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11| Quarta-feira, 18 de setembro de 2013 |

Contratação de seguro de vida parafuncionários pode tornar-se obrigatória

Uma nova regulamentaçãopode tornar obrigatória a con-tratação de seguro de vida pelosempregadores aos funcionários. Oprojeto de Lei 3.007/2011 obrigatodas as pessoas jurídicas inscritasno Cadastro Nacional do Ministé-rio da Fazenda a proceder àcontratação de seguro de vida comcobertura de morte por qualquercausa aos funcionários, figurandoo empregador como estipulante daapólice. A proposição aguarda oparecer na Comissão de Desenvol-vimento Econômico, Indústria eComércio (CDEIC).

A proposta determina que aapólice de seguro de vida garantaum capital assegurado igual ousuperior a 50 salários mínimos vi-gentes. Sua concessão ao empre-gado deve se dar obrigatoriamentemediante a intermediação do cor-retor de seguros, cabendo ao em-pregador escolher os profissionaise a seguradora.

A proposição prevê ainda que oseguro não constitui salário, massim benefício, não podendo sercomputado na remuneração, nahipótese de cálculos de verbas tra-balhistas. Em contrapartida, o em-pregador poderá abater as despe-sas com a contratação do segurono Imposto de Renda. Se aprova-da, as empresas terão o prazo deum ano para se adequar à nova exi-gência. As pessoas jurídicas queforem constituídas após a publi-cação da lei terão um ano paracumprir as determinações.

Para o diretor da SenzalaCorretora de Seguros, André Cou-

tinho, se aprovada, além de benefi-ciar os funcionários, a medida nãoterá grandes impactos financeirospara o empregador. “Essa é umaforma de a empresa oferecer garan-tias ao funcionário a um baixo cus-to. As pessoas costumam compa-rar com o seguro de automóvel,mas o valor é drasticamente me-nor”, avalia.

O cumprimento da lei não deveser um impeditivo para as micro epequenas empresas, na avaliaçãode Coutinho. Segundo o empresá-rio, se a empresa tiver três funcio-nários, como exemplo, um segurode vida em grupo com importân-cia segurada de R$ 100 mil custa-ria, em média, um total de R$180,00 por ano, para a coberturade morte por qualquer causa.

As atividades que envolvem ouso de máquinas e equipamentoscortantes, pesados ou de grandeporte, em setores como indústria,metalurgia e construção civil, sãoas que oferecem mais riscos aosfuncionários. Coutinho conta que,para essas, normalmente acontratação do seguro de vida é obri-gatória conforme determinaçãoem lei específica ou acordos coleti-vos firmados entre as entidades querepresentam as empresas e os co-laboradores. Essa obrigatoriedade évigente para serviços de panifica-ção e de motoboy, por exemplo. Oseguro também é exigido para es-tagiários. Nesse caso, normalmen-te é requerida apenas a contrataçãode uma apólice de acidentes pesso-ais, que inclui morte e invalidezacidental.

Funcionamento

e modalidades

André Coutinho explica quea apólice de seguro de vida éanual, com renovação automá-tica por igual período, sem li-mite de idade para tal. “Haviaum mito de que a renovação da

apólice seria negada pela segurado-ra se a pessoa estivesse com 65 anosou mais. Isso hoje em dia dificil-mente acontece. O que há é umarestrição para a iniciação de umaapólice para pessoas a partir dessafaixa etária”, esclarece.

Segundo Coutinho, recomen-

da-se que a quantia asseguradaseja a partir de R$ 10 mil, paracada cobertura.

O pagamento pode ser feitoem até 12 vezes. As coberturasbásicas incluem morte (naturalou acidental) e invalidez (aciden-tal ou por doença funcional). En-tretanto, podem ser contratadascoberturas acessórias, tais comono seguro para doenças graves eo chamado Plano Mulher, volta-do exclusivamente para doençasfemininas, especialmente as commaior incidência para o gênero.Além disso, é possível agregar aassistência funeral à apólice.

“Geralmente quando se con-trata o seguro para morte natu-ral, se a causa do óbito for aci-dental, a indenização em funçãoda quantia assegurada duplica,dada a imprevisibilidade do even-to”, ressalta Coutinho.

No seguro de vida em grupo,pode-se contratar uma única apó-lice com importâncias seguradasindividualizadas para cada funci-onário ou fazer o que se chama decapital global. Nessa modalidade,o valor da importância seguradacontratada pelo empregador é ra-teado ente todos os beneficiários,os funcionários. Essa modalidadeé regida pela Guia de Recolhimen-to de FGTS e Previdência Social(GFIP), que deve ser atualizada se-mestralmente.

De acordo com Coutinho, oprocesso de comprovação do sinis-tro e de liberação da indenizaçãono seguro de vida, de maneira ge-ral, é simplificado. Estima-se um

prazo de até 30 dias para a libera-ção dos recursos, após a entrega detodos os documentos solicitadospela seguradora.

Sinduscon-PR promove pales-tra sobre Planejamento Tributáriona Construção Civil

O advogado e consultor jurídi-co do Sinduscon-PR, Dr. Leonardode Paola, irá ministrar palestra paraos associados da entidade sobre Pla-nejamento Tributário na Constru-ção Civil, no dia 24 de setembro,terça-feira, às 18h30, na sede loca-lizada na Rua da Glória, 175, noCentro Cívico.

Dr. Leonardo de Paola é Mestree Doutor em Direito pela UFPR,integrante do Conselho de Assun-tos Tributários da Federação dasIndústrias do Estado do Paraná,membro do Conselho de Tributa-ção e Finanças da Associação Co-mercial do Paraná, Vice-Presidenteda Comissão de Assuntos Tributá-rios da OAB/PR, e sócio de AssisGonçalves, Kloss Neto e De PaolaAdvogados.

Na palestra, ele irá abordarquestões como planejamento xevasão, mecanismos de planeja-mento - estruturas societárias (so-ciedades de propósito específico,sociedades em conta de participa-ção), divisão de operações, rateiosde custos, além de posição do fis-co sobre os casos de planejamen-to.

Associados interessados emparticipar devem confirmar presen-ça pelo telefone (41) 30514335 ouenviar e-mail para [email protected]

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Opinião Adelino Venturi

No limite da leiOs brasileiros vivem hoje uma expectativa histórica de cidada-

nia, com a declaração do voto do ministro Celso de Melo, do Su-premo Tribunal (STF) Federal, que irá desempatar a votação dasemana passada do colegiado da corte sobre os chamados embargosinfringentes impetrados pelos advogados dos réus do chamado casomensalão. O voto a favor dessa estranha figura jurídica para apopulação leiga irá dar aos réus a oportunidade de um novo julga-mento.

Nestes últimos dias, juristas e analistas do espectro jurídico-político-institucional se debruçaram sobre os compêndios do Di-reito e da própria Constituição do país para tentar desvendar oscaminhos que deverão permear o voto do ministro decano do STF.Há um imenso arrazoado contra e a favor na mesma imensidãodos sites e blogs da Internet e nas páginas dos jornais.

Alguns juristas enfatizam o aspecto essencialmente técnico dadecisão.

Para o advogado paulista Amadeu Garrido, “o que pode sensibi-

lizar o decano é um argumento de ordem estritamente jurídica”,mas acrescenta, em tom de questionamento: “Não seria o amplointeresse nacional, o imperativo de não frustrar as expectativasgeneralizadas de dar um fim à corrupção, uma bactéria que abala asaúde de todos os preceitos da Constituição Federal, um preceitoconstitucional de natureza fundamental implícito, portantosubordinante do direito de recorrer com base num regimento, deresto de aplicação duvidosa?”.

Do nosso ponto de vista leigo, pode-se argumentar sobre aprevalência do “amplo interesse nacional”, ou seja: a necessidadeurgente de o povo brasileiro receber do plenário da corte supremado país a sinalização clara de que a cidadania no Brasil é um concei-to insuperável; que, assim, a democracia se oxigena com o ar nãocontaminado por interesses estranhos e menores que cercam esserumoroso caso; que os princípios da ética e da moralidade conti-nuam blindados contra as ameaças de ruptura de suas instituições.

É imperioso argumentar, que a despeito dos defensores de pri-vilégios e arbitrariedades, há noseio da população o nobre sen-timento de justiça. Cabe ques-tionar a visão tecnicista que al-guns defendem, inclusive argu-mentando que se trata de umjulgamento meramente políti-co. De fato, é jurídico-político,

já que a composição do colegiado é feita por decisão política daPresidência da República e aprovação pelo Congresso Nacional.

Isto traz à baila a atitude do ministro novato do STF, LuísRoberto Barroso, que abriu caminho para o quadro atual de empa-te da Ação Penal 470, no que se refere aos famigerados embargosinfringentes. Questionado pelo colega de colegiado, ministroMarco Aurélio, Barroso disse não se importar com a opinião públi-ca. De certa maneira, ele se colocou acima do bem e do mal. E cabeperguntar: há alguém acima das instituições, como o próprio STF?A resposta é simples: há, sim. Há a nação, o povo brasileiro. Nestemomento, a voz do povo pelo fim da corrupção e dos desmandosno seio das instituições é uníssona. Essa unanimidade referencialcoloca o povo acima de qualquer questão. Afinal, as instituições,como o próprio STF, só existem em razão da imperiosidade dopovo se organizar como nação, pelo regime democrático, com di-reito explícito de viver em um país que respira ética e moralidade,cidadania e democracia.

O ministro Celso de Melo está no limite moral da lei e do seupróprio destino como magistrado: o limite do heroísmo ou davilania. Ele tem nas mãos a responsabilidade de brindar os brasi-leiros com uma decisão que consagre o antigo dito popular: a vozdo povo é a voz de Deus.

Adelino Venturi é professor, empresário e membro do Conse-lho de Administração da Associação Comercial, Industrial, Agrí-cola e de Prestação de Serviço (Aciap), de São José dos Pinhais


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