Download - Histórias da Fantasia
2012
Agrupamento de
Escolas de Alijó
E.B.2,3 do Pinhão
Do pensamento nasce a palavra….da palavra
nasce a frase … e da frase nasce o texto. Eis um
livrinho de histórias ,fruto da imaginação de
alguns alunos do 8ºA.
HISTÓRIAS DA FANTASIA
Bar para Cães
Era uma vez um homem muito esperto que tinha um bar pouco
movimentado.
Ele estava desesperado, o dinheiro em caixa era insuficiente para sustentar a
família toda.
Certa noite, sentaram-se todos à mesa para falarem sobre este assunto.
Gerou-se uma grande discussão e, por fim, chegaram a uma conclusão:
- Vou fazer uma bebida para cães! Os seus donos, quando não os puderem
levar consigo, deixam-nos no meu bar. – Disse Simão, o marido.
- E não te esqueças de cobrar a entrada, assim sempre lucras mais um pouco!
– Recomendou a filha mais nova, a Márcia.
Dito e feito. O Simão pôs o seu projeto em prática logo no dia seguinte, mas
a bebida só ficou pronta uma semana depois.
O bar já estava personalizado. Na entrada, havia uma bilheteira e uma
passadeira vermelha que ia do princípio ao fim do bar.
No primeiro mês correu tudo às mil maravilhas, até que os cães
começaram
a andar mal dispostos e raivosos, vindo-se a descobrir que as bebidas
continham
álcool.
O Simão foi processado por alguns dos habitantes da aldeia.
Para fazer face aos seus problemas, Simão teve de emigrar, depois de ter
pago um preço elevado pelo crime que cometera.
Afinal, o crime não compensa!
Inês Rodrigues
Um Sonho de Miúdo
Rodrigo sonhava ser jogador de futebol federado. Gostava de jogar no seu
clube favorito, Benfica ou Real Madrid.
Era um rapaz alto, magro e de olhos azuis.
O seu pai não tinha condições para lhe pagar o estágio e, por isso, Rodrigo,
acordava, todos os dias, triste por não poder jogar em nenhum clube.
Porém um dia, acordou feliz, sentia-se motivado para lutar pelos seus
sonhos.
Ao chegar à escola, como não teve aula de matemática foi para o campo
municipal jogar futebol. Teve muita sorte, porque estava lá um olheiro do clube
do Benfica que, ao vê-lo jogar, se interessou por ele e lhe perguntou:
-Estive a observar-te e vi que tens potencial. Tens bom aproveitamento
escolar? Gostarias de fazer um estágio no Benfica?
Ele estava a ver o seu sonho concretizar-se, pois era de facto um bom
aluno, e assim seria mais fácil conseguir o lugar. Havia apenas um problema: o
dinheiro.
-Não posso, era o meu sonho, mas o meu pai não tem condições para
pagar o meu estágio.
-Não te preocupes, isso fica por nossa conta. -disse o olheiro.
-Então tem que falar com o meu pai! – Agradeceu o rapaz, muito
entusiasmado.
O pai aceitou e mostrou-se reconhecido pelo que estava a fazer ao seu
filho.
No final do ano letivo, o Rodrigo teve o que merecia: começou o seu
estágio no Benfica.
Mais tarde, passou pelo Real Madrid, tornando-se um dos melhores
jogadores do Mundo conquistando muitas vitórias e títulos.
Vitor Hugo
O Rapaz do Vício
Avatar, estudante da escola do Pinhão, era viciado em computadores.
Algumas vezes faltava às aulas, pois só queria jogos de computador.
Adorava jogar o TrackMania, jogo de carros de pista.
É um jogo engraçado para passar o tempo, mas, infelizmente, o Alexandre, mais
conhecido por “Avatar” não jogava só para passar o tempo, era mesmo um
viciado, em média jogava 12horas por dia.
Chegava às aulas diariamente com grandes olheiras, pois não dormia,
passava a noite toda a jogar
Certo fim de semana, passou-o quase todo a jogar. Não largou o jogo nem
sequer para comer.
A mãe começou a estranhar a sua ausência e a preocupar-se pois quando
o chamava para comer, ele dizia sempre que não tinha fome e nem sequer saía
do quarto. Ligou ao médico de família para lá ir a casa.
O médico, quando chegou, constatou que o Alexandre estava de porta
trancada, batia e ele não respondia. Preocupadíssimos, arrombaram a porta e,
qual não foi o seu grande espanto, Alexandre estava deitado no chão, inanimado,
frente ao computador.
O médico tentou reanimá-lo, mas… tarde de mais. Alexandre perdera os
sinais vitais, o seu coração deixara de bater!
Alexandre, pelo facto de não se alimentar nem dormir, não aguentara.
Ainda podiam ver-se no ecrã imagens de jogos violentos. Alexandre sofria de um
problema cardíaco, que não fora diagnosticado e não conseguira resistir às
emoções provocadas pela participação em jogos violentos.
Um final trágico mas com uma lição de vida.
“Não jogues como se não houvesse amanhã.” Leonel
Desde que partiste…
Com a tua partida, tudo deixou de fazer sentido. Até o simples facto
de andar se tornou doloroso. Só a partir desse dia, consegui dar-te o
devido valor. Aquele acidente deixou-me destroçada …ver-te
morrer…foi…foi…
Estavas apenas a realizar o teu sonho, ninguém tinha o direito de te
tirar de mim daquela forma.
Vi a mota a afastar-se de ti, mas só quando olhei para o chão e vi
que não reagias, é que percebi que era o fim de toda a minha alegria.
Éramos tão felizes juntos, apesar das muitas discussões e mal-
entendidos, sempre conseguíamos ver o lado bom das coisas. Muitas
vezes até nos ríamos dessas discussões sem jeito. Os nossos olhares
sinceros transmitiam sempre um sentimento de verdadeiro carinho. Foste
tu quem me ensinaste que devemos dar o devido valor à vida. Disseste-
me, um dia, que mesmo que houvesse muita coisa má a acontecer em
nosso redor, deveríamos continuar caminho, pois os nossos sonhos, as
nossas fantasias, e os nossos contos de fadas compensariam qualquer
sentimento.
Desde que morreste que voltei a pensar demasiado nas coisas, a ver
só o lado negativo dos acontecimentos. O meu mundo desmoronou, os
meus sonhos tornaram-se praticamente em pesadelos.
Preciso de ti ao meu lado, preciso do teu apoio, preciso tanto da tua
presença!
Só queria ter permissão para ir ter contigo, estejas tu onde
estiveres…como seria maravilhoso estar junto de ti!
Mónica Martins
O leopardo amigo
Num dia chuvoso, estava eu no meu quarto, sábado à noite, quando, de
repente, alguém bateu à porta.
Eu, contente, desci as escadas muito depressa, pensando que era o meu
pai, que tinha chegado de França. Mas, quando abri a porta olhei simplesmente
para a frente e não vi ninguém, só as densas gotas de água que desciam do céu
cinzento.
Fechei a porta calmamente e voltei para o meu quarto. Desta vez, foi a
porta do meu guarda-roupa que se abriu com um ligeiro ruído e, de lá, apareceu
uma criatura sobre quatro patas. Pensei que era o meu gato Artur, mas quando a
pouca luz bateu no estranho ser, este encolheu-se tapando a sua cabeça com
duas das suas patas.
Eu, com algum receio, cheguei perto dele e destapei o focinho. Percebi que era
um pequeno leopardo, que estava ferido nas costelas e no focinho.
Tratei dele durante dois meses. Cresceu e tornou-se num leopardo forte e
saudável. Por mais estranho que pareça era amistoso e meigo comigo, às vezes
até parecia que compreendia o que eu dizia.
Carla Santos
Uma Cozinheira Nata
Sara Martins, uma cozinheira experiente, natural de Lisboa, começou a sua
carreira aos dezasseis anos.
Adorava cozinhar! Cozinhava todo o tipo de comida, desde uma simples
sobremesa até um banquete para todo o bairro.
Catarina, a sua mãe, dizia-lhe sempre para seguir o seu sonho. Ela tinha
muito gosto que a sua filha fosse uma cozinheira profissional, mas Sara, como
não era descendente de famílias abastadas, não queria sacrificá-la com as
despesas.
Certo dia, Catarina inscreveu a filha num concurso onde seriam sorteadas
uns quantos. A Sara teve a sorte de ter sido uma das escolhidas.
Na 1ª fase do concurso, ela fez um ótimo bolo de caramelo.
Na 2ª foi exigido uma travessa de carne com arroz e, Sara, voltou a
surpreender.
Na terceira foi proposto confeccionar um prato de peixe. Desta vez, Sara
não teve a mesma sorte que as fases anteriores. Não ganhou! O seu peixe estava
muito cozido.
Restava-lhe a quarta e última fase.
Tinha ouvido dizer que teriam de confecionar uma sobremesa. Ela ansiava
por isso. Sempre tivera jeito para as doçarias!
Afinal, sempre tinha que confecionar uma sobremesa. Esforçou-se o mais
que pode para fazer uma bavaroise de castanhas, que ficou divinal.
No dia de decidirem o vencedor, Sara estava muito nervosa, mas como o
esforço compensa, ela foi a feliz vencedora, ganhando o prémio de dez milhões
de euros e uma nova carreira, em Nova Iorque.
Sofia Neves
O desastre do Marco
O Marco vivia numa terra longínqua e era a pessoa mais desastrada
da terra.
Ele era alto, forte, mas muito mentiroso.
Certo dia, naquela terra pequena e com poucos habitantes, teve um
grande desastre. Pegou no carro e bateu violentamente contra uma casa.
Foi como um dominó! As casas estavam tão juntas, que começaram a
desmoronar-se uma a uma.
Ele foi expulso da sua terra e ficou sem carta.
Ele deslocou-se de avião para Nova Iorque e começou uma nova
vida longe dali.
Certo dia, foi a um casino à procura de dinheiro nas máquinas.
Quinze minutos depois, encontrou dez dólares. Na esperança de
enriquecer jogou-os numa máquina e depressa se tornou milionário.
O Marco providenciou que uma empresa de construção civil
construísse as casas que ele destruíra na sua aldeia.
O resto da sua vida foi passado em Nova Iorque.
Sentiu-se bem ao fazer felizes as pessoas da sua aldeia.
Gonçalo Portela
O Solitário
Naquela biblioteca escura, sombria e assustadora existiam prateleiras
poeirentas e frias, onde normalmente colocavam os grandes “calhamaços”.
Um desses “calhamaços” era “O Solitário” (deram-lhe este nome porque ele era
solitário).
Certo dia, à porta da biblioteca estava uma multidão barulhenta e ansiosa
por encontrar o seu livro perfeito.
No meio desta multidão estava Clara, uma menina muito solitária tal como
o livro. Tinha a pele muito branca como a neve, os olhos muito claros e um cabelo
ondulado parecido com as ondas do mar.
Esta menina, como todas as outras pessoas, procurava um livro para reconfortar o
vazio que sentia pela falta de amigos.
Depois de muito procurar, ela encontrou o livro perfeito, encontrou “O Solitário”.
Requisitou-o e levou-o para casa, bem aconchegado na mochila.
Quando lá chegou, abriu-o e folheou as suas páginas, que já tinham passado
por várias experiências e pelas mãos de muita gente. Parecia estar um pouco
maltratado, talvez devido ao fato de ter muitas páginas. Tinha muitas “rugas” na
capa e algumas manchas de café. Possivelmente, alguém o folheou enquanto
tomava o pequeno-almoço!
Começou a lê-lo e, depressa deu conta que era fantástico! Nele viajou, nele
viveu grandes aventuras!
A partir daquele momento, sentiu que um novo amigo tinha encontrado.
Enquanto o teve em seu poder, a sua vida sorriu-lhe. O problema surgiu
quando teve de o entregar.
Muito triste, dirigiu-se à biblioteca.Com lágrimas nos olhos, entregou-o à
bibliotecária, não sem antes se despedir dele.
- Não te preocupes, meu amigo, virei visitar-te todos os dias! E assim o fez.
Era sempre um momento de alegria quando se encontravam. Todos os
dias, Clara descobria uma coisa nova com o seu amigo livro.
Márcia
Uma vida triste
O Leonel, um rapaz alto e convencido, gostava muito de jogar C.S 1.6.
Ele tinha uma vida muito preenchida, porque a escola mal lhe deixava ter
tempo para jogar o seu jogo preferido. De manhã, acordava muito em cima da
hora para ir para a escola, porque se deitava muito tarde, tal era o vício do jogo.
Estava já de férias, quando o Leonel ficou um dia completo a jogar. Ao fim
do dia, a mãe levou-o ao hospital, porque os seus olhos estavam muito
vermelhos. Era uma conjuntivite, problema que surgia sempre em tempo de
férias.
Leonel começou a pouco e pouco a perder a visão. Já usava óculos para ver
televisão ou ler.
A mãe, muito preocupada, disse-lhe:
-Ó filho, para lá de jogar isso, que ainda te rebentam os olhos!
O Leonel a rir-se com o que a mãe dissera, perdeu o jogo.
Quando deu conta ele ficou muito agressivo e fechou-se no quarto, para
tentar recuperar o seu score.
Ficou muitos dias no quarto, e, certa manhã, rebentaram-lhe os olhos sem
a mãe saber.
Muitas horas passaram… e o Leonel não parecia dar sinais de vida.
A mãe, novamente, preocupada, mandou chamar um serralheiro, pois só
havia uma chave do quarto.
Quando o serralheiro chegou, abriu a porta do quarto e foi aí que a mãe do
Leonel reparou no que tinha acontecido. O rapaz estava morto, com os olhos
colados no ecrã.
Depois da sua morte, a mãe proibiu a sua filha mais nova de um dia se vir a viciar
num jogo.
Alexandre Manuel
O Facebook
O João, um belo rapaz de treze anos, passava a maior parte das suas férias
fechado em casa. Adorava estar no Facebook. Para ele aquilo era o máximo.
Dizem que raramente saía para ir dar um mergulho ou mesmo para ir de férias
com a família. Aquilo tornara-se um vício!
No início do ano letivo, a mãe tirou-lhe o computador. Temia que os
resultados escolares não fossem bons, uma vez que o computador era uma
ferramenta de lazer que o acompanhava diariamente. Ele ficou chateado, porque
não tinha forma de ir ao Facebook.
Na escola, conheceu novos colegas, entre eles, a Paula, a sua nova colega
de secretária. Também tinha treze anos e igual paixão pelo Facebook.
A partir daquele dia, o João fazia os trabalhos de casa com a colega de
carteira, pois sempre aproveitavam um tempinho para ir ao facebook.
Pedro Monteiro
Um talento escondido
Num bairro podre de Lisboa, habitava Romeu, um rapaz exemplar a jogar
futebol. Tinha doze anos e era humilde e solitário.
Todos os dias acordava, pegava na sua bola de farrapos e saía porta fora a
correr como se fosse o último dia da sua vida.
Dedicava a manhã ao futebol. Era uma autêntica loucura!
Certo dia, um dos atuais jogadores do Real Madrid, Cristiano Ronaldo,
passou pelo bairro para ajudar as famílias carenciadas. Ao vê-lo a bater com a bola
de farrapos na parede, descalço e sem camisola, teve pena dele. Reparou que
tocava de uma forma especial na bola. Daria um ótimo jogador, se fosse bem
encaminhado, pensou ele.
Aproximou-se dele e perguntou-lhe:
-Como te chamas?
-Romeu. -Respondeu ele, envergonhado.
-Gostas de jogar futebol?
-Sim, dá para ver, não dá?
-E se eu te disser que gostaria de te ver jogar nos infantis do famoso Real Madrid!?
Romeu ficou surpreendido com aquela proposta, mas ao mesmo tempo
muito feliz. Ciente da sua condição social baixa, foi a correr contar a novidade aos
pais.
Eles reforçaram a ideia de que não tinham possibilidades de ele sair do país,
apesar de terem consciência do valor do seu filho.
-Não têm de se preocupar com as despesas, o clube suporta os gastos.. -Revelou
Cristiano Ronaldo.
Ficou acordado de que Romeu partiria duas semanas depois na companhia
de Cristiano.
As malas não foram difíceis de fazer, visto que Romeu tinha pouca roupa.
A viagem foi feita como estava prevista e anos mais tarde,falava-se do
grande Romeu, que se tornara o capitão da equipa do Real Madrid.
Luís Mesquita
Pobreza, talento e humildade
João Carvalho era um menino pobre, que vivia numa aldeia perto de Ponta
Delgada.
A casa era de pedra e nada confortável. Era muito fria!
O futebol era o seu porto de abrigo! Quando estava triste, tinha um bom
remédio: pegava na bola e jogava no seu quintal, sozinho, contra as paredes. Ele
jogava lindamente! O seu sonho era ser jogador profissional.
Os seus pais faziam muitos sacrifícios para o educar, trabalhavam na apanha
da amêijoa no Verão, e no Inverno iam para os campos de trigo. A sua irmã e os
seus avós trabalhavam numa quinta. Mas eles, conhecendo as suas habilidades
futebolísticas e o seu grande sonho, inscreveram-no no clube da aldeia.
Passados dois meses, eis que ele ia jogar para o campeonato de infantis
contra o grandioso Sport Lisboa e Benfica, clube do seu coração. João acordou
nervoso e ansioso, pois era um jogo muito importante, era a sua oportunidade.
Saiu de casa a correr e dirigiu-se para o campo de terra batida, onde a sua equipa
treinava todos os dias. Era o grande dia!
Uma hora e meia depois, o jogo tinha acabado e a sua equipa perdera por 2-
4. João fizera um grande jogo, tinha marcado dois golos e tinha sido um dos
melhores em campo. O treinador do SLB ficou impressionado com o talento de
João e foi falar com o seu pai.
- O seu filho é um ótimo jogador, adorava tê-lo na minha equipa, encaixaria
perfeitamente. O senhor aceita?
- Claro, ele sempre manifestou vontade de jogar no SLB. Tenho de conversar com
ele e com a minha esposa. Logo que possa, dar-lhe-ei uma resposta. -Respondeu
ele certo de que a sua resposta seria afirmativa.
Já estava quase a anoitecer, quando o pai do João já tinha a certeza de que o
seu filho ia jogar no clube dos seus sonhos. João estava radiante! O seu sonho ia
tornar-se realidade. Despediu-se da família e lá foi ele no avião que o guiaria ao seu
destino! Bruno
Um Encontro Inesperado
Francisca Fernandes, uma atriz juvenil portuguesa, começou a sua carreira
aos 12 anos.
Tudo começou, certo dia, quando vinha da escola e foi abordada por duas
mulheres. Elas diziam ser modelos numa das melhores agências de moda nacionais
“Best Face” e que andavam a recrutar novas caras.
Ela, um pouco indecisa, decidiu aceitar.
Passados uns dias, recebeu uma chamada para saber se estaria interessada
numa pequena sessão fotográfica para uma marca de roupa nacional. Ansiosa
comunicou à mãe, que lhe deu logo autorização. Depois da sessão, mal sabia ela o
que a aguardava!
Um mês após terem sido publicadas as fotos, recebeu uma nova chamada.
Desta vez, não era para uma sessão fotográfica, mas sim para fazer parte do elenco
de uma série juvenil muito famosa no país “Morangos com chocolate”.
Como era um trabalho mais difícil não deu uma resposta imediata. Não eram
umas simples fotos, desta vez deveria conversar com os pais. Eles sempre sabiam
mais qualquer coisa do que ela sobre o mundo do espetáculo
Quando chegou à sala, sentou-se no sofá perto deles e começou:
-Mãe, pai, tenho que ter uma conversa convosco … - disse ela.
-O quê é que partiste? – Perguntou o pai, com cara de quem já não estava a gostar
da conversa.
Ela riu-se e respondeu logo: - Nada, pai, é que… acabei de receber uma proposta
para fazer parte de um elenco da série ”Morangos com Chocolate” e…não sei se
deva aceitar ou não.
-Ah, é isso?! Por mim, podes, agora fala aí com a tua mãe, veremos se ela concorda
ou não. – retorquiu o pai, em tom de brincadeira.
- Tu és muito nova, Francisca! Tenho receio de que não consigas aguentar o
trabalho. Lembra-te de que tens de memorizar muitas falas.- Relembrou a mãe.
-Mãe, eu tenho consciência de que terei de abdicar de muitas coisas, em função do
trabalho. – Esclareceu a Francisca.
De imediato, telefonou para a agência a confirmar o seu trabalho.
Conta-se que no fim da série, a Francisca recebeu convites para gravar um
filme em Las Vegas…
Mafalda Nunes