Impacto da interiorização da UFAL no desenvolvimento econômico do estado de
Alagoas – análise baseada nas empresas incubadas
Silvia Beatriz Beger Uchoa1, Josealdo Tonholo
2 , Kelyane Silva
3, Hérmani Magalhães O. do Carmo
4,
Patrícia Brandão B. da Silva5
RESUMO
A Universidade Federal de Alagoas – UFAL – tem sido pioneira na formadora de recursos
humanos altamente qualificados para atuar no estado de Alagoas. Inicialmente situada na capital,
em 2006, começou a sua expansão para o interior, com o Campus de Arapiraca e unidades de
ensino em Penedo, Palmeira dos Índios e Viçosa. Em 2010, foi criado o campus do Sertão em
Delmiro Gouveia, com unidade de ensino em Santana do Ipanema. A Incubadora de Empresas de
Alagoas, ligada a UFAL, iniciou suas atividades em 1999 e até 2011, somente houve incubação
de empresas no Campus A. C. Simões em Maceió. No ano de 2012, houve a aprovação de três
projetos de pré-incubação, sendo um em Penedo e dois em Arapiraca. Esse trabalho visa avaliar
os impactos gerados pelas empresas incubadas no interior do Estado, avaliando as dificuldades e
vantagens da incubação, bem como o que está dificultando a quebra das barreiras para possibilitar
uma maior interiorização das empresas incubadas. Dessa forma, foi adotada uma pesquisa
quantitativa de dados obtidos a partir de entrevista com pesquisadores para avaliar o interesse
pela abertura de empresas incubadas e em um segundo momento, avaliação das empresas
incubadas no interior e através de seus resultados, avaliar o impacto na economia do Estado. O
impacto pode ser avaliado ainda como pequeno, mas com grande potencial de crescimento, a
partir de novas parcerias de apoio as incubadoras e incubadas. A possibilidade de transferir
conhecimento da universidade para a sociedade pode gerar empresas com características
inovadoras, fundamentais para o desenvolvimento regional.
Palavras-chave: incubação de empresas, desenvolvimento regional, relação universidade-
empresa, empreendedorismo
ABSTRACT
1 Doutora em Química e Biotecnologia pelo Instituto de Química e Biotecnologia da Universidade Federal de Alagoas – UFAL,
(82) 3214-1068, [email protected] 2 Doutor em Físico-Química pelo Instituto de Química de São Carlos, Professor do Instituto de Química e Biotecnologia da
Universidade Federal de Alagoas – UFAL, (82) 3214-1389, [email protected] 3 Mestre em Economia e Gestão de Ciência Tecnologia e Inovação pela Universidade de Lisboa, Pesquisadora do Instituto de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico de Alagoas – ICTAL, (82) 4009-5127, [email protected] 4 Mestre em Economia pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade Federal de Alagoas –
UFAL, (82) 36211458, [email protected] 5 Mestre em Economia pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade Federal de Alagoas –
UFAL, (82) 3214-1067, [email protected]
The Federal University of Alagoas - UFAL - has been a pioneer in forming highly qualified
human resources to act in the state of Alagoas. Originally situated in the capital, in 2006, it began
its expansion to inland, with the Campus Arapiraca and teaching units in Penedo, Palmeira dos
Indios and Viçosa. In 2010, it was created the campus in the hinterland Delmiro Gouveia, with
one teaching unit in Santana do Ipanema. The Business Incubator Alagoas, linked to UFAL,
began its operations in 1999 and until 2011 there were only business incubated in the Campus
AC Simões in Maceio. In 2012, there was the approval of three projects, pre-incubation, one in
Penedo and two in Arapiraca. This study aims to evaluate the impacts of incubated companies
within the state, assessing the difficulties and advantages of incubation, as well as what is
difficulting to break the barriers to enable greater internalization of the incubated companies.
Thus, we adopted a quantitative research data obtained from interviews with researchers to assess
the interest in opening incubated firms and in a second stage, the evaluation of incubated
companies in hinterland and through its results, assess the impact on the economy of the State.
The impact can be assessed as yet small, but with great potential for growth from new
partnerships to support incubators and incubated. The ability to transfer knowledge from
universities to society can generate businesses with innovative, fundamental to regional
development characteristics. Keywords: business incubation, regional development, the university-company relationship,
entrepreneurship
1 – INTRODUCAO
Na América, particularmente na Latina, as políticas de governo da maior parte dos países
foram lastreadas no modelo do “triângulo de Sábato”, que foca a relação Academia-Empresa-
Governo. No Brasil, de forma não muito diferente, reformadores reconhecem lacunas e
inadequação do modelo top-down da política científica, embora este gap tenha contribuído, na
década de 80, para a reformulação das estruturas universitárias a partir do movimento botton-up
de incubadoras em universidades e municípios espalhados por todo o país. A partir da década de
90, nota-se um significativa preocupação com a aplicação de modelos mais agressivos, como o da
Triple Helix (ETZKOVITZ et al., 2005).
Desde então, as Universidades têm assumido um papel diferenciado nos modelos
sistêmicos. Estes, por sua vez, tem possibilitado uma dinamização de atores no desenvolvimentos
de ações pautadas na transferência de conhecimento. A criação de startups e spin offs têm
contribuído certamente para a restruturação das políticas universitárias no Brasil, como uma das
potenciais formas de transferência de conhecimento para a estrutura produtiva, alargando assim, a
base do desenvolvimento científico e tecnológico para questões de inovação e desenvolvimento
regional.
No Estado de Alagoas, de forma semelhante a outros estados brasileiros com indicadores
similares, o papel das Universidades Federais, como o caso da Universidade Federal de Alagoas
(UFAL), representa muito mais do que apenas o tripé de ensino, pesquisa e extensão, mas tem
atuado como um grande ator em prol do desenvolvimento regional.
A expansão da UFAL para as regiões como o Agreste e Sertão Alagoano tem
transformado a dinâmica das cidades, não apenas pela formação de pessoal, mas por agregar às
pequenas cidades uma cultura empreendedora e uma abertura de potenciais mercados
consumidores no entorno, principalmente porque muitos dos cursos ofertados estão diretamente
ligados ao desenvolvimento do setor produtivo, com a possibilidade de reter na região o capital
intelectual formado, promovendo assim, um desenvolvimento local sustentável.
Atualmente, o estado de Alagoas tem passado por um processo de transformação. Nos
últimos anos, a inovação passou a figurar como um dos principais pilares da política estadual. A
este fator, pode-se citar a construção do Plano Estadual de CT&I para o período até 2013, bem
como a implantação do Parque Tecnológico do estado de Alagoas. Este, por sua vez, é moldado a
partir de Polos Tecnológicos, incluindo espaços para incubação, formando, assim, um ambiente
colaborativo entre as universidades, governo e setor produtivo.
A UFAL tem participado ativamente do processo de desenvolvimento desse ecossistema,
principalmente por ser a instituição de ensino com maior maturidade na promoção de
empreendimentos voltados à inovação, tanto pela abrangência de atuação dos grupos de pesquisa
em empreendedorismo, bem como por seus mecanismos e ambientes promotores de
conhecimento com valor agregado. A exemplo, cita-se a atuação da Incubadora da UFAL
(primeira incubadora do Estado, criada em 1999), bem como a do seu Núcleo de Inovação
Tecnológica.
Assim, o presente trabalho tem como objetivo traçar o perfil da cultura empreendedora
dos Grupos de Pesquisas (GP) da UFAL, para em seguida possibilitar uma mensuração das
dificuldades e vantagens do processo de incubação no interior do estado, bem como, também
busca-se evidenciar as lacunas no desenvolvimento e interiorização da incubadora.
Dessa forma, visando definir o papel da Incubadora de Empresas de Alagoas (INCUBAL)
no contexto do desenvolvimento regional, inicia-se com uma breve descrição do Estado de
Alagoas, para em seguida contextualizar a relação da Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
no Sistema Regional de Inovação (SRI), com a sua atuação iniciando na capital e mais
recentemente realizando a sua interiorização, procurando atingir as demais regiões do Estado.
O trabalho contou com um levantamento do interesse dos pesquisadores da UFAL nos
assuntos ligados a Inovação e ao Empreendedorismo. Esse levantamento mostra-se fundamental
para a análise de resultados de captação de empresas pré-incubadas e incubadas nas chamadas
internas realizadas até o momento. Esse levantamento somente foi concluído com uma
amostragem da capital, sendo a resposta do interior, ainda incipiente e devendo ser ampliado para
o interior, posteriormente. Ao mesmo tempo, se faz uma análise das empresas aprovadas nos
diversos editais de incubação, com ênfase nas dos Campi do interior.
2 – ANTECEDENTES
O Estado de Alagoas está localizado na região Nordeste do Brasil, mais especificamente
no centro-leste dessa região. Tem uma população residente estimada em 3.243.224 habitantes,
com cerca de 985 mil habitantes na capital, Maceió, e o segundo maior município é Arapiraca
com 225.746 habitantes (SEPLANDE, 2013). Conta com uma área de cerca de 28 mil km2, ou
seja, pouco mais de 0,3% do território nacional, distribuídos em 102 municípios localizados em
três mesorregiões e treze microrregiões. As mesorregiões geográficas são: Leste, Agreste e
Sertão. No que se refere à sua posição em relação ao Nordeste e ao Brasil em termos da dimensão
do Produto Interno Bruto (PIB), o estado ocupa a 20ª posição no ranking nacional e a 7ª em
relação à região nordestina, com uma participação de cerca de 5% no PIB regional (IBGE, 2009).
Alagoas possui, atualmente, uma economia estruturada em torno do setor de serviços, mas
nem sempre foi assim. Em decorrência de sua formação socioeconômica e política, até meados da
década de 1980, o estado tinha como dinâmica econômica a agricultura e a agroindústria
sucroalcooleira, responsável pela consolidação do elevado padrão de concentração fundiária.
Mas, a partir de então, diante da falência fiscal do Estado brasileiro e de Alagoas, além da
aplicação de políticas liberalizantes a partir de 1990, o estado assistiu à perda de dinamismo de
sua indústria e agricultura.
Quanto à participação dos setores econômicos na geração de riqueza em Alagoas, nota-se
que mais de 65% desse valor é gerado pelo setor serviços (agregados em: a) saúde e educação
privada; b) administração, saúde e educação públicas; c) atividades imobiliárias e de aluguel; d)
serviços prestados; e) intermediação financeira; f) logística; g) serviços de alojamento e
alimentação; h) comércio; i) serviços urbanos), sendo aproximadamente 25% da Administração,
Saúde e Educação Públicas, sinalizando para a fragilidade da teia empresarial ligada aos setores
industrial e agrícola. Dentre as atividades mais relevantes destes setores, pode-se verificar que:
a)Na agricultura, destaca-se a cultura de cana-de-açúcar com praticamente 90% do valor
bruto da produção; nos 10% restantes, se destacam as culturas de coco e banana (IBGE, 2009);
b) Na indústria, a agroindústria sucroalcooleira responde por 60% do valor da
transformação industrial do estado de Alagoas (FIEA, 2007);
c) O setor de serviços responde por mais de 60% do PIB alagoano, com destaque para o
comércio varejista (Comércio e Serviços de Manutenção e Reparação, 12%), os serviços da
Administração, Saúde e Educação Públicas (24,8%) e os Serviços de Informação (telefonia),
estes respondendo por 47% do valor da produção de serviços em Alagoas (IBGE, 2009).
No contexto de um Sistema Regional de Inovação (SRI), a UFAL desempenha papel
primordial no Estado, sendo um fator de impulso para a economia. Fundada em 1961 e instalada
no Campus A.C. Simões, em Maceió, com unidade avançada na vizinha cidade de Rio Largo
(Ciências Agrárias), e em mais dois campi no interior do Estado: Campus Arapiraca – com suas
unidades de ensino em Viçosa, Penedo e Palmeira dos Índios - e Campus do Sertão - com sede
em Delmiro Gouveia, e unidade de ensino em Santana do Ipanema, conta com cerca de 26 mil
alunos matriculados nos 84 cursos de graduação, distribuídos em 23 Unidades Acadêmicas, na
capital (53), e nos campi de Arapiraca (19) e do Sertão (8). Na modalidade de pós-graduação, são
39 programas stricto sensu oferecidos, sendo 30 mestrados e 9 doutorados, que contam com
2.312 alunos, além de 13 cursos de especialização. A UFAL conta ainda com 4 mil estudantes de
graduação na modalidade não presencial (Educação a Distância). A pesquisa científica se
encontra consolidada em algumas áreas, como: Física, Matemática, Química e Letras e
Linguística. Outras áreas tiveram investimento tardio e só começaram a estruturar suas atividades
de pesquisa nas décadas de 1980 e meados de 1990, como no caso das Engenharias, Agrárias e
Direito. As atividades de empreendedorismo foram contempladas no Plano de Desenvolvimento
Institucional (PDI) na versão de 2003, prevendo que a UFAL invista esforços no sentido de
interagir com a sociedade Alagoana e Brasileira de forma mais contundente, elegendo como
veículos prioritários de interação, o empreendedorismo e a inovação.
A instituição oferece aos alunos o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação
Científica (Pibic/CNPq); o Programa de Educação Tutorial (PET); monitoria, estágio e bolsas de
estudo/trabalho. Também disponibiliza bolsas concedidas em editais da Sesu/MEC, para
programas como Afro-Atitude e de cotas, entre outros. Mantém cerca de 600 convênios com
empresas e instituições públicas e privadas.
A UFAL tem por missão produzir, multiplicar e recriar o saber coletivo em todas as áreas
do conhecimento, de forma comprometida com a ética, a justiça social, o desenvolvimento
humano e o bem comum. Seu objetivo é tornar-se referência nacional nas atividades de ensino,
pesquisa e extensão, firmando-se como suporte de excelência para as demandas da sociedade.
Para tanto, a UFAL tem como prioridades: i) Expansão do Campus Maceió: formação
graduada e pós-graduada, produção do conhecimento e extensão; ii) Expansão da instituição para
o interior: consolidação do Campus Arapiraca e do Campus Delmiro Gouveia (segunda etapa de
seu Projeto de Interiorização) e implantação do Campus Porto Calvo, no litoral norte; e iii)
Consolidação da reestruturação administrativa e pedagógica (iniciada em 2005).
Tais prioridades apresentam objetivos específicos:
Criar novos cursos de graduação e pós-graduação vinculando-os,
quando possível, ao desenvolvimento estadual;
Implantar novas turmas nos cursos já existentes, particularmente no
período noturno, visando ampliar a política de inclusão;
Oportunizar com maior intensidade a inclusão social por meio da
ampliação do Campus Arapiraca e da implantação do Campus Delmiro Gouveia;
Ampliar e fortalecer os grupos de pesquisa de modo a incrementar
a produção científica;
Consolidar e expandir os programas de extensão, articulando-os às
demandas sociais;
Consolidar iniciativas de desenvolvimento cultural;
Implementar política de Desporto Universitário;
Ampliar o quadro de docentes e técnicos-administrativos;
Investir na qualificação dos técnicos-administrativos e na
preparação pedagógica docente;
Ampliar a assistência estudantil: número de bolsas, número de
comensais e de residentes, assistência médico-odontológica;
Criar núcleos de: assistência pedagógica, assistência psicológica;
Melhorar as condições de permanência dos discentes,
principalmente daqueles que apresentam vulnerabilidade social e econômica;
Criar espaços coletivos de convivência da comunidade
universitária;
Ampliar a infraestrutura física da Universidade;
Criar grupos de gestão e de execução do projeto de expansão.
A UFAL já tem forte atuação no estado, nas áreas ligadas ao ensino e a pesquisa, havendo
necessidade de uma consolidação de sua atuação no empreendedorismo, razão pela qual o
presente trabalho foi desenvolvido, e assim consolidar a participação no Sistema Local de
Inovação.
Em termos gerais, a ideia de Sistema de Inovação é oriunda da teoria dos sistemas, e uma
boa definição para o sistema é que ele consiste de dois tipos de elementos: seus componentes e as
relações entre eles (EDQUIST, 2005).
Em acordo com essa perspectiva sistêmica, um sistema de produção e inovação evidencia,
antes de tudo, a natureza sistêmica da inovação, a qual surge por meio de uma série de interações
entre a firma inovadora e outras organizações. Geralmente, uma das organizações mais ativas
nesse processo são as universidades públicas, uma vez que elas conseguem tanto gerar
conhecimento próprio, como absorver de forma mais eficiente conhecimento oriundo de qualquer
lugar, além disso, as universidades podem difundir esse conhecimento por diversos meios
possíveis (FRITSCH; SCHWIRTEN, 1999).
Existem alguns cortes analíticos importantes para se analisar os sistemas de inovação, o
primeiro a surgir foi à noção de Sistema Nacional da Inovação (SNI), proposto originalmente por
Chris Freeman em 1987, com seu estudo a respeito do sistema japonês, e reforçados por Bergt
Lundval, em 1992, e Richard Nelson, em 1993 (EDQUIST, 2005). Outros cortes analíticos são o
Sistema Setorial de Inovações, proposto por Breschi; Malerba (1997), o Sistema Tecnológico de
Inovações, proposto por Carlsson; Stankiewicz (1991), e finalmente, a abordagem de Sistema
Regional de Inovação, desenvolvido e utilizado Cooke; Uranga; Etxebarria (1997) e Asheim;
Getler (2005).
Especificamente, será trabalhada aqui a abordagem de Sistema Regional de Inovação
(SRI) proposto por Cooke; Uranga; Etxebarria (1997, 1998) e complementado por Asheim;
Getler (2005). A idéia aqui é que quanto mais intensiva em conhecimento são as atividades
econômicas, mais geograficamente determinada é a geração desse conhecimento e de novas
capacidades produtivas (EDQUIST, 2005; COOKE; URANGA; ETXEBARRIA, 1997). E a
geração de capacidades produtivas e de inovação é resultado do grau de cooperação entre os
agentes do sistema regional, de sua infra-estrutura de financiamento dessas inovações e da cultura
produtiva regionalmente estabelecida (COOKE; URANGA; ETXEBARRIA, 1997).
A cooperação entre os agentes é o ponto-chave para o sucesso de um SRI (COOKE;
URANGA; ETXEBARRIA,1997), particularmente quando se tem nas universidades centros
geradores de conhecimento para a região, como é o caso de Alagoas.
O impacto da universidade na formação de capacidades produtivas regionais e na
introdução de novas tecnologias é fortemente influenciado pela cultura produtiva local e pela
cultura universitária, ambos os casos, mediados pela cultura de cooperação da região (COOKE;
URANGA; ETXEBARRIA, 1997). Por outro lado, o perfil de conhecimento desenvolvido pela
universidade deve ser direcionado para a necessidade da atividade produtiva presente na região,
onde os avanços nesse conhecimento poderá sustentar um novo tipo de produção, ou organização
desta, e crescimento econômico futuro (ANSELIN; VARGA; ACS, 1997).
Isto posto, o desenvolvimento e absorção de novos conhecimentos numa universidade irá
afetar as estruturas econômicas da região. Anselin, Varga e Acs (1997) sustentam ainda, que no
caso de indústria de alta-tecnologia, a relação causal do fluxo de conhecimento é da universidade
para a empresa, corroborando assim para a importância local dos transbordamentos de
conhecimentos oriundos dos centros de P&D das universidades. Além disso, existe uma área
definida para a existência desses transbordamentos, que para os autores foi de 50 milhas
(ANSELIN; VARGA; ACS, 1997), fortalecendo a noção de que o conhecimento inovador está
geograficamente circunscrito e que a universidade é fundamental como fonte desse conhecimento
para o SRI.
Para o caso de uma região periférica no Brasil, ao exemplo de Alagoas, no entanto, as
estruturas de governança do Sistema Regional de Inovação ainda não estão plenamente
desenvolvidas para sustentar a efetiva transferência de tecnologia da universidade para as
empresas da região. Mesmo assim, a universidade mantém seu objetivo de produção e
transmissão de conhecimento, contudo, sem uma estrutura de incentivos que possibilite a
interação entre universidade-empresa esse conhecimento não irá transbordar de forma eficiente
para ser utilizado pelas empresas.
Por isso, é de grande importância a existência de uma universidade federal que permita e
incentive a difusão de novos conhecimentos, desenvolvendo a cultura do aprendizado,
incentivando a criação de instituições de governança desse conhecimento e aprendizado como
forma de garantir a competitividade regional e maior inserção das empresas locais no cenário
nacional e internacional.
Pode-se inferir que a inclusão desse tema em um documento de referencia da instituição
(PDI) possa ser derivado da criação da Incubadora de Empresas de Alagoas (INCUBAL), em
1999, e de suas atividades, inerentes ao Empreendedorismo Inovador. No entanto, as atividades
se encontraram restritas a capital do Estado, pois somente em 2006, houve a expansão das
atividades da UFAL no Campus Arapiraca , que engloba as Unidades de Ensino (UE) de Penedo,
Palmeira dos Índios e Viçosa e, em 2010, no Campus do Sertão, contemplando as atividades na
UE de Santana do Ipanema.
Tendo em vista as vocações regionais, a capacidade técnica da UFAL, a disponibilidade
de infraestrutura tecnológica para geração de negócio e os empreendimentos inovadores dispostos
no estado, colocará Alagoas numa rota de Inovação e ações estratégicas a nível nacional. As
metas para os rumos da CT&I, determinadas de forma coletiva e considerando as perspectivas
nacionais, também estão incorporadas ao ambiente. O fundamental para o momento é fortalecer e
fomentar, cada vez mais, a agregação de valor potencial e tecnológico aos celeiros de
conhecimento como as Universidades. Tudo isso permitirá a continuidade da nova configuração
do cenário científico e tecnológico do estado de Alagoas.
3 – ATIVIDADES DA INCUBAL
Gerido pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, o Programa de Inovação
Tecnológica e Empreendedorismo (PITE) da UFAL inclui as duas incubadoras de empresas, as
disciplinas de empreendedorismo na graduação e pós-graduação e toda e qualquer ação que
vislumbre proteção da propriedade intelectual, transferência de tecnologia ou inovação dentro da
instituição. Compete ao programa, entre outras ações:
(a) Estimular e apoiar o desenvolvimento de uma cultura empreendedora, envolvendo
discentes, docentes e técnicos da Universidade Federal de Alagoas;
(b) Capacitar e apoiar professores das diferentes áreas do conhecimento a oferecerem o
ensino de empreendedorismo;
(c) Planejar, coordenar e avaliar atividades de incubação de empresas com a finalidade de
atender as necessidades relacionadas à criação de novas empresas e manutenção e
desenvolvimento de empresas já estabelecidas;
(d) Gerir as Incubadoras de Empresas vinculadas à UFAL.
O Programa de Empreendedorismo da UFAL é o mantenedor principal de duas
incubadoras de empresas: A INCUBAL (base tecnológica) – criada em 09 de novembro de 1999
e o Núcleo Espaço Gente (base tradicional) – criada em 13 de abril de 2003.
A Incubadora de Empresas de Alagoas (INCUBAL), é fruto da parceria de 11 instituições
importantes no Sistema Local de Inovação é pioneira no processo de incubação de negócios
tecnológicos em Alagoas. Esta incubadora, por sua vez, tem servido como laboratório e celeiro de
ideias, sendo a catalisadora do surgimento de outras 15 incubadoras que operaram/operam no
Estado. Inaugurada em 1999, experimentou um período de latência nos anos de 2000 a 2004,
após o que retomou suas atividades com vigor. Como incubadora de base tecnológica de acesso
direto dos estudantes e docentes da UFAL, vinculados aos cursos de pós-graduação, a INCUBAL
tem recebido bons projetos da comunidade acadêmica da UFAL.
Em seus 15 anos de existência, a INCUBAL aprovou 25 projetos para pré-incubação e 6
para incubação de empresas. Dessas, 6 foram graduadas e 3 permanecem como associadas.
Pediram desligamento por diversos motivos, 9 empresas. Atualmente, são 4 empresas incubadas e
12 pré-incubadas.
De acordo com a literatura, o suporte oferecido pelas incubadoras de empresas faz com
que a taxa de mortalidade das empresas incubadas seja menor que 20% e para as associadas,
menor que 10% (ANJOS, 2009). Considerando esse parâmetro, pode se observar que a estatística
da INCUBAL mostra uma taxa de desligamento de cerca de 35%, mas deve-se considerar nessa
taxa, alguns projetos que foram abandonados antes de se formalizarem como empresas, o que
pode se traduzir em uma espécie de seleção dentro do próprio sistema de pré-incubação, o que
pode trazer menores prejuízos e frustrações.
O processo de incubação na UFAL tem um período de tempo variável e inicia com uma
chamada interna. Acompanhando os processos dos últimos dois anos, pode se verificar que o
nível de maturidade dos projetos ainda é pequeno, razão pela qual, a maioria dos ingressos se dá
na forma de pré-incubação. A partir do edital de 2012 houve a abertura para a participação de
empresas no interior do estado, sendo aprovados 3 projetos, sendo 2 em Arapiraca e um na UE de
Penedo.
É a partir desses três projetos aprovados em 2012 e um projeto aprovado em 2013 que se
situa a análise da contribuição de uma incubadora para o desenvolvimento de um estado ainda
com baixos índices de escolaridade e do próprio desenvolvimento humano. Como os projetos que
foram implementados e serão analisados são localizados no município de Arapiraca, a seguir faz-
se breve descrição do mesmo. Com o início das atividades nessa cidade, a seguir descreve-se
brevemente o município.
Arapiraca é o mais importante município do interior de Alagoas, distante 123 quilômetros
da capital do Estado, destacando-se como importante centro comercial da região agreste. A área
de influência do município atinge uma população de aproximadamente meio milhão de habitantes
e ficou conhecida, nos anos de 1970, como a ‘Capital do Fumo’ por ser um dos maiores
produtores de tabaco do país.
A partir da década de 1980, por conta da grande área plantada de fumo, houve um excesso
de produção e a conseqüente diminuição no preço, provocando um ciclo de decadência da
fumicultura. Porém, isso não impediu o crescimento econômico do município que se destaca no
setor industrial e de serviços.
4 – METODOLOGIA DA PESQUISA
A pesquisa foi desenvolvida em dois tempos, sendo o primeiro de uma pesquisa aplicada,
através da elaboração de um questionário estruturado e aplicado a pesquisadores visando avaliar
o seu interesse e nível de conhecimento sobre as atividades de inovação e empreendedorismo.
Foram escolhidos os líderes de grupos de pesquisa e solicitados a responderem diversas questões
de forma objetiva.
O segundo momento foi uma avaliação das três empresas do interior do estado aprovadas
na seleção, e que iniciaram suas atividades em 2012. Procurou-se identificar o que pode ter
levado ao sucesso e ao insucesso, bem como a sua contribuição para o desenvolvimento da
região.
5 – RESULTADOS
5.1 Questionário aplicado a pesquisadores
A UFAL conta atualmente com 293 grupos de pesquisa (GP) certificados no CNPq, sendo
considerados de áreas tecnológicas, 159, com 834 linhas de pesquisa e 673 doutores envolvidos.
Nesse universo houve a resposta de 71 questionários, sendo preponderantemente a maioria da
capital, apenas 4 do interior.
Em primeiro lugar, foi perguntado se o GP desenvolvia atividades em parceria com
instituições privadas ou públicas, sendo que a maioria respondeu que não, como visto na figura 1.
Figura 1 Parcerias com empresas privadas (esquerda) e instituições públicas (direita).
Fonte: autores
Considerando as parcerias, observam-se que alguns pesquisadores desenvolvem
atividades conjuntas com empresas privadas, destacando-se as do setor sucroenergético e
químico. Quanto as empresas públicas, esse número aumenta, pois muitos consideram as
parcerias com outras universidades nesse universo.
Quanto aos objetivos das pesquisas, os respondentes afirmaram, em sua maioria, que
pretendem publicar os resultados, e apenas 6% utilizar para abrir uma empresa, conforme
evidenciado na figura 2.
Figura 2 Objetivos das pesquisas desenvolvidas.
Fonte: autores
Percebe-se a cultura voltada para a questão da valorização de publicações científicas, em
detrimento do empreendedorismo.
Neste cerne, como contributo para o debate, pode-se dizer que o sistema acadêmico
brasileiro ainda é pautado pelo mérito baseado em publicações científicas quando comparado aos
pedidos de patentes. Este hiato é perceptível ao analisar, por exemplo, que no ano de 2009 o
Brasil respondia por , 9 da produção científica mundial, da mesma forma que o número de
artigos científicos indexados pelo Institute for Scientific Information (ISI) atingiu um aumento de
205% no período entre 2000 e 2009, enquanto que neste mesmo período o crescimento dos
depósitos de patentes brasileiros no United States Patent and Trademark Office (USPTO) foi de
apenas 8,5% ao ano (DOS SANTOS E TORKOMIAN, 2013; ARAÚJO, 2013). Ao relacionar a
0 20 40 60 80
Publicar
Proteger e transferir atecnologia
Criar empresa e comercializar
Fazer parceria com empresasinteressadas
outros
possibilidade de abertura de empresas, muito provavelmente as publicações científicas se
sobressaem, uma vez que o grau de risco desta é muito menor.
Quando se questiona o interesse em constituir uma empresa o interesse em publicar
também se reflete, como pode ser visto na figura 3.
Figura 3 Interesse em construir empresa
Fonte: autores
No entanto, ao se referir a incentivar os alunos a constituírem uma empresa, esse discurso
muda, conforme se vê na figura 4.
Figura 4 Incentivo aos alunos para construir empresa.
Fonte: autores
18%
82%
sim
não
93%
7%
sim não
Percebe-se que há pouco interesse por parte dos pesquisadores docentes em empreender,
quando se trata de ser o próprio responsável pela empresa, mas esse interesse aumenta quando se
cita incentivar os alunos a empreenderem a partir dos resultados obtidos nas pesquisas.
Essa pesquisa reflete fortemente a relativa baixa procura pelas atividades de inovação,
incluindo o processo de incubação de empresas na universidade.
Apesar da constatação do baixo interesse em empreender por parte dos pesquisadores
docentes, a pesquisa procurou traçar um perfil e avaliar o impacto dos projetos para incubação
das empresas selecionados no ano de 2012 e oriundos do interior do estado.
5.2 Projetos selecionados no interior
A chamada interna do ano de 2012, pela primeira vez na história da INCUBAL,
possibilitou a inscrição de projetos dos Campi interioranos. Salienta-se que uma das dificuldades
enfrentadas para a abertura dessas vagas foi a falta de espaço físico destinado a atividades de
empreendedorismo, consequência de atrasos na execução de obras de infraestrutura da
instituição. Foram submetidos 8 projetos, sendo aprovados 6 e entre esses, 3 do interior. Fato
inédito, pois 50% de projetos a serem desenvolvidos estavam localizados no Campus Arapiraca,
sendo dois na cidade de Arapiraca. Na chamada interna de 2013, foram aprovados apenas 4
projetos, pois não havia espaço físico para novas empresas, e as candidatas deveriam comprovar
a existência de local para sua instalação na própria unidade acadêmica que a originou.
Novamente, houve a aprovação de um projeto do interior, Campus Arapiraca. Na tabela 1 estão
listadas as empresas.
Tabela 1 Empresa aprovadas localizadas no interior do Estado
Ano Empresa Cidade
2012 Empresa A Penedo
2012 Empresa B Arapiraca
2012 Empresa C Arapiraca
2013 Empresa D Arapiraca
Fonte: autores
EMPRESA A:
Empresa de beneficiamento de pescado. A proposta da empresa era de agregar valor a
produtos oriundos da atividade pesqueira, ainda realizada de forma artesanal na região. Apesar de
proposta bem estruturada, devido à saída do coordenador da equipe para qualificação, foi
solicitado o desligamento do projeto na INCUBADORA. Pretendia-se que essa empresa fosse um
vetor de desenvolvimento regional, pois estaria transformando produtos in natura em produtos
industrializados, utilizando estrutura já iniciada por outra instituição e não utilizada. Envolvia
um docente, um técnico administrativo e dois alunos, todos da Unidade de Ensino Penedo.
EMPRESA B:
Empresa para desenvolvimento de softwares, envolve um docente, um técnico e dois
discentes do Campus Arapiraca. Nasceu a partir de um laboratório de pesquisa de informática.
Apesar de ainda não ter sido formalizada a empresa, o processo está bem adiantado, com grande
empolgação dos envolvidos, os quais buscaram qualificação, principalmente a oferecida pela
INCUBAL. A equipe está se tornando multiplicadora dos conceitos de empreendedorismo, tendo
participado ativamente na edição do START UP WEEKEND realizado em Arapiraca. Mesmo que
não se tenha números empresariais, no momento, conta-se com os participantes do projeto para a
divulgação das atividades voltadas a incubação de empresas.
EMPRESA C:
Visando o desenvolvimento de websites, atua também como gerenciador de conteúdo
online, e-mail marketing e identidade visual, a empresa já se encontra formalizada, aguardando o
processo de graduação. Envolve discentes e ex-discentes da UFAL, tendo modificado a sua
estrutura societária, inicialmente com 4 pessoas. Ao final de 2013, contava com mais 4
colaboradores eventuais, além de estagiários da própria universidade. A empresa visa estar na
liderança do mercado local de desenvolvimento de websites, também começando a prestar
serviços para a capital. Apesar de não apresentar inovação radical, a empresa oferece uma
inovação local.
EMPRESA D:
A ultima empresa a ter seu projeto aprovado é uma empresa de tecnologia que atua na
área de agricultura irrigável, através da prestação de serviços altamente especializados. Utiliza
software de otimização de recursos hídricos, com planejamento de irrigação e drenagem,
podendo ser adequado para cada situação demandada. Envolve um docente em nível de
doutorado, uma mestranda e dois discentes de graduação. Apesar de ser uma empresa nascente,
concorreu ao I Prêmio Alagoano Empreendedor Inovador, com um projeto voltado a otimização
dos recursos hídricos oriundos do canal do Sertão. A premiação, em terceiro lugar, veio
consolidar uma ideia que nasceu da academia e mostrou a grande potencialidade de aplicação
com grandes retornos para a sociedade.
Pode-se perceber que as empresas estão muito focadas em tecnologia da informação e
comunicação (TIC), sendo que somente a primeira iria atuar em outro setor, procurando agregar
tecnologia a um setor bastante tradicional. As empresas B e C atuam no segmento mais
tradicional da TIC, enquanto a terceira aplica a referida tecnologia em um setor ainda carente no
estado e que pode contribuir de forma acentuada para o desenvolvimento regional.
CONCLUSÃO
A estruturação de ambientes com o foco em desenvolvimento é um desafio encontrado
pelos governos de todos os países. A implantação de políticas de atração de grandes empresas,
choques econômicos, fatores sociais e indicadores de inovação proporcionam uma relação
inerente ao processo de desenvolvimento lastreado, também, por infraestrutura que congregue de
maneira satisfatória para alavancar áreas estratégicas do setor produtivo.
A partir da experiência de interiorização do processo de incubação de empresas no estado
de Alagoas, pode se avaliar a importância desempenhada pela UFAL também na área de
empreendedorismo. O impacto das empresas criadas na economia regional ainda é pequeno,
devido à escala de negócios das mesmas. No entanto, consegue-se vislumbrar um possível
posicionamento de vanguarda nas empresas incubadas, seja pelo viés tecnológico, seja pela
referência da sua ligação com a UFAL. Deve-se considerar ainda que a disseminação da cultura
do empreendedorismo está sendo consolidada, podendo ser citadas palestras realizadas, eventos
como o I Encontro Alagoano de Educação Empreendedora, em setembro de 2013, e mais
recentemente, o Start Up Weekend, realizado em Arapiraca em abril de 2014. Como fruto desse
ambiente, voltado para o empreendedorismo inovador, pode-se ressaltar a presença, na chamada
interna para incubação de empresas da UFAL, metade dos projetos localizados nos Campi do
interior.
Por fim, percebe-se que o ambiente proporcionado pela presença da incubadora no
campus Arapiraca estimula o desenvolvimento de várias ações para o fortalecimento do
empreendedorismo na região, tanto para beneficiar a comunidade acadêmica, como para
colaborar com as instituições parceiras locais. O impacto dos novos projetos, somente será
possível conhecer após a formalização do processo de pré-incubação e de incubação.
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