FORMAÇÃO DO ARTISTA DA DANÇA E DO PÚBLICO DE DANÇA: DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS
Educação e cultura são indissociáveis e indispensáveis.
A arte deve fazer parte do processo
educacional e da vida cultural da criança
e do jovem,
de todo e qualquer cidadão.
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Com a Nova LDB 9.394/96, (Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional), a área de Arte é considerada
obrigatória na educação básica: “o ensino da arte
constituirá componente curricular obrigatório, nos
diversos níveis de educação básica, de forma a
promover o desenvolvimento cultural dos alunos”.
Artes Visuais, Música, Teatro e Dança, as quatro
linguagens que compõe a área de Arte podem ser
oferecidas não apenas como atividade, mas, como
disciplinas do currículo.
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“A educação em arte propicia o desenvolvimento do
pensamento artístico e da percepção estética, que
caracterizam um modo próprio de ordenar e dar sentido
à experiência humana: o aluno desenvolve sua
sensibilidade, percepção e imaginação, tanto ao realizar
formas artísticas quanto na ação de apreciar e conhecer
formas produzidas por ele e pelos colegas, pela natureza
e nas diferentes culturas.” (PCN, Arte, volume 6, p. 19)
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Temos uma legislação educacional que incorpora o
ensino da arte, destaca sua importância, mas isto está
de fato sendo cumprido? Será que precisaríamos estar
discutindo questões como, formação de público, se arte
estivesse de fato presente nas escolas, de forma
significativa, durante todo o processo de formação do
cidadão?
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QUEM É O PROFISSIONAL DA DANÇA?
Os bailarinos, dançarinos, coreógrafos, professores, integram a categoria dos ARTISTAS, profissão regulamentada pela Lei 6533/78. Com o novo CÓDIGO BRASILEIRO DE OCUPAÇÕES – CBO os profissionais da dança passaram a ser denominados ARTISTAS DA DANÇA, dentre os quais, consideram-se:
Bailarinos, coreógrafos, mestres, ensaiadores, assistentes de
coreografia e os professores de dança dos cursos livres.
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COMO SE FORMA UM PROFISSIONAL DE DANÇA?
O artista da dança pode estudar e se tornar um profissional
através de cursos livres nos estúdios, academias, escolas, o
que é considerado ensino informal; após muitos anos de
estudos e experiência, poderá obter o DRT (registro
profissional) prestando um exame no Sindicato, em São Paulo,
o SindiDança.
O artista da dança pode se tornar um profissional através de
um Curso Técnico (2o grau, profissionalizante) ou no Curso de
Graduação e/ou Licenciatura em Dança (3o grau); o ensino
técnico e universitário, é considerado ensino formal o qual é
totalmente fiscalizado pelo MEC.
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O Ensino Superior da Dança tem suas próprias Diretrizes
Curriculares organizadas pelo MEC e pertence à área de
ARTES. Assim também, acontece na Educação Básica, onde a
dança integra a área de artes, juntamente com o teatro, a
música e as artes visuais e também tem os seus Parâmetros
Curriculares Nacionais.
As escolas, estúdios, academias têm como papel principal
iniciar a formação técnica e artística do futuro profissional da
dança; os Cursos Superiores têm como função ampliar a
formação e áreas de atuação deste profissional, oferecendo
embasamento teórico, científico, cultural, além da prática
artística.
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Ensino Informal e Ensino Formal – ambos são necessários,
complementares e desempenham funções diferenciadas, o que é
próprio na formação dos artistas das diferentes linguagens.
O artista da dança pode atuar como professor de cursos livres, em
academias, escolas, estúdios, a partir de seu registro profissional,
levando em conta sua formação artística.
Hoje, no Brasil, apenas as Licenciaturas podem formar os
licenciados em dança, aptos a ensinar dança na Educação Básica.
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QUAIS OS DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS DA
FORMAÇÃO DO ARTISTA DA DANÇA?
Os Programas de Graduação, os Bacharelados e
Licenciatura, assim como, os espaços de ensino informal
devem considerar alguns aspectos fundamentais que
redesenham a dança, como linguagem artística, como
área de conhecimento, como profissão e,
conseqüentemente, redesenham novos perfis para o
artista-educador da dança.
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1. A dança está sendo produzida a partir de novos
paradigmas estéticos, incluindo múltiplas noções de
corpo e novos sujeitos dançantes.
Século XX – período de mudanças radicais na estética
da dança: novos padrões de corpo; multiplicidade de
treinamentos, métodos de criação, interação entre
linguagens.
O que está em questão é buscar novos repertórios
gestuais capazes de expressar o homem
contemporâneo.
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2 – A dança está sendo produzida a partir da ampliação de
fronteiras, numa imbricada rede de relações com outras áreas de
conhecimento artístico, educacional, científico. A dança é uma
linguagem artística e também, uma área de saber, de
conhecimento na Educação Básica e no Ensino Superior.
3 – A pertinência da dança no século XXI, sua relevância diante
das problemáticas sociais. No atual contexto sócio-político-
cultural brasileiro, ações culturais e artísticas ganham destaque
em algumas políticas públicas, privadas e fundamentalmente nos
projetos do 3o setor.
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A multiplicidade estética da dança apresenta diferentes noções
de corpo em situações de movimento e relacionamento. Assistir
a um espetáculo de dança pode significar um deleite para a
alma. Nos maravilhamos com a virtuose de um dançarino em
movimento, que desenha o espaço, que constrói um outro
tempo diferente do tempo cotidiano, que dribla a gravidade ...
e, nos coloca diante das potencialidades de expressão e
transcendência que, como seres humanos, trazemos em estado
de latência no próprio corpo.
“Essa anestesia que sofre o homem contemporâneo precisa ser
revertida através de uma educação da sensibilidade”.
Pelo saber sensível, pela arte. (DUARTE; 2004).
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4. Considerar a complexidade do mercado cultural, a
necessidade da definição de políticas públicas para a produção
da dança de forma articulada à formação e multiplicação de
platéias para a dança.
5. Considerar a necessária organização política da classe como
via de conquista das políticas públicas de fomento à dança, da
regulamentação e reconhecimento pleno da profissão.
6. Articulando os aspectos anteriores, a busca de novos
formatos deve ir além das demandas estéticas, pertinentes à
criação; é necessário encontrar novos formatos de produção e
circulação das obras, e para tanto, novas formas de associação
para a criação-produção artística.
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QUAL A RELAÇÃO DO ARTISTA DA DANÇA COM A
FORMAÇÃO DE PLATÉIAS PARA SUA PRODUÇÃO?
Creio que o ARTISTA não deva orientar sua produção de forma
a didatizar a arte na suposta tentativa de se fazer entender e,
portanto chegar no público. A formação de platéias pressupõe
a FORMAÇÃO DA CIDADANIA PLENA, onde a formação em
cultura geral, educação estética, educação em arte, educação
através da arte tem relevância e, permite a apreciação da arte.
Isto deveria ter como lugar privilegiado o percurso da criança
e do adolescente durante todo o ciclo da EDUCAÇÃO BÁSICA.
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O artista se relaciona com a formação de platéias quando se
compreende inserido nas problemáticas sócio-econômico-
político-culturais de seu país (quando se conscientiza de seu
papel e é tratado como cidadão), e quando se dispõe a lutar
pela DEFINIÇÃO DE POLÍTICAS PARA SUA ÁREA entendendo sua
relevância diante da sociedade, aprendendo a se relacionar
com as dinâmicas dos poderes públicos, privados, com o
terceiro setor e, articulando à circulação de seus trabalhos, a
participação no desenvolvimento de programas onde a
triangulação – contextualização, apreciação e criação – possam
ser vivenciadas por seus públicos.
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Retomando a questão inicial, AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO
E CULTURA, tenho total convicção que o cumprimento da LDB,
com a plena implementação do ensino de artes nas escolas da
rede pública e privada, orientado pelos PCNs, seria um passo
fundamental para a formação de públicos para a arte.
A educação em dança, articulando o fazer, apreciar e
contextualizar, na escola, como disciplina da estrutura
curricular, considerada como conhecimento igualmente
importante diante das demais disciplinas me parece
fundamental e sem dúvida redesenhará a própria formação
artística das novas gerações.
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SUGESTÃO DE BIBLIOGRAFIA PARA CONSULTA
BERTAZZO, Ivaldo. Cidadão Corpo: identidade e autonomia do movimento. São Paulo: SESC / Opera Prima, 1996. _______________. Espaço e Corpo. Guia de reeducação do movimento. São Paulo: SESC, 2004.
CALAZANS, J., CASTILHO, J., GOMES, S. (coordenadores). Dança e educação em movimento. São Paulo: Cortez, 2003.
DUARTE JR, João Francisco. O sentidos dos sentidos. A educação (do) sensível. Curitiba: Criar Edições, 2004.
FERREIRA, S. (org.). O ensino das artes: construindo caminhos.
Campinas: Papirus, 2001. GARCIA, Regina Leite (org.). O corpo que fala dentro e fora da escola. Rio de Janeiro : DP&A, 2002. MARQUES, I. Dançando na escola. São Paulo: Cortez, 2003. MARQUES, I. Ensino de Dança Hoje: textos e contextos. São Paulo: Cortez, 1999.
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