientação recebida na escolha dos
alimentos.
0 8 8
,0 33,3 11,4
17 5 22
37,0 20,8 31,4
29 11 40
63,0 45,8 57,1
46 24 70
100,0 100,0 100,0
N
%
N
%
N
%
N
%
Come em casa da mesma forma como ensinam na escola?
Não
Sim
às vezes
Total
Pública Particular
Tipo de Escola
Total
32 Tabela 5 - Informações dos alunos sobre o hábito de comer nos intervalo das refeições. Amparo, 2006.
O teste estatístico realizado revelou importantes diferenças entre os
alunos das duas escolas (p= 0,039) e os dados sugerem maior consumo nos
intervalos das refeições pelos alunos das escolas particulares, embora, mais uma
vez, tenha sido alto o percentual de alunos das escolas públicas que responderam
“às vezes”.
0 3 3
,0 12,5 4,3
18 11 29
39,1 45,8 41,4
28 10 38
60,9 41,7 54,3
46 24 70
100,0 100,0 100,0
N
%
N
%
N
%
N
%
Em casa, gosta de comernos intervalos dasrefeições?
Não
Sim
às vezes
Total
Pública Particular
Tipo de Escola
Total
33
Tabela 6 - Preferências alimentares dos alunos para comer nos intervalos das
refeições. Amparo, 2006.
Com relação ao que gosta de comer em casa nos intervalos das
refeições, não houve diferença significativa (p=0,931) entre as escolas públicas e
particulares. As preferências recaem sobre as guloseimas, doces, chocolates,
biscoitos recheados e salgadinhos, porém observam-se também índices
semelhantes para lanches, sucos e frutas.
2 0 2
4,9 ,0 3,2
7 3 10
17,1 13,6 15,9
1 1 2
2,4 4,5 3,2
27 17 44
65,9 77,3 69,8
1 0 1
2,4 ,0 1,6
3 1 4
7,3 4,5 6,3
41 22 63
100,0 100,0 100,0
N
%
N
%
N
%
N
%
N
%
N
%
N
%
O que gosta de comer em casa nos intervalos das refeições?
Derivados de leite eachocolatados
Lanches, sucos e frutas
Lanches e refrigerantes
Doces, chocolates,biscoitorecheado e salgadinhos
Arroz, feijão, carnes, verduras e frutas
Macarrão, polenta e pão comsalsicha
Total
Pública Particular
Tipo de Escola
Total
34
Figura 2 - Conceito dado pelos alunos com respeito às explicações dos professores sobre
alimentação. Amparo, 2006.
A figura 2 evidencia a semelhança de respostas dos alunos das duas
escolas, (p=0.954), no julgamento da qualidade das orientações dadas pelos
professores sobre alimentação. Observa-se que embora tenha aluno em escola
particular que não gosta das orientações, a categoria “Não” teve valor zero nas
respostas anteriores.
13,3% 2,2%
62,2% 70,8%
22,2% 16,7%
12,5%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Pública Particular
Ótima Boa Mais ou menos Não gosta
35
Figura 3 - Informações das crianças sobre as fontes que as influenciam para comprar coisas que
gosta de comer. Amparo, 2006.
Analisando os resultados da figura 3 observa-se que não houve diferença
significativa (p=0,135) entre as escolas públicas e particulares, quanto às fontes que
motivam a criança a comprar coisas para comer. Ressalta-se a indiscutível influência
da televisão como fonte motivadora de consumo alimentar, atingindo quase 60% das
crianças, tema bastante discutido na literatura recente sobre obesidade.
2,2% 13,3%
58,3% 57,8%
8,3%
26,7% 4,2%
29,2%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Pública ParticularTelevisão Os amigos O que é vendido na porta da escola O que é vendido perto da casa
36 Tabela 7 - Freqüência (%) das respostas dos alunos sobre compra de guloseimas. Amparo, 2006
Não foram constatadas diferenças significativas (p= 0,572) entre os dois
tipos de escolas quanto à compra de guloseimas, o que era esperado nas idades
estudadas. Não surpreende que cerca de 60% afirmam comprar guloseimas, mas
estes dados devem ser comparados aos da tabela 8.
1 1 2
2,2 4,2 2,9
27 16 43
58,7 66,7 61,4
18 7 25
39,1 29,2 35,7
46 24 70
100,0 100,0 100,0
N
%
N
%
N
%
N
%
Compra coisas gostosas?
Não
Sim
às vezes
Total
Pública Particular
Tipo de Escola
Total
37
Tabela 8 - Freqüência da compra de guloseimas informada pelos alunos. Amparo,
2006.
A tabela 8 revela que grande parte das crianças (55,1%) não compra
guloseimas semanalmente e não existe diferença significativa (p= 0,999) entre as
escolas públicas e particulares. Chama a atenção que apesar da ausência de
cantinas nas escolas públicas, um quarto dos alunos dessas instituições informou
adquirir guloseimas mais de uma vez por semana, percentual semelhante ao das
escolas particulares.
8 5 13
17,8 20,8 18,8
12 6 18
26,7 25,0 26,1
25 13 38
55,6 54,2 55,1
45 24 69
100,0 100,0 100,0
N
%
N
%
N
%
N
%
Caso compre, quandoacontece?
Uma vez por semana
Mais de uma vez porsemana
De vez em quando
Total
Pública Particular
Tipo de Escola
Total
38Atividades Sedentárias - Quanto ao hábito de assistir televisão, 100%
dos alunos das escolas públicas e 95,7% das particulares informaram assistir TV,
sendo que mais de 50% dos dois tipos de escolas assistem mais de quatro horas
por dia no período letivo, percentual que se aproxima de 70 e 60% no período de
férias, respectivamente. O grande número de horas na TV a cada dia, relatado por
muitos alunos, mesmo no período letivo, caracteriza importante atividade passiva,
que resulta, para diversas crianças, na troca da mesa de refeições pelo assento
diante a TV, comendo com o prato no colo.
Figura 4 - Tipos de alimentos consumidos pelas crianças enquanto assistem TV. Amparo, 2006.
As principais diferenças (p=0,007) entre as crianças dos dois tipos de
instituições baseiam-se no fato de 39% dos alunos das escolas públicas tomarem
suas refeições diante da televisão, e 33% das particulares tomarem lanches.
Entretanto, sabe-se que aumenta cada vez mais o número de famílias que trocam o
jantar com refeições quentes por lanches, onde o consumo calórico é grande e a
qualidade prejudicada, devido consumo exagerado de embutidos (gorduras e
conservantes) e pães, tortas, bolos e biscoito feitos com gorduras trans.
21,7%
41,7%
19,6% 20,8%
39,1%
4,1%
19,6%
33,3%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Pública Particular
Refeições Lanches Biscoitos e doces Refrigerantes e sucos
39
Figura 5 - Outros tipos de atividades sedentárias referidas pelas crianças. Amparo, 2006.
Apresentando freqüência relativa pouco maior para o futebol de botões, a
ilustração evidencia que as outras atividades sedentárias não diferem
importantemente entre os dois grupos (p=0,516), pois são atividades comuns às
crianças nas idades de 9 e 10 anos.
26,2%
17,4%
28,6% 21,7%
19,0% 21,7%
39,1%
26,2%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Pública Particular
Jogo tabuleiro Futebol de botão Quebra-cabeça Desenhar
40
Atividades não sedentárias - A figura 6 ilustra três categorias de atividades não
sedentárias comuns às idades dos alunos estudados.
Figura 6 - Tipos de atividades aeróbicas referidas pelos alunos. Amparo, 2006.
Embora os testes estatísticos não revelarem diferenças significantes
(p=0,102), chama a atenção que enquanto metade das crianças das escolas
públicas brinca de correr, 50% das crianças das particulares preferem jogar bola. As
duas modalidades de atividade aeróbica atingem alta freqüência de respostas,
porém é preciso considerar que o tempo dedicado para essas atividades tende a ser
reduzido em função das atividades sedentárias, principalmente brinquedos
eletrônicos.
17,8% 25,0%
31,1%
50,0%
51,1% 25,0%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Pública Particular
Jogar bola Brincadeiras de correr Andar de bicicleta
415.4. Identificação da participação dos pais nos projetos existentes
Dados relativos ao sexo, escolaridade e número de filhos dos
responsáveis que responderam o formulário.
Houve predominância de participantes do sexo feminino nas escolas
públicas e particulares, sendo de 88,6 e 73,9% respectivamente na pesquisa.
Quanto à escolaridade dos pais e mães, não houve diferenças importantes entre as
escolas públicas e particulares, com maior freqüência para o 2º grau nos dois tipos
de escolas. Observa-se na figura 7 que nas famílias das escolas públicas o número
de filhos é maior do que nas escolas particulares.
Figura 7 - Número de filhos das famílias pesquisadas. Amparo, 2006.
O teste estatístico referente aos dados da figura 7 resultou em diferenças
significantes (p=0,001) entre o número de filhos das escolas públicas e particulares.
Os resultados identificam famílias menores nas escolas particulares, com um ou dois
filhos, e dois ou três nas públicas, onde o número de famílias com quatro filhos é
também maior.
7,0%
30,4%
39,5%
60,9% 39,5%
8,7%14,0%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Pública Particular
1 filho 2 filhos 3 filhos 4 filhos
42 Tabela 9 - Informações dos pais sobre explicações que as crianças receberam na escola sobre alimentação saudável e atividades físicas. Amparo, 2006.
Não foram constatadas diferenças significativas (p=0,999) entre as
informações dos pais dos dois tipos de escolas, com respeito as explicação
fornecidas pelas instituições sobre alimentação saudável e a importância de
atividades físicas. A alta freqüência de respostas positivas (97%) confirma a
participação dos pais no processo educativo sobre alimentação saudável,
caracterizando atividade de prevenção indireta da obesidade.
1 1 2
2,3 4,3 3,0
43 22 65
97,7 95,7 97,0
44 23 67
100,0 100,0 100,0
N
%
N
%
N
%
Não
Sim
Na escola de seu (sua) filho (a), explicaram a ele (ela) o que é alimentaçãosaudável e a importânciadas atividades físicas?
Total
Pública Particular
Escola
Total
43
Tabela 10 - Fontes de explicações nas escolas referentes aos hábitos alimentares e
atividades físicas. Amparo, 2006.
As diferenças observadas entre as escolas eram esperadas (p=0,054),
após a identificação da transversalidade disciplinar nas escolas públicas. É possível
que os 4,8% referidos pelas escolas particulares na categoria “outras disciplinas”
sejam referentes aos conceitos transmitidos nas aulas de educação física, com base
nas informações dos professores da área.
30 20 50
69,8 95,2 78,1
11 1 12
25,6 4,8 18,8
2 0 2
4,7 ,0 3,1
43 21 64
100,0 100,0 100, 0
N
%
N
%
N
%
N
%
Aulas de ciências
Outras disciplinas
Palestras
Se houve explicação, de que forma ela foifeita?
Total
Pública Particular
Escola
Total
44
Figura 8 - Preferências alimentares das crianças referidas por seus pais. Amparo, 2006.
Apesar de terem sido constatadas diferenças significativas (p=0,032)
entre as escolas públicas e particulares, em relação à preferência alimentar dos
alunos relatada pelos pais, destaca-se na figura 8 o elevado percentual na categoria
macarrão e polenta, atingindo a média de 69% das crianças. Poderia o grande
número de famílias descendentes de italianos na região influenciarem esses
resultados?
10,3% 10,5%
30,8%
59,0%
78,9%
10,5%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Pública ParticularLanches, sucos e frutas Doces, Chocolates Arroz, feijão, carnes Macarrão, polenta
45 Tabela 11 - Informação dos pais sobre a associação dos hábitos alimentares da criança com as explicações recebidas na escola. Amparo, 2006.
Diferenças significantes (p=0,002) foram detectadas entre as escolas
públicas e particulares, ao se comparar as respostas dos pais para a associação:
explicações na escola e o comportamento alimentar da criança em casa. Nas
escolas particulares 26,1% dos alunos não comem da mesma forma como explicam
na escola, caindo este percentual para zero nas escolas públicas. Chama atenção,
porém, o elevado número de pais dessas escolas que também responderam “às
vezes”, quase 70%. A freqüência zero para a categoria “Não”, entre os pais das
escolas públicas, idêntica à dos filhos (tabela 4) pode sugerir a efetividade do projeto
“Alimentação Saudável”. É preciso considerar, entretanto, a possibilidade de
algumas crianças ou pais sentirem-se inibidos para responder diferentemente nessa
categoria.
0 6 6
,0 26,1 9,0
14 7 21
31,8 30,4 31,3
30 10 40
68,2 43,5 59,7
44 23 67
100,0 100,0 100,0
N
%
N
%
N
%
N
%
Não
Sim
às vezes
Seu (sua) filho (a) come em casa da mesma forma como ensinam na escola?
Total
Pública Particular
Escola
Total
46
Figura 9 - Influência das orientações fornecidas pelos professores e a aceitação alimentar da criança
no lar. Amparo, 2006.
A figura 9 evidencia o grande percentual de respostas para a categoria
que afirma que as orientações das escolas influenciam a aceitação alimentar em
casa, não havendo diferenças significativas (p=0,744) entre as escolas públicas e
particulares. Esta questão difere da anterior, no sentido que a informação refere-se a
aceitação dos que os pais determinam, segundo as orientações das escolas.
13,0%
11,4%
4,5% 8,7%
72,7% 73,9%
11,4%
4,3%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Pública Particular
Sim Não às vezes Não sabe
47
Tabela 12 - Hábitos alimentares das crianças relatados pelos pais. Amparo, 2006.
Não existem diferenças significantes (p=0,675) entre as escolas públicas
e particulares, com relação a gostar de comer nos intervalos das refeições em casa,
segundo os pais dos alunos. Mais de 50% respondeu positivamente a questão, o
que difere um pouco das respostas das crianças para a mesma pergunta (tabela 5),
onde a categoria “sim” atingiu 42,4% . Entretanto, enquanto nas escolas particulares
a categoria “não gosta de comer nos intervalos” teve freqüência zero, a referente
aos filhos atingiu 12% das respostas.
3 0 3
6,8 ,0 4,5
23 13 36
52,3 56,5 53,7
18 10 28
40,9 43,5 41,8
44 23 67
100,0 100,0 100,0
N
%
N
%
N
%
N
%
Não
Sim
às vezes
Seu (sua) filho (a) gosta de comer em casa nos intervalos das refeições?
Total
Pública Particular
Escola
Total
48
Tabela 13 - Influência das orientações sobre alimentação e a prática de atividades
físicas fornecidas pelos professores, e a incorporação destes novos hábitos no lar.
Amparo, 2006.
Como apontam os dados da tabela 13, não houve diferença significativa
(p=0,474) entre as escolas públicas e particulares; aproximadamente 78,0%
afirmaram positivamente que as orientações fornecidas na escola sobre alimentação
e atividades físicas, facilitam a incorporação de novos hábitos no lar.
34 18 52
79,1 78,3 78,8
0 1 1
,0 4,3 1,5
9 4 13
20,9 17,4 19,7
43 23 66
100,0 100,0 100,0
N
%
N
%
N
%
N
%
Facilitam
Dificultam
Não sabe informar
Em relação àincorporação de novos hábitos no lar, as orientações dadaspelos professores naescola sobrealimentação e a práticade atividades físicas:
Total
Pública Particular
Escola
Total
49
Figura 10 - Fatores que influenciam a criança na escolha dos alimentos. Amparo, 2006.
Embora não haja diferença significativa (p= 0,191) entre as escolas
públicas e particulares, sobre a fonte de influência na escolha dos alimentos pela
criança, a categoria TV atingiu a média de 60% das respostas dos pais, com 20% a
mais nas escolas particulares.
7,1%
38,1%
17,4%
50,0%
69,6%
4,8%
13,0%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Pública Particular
Televisão Amigos Parentes Hábitos familiares
50
Figura 11 - Hábito dos pais fornecerem dinheiro para a compra de alimentos que as crianças gostam.
Amparo, 2006.
A figura 11 elucida a maior oferta de dinheiro para compra de guloseimas
entre os pais das escolas particulares. As diferenças significativas detectadas (p=
0,038) sofrem acentuada influência da categoria “não”, onde 38% dos pais das
escolas públicas informaram não disponibilizar dinheiro para as crianças comprarem
o que gostam.
13,6%
38,6%
8,7%
17,4% 9,1%
38,6%
43,5%
30,4%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Pública Particular
Não Sim às vezes Muito difícil
51
Figura 12 - Freqüência que as crianças recebem dinheiro dos pais para adquirir alimentos que
gostam de comer. Amparo, 2006.
Na figura 12 verifica-se que não houve diferença significativa (p=0,941),
entre as escolas públicas e particulares quanto à freqüência em que as crianças
recebem dinheiro dos pais para a compra de coisas gostosas. Podemos observar
que aproximadamente 64% as crianças das escolas públicas recebem dinheiro
raramente e às vezes, o que não difere substancialmente das particulares, assim
como nas outras categorias, como os que recebem mais de 2 vezes por semana.
7,9%
26,3% 31,6%
31,6% 21,1%
21,1% 26,3%
15,8% 13,2%
5,3%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Pública Particular1 vez por semana Mais de 1 vez por semana Todos os dias às vezes raramente
52Informações dos pais sobre atividades sedentárias e os hábitos alimentares de
seus filhos nestas atividades.
Quanto ao hábito de assistir televisão, os índices são semelhantes aos
referentes às respostas dos filhos para a mesma questão, 100% e 95,7%, públicas e
particulares, respectivamente, sendo acima de 50% o número de crianças que
assistem mais de quatro horas por dia nos dois tipos de escolas no período letivo,
percentual que se aproxima de 72 e 60% no período de férias, respectivamente.
Mais de 90% dos pais informaram que seus filhos gostam de comer enquanto
assistem TV, contrastando com a menor freqüência informada pelas crianças.
53
Figura 13 - Preferências alimentares dos alunos enquanto assistem TV. Amparo, 2006.
Se comparar-se os dados das figuras 4 e 13, constata-se elevado nível de
consonância entre as respostas dos pais e os filhos para a questão sobre hábitos
alimentares ao assistir TV. Além do padrão semelhante referente às diferentes
categorias, as diferenças estatísticas observadas entre as respostas dos pais e dos
alunos das escolas públicas e particulares, 0,015 e 0,007, respectivamente, pouco
diferiram. Perto de 40% dos alunos das escolas públicas têm suas refeições diante
da TV, enquanto que os das particulares, além de consumirem mais biscoitos e
doces, preferem lanches, muitas vezes menos saudáveis, como abordados nos
comentários da figura 4.
Quanto ao brincar no computador e/ou videogame, 100% dos pais dos
alunos das escolas particulares e 90,9% das escolas públicas afirmaram
positivamente que seus filhos exercem essas atividades diariamente, havendo
diferenças significantes entre os dois grupos (p= 0,042) no que concerne ao número
de horas gastas. Enquanto 43,5% dos pais de alunos das escolas particulares
afirmaram que seus filhos gastam mais de quatro horas por dia com este tipo de
lazer, 67,0% das públicas gastam menos de duas. A figura 14 mostra outros tipos
de lazer relatados pelas crianças.
27,3%
43,5%
15,9% 21,7%
38,6%
4,3%
30,4%
18,2%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Pública Particular
Refeições Lanches Biscoitos e doces Refrigerantes e sucos
54
Figura 14 - Outros tipos de atividades sedentárias referidas pelos pais. Amparo, 2006.
A figura 14 ilustra a semelhança existente nas respostas dos pais das
duas escolas (p=0,677), com relação a outros tipos de brinquedos escolhidas pelas
crianças. Observa-se que os índices para cada uma das categorias analisadas na
figura 14 e 15 apresentam altíssimo grau de consonância aos da semelhança em
todas as questões feitas para alunos e seus pais.
25,0%
16,7%
31,8%20,8%
25,0%18,2%
37,5%
25,0%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Pública Particular
Jogo tabuleiro Futebol de botão Quebra-cabeça Desenhar
55
Atividades não sedentárias praticadas pelas crianças relatadas por
seus pais: A figura 15 ilustra três categorias de atividades não sedentárias comuns
às idades dos alunos estudados.
Figura 15 - Outros tipos de atividades não sedentárias praticadas pelas crianças, referidas por seus
pais. Amparo, 2006.
Os resultados da figura 15 demonstram que não existem diferenças
significantes (p=0,144) entre as respostas dos pais dos alunos das escolas públicas
e privadas em relação ao tipo de atividades recreativas escolhidas pelas crianças.
Novamente os valores do testes estatísticos na mesma questão para pais e crianças
(p= 0,102, figura 6) são semelhantes, assim como as freqüências para cada
categoria.
16,3% 21,7%
52,2%
32,6%
51,2% 26,1%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Pública Particular
Jogar bola Brincadeiras de correr Andar de bicicleta
566. DISCUSSÃO
6.1. Existência de programas de prevenção da obesidade infantil no
âmbito da Secretaria Municipal de Educação.
Nos Estados Unidos constatou-se nas décadas de 70 a 90, aumento de
25% no número de pessoas com sobrepeso e obesas. Este aumento foi crescente,
tendo dobrado na década de 90, resultando em 2001 em afirmações de que um
entre dois norte-americanos era obeso ou apresentava sobrepeso 1-5.
Os dados coletados na entrevista realizada com a Secretária da
Educação, revelando a inexistência de programas específicos na prevenção da
obesidade, retratam um panorama no qual a preocupação com o aumento da
obesidade no Brasil, até poucos anos restrita às Sociedades de Obesidade (e outras
correlatas, como das doenças metabólicas, diabetes e hipertensão), não atingiu
ainda os municípios. Entretanto, os esforços dos líderes dessas instituições, junto ao
Ministério da Saúde e algumas secretarias estaduais, começam a surtir efeitos.
A análise da literatura, buscas na Internet de sites das sociedades das
áreas em apreço e dos ministérios da Saúde e Educação, e notícias recentes na
mídia, quase semanais, revelam hoje um panorama diferente do momento em o
presente estudo foi planejado. Os achados indicam que a prevenção da obesidade
ocorre indireta e parcialmente nas escolas públicas estudadas e na escola do SESI,
em conseqüência às orientações do Ministério da Educação e Cultura sobre
alimentação saudável e prática de atividades físicas, atingindo as crianças e suas
famílias, como apontam os dados deste estudo. As orientações do MEC, incluindo o
desenvolvimento de hortas, estão em consonância ao projeto Escola Saudável, o
qual aguarda aprovação para ser implementado oficialmente.
Os esforços direcionados para a prevenção da obesidade infantil
começam a ser sentidos no âmbito estadual, destacando-se Rio de Janeiro e Santa
Catarina como estados pioneiros no controle da alimentação nas escolas. Na rede
catarinense pública e privada, é proibido a venda de refrigerantes, salgadinhos e
57guloseimas desde 2001. No Rio existe proibição de um total de 35 alimentos ricos
em colesterol (doces, biscoitos, chicletes, etc.), desde 2002.
No âmbito municipal a prefeitura de Porto Alegre se organizou para limitar
os salgadinhos e doces nas escolas, com um Projeto de Lei inibindo a venda de
refrigerantes, doces, salgadinhos, balas e frituras nas escolas públicas e privadas.
Aprovada pelos vereadores em dezembro de 2006 e sancionada pelo prefeito, a lei
entraria em vigor a partir de março de 2007 (ANEXO 13). No município de Amparo o
presidente da Câmara Municipal, sensibilizado com as notícias sobre a obesidade
infantil, elaborou uma Lei instituindo a Semana de Combate e Prevenção da
Obesidade Infantil, coincidente com a Semana Internacional de Prevenção, de 11 a
15 de outubro em 2006 (ANEXO 14). Não houve nenhuma atividade até o presente
momento, porém já está sendo divulgada na Secretaria Municipal de Educação e
Saúde.
As iniciativas federais, estaduais ou municipais no combate à obesidade
infantil, como já afirmado, resultam dos esforços das sociedades da área, junto às
diversas esferas governamentais. É uma situação bem diferente dos países que
apresentam alto índice de obesidade, sobretudo como Estados Unidos e Alemanha,
onde, além do empenho das sociedades e órgãos governamentais da área da
saúde, departamentos especializados calculam o alto custo que representa no
orçamento da união tratar a obesidade.
Na Alemanha, as estimativas são feitas com respeito ao custo direto
(decorrente da obesidade isoladamente) e indiretos (referentes às co-morbidades,
como doença coronariana, diabetes tipo II, hipertensão, hipercolesterolemia,
osteoartrite dos joelhos e câncer endometrial). Os cálculos, segundo publicação de
1998, já atingiam cifras de 850 milhões e 8,6-11,5 bilhões de DM (na ocasião a
moeda alemã não era o euro), respectivamente, o que representava um grande
impacto no gerenciamento dos custos referentes à saúde. Os autores da publicação,
do Instituto de Sociedade, Medicina e Economia em Saúde da Universidade de
Colônia, afirmam que existem evidências científicas demonstrando que o paciente
obeso necessita de mais consultas médicas, apresenta maior índice de absenteísmo
no trabalho e necessita de prescrições médicas mais caras 36.
58
Discutindo os novos critérios no campo da obesidade infantil e de
adolescentes, na perspectiva européia, Flodmark et al consideram que seis
diferentes níveis da sociedade poderiam estar envolvidos na prevenção da
obesidade da criança e adolescente: família, escola, profissionais de saúde,
governo, indústria e mídia. Os autores destacam o papel que o governo deveria ter
na mídia, encorajando aumentar a informação sobre nutrição e saúde e evitando a
propaganda de comidas não saudáveis, como bebidas doces. Consideram que
muitas abordagens têm sido empregadas no tratamento do obeso, como dietas,
exercícios, terapia comportamental, cirurgia e tratamento medicamentoso, porém
nenhuma tem se mostrado efetiva como única ferramenta em crianças. Os autores
afirmam que cirurgia e drogas farmacológicas não podem ser recomendadas sem
pesquisas adicionais para a melhor compreensão dos seus efeitos, o que os leva a
concluir que a obesidade deveria ser a maior prioridade no campo do cuidado da
saúde e no nível científico, para definir futuras políticas de saúde 37.
Ammerman et al 38 elaboraram uma revisão da literatura com o objetivo
de caracterizar evidências científicas da eficácia das intervenções comportamentais
para modificar a ingestão de gorduras, frutas e legumes. Concluem pela tendência
de redução de gorduras e aumento da ingesta de frutas e legumes, observada nos
grupos de risco e ausente nas populações sadias. Quanto ao tipo de intervenções
apontam o estabelecimento de metas e trabalho em pequenos grupos como mais
eficientes. Embora o programa do município de Amparo não tenha objetivos
específicos de controle de obesidade, o trabalho da nutricionista e formação de
hortas é um exemplo de trabalho com pequenos grupos. Bons exemplos de
produção de hortaliças já podem ser detectados em nível estadual, como será
discutido.
Valem destacar que o tema Ingesta de Alimentos Saudáveis vem
recebendo contribuições importantes das co-morbidades correlatas à obesidade,
como diabete39 moléstias cardiovasculares 40 cânceres 41 e da área do
comportamento emocional 42. Outros autores abordam também a participação do
governo no controle da obesidade, principalmente no estabelecimento de políticas
59de vigilância para o controle da mídia direcionada para o consumo de alimentos pelo
público infantil.
A experiência vivenciada pela autora no desenvolvimento do presente
estudo permite afirmar que a adesão das escolas às iniciativas da Secretaria
Municipal de Amparo, relacionadas ao projeto Escola Saudável, pode resultar em
mudança de comportamento em muitas crianças e seus pais. A atual gestão na
prefeitura do município estaria provavelmente aberta para iniciativas de prevenção
direta, em programas que pudessem incluir diversos itens discutidos na literatura,
abordados nesta discussão, oriundos das competências e decisões federais,
estaduais e/ou da própria gestão municipal.
6.2. Adequação das escolas aos projetos municipais ou iniciativas
próprias na prevenção direta ou indireta da obesidade infantil.
Os achados indicaram não ser possível analisar a adequação aos
programas de prevenção direta porque não existe nenhum programa municipal
específico de combate à obesidade infantil. Além de não existir programa
governamental federal ou estadual a ser cumprido, integrando os ministérios da
Saúde e Educação, as crianças não são pesadas anualmente na maioria das
escolas. Porém o estudo possibilitou verificar como as escolas públicas vem se
adequando às orientações e determinações do MEC, voltadas para a alimentação
saudável. Nesse sentido, destaca-se o papel que a nutricionista vem
desempenhando junto às escolas, cujas ações decorrentes, apesar de visarem à
educação para a alimentação saudável, com vista à ingestão de nutrientes, situam-
se no campo da prevenção indireta da obesidade.
A participação dos diretores, professores e pais no processo de mudança
da merenda escolar e as informações obtidas junto à nutricionista no município de
Amparo-SP, sugerem que as escolas vêm tendo sucesso na adequação nas
iniciativas municipais, devido ao trabalho multidisciplinar realizado.
60Vale destacar a participação dos alunos e professores no
desenvolvimento de hortas orientadas pela EMBRAPA, com produção de hortaliças
utilizadas no preparo da merenda (ANEXO 15). Buscas na Internet possibilitaram
identificar o estado de Goiás como modelo neste tipo de iniciativa com participação
da EMBRAPA. Contando com a participação de cinco Nutricionistas, um Técnico em
Agropecuária e Auxiliar Agrícola, o Departamento de Horta Escolar, sob a Gerência
de Alimentação e Nutrição, iniciou em 2000 o projeto “Plantando Saúde”, com
participação inicial de 2% das escolas do estado. Em 2005 o projeto havia atingido
mais de 80% das escolas, continuando na meta de alcançar 100%. Foram
realizados 345 treinamentos em Olericultura Básica, alcançando 212 municípios e
capacitando 4288 pessoas. Os alunos passaram a ter uma integração maior com a
escola e desenvolver habilidades motoras e manuais. Foram atingidas as metas de
geração de bons hábitos e produção de alimentos para a merenda escolar, além de
incentivo na participação do trabalho voluntário e melhora no processo ensino-
aprendizagem. (ANEXO 16)
A adequação das escolas do município de Amparo, portanto, existe no
âmbito das iniciativas referentes a mudanças na merenda escolar, onde é
fundamental o papel da nutricionista municipal. Segundo as informações desse
profissional, após um ano de implementação, pode-se afirmar que as crianças, com
apoio dos professores e pais, se adequaram às mudanças propostas no sentido de
garantir uma alimentação mais saudável, com maior oferta de vitaminas e sais
minerais, providos pelas hortaliças produzidas nas hortas escolares do município
(ANEXO 16).
A obesidade infantil não é tratada preventivamente no município de
Amparo, como ainda não o é em outros municípios brasileiros, não tendo ainda se
concretizado-as idéias expressas pelo Dr. Carlos Augusto Monteiro, Diretor do
Departamento de Epidemiologia da ABESO. Esta sociedade, a mais importante na
área da obesidade, mantém um site para esclarecimento de dúvidas às pessoas
interessadas no assunto. Transcreve-se neste relatório uma das respostas dadas
por Monteiro (cientista da área de Nutrição, que muito contribuiu para a literatura em
português na área da desnutrição e mais recentemente da obesidade), a qual retrata
o panorama que envolve a área governamental.
61
Questão apresentada no site www.abeso.org.br: - Que medidas deveriam
ser adotadas em nosso país para deter o crescimento da epidemia de obesidade?
Resposta: Antes de tudo, o enfoque há de ser essencialmente da
prevenção. A alternativa de controle via diagnóstico e tratamento, empregada com
algum sucesso para outros problemas de saúde, é totalmente ineficiente no caso da
obesidade, seja pela magnitude do problema, seja pela baixa eficácia dos
tratamentos disponíveis, seja pelos custos proibitivos que representariam. Por outro
lado, a prevenção requer um conjunto de ações que, ao mesmo tempo, protejam,
promovam e apóiem estilos de vida saudáveis, com destaque para a alimentação
equilibrada e para a atividade física regular. A articulação entre ações de proteção,
promoção e apoio são essenciais, pois uma não funciona sem a outra. Assim, para
alcançar uma alimentação saudável, além de fornecer informações corretas sobre
alimentação e saúde, (promoção), há que se evitar que informações incorretas e
contraditórias alcancem os indivíduos (proteção) e, ao mesmo tempo, há que
propiciar a esses indivíduos, as condições que tornem factíveis a adoção das
orientações (apoio.) Ou seja, uma política consistente de prevenção da obesidade
deve compreender não só ações de caráter educativo e informativo (campanhas
veiculadas por meios de comunicação de massa, como também medidas legislativas
(por exemplo, o controle da propaganda de alimentos não saudáveis, especialmente
os dirigidos ao público infantil), tributárias (isentando alimentos saudáveis e
onerando os preços dos não saudáveis), treinamento e reciclagem de profissionais
de saúde, medidas de apoio à produção e comercialização de alimentos saudáveis e
mesmo medidas relacionadas ao planejamento urbano (por exemplo, privilegiando o
deslocamento de pedestres e não de automóveis e dotando áreas carentes de
recursos mínimos para a prática de atividades físicas no lazer). Outro aspecto que
deve ser levado em conta, na formulação de ações preventivas em nosso meio, são
as evidências que indicam que a doença tende a se concentrar nos segmentos
menos favorecidos da sociedade. Ou seja, a prevenção da obesidade deve ser vista
como parte importante da agenda do combate às desigualdades sociais.
As escolas particulares não possuem nutricionista, porém os temas de
alimentação saudável e atividades físicas são abordados por todos os profissionais
62da instituição, inclusive com observação da aceitação e preferências alimentares, o
que caracteriza também a transversalidade. Não existem iniciativas de introdução de
alimentos saudáveis nas cantinas, prevalecendo os produtos industrializados,
frituras e refrigerantes. Apesar de ter sido incluída como particular, a escola do SESI
apresenta padrões de alimentação semelhantes ao das escolas públicas, com base
nas orientações da nutricionista da equipe multiprofissional sediada na capital do
Estado. Se aceita como limitação deste estudo a inclusão da escola do SESI nas
escolas particulares, apesar das razões já apresentadas na descrição do método.
6.3. Caracterização da participação de crianças nos projetos ou
iniciativas das escolas, relacionadas direta ou indiretamente à obesidade
infantil.
6.3.1. Hábitos referentes à alimentação
As respostas de mais de 90% da amostra de alunos, afirmando terem
recebido explicações referentes ao ensinamento da alimentação saudável e
exercícios físicos, referido pela Secretária da Educação, Nutricionista, Diretoras e
pelos Professores de Educação Física, sugerem sucesso na implementação do
projeto referente à alimentação nas escolas. Não é meta neste estudo medir o grau
de sucesso, o que requereria uma investigação mais profunda, como não se pode
falar em medir adesão das crianças em programa de prevenção de obesidade,
devido razões já expostas.
Considerando-se que as aulas de ciências, educação física e outras
matérias são oferecidas para 100% dos alunos, sugere-se que as diferentes
respostas nas escolas públicas, sobre a fonte dos conceitos (explicações) recebidos,
estejam vinculadas à preferência pelas disciplinas por eles identificadas como sendo
a origem das explicações. Valem lembrar o fato de serem citadas várias disciplinas
está em consonância com a fala das diretoras, informando que o projeto trabalha
com a transversalidade na educação à saúde.
63Na publicação “Cadernos de Escolas Promotoras de Saúde” do
Departamento Científico de Saúde Escolar da Sociedade Brasileira de Pediatria,
Ippolito-Shepherd apresenta o conceito de educação para saúde a ser desenvolvido
na escola, segundo a OMS:
A educação para a saúde com enfoque integral, responde às
necessidades dos alunos em cada etapa do desenvolvimento. Visa à saúde com
uma construção social, abordando a inter-relação dos problemas com seus fatores
determinantes, dentro de cada contexto. Incorpora a Educação para a Saúde em
nível curricular e como parte do projeto interinstitucional. Utiliza todas as
oportunidades educativas em “nível formal e informal” para promoção da saúde.
Promove a reflexão e a análise crítica da informação; facilita a conscientização e o
“empoderamento” dos estudantes e da comunidade educativa como um todo. Busca
desenvolver novos conhecimentos e habilidades que contribuam para a adoção de
estilos de vida saudáveis, por meio de técnicas participativas e atividades
significativas que possam transcender o âmbito escolar 43.
Ainda sobre as Escolas Promotoras de Saúde, Lima et al enfatizam o
Projeto Promoção da Saúde, da Secretaria de Políticas Públicas do Ministério da
Saúde, onde é destacado que o período escolar é fundamental para se trabalhar
saúde na perspectiva de sua promoção, desenvolvendo ações para prevenção de
doenças e para o fortalecimento dos fatores de proteção 44.
Ao se preparar os instrumentos para a coleta de dados, pensou-se que a
mesma pergunta deveria ser feita para os alunos dos dois tipos de escolas
estudadas. Entretanto, a análise dos resultados aponta para uma importante
limitação do instrumento, no que concerne à preferência dos alimentos na hora do
lanche escolar. A limitação está no fato de ter sido incluído a categoria chocolates,
doces, biscoitos recheados, salgadinhos e frutas, sucos e lanches, na questão sobre
“preferência dos alunos da escola pública na merenda escolar”, quando não existe
esta opção nas escolas. É possível que os 20% das crianças da amostra que
optaram por essas categorias tenham interpretado a questão como “o que gostariam
de comer na hora do lanche escolar”, mas não se pode inferir que neste caso suas
respostas pudessem indicar menor aceitação da merenda oferecida. O mesmo
64raciocínio se aplica ao fato de muitas crianças preferirem pão com salsicha, pois
muitas crianças levam para a escola este tipo de lanche.
Reconhece-se a limitação do instrumento, que embora testado, não evitou
possibilidade de viés metodológico. O ideal seria, numa fase posterior, dar
prosseguimento ao estudo associando as respostas com o IMC, presença de
obesidade na família, hábitos familiares e uso de referenciais metodológicos que
propiciem efetiva interação pesquisador/ pesquisado. Só então poderiam ser
compreendidos possíveis vieses metodológicos em algumas questões,
compreensão esta que também poderia ser obtida com estudos qualitativos. A visão
geral que a análise da literatura propicia é que a fraca associação entre obesidade e
tipos de alimentos ou atividades sedentárias (como assistir TV), decorre de erros de
medida em relatórios 45.
Com respeito ao “consumo de alimentos no domicílio segundo a
orientação escolar” (tabela 4), a ausência de resposta na categoria “Não” poderia
sugerir que a implementação do projeto causaria mudanças no comportamento
alimentar em casa, em 100% das crianças. Mas para a mesma questão a resposta
afirmativa atingiu pouco mais de um terço dos alunos e 63% respondeu “às vezes”.
Poderia esta ambigüidade na resposta indicar que os alunos conheciam o que
deveria ser feito, mas que nem todos ou nem sempre abandonavam os hábitos
antigos? De qualquer forma os resultados sugerem que o projeto atingiu
positivamente muitas crianças.
O modelo do cardápio da merenda escolar nas escolas públicas (ANEXO
12), além de seguir as orientações do PNAE (Programa Nacional de Alimentação
Escolar), observa também a semelhança da alimentação nos lares, o que facilita a
aceitação e mantém um respeito às preferências das crianças. Este fato poderia
sugerir que as crianças poderiam ter dois referenciais para esta questão, um
referente às refeições e outro às guloseimas. Vale lembrar que a maior parte dos
alunos afirmou ser a TV o fator de maior influência na escolha dos alimentos, o que
foi ratificado nas respostas dos pais.
65Outro aspecto que merece discussão no formulário aplicado às crianças,
é a inclusão da palavra “gostar”, em vez de perguntar direto “o que come”, Esta foi
uma decisão tomada após aplicar o teste piloto, por sentir que a criança respondia
que come o que gosta. Entretanto, é possível que os percentuais possam não
representar exatamente o que comem.
Mais da metade dos pais dos dois tipos de instituição afirmou a
preferência dos filhos de comer nos intervalos das refeições, o que é normal. O que
preocupa, no que diz respeito à prevenção da obesidade, é que 63,9% dos alunos
das escolas públicas e 77,3 % das particulares preferem doces, chocolates,
biscoitos recheados e salgadinhos, enquanto a preferência por lanches, sucos e
frutas foi apenas 17, 1% e 13, 6 %, respectivamente. É interessante observar a
semelhança entre as respostas dos alunos em diversas questões, e também a
consonância evidente em muitas respostas dos pais, como quando mais de 70%
afirmaram que as orientações das escolas facilitam a incorporação de novos hábitos
alimentares no lar.
Tendo em vista o preocupante aumento da obesidade no Canadá, este
país tem direcionado seus esforços para os aspectos preventivos, procurando atingir
idades onde as crianças começam a manifestar suas preferências alimentares,
portanto a partir de 2 anos. Evers et al estudaram os hábitos alimentares em 870
estudantes de quarta à oitava série de Ontário e 423 de Charlottetown, visando
subsidiar e facilitar as iniciativas educacionais na área da nutrição. Verificaram que
acima de um terço dos alunos ingerem diariamente doces, chocolates, batata frita e
bebidas doces 46.
Em outra investigação em âmbito nacional no Canadá, Ludwig et al 47
constataram que 22 a 28 % dos adolescentes têm à disposição, doces e chocolates,
13 a 22% comem batata frita todos os dias e 34 a 56% consomem bebidas doces
(refrigerante etc.).
66Embora na presente pesquisa não se tenha levantado dados específicos
sobre o desjejum (que faz parte da merenda escolar nas escolas públicas) os
hábitos das crianças e adolescentes para esta refeição vêm sendo investigados. Em
estudo com crianças de baixa renda com oito anos de idade, foi verificado que 5%
nada comem no desjejum e que uma criança em cada cinco apresenta sobrepeso,
embora o consumo de energia seja menor do que o recomendado. Os autores
lembram que padrões não saudáveis de alimentação na infância podem ter um
efeito adverso, causando doenças crônicas posteriormente, que, uma vez
estabelecidas, torna-se difícil revertê-las 48.
Nicklas et al 48 consideram que crianças sem desjejum são menos
propensas a ter uma dieta geral adequada. Murphy et al 49 têm relacionado o
desjejum com o comportamento psicossocial e acadêmico, enquanto a publicação
de Pollit e Matheus 50 aborda as associações entre desjejum e melhora das funções
cognitivas.
A preocupante prevalência do sobrepeso e obesidade nos Estados
Unidos vem resultando na publicação de guidelines e instrumentos para avaliar
hábitos e preferência alimentares, assim como a adesão aos programas de controle
da obesidade. Rafferty et al 51 estudaram a viabilidade de usar um sistema de
vigilância do comportamento relacionada a fatores de risco (BRFSS: Behavioral Risk
Factor Surveillance System), nas questões específicas da dieta. O BRFSS é um
sistema de monitoramento anual da população via telefone, para avaliar a
prevalência dos fatores de risco para moléstias cardiovasculares. O anexo
apresentado pelos autores representa valioso guia para a construção de
instrumentos que visam abordar o tema em apreço, o qual apresenta as questões do
BRFSS dirigidas para a questão nutricional.
Diferentes matérias sobre a alimentação na infância, associada á
prevenção de moléstias cardiovasculares e ganho de peso, vêm sendo publicadas
no International Journal of Obesity, destacando-se alguns artigos polêmicos e dados
controversos, na seção Pediatric Highlight. Os achados de recente artigo reunindo
pesquisadores de diversos departamentos e unidades da Universidade de Harvard
67contribuem para aumentar a polêmica que vem surgindo sobre a ingestão de
guloseimas. Informando ter controlado variáveis referentes ao IMC e balanço
energético (calorias ingeridas, gasto em exercícios, etc.), os autores acompanharam
hábitos alimentares de 8203 meninas e 6774 meninos, num estudo de coorte de
1996 a 1999, onde cada sujeito respondeu pelo menos dois questionários no
período. Concluíram que apesar do baixo valor nutricional de alimentos tipo
guloseimas (snack), sua ingestão não é um determinante importante no ganho de
peso entre crianças e adolescentes. Os mesmos autores também observaram fraca
associação entre ganho de peso e consumo de frutas e vegetais52.
Na Alemanha, em estudo longitudinal acompanhando 228 indivíduos de 2
a 18 anos, Alexy et al 53 verificaram que o IMC não pode ser explicado por diferentes
padrões dietéticos na infância e adolescência. Seus achados indicaram que a
etiologia da obesidade poderia ser mais influenciada por outros fatores como
predisposição genética e atividade física do que pela dieta.
Em outra publicação de 2004 Molnár et al 54 enfatizam a necessidade de
estudos que esclareçam se crianças com síndrome metabólica poderiam se
beneficiar do consumo de antioxidantes, como Vitamina E, e o Betacaroteno.
Se o programa de alimentação saudável em Amparo resulta na adição de
vitaminas e sais minerais na merenda escolar, em contraposição vimos que não
mais de 15% dos escolares informaram preferência por frutas e sucos nos intervalos
das refeições. Nesse sentido, o consumo de frutas, verduras e de legumes, está
aquém da posição que essa categoria alimentar aparece na pirâmide alimentar
usado na educação infantil nos Estados Unidos (Liga de Hipertensão Norte-
Americana). São recomendadas cinco porções de frutas e legumes por dia, o que
faz com que a categoria ocupe a base da pirâmide.
A análise da literatura sugere que o comportamento alimentar das
crianças estudadas em Amparo, sobretudo suas preferências por doces, chocolates
68e salgadinhos, não difere, de modo geral, das crianças de outros países, trata-se de
um comportamento infantil quase universal.
6.3.2. Hábitos referentes à atividade física/sedentarismo
A polêmica sobre as associações entre ganho de peso e consumo de
alimentos vem sendo acompanhada pela discussão sobre perda de peso e
atividades físicas. Um dos principais aspectos abordados nos últimos 20 anos é a
mudança dos hábitos relacionados ao consumo de energia, onde se destaca a troca
de atividades físicas por atividades sedentárias. Nessas, o tempo gasto com TV e
videogames constitui uma das variáveis mais estudadas nos dias atuais.
Os aspectos polêmicos do sedentarismo na obesidade vêm sendo
abordados por especialistas brasileiros. Negrão et al afirmam que a prática regular
de exercício físico, apesar de não provocar uma perda de peso tão intensa quanto à
dieta hipocalórica, preserva a massa magra, atenua expressivamente outros fatores
de risco cardiovascular e evita o reganho de peso 55. Esses mesmos autores vêm
oferecendo importante contribuição ao estudo das adaptações agudas e crônicas do
exercício físico no sistema cardiovascular, tema recentemente revisto por Brum et al
56.
Em estudo realizado em 20.000 sujeitos de 11 a 21 anos (amostra
retirada do Estudo Longitudinal Nacional sobre Saúde na Adolescência nos Estados
Unidos), Gordon-Larsen et al concluíram que a atividade física é mais influenciada
por fatores ambientais, enquanto a inatividade física é mais influenciada por fatores
demográficos 57.
Abordando as influências ambientais sobre alimentação e atividade física
French et al afirmam que em contraste ao consumo de nutrientes e tendências no
suprimento de alimentos, os dados sobre as tendências e detalhes do nível de
atividades físicas da população são limitados. Os dados disponíveis são muitas
vezes difíceis de interpretação tendo como referência as diretrizes nacionais, ou em
69comparação aos estudos transversais, devido as diferentes medidas de atividade
física nos diferentes estudos e também devido às contínuas mudanças nos
guideline. Fontes de dados da prevalência de atividades físicas e tendências incluem
levantamentos epidemiológicos, estudos de uso do tempo, participação em esportes,
assistir televisão e outras atividades sedentárias e transporte 58.
Resta agora discutir o tópico mais enfocado na literatura que trata o
sedentarismo, o hábito de assistir televisão. Ao final do século XX fortaleceu a
especulação que o crescente hábito de assistir TV era um fator fortemente
responsável para o preocupante aumento de peso observado entre adolescentes.
Mas a literatura revela estudos já em meados da década de 80, tentando chamar
atenção para o problema, como expressado no título da publicação de Dietz e
Gortmark de 1985, Do we fat our children at the TV set 59.
No período entre 1986 e 1998, estudos visaram identificar as associações
entre as influências hereditárias ou ambientais no aumento da adiposidade e
dislipidemias. Alguns observaram fraca associação entre assistir TV e adiposidade 60. Outros autores tentaram compreender o benefício da dieta e atividades físicas no
tratamento das dislipidemias 61. Considerando que tais resultados poderiam decorrer
de erros de medida, Robinson conduziu, em crianças de duas escolas da Califórnia,
cuidadoso estudo com intervenções nas atividades de uma das escolas, para
compreender as associações entre os efeitos de reduzir tempo na TV, videotape e
videogame, controlando variáveis referentes às mudanças na adiposidade, atividade
física e consumo dietético. Concluiu que as intervenções para a redução do tempo
na TV, videotape e vídeogame podem ser uma abordagem promissora para prevenir
a obesidade infantil 45.
A maioria das crianças informou assistir televisão mais do que 3 horas por
dia, confirmando um número elevado de horas sedentárias, que somadas ao período
escolar e outras atividades que não requerem muita movimentação física (desenhar,
recortar e colar, participar de jogos passivos, etc.) caracterizam o sedentarismo
expresso em vários estudos na literatura. Nesses estudos são também abordadas
70as dificuldades relacionadas aos espaços, vias e ambientes públicos, com vistas a
facilitar a prática de atividades físicas.
Dennison et al 62 realizaram um dos mais elaborados estudos sobre
intervenções visando à redução de horas semanais para assistir televisão de
crianças em fase pré-escolar. O programa foi planejado com sete tipos de
intervenções:
1- Pais e funcionários eram estimulados a ler diariamente histórias para
as crianças. Cada criança recebia um livro apropriado para a idade e havia prêmio
para o melhor leitor em casa.
2- A televisão deveria ser desligada nos horários das refeições, com o
desenvolvimento de habilidades sociais na mesa.
3- Foram sugeridas alternativas para substituir a TV, como leitura de
livros. Uma lista de atividades foi oferecida ás famílias na quinta sessão do
programa. A discussão das crianças foi facilitada pela leitura do livro The Berenstain
Bears and Too Much TV.
4- As crianças colocaram um cartaz NO TV no lugar da televisão da casa.
Elas discutiram como poderiam usar o seu tempo quando não estivessem assistindo
TV ou vídeos. A brochura da Academia Americana de Pediatria Television and
Family foi enviada para que os pais lessem.
5- As crianças planejaram uma festa para comemorar. ”Uma semana sem
TV”. Materiais enviados para os lares incluíram:- O livro The Berenstain Bears and
Too Much TV.
- Os cartazes “NO TV” feitos pelas crianças.
- Listas das atividades alternativas à TV, sugeridas pelas crianças.
- Calendário semanal com sete adesivos NO TV para os pais
recompensarem as crianças por cada dia sem TV.
6- Uma festa foi celebrada em cada um dos dois centros onde o estudo foi
realizado, para comemorar uma semana sem TV. As crianças discutiram quais
atividades eles e suas famílias tiveram como alternativa a assistir TV.
7- Um mês depois, uma sessão adicional foi feita durante a Semana
Nacional de Desligamento da TV. Pais e crianças foram encorajados a usar uma
71outra semana sem TV ou vídeo. Foram enviados aos lares informações sobre como
planejar e orçar as atividades das crianças em assistir TV
Preocupada com o dramático aumento do sobrepeso e obesidade infantil,
o Comitê de Nutrição da Academia Americana de Pediatria publicou o Policy
Statement de 2003 63, o qual sumariza os seguintes pontos:
- A prevalência de sobrepeso e suas significantes co-morbidades têm
aumentado rapidamente e atingidas proporções epidêmicas.
- A prevenção de sobrepeso é crítica porque resultados que garantam
abordagens de tratamento bem sucedidas são ainda limitados.
- Precisam ser identificados os fatores genéticos, ambientais ou
combinações de fatores de risco que predispõem crianças à obesidade.
- O reconhecimento precoce do ganho excessivo de peso, quando o
crescimento é linear, deveria tornar-se rotina nos ambulatórios de pediatria.
- As famílias deveriam ser educadas e autorizadas a reconhecer o
impacto que elas têm no desenvolvimento dos hábitos sobre estilo de vida
concernente a atividade física e alimentação de suas crianças
- Deveriam ser adotadas práticas dietéticas que encorajassem a
moderação e não o excesso de consumo, enfatizando escolhas saudáveis
preferivelmente aos padrões restritivos de alimentação.
- Atividade física regular deveria ser conscientemente produzida,
priorizada e protegida nas famílias, escolas e comunidades.
- Abordagens efetivas de prevenção precisam combinar intervenções na
dieta e atividade física.
- É necessária proteção nas áreas de atividade física e políticas de
nutrição infantil; pesquisas fisiopatológicas e fatores de risco; reconhecimento
precoce e gerenciamento do sobrepeso e obesidade, além de melhorar a cobertura
de seguros e reembolso de terceiros para cuidados com a obesidade.
Diversos autores vêm contribuindo para a literatura que associa
prevenção da obesidade infantil e estilo de vida. Alguns evidenciam o aumento de
72gordura em crianças e adolescentes que gastam muito tempo assistindo TV (dados
do estudo de Framington) 64, sendo favoráveis às intervenções para diminuir o
tempo na TV, incluindo até investigações na África, com informações de sobrepeso
em crianças de famílias de baixa renda 65-66. Outros pesquisadores discutem os
aspectos controversos da associação da gordura e atividades físicas, como
evidencia na meta-análise conduzida por Marshall et al 67.
6.4. Participação dos pais das crianças nos projetos existentes
Os dados obtidos nos formulários aplicados aos pais apontam relevante
concordância com as respostas dos alunos, sugerindo forte comunicação entre a
criança e família, quanto aos aspectos da merenda escolar. A análise das respostas
evidencia que as iniciativas de Alimentação Saudável atingem as famílias, porém a
preocupação apresenta-se restrita à nutrição da criança.
Foi observado que 95,2 dos pais das escolas particulares informaram que
as explicações sobre alimentação foram dadas na disciplina de ciência. Embora nas
escolas públicas este percentual tenha atingido 70,0 % nessa categoria, 1/4 dos pais
responderam “em outras disciplinas”, confirmando o conhecimento sobre a
transversalidade. Mas houve também a informação dos genitores sobre uma fonte
não identificada pelas crianças, as palestras, confirmando a informação da iniciativa
das escolas em usar esse recurso para transmitir conhecimentos.
No momento em que foram feitas as entrevistas, alguns pais
manifestaram entusiasmo e até agradecimentos pela oportunidade de discutir a
alimentação dos filhos. A resposta ao convite para participar indica adesão ao tema
nas escolas públicas.
Com o objetivo de estudar a natureza e efetividade do envolvimento da
família no controle de peso de seus membros, McLean et al elaboraram cuidadosa
revisão sistemática sobre o tema. Concluíram que as intervenções para perda de
peso baseadas na ingesta e atividade física poderiam ser mais efetivas se fossem
incorporados conceitos psicológicos e educacionais, com apropriado envolvimento
73dos membros da família. Os autores recomendam a taxionomia que desenvolveram
para classificar e comparar intervenções e participantes particularmente
relacionadas à natureza do envolvimento da família, e o delineamento das futuras
intervenções 68.
6.5. A obesidade como problema de saúde pública
Os estudos e guidelines citados neste capítulo da discussão evidenciam a
magnitude alcançada pelo impacto do aumento obesidade nos dias atuais, e o
desafio imposto ao gerenciamento de um dos mais preocupantes problemas na área
da saúde pública. No início deste século, epidemiologistas, clínicos e investigadores
reuniram-se para discutir o tema.
Considerando a obesidade em crianças, adolescentes e adultos, como
sendo a maior ameaça à economia e saúde da sociedade norte-americana,
Kumanyika sintetiza a macrovisão do problema em três dimensões, com base nas
discussões ocorridas em mini-simpósio sobre obesidade em 2001: As estratégias
propostas são:
- a descrição do impacto que a obesidade causa na saúde pública
- a análise das múltiplas e complexas influências nos hábitos alimentares
e padrões de atividade física
- as considerações de como prevenir a obesidade na infância e
adolescência, com intervenções nas escolas, famílias, e nos locais de atenção
primária à saúde 69.
O envolvimento, participação e responsabilidades da equipe de saúde na
prevenção da obesidade são fundamentais, seja qual for o nível de atuação e
competências profissionais. As publicações abordam desde o papel do médico no
aconselhamento de exercícios físicos 70 até a participação de diferentes profissionais
na intervenção, avaliação e tratamento da obesidade na criança e adolescente 71. O
papel da enfermeira pediátrica é enfatizado, concomitante ao da nutricionista,
médico e psicólogo.
74A qualidade de vida da criança portadora de obesidade é prejudicada no
período escolar, como vêm sendo demonstrados 72. A criança e família necessitam
de atenção e apoio. A experiência de vivenciar este estudo leva a autora a afirmar
que o enfermeiro necessita assumir sua responsabilidade na prevenção da
obesidade infantil, seja atuando junto às famílias no domicílio, seja nas unidades
sanitárias. Seu papel junto à equipe educacional em escolas não tem sido discutido,
porém o conhecimento nas co-morbidades da obesidade e sua formação geral
poderiam torná-lo um agente facilitador na educação das crianças, atuando em
parceria com nutricionistas e demais membros da equipe, enriquecendo o trabalho
multidisciplinar.
Este é um desafio que se impõe à profissão, o enfermeiro como agente
de mudanças, atuando na modificação do perfil de morbi-mortalidade das moléstias
cardiovasculares e outras doenças crônicas.
757. CONCLUSÕES
7.1. Não existem programas de prevenção da obesidade infantil nas
escolas públicas e particulares do município de Amparo, no âmbito da Secretaria
Municipal de Educação. Existem projetos relacionados indiretamente à obesidade
infantil nas escolas públicas, voltado para a educação e fornecimento de
alimentação saudável nas escolas públicas e o incentivo para a prática de atividades
físicas. Na escola particular só existe cantina e na escola do SESI apresenta
iniciativas semelhantes à escola pública.
7.2. As escolas públicas se adequaram às mudanças ocorridas na
merenda escolar, participando no planejamento e execução das ações propostas
pela Secretaria de Educação. Os conceitos teóricos sobre alimentação são
trabalhados em diversas disciplinas, pela transversalidade. Houve adesões das
escolas no desenvolvimento do projeto municipal de hortas escolares, em parceria
com a EMBRAPA. As três escolas públicas e a escola do SESI possuem professores
de educação física, que trabalham os conceitos saúde/atividade física em aulas
teóricas e práticas. Essas atividades são também exercidas pelo professor de
educação física da escola particular, onde além das orientações teóricas sobre
alimentação saudável, os professores observam as preferências alimentares dos
alunos.
7.3 A participação dos alunos nos projetos relacionados indiretamente à
prevenção da obesidade infantil, ocorre pela apresentação dos conceitos sobre
alimentação saudável na transversalidade curricular, pela participação nas aulas
teóricas e práticas de educação física e na formação da horta escolar. As escolas
trabalham indiretamente na aplicação dos ensinamentos na alimentação cotidiana
nos domicílios.
7.4. Os pais participam das atividades relacionadas ao projeto
Alimentação Saudável em reuniões nas escolas, com palestras dirigidas para as
mudanças no cardápio escolar, e muitos acompanham as reações das crianças
verbalizadas no domicílio, assim como suas preferências alimentares em casa.
768. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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82ANEXO 1
PORTARIA Nº. 1075/GM DE 4 DE JULHO DE 2005.
Institui diretriz para a atenção ao portador de obesidade, a serem
implantadas em todas as unidades federadas, respeitadas as
competências das três esferas de gestão.
O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições, e
Considerando a Constituição Federal, no capítulo saúde, em seus artigos
196 a 200 e as Leis Orgânicas da Saúde nº. 8.080, de 19 de setembro de 1990, e
nº. 8.142, de 28 de dezembro de 1990;
Considerando a magnitude social da obesidade na população brasileira e
suas conseqüências;
Considerando o quadro de morbidade, composto por elevada prevalência
de co-morbidades associadas à obesidade;
Considerando as condições atuais de acesso da população brasileira aos
procedimentos de Cirurgia Bariátrica;
Considerando a possibilidade de êxito de intervenção na história natural
da obesidade por meio de ações de promoção e prevenção, em todos os níveis de
atenção à saúde;
Considerando os custos cada vez mais elevados da atenção ao paciente
portador de obesidade;
Considerando a necessidade de estruturar uma rede de serviços
regionalizada que estabeleça uma linha de cuidados integrais e integrada no manejo
da obesidade e suas co-morbidades, com vistas a minimizar o dano da obesidade,
melhorar o acesso dos pacientes ao atendimento especializado e melhorar o acesso
do paciente, quando necessário, à Cirurgia Bariátrica;
Considerando a necessidade de aprimorar os regulamentos técnicos e de
gestão em relação ao tratamento da obesidade no País;
Considerando a necessidade da implementação do processo de
regulação, fiscalização, controle e avaliação da atenção ao portador de obesidade,
com vistas a qualificar a gestão pública; e
83Considerando a necessidade de promover estudos que demonstrem o
custo-efetividade e analisem as diversas formas de intervenção na obesidade,
R E S O L V E:
Art. 1° Instituir diretrizes para a atenção ao portador de obesidade, a
serem implantadas em todas as unidades federadas, respeitadas as competências
das três esferas de gestão.
Art. 2° Estabelecer que a atenção ao portador de obesidade seja
organizada de forma articulada entre o Ministério da Saúde, as Secretarias de
Estado da Saúde e as Secretarias Municipais de Saúde, permitindo:
I - desenvolver estratégias de promoção, proteção e de recuperação da
saúde e prevenção de danos, protegendo e desenvolvendo a autonomia e a
eqüidade de indivíduos e coletividades;
II - organizar a linha de cuidados da atenção da obesidade grave, em
todos os níveis de atenção, promovendo, desta forma, a integralidade da atenção;
III - identificar os principais determinantes e condicionantes que levam à
obesidade e ao desenvolvimento de ações transsetoriais de responsabilidade
pública, sem excluir as responsabilidades de toda a sociedade;
IV - definir critérios técnicos mínimos para o funcionamento e avaliação
dos serviços públicos e privados que realizam cirurgia bariátrica, bem como os
mecanismos de sua monitoração com vistas a diminuir os riscos aos quais fica
exposto o paciente após a realização da cirurgia;
V - ampliar cobertura no atendimento, garantindo à universalidade, a
eqüidade, a integralidade, o controle social e o acesso às diferentes modalidades de
atenção aos portadores de obesidade no Brasil;
VI - fomentar, coordenar e executar projetos estratégicos que visem ao
estudo do custo-efetividade, eficácia e qualidade, bem como a incorporação
tecnológica do tratamento da obesidade;
VII - contribuir para o desenvolvimento de processos e métodos de coleta,
análise e organização dos resultados das ações decorrentes das diretrizes para a
atenção ao portador de obesidade, permitindo que a partir de seu desempenho seja
possível um aprimoramento da gestão, disseminação das informações e uma visão
84dinâmica do estado de saúde das pessoas com obesidade e aqueles em
acompanhamento pós-cirúrgico;
VIII - promover intercâmbio com outros subsistemas de informações
setoriais, implementando e aperfeiçoando permanentemente a produção de dados e
garantindo a democratização das informações; e
IX - qualificar a assistência e promover a educação permanente dos
profissionais da saúde envolvidos com a implantação e a implementação das
diretrizes para a atenção ao portador de obesidade, em acordo com os princípios da
integralidade e da humanização.
Art. 3° Definir que as diretrizes para a atenção ao portador de obesidade,
de que trata o artigo 1º desta Portaria, devam ser operacionalizadas a partir dos
seguintes componentes fundamentais:
I - Atenção Básica, que realizar a ações de caráter individual e coletivo,
voltadas para a promoção da saúde e prevenção dos danos, bem como as ações
clínicas para o controle da obesidade e suas co-morbidades que possam ser
realizadas neste nível, as quais terão lugar na rede de serviços básicos de saúde
(Unidades Básicas de Saúde e Equipes da Saúde da Família);
II - Média Complexidade, que realizar a atenção diagnóstica e terapêutica
especializada garantida a partir do processo de referência e contra-referência do
portador de obesidade, ações essas que devem ser organizadas segundo o
planejamento de cada unidade federada e os princípios e diretrizes de
universalidade, eqüidade, regionalização, hierarquização e integralidade da atenção
à saúde;
III - Alta Complexidade, que garantirá o acesso e assegurará a qualidade
das cirurgias bariátricas, visando alcançar impacto positivo na sobrevida, na
morbidade e na qualidade de vida e garantirá eqüidade na realização da cirurgia, e
cuja assistência se dará por meio dos hospitais credenciados como Unidades de
Assistência de Alta Complexidade ao Portador de Obesidade Grave;
IV - regulamentação suplementar e complementar por parte dos estados,
do Distrito Federal e dos municípios, com o objetivo de regular a atenção ao
portador de obesidade;
V - a regulação, o controle e a avaliação de ações de atenção ao portador
de obesidade serão de competência das três esferas de governo;
85VI - sistema de informação que possa oferecer ao gestor subsídios para
tomada de decisão para o processo de planejamento, regulação, fiscalização,
controle e avaliação e promover a disseminação da informação;
VII - protocolos de conduta em todos os níveis de atenção que permitam o
aprimoramento da atenção, regulação, controle e avaliação; e
VIII - educação permanente e capacitação das equipes de saúde de todos
os âmbitos da atenção, a partir de um enfoque estratégico promocional, envolvendo
os profissionais de nível superior e os de nível técnico, em acordo com as diretrizes
do SUS e alicerçada nos pólos de educação permanente em saúde.
Art. 4º Determinar que a Secretaria de Atenção à Saúde, no prazo de 180
(cento e oitenta) dias a contar da publicação deste ato, adote todas as providências
necessárias ao cumprimento das diretrizes estabelecidas por esta Portaria.
Art. 5º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
86
ANEXO 2
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO.
Declaro para os devidos fins, que recebi orientação verbal sobre a
pesquisa “Iniciativas das escolas públicas e particulares na prevenção da obesidade
infantil no município de Amparo-SP”.
Fica assegurada a proteção das informações sem qualquer prejuízo ou
qualquer outro risco na participação desta pesquisa. Todas as informações
necessárias poderão ser obtidas a qualquer momento no endereço e telefone
informado
Fui esclarecido que nenhuma compensação será oferecida por esta
participação e dela poderei desistir a qualquer momento.
Fui certificado (a) que os resultados do trabalho poderão ser publicados
ou utilizados em estudos e publicações científicas futuras e que não há riscos para
minha pessoa nas atividades a serem desenvolvidas.
Assinatura do participante ou seu representante legal
___________________________________________
Amparo, _____/____/_______
Pesquisadora: Maria das Graças Patrício Gonzáles
COREn SP 4146
Telefone para contato: 19-3817-34-09 (resid.) ou 3807-42-30 (trabalho).
87
ANEXO 3
DECLARAÇÃO DE CONSENTIMENTO DOS PAIS PARA A
PARTICIPAÇÃO DA CRIANÇA NA PESQUISA.
Declaro para os devidos fins, que recebi orientação verbal sobre a
participação de meu (minha) filho (a) ______________________________________
na pesquisa “Iniciativas das escolas públicas e particulares na prevenção da
obesidade infantil no município de Amparo-SP”.
Estou ciente de que fica assegurada a proteção física e das
informações sem qualquer prejuízo ou outro risco para meu (minha) filho (a) na
participação desta pesquisa. Todas as informações necessárias poderão ser obtidas
a qualquer momento no endereço e telefone informado
Fui esclarecido que nenhuma compensação será oferecida por esta
participação e que meu (minha) filho (a) dela poderá desistir a qualquer momento.
Fui certificado (a) que os resultados do trabalho poderão ser publicados
ou utilizados em estudos e publicações científicas futuras e que não há riscos para
meu (minha) filho (a) nas atividades a serem desenvolvidas.
Assinatura do representante legal
___________________________________
Amparo, _____/____/_______
Pesquisadora: Maria das Graças Patrício Gonzáles
COREn SP 4146
Telefone para contato: (19)3817-34-09 (resid.) ou 3807-42-30 (trabalho)
88
ANEXO 4
Universidade Guarulhos
Centro de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão.
Curso de Mestrado em Enfermagem
Pesquisa: “Iniciativas das escolas públicas e particulares na prevenção da
obesidade infantil no município de Amparo-SP”.
SOLICITAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DE PESQUISA NA INSTITUIÇÃO
DE ENSINO.
Prezado Senhor (a). :
Venho solicitar autorização para realizar uma pesquisa cujo tema é:
“Iniciativas das escolas públicas e particulares na prevenção da obesidade infantil no
município de Amparo-SP”.
Os objetivos serão verificar a existência e abrangência de projetos que
visem à prevenção da obesidade infantil, as características das orientações dadas
às crianças e familiares e a adesão dos mesmos aos programas.
A coleta de dados referentes ao tema em apreço baseia-se na aplicação
de formulários em horários e datas pré-estabelecidos.
O estudo envolverá a Secretária Municipal de Educação, diretores, alunos
e seus pais ou responsáveis, a Nutricionista e o professor de Educação Física de
uma escola pública municipal e uma escola particular. Será garantido o respeito a
todos os preceitos éticos concernentes a investigação em seres humanos,
atendendo-se a resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde.
89
Informo que a pesquisa está vinculada aos estudos sobre saúde e riscos
cardiovasculares e seus resultados deverão contribuir para conhecimento das
propostas educativas no município e a melhor caracterização dos problemas na área
da alimentação infantil. Após a conclusão desta pesquisa, um protocolo poderá ser
oferecido como proposta para o planejamento de atividades em todas as escolas do
município.
As informações coletadas serão utilizadas no meio científico, sem
qualquer identificação pessoal, sendo garantido contato com a pesquisadora para
esclarecimento de dúvidas ou reclamações, no telefone informado.
Será respeitada a decisão de desistir de participar da pesquisa a qualquer
momento, podendo retirar-se sem qualquer prejuízo para a pessoa envolvida.
Solicito deferimento.
Amparo, __/__/____
___________________________________________________
Representante da Instituição/RG/Carimbo
Pesquisadora: Maria das Graças Patrício Gonzáles
COREn SP 4641
Telefone para contato: (19) 3817-34-09 (residencial) ou 3807-42-30 (trabalho)
90
ANEXO 5
Roteiro para entrevista: Secretária Municipal de Educação
Data: / /
1- A Secretaria Municipal de Educação possui determinação governamental
documentada cujo objetivo seja a prevenção da obesidade infantil?
� Sim � Não � Não específica para a prevenção da obesidade infantil
2- As decisões são de âmbito:
� Municipal � Estadual � Federal
3- De que maneira as escolas de Ensino Fundamental ficam sabendo dessas
determinações?
� Através de ofícios � Através de reuniões com diretoras � Outras
Quais?_____________________________________________________________
4- Se as determinações governamentais não são específicas para a prevenção da
obesidade infantil, como o assunto está inserido nas disciplinas?
� No conteúdo de ciências � Em todas as disciplinas através da transversalidade
� Outras Quais?___________________________________________________
5- Os conteúdos abordados nesta disciplina são:
� Alimentos Saudáveis � Prevenção de doenças � Atividades Físicas
� Outras Quais?______________________________________________________
6- Existem projetos especiais para atingir os objetivos destas disciplinas?
� Sim � Não � Não sei informar
7- Caso exista, assinale se incluem:
� Merenda/Lanche orientado por nutricionista
� Aulas de educação Física � Cantina Saudável � Horta escolar � Outras
Quais? _____________________________________________________
91
8- A Secretaria Municipal de Educação (SME) avalia esses projetos?
� Sim � Não
9- Se a resposta anterior foi sim, a avaliação é realizada através de:
� Relatórios ou questionários � Reuniões com diretores � Outras
Quais?_____________________________________________________
92
ANEXO 6
Roteiro para entrevista: Nutricionista
Data: / /
Nome:
Instituição onde trabalha:
1- Existe alguma relação entre suas atividades como nutricionista e determinações
governamentais?
� Sim � Não � Não sei informar
2- Houve modificações na alimentação dos escolares devido a essas
determinações?
� Sim � Não � Não sei informar
Se a resposta for sim, quais as modificações introduzidas?
� Mudanças nos cardápios conforme necessidade das faixas etárias
� Observação de preferência alimentar dos escolares
� Prevenção da desnutrição e obesidade
� Todas as alternativas
� Nenhuma das alternativas
4- As modificações alimentares ocorreram com apoio de:
� Secretária Municipal de Educação � Todos os pais � Parcial dos pais
�Todos os professores � Alguns professores � Todos os profissionais da escola
� Alguns profissionais da escola � Outros
Quais?______________________________________________________________
5- Após as mudanças no cardápio, as reações das crianças quanto à aceitação dos
alimentos oferecidos foram:
� Melhor � Pior � Regular � Nenhuma � Não sei informar
6- As modificações alimentares ocorreram há:
� Menos de 01 ano � Mais de 01 ano
93
ANEXO 7 Roteiro para entrevista: Diretor (a) da Instituição Escolar � Pública � Particular Data: / /
Nome:
Instituição de Ensino: Código Numérico:
1- Existe alguma comunicação entre a Secretaria Municipal de Amparo e a escola
onde atua, com respeito à prevenção da obesidade infantil?
� Sim � Não
2- Caso exista, como ocorre esta comunicação?
� Por correspondência (ofícios) � Reuniões com o delegado de ensino
� Nutricionista da prefeitura � Outras Quais?__________________________
3- No currículo escolar, existem disciplinas visando à prevenção da obesidade
infantil?
� Sim � Não � Não específica para a prevenção da obesidade infantil
4- Se a resposta anterior foi sim, em quais disciplinas o conteúdo está inserido?
� Ciências � Educação física � Todas as disciplinas por meio da transversalidade
� Outras ____________________________________________________________
5- Os conteúdos abordados na disciplina são:
� Alimentos Saudáveis � Prevenção de doenças � Atividades Físicas
6- Que tipos de projetos são desenvolvidos nas escolas para atingir os objetivos
destas disciplinas?
� Merenda/ Lanche orientado por nutricionista � Aulas de educação Física
� Cantina Saudável � Horta escolar � Outros?__________________________
7- A instituição avalia os resultados dessas disciplinas?
� Sim � Não
8- Como os resultados são avaliados?
� Observação pelo professor da aceitação alimentar � Nas avaliações escritas
� Relatório preenchido pelas merendeiras � Outra Qual?_______________
9- Quais os profissionais envolvidos nos projetos que visam à saúde dos escolares?
� Nutricionista � Professor de educação física � Professor das demais disciplinas
� Merendeiras � Todos os profissionais � Outros
Quais?_____________________________________________________________
94
10- A inserção dos membros da equipe interdisciplinar nesses projetos foi:
� Ótima � Boa � Regular � Ruim
11- A verificação de peso e estatura para avaliação nutricional é realizada na
instituição?
� Sim � Não
12- Se positiva a resposta, qual a periodicidade?
� Mensal � Semestral � Anual � Esporadicamente
13- Alterações de peso foram detectadas nesta instituição de ensino?
� Sim � Não
14- A alteração observada foi:
� Sobrepeso � Obesidade � Desnutrição
15-Se a reposta anterior foi sim, como chegou ao seu conhecimento?
� Informação dos pais � Avaliação dos professores � Observação pessoal
� Outra Quais?___________________________________________________
16- Na presença de alterações de peso, qual a conduta da escola?
� Orientação aos pais � Orientações às crianças � Encaminhar a Unidade de
saúde � Nenhuma conduta � Outra Quais?______________________
95
ANEXO 8
Roteiro para entrevista: Professor (a) de Educação Física.
� Pública � Particular
Data: / /
Nome
Instituição de Ensino:
1- Quais os objetivos da disciplina de Educação Física no Ensino Fundamental?
� Estimular as atividades físicas � Melhorar a coordenação motora
� Estimular a sociabilidade � Perda de peso � Outros
2- Existe relação entre as atividades executadas com os alunos e determinações
governamentais?
� Sim � Não � Não sabe informar
3- Se a resposta anterior for sim, a determinação governamental é de âmbito:
� Federal � Estadual � Municipal
4- Qual a reação das crianças quanto à prática de atividades físicas?
� Ótima � Regular � Boa � Ruim
5- Qual a reação das famílias quanto às aulas de educação física?
� Ótima � Regular � Boa � Ruim
6- Existe local apropriado para a prática de atividades físicas?
� Sim � Não
7- Existem registros sobre os resultados obtidos na saúde dos escolares através da
prática de educação física?
� Sim � Não
8- A avaliação da disciplina é realizada através de:
� Exercícios escritos � Participação nas atividades físicas � Outras
Quais?______________________________________________________________
9- Como educador, considera as orientações sobre atividades físicas.
� Muito importantes � Razoavelmente importantes � Pouco importantes
96
ANEXO 9
Carta-Convite aos pais para reunião
Prezado (a) Senhor (a),
Responsável pelo (a) aluno (a) Matriculado (a) na
série da Escola
Sou enfermeira da unidade de Saúde da Família Jardim Camanducaia e
realizo uma pesquisa sobre as iniciativas das escolas públicas e particulares na
prevenção da obesidade infantil, com objetivo de concluir o curso de mestrado da
Universidade Guarulhos, tendo como orientadora a Professora Doutora Edna
Apparecida Moura Arcuri.
Convido-o (a) a conhecer o projeto e esclarecer maiores detalhes sobre
o mesmo em um encontro no dia______ às_____ horas na escola onde seu (sua)
filho (a) estuda.
Atenciosamente,
Maria das Graças Patrício Gonzales
COREn SP 4146
Telefone para contato: 3817-34-09 (residência)
3807-42-30 (trabalho)
Amparo, / /2006
97
ANEXO 10
Roteiro para entrevista: Aluno (a) da Instituição Escolar.
� Pública � Particular
Data da entrevista: / /
Nome do (a) aluno (a):
Série idade Sexo:
1- Em sua escola, alguém explicou o que é alimentação saudável e a importância
das atividades físicas?
� Sim � Não
2- Se houve explicação, em quais matérias foram abordadas?
� Nas aulas de ciências � Educação Física � Em todas as disciplinas
3- Quais alimentos você mais gosta de comer na merenda escolar?
� Derivados de leite e achocolatados
� Lanches, sucos e frutas.
� Lanches e refrigerantes
� Doces, chocolate, biscoito recheado, Salgadinhos.
� Arroz, feijão, carne, verduras e frutas.
� Macarrão, polenta, pão com salsicha.
� Não come nada na escola
4- Você come em casa da mesma forma como ensinam na escola?
� Sim � Não � Às vezes
5- Em sua casa você gosta de comer nos intervalos das refeições?
� Sim � Não � Às vezes
6- O que você gosta de comer em casa no intervalo das refeições?
� Derivados de leite e achocolatados
� Lanches, sucos e frutas.
98� Lanches e refrigerantes
� Doces, chocolate, biscoito recheado, Salgadinhos.
� Arroz, feijão, carne, verduras e frutas.
� Macarrão, polenta, pão com salsicha.
� Não come nada
7- As orientações dadas por seus professores sobre alimentação são:
� Ótimas � Boas � Mais ou menos � Não gosta
8- O que influencia a sua vontade de comprar coisas para comer?
� Televisão � O que os amigos compram � O que é vendido na
porta da escola � O que é vendido perto de minha casa
9- Você compra coisas gostosas?
� Sim � não � Às vezes
10- Caso compre, quando acontece?
� Uma vez por semana � Mais de uma vez na semana � De vez em quando
11- Você assiste à televisão?
� Sim � Não
12- Se respondeu sim, quantas horas você gasta assistindo TV nos dias que tem
aula na escola?
� Menos de duas horas/ dia �Entre duas e quatro horas/ dia
�Mais de quatro horas/dia
13- Quantas horas você gasta assistindo TV nos finais de semana, feriados ou nas
férias?
� Menos de duas horas/ dia � Entre duas e quatro horas/ dia �Mais de quatro
horas/dia.
14- Tem hábito de comer/ beber diante da televisão? � Sim � Não
15- O que você gosta de comer enquanto assiste a TV?
99� Refeições (comida) � Lanches � Biscoitos e doces � Refrigerantes / sucos
16- Você brinca no computador ou com videogame?
� Sim � Não
17- Caso sim, quantas horas por dia?
� Menos de duas horas/ dia � Entre duas e quatro horas/ dia �Mais de quatro
horas/dia.
18- Que outro tipo de brinquedo prefere?
� Jogos de tabuleiro � Jogos de futebol de botão � Quebra-cabeça � Desenhar
19- Das atividades que vou citar qual você pratica?
Atividade: Sim Não
Jogar bola: � �
Brincadeira de correr: � �
Andar de bicicleta: � �
Outras:
100ANEXO 11
Roteiro para entrevista: Pais de alunos (as).
� Pública � Particular Data: / /
Nome do (a) pai/ mãe ou responsável:
Nome de seu (sua) filho (a):
Instituição de Ensino: Código numérico:
Sexo: Idade:
I - Informações socioeconômicas e demográficas da família:
Renda Familiar: Escolaridade do pai: Profissão do pai:
Escolaridade da mãe: Profissão da mãe: Nº. de moradores na
casa: Nº. de filhos:
II - Informações sobre hábitos saudáveis de vida:
1- Na escola de seu (sua) filho (a), explicaram a ele (ela) o que é alimentação
saudável e a importância das atividades físicas?
� Sim � Não
2- Se houve explicação, de que forma ela foi feita?
� Nas aulas de ciências � Em todas as disciplinas � Outra
Quais?______________________________________________________________
3- Quais alimentos seu (sua) filho (a) mais gosta de comer na merenda escolar?
� Derivados de leite e achocolatados
� Lanches, sucos e frutas.
� Lanches e refrigerantes
� Doces, chocolate, biscoito recheado, Salgadinhos.
� Arroz, feijão, carne, verduras e frutas.
� Macarrão, polenta, pão com salsicha.
� Não come nada na escola
4- Seu (sua) filho (a) come em casa da mesma forma como ensinam na escola?
� Sim � Não � Às vezes
5- Seu (sua) filho (a) gosta de comer em casa nos intervalos das refeições?
101� Sim � Não � Às vezes
6- As orientações recebidas na escola influenciam a aceitação alimentar de seu filho
em casa?
� Sim � Não � Às vezes � Não sei
7- Em relação à incorporação de novos hábitos no lar, as orientações dadas pelos
professores na escola sobre alimentação e a prática de atividades físicas:
� Facilitam � Dificultam � Não sei informar
8-Além da escola, o que mais influencia os alimentos que seu filho gosta de comer?
� Televisão � Amigos � Parentes � Os hábitos da própria família � Vizinho �
Outros. Quais?_______________________________________________________
9- Seu filho (a) ganha dinheiro para comprar alguma coisa que gosta de comer?
� Sim � Não � Às vezes � É muito difícil
10-Se respondeu sim, com que freqüência acontece?
� Uma vez na semana � Mais de uma vez na semana � Todos os dias
� Às vezes � Raramente
11- Seu (sua) filho (a) assiste à televisão?
� Sim � Não
12- Caso sim, quantas horas ele (ela) assiste por dia, nos dias de aulas?
� Menos de duas horas/ dia � Entre duas e quatro horas/ dia
� Mais de quatro horas/dia.
13- Quantas horas ele (ela) assiste nos fins de semana, feriados e nas férias?
� Menos de duas horas/ dia � Entre duas e quatro horas/ dia
� Mais de quatro horas/dia.
14- Seu (sua) filho (a) tem o hábito de comer/ beber diante da televisão?
� Sim � Não
15- O que ele (ela) gosta de comer enquanto assiste a TV?
� Refeições (comida) � Lanches � Biscoitos e doces
� Refrigerantes / sucos
16- Seu (sua) filho (a) brinca no computador ou com videogame?
� Sim � Não
17- Caso sim, quantas horas por dia?
� Menos de duas horas/ dia � Entre duas e quatro horas/ dia
� Mais de quatro horas/dia.
10218- Que outros tipos de brinquedos ele (ela) prefere?
� Jogos de tabuleiro � Jogos de futebol de botão �Quebra-cabeça
� Desenhar
19- Das atividades que vou citar quais ele (ela) pratica?
Atividade: Sim Não
Jogar bola: � �
Brincadeira de correr: � �
Andar de bicicleta: � �
Outras:
103ANEXO 12
PREFEITURA MUNICIPAL DA ESTÂNCIA HIDROMINERAL DE AMPARO
Secretaria Municipal de Educação - Departamento de Alimentação Escolar
CARDÁPIO ESCOLA MUNICIPAL
Ensino Infantil e Fundamental
Refeição Segunda Terça Quarta Quinta Sexta
Café da manhã
Bebida Láctea
Bolacha Doce
Bebida Láctea
Bolacha Doce
Bebida Láctea
Bolacha Doce
Bebida Láctea
Bolacha Doce
Bebida Láctea
Bolacha Doce
1ª semana
Arroz
Feijão
Ovo mexido
Gelatina
Opção: sopa de
feijão
Arroz
Frango com
legumes
Salada de folha
Suco
Polenta com
carne moída e
molho de
tomate
Fruta
Lanche com
Frango desfiado
Suco
Macarrão com
frango Salada
de Folha
Fruta
2ª semana
Arroz
Feijão
Omelete
Suco
Risoto de
Frango com
ervilha
Salada de folha
Fruta
Opção: Canja
Lanche com
salsicha, molho
de tomate e
purê de batata
Suco
Macarrão com
frango e molho
de tomate
Salada de folha
Fruta
Arroz
Feijão
Carne em tiras
com legumes
Gelatinna
3ª semana
Arroz
Feijão
Ovo mexido
Gelatina
Macarrão com
frango
Salada de folha
Fruta
Polenta com
frango
Suco
Opção: sopa de
fubá
Lanche com
carne moída e
molho
Suco
Arroz frango
com legumes
Salada de folha
Fruta
4ª semana
Macarrão com
salsicha e
molho de
tomate
Gelatina
Arroz
Feijão
Frango com
legumes
Suco
Arroz
Carne em tiras
Salada de folha
Fruta
Lanche com
frango desfiado
Suco
Arroz
Feijão
Omelete
Salada de folha
Fruta
104
ANEXO 13
Porto Alegre exige merenda saudável Elder Ogliari, PORTO ALEGRE - O Estado de S. Paulo (14/02/2007).
Prefeitura quer limitar salgadinhos e doces nas escolas
Uma lei vai inibir a venda de salgadinhos, balas, frituras e refrigerantes nas escolas públicas e particulares de Porto Alegre. Aprovada pelos vereadores em dezembro e sancionada pelo prefeito José Fogaça (PPS) em janeiro, a lei terá validade a partir de março, quando os alunos voltam às aulas.
As cantinas serão obrigadas a expor nos locais mais visíveis de suas instalações os alimentos mais saudáveis, como frutas, sanduíches, sucos e saladas naturais, devidamente higienizados e embalados. Os estabelecimentos também não poderão exibir propaganda de produtos industrializados, embora não estejam proibidas de vendê-los.
INTEGRAÇÃO
Autora do projeto que deu origem à lei, a vereadora Sofia Cavedon (PT) diz que as cantinas devem estar integradas à proposta pedagógica da escola, oferecendo lanches compatíveis com as informações sobre alimentação que os alunos recebem em sala de aula. “É bom que o bar também participe da educação”, destaca. A idéia é facilitar a alimentação equilibrada, com os nutrientes necessários à saúde e mantendo açúcar, sal e gordura sob controle, além de frear o crescimento dos índices de crianças e adolescentes obesos.
Como a maioria das escolas públicas municipais não tem cantina e já oferece refeições balanceadas, a lei terá um impacto maior sobre as escolas públicas estaduais e as escolas particulares que estão instaladas em Porto Alegre.
Uma equipe de fiscais da Secretaria Municipal da Indústria e Comércio (SMIC) será encarregada de orientar os estabelecimentos nos próximos dias. No futuro, a prefeitura estabelecerá um prazo para a adequação a todas as exigências.
SC e RJ, pioneiros no controle da comida nas escolas.
Santa Catarina e Rio foram os Estados pioneiros no controle da alimentação nas escolas. Nas redes públicas e privadas catarinenses, desde 2001 é proibida a venda de refrigerantes, salgadinhos e guloseimas. Já no Rio, desde 2002 existe a proibição de um total de 35 alimentos ricos em colesterol, como chicletes, doces e biscoitos.
105
ANEXO 14
PREFEITURA MUNICIPAL DE AMPARO
ESTÂNCIA HIDROMINERAL
ESTADO DE SÃO PAULO�
�������������������������������������������������������������LEI Nº. 3.161, DE 27 DE MARÇO DE 2006. �
�
INSTITUI A "SEMANA MUNICIPAL DE COMBATE E PREVENÇÃO À OBESIDADE INFANTIL" E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.�
�
Autor: Lázaro José Domingues - Vereador�
�
O Prefeito Municipal de Amparo, usando de suas atribuições legais, faz saber que a Câmara Municipal, em sessão realizada no dia 14 de março de 2006, aprovou e ele sanciona e promulga a seguinte lei:-�
�
Art. 1º Fica instituída a "Semana Municipal de Combate e Prevenção à Obesidade Infantil", que será realizada, anualmente, na semana que coincidir com o dia 11 de outubro (Dia Mundial de Combate a Obesidade).�
�
Art. 2º A semana de que trata este projeto terá por objetivo orientar a população de nossa cidade, através de procedimentos informativos e educativos, sobre os males provocados pela obesidade infantil, suas causas, conseqüências e formas de evitá-la e tratá-la.�
�
Art. 3º A semana será comemorada com destaque e amplamente divulgada, ficando autorizado o Poder Público Municipal, através das Secretarias Municipais de Saúde e Educação, a estabelecer e organizar calendários de atividades que serão desenvolvidas durante a semana. �
�
Art. 4º Membros da Sociedade Brasileira de Pediatria, nutricionistas membros da Associação Brasileira para Estudo da Obesidade (ABESO), além de outras autoridades com conhecimentos específicos em áreas relativas à questão da
106obesidade, poderão ser convidadas e participar da definição dos procedimentos informativos, educativos e da organização relativos à semana.�
�
Art. 5º A "Semana Municipal de Combate e Prevenção à Obesidade Infantil" será incluída no calendário oficial do município.�
�
Art. 6º As despesas relativas à execução desta Lei serão consignadas nas dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário.�
�
Art. 7º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. �
�
PREFEITURA MUNICIPAL DE AMPARO, aos 27 de março de 2006.�
CESAR JOSÉ BONJUANI PAGAN�
Prefeito Municipal�
PAULO TURATO MIOTTA�
Secretário Municipal de Planejamento e�
Gestão Estratégica�
�
Publicada na Secretaria Municipal de Administração da Prefeitura, aos 27 de março de 2006.
107ANEXO 15
Experiência de horta escolar. Amparo-SP, 2006.
Sementes sendo preparadas para a germinação
Germinação de sementes
108
Canteiro com mudas
Transplante de mudas
109
Professora com alunos
Crianças regando os canteiros
110
Conhecendo as diversas espécies de ervas e temperos
Aula prática sobre alimentação
111ANEXO 16
Gerência de Alimentação e Nutrição Escolar - [email protected] Av. Anhanguera, nº. 7171, Qd. R-01, Lt. 26, Setor Oeste - CEP: 74.110-010
– Fone: 3201 3128 –
112RESUMO O Governo do Estado de Goiás, por meio da Secretaria da Educação,tem implementado inúmeras ações que visam o acesso, a permanência e o sucesso do aluno na escola. Mais ainda, tem feito todo esforço para oferecer uma educação de qualidade que permita a formação de cidadãos conscientes. A Secretaria de Educação, através da Gerência de Alimentação e Nutrição Escolar do Estado de Goiás tem incentivado a organização de Hortas Escolares em todas as Escolas Estaduais que possuem espaço para a implementação do referido Projeto, que objetiva não só contribuir para a complementação financeira e enriquecimento nutricional da merenda escolar, mas principalmente para incentivar a formação de bons hábitos alimentares em nossos alunos. Através da Horta Escolar é possível levar o aluno a consumir mais hortaliças - fonte de vitaminas e sais minerais; a obter noções sobre Educação Alimentar, Ambiental e Sanitária e a servir-se dela como instrumento, na prática, do processo ensino/aprendizagem das ciências naturais. Assim, mais do que oferecer merenda de qualidade, estamos formando cidadãos conscientes, responsáveis e atuantes na comunidade em que vivem e ao mesmo tempo difundindo e incentivando o trabalho voluntário e contribuindo para o fortalecimento das atividades de cooperação e da Escola Pública Brasileira. INTRODUÇÃO O Estado de Goiás é um Estado genuinamente agropecuário. São inúmeros os fatores que contribuem para elevadas produções nesta área, mas ainda existem famílias que não tem um acesso considerável a esses produtos, e dentro dessas famílias há crianças que fazem parte das Escolas deste Estado, que necessitam do complemento alimentar para obter um melhor rendimento escolar. O estado nutricional de uma comunidade é referido como saúde pública. E a saúde pública é definida como a ciência e a área de prevenção da doença, prolongamento da vida e promoção da saúde e eficiência, por meio do esforço organizado da comunidade, organizando assim estes benefícios, de modo a permitir a cada cidadão ter consciência de seu direito de nascimento à saúde e longevidade. Foi pensando assim, que a Secretaria da Educação, através da Gerência de Alimentação e Nutrição Escolar decidiu implantar Hortas Escolares em todas as escolas estaduais. O Projeto Horta Escolar, foi iniciado em 2000 com 2% de hortas e se estende com objetivo de chegar a 100% até o final do governo. Nesse período muitas escolas tem efetuado inúmeras práticas utilizando-se das mais variadas técnicas pedagógicas, para relacionarem os conteúdos das diferentes disciplinas com a horta. Este projeto vem se destacando também, no sentido de incrementar a Merenda Escolar no Estado, alcançando ótimos resultados, proporcionando ao mesmo tempo melhoria nos hábitos alimentares dos educandos, sabe-se que os hábitos alimentares são formados na infância, principalmente nos primeiros anos de vida,
113assim torna-se importante estimular o consumo de frutas e vegetais nesta faixa etária. Lembrando que a criança nasce sem saber distinguir os sabores dos alimentos, sendo necessário a orientação correta por parte dos adultos, além da paciência e persistência para o consumo de uma alimentação saudável. Faz-se necessário também que pais e educadores tenham uma alimentação equilibrada nutricionalmente, com um maior consumo de vegetais e frutas, para serem seguidos como exemplo. Estudos realizados mostram que a adoção do estilo de vida saudável ajuda a prevenir e a combater doenças. Quanto mais natural a alimentação, melhor. Esta é a conclusão de milhares de cientistas, nutricionistas e médicos honestos, que não deixam de apontar a alimentação, inadequada, como causa de várias doenças que assolam a humanidade, como a obesidade, diabetes e hipertensão. OBJETIVOS Geral Implantar Hortas em todas as Unidades Escolares do Estado, introduzindo sua produção na merenda escolar, a fim de oferecer uma merenda nutritiva e ao gosto do aluno, além de utilizar a horta como laboratório vivo para aplicação de conteúdos disciplinares. Específicos - Estimular a elaboração do Projeto Horta; - Identificar uma ampla variedade de verduras, legumes e hortaliças; - Conhecer todo processo de produção até a colheita; - Aplicar conteúdos de diversas disciplinas na horta; - Valorizar o trabalho do homem no campo; - Degustar na merenda os vegetais vistos na horta; - Desenvolver bons hábitos alimentares melhorando a qualidade de vida; - Relacionar o valor nutritivo dos alimentos produzidos com a manutenção da saúde; - Estimular o consumo de frutas e vegetais aos educandos; - Responsabilizar-se pelo cuidado da horta; - Alcançar a produção de hortaliças que atenda a demanda escolar; - Contribuir para o enriquecimento da Merenda Escolar; - Integrar as várias disciplinas; - Ocupar o aluno em período extra curricular, envolvendo-o em projeto da escola, objetivando tira-lo da rua.
114 A Gerência de Alimentação e Nutrição Escolar desenvolveu vários projetos alternativos, com a distribuição de kits hortas (sementes e insumos) e principalmente com treinamentos específicos. Horta Escolar em espaço alternativo
Escola Estadual Dr. Ornelo Machado Escola Estadual Dr. Ornelo Machado Município de Jaraguá –S.R.E. Jaraguá Município de Jaraguá - S.R.E. Jaraguá Com o propósito de motivar as unidades escolares que dispõem de espaço físico reduzido, ou impróprio para o cultivo, foi criado o Projeto Horta em Espaço Alternativo, com a finalidade de produzir alguns tipos de hortaliças. PLANTAS MEDICINAIS O incentivo ao cultivo de Plantas Medicinais oferece oportunidade ao aluno no sentido de ser conscientizado da importância dos princípios da Fitoterapia, através de uma ação prática e proveitosa. TROCANDO EXPERIÊNCIAS
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Colégio Estadual Presidente Costa e Silva
Município de São Simão - S.R.E. Quirinópolis
Através do Projeto ”Trocando Experiências”, resgatam-se as práticas das Escolas, buscando boas experiências das Unidades Escolares, para posterior seleção e divulgação das melhores hortas, a fim de facilitar e motivar o trabalho em outras escolas. DIA DE CAMPO Ao analisar os relatórios das Unidades Escolares sobre hortas, enviados à Gerência de Alimentação e Nutrição Escolar, verificou-se que, os principais entraves para o bom desenvolvimento das mesmas eram a falta de estímulo e orientação técnica. Considerando estes fatores, nasceu uma proposta de trabalho, na tentativa de atacar os problemas, buscando o sucesso do Projeto com a capacitação da comunidade escolar ligada direta ou indiretamente à Horta Escolar. PARCEIROS DO MEIO AMBIENTE Este projeto consiste na busca da redução da produção de lixo urbano, e objetiva gerar consciência quanto à preservação do meio ambiente. Com a coleta seletiva de lixo para reciclagem nas unidades escolares e residências circunvizinhas, desenvolve-se oficinas de artes além da produção de adubos com material orgânico em compostagem. METODOLOGIA Sensibilização através de palestras, filmes e folhetos; Levantamento de espaços físicos adequados para implantação das horta; Levantamento de ferramentas e insumos necessários a implantação e manutenção das hortas; Compra de kit horta; Treinamento de Olericultura; Elaboração de Projeto Horta Escolar pelas Unidades Escolares; Incentivo: - realização do concurso com Premiação na modalidade Melhor Horta Escolar; Visitas às Hortas;
116Formulação de Relatório de acompanhamento; Análise dos relatórios supra citados; Recomendações individualizadas à horta de cada Unidade Escolar; Avaliação das atividades desenvolvidas; Planejamento e levantamento de estratégias para 2005; Elaboração de cardápios utilizando alimentos da horta; Higienização e desinfecção correta das frutas e vegetais; Preparação da merenda com criatividade; Elaboração de aulas sobre educação nutricional (com alunos); Conscientização da importância dos nutrientes (vitaminas, minerais, fibras) para o crescimento, desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida; Incentivo ao consumo dos alimentos da horta em diversas preparações; Análise de cardápios enviados pelas escolas. NAS ESCOLAS Nas Escolas, o Projeto é desenvolvido por funcionários, pais do Bolsa Salário-Escola, “Amigos da Escola”, Diretores, professores, escolas,gerentes,executores de Merenda e porteiros. Estes profissionais atuam junto aos alunos relacionando os conteúdos das diferentes disciplinas com a horta, cuja produção é utilizada diretamente na Merenda Escolar. Foi feito ainda, parceria com o SENAR, o que tem beneficiado não só as Unidades Escolares , mas a comunidade em geral com cursos de Olericultura. CONTEÚDO - Técnicas Agrícolas; - Tipo de reprodução: sexuada (sementes) e assexuada (estacas); - Água: ciclo, qualidade, economia, poluição, função da água para os seres vivos; - Solo: composição, estrutura física, química e biológica, importância do solo, degradação, erosão, poluição, poluição, desertificação e formação do solo; - Botânica: classificação das folhas, hábitos de crescimento, porte, flores, raízes; - Doenças; - Interpretação e produção de textos; - Artes plásticas e visuais; - Matemática: área, volume, proporção etc; - Aproveitamento do lixo orgânico em compostagem; - Identificação de diferentes hortaliças e vegetais; - Aprendizado sobre o valor nutritivo dos alimentos da horta; - Conhecimento da relação entre composição nutricional dos alimentos e a manutenção da saúde; - Preparação de vários cardápios diferentes utilizando o mesmo vegetal; - Conscientização da importância de uma alimentação saudável e de qualidade; - Adoção de bons hábitos alimentares para melhoria da qualidade de vida;
117KIT HORTA Os Kits Horta foram fornecidos pela Secretaria Estadual de Educação juntamente com parcerias e doações de vários outros órgãos. O Kit é composto de :
- Enxada: usada em capinas, abertura e covas, incorporar insumos a terra, formação de canteiros. - Enxadão: utilizado para cavar e revolver o solo. - Pá-de-corte: empregada para abrir canteiro e revolver o solo, entre outras utilidades. - Regador: utilizado para regas. - Ancinho ou rastelo: usado para nivelar canteiro, destorroar, cobrir sementes, limpar os canteiros. - Pulverizador: usado para adubação foliar e aplicação de defensivos contra as pragas e doenças. - Colher de transplante: serve para tirar mudas dos canteiros com terra sem forçar as raízes e abrir pequenas covas. - Sacho: utilizado para abrir pequenas covas e capinar entre plantas. - Carrinho de mão: utilizado no transporte em geral. Além de Um conjunto de jardim, tela, calcário, adubo e sementes. TEMPO DE DURAÇÃO O Projeto “Horta Escolar” Teve início no ano de 2000 onde foi planejado. Em 2001, durante todo o ano foram realizados trabalhos com a Horta e nas escolas.Obteve bons resultados e continua sendo trabalhado até os dias atuais.
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RESULTADOS No ano de 2000 e 2001 foram feitos trabalhos de orientação, verificação de disponibilidades e início ao projeto. No ano de 2002, 46,02% das Unidades Escolares já possuíam Horta. Conforme o gráfico abaixo, hoje O Estado de Goiás conta com 84,25% de Horta nas Escolas.
Ao analisar os relatórios das Unidades Escolares sobre hortas, enviados à Gerência de Alimentação e Nutrição Escolar, verificou-se que, os principais entraves para o bom desenvolvimento das mesmas eram a falta de estímulo e orientação técnica. Considerando estes fatores, nasceu uma proposta de trabalho, na tentativa de atacar os problemas, buscando o sucesso do Projeto com a capacitação da comunidade escolar ligada direta ou indiretamente à Horta Escolar.
119No 2º Semestre de 2004 foram capacitadas 4288 pessoas em Olericultura através da Secretaria de Estado da Educação em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural/SENAR.
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Escola Estadual Mansões Odisséia -Município de Águas Lindas de Goiás
S.R.E. Planaltina
Colégio Estadual Arthur da Costa e Silva
Município de Matrinchã - S.R.E. Goiás
Em 2004 e 2005 a GANE manteve parcerias com a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento/SEAGRO e com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural/SENAR. Ainda em 2005, firmou parceria com o Instituto Souza Cruz que enviou durante o ano em curso, kits de sementes e manuais com técnicas de manejo de hortas a todas as unidades escolares interessadas.
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Equipes de Supervisores visitaram todo o Estado, com o objetivo de informar, motivar e conscientizar a comunidade da importância das Hortas Escolares e distribuir sementes para a manutenção das mesmas.
Até o ano de 2005 a Gerência de Alimentação e Nutrição Escolar conseguiu implantar o projeto em mais de 80% das Unidades Escolares do Estado e realizar 345 Treinamentos em Olericultura Básica, alcançando 212 municípios e um total de 4.288 pessoas capacitadas. Os alunos passaram a ter uma integração maior com a escola, desenvolvendo habilidades manuais e motoras.
122 O Projeto atingiu as metas iniciais de geração de bons hábitos, proporcionou a produção de alimentos saudáveis para o preparo da Merenda Escolar. incentivou a participação da comunidade no trabalho voluntário e a melhoria no processo ensino/aprendizagem. CONCLUSÃO A Saúde do ser humano está ligado a alimentação que ele recebe, por isso uma alimentação correta e bem variada é muito importante. O nosso organismo necessita de alimentos que contenham vitaminas e sais minerais. Os alimentos fornecem energia, promovem o crescimento, regulam e mantém o bom funcionamento do corpo. As hortaliças são boas fontes de vitaminas e sai minerais, podendo ser produzidas em uma horta na escola ou na casa dos próprios educandos. No Brasil , a fome não existe por falta de alimentos e sim por falta de renda para adquiri-los de forma digna e permanente, em quantidade e qualidade adequadas. Como a renda está mal distribuída no país, uma parcela da população não tem acesso nem mesmo a quantidade mínima de alimentos necessária para garantir a sobrevivência. O projeto “Horta Escolar” tem como premissa básica o resgate da cultura agrária, colocando o aluno em contato com a terra, permitindo a interatividade da ação educacional na relação direta com o fazer cultural e com as práticas do homem do campo. O enfoque dado ao projeto permite, do ponto de vista conceitual, entender as relações do homem com a terra, como forte aliado na perspectiva da congregação da proposta pedagógica substancial no construtivismo e possibilitando a melhoria da qualidade de Alimentação escolar e, ao mesmo tempo a mudança de hábitos e gostos alimentares. Como foram alcançados excelentes resultados em todas as ações do “Projeto Horta Escolar”, a Secretaria de Estado da Educação através da GANE, continua implementando o Projeto, através de capacitações em Olericultura Básica, visando atingir 100 % de Hortas Escolares em todo Estado, sejam elas convencionais ou alternativas. GER. DE ALIM. E NUTRIÇÃO ESCOLAR - Neusa Maria Silveira de Almeida DEPARTAMENTO DE HORTA ESCOLAR Priscila Lopes Gonzaga – Nutricionista Maria Rosa – Nutricionista Daiane Pini Rodrigues – Nutricionista Gabriela Maria Lima Oliveira – Nutricionista Rafaela de Ávila – Nutricionista Rodrigo Tomaz da Silva Matos - Técnico em Agropecuária Edimar Antônio Guimarães – Auxiliar Agrícola Abgair Linhares Ribeiro Creomário Claudino Bessa Edimar Antônio Guimarães Elias Correa da Silva Rosa Maria Martins de Jesus
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ANEXO 17
124ANEXO 18