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HABEAS CORPUS
1 CONCEITO
O Habeas Corpus é a ferramente constitucionalmente assegurada (Art. 5º,
LXVIII, da CF) que almeja a tutela do nosso direito liquido e certo de locomoção,
contra ilegalidade ou abuso de poder atual ou iminente que comprometa o nosso
direito de ir, de vir e de ficar.
2 NATUREZA JURÍDICA
2.1 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
No CPP o Habeas Corpus é considerado um recurso.
2.2 AÇÃO AUTONOMA DE IMPUGNAÇÃO
Possui caráter popular e com previsão constitucional.
3 LEGITIMIDADE
3.1 LEGITIMIDADE ATIVA
Qualquer pessoa. Advertência: Dentro da legitimidade ativa, incluímos os
menores, os loucos, a pessoa jurídica e até mesmo o analfabeto. Conclusão: só
não se admite Habeas Corpus apócrifo (anônimo).
3.2 LEGITIMIDADE PASSIVA
Ela é inerente ao autor da ilegalidade ou do abuso de poder, normalmente é
um funcionário público e excepcionalmente é um particular, notadamente nas
relações médico-hospitalares.
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3.3 PACIENTE
É o beneficiado pela ação de Habeas Corpus, a pessoa física que tem a sua
liberdade de locomoção cerceada ou em risco. Advertência: Vale lembrar que o
Habeas Corpus não será impetrado em favor da pessoa jurídica ou de animais.
4 MODALIDADES
4.1 REPRESSIVO
Nele, a liberdade de locomoção já foi cerceada, e vamos pleitear a expedição
de alvará de soltura, em face da procedência da ordem.
4.2 PREVENTIVO
Nele, existe um risco iminente a liberdade de locomoção, e vamos pleitear em
razão da procedência da ordem, a expedição de salvo conduto.
4.3 SUSPENSIVO
Nele, já existe mandado prisional expedido que ainda não foi cumprido,
portanto, vamos pleitear a expedição de uma contra ordem ou de um contra
mandado de prisão.
4.4 TRANCATIVO
É aquele que se almeja exntinguir de imediato uma investigação
manifestamente ilegal ou um processo patentemente arbitrário, na peça vamos
requerer que o procedimento em curso seja imediatamente trancado.
4.5 NULIFICADOR
Almeja-se na peça que o ato viciado seja declarado nulo e por
desdobramento lógico os atos decorrentes dele também sejam declarados nulos.
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4.6 PARA EXNTIÇÃO DA PUNIBILIDADE
Almeja-se na peça a declaração da extinção da punibilidade, pela prescrição
ou por qualquer outra causa extintiva.
Advertência: Vale lembrar que no preâmbulo da peça não é necessário
promover a respectiva especificação.
Advertência 2: Se a OAB requerer no caso concreto a peça privativa de
advogado ou o recurso cabível para impugnar a decisão, o Habeas Corpus estará
automaticamente afastado.
5 HIPÓTESES DE CABIMENTO (TESES)
Advertência: O Art. 648 do CPP, de forma não exaustiva, nos dá as hipóteses
de cabimento do HC.
5.1 POR AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA
OBS1: Enquadramento da expressão justa causa.
a) Ausência de legalidade ‘’lato senso’’
b) Ausência de lastro probatório mínimo dando sustentabilidade ao
inquérito/processo/prisão/cautelar.
OBS2: Consquências se não houver justa causa:
a) Prisão: Ilegal > Relaxada > Alvará de soltura
b) Inquérito Policial: trancado
c) Processo: trancado
5.2 QUANDO O AGENTE ESTÁ PRESO POR MAIS TEMPO DO QUE A LEI
DETERMINA
OBS: Vale lembrar que a prisão temporária é a única que possui prazo de
duração, superado o prazo e mantido o cárcere, esta prisão se transformará em
ilegal, devendo ser relaxada, com a expedição do competente alvará de soltura.
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5.3 QUANDO A AUTORIDADE COATORA É INCOMPETENTE
OBS: Consquências
a) Quando decreta prisão: ilegal > relaxada
b) Preside o processo: neste caso os atos processuais praticados devem ser
declarados nulos (Art. 567, CPP) e os autos do processo serão remetidos
ao juízo competente.
5.4 QUANDO HOUVER CESSADO O MOTIVO DA COAÇÃO
OBS: Vale lembrar que a prisão preventiva se estende enquanto houver
necessidade, que é medida pela presença das suas hipóteses de decretação (Art.
312, CPP), se elas desparecem, a preventiva será revogada, pleiteando-se para
tanto a expedição de alvará de soltura, o que pode ser feito no Habeas Corpus.
5.5 QUANDO O AGENTE NÃO É ADMITIDO A PRESTAR FIANÇA
OBS: Liberdade provisória mediante fiança é um verdadeiro direito do agente,
desde que ele não se enquadre nas limitações propostas pelos artigos 323 e 324 do
CPP, e os parâmetros de valor estão arbitrados nos artigos 325 e 326 do CPP.
OBS2: O delegado pode arbitrar fiança nos crimes com pena máxima de até 4
anos, superado este patamar, só o juiz poderá fazê-lo (Art. 322, CPP).
OBS3: Neste caso, impetramos HC almejando que a fiança seja arbitrada,
nos termos dos artigos 325 e 326 do CPP, expedindo-se para tanto o competente
alvará de soltura. Advertência: vale lembrar que se o agente não for admitido a
usufruir da liberdade provisória sem fiança, também caberá HC, já que o inciso V do
Art. 648 do CPP, admite interpretação extensiva.
5.6 QUANDO O PROCESSO FOR MANIFESTAMENTE NULO
OBS: Neste caso, vamos pleitear o reconhecimento da nulidade do processo
que deve ser reconstruído a partir da ocorrência do vício.
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5.7 SE ESTIVER EXTINTA A PUNIBILIDADE
OBS: Neste caso, almejamos a declaração da extinção da punibilidade pela
prescrição ou por qualquer outra causa. (Art. 107 do CP).
6 COMPETÊNCIA PARA JULGAR O HABEAS CORPUS (ENDEREÇAMENTO)
Advertência: Normalmente se estabelece em virtude de quem seja a
autoridade coatora.
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