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UNIDADE 2 : DA REPÚBLICA À ERA VARGAS

CAPÍTULO 5 A INSTITUIÇÃO DA REPÚBLICACAPÍTULO 6 SOCIEDADE E ECONOMIA NA PRIMEIRA

REPÚBLICACAPÍTULO 7 REVOLTAS NA PRIMEIRA REPÚBLICA

CAPÍTULO 8 ERA VARGAS (1930-1945)

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A instituição da República

CAPÍTULO 5 – PÁG. 72

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Compreender a organização política da Primeira República;

Conhecer as mudanças implantadas pelo Estado brasileiro na passagem do regime monárquico para o republicano, as medidas de governo e as propostas da primeira Constituição.

o Republicanismo;o Primeira Constituição;o República da Espada.

Objetivos

Palavras-chave:

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O período da história política brasileira que vai de 1889 a 1930 costuma ser designado pelos historiadores de diferentes modos:

República Oligárquica, República do “Café-com-Leite”, República Velha – quando se usa o tempo cronológico como referência – ou Primeira República – denominação utilizada pelo historiador Boris Fausto e que também empregaremos nesta aula.

Os anos entre 1889 e 1894 correspondem aos Governos Militares de Deodoro da Fonseca e de Floriano Peixoto, responsáveis pela instalação e consolidação do Regime Republicano.

Já o período de 1894 a 1930 corresponde à fase em que o país foi governado por civis ligados, em grande parte, à Oligarquia Rural, sobretudo de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

Essa fase foi marcada pela influência dos grandes fazendeiros – principalmente os cafeicultores – muitos deles conhecidos como “Coronéis”.

Na Primeira República, a política funcionava na base de troca de favores. Na economia, além da agricultura exportadora, predominantemente cafeeira,

houve significado desenvolvimento da indústria. Ampliou-se o número de operários, que organizaram os primeiros

movimentos para lutar pelos direitos trabalhistas.

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Republicanismo é a ideologia a qual uma nação é governada como uma república e o chefe de Estado é indicado por métodos não hereditários, frequentemente através de eleições.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Republicanismo

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O governo de D. Pedro II passava por uma grande crise, com muitos desgastes nas relações entre o Estado e suas bases de apoio:

Oposição ao governo imperial por conta do trabalho escravo;

Conflitos entre o Imperador e a Igreja Católica;

Alguns militares não concordavam com o governo de D. Pedro II;

Em 1888, a abolição da escravatura desagradou aos grandes fazendeiros e proprietários de escravos.

FAUSTO, Boris. História Concisa do Brasil, 2 ed – São Paulo, 2009

Imagem: Carneiro & Gaspar/ Retrato de D. Pedro II/ Public Domain.

Final do século XIX:

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Proclamação da República – União entre o exército e os cafeicultores paulistas.

Pretendiam mudar a forma de governo sem revolucionar a sociedade brasileira.

Por isso, não houve interesse, por parte das elites, em convocar a população em geral para participar desse processo

Estes dois grupos, porém, divergiam quanto a forma de governar o país, sendo possível identificarmos dois projetos de governo diferenciados:

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Sendo necessidade de se consolidar a República e evitar uma reação monarquista, a opção política para os primeiros anos do novo formato de governo foi o da direção dos militares, dessa forma temos a República Velha dividida em dois períodos:

República da Espada (1889 – 1894) – dos governos militares, e,

República dos Coronéis (1894 – 1930 ) – dos governos civis ligados aos coronéis.

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REPÚBLICA DA ESPADA (1889 – 1894)

Período em que o Brasil foi governado por dois presidentes militares: Mal. Deodoro da Fonseca (1889 – 1891) e Mal. Floriano Peixoto (1891-1894)

Deodoro da Fonseca

Floriano Peixoto

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Fase provisória

— Governo de Militares— Exército, Fazendeiros do Café,

Camadas Médias Urbanas, Igreja

— República dos Estados Unidos do Brasil

— Marechal Deodoro da FonsecaRui Barbosa

O Governo Mal. Deodoro da Fonseca (1889-1891):

(15/11/1889 – 24/02/1891)

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Medidas Provisórias: Regime federativo Províncias = Estados Fim da Guarda Nacional Dissolução das Câmaras e Assembleias Nomeação de Intendentes e Governadores Reforma do Código Penal Grande Naturalização Convocação da Assembleia Constituinte Banimento da Família Real (17/11/1889) “Ordem e Progresso” na Bandeira Nacional Separação da Igreja do Estado:

# Fim do Padroado e Beneplácito# Secularização dos Cemitérios

# Registro Civil# Casamento Civil

Reformas:# Judiciária# Ensino# Financeira

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REFORMA FINANCEIRA: Encilhamento

17/01/1890: Reforma Financeira (Rui Barbosa)

Razões:# Abolição da Escravidão# Trabalho Assalariado# Emissão monetária# Bancos de SP, BA, RJ, RS# Crédito Popular (Juros módicos)# Estímulo a Indústria e Produção

Interna# Aumento das Tarifas Alfandegárias

a Produtos Estrangeiros# Acordos com os EUA# Represália dos Bancos Ingleses

e Franceses

Emissão de Papel-Moeda sem lastro Especulação na Bolsa de

Valores Crise Econômica

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INFLAÇÃO

•Os bancos emitiram muito mais dinheiro que o necessário.•A circulação de quantidade de moeda superior à produção real da economia trouxe como resultado a inflação.

EMPRES

AS-FANTASMAS

•Criação de empresas-fantasmas para obter o crédito facilitado dos bancos..•o dinheiro emitido não se convertia, em muitos casos, em produção.

ESPECULAÇÃO

FINANCEIRA

•Na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, em busca pelo lucro fácil, comprava-se ações para esperar sua rápida valorização e vendê-las por um preço maior.•A maioria das empresas existiam apenas no papel, ou seja, não produziam nada.

Consequência: gerou uma das maiores crises econômico-financeiras da recém-criada República brasileira, ligada basicamente a três elementos:

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É provável que o nome dado à crise – Encilhamento – tenha surgido da especulação desenfreada.O termo encilhar significa arrear o cavalo, preparando-o para a corrida.Os investidores eram comparados a apostadores tentando a sorte no jogo.

E a febre continua desesperadamente. Caricatura de Pereira Neto sobreo Encilhamento,. Revista Ilustrada, julho de 1890.fundação Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro.

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Rui Barbosa na época do Encilhamento

Pelos seus resultados, a reforma financeira acabou despertando críticas entre os cafeicultores, que não aceitavam medidas que valorizassem mais a indústria que o café, e até mesmo entre os ministros republicanos.

Pressionado, Rui Barbosa demitiu-se do cargo em janeiro de 891.

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A constituição (1891) República Federativa com autonomia para os estados. 3 poderes: executivo, legislativo (bicameral) e judiciário. Voto universal masculino (excluindo-se mulheres, menores de

21 anos, analfabetos, mendigos, padres e soldados)o Voto Aberto , Eleições Diretas A Constituinte elege indiretamente o primeiro PresidentePres. Gen. Deodoro da Fonseca, Vice Gen. Floriano

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Foram mantidos, no início da República, o mecanismo de exclusão que impedia a participação popular nas decisões políticas do país.

No decorrer do período republicano, no entanto, os segmentos sociais excluídos da vida política do país passariam a lutar não só pelo direito de participar, mas também de fazê-lo sem pressões.

Ao longo do século XX: o voto tornou-se secreto e, aos poucos, as mulheres, os religiosos e os analfabetos assim como os jovens maiores de 16 anos, adquiriram o direito de votar.

- Não é por falar mal, mas com

franqueza, eu esperava outra coisa.

Eu também.

REPÚBLICA

MONARQUIA

CHARGE DE k. Lixto publicada na revista Fon-Fon, em 1909. fundação Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro.

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Atritos entre o presidente (avesso à ideia de democracia ou oposição) e o parlamento (controlado majoritariamente por cafeicultores desejosos de maior descentralização política).

Novembro /1891 – Deodoro fecha o congresso e decreta Estado de Sitio. Reação de diversos setores contra o gesto do presidente: cafeicultores,

setores do exército, greve de trabalhadores da Estrada de Ferro Central do Brasil e marinha.

Membros da Marinha – liderados pelo almirante Custódio José de Melo – ameaçaram bombardear o Rio de Janeiro, no episódio que ficou conhecido como Primeira Revolta da Armada.

Diante de situação tão critica, Deodoro renunciou à presidência, em 23 de novembro de 1891.

Seu cargo foi ocupado pelo vice-presidente, Floriano Peixoto.

Governo constitucional de Deodoro da Fonseca (1891)

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Governo de Floriano Peixoto (1891 - 1894):

Consolidador da República (apelidado de “Marechal de Ferro” devido a firmeza de suas atitudes em relação a seus opositores.

Medidas populares no RJ (apoio popular) : redução de aluguéis, construção de casas populares, destruição de cortiços e eliminação de imposto sobre a carne para baixar o preço.

Crise inicial pela posse: “Manifesto dos 13 generais” (1892 – eleições presidenciais, contra ação de Floriano = generais afastados e reformados.

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Revolução Federalista (RS 1893 – 1895)— PRR – Júlio de Castilhos: “castilhistas” ou “ pica-paus”, defensores de

uma república positivista ultracentralizada.X

— PF – Gaspar Silveira Martins: “maragatos”, defensores de maior autonomia para o poder legislativo e descentralização política. Alguns eram antigos membros do partido liberal durante a monarquia, por isso, eram identificados como partidários da monarquia.

— Floriano apoia o PRR de Júlio de Castilhos;— Revolta também conhecida como “Revolução da Degola”. II Revolta da Armada (RJ 1893): novamente a marinha se opõe ao

presidente e ameaça bombardear o RJ. Floriano compra navios dos EUA e reprime os revoltosos. Os revoltosos da armada chegaram a se unir aos federalistas do RS. Ambos foram derrotados.

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Compreendendo Somente respostas Pág. 75 (1 a 3); Pág. 77 (1 a 3 ); De olho na universidade pág. 79 –

questão 1.

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Atividade nº 1

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Sociedade e economia na Primeira República

CAPÍTULO 6 – PÁG. 80

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Trabalhar os conceitos de oligarquia, coronelismo, política dos governadores e política do café com leite;

Comparar as eleições da República Velha com s de hoje;

Refletir sobre o uso da máquina do governo para favorecer um grupo social, tomando por base o Convênio de Taubaté;

Conhecer o processo de industrialização durante a República Velha e compreender a trajetória de grupos de imigrantes entrados no Brasil na época.

o Coronelismo;o Clientelismo;o Voto de cabresto;o Política dos

governadores;

o Política do café com leite;

o Estrutura agroexportadora;

o Imigração.

Objetivos

Palavras-chave:

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Durante o Império, apenas pequena parcela de brasileiros participava das eleições.

Para ser eleitor, era preciso ter uma renda anual de, no mínimo, 100 Mil Réis – em 1881, foi aprovada uma Lei que estabelecia 200 Mil Réis como exigência de renda para o eleitor e excluía o voto dos analfabetos.

Na última década do Império, o país tinha uma população de aproximadamente, 12 Milhões de Habitantes.

Então, apenas 1% participava do processo eleitoral.

Situação política: O Poder dos Grandes Fazendeiros – Sistema Eleitoral

voto masculino

80%ANALFABETOS

20%ALFABETIZADOS

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Com a República, o número de eleitores cresceu em relação ao Império.

Mas não chegou a alcançar 10% da população do país.

Acabou o Voto

Censitário – baseado na renda econômica – e foi instituído o voto aberto masculino para os maiores de 21 anos.

Pág. 81

Voto aberto = “voto de cabresto”

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VOTO ABERTO O voto aberto permitia aos chefes

políticos locais conhecer o voto dos eleitores e, assim, pressioná-los e manipulá-los de acordo com seus interesses políticos.

A Comissão Verificadora no Congresso Nacional, julgava os resultados eleitorais. Mas seu trabalho se realizava em sintonia com os interesses do grupo político dominante no momento.

essa prática de impedir que o candidato da oposição assumisse o cargo para o qual fora eleito ficou conhecida como degola.

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Fotografia do início do séc. XX retratando os líderes políticos do Ceará, entre eles, o padre Cícero, que comandou a política local como apoio dos “coronéis” da região. (pág. 82)

Entretanto, continuavam sem direito a voto as mulheres, os analfabetos, os padres e os soldados.

A rigor, tanto no Império quanto na Primeira República as mulheres e os pobres ficaram excluídos do processo eleitoral.

No Império, a exclusão deu-se principalmente pela renda.

Já na Primeira República, pelo analfabetismo.

Além disso, como o voto era aberto, os chefes políticos locais continuavam interferindo violentamente nas eleições.

Entre eles destacavam-se os Coronéis, razão pela qual esse sistema de dominação ficou conhecido como Coronelismo.

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Coronelismo No Período Regencial, os fazendeiros com postos de comando

na Guarda Nacional recebia o título de “Coronel”. Mesmo depois de extinta a Guarda em 1918, o Título de

Coronel continuou a ser atribuído aos Grandes Proprietários de Terras da Primeira República.

Atualmente, a economia brasileira tem uma produção industrial e agrícola bastante diversificada, além de um destacado e complexo setor de serviços.

Cerca de 80% da população do país vive em áreas urbanas – IBGE 2003.

Durante a Primeira República, a situação era bem diferente, observe:

Em 1920, a economia brasileira era essencialmente agrícola. Quase 70% da população em atividade trabalhava na agricultura.

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Donos de armazéns, médicos, advogados, prefeitos, vereadores, delegados, juízes, padres, professores – todos procuravam se aproximar dos coronéis em busca de favores, o que caracterizava o Clientelismo.

Clientelismo:Na época, era a prática de premiar com Favores Públicos o grupo de pessoas que demonstrava Fidelidade Política aos coronéis.

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Voto de Cabresto Em troca dos “favores”, os Coronéis exigiam que os eleitores

votassem nos candidatos por eles indicados – prefeito, governador, presidente da república, vereadores, deputados e senadores.

Quem se negasse ficava sujeito aos jagunços ou capangas que trabalhavam nas fazendas e compunham grupos armados que perseguiam os inimigos do coronel.

Cumprindo ordens dos fazendeiros, os jagunços procuravam controlar o voto de cada eleitor, pois, como vimos, naquela época a votação não era secreta.

O eleitor declarava publicamente em quem estava votando. O voto abeto, dado sob pressão ficou conhecido como Voto de

Cabresto, expressão popular que significava voto obrigado, imposto pelos Coronéis contra a vontade do Eleitor.

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Além do voto de cabresto, os Coronéis praticavam fraudes para que seus candidatos vencessem as eleições:

Documentos eram falsificados para que menores e analfabetos pudessem votar; pessoas falecidas eram inscritas como eleitoras; urnas eram violadas e votos adulterados.

Muitas fraudes eram feitas também na contagem de votos.Falsificação de documentos para que menores e analfabetos pudessem votar;

Inscrição de pessoas falecidas como eleitoras;

Violação de urnas e adulteração das cédulas de votação;

Contagem errônea dos votos, com favorecimento do candidato do coronel.

FRAUDES ELEITORAIS

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VOTO DE CABRESTO HISTÓRIA . Capítulo 6– pág. 80 Sociedade e economia na Primeira República

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Voto de CabrestoRede de Poder O coronel mais famoso em cada município ou região estabelecia as

alianças com outros fazendeiros para eleger o Governador do Estado. Depois de eleito, o Governador retribuía o apoio recebido dos

coronéis destinando verbas para a construção de obras – como praças, estradas e escolas – nos municípios por eles controlados.

A política Estadual também funcionava, em certa medida, como troca de favores.

Em virtude dessas alianças, o poder político de cada estado tendia a permanecer nas mãos de um mesmo grupo.

No final do mandato, cada Governador passava o poder para um parente ou correligionário.

Nessa rede de transmissão de poder montada pelas Oligarquias Agrárias, o coronelismo desempenhava importante papel, costurando o fio das alianças na base da troca de favores, da dependência política pessoal – Clientelismo – e da corrupção.

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Voto de Cabresto Entretanto, o coronelismo não teve a mesma força política e social em todos os lugares do Brasil.

Em certas regiões do interior do Nordeste, os Coronéis tinham muito poder, organizando até mesmo forças militares próprias.

Já em São Paulo, Minas Gerais e no Rio Grande do Sul, a força do coronelismo dissolvia-se dentro de outras estruturas do poder:

O partido político, a administração do Governo Estadual, etc.

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Voto de CabrestoPolítica dos Governadores

Campos Sales, político e fazendeiro paulista, foi o segundo Presidente Civil da República e um dos principais responsáveis pelo Sistema de Alianças entre Governadores de Estado e Governo Federal.

Esse Sistema de Alianças que ficou conhecido como Política dos Governadores, consistia basicamente na troca de favores.

Os Governadores do Estado davam seu apoio ao Governo Federal, ajudando a eleger Deputados Federais e Senadores favoráveis ao Presidente.

O Presidente, em retribuição, apoiava os Governadores concedendo mais verbas, empregos e favores para seus Aliados Políticos.

Campos Sales

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Voto de CabrestoA política dos Governadores reproduzia, no plano Federal a rede de compromissos e o clientelismo que já ligava os coronéis – chefes políticos municipais – e os Governadores dentro dos Estados.

Nessa época, não existia no país uma Justiça Eleitoral independente.

Havia no Congresso Nacional uma Comissão Verificadora das eleições, para julgar os resultados eleitorais.

Embora fosse órgão do Poder Legislativo, a Comissão Verificadora trabalhava a serviço do Presidente da República e podia distorcer o resultado das urnas, aprovando os nomes dos Deputados e Senadores da situação – que apoiavam o Governo – e impondo obstáculos ao reconhecimento da vitória dos candidatos da oposição.

A Eliminação dos nomes dos adversários ficou conhecida como Degola.

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39Caricatura de Nogueira Accioly, “dono do Ceará”.

Caricatura do oligarca pernambucano, Rosa e Silva, abraçando o Piauí.

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Voto de CabrestoPolítica do Café-com-leite

Por meio de tantas alianças e fraudes, as Oligarquias Agrárias estiveram no poder durante boa parte da Primeira República.

Em São Paulo e em Minas Gerais, elas estavam organizadas em torno de dois partidos políticos: O PRP – Partido Republicano Paulista – e o PRM – Partido Republicano Mineiro.

Fazendo coligações com os proprietários rurais dos demais estados, os políticos de Minas Gerais e de São Paulo lideravam a vida política do país, embora a união dessas Oligarquias não explique toda a história política dessa época.

No entanto, podemos dizer, de modo geral, que quase todos os Presidentes da República desse período foram eleitos com o apoio dos paulistas ligados ao PRP e dos mineiros ligados ao PRM.

São Paulo era o primeiro estado em produção de CAFÉ; Minas Gerais era o segundo e destacava-se também pela produção de LEITE.

Nasceu daí o apelido para a Aliança entre PRP e PRM: Política do Café-com-Leite.

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Presidentes da República Oligárquica (1894-1930)

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Situação EconômicaSituação econômica:

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Situação EconômicaEconomia Basicamente Agrícola

Vimos que o advento do Regime Republicano não provocou alterações substanciais na vida brasileira.

No plano econômico, a estrutura dominante do país manteve seus traços gerais, ou seja, uma economia baseada na produção de matérias-primas e gêneros tropicais destinados à exportação e sujeitas às oscilações do mercado internacional.

Os principais produtos agrícolas de exportação sofriam a concorrência de outros países.

Assim, as exportações brasileiras acabavam se concentrando em um único produto: o Café.

Destacam-se também, no período, as produções de açúcar, algodão, borracha e cacau.

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Voto de Cabresto Na tabela seguinte, podemos observar os produtos agrícolas que se destacaram nas exportações brasileiras no período de 1889 a 1933.

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Café: Líder das Exportações

O Café representou mais de 50% dos lucros das exportações brasileiras durante quase todo o período correspondente à Primeira República.

Sem concorrentes de peso no mercado internacional, o Brasil chegou a abastecer dois terços do mercado mundial de Café.

Entusiasmados com os lucros e contando com a mão-de-obra imigrante assalariada, os cafeicultores aumentaram desmedidamente as plantações.

Como resultado, a produção ultrapassou as necessidades de consumo do produto e, no início do Século XX, a economia cafeeira começou a enfrentar crises de super produção, com a oferta do café maior do que a procura.

Resultado: os preços caíram e acumularam-se imensos estoques do produto.

Em 1905, esses estoques chegaram a 11 Milhões de Sacas de 60 Kg cada, que representavam cerca de 70% do consumo mundial de Um Ano.

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Situação EconômicaConvênio de Taubaté Com o apoio dos Parlamentares Federais, os

fazendeiros de café realizaram, em 1906, na cidade paulista de Taubaté, uma reunião com a finalidade de encontrar soluções para a crise de superprodução.

Nessa reunião, que ficou conhecida como Convenção de Taubaté, os fazendeiros propuseram que o Governo Federal comprasse a produção de café que ultrapassasse a procura do mercado.

O excedente seria estocado pelo Governo para serem vendidos quando os preços normalizassem.

Para comprar esse café o Governo faria empréstimos no exterior.

As propostas do Convênio de Taubaté acabaram sendo aceitas pelo Governo.

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Com a compra do excedente, o preço do café não caía e os cafeicultores não tinham prejuízos. Os estoques do Governo

aumentavam, e nunca aparecida uma boa oportunidade para vendê-los ao mercado externo.

Para os cafeicultores, que continuavam plantando cada vez mais, o prejuízo era um Problema do Governo, pois seus lucros estavam garantidos.

Alguns utilizaram parte desses lucros para investir no setor industrial.

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Situação EconômicaAçúcar: Vendas no Mercado Interno 

O açúcar, que até 1830 era o principal produto brasileiro de exportação. Foi perdendo sua posição devido,

basicamente, à concorrência do açúcar de beterraba produzido na Alemanha, Bélgica e França.

Além disso, a produção do açúcar de cana em Cuba e Porto Rico, ex-colônias espanholas dominadas pelos Estados Unidos, possuía tarifas preferenciais nesse país.

Diante da concorrência internacional, o açúcar produzido no Brasil passou a ser vendido, cada vez mais, no mercado interno.

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Situação EconômicaAlgodão: Consumo Interno

Entre 1821 e 1830, o algodão ocupou o segundo lugar na pauta das exportações brasileiras.

Nas décadas seguintes, entrou em decadência devido à concorrência da produção algodoeira dos Estados Unidos, que gradativamente conquistou o mercado internacional.

Dois fatores influíram em favor da produção Norte-Americana: a menor distância entre os Estados Unidos e a Europa, o que barateava o custo do transporte, e a melhor qualidade dessa produção, que contava com recursos técnicos e grande disponibilidade de mão-de-obra e terras.

Durante a Guerra de Secessão (1861-1865), o norte dos EUA bloqueou as exportações algodoeiras do Sul, e os produtores de algodão do Brasil aproveitaram essa situação para suprir as necessidades das indústrias têxteis da Europa.

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Assim, no período de 1861 a 1870, o algodão voltou a ocupar o segundo lugar na pauta das exportações brasileiras.

Terminada essa década de glória, o produto entrou novamente em declínio no mercado externo.

Sua produção destinou-se, então, às indústrias de fiação e tecelagem em expansão no país.

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Borracha: Fugaz Esplendor Amazônico

Produzida a partir do látex extraído de seringueiras originárias da Amazônia, a borracha tornou-se, a partir de 1840, um produto de crescente procura nos países industrializados. Servia de matéria-prima para a fabricação de pneus,

inicialmente de bicicletas e depois de automóveis. Na Amazônia encontrava-se a maior reserva de seringueiras do

mundo, e o Brasil passou a suprir praticamente toda a demanda mundial de borracha, escoando sua produção pelos por tos de Manaus e Belém. Nessa época, a região amazônica conheceu súbito esplendor,

que, todavia, durou apenas três décadas (1891-1918).

A produção da borracha brasileira exigia constante penetração na mata em busca de seringais nativos.

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Situação Econômica A dificuldade de acesso aos seringais elevava os custos de transporte, fazendo com que os preços da borracha aumentassem.

A produção brasileira era insuficiente para atender a demanda do mercado, e cresciam as necessidades do produto nos centros industrializados.

Nessa conjuntura, países europeus, como Inglaterra e Holanda investiram no cultivo de seringais em áreas de sua dominação colonial – Malásia, Ceilão e Indonésia.

Desenvolvendo um plantio especialmente planejado para o aproveitamento industrial, essas regiões, em pouco tempo, superara o extrativismo praticado nos seringais brasileiros.

A partir de 1920, a borracha brasileira praticamente não tinha mais lugar no mercado internacional.

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Situação EconômicaCacau: Crescimento na Primeira República

Cultivado no Sul da Bahia, principalmente nos municípios de Itabuna e Ilhéus, o cacau teve destino semelhante ao da borracha no mercado externo. Paralelamente ao aumento de consumo de chocolates na Europa e

nos Estados Unidos, a produção brasileira de cacau cresceu durante toda a Primeira República.

Os Ingleses, entretanto, investiram na produção de cacau na região africana da Costa do Ouro, área sob seu domínio – a região da Costa do Ouro, hoje, integra Gana – tal como sucedeu como a borracha em pouco tempo o produto dessa região conquistou os mercados internacionais, fazendo declinar a produção do cacau brasileiro.

Os números deixam claro essa situação: Em 1935, o Brasil exportou 100 Mil Toneladas de cacau, enquanto a Costa do Ouro exportou 260 Mil Toneladas.

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Imigração e IndustrializaçãoMudanças Sociais e Econômicas no País

Juntamente com os Estados Unidos, a Argentina e o Canadá, o Brasil foi um dos países que mais receberam imigrantes – Europeus e Asiáticos – na época contemporânea. No período de 1890 a 1930, estima-se que entraram no país mais de

3,5 Milhões de Imigrantes. Seduzidos por incentivos e anúncios de prosperidade que o Governo

Brasileiro divulgava no exterior, esses imigrantes vinham em busca de trabalho e melhores condições de vida. Muitos sonhavam em enriquecer no Brasil: fare l’América – fazer

a América – como diziam os italianos. Nessas quatro décadas, os Italianos representaram,

aproximadamente, 33% do total dos imigrantes que chegaram ao Brasil, seguidos pelos Portugueses – 29% – e os Espanhóis – 15% – outros grupos percentualmente menores foram os de Alemães, Japoneses, Sírio-libaneses, Russos, Lituanos, Austríacos, etc.

HISTÓRIA . Capítulo 6– pág. 90 Sociedade e economia na Primeira República

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Imigração e Industrialização

Entre os Estados brasileiros, São Paulo recebeu o maior número de imigrantes – cerca de 57% do total – isso se explica, em boa medida, pela expansão da economia cafeeira – que abria milhares de postos de trabalho – e pela política do Governo Paulista de incentivo à imigração – propaganda no exterior, concessão de passagens, alojamentos.

A contínua vinda de imigrantes contribuiu para muitos aspectos da vida social, principalmente nas regiões Sudeste e Sul do país.

Os imigrantes foram responsáveis por transformações na alimentação, nos hábitos e rotinas de trabalho, nos valores culturais, etc.

Imigração e industrialização HISTÓRIA . Capítulo 6– pág. 86 Sociedade e economia na Primeira República

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Imigrantes

ItalianosPortuguesesEspanhóisOutros

23%

29%

15%

Alemães, japoneses, sírio-libaneses, russos, lituanos e austríacos, entre outros.

33%

São Paulo recebeu o maior número de imigrantes (57%), devido a expansão cafeeira e incentivo do governo à imigração

HISTÓRIA . Capítulo 6– pág. 86 Sociedade e economia na Primeira República

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Indústrias e Movimento Operário

A Primeira República (1889-1930), período de grande vigor da economia cafeeira, foi também a época em que a industrialização ganhou impulso, em parte devido à expansão dos cafezais: com as crises de superprodução, muitos produtores de café aplicaram parte de seus lucros na indústria.

HISTÓRIA . Capítulo 6– pág. 86 Sociedade e economia na Primeira República

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Crescimento Industrial Em 1889, havia no Brasil

pouco mais de 600 fábricas, nas quais trabalhavam 54 Mil Operários. Trinta e Um anos depois,

existiam no país cerca de 13 Mil Indústrias, que empregavam 275 Mil operários. Havia ainda 233 Usinas

de Açúcar, onde trabalhavam 18 Mil Operários, e 231 Salinas, que empregavam cerca de 5 Mil Trabalhadores.

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Imigração e Industrialização Concentrando 31% das indústrias, o principal centro da industrialização brasileira era o Estado de São Paulo, onde viviam os mais importantes produtores de café do país.

Em São Paulo havia também um grande número de ex-escravos e imigrantes que viviam do trabalho da agricultura.

Muitos desses trabalhadores deixaram o campo e, em busca de novas oportunidades de vida, acabaram constituindo mão-de-obra para o setor industrial.

Também se destacaram, pela concentração industrial, os estados do Rio Grande do Sul – 13,3% – Rio de Janeiro – 11,5% – Minas Gerais – 9,3%.

Procurando substituir importações – especialmente durante a Primeira Guerra Mundial, que dificultou as exportações européias – a indústria nacional se desenvolveu, dedicando-se principalmente à fabricação de tecidos de algodão, calçados, materiais de construção, alimentos e móveis.

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Em 1928, a renda do setor industrial superou, pela primeira vez, a renda da agricultura.

A industrialização, que dava emprego para um número crescente de operários, foi um fator de mudança na composição da sociedade.

Antes desse período, grande parte da força política e social ficava no setor rural.

Com o avanço da industrialização, o setor urbano cresceu em importância:

Operários e setores médios urbanos passaram a exigir cada vez mais o direito de participar da vida política e econômica do país.

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Jornada de trabalho: segunda a sábado, até 15 horas por dia (às vezes, também aos domingos).

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Lutas Operárias As condições de trabalho do operariado nos anos da

Primeira República eram bastante desfavoráveis. Em geral, trabalhava-se de segunda a sábado, até 15

horas por dia – às vezes, também aos domingos – os operários ganhavam pouquíssimo, o que obrigava toda família a trabalhar.

Não havia salário mínimo, direito a férias, paramento por horas extras ou uma Legislação limitando a extensão da jornada de trabalho.

O trabalhador, quando demitido, não tinha direito a aviso prévio ou qualquer indenização.

As instalações das fábricas geralmente eram ruins, com pouco espaço e ambiente mal iluminados, quentes e sem ventilação, não havia cuidado com a higiene nem com a segurança dos locais de serviço.

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Imigração e Industrialização Assim, eram freqüentes entre os operários os acidentes de trabalho e doenças, cujas principais vítimas eram as crianças – que, às vezes, sofriam outras formas de violência.

Os trabalhadores menores, de 7 a 14 anos, eram as principais vitimas dos mestres – chefe de operários – e contra-mestres – encarregado do comando de equipes de trabalho – que castigavam com espancamentos, sopapos, pontapés e puxões de orelha.

Contra isso, criou-se, em 1917, um Comitê Popular de Agitação contra a exploração de menores operários.

Os mestres e contra-mestres também seduziam as mulheres operárias em troca de máquinas mais produtivas ou de melhores salários.

Caso não cedessem às suas propostas, elas eram perseguidas com multa, descontos ou máquinas enguiçadas.

Os inúmeros acidentes, os baixos salários, as longas jornadas sem descanso provocaram protestos e reivindicações dos operários.

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Imigração e Industrialização Surgiram, então, várias forma de organização operária, entre elas o Sindicato, que lutaram pela conquista de direitos trabalhistas e sociais.

Dentre as correntes políticas que influenciaram o movimento operário, destacou-se, de início, o Anarquismo.

Mas havia outras tendências atuantes no movimento operário, como a Corrente Católica, que procurava afastar os trabalhadores da influência Anarquista e Socialista, e o Sindicalismo Revolucionário, que defendia a greve como principal instrumento de luta dos operários na busca de conquistas amplas.

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A luta Pela Autonomia Feminina No Período Colonial, a grande parte das mulheres de “boa

família” viviam submissas aos homens e trancadas em casa.

Durante o Império, um maior número de mulheres passou a ser visto pelas ruas, embora fosse comum encontrá-las na companhia vigilante do pai ou do marido.

Na República, no entanto, a mulher foi dando passos decisivos para romper o círculo fechado que a oprimia.

A força de trabalho da mulher, passou a ser intensamente requisitada em nossas primeiras fábrica, tornando-se maioria em diversos setores, como o têxtil e o de alimentos.

Apesar de exploradas as mulheres operárias contribuíram na luta pela autonomia feminina, mesmo recebendo salário inferior aos dos homens, igualavam-se a eles ao sair dos lares para trabalhar nas fábricas e completar o reduzido orçamento familiar.

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Fábrica de linhas/tecidos de algodão em São Paulo. Foto de 1917. note a presença significativa de mulheres e crianças.

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Rompendo com a Submissão Elas mostravam que podiam executar outros trabalhos além das tradicionais profissões de enfermeira e professora.

Apesar do elevado número de trabalhadoras presentes nos primeiros estabelecimentos fabris brasileiros, não se deve supor que elas foram progressivamente substituindo os homens e conquistando mercado de trabalho fabril.

Ao contrário, as mulheres vão sendo progressivamente expulsas das fábricas, na medida em que avançam a industrialização e a incorporação da força de trabalho masculina.

As barreiras enfrentadas pelas mulheres para participar do mundo dos negócios eram sempre muito grandes, independentemente da classe social a que pertencessem.

Da variação salarial, à intimidação física, da desqualificação intelectual ao assédio sexual, elas tiveram sempre de lutar contra inúmeros obstáculos para ingressar em um campo definido – pelos homens – como “naturalmente masculino”.

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Um dos fatores que contribuíram para abalar o mito da inferioridade feminina foi o surgimento do cinema no Brasil, em 1907.

Por meio de diversos filmes, as mulheres foram estimuladas a tomar contato com um mundo fora dos limites do lar.

Descobriram um modelo dinâmico de mulher, reflexo de uma sociedade moderna e industrializada.

Belas e encantadoras, muitas personagens femininas de Hollywood eram psicologicamente fortes, determinadas e participativas.

O Advento da República e suas mudanças institucionais fizeram nascer, também, a esperança na aprovação do voto feminino pelos Deputados.

Em 1920, Berta Lutz fundou a Liga pela Emancipação Intelectual da Mulher. Para lutar pela igualdade de salários e pelo Sufrágio Feminino.

No entanto, as mulheres só conquistariam o direito ao voto em meados da década de 1930.

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Imigração e IndustrializaçãoO Anarquismo

É comum usarmos a palavra anarquismo e anarquia com o significado de confusão. Bagunça, desordem, baderna.

Mas esse não é o sentido político do termo: na sua origem grega, anarquia significa ausência de poder.

No plano político, o anarquismo considerava o poder – o domínio de uma pessoa sobre a outra – um grande mal, rejeitando as formas sociais de opressão sobre o indivíduo.

Os Anarquistas defendiam a existência de uma sociedade que funcionava pela cooperação e pela solidariedade entre as pessoas.

Evidentemente, eram contrários à exploração dos empregados pelos patrões.

As ideias anarquistas foram trazidas para o Brasil pelos imigrantes europeus, especialmente italianos e espanhóis, que eram seguidores das ideias do italiano Erico Malatesta e do russo Pedro Kropotkin.

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Imigração e IndustrializaçãoGreve de 1917 e Organizações Operárias

Em julho de 1917, foi organizada em São Paulo a Primeira Greve geral da História do Brasil, provocada pelo descontentamento dos operários com as condições de trabalho às quais estavam submetidos.

As manifestações dos operários, em passeatas pelas ruas, provocaram muitos conflitos com a Polícia.

Num desses conflitos, em 9 de julho, o sapateiro anarquista José Martinez, de 21 anos de idade, morreu baleado.

Esse episódio ampliou o movimento: a greve tornou-se geral, paralisando as fábricas da cidade de São Paulo e de outras regiões do país.

Estima-se entre 50 Mil e 70 Mil Trabalhadores tenham participado dessa greve.

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Imigração e Industrialização Os grevistas reivindicaram aumentos salariais, jornada de trabalho de 8 horas, direito de associação, libertação dos grevistas presos, etc.

Diante da extensão do movimento operário, o Governo e os Industriais resolveram negociar.

Prometeram melhores salários e condições de trabalho, e assumiram o compromisso de não punir os grevistas caso todos voltassem a seus postos. As promessas e os compromissos, no entanto, não foram cumpridos à risca.

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Imigração e Industrialização O último Presidente da Primeira República, Washington Luís, dizia que a questão social era “caso de polícia”.

Para a maior parte dos membros do poder, os protestos dos trabalhadores deviam ser reprimidos com o uso da Violência Policial.

Em 1922, apoiado pelos líderes operários, foi fundado o Partido Comunista do Brasil (PCB), inspirado na Vitória dos Comunistas na Revolução Russa de 1917.

O Partido Comunista foi considerado Ilegal pela polícia logo após a sua fundação, mas continuou a existir Clandestinamente.

HISTÓRIA . Capítulo 6– pág. 86 Sociedade e economia na Primeira República

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Compreendendo Somente respostas Pág. 85 (1 a 7); Pág. 89 (1 a 4); Pág. 95 (1 a 5); De olho na universidade – pág. 98 –

questão 1.

HISTÓRIA . Capítulo 6– pág. 80 Sociedade e economia na Primeira República

Atividade nº 2

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BRASIL

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BRASIL

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Revoltas na Primeira República

CAPÍTULO 7 – PÁG. 99

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Compreender as características das revoltas populares e tenentistas entre fins do século XIX e início do XX;

Identificar as propostas e críticas dos artistas modernistas em relação aos valores culturais que predominavam no país no início do século XX.

o Messianismo;o Cangaço;o Tenentismo;o Modernismo .

Objetivos

Palavras-chave:

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MESSIANISMO Derivada de messias, que significa “o enviado de Deus”, “o salvador”.

O termo messianismo passou a ser utilizado, por historiadores, sociólogos e outros estudiosos, para designar a crença de um grupo de pessoas em um líder político-religioso (líder messiânico), considerado capaz de conduzir determinada coletividade a uma nova era de justiça e felicidade.

Na historiografia do Brasil, o termo costuma ser usado para denominar os movimentos sociais nos quais milhares de sertanejos de áreas rurais pobres fundaram comunidades comandadas por um líder religioso.

Na Primeira República, os dois principais movimentos foram Canudos e Contestado.

Messianismo: Religiosidade e Revolta sertaneja

HISTÓRIA . Capítulo 7– pág. 99 Revoltas na Primeira República

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Líder: Antônio Vicente Mendes Maciel (Conselheiro- 1870);

Governo de Prudente de Morais. Causas: Injusta situação fundiária; Total abandono do estado

sobre as populações mais humildes.

As tensões sociais explodiam com mais frequência nos momentos de seca prolongada;

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REVOLTA DE CANUDOS (BAHIA -1893-1897):

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Opções dos sertanejos: - Emigração – Meios de transporte inviáveis; - Banditismo social – Cangaço; - Misticismo religioso: O apoio do imaginário espiritual, vida

religiosa e mística; Desenvolvia-se em torno de um líder

messiânico, carismático. Antônio Conselheiro percorria o Nordeste

proclamando o Reino de Deus e prestando assistência à população mais pobre:

Discurso cativante - Reuniu seguidores e cangaceiros;

Estabeleceu-se na fazenda de Canudos – Fundação da aldeia de Belo Monte.

HISTÓRIA . Capítulo 7– pág. 99 Revoltas na Primeira República

REVOLTA DE CANUDOS (BAHIA -1893-1897):

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sistema comunitário (colheitas, rebanhos, fruto do trabalho eram repartidos). O excedente era vendido ou trocado com os povoados vizinhos;

Não havia cobrança de tributos;

Eram proibidas a prostituição/bebidas alcoólicas;

CARACTERÍSTICAS

Representava, de certa forma, uma alternativa de sociedade para os sertanejos que fugiam da dominação dos coronéis da região.

HISTÓRIA . Capítulo 7– pág. 99 Revoltas na Primeira República

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HISTÓRIA . Capítulo 7– pág. 99 Revoltas na Primeira República

REVOLTA DE CANUDOS (BAHIA -1893-1897):

Conselheiro criticava o governo republicano – Visto como manifestação anticristo:

- Casamento civil; - Eleições diretas; Apelava-se para um Salvador, o Rei

português – Atribuição de Conselheiro a monarquista.

Primeira expedição de 100 homens do exército foi massacrada por Canudos;

Segunda expedição de 500 soldados, metralhadoras e canhões fracassaram a caminho de Canudos;

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HISTÓRIA . Capítulo 7– pág. 99 Revoltas na Primeira República

REVOLTA DE CANUDOS (BAHIA -1893-1897):

Terceira expedição de 1300 homens do sul do país, comandados pelo vencedor da Revolução Federalista fracassou;

Quarta expedição de 15000 soldados montou um cerco em Canudos;

O próprio ministro da Guerra partiu para Canudos com mais reforços;

Intenso bombardeio a Canudos, que estava sem suprimentos – A população continuava a crescer, demonstrando ser preferível morrer ao lado de Conselheiro a levar uma vida miserável;

5 de outubro de 1897 – Derrota de Canudos.

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REVOLTA DE CANUDOS (BAHIA -1893-1897):

Vejamos um trecho de uma das últimas páginas de Os Sertões, em que é narrada a destruição de Canudos:

Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda história, resistiu até ao esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente cinco mil soldados.

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Resistência sertaneja.

A interpretação de Euclides da Cunha.

Pág. 102 Documento:Em Questão:

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Guerra do Contestado (1912 – 1916)

Ocorreu na fronteira entre Paraná e Sant Catarina, em uma região contestada (disputada) pelos dois estados.

Por isso, o movimento ficou conhecido como Contestado.

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Antecedentes gerais Sertanejos estabelecidos

na região do Contestado, vivendo da extração de erva-mate e de madeira e da criação de gado desde o século XVIII.

Com o início da construção de uma ferrovia que ligaria São Paulo ao Rio Grande do Sul, em 1890, muitos deles foram desalojados dessas terras, perdendo também seu meio de vida.

trabalho

Empresas estadunidenses

Brazil Railway (concluir ferrovia)

Southern Brazil Lamber and Colonization

(exploração madeira)

Fazendeiros locais

HISTÓRIA . Capítulo 7– pág. 99 Revoltas na Primeira República

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Os problemas sociais e a disputa pela terra agravaram-se quando a Brazil Railway : contratação de trabalhadores de outros estados com baixos salários; demissão de todos os funcionários quando a ferrovia ficou pronta.

Os trabalhadores passaram a perambular pela região, saqueando, invadindo propriedades e até se oferecendo como jagunços aos coronéis

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Fundação de povoados Sem terra e famintos, os sertanejos do

Contestado começaram a se organizar sob a liderança de um “monge” chamado João Maria. Após sua morte, seu lugar foi ocupado por outro “monge”, Miguel Lucena Boaventura, conhecido como José Maria.

José Maria reuniu mais de 20 mil sertanejos e fundou com eles alguns povoados que compunham a chamada Monarquia Celeste, que tinha um governo próprio e normas igualitárias, não obedecendo às ordens das autoridades da República.

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Combate aos sertanejos

Objetivo : destruir a organização comunitária e expulsar os sertanejos das terras que ocupavam (coronéis-fazendeiros, dirigentes das empresas estrangeiras, tropas do governo).

Em 1912, José Maria foi morto em combate. Criaram-se novos núcleos da Monarquia Celeste.

Em 1916, os últimos núcleos foram arrasados por tropas (canhões, metralhadoras, aviões de bombardeio)

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Revolta de Juazeiro (CE – 1914) Também conhecida como Sedição

de Juazeiro, foi uma revolta de caráter popular, embora liderada pelos coronéis da região, que ocorreu no sertão do Nordeste em 1914.

A revolta foi liderada pelo padre Cícero Romão Batista e pelo médico e político Floro Bartolomeu da Costa.

Teve como epicentro a cidade de Juazeiro do Norte, localizada no sertão do Cariri (interior do estado do Ceará).

Floro Bartolomeu e Padre Cícero

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Revolta de Juazeiro (CE – 1914) Causa: Intervenção do governo central no

Ceará, retirando do poder a tradicional família Accioly.

Padre Cícero lidera um exército formado por fiéis que recuperam o poder para a tradicional família.

Reação do governo e consequências- A revolta foi violenta, resultando em

muitas mortes. O governo federal resolveu ceder, anulou a intervenção no governo cearense e devolveu o poder à família Accioly.

- Prestígio político do Padre Cícero aumenta.

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Cangaço : revolta e violência no Nordeste Banditismo social; Bandos armados que

percorriam o interior nordestino sobrevivendo de delitos.

Principais bandos: Lampião e Corisco.

Causas: miséria crônica da população nordestina, seca, má distribuição de terras, descaso do Estado e dos coronéis para com os mais pobres, violência.

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Mito do “Robin Hood”. Os cangaceiros foram

perseguidos pela polícia volante e exterminados um a um.

Eram os únicos que despertavam medo nos coronéis, justamente por não terem perspectiva de melhorar sua condição e portanto não precisar temer o desrespeito das leis vigentes.

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Rei do Cangaço Entre os mais conhecidos grupos

de cangaceiros, destacaram-se o de Antônio Silvino (1875-1944) e o de Virgulino Ferreira, mais conhecido como Lampião (1897-1938), considerado o “Rei do Cangaço”.

Ele e sua mulher, Maria Bonita (que viviam com o bando), se tornariam os personagens mais famosos do cangaço.

Depois que, a polícia massacrou o bando de Lampião, em 1938, durante o governo de Getúlio Vargas, o cangaço praticamente desapareceu no Nordeste.

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Dadá e Corisco

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1938 – fim do bando de Lampião

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Diferentes mobilizações na Capital da República.Na primeira metade do Século XX, diferentes movimentos agitaram a cidade do Rio de Janeiro, então Capital da República:

– Revolta da Vacina;– Revolta da Chibata e;– Tenentismo.

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Revolta da Vacina (RJ - 1904) Projeto de modernização do RJ (Presidente Rodrigues Alves). Destruição de cortiços e favelas, ampliação das avenidas,

construção de novos prédios inspirando-se em Paris. Expulsão de comunidades pobres das regiões centrais,

inflação, alta do custo de vida. Vacinação obrigatória contra a varíola (Oswaldo Cruz)

desencadeia conflito. Durante o conflito, um grupo de partidários radicais do

Marechal Floriano Peixoto, tenta tomar o poder, não obtendo resultados satisfatórios.

Repressão do governo. Sem maiores consequências.

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Reforma da capital

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Em questão: Descontentamento

E revolta dos excluídos

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Revolta da Chibata (1910)

Líder: João Cândido, posteriormente apelidado de “Almirante Negro”.

Causas: maus tratos, baixos soldos, péssima alimentação e castigos corporais (como a chibata, por exemplo) dentro da marinha.

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Revolta da Chibata (1910) Marinheiros tomam 2 navios e

ameaçam bombardear o Rio caso continuassem os castigos na marinha.

Governo promete atender as reinvindicações e solicita que marinheiros se entregassem.

Envolvidos foram presos e mortos. João Cândido sobrevive mas é expulso da marinha.

Castigos corporais na marinha são abolidos.

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TENENTISMO (1922-1926) Movimento da baixa oficialidade do

exército (tenentes e capitães). Classe média urbana e letrada. Contra o poder central das

oligarquias. Objetivos: moralização política (voto

secreto, fim das fraudes, afastamento do controle oligárquico), ensino obrigatório, centralização positivista.

Programa elitista – para o povo, mas sem o povo.

Consideravam a “salvação nacional”.

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Page 112: História do Brasil: da República a Era Vargas

Revolta do Forte de Copacabana (1922) Início: 5 de julho de 1922, no

Forte de Copacabana. Causa: impedir a posse do

presidente Artur Bernardes. Desfecho: 17 tenentes e um

civil saíram às ruas para o combate corpo a corpo com as tropas opositoras. Saíram com vida: Tenentes Eduardo Gomes e Siqueira Campos.

Esse episódio ficou conhecido como Revolta do Forte de Copacabana ou Os Dezoito do Forte

HISTÓRIA . Capítulo 7– pág. 99 Revoltas na Primeira República

Page 113: História do Brasil: da República a Era Vargas

Onde: Rio Grande do Sul e São Paulo. Em São Paulo, liderada pelo general Isidoro Dias Lopes, pelo

tenente Juarez Távora e por políticos como Nilo Peçanha. Os revoltosos ocuparam lugares estratégicos da cidade,

travando diversas batalhas com as forças governamentais. O governo paulista viu-se obrigado a fugir da capital. Recebe

reforços militares do Rio de Janeiro. Após vinte dias, os rebeldes desistiram e abandonaram São

Paulo. Formou-se, então , uma numerosa e bem armada tropa de rebeldes – a chamada Coluna Paulista , liderada pelo militar Miguel Costa, que segui para o sul do país, ao encontro de outra coluna militar tenentista: era a tropa liderada pelo capitão Luís Carlos Prestes, que partira do Rio Grande do Sul.

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Revoltas de 1924

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Coluna Prestes (1924 – 1926): Líder: Luís Carlos Prestes (“o Cavaleiro da

Esperança”). Marcha pelo interior do Brasil tentando debilitar

o governo de Arthur Bernardes e conseguindo mais adeptos para a causa tenentista.

Caráter social mais amplo: alguns mencionavam o desejo pelo voto feminino e pela reforma agrária.

Fracassou. Seus integrantes se exilaram na Bolívia. Alguns retornaram ao Brasil posteriormente.

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- RENOVAÇÃO NAS ARTES BRASILEIRAS

São Paulo, Fevereiro de 1922.

Crítica aos padrões artísticos e literários formais (métrica, rima, saudosismo, sentimentalismo).

Criação de uma nova estética sem fórmulas fixas e limitadoras da criatividade.

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MODERNISMO

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“Paulicéia Desvairada” – Mário de Andrade: primeira obra modernista.

Principais representantes: Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Menotti del Picchia (literatura), Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti (pintura), Villa-Lobos (música), Vitor Brecherest (escultura).

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AbaporuTarsila do Amaral

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Di Cavalcante

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Na música Villa-Lobos trazia o folclore e os costumes populares brasileiros na forma de composições como ”A Fiandeira”, “Cascavel”, “Camponesa cantadeira” e “Festim Pagão”.

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Compreendendo Somente respostas Pág. 103 (1 e 2 ); Pág. 104 (1 a 3); Pág. 110 (1 a 4); Pág. 112 (1) De olho na universidade – pág. 115

– questão 1.

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Atividade nº 3


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