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26/08/2016

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ICMS – operação relativa a circulação

de mercadorias

Norma de Crédito - Materialidade e restrições

Professor: Argos Campos Ribeiro Simões

ICMS – POSITIVAÇÃO – Normas estruturais

Constituição Federal

Competência

Incompetência

Princípios (não cumulatividade)

Definições estruturais (base de cálculo, alíquota)

Código Tributário Nacional

Definições sobre estrutura normativa de impostos

Lei Complementar 87/96 e alterações

Definições sobre estrutura normativa do ICMS

Lei Complementar 24/75 (art. 34,§8°, CF/88)

Definições sobre estrutura normativa na concessão e revogação de benefícios ICMS

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ICMS – POSITIVAÇÃO – Normas

instituidoras/regulamentação

Lei Ordinária Estadual (Lei 10.297/96) Instituição do(s) ICMS(s) e dos deveres instrumentais

Regulamento do ICMS, Decreto Estadual Veículo infralegal => não pode inovar => detalhamento

das formas e prazos

ICMS – CF/88

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:

II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior

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Do IVV ao ICMS na CF/88 (materialidades)

CF 1946 => imposto sobre Vendas e Consignações

EC 18/1965 (ampliou a materialidade) ICM

CF 67/ com EC/69 => ICM

CF/1988 => ICMS

ICMS na CF/88 (art. 155, II – materialidades)

Imposto sobre Operações relativas a Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação, ainda que as operações e as prestações tenham início no exterior

Operação: Negócio (bilateral) ou Ato de vontade unilateral?

Relação jurídica (direitos e deveres entre pessoas diferentes)

PROBLEMA: matriz/filial são duas pessoas distintas?

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ICMS na CF/88 (art. 155, II – materialidades)

Imposto sobre Operações relativas a Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação, ainda que as operações e as prestações tenham início no exterior

Circulação

Física? não física? (sempre jurídica)

Com transferência/aquisição de titularidade, disponibilidade, da posse

Propriedade => uso, gozo e disponibilidade (C/V)

Disponibilidade => agir como dono (consignação)

Uso => posse

PROBLEMA: Há circulação entre matriz/filial?

ICMS na CF/88 (art. 155, II – materialidades)

Imposto sobre Operações relativas a Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação, ainda que as operações e as prestações tenham início no exterior

Bem (gênero) => Mercadoria (espécie)

Mercadoria: objeto de mercancia => bem móvel objeto de prestação comercial

Não é propriedade intrínseca

Depende da destinação comercial em determinado momento

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ICMS na CF/88 (art. 155, II – materialidades - definição por

INTENSÃO (atributos, propriedades)

Imposto sobre Operações relativas a Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação, ainda que as operações e as prestações tenham início no exterior

SERVIÇO: esforço humano em benefício de outrem (HUMBERTO ÁVILA)

PRESTAÇÃO DE SV: esforço de pessoas desenvolvido em favor de outrem, com conteúdo econômico, sob regime de direito privado, em caráter negocial, tendente a produzir uma utilidade material ou imaterial.(PAULO AIRES BARRETO)

PRESTADOR, TOMADOR, PREÇO DO SV.

ICMS na CF/88 (art. 155, II – materialidades - definição por

INTENSÃO (atributos, propriedades)

Imposto sobre Operações relativas a Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação, ainda que as operações e as prestações tenham início no exterior

Operação com “início” no exterior: relacionado ao ICMS-importação

Prestação com “início” no exterior: E a prestação de serviços (começa no exterior?)

Comunicação: telefone a cobrar internacional

Transporte: término no Brasil (possibilidade) X internacional

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ICMS – ASPECTOS GERAIS

Princípio Constitucional -não-cumulatividade

Art. 155,§ 2°, I da CF/88: O ICMS será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado, ou pelo DF.

NÃO CUMULATIVIDADE

Artigo 155, §2º, II – CF/88 - A isenção ou a não incidência, salvo determinação em contrário da legislação:

a) - não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou prestações seguintes;

b) - acarretará a anulação do crédito relativo às operações ou prestações anteriores.

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ISENÇÃO & NÃO INCIDÊNCIA

Este rol é exaustivo ou exemplificativo?

Como entender esta não incidência? É só imunidade?

A legislação pode estabelecer outras restrições?

Importância do tema (FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL DE VALIDADE): INIDÔNEO

GUERRA FISCAL

ISENÇÃO & NÃO INCIDÊNCIA

Isenção (Mutilação parcial/Isenção parcial do STF)

Não incidência

Ausência de norma a ser incidida

Ausência de fato (como articulação lingüística) a fazer a incidência (sem linguagem não há incidência como coincidência)

Não há imposto devido no USO E CONSUMO ou na saída de ATIVO

Obstáculo à incidência (Ineficácia Técnica)

Imunidade

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Conceitos Visão normativa do Crédito (direito subjetivo do contribuinte

ou dever do Estado?) => reflexos no prazo do artigo 150, §4º do CTN (atividade a ser “homologada”)

Critério Financeiro de Creditamento

Raiz da não cumulatividade => CRÉDITO

Isenção e não incidência seriam situações exaustivas de obstáculo ao crédito (outras situações de vedação => VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA NÃO CUMULATIVIDADE)

Conceitos

Critério “Físico” de Creditamento

Raiz da não cumulatividade => COMPENSAÇÃO

Conceito de COBRADO => Incidente (Linguagem)

COBRADO = PAGO ???

VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA NÃO CUMULATIVIDADE => OBSTAR UMA COMPENSAÇÃO DE FORMA ILEGAL, INCONSTITUCIONAL

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Art. 146 da CF/88

Papéis das normas gerais veiculadas por lei complementar

(visão dicotômica)

Dispor sobre conflitos de competência

Limitar o poder de tributar (respeito à

não cumulatividade)

Limitação às normas gerais: materialidades tributárias

(já CONCEITUALMENTE previstas na CF/88)

Art. 155, §2º, XII, da CF/88 § 2.º O imposto previsto no inciso II (ICMS) atenderá ao seguinte:

XII - cabe à lei complementar:

c) disciplinar o regime de compensação do imposto;

Art. 155, §2º, X, “a”, CF/88 – O ICMS não incidirá sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores.

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ICMS – NÃO CUMULATIVIDADE –

Lei Complementar 87/96

Art. 23 LC 87/96 – O direito de crédito para efeito de compensação com débito do imposto, reconhecido ao estabelecimento que tenha recebido as mercadorias ou para o qual tenham sido prestados os serviços, está condicionado à idoneidade da documentação e, se for o caso, à escrituração nos prazos e

condições estabelecidos na legislação.

ICMS – NÃO CUMULATIVIDADE

Lei Complementar 87/96

Art. 23 – O direito de crédito para efeito de compensação com débito do imposto, reconhecido ao estabelecimento que tenha recebido as mercadorias ou para o qual tenham sido prestados os serviços, está condicionado à idoneidade da documentação e, se for o caso, à escrituração nos prazos e condições estabelecidos na legislação.

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Crédito Qual a natureza jurídica do crédito?

Moeda escritural (justifica AIIM Saldo Credor)

De valor idêntico ao imposto devido daquele que remete a mercadoria ou presta serviço

Não tem a mesma natureza de montante a ser restituído a título de imposto

É direito subjetivo do contribuinte ou dever do Estado?

Crédito

Qual o momento de nascimento do crédito? Quem cria a norma?

Momento da escrituração em que o contribuinte se coloca como sujeito ativo em face do Estado que deve reconhecer seu direito àquele montante, cujo destino é a compensação.

Prazo para exercer o direito ao crédito Art. 23, Parágrafo único da LC 87/96 - O direito de utilizar o crédito

extingue-se depois de decorridos cinco anos contados da data de emissão do documento.

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ICMS – NÃO CUMULATIVIDADE

Casos Especiais

O crédito deve ser escriturado por seu valor nominal (Art. 38, §2º da Lei Ordinária Paulista 6.374/89)

Caso prático – Correção Monetária de Crédito Extemporâneo e de Saldo Credor

Correção Monetária

Argumentos do Contribuinte

Violação à não cumulatividade

Violação à isonomia (igualdade)

Argumentos do Fisco

Previsão normativa (valor nominal – valor original)

STF

TIT-SP (súmula vinculante)

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Modalidades de crédito

1) Saldo Credor (Créditos > Débitos)

transporte para o período seguinte

Pagamento X Recolhimento

2) Crédito Acumulado proveniente de:

Alíquotas diversificadas (Entrada e Saída).

Operação ou prestação efetuada com redução de base de cálculo.

Operação em que há saída para o exterior.

REGRA-MATRIZ DE INCIDÊNCIA DE DIREITO AO CRÉDITO

- Material => Adquirir MERCADORIA (E NÃO BENS NÃO MERCADORIAS) cujo montante de ICMS tenha sido cobrado em anterior operação

- Temporal => A partir da aquisição jurídica (física ou simbólica) da mercadoria (por um período decadencial de 5 anos a partir da emissão da NF => parágrafo único, art. 20 da LC 87/96)

- Espacial => No Estado/DF onde localizado o estabelecimento recebedor

- Quantitativo => Montante COBRADO em anterior operação (Valor da operação X alíquota => imposto devido para o remetente)

- Subjetivo Ativo => CONTRIBUINTE

- Subjetivo Passivo => ESTADO DO ESTABELECIMENTO ADQUIRENTE

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NÃO CUMULATIVIDADE – RESTRIÇOES - ATIVO

PERMANENTE, USO E CONSUMO, ENERGIA ELÉTRICA e

COMUNICAÇÃO

VEDAÇÕES E ESTORNO

Princípio Constitucional - não-cumulatividade

Art. 155,§ 2°, I CF/88: O ICMS será não

cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado, ou pelo DF.

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Conceitos

Visão normativa do Crédito (direito subjetivo, titularidade ativa exclusiva do contribuinte)

NÃO CUMULATIVIDADE

Artigo 155, §2º, II – CF/88 - A isenção ou a não incidência, salvo determinação em contrário da legislação:

a) - não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou prestações seguintes;

b) - acarretará a anulação do crédito relativo às operações ou prestações anteriores.

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NÃO CUMULATIVIDADE

Art. 155, §2º, XII, “c” – O ICMS atenderá ao seguinte: cabe à lei complementar:

disciplinar o regime de compensação.

ICMS – NÃO CUMULATIVIDADE

Art. 23 LC 87/96 – O direito de crédito para efeito de compensação com débito do imposto, reconhecido ao estabelecimento que tenha recebido as mercadorias ou para o qual tenham sido prestados os serviços, está condicionado à idoneidade da documentação e, se for o caso, à escrituração nos prazos e condições estabelecidos na legislação.

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ICMS – NÃO CUMULATIVIDADE

Art. 19 LC 87/96 (art. 155, §2º, I, CF/88) – O imposto é não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação com o montante cobrado (não necessariamente pago) nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado.

CRÉDITO ATIVO PERMANENTE Art. 20 da Lei Complementar 87/96

Artigo 20 - Para a compensação a que se refere o artigo anterior, é assegurado ao sujeito passivo, o direito de creditar-se do imposto anteriormente cobrado, em operações de que tenha resultado a entrada de mercadoria, real ou simbólica, no estabelecimento, inclusive a destinada ao seu uso ou consumo ou ao ativo permanente, ou ao recebimento de serviços de transporte interestadual e intermunicipal ou de comunicação.

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CRÉDITO ATIVO PERMANENTE

Art. 20 da Lei Complementar 87/96

§ 5º - Para efeito do disposto no caput deste artigo, relativamente aos créditos decorrentes de entrada de mercadorias no estabelecimento destinadas ao ativo permanente, deverá ser observado:

I – a apropriação será feita à razão de um quarenta e oito avos por mês, devendo a primeira fração ser apropriada no mês em que ocorrer a entrada no estabelecimento;

CRÉDITO ATIVO PERMANENTE Art. 20 Lei Complementar 87/96

§ 5º - Para efeito do disposto no caput deste artigo, relativamente aos créditos decorrentes de entrada de mercadorias no estabelecimento destinadas ao ativo permanente, deverá ser observado:

V – na hipótese de alienação dos bens do ativo permanente, antes de decorrido o prazo de 4 (quatro) anos contado da data de sua aquisição, não será admitido, a partir da data da alienação, o creditamento de que trata este parágrafo em relação à fração que corresponderia ao restante do quadriênio.

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CRÉDITO de mercadorias para USO OU CONSUMO Lei Complementar 87/96

Artigo 20 - Para a compensação a que se refere o artigo anterior, é assegurado ao sujeito passivo, o direito de creditar-se do imposto anteriormente cobrado, em operações de que tenha resultado a entrada de mercadoria, real ou simbólica, no estabelecimento, inclusive a destinada ao seu uso ou consumo ou ao ativo permanente, ou ao recebimento de serviços de transporte interestadual e intermunicipal ou de comunicação.

CRÉDITO de mercadorias para USO OU CONSUMO

Lei Complementar 87/96

Art. 33 – Na aplicação do art. 20 observar-se-á o seguinte:

I - somente darão direito de crédito as

mercadorias destinadas ao uso ou consumo do estabelecimento nele entradas a partir de 1o de janeiro de 2020;

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CRÉDITO de Energia Elétrica Lei Complementar 87/96

Art. 33 – Na aplicação do art. 20 observar-se-á o seguinte: II – somente dará direito a crédito a entrada de energia elétrica no

estabelecimento: a) quando for objeto de operação de saída de energia elétrica;

b) quando consumida no processo de industrialização;

c) quando seu consumo resultar em operação de saída ou prestação

para o exterior, na proporção destas sobre as saídas ou prestações totais; e

d) a partir de 1o de janeiro de 2020, nas demais hipóteses;

CRÉDITO de Comunicações Lei Complementar 87/96

IV – somente dará direito a crédito o recebimento de serviços de comunicação utilizados pelo estabelecimento:

a) ao qual tenham sido prestados na execução de serviços da mesma natureza;

b) quando sua utilização resultar em operação de saída ou prestação para o exterior, na proporção desta sobre as saídas ou prestações totais; e

c) a partir de 1o de janeiro de 2020, nas demais

hipóteses.

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DA VEDAÇÃO AO CRÉDITO NA LC 87/96

Art. 20, §1º - Não dão direito a crédito as entradas de mercadorias ou utilização de serviços resultantes de operações ou prestações isentas ou não tributadas, ou que se refiram a mercadorias ou serviços alheios à atividade do estabelecimento.

Art. 20, §2º - Salvo prova em contrário, presumem-se alheios à atividade do estabelecimento os veículos de transporte pessoal.

DA VEDAÇÃO AO CRÉDITO NA LC 87/96

Art. 20, §3º - É vedado o crédito relativo à mercadoria entrada no estabelecimento ou a prestação de serviços a ele feita:

I - para integração ou consumo em processo de industrialização ou produção rural, quando a saída do produto resultante NÃO FOR TRIBUTADA OU ESTIVER ISENTA DO IMPOSTO , exceto se tratar-se de saída para o exterior;

II - para comercialização ou prestação de serviço, quando a saída ou a prestação subseqüente NÃO FOREM TRIBUTADAS OU ESTIVEREM ISENTAS DO IMPOSTO, exceto as destinadas ao exterior.

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DO ESTORNO DE CRÉDITO NA LC 87/96

Art. 21. O sujeito passivo deverá efetuar o estorno do imposto de que se tiver creditado, sempre que o serviço tomado ou a mercadoria entrada no estabelecimento:

I - for objeto de saída ou prestação de serviço não-tributada ou isenta, sendo esta circunstância imprevisível na data da entrada da mercadoria ou da utilização do serviço;

II - for integrada ou consumida em processo de industrialização, quando a saída do produto resultante for não-tributada ou estiver isenta do imposto;

III - vier a ser utilizada em fim alheio à atividade do estabelecimento;

IV - vier a perecer, deteriorar-se ou extraviar-se.

DO ESTORNO DE CRÉDITO NA LC 87/96

Art. 21, § 2° Não se estornam créditos referentes a mercadorias e serviços que venham a ser objeto de operações ou prestações destinadas ao exterior ou de operações com o papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos.


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