III Seminário Técnico de Planejamento e Mobilidade Urbana 13 de setembro de 2012
Sistemas de Média Capacidade para Transporte Público de Passageiros
Guilherme MedeirosCoordenador TécnicoSC Participações e Parcerias S.A.
Sistemas de Média Capacidade para Transporte Público de Passageiros
Capacidade maior que o ônibus convencional, e inferior à do metrô.
Tipicamente entre 10.000 e 40.000 PHPS
Para pequenas e grandes capacidades, a seleção da tecnologia de transporte é relativamente simples – ou ônibus ou metrô.
A missão fica mais complicada quando o sistema requerido é de média capacidade, devido ao grande universo de tecnologias concorrentes disponíveis.
Universo de Tecnologias de Transporte Disponíveis - em ordem de capacidade
Ônibus BRT VLP VLT
Em nível – capacidade limitada
Universo de Tecnologias de Transporte Disponíveis - em ordem de capacidade
VLP VLT Monotrilho Metrô
Em via segregada ou elevada – maior capacidade
Comparação de capacidade transportada em uma faixa de 8 metros de largura* (passageiros/hora/sentido)
Fonte: JICAObs.: Não inclui os terminais e vias de ultrapassagem
Automóvel
Ônibus
Trem Superfície
VLT
Metrô
0 0.5 1 1.5 2 2.5
2.45
1.05
0.610000000000001
0.56
0.46
Comparação de Eficiência Energética Entre os Sistemas
Consumo de Energia (MJ/pass x km)
Custo estimado para implantação de uma linha de 10km de extensão – comparativo
Metrô
Monotrilho (elevado)
VLT (em nível)
BRT
Ônibus Convencional
Rodovia urbana
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000
2000
700
404
111
55
18
Custo para implantação de 10km (R$ milhões)
Custo (R$ milhões)
ModalidadeCusto (R$ milhões)
Metrô (a) 2000Monotrilho (elevado) (b) 700VLT (em nível) (a)
404BRT (a)
111Ônibus Convencional (a)
55Rodovia urbana (c)
18
Fontes:Lerner (a), PWC (b) e DNIT (c)
BRT – Bus Rapid TransitCaracterísticas
– Ônibus de maior capacidade (até 270 passageiros) rodando em vias exclusivas, com velocidade operacional adequada;
– Cobrança antecipada, embarque em nível, reduzindo o tempo de embarque nas estações;
– Desejável aplicação de sistemas inteligentes de transporte (sincronização semafórica, sistema de informações ao usuário, etc.)
BRT em Bogotá - Colômbia
BRT – Bus Rapid TransitCaracterísticas
Vantagens Desvantagens-Maior capacidade que o sistema de ônibus convencional – carros maiores e com velocidade estável;
-Menor custo operacional por passageiro, comparado com ônibus convencional;
-Indústria nacional capacitada para fornecer o material rodante;
-Maior facilidade de integração com linhas de ônibus convencional;
-Possibilidade de implantação de melhorias progressivas no sistema
-As vias exclusivas ocupam duas faixas da via, podendo causar aumento do congestionamento;
-Capacidade limitada a longo prazo;
-Motores a combustão interna – menor eficiência energética e maior poluição, que pode ser minimizado por combustíveis menos poluentes;
-Caso seja necessária ultrapassagem, ocuparão 4 faixas de rolamento;
BRT – Bus Rapid TransitCaracterísticas
VLP – Veículo Leve Sobre PneusCaracterísticas
– Características similares ao BRT, porém com tração elétrica
– Podem ser feitas composições com mais carros, aumentando a capacidade;
– Pode receber trilho-guia, automatizando a direção. Pode ser totalmente automatizado se for implantado em via elevada (Automatic Guideway Transit);
– Automação pode permitir o aumento da freqüência de viagens (redução do “headway”), aumentando a capacidade;Metro Toulouse - França
VLP – Veículo Leve Sobre PneusCaracterísticas
Vantagens Desvantagens-Se implantado em via elevada e com operação automática (AGT) , maior capacidade que o BRT
-Tração elétrica sobre pneus - menor ruído que os carros com rodas de aço e com motores à combustão;
-Possibilidade de vencer rampas íngremes, devido á maior aderência e maior torque dos motores elétricos, comparado ao motor à combustão
-Não há emissão de gases, devido à tração elétrica
-Alto impacto visual, no caso de implantação em vias elevadas;
-Terminais e estações elevados - Necessidade de implantação de maiores infraestruturas de acesso ao passageiro (escadas rolantes, elevadores, rampas), aumentando o custo e dificultando o acesso;
-Menor flexibilidade, comparado ao BRT, mesmo no caso de via não elevada e não automática – necessidade de eletrificação da via;
Um projeto brasileiro
Fura-fila Paulistão Expresso Tiradentes Metrô Leve Expresso Tiradentes
Projeto de VLP planejado pela SP Trans (Pref. De São Paulo) desde 1995. Foram implantadas apenas as vias elevadas, e atualmente opera com ônibus convencionais e alguns veículos híbridos.
VLT – Veículo Leve Sobre TrilhosCaracterísticas
– Carros menores e mais leves que o trem, assim como a infraestrutura;
– Geralmente com tração elétrica – há casos com motorização a diesel;
– Podem ser feitas composições com vários carros, aumentando a capacidade;
– Geralmente com piso baixo, facilitando o embarque e acessibilidade;
– Trafega geralmente em nível, muitas vezes compartilha o espaço com os automóveis;
– Algumas linhas podem passar pelas praças e locais de grande demanda;Metro Toulouse - França
VLT – Veículo Leve Sobre TrilhosCaracterísticas
Vantagens Desvantagens-Facilidade de acesso, devido ao piso baixo;
-Boa integração com o ambiente urbano;
-Melhor performance energética que o trem convencional - devido ao menor peso;
-Não há emissão de gases, devido à tração elétrica;
-Menor custo de implantação, comparado com qualquer outro sistema guiado sobre trilhos ou sobre pneus;
-Velocidade limitada, por questões de segurança, devido ao fato de transitar em vias não segregadas;
-Impossibilidade de automatização completa, quando em vias não elevadas;
-Capacidade limitada, devido aos fatores acima;
-Possibilidade de acidentes com pedestres e veículos;
-Impossibilidade de vencer rampas íngremes
MonotrilhoCaracterísticas
– Os mais comuns são em via elevada, do tipo “straddle” – sobre viga de concreto;
– Emprega tração elétrica e pneus de borracha;
– A condução pode ser automática ou semi-automática (com ou sem “maquinista”);
– Estrutura de concreto geralmente pré-fabricada, reduzindo o tempo e custo de construção;
– Menor impacto visual urbano, comparado com os sistemas em plataforma;
Monotrilho Kuala Lampur - Malásia
MonotrilhoCaracterísticas
Vantagens Desvantagens-Impacto visual reduzido, comparado com os sistemas elevados em plataforma;
-Maior capacidade que o VLT – velocidade operacional relativamente alta;
-Menor custo de implantação, comparado com qualquer outro sistema em via elevada;
-Ruído inferior aos sistemas com trilhos metálicos;
-Possibilidade de vencer rampas íngremes e curvas fechadas;
-Dificuldade de evacuação em caso de emergência;
-Pneu de borracha com vida útil inferior à roda metálica (250.000 km x 1.000.000km);
-Impacto visual pode ser intolerado em regiões nobres da cidade;
-Custo de implantação maior que o BRT e VLT em nível;
-Estações elevadas – maior custo e dificuldade de acesso.
Sistemas de Média Capacidade para Transporte Público de Passageiros
“Não há uma única tecnologia, certa ou errada, já que tudo depende das circunstâncias locais. Os fatores afetando a escolha tecnológica envolvem investimento (infraestrutura e custo dos terrenos), custos operacionais, considerações de projeto e implementação, desempenho e impactos econômicos, sociais e ambientais.”
Fonte: Manual de BRT – Min. das Cidades
Estudos PredecessoresIndicam a necessidade de Implantação de Sistema de Média
Capacidade
Jul/2010 – PWC – Indica demanda aproximada de 10.000 PHPS no sistema de transporte de ligação ilha-continente
Fev/2012 – JICA – Indica a necessidade de sistema de média capacidade, prioritariamente na ligação Ilha-Continente;
Jul/2012 – Recebimento de propostas de Parceria Público-privadas por meio de PMI;
Estudo SDR / PROSUL – indica a viabilidade de implantação de uma linha de BRT Palhoca-Florianópolis
Treçado PreliminarProposta JICA - Monotrilho
Implantação de uma linha troncal prioritária integrada com os demais sistemas, com previsão de expansão futura.
Desenvolvimento de Um Novo Modelo
- Realização de ampla pesquisa de mobilidade da região metropolitana(origem-detino, preferência declarada, motivos de viagem, etc.)
- Desenvolvimento de um Plano Diretor Metropolitano de Mobilidade, contemplando:
Integração física e tarifária metropolitana;Adoção de tecnologias e sistemas adequados para cada situação/região da cidade;Planejamento Integrado com o uso do solo – o uso do solo pode ser adaptado de modo a reduzir a geração de viagens motorizadas (uso misto do solo);
- Educação – mudança cultural;Estímulo à mudança no comportamento das pessoas – a mudança das soluções individuais de transporte é planejamento pessoal de médio e longo prazo;
E AS SOLUÇÕES DE CURTO PRAZO!!??
Muito Obrigado!
Guilherme Custódio de Medeiros
SC Participações e Parcerias [email protected]
48 3665-3200