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TEORIA DE CAMPO - KURT LEWIN
Idéia central
O livro é composto de uma coletânea de artigos do autor escritos entre 1936 e 1946.
A idéia central observada é que o grupo a que pertence o individuo constitui a base de suas percepções, ações e sentimentos. É o que dá ao indivíduo sua configuração.
DIVIDIDO EM 3 PARTES:
I- Questões Práticas: Problemas de mudança culturalII- Conflitos em grupos primáriosIII- Os conflitos intergrupais e a participação no grupo
Cada parte contém artigos dos quais serão destacados pontos relevantes ao estudo grupal.
Parte I
Artigo 1 - Algumas diferenças sociais e psicológicas entre Estados Unidos e Alemanha:
As figuras abaixo representam o grau de intimidade da situação que a pessoa está disposta a partilhar com a outra( intimidade). As regiões centrais são as mais íntimas. Nelas, o indivíduo é mais sensível. A cor verde representa a restrição aos espaços íntimos da pessoa.
Mais regiões verdes – Maior restrição à vida particular
Mais regiões brancas, vida publica mais aberta
EUA – Fig 1 – TIPO E
Alemanha – Fig 2 – TIPO A
No comparativo entre pessoa / País, o autor avalia que nos Estados Unidos, representado na Fig 1, seria uma personalidade do tipo E. Neste caso, permite maior acessibilidade a situações ou atividades da pessoa.
No caso da Fig 2, Tipo A – Alemanha, a acessibilidade é bem mais restrita.
Partem deste raciocínio as seguintes análises:
- Com o mesmo esforço de buscar um relacionamento com uma pessoa do tipo E e A, nos Estados Unidos consegue-se acessar a região 4 enquanto que na Alemanha somente se acessa a região 1.
- Em relacionamentos de grupos E as relações são relativamente íntimas, sem profunda amizade pessoal e com menos perigo de atrito pessoal.
Fig 3 – Relacionamentos entre grupos Tipo A
Fig 4 – Relacionamentos entre grupos Tipo E
- O tipo A acentua a ideologia mais do que a ação
- O tipo E busca coletas empíricas de fatos.
Isso é a prova do Idealismo alemão X Pragmatismo americano presente nas atitudes, política e religião.
O grupo de tipo E suporta mais diferenças individuais e com isto possui maior flexibilidade.
Segundo o autor, “se as diferenças individuais no interior de um grupo se tornam grandes demais, o grupo se desfaz. Se for demasiado grande a diferença entre um recém – chegado e o membro médio, a pessoa terá que permanecer fora do grupo.
Artigo 2: Reconstrução Cultural – 1943
Idéia central:
Reflexões sobre culturas de diversos países e das atitudes pós – guerra e mudanças culturais.
Artigo 3: O caso especial da Alemanha – 1943
Idéia central:
É possível aplicar reflexões sobre mudanças culturais em países nas empresas? Como é possível mudar permanentemente o nível em que forcas antagônicas encontrem e seu equilíbrio?
Mudança profunda no grupo é possível pela introdução de formas diferentes de liderança. Como?
Passo 1: Entendendo a cultura como um processo vivo.
Passo 2: Mudando a constelação de forcas através da perturbação do equilíbrio.
Passo 3: Estabelecendo um novo padrão cultural. Criar a fluidez para a mudança, realizar a mudança, Tomar medidas de permanência através da auto regulação.
Técnicas de mudança de cultura:
1- Prover satisfação não basta;2- Deve-se mudar a atmosfera do grupo e não itens isolados, sendo uma mudança mais
profunda do que o nível verbal ou as formalidades sociais; exige mudança da constelação de poder do grupo e métodos de liderança.
3- Mudança da autocracia em democracia. Impor o sentido das responsabilidades democráticas, o agente de mudança deve ter poder; Não bastam preleções e propagandas. Essas somente funcionam se houver uma mudança nas relações de poder do grupo.
CONCLUSAO:
Para uma mudança de cultura não basta propaganda, é necessário que o indivíduo se sinta membro de um grupo. Assim ele é mais influenciável. Também é necessário foco na liderança e treinamento “no trabalho”.
Artigo 4 – Conduta, conhecimento e aceitação de novos valores – 1945
Idéia Central:
Como é possível reeducar um indivíduo ou um grupo que estão fora da realidade?
As diferenças de cultura são adquiridas e não inatas. O que conta é o efeito no indivíduo do grupo em que ele se desenvolve.
O que é realidade para uma pessoa é em parte determinado pelo que é aceito socialmente como realidade. A realidade não é um absoluto, difere com a pressão o grupo a que pertença o indivíduo.
Exemplo: Grupos de alcoólicos anônimos.
Processo reeducativo afeta o indivíduo de 3 maneiras:
1- Muda a estrutura cognitiva2- Modifica as vivências e valores3- Afeta sua ação motora
Conclusão: A mudanca de valores ocorre através de um grupo solidário e da aceitação de um novo sistema de valores.
Parte I I
Artigo 1 – Experimentos com espaço social – 1939:
Idéia Central:
Reforça a convicção de que o experimento em grupo é empírico e válido.
Desde o primeiro dia de vida a criança faz parte de um grupo e morrerá se o grupo não cuidar dela.
Os objetivos que uma pessoa se propõe são influenciados pelo grupo a que pertence ou deseja pertencer.
Êxito de uma professora em sala de aula depende não só da aptidão, mas sim da atmosfera que ela cria.
Conclusão: O clima social em que uma criança vive é para ela tão importante quanto o ar que respira.
Artigo 2 – A origem do conflito no casamento - 1940:
Idéia Central:
Ressalta a importância do “espaço de movimento livre” da pessoa dentro de um grupo, utilizando-se de exemplos baseados na vida conjugal.
Casamento é um grupo e apresenta as características gerais da vida grupal.
Grupo é mais que a soma dos membros. Tem estrutura própria, objetivos próprios e relações próprias com outros grupos. A sua essência é a interdependência e depende do tamanho, organização e intimidade.
O indivíduo participa de muitos grupos. Ex. profissional, partido político.
O poder de qualquer um desses grupos é o grau em que a participação de uma pessoa nos grupos influi no comportamento dela.
O que o grupo significa para um indivíduo?
O grupo é o solo em que a pessoa se sustenta. Se a pessoa não está certa de sua participação nele e se não está bem estabelecida em seu grupo, seu espaço de vida apresentará as mesmas características de uma base instável.
O grupo como um meio:
Na primeira infância relação maternal. Mais tarde o prestígio da pessoa está relacionado aos grupos que ela pertence – faculdade, clube, etc. Os estranhos a tratam como membro desse grupo. Um ataque ao seu grupo é um ataque a ele, assim como a sua ascensão ou declínio. O grupo se torna o espaço de vida da pessoa.
Pertencer a um grupo não significa concordância com todos os regulamentos, objetivos, estilos de vida e pensamentos do grupo. Ate certo ponto, o individuo tem seus objetivos pessoais.
E precisa de suficiente espaço de movimento livre no interior do grupo para atingir tais objetivos e satisfazer suas necessidades individuais sem perder status e participação no grupo. Se o espaço não for suficiente, a pessoa será infeliz. E uma frustração intensa o obrigara a deixar o grupo ou chegara a destruir o grupo.
Grupo conjugal
- Pequeno
- Toca regiões centrais da pessoa
- Relação intima entre os membros.
A solução mais importante na resolução dos conflitos e a atmosfera.
“ Eu tinha raiva do amigo:
Contei-lhe, a raiva acabou
Tinha raiva do inimigo:
Contei-lhe, ela aumentou.”
Artigo 3 – Moral e perspectiva temporal - 1942:
Idéia Central:
A perspectiva temporal corresponde `a esperança . A pessoa visa objetivos valiosos. Quando baixa ocasiona baixa moral.
Enquanto exista a esperança de superar as dificuldades ao preço do esforço e dor do que o individuo esta pronta a pagar ele continuara a tentar.
Artigo 4 – A solução de um conflito crônico na indústria - 1942:
Relato de caso.
Parte III
Artigo 1 – Problemas psicológicos e sociológicos de um grupo minoritário – 1935:
Idéia Central:
Um dos elementos mais importantes e o grupo social a que a família pertence. Exemplo: Família.
O mesmo individuo participa de muitos grupos. Mudanca de grupos gera insegurança.
Artigo 2 – Em face do perigo – 1939:
Idéia Central:
Pode o individuo satisfazer suficientemente suas necessidades pessoais sem interferir de forma indevida na vida e nos objetivos do grupo?
O grupo a que a pessoa pertence e o chão em que se apóia, que lhe da ou nega status social.
O grupo a que a pessoa pertence não e somente fonte de auxilio e proteção. Implica também certas regulamentações e interdições. Estreita o espaço de movimento livre da pessoa.
Se o fato de pertencer a um grupo ao invés de ajudar criar obstáculos surge um conflito entre ele e o grupo ate mesmo uma impaciência de deixar o grupo.
2 forcas:
FORçA Impele para o grupo e o conserva( necessidades satisfeitas)
FORçA Afasta do grupo( traços desagradáveis do grupo)
O grupo conterá os membros em que as forcas positivas forem mais intensas.
Se o grupo não for atraente o suficiente para a maioria dos indivíduos, ele desaparecera.
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