Prof. Marcela Mihessen
FACIPLAC
• O termo fator de risco (FR) descreveaquelas características que, quandoencontradas em indivíduos saudáveis, estãoassociadas de forma independente com amanifestação subseqüente de umadeterminada doença.
• Um FR pode ser definido como qualquertraço ou característica mensurável de umindivíduo que possa predizer a probabilidadedesse indivíduo manifestar uma determinadadoença.
ONU,1958 – Combinação variada de mudanças dacamada íntima das artérias, consistindo no acúmulode lípides, carboidratos complexos, sangue e seusderivados, depósitos fibrosos e deposição de Ca+associada a mudança do meio.
Artérias – locais de maior propensãoRamificaçõesBifurcaçõesCurvaturas
Progressão e Repercussões da Doença Cardiovascular
Angina Infarto do Miocárdio
HipertrofiaVentricularEsquerda
InsuficiênciaCardíaca
Conseqüências Clínicas:
AVC InsuficiênciaRenal
Doença VascularPeriférica
• Hipertensão• Diabetes• Dislipidemia• Sedentarismo• Obesidade• Fumo• Álcool• Stress
•Idade•Sexo•Raça•Hereditariedade
• Caracterizada com uma condição sistêmica, envolvealterações estruturais das artérias e do miocárdio,associadas à disfunção endotelial, à constrição e aoremodelamento da musculatura lisa.
Contribui diretamente para IM, ACV, ICC, insuficiência arterialperiférica e mortalidade prematura.
De todos os FR, é o mais prevalente, 30% da população dos EUA.1991 – 15% no Brasil e 25% no RJ e SP.
Prevalência global de hipertensão entre homens (26,6%) emulheres (26,1%) insinua que sexo não é um fator de risco parahipertensão. Estimativas globais sugerem taxas de hipertensão maiselevadas para homens até os 50 anos e para mulheres a partir da sextadécada.
O que é
Fator de risco
HAS
Classificação PAS PAD
Normal < 130 < 85
Limítrofe 130 - 139 85-89
HAS
Leve (estágio 1) 140-159 90-99
Moderada (estágio 2) 160 - 179 100-109
Grave (estágio 3) ≥ 180 ≥ 110
Hipertensão Sistólica Isolada > 140 < 90
persistente da PA acima dos valores da normalidade
NIH, 1997 / AHA, 2001
DerrameCerebral
Diminuiçãoda visão
por lesõesna retina
Lesãonas
artériasDano sério
nos rins
Desgasteacelerado
no coraçãopor Doençasno Coração
(infarto, ICCe arritmias)
Hipertrofia do coração
CORAÇÃO NORMAL
CORAÇÃO HIPERTROFIADO
• Com base no Censo Nacional de Diabete de 1980, a prevalência era de 7,6%(30-69 anos).
• A DAC ocorre mais comumente em diabéticos do que na população emgeral, afetando mais de 55% dos pacientes. A DM é fator de risco maiorpara a doença cardiovascular, é um fator de risco independete e potencialde DAC, AVC e doença arterial periférica. A presença do diagnóstico dediabetes eleva o risco de 2 a 4 vezes da coronariopatia, sendo necessário ocontrole rigoroso dos níveis glicêmicos.
O que é
Fator de risco
Tipo 1 (DM1): doença auto-imune caracterizada pela destruição das célulasbeta produtoras de insulina.
Tipo 2 (DM2): incapacidade de absorção das células musculares e adiposas.Por muitas razões as células não conseguem metabolizar a glicosesuficiente da corrente sangüínea. Esta é uma anomalia chamada de"resistência insulínica".
Complicações da diabetes
Problemas renais
Doença vascularRetinopatia
Para o colesterol, em uma metanálise de 38 grandes ensaios clínicos,encontrou-se que, para cada 10% de redução no colesterol, a mortalidadereduziu 13%, o risco de mortalidade total 11%.
Estudo conduzido em nove capitais, envolvendo 8.045 indivíduos comidade mediana de 35 ± 10 anos, no ano de 1998, mostrou que 38% dos homens e42% das mulheres possuem CT > 200 mg/dL. Neste estudo, os valores do CTforam mais altos no sexo feminino e nas faixas etárias mais elevadas.
É o aumento anormal da taxa de lipídios no sangue. Pode ocorrer porcausa do aumento do triglicérides (TGs) - (hipertrigliceridemia isolada),aumento do colesterol (hipercolesterolemia isolada) ou por uma combinaçãodas duas (dislipidemia mista). Pode ainda ser causada pela redução do HDL ouaumento dos TGs ou LDL-C.
O risco de DAC aumenta significativa e progressivamente comvalores acima dos desejáveis para colesterol total, LDL colesterol etriglicerídeos, e a relação de risco é inversa para HDL.
O que é
Fator de risco
Por que é importante Reduzir o Colesterol Elevado
10%redução
15%redução de
DAC
11%redução
mortalidade
Exercícios, mesmo que em graus moderados,têm efeito protetor contra a DAC e sobre todas ascausas de mortalidade e uma série de outrosbenefícios: elevação do HDL-colesterol, redução decifras na HAS e auxílio na baixa do peso corporal.
O sedentarismo aumenta a incidência de HAS(30% maior que ativos), obesidade, e,consequentemente, DM.
Fator de risco
Há nítida correlação entre o ganho ponderal e o excessode peso com risco de doenças cardiovasculares. O excesso depeso predisporia a essas doenças devido a anormalidades nometabolismo dos lípides, glicose e PA.
A obesidade com predomínio de deposição de gordura na regiãoabdominal, com maior freqüência associa-se à intolerância à glicose,alterações do perfil lipídico do plasma e, principalmente, à HA.
Aproximadamente 32% da população brasileira apresenta sobrepeso[Índice de Massa Corporal (IMC) > 25)], sendo esta taxa de 38% para o sexofeminino e de 27% para o sexo masculino (Ministério da Saúde de 1993). Aobesidade (IMC > 30) foi encontrada em 8% da população brasileira.
IMC elevado – acima de 30 Kg/m2
O que é
Fator de risco
O cigarro duplica o risco na doença arterial coronariana e 30% delassão atribuídas ao número de cigarros fumados.
A DAC se associa de forma definitiva com o tabagismo, sendoresponsável pelo maior número de óbitos entre as doenças tabaco-relacionadas.
O fumo causa entre 17% e 30% de todas as mortes devido à doençacardiovascular.
IBGE (1991): a prevalência de tabagismo em pessoas acima de 5 anosde idade 24%, com maior concentração na faixa etária entre 30 e 49 anos.
Estudo da SOCESP (1999): 17% avaliação de aproximadamente20.000 indivíduos em 19 cidades.
Abandono do fumo: risco de DAC cai 50% após 1 ano. Após 4 anos,risco igual ao não fumante. Ressalta-se também que o risco de infarto émaior nos fumantes passivos.
Fator de risco
• Ações deletérias sobre a parede dos vasossanguíneos, sobre o sistema de coagulação e oslípides.• Alterações eletrofisiológicas• Efeito pró-coagulante• Aumento das catecolaminas circulantes• Alterações metabólicas, diminuição do HDL,aumento do LDL, e resistência à insulina• Disfunção endotelial e estress oxidativo• Espessamento endotelial e fomação de placas• Aumento da homocisteína plasmática• Níveis séricos reduzidos de vit. C e E
Consequências
A ingestão aguda de etanol é responsável por um efeito inotrópico negativo direto divido à diminuição da força contrátil ventricular. Observa-se
aumento sutil da FC.
ICC – provocada por redução significativa da função do VE (histórico de 80g de álcool/dia por 10 anos).
A influência do etanol no sistema cardiovascular tem sido geralmenteatribuída à sua ação tóxica mais do que à desnutrição.
Há incidência aumentada de morte súbita que atinge seu ápice emtorno dos 50 anos de idade em alcoólatras.
Um grau significativo de elevação da PA acontece em indivíduos queabusam de álcool. Tende a ser normalizado na maioria dos indivíduos duranteabstinência de álcool.
Características das bebidas alcoólicas mais comuns
Bebida
Cerveja
Consumo máximo tolerado
~2 latas = 700 ml ou1 garrafa= 650 ml
Vinho ~2 taças de 150 ml ou 1 taça de 300 ml
Uísque, vodca, aguardente
~2 doses de 50 ml ou 3 doses de 30 ml
Apesar de extensamente discutido o estresse emocional estáintimamente relacionado ao desencadeamento dos eventos isquêmicoscoronarianos.
Hipertensão é mais prevalente em mulheres afrodescendentes com excesso de risco de hipertensão de até 130% em relação às mulheres brancas.
RAÇA
História familiar de DAC prematura
♂ até 55 anos (pai, irmão)
♀ até 65 anos (mãe, irmã)
HEREDITARIEDADE
Idade (♂≥ 45 anos, ♀≥ 55 anos )
IDADE
Muitos destes fatores de risco são inter-relacionados.Obesidade, sedentarismo e o tabagismo podem aumentar apressão sangüínea e adversamente influenciar os níveis decolesterol sangüíneo. Diversos estudos sugerem que aexposição à fumaça do cigarro no ambiente ("fumo passivo")também aumenta o risco do desenvolvimento de doençascardíacas.
Lipoproteína (a) - Lp(a)A Lp(a) tem sido associada com a ocorrência de
eventos cardiovasculares em caucasianos e emorientais. Todavia, os numerosos polimorfismosdessa apoproteína e a metodologia ainda não-suficientemente validada inviabilizam suadeterminação rotineira. Não há provas de que aredução dos níveis de Lp(a) diminui o risco deaterosclerose.
Elevações deste aminoácido têm sido associadas a disfunçãoendotelial, trombose e maior severidade da aterosclerose. Uma relaçãoentre concentração de homocisteína e risco cardiovascular tem sidodemonstrada. Entretanto, ainda não há consenso de que níveis elevados deHCY sejam fator de risco isolado para a aterosclerose.
A PCR-as é um marcador do processo inflamatório em indivíduossadios e tem uma estabilidade comparável ao CT.
A PCR-as tem sido consistentemente associada ao risco cardiovasculare sua determinação parece ser de utilidade na estratificação do risco deeventos coronários.
Fonte - Departamento de Saúde dos Estados Unidos da América.
A soma dos fatores de risco multiplicam o risco de Doença Coronária
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EUA - 1984
Fatores de Risco:- Fumo- Colesterol Elevado- Hipertensão Arterial
Nenhum Um fator Dois fatores Todos os três fatores
6 XMaior
Controlar o colesterol = - 33% de risco de infarto - 25%de risco de morte - 20% de risco de derrame.Controle da pressão arterial = -15% de risco de infarto
- 42% o risco de derrame.Parar de fumar = - 50% de risco de infarto - 70% de riscode morte.Perder peso e exercício = - 25% de risco de diabetes.
Importante: quem tem diabetes apresenta um riscocerca 4 vezes maior de morrer de doençascardiovasculares.
REABILITAÇÃO CARDÍACA • Atividade física monitorada
• Equipe multidisciplinar
Dois terços de todas as doenças e mortes prematuras são evitáveis, porém apenas se nós, como indivíduos, reconhecermos nossa
responsabilidade em tomar conta de nós mesmos. As prioridades são óbvias: parar de
fumar, persistir na dieta apropriada, controlar a bebida, praticar exercícios, aprender a lidar com o estresse e adotar medidas preventivas como exames regulares. A vida mais sensata
não é dispendiosa e está prontamente disponível; a alternativa é imperdoável.
Albert ObermanProfessor da Universidade do Alabama - USA