GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª edição. São
Paulo: Atlas, 2002.
Resenha por: Jean Lopes
No livro ora resenhado, Gil (2002) apresenta de maneira didática e
simples, fundamentos que orientam na formulação de projetos de pesquisa,
como o próprio autor afirma, não se trata de uma receita, mas de um manual
para ajudar na empreitada, principalmente dos iniciantes.
O livro, composto por dezesseis capítulos aborda como planejar,
iniciar, desenvolver e concluir pesquisas, detalhando procedimentos cabíveis
em cada ponto desse percurso. Gil (2002) inicia explicando o que é uma
pesquisa e por que realizar pesquisas. Ao explicar por que se faz pesquisa, Gil
(2002) aponta dois motivos, o primeiro seria “O desejo de conhecer pela
própria satisfação” e o segundo “o desejo de conhecer para fazer algo de
maneira diferente”.
Em seguida, Gil (2002) aponta quais os recursos necessários para
realizar uma pesquisa, nesse ponto menciona desde características pessoais
do pesquisador, até os recursos financeiros, atentando para a importância de
ter recursos financeiros, humanos e materiais, para isso afirma que o
pesquisador deve também assumir “funções administrativas”, e ter claras as
dimensões da pesquisa nos seus diversos aspectos.
O autor aponta quais elementos devem existir em um projeto de
pesquisa apresentando 10 elementos que corriqueiramente estão presentes
em projetos, todavia, enfatiza que não há um padrão específico para
elaboração de projetos de pesquisa, posteriormente, propõe um fluxo que
possibilite identificar as etapas de uma pesquisa.
No segundo capítulo, o autor se concentra no problema da pesquisa
e inicia conceituando o que é um problema, trazendo seu conceito segundo o
dicionário. O autor afirma que existem três tipos de problemas, são eles:
problema científico, problema de engenharia e problema de valor. Ao definir e
dar exemplos de cada um deles, o autor afirma que o problema da pesquisa
deve ser científico, ou seja, composto por variáveis. Gil (2002) ressalta os
cuidados que devem ser adotados ao elaborar um problema de pesquisa,
afirma ainda que, o problema deve ser claro e exequível.
No terceiro capítulo do livro, o autor discorre sobre procedimentos
para a elaboração de hipóteses, as definindo como uma solução possível para
o problema apresentado, podendo ser declarada verdadeira ou falsa. Gil (2002)
afirma ainda que as hipóteses podem apresentar relação de dependência entre
as variáveis e que podem ser simétricas ou assimétricas. O autor segue
afirmando que as hipóteses podem ser oriundas de observação; resultados de
outras pesquisas; teorias e; intuição, asseverando que a hipótese deve ser
lógica e verificável, além de permitir a utilização de técnicas para sua
comprovação. Ao final o autor ressalta que as hipóteses podem estar presentes
de forma expressa ou implícitas em um projeto.
No capítulo quatro, o autor apresenta elementos que possibilitam
classificar as pesquisas com bases nos objetivos definidos pelo pesquisador,
afirmando que há três categorias de classificação, segundo objetivos, são elas:
exploratória, descritiva e explicativa. A seguir, define as características de cada
uma delas. Pesquisas exploratórias:
Estas pesquisas têm como objetivo proporcionar maior familiaridade
com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir
hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo
principal o aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições.
(Gil, 2002, p. 41)
Segue descrevendo pesquisa descritiva como aquela que utiliza
procedimentos e técnicas padronizados de coletas de dados e que:
São incluídas neste grupo as pesquisas que têm por objetivo levantar
as opiniões, atitudes e crenças de uma população. Também são
pesquisas descritivas aquelas que visam descobrir a existência de
associações entre variáveis, como, por exemplo, as pesquisas
eleitorais que indicam a relação entre preferência político-partidária e
nível de rendimentos ou de escolaridade. (Gil, 2002, p. 42)
Quanto às pesquisas classificadas como sendo de caráter explicativo o autor
as define da seguinte forma:
Essas pesquisas têm como preocupação central identificar os fatores
que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos
fenômenos. Esse é o tipo de pesquisa que mais aprofunda o
conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porquê das
coisas. (Gil, 2002, p. 42)
No decorrer do texto, o autor passa a classificar as pesquisas quanto
aos seus procedimentos técnicos, neste momento Gil (2002) apresenta dez
definições de pesquisas segundo procedimentos, são elas: pesquisa
bibliográfica; pesquisa documental; pesquisa experimental; pesquisa ex-post
facto; pesquisa de coorte; levantamento; estudo de campo; estudo de caso;
pesquisa-ação e; pesquisa participante. Apontadas essas classificações, Gil
(2002), passa a descrever detalhadamente, o passo a passo de cada uma
dessas técnicas de pesquisa, desde seu planejamento, passando pelas etapas
de coleta de material até a análise dos dados em cada técnica. Vale destacar
que, algumas técnicas são bastante semelhantes, diferenciando-se por
pequenos detalhes.