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FOLHA DIRIGIDA7 a 13 de junho de 20076 ÁREA FEDERAL

CRISE | Biblioteca Infantil da Fundação Casa de Rui Barbosa corre risco de fechar por falta de funcionários

Casa de Rui Barbosa: carência de pessoalFERNANDA C ARREIRA 

 José Almi ro d iz q ue h á ca rência em á reas como arqui vo e na b ibli otec a

 A Fundação Casa de Rui Barbosa é uma das instituições vinculadas ao Ministério da Cultura responsável pelapreservação da memória de Rui Barbosa. Além disso, a fundaçãotambém desenvolve estudos e pesquisas em diversas áreas,

abrindo concursos para bolsas de estudo.Recentemente criou um setor de políticas culturais,

disponibilizando espaços para atividades como exposições,teatro e dança, entre outras.

Mas apesar do belo trabalho realizado, a realidade da Casa deRui Barbosa é semelhante à das demais instituições da Cultura,registrando falta de servidores e número expressivo detercerizados. Segundo o presidente da fundação, José Almiro

 Alencar, a biblioteca infantil, que recebe muitos visitantes, viveuma situação crítica por falta de funcionários, correndo atémesmo o risco de fechar.

O último concurso foi realizado em 2002, para áreas como ade arquivo, mas a quantidade de vagas oferecidas foi insuficiente.

Um novo concurso já foi solicitado aos ministérios da Culturae do Planejamento, mas não houve resposta.

FOLHA DIRIGIDA - QUAL O PAPEL

DAFUNDAÇÃOCASA DERUIBARBO-SA PARA A PROMOÇÃO DA CULTURA

NACIONAL?José Almiro Alencar - A Funda-ção Casa de Rui Barbosa é respon-sável pela manutenção, preserva-ção e difusão do Museu de RuiBarbosa e do parque, pela forma-ção, preservação e difusão do acer- vo bibliográfico e documental,com destaque para nossos labo-ratórios técnicos, onde desenvol- vemos estudos e pesquisas em di- versas áreas de atuação. Por exem-plo, temos o setor de estudos rui-anos, que tratam da quantifica-ção e sitematização da informa-ção sobre Rui Barbosa, de histó-ria, direito e filologia e em cultu-ra brasileira em geral. Nós publi-camos essas pesquisas e temos aparticipação de pesquisadores em

eventos acadêmicos e científicos,que nós também muitas vezesformamos e qualificamos aqui. Além disso, a Casa de Rui Bar-bosa tem um setor de políticasculturais, relativamente novoaqui. Consiste no emprego de seuauditório para atividades de dan-ça, música, literatura, teatro e ci-nema e de outras dependênciaspara a realização de exposições

de acervo ou relacionadas a tra-balhos em andamento e de cur-sos, congressos e seminários.

Então nós somos uma fundaçãoque tem esse histórico de ser au-tônomo mas sempre ligado aoMinistério da Cultura.

VOCÊS TÊM UM PROGRAMA DE BOL-SAS DE ESTUDOS AQUI, NÃO É?É verdade, criamos um programade bolsa de estudos. Esse progra-ma é feito com recursos própri-os, administrado pela FundaçãoCarlos Chagas Filho de Amparoà Pesquisa do Estado do Rio deJaneiro (Faperj). Oferecemosbolsas institucionais e definimosa área de pesquisa. Os interessa-dos se candidatam e se apresen-tam dentro da programação tra-çada pela Casa de Rui Barbosa. Édiferente, por exemplo, do siste-

ma de bolsas oferecidas pela Co-ordenação de Aperfeiçoamento dePessoal de Nível Superior (Capes),porque todos os sistemas de pes-quisas no Brasil tendem a favo-recer o indivíduo pesquisador epoucas fortalecem as instituiçõesou grupos de pesquisa, porque issofoi montado para constituir aspós-graduações. Elas servem paraqualificação individual, para a

formação de professores e paraqualificar um determinado depar-tamento. Aqui nós já direciona-mos, o recrutamento é excelen-te. Em determinados níveis de exi-gência de qualidade, a oferta degente qualificada tem aumenta-do bastante. Se abre concurso pú-blico pra bolsistas aqui, a quali-dade é muito boa e de gente jo- vem. Nós temos feito essa seleçãode dois em dois anos.

COMO ESTÁ COMPOSTO O QUADRO

DE PESSOAL DACASARUIBARBOSA?Nós temos na área técnica um

pouco mais de 110 funcionários,temos um quadro atípico. Somosuma instituição cultural de pes-

quisa com uma pirâmide inver-tida, com uma dominante deprofissionais qualificados. Sãocerca de uns 20 e poucos douto-res, mestres. Temos uma quanti-dade grande de graduados, entãonão só a nossa qualidade é gran-de, como o nosso piso salarial éum pouco mais elevado. Dito isso,temos problemas comuns a em-presas do setor público em geral:falta de pessoal em determinadossetores, tanto na área de arquivocomo na de bibliotecas. Temosrisco de perder a biblioteca infan-til, porque estamos sem bibliote-

cário. Não há concurso para a áreae não podemos contratar terce-rizados para esse tipo de serviço.

 Aqui acontece de faltarem duas outrês pessoas em alguns setores.

VOCÊS JÁ FIZERAM ALGUM LEVANTA-MENTO DO DÉFICIT DE FUNCIONÁRI-

OS?Bem, nós não somos uma insti-tuição muito grande, não é? Ago-ra, o pouco aqui pode fazer a di-ferença entre fechar e continuar funcionando, é o caso da biblio-teca infantil. Se não encontrar-mos duas bibliotecárias, e até elaschegarem, teremos que dar umjeito, seja por meio de apelo pú-blico, sei lá. É estranho, porqueafinal de contas temos verbas paramanter, para conservar. Existe umademanda enorme de crianças quefreqüentam a biblioteca, inclusi- ve queremos transformá-la emum centro de formação de bibli-otecários também, mas falta umapessoa ou duas. Há vários outrossetores onde a média de idade éalta também.

ENTÃO EXISTEM MUITOS SERVIDORES

PRÓXIMOS DE SE APOSENTAR?Sim, há bastante gente próximade se aposentar. Temos tambémpessoas com desvantagens salari-ais, mas que permanecem aquiporque são engajadas e interessa-das no tipo de trabalho que fazem.É um fator comum entre os ser- vidores das instituições do Minis-tério da Cultura serem apaixona-dos pelo que fazem. Você conversa com o arquivista,com o conservador, e todos sãoaficcionados, alguns até com di-ficuldades de ver coisas fora da-quela área de trabalho. Nós temosessa vantagem, as pessoas sãomuito envolvidas com o objetode trabalho. O pessoal da admi-nistração tem um cuidado emconservar aqui a Casa, isso é muitobom.

HÁ ALGUM SETOR DA FUNDAÇÃO

CASARUIBARBOSA QUE TENHA TER-CERIZADOS?Sim, são cerca de 77 funcionári-os. Eles estão situados nos seguin-tes setores: segurança, limpeza,alguns serviços auxiliares de es-critório, recepcionistas, basica-mente isso. Em cargos de confi-ança temos alguns nomeados.Nós não usamos de nenhum ex-pediente próprio para fazer valer o serviço tercerizado como o deum servidor. Os processos de con-trole têm aumentado bastante e

também porque achamos queseria compactuar com uma for-ma de trabalho que não acredi-tamos, queremos é melhorar. Ede bolsistas temos uns vinte e pou-cos, porque eles têm períodos di-ferentes de bolsas, alguns de seismeses, outros um ano, depende.

ALÉM DABIBLIOTECA INFANTIL,EXIS-TE DÉFICIT DE FUNCIONÁRIOS EM MAIS

ALGUM SETOR, QUE CAUSE IMPACTO

EM SEUS PROJETOS?Nós teremos brevemente a neces-sidade de pessoal para adminis-trativo, precisaremos reforçar erenovar esse setor. Para contratar pessoas em caráter permanente,realmente não há previsão deconcurso. Nós temos um pedido

de concurso que já enviamos aoMinC, na fila de outras institui-ções que também precisam reno- var o quadro de pessoal.

QUANDO FOI REALIZADO O ÚLTIMO

CONCURSO?Em 2002, para as áreas de pes-quisa e administração, informá-tica, arquivo, mas não foi sufici-ente.

AS VAGAS DA FUNDAÇÃO SÃO PRE-ENCHIDAS COM AS DISTRIBUÍDAS NO

CONCURSO DO MINISTÉRIO DA CUL-TURA?O concurso do MinC foi para

priorizar as instituições com umquadro de pessoal em situaçãomais grave, e tem a questão dedificuldade salarial também.No nosso caso, teríamos quepedir concurso menor, nos jun-tar com as outras instituiçõese fazer concurso para áreas si-milares, como Bibliotecono-mia, Arquivologia. Estamostentando esse caminho todo,depende é do Ministério do Pla-nejamento aprovar.

EXISTE UMA PECULIARIDADE NAFUN-DAÇÃOCASARUIBARBOSA:APESAR

DE FAZER PARTE DO MINC, O PLA-NO DE CARGOS E SALÁRIOS NÃO ÉO MESMO. COMO FUNCIONA, EN-TÃO?

Nosso último plano de cargos esalários é de dezembro de 97.Fomos beneficiados com as gra-tificações de Ciência e Tecnolo-gia, que é avaliada pelo diplomaou curso do servidor. Nós somosreajustados como os outros fun-cionários, e recebemos essa gra-tificações que são maiores, real-mente. A carreira de ciência e tec-nologia não é dirigida pelo Minis-tério Público, ela é interministe-rial. Nós aqui temos o monitora-mento da qualidade do trabalhoque é feito, depois submetemosa este comitê de ciência e tecno-logia, que julgará as pessoas deacordo com publicações feitas,como seminários realizados por exemplo, e esse sistema de avali-

ação interfere no sistema de gra-tificação que não é muito grandenão, mas que é um incentivo.

JÁ FOI REPASSADA A DEMANDA DA

FUNDAÇÃO PARA O MINISTÉRIO DA

CULTURA?Bem, aqui o “plus” é fazer partedo Ministério da Saúde. Nós po-deríamos talvez entrar em umconvênio com a Fiocruz ou comoutras instituições, e fazer umconcurso. Não sei se legalmen-te pode ser feito assim. Agora as vagas nós pedimos ao Ministé-rio da Cultura, na área de bibli-otecários, de arquivo, pelo me-nos um pesquisador, mas não ti- vemos resposta. O ministériotem urgência nessa área, masexistem instituições que têmmais necessidade que nós, diga-mos assim, que estariam na nossafrente na fila de espera por vagas.Nós também estamos conscien-tes de que nossos colegas de ou-tras instituições estão em condi-ções precárias, portanto até cer-to ponto nos constrange dizer quenosso caso é caótico.

QUANTO À PARALISAÇÃO DA CULTU-RA, ALGUMA ALTERAÇÃO AQUI PARA

A FUNDAÇÃO CASA RUI BARBOSA?Não recebemos nenhum tipo deaviso quanto à paralisação dosfuncionários, portanto continu-aremos funcionando. Teorica-mente não nos afeta muito, masse parássemos, seria mais por apoio à classe.

QUAL O PERFIL DE SERVIDOR QUE

CASA RUI BARBOSA PROCURA?Que ele seja adequado à posiçãoque vai exercer, que cumpra asexigências da Casa. Aqui, além daespecialização, valorizamos aqualificação, por isso temos umquadro bom de funcionárioscom doutorado, e queremos per-manecer assim.

“Nós temos um pedido de concurso que já enviamos ao MinC, na fila de outrasinstituições que também precisamrenovar o quadro de pessoal”

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