Acta boI. bras. 9(2): 1995 231
FLORA ARBUSTIVO-ARBÓREA DE UMA FLORESTA RIPÁRIA NO ALTO RIO GRANDE EM BOM SUCESSOIMGl
Recebido em 01.09.92. Aceito em 22.08.95.
Douglas Antônio de Carvalho2
Ary Teixeira de Oliveira-Filho3
Enivanis de Abreu Vilela2
Manuel Losada Gavilanes2
RESUMO: (Flora arbustivo-arbórea de uma floresta ripária no alto Rio Grande em Bom Sucesso/ MG). Realizou-se o levantamento das espécies com diâmetro ao nível do solo >= 5,0 em na mata da Fazenda dos Botelhos, em Bom Sucesso, localizada às margens do Rio Grande, no Sul de Minas Gerais, com o objetivo de reconhecer espécies nativas a serem utilizadas na revegetação das margens de rios e represas da região. Identificaram-se 245 espécies pertencentes à 65 famílias botânicas. São apresentadas comparações florísticas com matas do estado de São Paulo.
Palavras-chave: Floresta ripária, Florística
ABSTRACT: (Woody flora of a riparian forest of the ripper Rio Grande, Bom Sucesso, state of Minas Gerais, Brazil). A floristic survey was carried out in a riparian forest of the Rio Grande in Bom Sucesso, Minas Gerais, Brazil, considering the species of trees and shrubs with diameler at lhe base of the stem >= 5 em. The purpose was to produce a list of indigenous species for potential use in environmental rehabilitation programs that have bee carried out on the margins of rivers and dams of this region. A list is provided with 245 species of 65 botanic families . Floristic comparisons are made with florests surveyed in the State of São Paulo.
Key words: Riparian forest, Floristics
Introdução
o estudo das matas ciliares no Brasil tem ocupado lugar de destaque nas pesquisas botânicas, tendo em vista a crescente ação devastadora do homem sobre essas que são,
I Projeto Integrado Mata Ciliar (Companhia Energética de Minas Gerais: CEMIG) - CONTRA TO CEMIGIESAL/F AEPE.
, Departamento de Biologia - Universidade Federal de Lavras (UFLA) - LavraslMG. CEP - 37200-000. 3 Departamento de Ciências Florestais - Universidade Federal de Lavras - LavraslMG - CEP 37200-000.
232 Carvalho rI ai.
principalmente, as guardiãs dos cursos d' água. A maioria dos estudos existentes foi realizado no estado de São Paulo, notadamente ao longo dos rios Corumbataí (Camargo et aI. 1971; Troppmair & Machado 1974) e Moji-Guaçu (Bertoni & Mm1ins 1987; Bertoni et aI. 1982; Gibbs e Leitão Filho 1978; Gibbset aI. 1980; Mantovaniet aI. 1990).
Em outros estados, como Mato Grosso, Ratter et aI. (1973, 1978), descreveram as matas de galeria da Serra do Roncador e Oliveira-Filho (1989), Oliveira-Filho & Martins (1986) e Oliveira-Filho et aI., (1990), estudaram a composição florística e a estrutura das matas de galeria da região da Chapada dos Guimarães, associadas a variáveis ambientais. No Distrito Federal, Ratter (1980) estudou matas de galeria da Fazenda Água Limpa. Klein (1980), em Santa Catarina, descreveu a ecologia das matas ciliares do Vale do Itajaí e no Rio Grande do Sul, Bueno et aI., (1987), levantaram a flora das margens do Rio Jacuí.
Em Minas Gerais, estudos mais detalhados e específicos sobre comunidades arbóreas de matas ciliares estão ausentes na literatura. Toda a região do Alto Rio Grande, situada no Sul do Estado de Minas Gerais, sofreu ao longo dos anos uma grande devastação de suas matas ciliares. Assim, pela importância sócio-econômica da região e por possuir duas hidrelétricas da Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG), foi estudada neste trecho de rio a composição florística de algumas matas ciliares remanescentes visando a posterior revegetação das margens do rio e das represas com espécies nativas. O presente estudo representa o primeiro de uma série a ser divulgada.
Material e métodos
Características da área
O fragmento florestal estudado com área de 84,00 ha, localiza-se na Fazenda Botelho, Distrito de Macaia, Município de Bom Sucesso/MG, próximo do encontro dos Rios das Mortes, Capivari e Grande, sendo este último um dos mais importantes cursos d' agua do sudeste brasileiro (Figura 1). Pode ser caracterizado segundo Veloso et aI. (1991) como Floresta Estacionai Semidecídua Aluvial (na margem do rio) e Floresta Estacionai Montana (no interior da mata). Situa-se numa curva externa do rio em área sujeita a erosão por solapamento, altitude de 825 m, coordenadas 21 °9'20"S e 44°53' 50"W. O solo, na margem do rio é do tipo Aluvial distrófico e, na parte mais alta da floresta, é um Cambissolo Álico. O clima, de acordo com a classificação de Koeppen, é do tipo Cwb, ou seja, mesotérmico de verões brandos e de invernos secos e amenos. Apresenta temperatura média anual de 19,3°C, com máximas mensais de 26,9°C e mínimas mensais de 14°C (Vilela & Ramalho 1979).
A história do município de Bom Sucesso registra que atividades de garimpo desenvolveram-se entre o final do século XVIII e início do século XIX na área onde existe a mata dos Botelhos. Estes eventos deixaram suas marcas na forma de um labirinto de voçorocas, hoje totalmente recoberto pela floresta. Desta forma, grande parte da mata dos Botelhos resulta de um processo de quase 200 anos de recomposição natural da vegetação.
Rora arbustivo-arbórea da floresta riptlria no Rio Grande, MG
45"00
~ BOM SUCESSO
RIO DAS
• LAVRAS
---BRi65'- ' -
5Km 1-------1
233
44°15'
--/ 21°15'
+--------------------- ----=>--........ -------t-21°30'
Figura I. Situação geográfica da Mata de Macaia no estado de Minas Gerais e no Brasil.
Coleta e manuseio do material
As coletas de material botânico iniciaram-se em março de 1990 e terminaram em março de 1991, através de visitas quinzenais . Os espécimes coletados foram prensados, secos, montados, etiquetados, registrados e incorporados ao Herbário ESAL, do Departamento de Biologia da Universidade Federal de Lavras. Visando a determinação das espécies visitaram-se, ainda, os herbários P AMG(Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais - EPAMIG - Belo HorizonteIMG), RB (Jardim Botânico do Rio de Janeiro/RJ), SP (Instituto de Botânica de São Paulo, São Paulo/ SP) e UEC (Departamento de Botânica do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP - Campinas/SP). Quando se fez necessário, as identificações foram feitas ou confirmadas por especialistas. Vários espécimes, em duplicatas, foram doados ao herbário UEC.
234 Carvalho <I ai.
Comparações florísticas
Foram calculados índices de similaridade de Jaccard (MueIler - Dombois & EIlenberg 1974) entre o presente levantamento e cinco outros levantamentos florísticos realizados em matas de São Paulo. Estes foram escolhidos em função de sua maior proximidade com a região sul de Minas Gerais e de apresentarem listagens de espécies bastantes expressivas (mais de 130 espécies).
Resultados e discussão
Foram identificadas 245 espécies, pertencentes a 65 famílias botânicas (Tabela 1). As famílias que apresentaram maiores números de espécies foram: Myrtaceae (30), Lauraceae (18), Fabaceae (17), Euphorbiaceae e Rubiaceae (13), Melastomataceae (9), Annonaceae e Caesalpiniaceae (8), Flacourtiaceae e Meliaceae (7), Mimosaceae (6), Moraceae e Rutaceae (5).
A mata ciliar do presente levantamento apresenta uma similaridade florística, medida pelo coeficiente de Jaccard, de 14 a 24%, quando comparada com as florestas do Estado de São Paulo, nas regiões mais próximas do sul de Minas Gerais (Tabela 2). Os valores mais baixos foram encontrados nas comparações com as duas florestas semidecíduas montanas que ficam próximas do litoral ou seja, na Serra da Cantareira, em São Paulo (BaiteIlo & Aguiar 1982) e no Vale do Paraíba, em São José dos Campos (Silva 1989). O valor mais elevado foi encontrado na comparação com a floresta ripária de Moji-Guaçu (Mantovani et aI. 1990) e valores intermediários foram obtidos com as duas florestas semidecíduas montanas mais interiores, ou seja, as da Serra do Japi, em Jundiaí (Rodrigues 1986), e da Serra da Mantiqueira, em Atibaia (Meira Neto et aI. 1989). Estes resultados indicam que a floresta estudada possui elementos que lhe conferem características florísticas tanto de mata ciliar como de floresta semidecídua montana. Tais características se associam à sua situação na região serrana sul-mineira e às margens do Rio Grande, sob cuja influência se formou esta floresta.
Tabela I. Composição florística da mata ripária do Rio Grande, na Fazenda dos Botelho, Distrito de Macaia, Município de Bom Sucesso/MG. As espécies são listadas por famílias e em ordem alfabética e encontram-se acompanhadas de seu nome vernacular e do hábito com que foram encontradas com maior frequência: A = árvore; a = arvoreta; b = arbusto.
ANACARDlACEAE:
Lithraea molleoides(Vell.)Engler Schinus terebinthifolius Raddi Tapirira guianensis Aublet Tapirira obtusa (Benth.) Mitchell
aroeira-branca, aroeirinha aroeira-fria, aroeira-vermelha
fruta-de-pombo, pombeiro pombeiro-branco, pau-pombo
a a A A
Flora arbustivo-arbórea da floresta ripária no Rio Grande, MG
Tabela I. con!.
ANNONACEAE:
Annona cacans Warm. Duguelia lanceolala A.S!.-Hil Gualleria Iligrescens Mart. Rollinia dolabripetala (Raddi) R.E.Fties Rollinia /aurifolia Schltdl. Rollillia .w-icea R.E.Fries Rollillia sylvalica Matt. Xy/opia brasi/iellsis Sprengel
APOCYNACEAE:
Aspidosperllla cy/indrocarpoll Muell. Arg. Aspidosperma parvifolium A.De. Aspidosperllla ramijlorum Muell. Arg. Aspidosperma spruceanum Benth. Rauvolfia sellowii Muell. Arg.
ARALlACEAE:
Dendropanax cuneatum (De.)Decne & Planchon Schejjlera calva (Cham.)D.Frodin
ARECACEAE:
Acrocomia acu/eala (Jacquin) Lodd. ArecaSlrum romanzojjianum (Cham.) Becc. Geonollla sc/lOlliana Mart. Syagrus oleracea (Mart.) Becc.
ASTERACEAE:
Dasyphyllum brasiliense (Spr.) Cabrera Vernonia discolor Less.
BIGNONIACEAE:
Cybislax anlisyphillilica Mart. Jacaranda lIlacranlha Chamo Tabebuia impeliginosa (Mart .) Standl. Tabebuia serralifolia (Vahl) Nichols Tabebuia vellosoi Toledo
BLECHNACEAE:
Bleclmum brasiliense Desv.
araticum-cagão biribá
araticum-seco, pindaíba-preta araticunzinho
araticum-bravo araticum-mirim, cOttiça
araticum-do-mato, cOttiça pindaíba, pau-de-mastro
peroba-poca guatambu, pereiro
guatambu cabo-de-machado, peroba
casca-d' anta
mandioca, maria-mole mandiocão, morototó
macaúba, bocaiúva jerivá, coco-baboso
guaricanga, aricanga coco-catolé
candeia-de-espinho vassourão-preto, cambará
cinco-chagas caroba-do-mato
ipê-rosa, ipê-roxo ipê-amarelo ipê-amarelo
samambaia-do-brejo
235
A a a a A A
A A
A A A
A a
A A
A A a
A
a a
a A A A A
b
236
Tabela I. conto
BURSERACEAE:
PrO/ium almeeega Marchand PrO/iul1l heptaph)'lIum (Aublet( Marchand Protium widgrenii Engler
CAESALPINIACEAE:
Baulúnia fo/fieata Link
Bauhinia longifolia (Bongard) Stendel Cassia ferruginea (Schrad.) Schrad. Copaifera langsdO/jjii Desf. H)'menaea eourbaril L. Peltoplwrum dubium (Sprengel) Taub. Sclerolobiulll rugosum Matt. Senna multijuga (L.C.Rich.) lrwin & Bameby
CARICACEAE:
Jacaratia spinosa (Aublet)A.DC.
CECROPIACEAE:
Ceeropia glazioui Snethl. Cecropia paelz)'staclz)'a Trécul
CELASTRACEAE:
Ma)'tenus glazioviana Loesen
CHLORANTHACEAE:
Hedyosmulll brasiliense Malt.
CHRYSOBALANACEAE:
Hirtella hebeclada Moric.
CLUSIACEAE:
Calophyllum brasiliense Cambess. Vismia brasiliensis Choisy
COMBRET ACEAE:
Terminalia glabrescens Malt.
CONNARACEAE:
Connarus regnellii Schelemberg
almecega-de-casca-lisa,breu breu-vermelho
almecega-cascuda
unha-de-vaca, mororó unha-de-vaca, pata-de-boi
canafístula, fedegoso copaíba-vermelha, pau-d' óleo
jatobá-d'anta, jataí angico-cangalha
angá, cangalheiro, carvoeiro aleluia, canafístula
jaracatiá
embaúba-vermelha embaúba-cinzenta
coração-de-bugre, cafezinho
espirradeira-da-mata
araçá-da-selTa, azeitona
guanandi, mangue pau-de-Iacre, purga-de-vento
carvalho, mÍlindiba
jacaraí
Carvalho r/ ai.
A A A
a a
A A
A A A A
a
A A
A
b
a
A A
A
A
Flora arbustivo-arbórea da floresta ripária no Rio Grande, MG
Tabela I. conto
CUNONIACEAE:
Lamallllllia temata Vell.
CY A THEACEAE:
C)'atlzea delgadii Stemb.
D1CKSONIACEAE:
Dicksonia sellowiana (Pres!.) Hook.
EBENACEAE:
Diosp)'ros inconstans Jacquin Diosp)'ros ilispida A.De.
ELAEOCARPACEAE:
Sloanea monosperma Vell .
ER YTHROXYLACEAE:
Er)'tilrox)'lum campesTre A.St.-Hil. EI}'TlzroA)'lum cuneifolium (Mart.) Schulz. EI),tilrox)'lum deciduum A.St.-Hil.
EUPHORBIACEAE:
Acalyplza brasiliensis Muell. Arg. ACTinostemon communis (Muell.Arg.) Pax Actinostemon cOllcolor (SprengeI)Muell.Arg. Alclwrnea glalldulosa Poepp. & Endl. Alclwrnea triplillervea (Sprengel) Muell.Arg. CroTOIl jloribulldus Sprengel Crotoll urucuralla Baillon Hieroll)'ma ferruginea Tul. Mabea jisTulifera Mart. Pera obovata Baillon Sapium IOllgifolium (Muell.Arg.) Huber Sebastiallia brasiliellsis Sprengel Sebastiallia sclwffialla (Muell.Arg.) Muell.Arg.
FABACEAE:
Acosmium subelegalls (Vogel) Yakovlev Alldira alltlzelmia (Vell.) Macbr. Bowdicilia virgilioides Kunth Dalbergia villosa (Benth.) Benth. EI}'thrilla falca/a Benth. LOllclzocarpus guillemillianus (Tu!.) Malme
cedrilho
samambaiaçu-vermelho
xaxim
fruta-de-jacu marmelada, olho-de-boi
outiço, castanha-brava
fruta-de-tucano, garibaldi fruta-de-pomba fruta-de-pomba
acalifa laranjeira-brava
pau-rainha, laranjeira-do-mato tapiá, tanheiro
tanheiro, tapiá-vermelho tapichingui, capichingui
sangra d' água, sangue-de-drago sangue-de-boi, quina-do-pará
canudo-de-pito pau-de sapateiro, cacho-de-arroz
visgueiro, leiteiro didale, visgueiro
içaranduba, saranduba
sucupira-do-campo angelim-amargo, pau-se-morcego
sucupira-preta milho-torrado
mulungu, canivete embira-de-sapo
237
A
b
b
a b
A
b b b
b a A A A A A a a A a
A b
b a A A A
A
238
Tabela I. conto
MachaeriulIl aculeallll/1 Raddi Machaeriurn condensallllll Kuhlm. & Hoehne Machaeriwll nicrirans Benth. Machaeriwn slipilallllll (OC.)Vogel Machaeriulll villosulIl Vogel Myrocmpusfrondosus Fr. Aliem. Myroxylon peruiferulIl L.f. Orlllosia arborea (Vell.) Harms. Plar)'Cyalllus regnellii Benth. Plal)'podium elegans Vogel Sesbmzia sesban (L.) Merr.
FLACOURTIACEAE:
Casem·ia arborea (L.Rich.) Urban Casearia decandra Jacguin Casearia gOSS)1Jiosperma Briguet Casem'ia lasiophylla Eichler Casem'ia sylveslris Sw. Xylosl/1a cilialifolium (Cios.) Eichler Xylosl/1a pseudosalzmanii Sleumer
HIPPOCRA TEACEAE:
Cheiloclinul/1 cognalulIl (Miers.)A.C. Smith Salacia elliplica (Mart.) E. Oon.
ICACINACEAE:
Cilronella paniculala (Mart.) Howard
LACISTEMACEAE:
Lacisrema /wsslerianum Chodat
LAURACEAE:
Aiouea acaradomatifera Kosterm. Aniba.firmula (Nees & Mart.) Mez Cinnamomum glaziovii (Mez) Vattino Cf)1J/Ocarya asclzersoniana Mez Endlicheria paniculata (Sprengel) Macbr. Neclandra cissiflora Nees Necrandra lanceolala Nees Neclandra megapotamica (Sprengel) Mez Neclandra nitidula Nees & Mart. Neclandra oppositifolia Nees Nectandra puberula (Schott) Nees Ocollea calharinensis Mez Ocotea cOf)'II1bosa (Meisner) Mez
adolfo, jacarandá-de-espinho jacarandá-braço-de-Ieão
jacarandá-ferro, bico-de-pato jacarandá-roxo, sapuva, ximbó
jacarandá-mineiro cabreúva, óleo-pardo
bálsamo, cabreúva tento, macanaíba
pau-pereira, cataguá jacarandá-branco, faveiro
capixaba, alei uia
cascaria canela-espeto, cambroé
japeiro, lingua-de-tiú espeto-peludo
erva-de-Iagarto, guaçatonga espinho-de-judeu espinho-de-judeu
bacupari bacupari
erva-de-anta, assis
cafeeiro-da-mato
canela canela-sassafrás
canela-papagaio, garuva canela-branca, canela-de-jacu
canela-peluda, canela-do-brejo canelão
canela-cedro canela-imbúia
canela-amarela canela-amarela, canela-ferrugem
louro-amarelo, fruta-de-jacu canelinha-preta
canela-bosta, canela-preta
Carvalho er aI.
A A A A A A A A A A b
A a a a a a a
a a
A
b
A A A
A A A A A A A A A
Rora arbustivo-arbórea da floresta ripária no Rio Grande, MG
Tabela I. cont.
Ocotea diospyrifolia (Meisner) Mez Ocotea laxa (Nees) Mez Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer Ocotea pulc/lella (Nees) Mez Persea pyrifo/ia Nees & Mart.
LECYTHIDACEAE:
Cariniana estrellensis (Raddi) Kuntze Cariniana legalis (Mart.) Kuntze Lecythis lanceolata Poiret
LOGANIACEAE:
SII)'chnos brasiliensis Mart.
L YTHRACEAE:
Lafoensia densijlora Pohl
MALPIGHIACEAE:
Byrsonima laxijlora Griseb.
MELASTOMA T ACEAE:
Leandra scabra De. Miconia chartacea Triana Miconia cinnamomifo/ia (De.) Naudin Miconia llispida Cogn. Miconia ligustroides (DC.) Naudin Mico/Zia minujlora (Bonpl.) Triana Miconia pepericarpa DC. Miconia sellowiana Naudin Miconia rristis Sprengel
MELIACEAE:
Cabra/ea canjerana (Vell) Mart. Cedrela fissilis Vell. Guarea guidonia (L.) Sleumer Guarea kunthiana AJuss. Trichilia emarginara (Turcz.) e.De. Trichilia pallens De. Trichilia palLida Sw.
MIMOSACEAE:
Acaeia g/omerosa Benth. A/bizia po/ycepha/a (Benth.) Killip
louro-amarelo canela-limão, canelinha
canela-sassafrás canela-prego, canelinha massaranduba, nicurana
jequitibá-branco, coatinga jequitibá-rosa
sapucaia
solta-martinho
dedaleira, mirindiba
murici-da-mata
pixirica, camará-do-mato mexeriquinha
voadeira, jacatirão pixirica
jacatirão pedra-uni, jacatirão
carvãozinho-vermelho jacatirão jacatirão
cangerana, pindaiborana cedro-rosa, cedro-branco
cura-madre, marinheiro guaré, ataúba
catiguá, caá-tigoá catiguá catiguá
espinheiro faveira, farinha-seca
239
A a A A A
A A A
b
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b a A a A b a A A
A A a A A A A
A A
240
Tabela I. cont.
/nga afjinis De. /Ilga fag(folia (L.) Willd. /nga lusehna/iana Benth. /nga s/riata Benth.
MONIMIACEAE:
Mollilledia widgrenii A.DC. Siparuna apios)'ee (Mmt.) DC. Siparuna guianensis Aublet
MORACEAE:
Fieus gomeI/eira Kunth & Bouché Fieus insipida WiIld. Fieus mexiae Standl. Madura /ine/OI·ia (L.) Don. Sorocea bonplandii (Baillon) W. Burger
MYRSINACEAE:
M)'rsine laneifolia Mart. M)'rsine umbel/a/a Mart. S/)'log)'ne ambigua (Mart.)Mez
MYRTACEAE:
Blepharocalyx salieifolius (Kunth) Berg Cal)'eoree/es aeU/a/us (Miq.) Toledo Cal)'p/ramhes brasiLiensis Sprengel Cal)'p/ran/hes chusiaefolia (Miq.) Berg Cal)'ptranthes lucida Mart. Campomanesia guazumifolia (Cambess.) Berg Eugenia aura/a Berg Eugenia blastantha (Berg) Legr. Eugenia florida De. Eugenia involuerata De. Eugenia myrtifolia Cambess. Eugenia pluriflora DC. Eugenia uniflora L. Gomidesia affinis (Cambess.) Legr. Gomidesia erioeal)'x (DC.) Legr. M)'rcia laruotteana Cambess. M)'rcia lep/oclada De. M)'rcia multiflora (Lam.) De. Myrcia rostrata De. Myrcia rufipes DC. M)'rcia lomentosa (Aublet) DC. Myrcia velulina Berg Myrcia venulosa De.
ingá-doce, ingá-miúdo ingaí
ingaçu iogá
pimenteira-brava limoeiro-bravo, folha-santa
negramina, capitiú
gameleira figueira
figueira-preta amoreira, taiúva canxim, cincho
pororoquinha-branca pororoca-branca
pororoquinha-vermelha
guruçuca amarelinho, grumixama
guamirim jaborandi
jambo-do-mato, batinga-magra sete-capotes
murtinha, canzil casca-de-papel, guamirim
pimenteira pitanga-preta
pitanguinha-preta olho-de-boi
pitanga-vermelha guamirim
guamirim-orelhinha cocococa
ingabaú cambui
guamirim-de-folha-miúda guamirim-Iagoa
goiabão, goiabeira-brava piúna, folha-miúda-cascuda
guamírim-do-campo
Carvalho ef a/.
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Flora arbustivo-arbórea da floresta ripária no Rio Grande, MG
Tabela I. conl.
Myrciaria tene/la (DC.) Berg Psidillln cattleiallul/1 Sab. PsidiulIl guajava Lf. PsidiulIl guineense SW. PsidiulIl rufum Mart. Siplwneugena widgreniana (Berg) BUITet S)'zygiulIljambos (L) AIston
OCHNACEAE:
Ouratea semiserrata (Mart. & Nees( Engler
OLACACEAE:
Heisteria silvianii Schwacke
OPILIACEAE:
Agonandra engleri Hoehne
PIPERACEAE:
Piper aduncum L Piper caracolanum S.DC. Piper dilatatum LC.Rich POlhomorphe umbellata (L) Miq.
POL YGONACEAE:
Coccoloba warmingii Meisner & Descr.
PROTEACEAE:
Euplassa rufa (Loesen) Sleumer Roupala brasiliensis Klotzsch
RHAMNACEAE:
Rlzamnidium elaeocarpulll Reisseck
ROSACEAE:
Prunus brasiliensis (Cham. & Schltdl.)D. Dietrich Prunus sellowii Koehne
RUBIACEAE:
Alibertia macrophylla Schum. Amaioua guianensis Aublet CllOmelia sericea Muell.Arg.
cambuí-preto araçá-do-mato
goiabeira araçá-preto, araçá-perinha
araçá-do-campo cravinho, lagoa-miúda
jambo-paubeiro
farinha-seca
umari
cerveja-de-pobre, estoque
erva de jaboti, aperta-mão fruto-de-morcegó fruto-de-morcego caapeba-do-norte
cabuçu
catinga-de-barrão carne-de-vaca, catucaém
saguaraji-amarelo, tarumaí
pessegueiro-bravo pessegueiro-bravo
marmelada-de-cachorro marmelada, canela-de-veado
veludo-branco
241
b A A
a A A A
a
A
a
b b b b
A
A A
a
a a
A A
b
242
Tabela I. cont.
Cou/llrea hexandra (Jacquin) Schum. Faramea cyanea Muell.Arg. Guellarda uruguensis Chamo & Schltdl. Gllellarda viburnioides (Cham.) Schltdl. Ixora wanningii Muell.Arg. Psyc!wlria barbiflora De. Psyclwlria cart/wgenensis Jacquin PsycllOlria dejlexa De. PsycllOlria /wslisepala Muell .Arg. PsycllOlria sessilis (Vell.) Muell.Arg.
RUTACEAE:
Esenbeckia febrifuga (A.St.-Hil.) AJuss. Galipea mullijlora Schult. Melrodorea stipularis Mart. Zafll/w).)'lum r/lOijálium Lam. Zafll/w).)'lum lingoassuiba A.St.-Hil.
SAPINOACEAE:
Allophyllus semideflla/us (Miq.) Radlk. Cupania racemosa (Vell.) Radlk. Cupania vernalis Cambess. Matayba jugladifolia (Cambess.) Radlk.
SAPOT ACEAE:
C//I)'sophyllum gonocarpum (Mart. & Eichl.)Engler ClII)'sophyllum marginatum (Hook & Am.) Radlk.
SOLANACEAE:
Ceslmm sendtnerianum Mart. Sessea regnellii Taub.
STERCULIACEAE:
Guazuma ulmifolia L.
STYRACACEAE:
Styrax campo rum Pohl Styrax poMi A.Oe.
SYMPLOCACEAE:
Symplocos pubescens Klotzsch
veludo-preto cafezinho
angélica, veludo-branco jangada, angélica
ixora-do-mato erva-de-rato
pau-de-maria, guamirim-preto pau-de-espeto, araçá-bravo pau-se-espeto, araçá-bravo
folha-miúda, matadeira
mamoninha, guaxupita guamixinga, grumarim arco-de-pipa, caputuna
mamica-de-porca maminha-de-porca
fruta-de-faraó caguatã, camboatã, pavão
pau-de-canil, gragoatã caqui-do-mato, cragoatã-branco
chumbinho, guapeva gumbijava, guatambu-de-Ieite
coeirana coeirana
pau-de-motamba, camaçã
sabão, benjoim, canelão benjoeiro, salgueiro
sete-sangrias, saboeiro
Carvalho el ,,/.
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a A A A
A
a
b A
A
A
A
A
Rora arbustivo-arbórea da floresta ripária no Rio Grande, MG
Tabela I. con!.
THEACEAE: Temslroemia abtij()/ia Wawra
THYMELAEACEAE:
Dap/mopsis brasiliensis Mmt. & Zucc. Dap/znopsis fascicu/ala (Meisner) Nev!.
TlLIACEAE:
Luehea divaricala Mart. & Zucc. Luehea grandijlora Mart. & Zucc. Luehea paniculala Mart.
ULMACEAE:
Celtis iguanea (Jacquin) Sargent Trema micranlila Blume
VERBENACEAE:
Aegiphila 1I1OIzkiana Cam. Vilex monlevidensis Cham
VIOLACEAE:
Hybanlhus alropurpureus (A.St.-Hi!.)Taub.
VOCHYSIACEAE:
Qualea multijlora Mm. Vochysia lucanorum Mart.
pororoca-vermelha
imbira-branca, imbira-de-sapo imbira-vermelha
açoita-cavalo açoita-cavalo açoita cavalo
grão-be-galo, joá-miúdo crindiúva, pau-de-pólvora
pau-de-papagaio tarumã
ganha-saia
bagre, pau-terra, cinzeiro
pau-de-tucano, congonha-nurici
243
A
A A
A A a
b A
b A
b
A
A
Tabela 2. Número total de espécies arbustivo-arbóreas (S)encontradas em cinco levantamentos florísticos realizados em florestas do estado de São Paulo indicando o número de espécies em comum (sc) com a mata de Bom Sucesso (presente estudo) e o coeficiente de similaridade de Jaccard (CS).
Local do Levantamento Autor(es) S sc CS
(% )
São Paulo Baitello & Aguiar 1982 189 51 13,82 São José dos Campos Silva 1989 195 57 15,45 Jundiaí Rodrigues 1986 206 67 18,11 Atibaia Meira Neto el aI. 1889 236 79 20,36
Moji-Guaçu Mantovani el ai. 1990 139 72 24,16
244 Carvalho'l ai.
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