FACULDADE SUDOESTE PAULISTA
Instituição Chaddad de Ensino
CURSO DE BIOMEDICINA
ANGELA TOMAZ BATISTA FERREIRA
FEBRE AMARELA: EPIDEMIOLOGIA, CICLO DE TRANSMISSÃO E
PREVENÇÃO
ITAPETININGA-SP
2017
ANGELA TOMAZ BATISTA FERREIRA
FEBRE AMARELA: EPIDEMIOLOGIA, CICLO DE TRANSMISSÃO E
PREVENÇÃO
Trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade Sudoeste Paulista de Itapetininga – FSP – ao curso de graduação em Biomedicina como requisito parcial para a obtenção do título de bacharel em Biomedicina.
Orientador: Prof. Dr. Thiago de Souza Candido
ITAPETININGA-SP
2017
FERREIRA, Angela Tomaz Batista
Febre Amarela-Epidemiologia, Ciclo de Transmissão e Prevenção: uma revisão da
literatura. Angela Tomaz Batista Ferreira – Itapetininga, 2017, 33p.
Trabalho de conclusão de curso – FSP – Faculdade Sudoeste Paulista – Curso de
Biomedicina
Orientador: Prof. Dr. Thiago de Souza Candido
1. Febre Amarela 2. Flavivirus 3. Arbovírus 4. Aedes Aegypti
ANGELA TOMAZ BATISTA FERREIRA
FEBRE AMARELA: EPIDEMIOLOGIA, CICLO DE TRANSMISSÃO E
PREVENÇÃO
Trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade Sudoeste Paulista de
Itapetininga – FSP – ao curso de graduação em Biomedicina como requisito parcial
para a obtenção do título de bacharel em Biomedicina.
Orientador: Prof. Dr. Thiago de Souza Candido
BANCA EXAMINADORA
________________________________________
Prof º Orientador Dr. Thiago de Souza Candido
________________________________________
Prof º Dr.
________________________________________
Prof º Dr.
Itapetininga, ___de___________de 2017.
Venho a dedicar este trabalho aos meus
pais, que me incentivaram e estiveram
presente nessa longa jornada.
AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer em primeiro lugar a Deus, pela força, fé e coragem que
obtive durante essa jornada da minha vida acadêmica. Agradeço aos meus pais,
meu irmão e ao meu esposo por toda a paciência, apoio e incentivo que me deram,
e também por entenderem minha ausência em alguns períodos, e por todas as
vezes que me ajudaram. E independente de qualquer coisa nunca me deixaram
desanimar ou desistir de realizar meu sonho no decorrer desses quatro anos
batalhados. E em especial também aos meus filhos que estão por vir, apesar dos
esforços e cansaços que passamos no decorrer de todos os dias, eles foram e é a
minha base, e o meu maior incentivo de seguir em frente e conseguir alcançar meus
objetivos. Agradeço aos colegas de sala pela amizade e vínculo que criamos e pelos
momentos de alegria e tensão que vivemos e passamos nesse período. Agradeço a
minha amiga Amanda principalmente pela amizade que criamos, por cada obstáculo
que superamos e por toda ajuda apoio e incentivo, onde não me deixava abalar
pelos altos e baixos que surgiram ao decorrer do curso.
Venho a agradecer em particular ao orientador, professor Dr. Thiago pelas
orientações, pela ajuda obtida, onde se tornou possível a conclusão desta
monografia. Não posso deixar de agradecer á todos os professores que me
mostraram como é a vida e o valor que a Biomedicina tem no mundo, e de como
essa área é de extrema importância. Portanto obrigado a todos por todo
conhecimento que passaram durante o curso, onde vou levar para minha vida
acadêmica com muito amor carinho e dedicação.
FERREIRA, ANGELA T B. FEBRE AMARELA: EPIDEMIOLOGIA, CICLO DE
TRANSMISSÃO E PREVENÇÃO. 33 págs. Monografia – Faculdade Sudoeste
Paulista, Itapetininga, 2017.
RESUMO
A febre amarela é uma doença não-contagiosa causada por um arbovírus do
gênero Flavivirus, mantido em ciclos silvestres dos mosquitos do gênero
Haemagogus e Sabethes que ocorrem em regiões de matas, onde os mosquitos são
transmissores e reservatórios do vírus e infectam primatas não humanos. No ciclo
urbano a transmissão é feita através da picada da fêmea do mosquito Aedes
Aegypti, desde que o inseto esteja contaminado após picar um ser humano com a
doença. O período de incubação deste vírus varia de três à seis dias e as
classificações clínicas da doença e suas manifestações são divididas em formas
leve, moderada e grave. Em sua forma mais grave a doença pode comprometer o
fígado e os rins, causando icterícia progressiva, queda da pressão arterial e
manifestações hemorrágicas, o que pode acabar levando à morte se o paciente não
obtiver um tratamento imediato. A doença não possui tratamento específico,
portanto, a principal estratégia de controle é baseada na vacinação dos moradores e
visitantes de áreas endêmicas. A vacina é válida por dez anos e deve ser tomada
dez dias antes de uma viagem para qualquer área de risco de transmissão da
doença. Através deste trabalho de revisão literária sobre a febre amarela tem se por
objetivo demostrar de maneira geral como esse vírus pode se desenvolver e seu
meio de prevenção. Conclui-se, portanto, que a febre amarela é uma doença grave e
de difícil diagnóstico, porém evitável, quando se realiza ações para impedir seu ciclo
de transmissão.
PALAVRAS-CHAVE: Febre amarela, Flavivirus, arbovírus, Aedes aegypti.
FERREIRA, ANGELA T B. YELLOW FEVER: EPIDEMIOLOGY, TRANSMISSION CYCLE AND PREVENTION 33 pages. Monography - Faculty Southwest Paulista., Itapetininga, 2017.
ABSTRACT
Yellow fever is a non-contagious disease caused by an arbovirus of the genus Flavivirus, kept in the wild cycles of the mosquitoes of the genus Haemagogus and Sabethes that occur in forest regions, where mosquitoes are transmitters and reservoirs of the virus and infect non-human primates. In the urban cycle the transmission is made through the bite of the female of the mosquito Aedes Aegypti, provided that the insect is contaminated after it stings a human with the disease. The incubation period of the yellow fever virus ranges from three to six days and the clinical classifications of the disease and its manifestations are divided into mild, moderate and severe forms, in its most severe form the disease can compromise the liver and kidneys, causing progressive jaundice, drop in blood pressure and hemorrhagic manifestations, which can lead to death if the patient does not get immediate treatment. The disease has no specific treatment, therefore, the main control strategy is based on the vaccination of residents and visitors from endemic areas. The vaccine is valid for ten years and must be taken ten days before a trip to any area at risk of transmission of the disease. Through this work of literary review on yellow fever has the objective of demonstrating in a general way how this virus can develop and its means of prevention. It is therefore concluded that yellow fever is a serious disease and difficult to diagnose, but avoidable, when actions are taken to prevent its transmission cycle. Keywords: Yellow fever, Flavivirus, arbovírus, Aedes aegypti.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Mosquito Aedes aegypti ........................................................................... 14
Figura 2- Mosquito Haemagogus Janthinomys principal transmissor da febre
amarela na América ................................................................................................. 14
Figura 3- Ciclos de transmissão silvestre e urbana: mosquito Haemagogus
janthinomys e Aedes aegypti ................................................................................... 15
Figura 4- Áreas epidemiológicas da febre amarela no Brasil, 2001. ........................ 18
LISTA DE QUADROS
Quadro 1- Espectro Clínico da Febre Amarela ................................................................ 20
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Perguntas frequentes .......................................................................................... 26
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 9
2 DESENVOLVIMENTO .......................................................................................... 12
2.1 Histórico ........................................................................................................... 12
2.2 Etiologia............................................................................................................ 12
2.3 Ciclos de Transmissão .................................................................................... 13
2.3.1 Prevenção ....................................................................................................... 15
2.3.1.2 Areia nos vasos de plantas ......................................................................... 16
2.3.1.3 Desinfetantes nos ralos. ............................................................................... 16
2.3.1.4 Uso de inseticidas e larvicidas. .................................................................... 16
2.3.1.5 Uso de repelente.......................................................................................... 17
2.4 Epidemiologia .................................................................................................. 17
2.4.3 Indene ............................................................................................................. 19
2.5 Aspectos clínicos da febre amarela ............................................................... 19
2.6 Tratamento ....................................................................................................... 21
2.7 Diagnóstico Laboratorial ................................................................................. 21
2.7.1 Exames específicos ........................................................................................ 22
2.7.2 Diagnósticos Inespecíficos .............................................................................. 23
2.7.3 Diagnóstico Diferencial ................................................................................... 24
2.4 Vacinação ......................................................................................................... 24
2.8.1 Orientações quanto à vacina........................................................................... 25
2.8.2 Quem deve tomar a vacina, com restrições .................................................... 25
2.8.3 Quem não deve tomar a vacina ...................................................................... 26
3 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 29
4 REFERÊNCIAS .................................................................................................... 31
9
1 INTRODUÇÃO
A febre amarela foi motivo de discussão e polêmica durante muito tempo, e
através de estudos realizados recentemente, foram utilizadas novas técnicas de
biologia molecular, onde foi comprovada a sua origem africana (MS, 2008). No
Brasil, foram registradas suas causas em Pernambuco, no ano de 1685, onde
permaneceu seu vírus durante dez anos, causando cerca de 900 mortes durante os
seis anos em que ali esteve (MS, 2008).
O ciclo silvestre foi identificado no ano de 1932, desde então através dos
surtos que foram localizados, houve a classificação de áreas consideradas de risco
indene como (Estados do Acre, Amazonas, Pará, Roraima, Amapá, Rondônia, Mato
Grosso do Sul, Tocantins, Goiás, Distrito Federal e Maranhão) e de transação (parte
do Estado de Piauí, Bahia, Minas gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio
Grande do Sul) (ALVES, 2014).
A febre amarela é uma doença infecciosa não-contagiosa aguda, causada por
um vírus, cujo o agente causador da doença é o arbovírus que pertence ao agente
etiológico Flavivírus da família flaviviridae, de curta duração (no máximo 10 dias), de
gravidade variável, que ocorre exclusivamente na América Central, América do Sul e
na África (FLEURY, 2014). O período de incubação em que o vírus pode-se
manifestar varia de três a seis dias, onde ocorrendo suas manifestações clínicas,
elas podem ser divididas em formas leve, moderada e grave (BRITO et al, 2014).
Em área silvestre a transmissão ocorre através de mosquitos do gênero
Haemagogus, onde o ciclo do vírus é mantido através da infecção de macacos. Já a
infecção humana ocorre quando uma pessoa não imunizada entra em contato de
áreas de cerrado ou de florestas. Uma vez que o indivíduo é infectado pode, ao
retornar, servir como fonte de infecção para o Aedes aegypti, que então pode acabar
iniciando a transmissão da febre amarela em área urbana (FERREIRA et al, 2011).
Os sinais e sintomas se apresentam no momento em que o vírus entra em
período de incubação. A maioria dos indivíduos contaminados não apresentam
sinais e sintomas, mas quando ocorrem, os mais comuns são: febre alta, dores de
cabeça, calafrios, mal-estar, icterícia, dores musculares, náuseas, vômitos e fadiga.
Quando o paciente entra em uma segunda fase mais tóxica, voltam as febres altas e
são acometidos vários órgãos, normalmente o fígado e os rins, e durante esta fase é
provável que as pessoas desenvolvam icterícia caracterizada pela presença de um
aspecto amarelado da pele e dos olhos, instituindo o nome “febre amarela”.
10
Contudo, metade dos indivíduos que entram no período de fase tóxica culmina na
morte no período de 7 a 10 dias (OMS, 2016) (TUASAÚDE, 2017).
Para o tratamento da doença não há medicamentos específicos para
combater o vírus ou reverter o quadro clinico, então para neutralizar os sinais e
sintomas manifestos da doença, o tratamento medicamentoso depende das
manifestações clínicas que o paciente irá apresentar, mas é comum o uso de
analgésicos e antitérmicos nas doses usualmente indicadas para o peso e a idade. É
contraindicado medicamentos que contenham em sua fórmula o ácido acetil-
salicílico ou seus derivados, fazendo com que haja agravamento em seus
fenômenos hemorrágicos (FLEURY, 2014). O tratamento é apenas sintomático e
requer cuidados na assistência ao paciente, o doente deve permanecer em repouso,
em ambiente hospitalar e quando se encontra nas formas graves, o paciente deve
ser atendido numa Unidade de Terapia Intensiva (PORTAL DA SAÚDE, 2017).
A vacinação é o meio mais importante e eficaz para se evitar a doença,
produzida com o vírus vivo atenuado da doença. A vacina é gratuita e disponível nos
postos de saúde, dificilmente apresenta efeitos colaterais adversos, e deve ser
aplicada 10 dias antes em indivíduos que irão viajar em áreas de risco de
transmissão (BRASIL, 2005).
O diagnóstico da febre amarela pode ser feito através de diagnóstico
definitivo, onde são os exames específicos que pode ser feito pelo isolamento
(exame de cultura) do vírus, detecção de antígenos virais e do RNA viral, e por
métodos sorológicos, dosagem de anticorpos específicos pelo método de MAC
ELISA (captura de IgM em ensaio enzimático) (VE, 2004). Os exames inespecíficos
são os diversos exames que devem ser realizados durante a evolução do quadro de
febre amarela, começando pelo hemograma nos primeiros dias da doença, onde irá
haver presença de leucopenia com neutropenia e linfocitose, com valores de 3.000 a
4.000 células por mm3 de sangue (SECRETÁRIA DA SAÚDE, 2004). À medida que
o quadro progride se acentua a leucopenia, salvo nos casos que ocorre infecção
bacteriana. Nos casos de pacientes terminais, ocorre inversão com leucogramas
exibindo contagens de 15.000 a 20.000 leucócitos por mm3 de sangue. No
diagnóstico diferencial nas formas leve e moderada torna-se difícil, pois pode ser
confundido com outras doenças infecciosas do sistema respiratório, digestivo ou
urinário (MS, 2008).
11
As formas graves com quadro clínico clássico ou fulminante devem ser
diferenciadas de malária, leptospirose, febre maculosa, febre hemorrágica, dengue e
dos casos fulminantes de hepatite. Portanto o diagnóstico laboratorial pode ser
realizado através de isolamento do vírus amarílico e detecção de antígeno em
amostras de sangue ou tecido e por sorologia (MS, 2008).
O ciclo de transmissão da febre amarela em relação à prevenção, onde a
dúvidas de como esse meio pode ser transmitido já que a diferença esta nos
transmissores. Em ciclo silvestre, em áreas florestais, o vetor é o mosquito
Haemagogus, já no meio urbano, a transmissão se dá através do mosquito Aedes
aegypti.
Esse estudo tem como intuito conscientizar a população dos riscos que essa
doença pode ocasionar, onde muitas dessas pessoas não sabem o quão é
importante à prevenção para se evitar a contaminação desses ciclos. Esse tema foi
escolhido com base nos surtos que ocorreram durante este ano, onde a febre
amarela é uma doença infecciosa grave, causada por vírus, podendo levar o
indivíduo infectado a morte, se não tratada rapidamente. Portanto, o objetivo deste
trabalho é alertar a população de como ocorre o ciclo de transmissão, e seus
vetores. Orientando a prevenção da doença que pode ser feita, evitando sua
disseminação, além de outras medidas de proteção tomadas, como a vacinação
principalmente em ocorrência de surtos ou para aqueles que vão viajar ou moram
em áreas com indício da doença.
A população em si ainda tem dúvidas de como pode ser a causa real de seus
ciclos de transmissão, possivelmente por falta de meio de acompanhamento ou
notícias. Podendo demonstrar ao certo de maneira geral que o vírus é transmitido
pela picada dos mosquitos transmissores infectados, não havendo transmissão
direta de uma pessoa que foi infectada para outra pessoa não infectada. No ciclo
silvestre os macacos são os principais hospedeiros do vírus, portanto quando o
mosquito pica um macaco doente, torna-se capaz de transmitir o vírus a outros
macacos e também ao homem. Nesse ciclo o homem acaba se tornando um
hospedeiro acidental quando entra em contato com áreas de mata.
Para a realização deste trabalho foi feita uma pesquisa de natureza básica,
com abordagem nos problemas qualitativos, com objetivo de pesquisa exploratória e
ponto de vista dos procedimentos técnicos de pesquisas bibliográficas.
12
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 Histórico
O vírus da febre amarela de origem africana acredita-se que tenha chego ao
continente americano através de navios que traficavam escravos, que também
teriam trazido o seu vetor urbano, o mosquito Aedes aegypti. No Brasil, a doença
teve início em Pernambuco em 1685, o que acabou causando a morte de
aproximadamente 600 pessoas, com período de um ano, onde teve permanência
por 10 anos.
No Brasil a última epidemia ocorrida na área urbana aconteceu no Rio de
Janeiro em 1929, que foram apresentados 738 casos e por volta de 78 óbitos. Após
esta data, foram notificados casos esporádicos em outras localidades dos estados
do país, detectando então o último caso suspeito de febre amarela urbana em 1942,
no Acre (BRITO et al, 2014).
2.2 Etiologia
O agente causador da febre amarela é um
arbovírus, que pertence à família Flaviviridae e
com o gênero Flavivirus, esses vírus são
esféricos e envelopados com genoma constituído
de RNA de fita simples não segmentado e com
polaridade positiva. O RNA viral expressa sete
proteínas estruturais e três proteínas não
estruturais, sendo que as primeiras codificam a
formação da estrutura básica da partícula viral,
enquanto as segundas são responsáveis pelas
atividades reguladoras e da expressão viral
(SECRETÁRIA DA SAÚDE, 2004).
Os mosquitos dos gêneros Aedes, Haemagogus e Sabeths possuem
reservatórios das formas urbana e silvestre. Entretanto, quando o vírus se instala em
locais de áreas urbana, o homem é o único hospedeiro que contraí a doença com
importância epidemiológica, contudo na forma silvestre, os primatas (macacos) são
os principais hospedeiros acidentais encontrados nesses locais. O estudo realizado
com o genoma do vírus da febre amarela é importante, pois irá estabelecer as
diferenças genéticas que são encontradas entre as cepas isoladas, sendo assim
estudos têm mostrado a existência de sete genótipos do vírus, onde cinco são
13
encontrados na África e dois nas Américas (VASCONCELOS, 2003 INSTITUTO DE
TECNOLOGIA, 2001).
2.3 Ciclos de Transmissão
O vírus da febre amarela obtém-se em dois ciclos básicos, um ciclo urbano
simples do tipo homem-mosquito onde o Aedes aegypti (figura 1) é responsável pela
disseminação da doença. No ciclo urbano a transmissão é feita diretamente ao
homem sem necessitar da presença de hospedeiros amplificadores, ou seja, o
próprio homem infectado e em fase virêmica vai atuar como amplificador e
disseminador do vírus na população. Em geral, vale ressaltar que também é o
homem que introduz o vírus no ambiente urbano, onde o paciente infectado
desenvolverá viremia podendo expressar a doença e servir de fonte de infecção a
novos mosquitos (Aedes aegypti). O ciclo se perpetua, até que se esgotem os
suscetíveis ou se realize vacinação em massa da população fazendo então o
bloqueio da transmissão. A última grande epidemia urbana no território brasileiro
ocorreu em 1929 na cidade do Rio de Janeiro já os últimos casos urbanos
reconhecidos foram reportados no município de Serra Madureira, no Estado do Acre
e ocorreram em 1942. O Aedes aegypti enquanto encontrava-se erradicado onde
evita-se que as pessoas contraiam a doença, havia uma relativa segurança quanto à
não possibilidade de haver reurbanização do vírus. Porém, a reinfestação de
extensas áreas que ocorrem em nosso território por este vetor, já apresenta em
quase todos os municípios do país, trazendo, portanto a grande possibilidade de
reestabelecimento deste ciclo de transmissão do vírus (PORTAL DA SAÚDE, 2017).
Na década de 1930 foi reconhecido o ciclo silvestre, e a forma silvestre é
considerada endêmica nas regiões tropicais da África e das Américas. Na América
os mosquitos Haemagogus janthinomys são os transmissores mais importantes
(figura 2), e também dos gêneros Haemagogus leucocelaenus, e Sabethes
chloropterus. Os mosquitos além de serem transmissores do vírus, criam seus
reservatórios, pois uma vez que esses transmissores encontram-se infectados
permanecem assim por toda vida, o que faz com que eles continuem fazendo a
transmissão do vírus, diferente dos macacos que, ao se infectarem com o vírus
acabam morrendo ou tornando-se imunes (FERREIRA, 2011).
14
Figura 2- Mosquito Haemagogus Janthinomys principal transmissor da febre amarela na América
Figura 1- Mosquito Aedes aegypti
Fonte: Instituto Oswaldo Cruz, vide site
No Brasil, assim que houve a eliminação do vírus na forma urbana em 1942,
só há ocorrência de casos de febre amarela silvestre, onde os focos endêmicos até
1999 estavam localizados nos “Estados das regiões Norte, Centro Oeste e área pré-
amazônica do Maranhão, além dos registros esporádicos na parte Oeste de Minas
Gerais” (VASCONCELOS, 2003). Portanto, a febre amarela quando transmitida
através de área silvestre a picada é realizada através de mosquitos Haemagogus e
Sabethes, que vivem e se reproduzem em matas e vegetações à beira de rios,
contudo, quando o mosquito acaba picando um macaco doente, ele torna-se capaz
de transmitir seu vírus a outros macacos ali presente e ao homem.
Fonte: VASCONCELOS, 2003, p.6
Portanto os dois ciclos de transmissão (figura 3) do ponto de vista etiológico, clinico,
imunológico e fisiopatológico a doença é a mesma entre eles. No ciclo silvestre, os
15
primatas não humanos (macacos) são os principais hospedeiros do vírus. Nesse
ciclo, o homem participa como um hospedeiro acidental ao adentrar áreas de mata.
No ciclo urbano, o homem é o único hospedeiro com importância epidemiológica e a
transmissão ocorre a partir de vetores urbanos (Aedes aegypti) infectados (PORTAL
DA SAÚDE, 2017).
Figura 3- Ciclos de transmissão silvestre e urbana: mosquito Haemagogus janthinomys e Aedes
aegypti
Fonte: Ministério da Saúde, vide site
2.3.1 Prevenção
A febre amarela é uma doença que faz parte da lista de notificação
compulsória, onde qualquer caso suspeito que haja deve ser notificado à autoridade
sanitária local, estadual ou nacional (VASCONCELOS, 2003). A transmissão urbana
é possível através da picada de mosquitos Aedes aegypti, portanto a prevenção
deve ser evitada através da sua disseminação (MSF, 2017). Os mosquitos que ao se
desenvolverem na água se proliferam dentro dos domicílios e suas adjacentes, pois
recipientes como as caixas d’água, latas e pneus contendo água limpa são locais
ideais para que a fêmea do mosquito desenvolva seus ovos, o que fará com que
nasçam larvas, que após desenvolver-se na água se tornarão novas fontes de ovos
(INSTITUTO DE TECNOLOGIA, 2014). Por isso, evitar esses focos da reprodução
16
desse vetor é a melhor forma de prevenir o vírus contra a febre amarela, eliminando
riscos como:
2.3.1.1 Evitando acumulo de água
O mosquito adiciona seus ovos em água limpa, mas não precisa ser
necessariamente potável. Com tudo é importante jogar fora pneus velhos, deixar
garrafas com a boca virada para baixo, e também é necessário lavar as vasilhas de
água de animais de estimação e mantendo fechadas tampas de caixas d’agua
(BRITO et al, 2014).
2.3.1.2 Areia nos vasos de plantas
Fazer a utilização de pratos nos vasos de plantas pode acabar gerando
acúmulo de água. Uma das alternativas que podem ajudar é a eliminação desse
prato, lavá-lo regularmente ou colocar areia, pois a areia pode conservar a umidade
e ao mesmo tempo evita que se torne ali um criadouro de mosquitos (MS, 2001).
2.3.1.3 Desinfetantes nos ralos
Os ralos de cozinhas e banheiros raramente tornam-se foco de Aedes devido
ao uso constante de produtos químicos. Alguns ralos são rasos que acabam
conservando água estagnada no seu interior, o ideal é que esses sejam fechados
com uma tela ou higienizados com desinfetante.
2.3.1.4 Uso de inseticidas e larvicidas
Os larvicidas como os inseticidas que são distribuídos aos estados e
municípios pela Secretaria da Vigilância em Saúde têm eficácia comprovada. Os
larvicidas são utilizados para matar as larvas do mosquito, em produtos em pó ou
granulado, que agente de combate distribui nos lugares onde há água parada que
não pode ser eliminada. Já os inseticidas são líquidos que matam os insetos adultos
enquanto estão voando, tanto pela manhã e á tarde, pois os mosquitos costumam a
ter hábitos diurnos, onde esses líquidos são espalhados por máquinas de
nebulização. O inseticida chamado de fumacê, somente é utilizado quando existe
transmissão da doença do Aedes em surtos ou epidemias. A nebulização é
considerada um recurso extremo, porque é utilizada quando á alta transmissão, e as
ações preventivas de combate falharam ou não foram adotadas (MS, 2001).
17
2.3.1.5 Uso de repelente
É um método importante para se proteger contra as doenças transmitidas
pelo Aedes, principalmente indivíduos que farão viagens ou irão a local de risco. Os
repelentes caseiros (andiroba, cravo-da-índia, citronela e óleo de soja) não possuem
grau de repelência suficiente para manter o mosquito longe por muito tempo. A
duração desses repelentes é temporária, o que necessita de várias reaplicações ao
longo do dia, e as pessoas não costumam a desenvolver esses hábitos (BRITO et al,
2014).
A vacinação é considerada pela Organização Mundial da Saúde como a
forma mais eficaz e relevante de como se prevenir da febre amarela, pois não existe
um medicamento desenvolvido que possa obter a cura dessa condição, ou forma de
combater definitivamente seus transmissores, apesar das campanhas que são feitas
para o combate da disseminação (FUNDAÇÃO NACIONAL DA SAÚDE, 1999).
2.4 Epidemiologia
A febre amarela, atualmente, incide em áreas
tropicais de alguns países da África e da América
do Sul e atinge, em média, 200.000 pessoas por
ano, sendo responsável por 30.000 mortes ao
ano. No Brasil possui a maior área endêmica da
forma silvestre da doença e a transmissão urbana
ocorre majoritariamente na África. Nos anos de
2003 e 2004, dados aponta uma notificação de 67
casos de febre amarela no Brasil, com 25 óbitos,
a maioria no estado de Minas Gerais. As áreas no
Brasil onde ocorrem os riscos incluem o Centro
Oeste, Norte, Maranhão e a parte ocidental dos
estados de Minas Gerais, Bahia, Paraná, São
Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina
(BRITO et al 2014) (VASCONCELOS, 2003).
Pode-se considerar que nos grupos populacionais todas as pessoas não
vacinadas estão sob risco de adoecer por febre amarela, e também as que se
submetem às picadas dos transmissores infectados em áreas campestres, dentro da
área endêmica (especialmente onde estiver ocorrendo circulação do vírus) podem
vir adoecer. A doença pode ocorrer predominantemente em adultos e principalmente
18
do sexo masculino, turistas que acabam viajando para áreas endêmicas e aqueles
que não possuem a vacinação em dia, trabalhadores rurais, garimpeiros e outras
pessoas que penetram em matas, em decorrência à maior exposição se devem
desses grupos notificados e considerados de risco, e não a uma possível
susceptibilidade ao vírus (SECRETÁRIA DA SAÚDE, 2004).
As áreas de risco e cobertura vacinal, no Brasil admitem-se três áreas
epidemiológicas de risco sendo área endêmica, área de transição (também
conhecida como epizoótica ou de emergência) e área indene (Figura 4). A área
endêmica, atualmente inclui as regiões Norte e Centro Oeste e o estado do
Maranhão. Esta área corresponde a mais de 2/3 do território nacional onde vive uma
população de cerca de 30 milhões de habitantes. A área de transição corresponde a
uma população de cerca de 18 milhões de habitantes.
2.4.1 Enzoótica ou Endêmica
Área onde o vírus amarílico circula entre os hospedeiros naturais,
principalmente macacos, há a presença de vetores silvestre e o homem é infectado
de forma acidental. Abrange os estados das regiões Centro-Oeste e Norte e a parte
pré-amazônica do Maranhão (FUNDAÇÃO NACIONAL DA SAÚDE, 1999).
2.4.2 Epizoótica ou de transição
Figura 4- Áreas epidemiológicas da febre amarela no Brasil, 2001.
Fonte: VASCONCELOS, 2003, p.5
19
Área onde no início do século havia intensa circulação do vírus amarílico
entre os hospedeiros naturais. Abrange uma faixa na área noroeste de Minas
Gerais, São Paulo, Paraná, oeste de Santa Catarina e noroeste do Rio grande do
Sul (FUNDAÇÃO NACIONAL DA SAÚDE, 1999).
2.4.3 Indene
Área onde não há circulação do vírus amarílico. Abrange os estados das
regiões Nordeste, Sudeste e Sul (FUNDAÇÃO NACIONAL DA SAÚDE, 1999).
2.5 Aspectos clínicos da febre amarela
A febre amarela é uma arbovirose (doença transmitida por artrópode), sendo
uma causa importante de morbidade e alta letalidade em vastas zonas das regiões
tropicais da África e da América do Sul. Diante de um caso suspeito, o profissional
de saúde ou qualquer pessoa deve notificar á Secretaria Municipal de Saúde pela
via mais rápida (ex: telefone, rádio, fax ou e-mail). É muito importante que não
aguarde os resultados laboratoriais para realizar a notificação e que esta seja feita
em um prazo máximo de 24 horas, se possível. A sua forma de infecção pode ser
caracterizada de duas formas, urbana quando é transmitida pelo Aedes aegypti ou
silvestre quando transmitida pelo Haemagogus e Sabethe (JÚNIOR, 2004).
A doença é considerada aguda e hemorrágica e recebe este nome, pois
causa amarelidão do corpo (icterícia) e hemorragia em diversos graus (quadro 1). O
período de incubação do vírus varia de três a seis dias, e as classificações clínicas
da doença e suas manifestações são divididas em forma leve, moderada e grave. As
formas leves são mais frequentes em crianças e adultos que têm anticorpos
adquiridos, seja pela forma passiva ou ativa. As formas moderadas estão
relacionadas à presença de imunidade a outros flavovirus, sendo um quadro de
curta duração. As formas graves possuem letalidade elevada, e acomete pessoas
suscetíveis com imunidade cruzada para outros flavovírus, que varia de entre 30% a
70%.
Ocorre melhora clínica dos sintomas após as primeiras 48 a 72 horas e, após
esse período, ressurgem ou intensificam-se os sinais e sintomas (BRITO et al,
2014). Muitas pessoas que contraem a febre amarela não apresentam sintomas, e
quando os apresentam, os mais comuns são: febre, dores musculares em todo o
corpo, principalmente nas costas, dor de cabeça, perda de apetite, náuseas e
20
vômitos, olhos face ou língua avermelhada, fadiga e fraqueza. Os sintomas nessa
fase aguda da doença costumam durar entre três e quatro dias e passam sozinhos,
uma pequena porcentagem de pessoas pode desenvolver sintomas mais graves
cerca de 24 horas após a recuperação dos sintomas mais simples (MS, 2008). Nesta
fase, chamada de tóxica, o vírus pode atingir diversos órgãos e sintomas, mas
principalmente o fígado e rins. Os sintomas que podem ocorrer nessa fase são:
retorno da febre alta, ictérica, devido ao dano que o vírus causa no fígado, urina
escura, dores abdominais e sangramento na boca, nariz, olhos ou estômago.
Dependendo do dano causado no organismo, esta fase pode levar a morte no
intervalo entre sete e dez dias (OMS, 2016).
A maioria dos casos de febre amarela é classificada como leve ou
oligossintomatica, correspondendo a aproximadamente 90% dos diagnosticados.
Portanto, assim que se identificam alguns desses sintomas, deve-se procurar um
médico na unidade de saúde mais próxima e informar sobre qualquer viagem de
áreas de risco nos 15 dias anteriores ao início dos sintomas, e informar se tomou a
vacina contra a febre amarela e a data (PORTAL DA SAÚDE, 2017).
Quadro 1- Espectro Clínico da Febre Amarela
Forma
clínica Evolução Principais manifestações
Grupos mais
acometidos
Leve Até 2 dias Febre, cefaleia e astenia
Crianças e adultos
que tem anticorpos
adquiridos
Moderada 2-3 dias
Febre, cefaleia, astenia,
mialgias generalizadas,
artralgias, náuseas e vômitos,
presença de ictérica
Pessoas que já
possuem imunidade
a outros flavovírus
Grave 3-5 dias
Febre alta, astenia, intensa
cefaleia, mialgias, dor
abdominal, náuseas e
vômitos, hepatomegalia,
dissociação pulso-
temperatura.
Pessoas suscetíveis
com imunidade
cruzada para outros
flavovírus.
Fonte: BRITO et al, 2004, p.63
21
2.6 Tratamento
Na febre amarela ainda não existe um tratamento específico. Como os
exames diagnósticos demoram em média até uma semana, o tratamento de apoio
deve ser iniciado em caso de suspeita clínica dessa virose. O paciente deve
permanecer em repouso, com reposição de líquidos e perdas sanguíneas quando
necessário (FLEURY, 2014). Recomenda-se o internamento do paciente com as
formas graves em hospitais com boa infraestrutura, e devem ser atendidos em UTI
(Unidade de Terapia Intensiva), pois há necessidade de uma série de procedimentos
que só se dispõe nessas unidades, de modo que as complicações sejam
controladas e o perigo da morte eliminado (MS, 2008).
O tratamento medicamentoso deve-se voltar para combater aos sintomas e os
sinais manifestos da doença. Contudo, a medicação para ser prescrita depende das
manifestações clínicas apresentadas, mas o uso de analgésicos e antitérmicos é
comum nas doses que são indicadas para o peso e a idade. É contraindicado o uso
de medicamentos que contenham em sua fórmula o ácido acetil-salicílico ou seus
derivados, podendo agravar os fenômenos hemorrágicos. A doença sendo
autolimitada tem-se em seus quadros classificados como leves e moderados que
podem evoluir para cura espontaneamente, e já em casos que evoluem para mais
graves, deve ser evitado o uso de medicamentos que acabem provocando
hemorragias, como, por exemplo, os compostos por salicilatos. Dessa forma, a
melhor maneira de se evitar que ocorra casos hemorrágicos, é obtido o uso
medicamentos como dipirona, paracetamol e seus derivados. Os medicamentos
utilizados para proteger a mucosa gástrica tais como a cimetidina e a ranitidina ou o
omeprazol, essas drogas são úteis para prevenir e combater os sangramentos
gástricos, que é uma das grandes complicações causadas pela febre amarela
(VASCONCELOS 2003 BRITO et al, 2014).
2.7 Diagnóstico Laboratorial
O objetivo principal vigilância laboratorial da febre amarela é a detecção
precoce da presença do vírus em primatas não humanos e outros animais que
possam contribuir para a disseminação da doença, assim como em populações
humanas, alertando as medidas de prevenção e controle, como a vacinação e o
combate ao vetor. Nos últimos anos tem-se desenvolvido diversas técnicas,
22
laboratoriais que tornam o diagnóstico de mais fácil execução, mais rápido e de
maior confiabilidade. Algumas técnicas são usadas atualmente para o diagnóstico
rápido, como a MAC-ELISA e outras em centros especializados, para detecção de
antígenos ou genoma do vírus mediante técnicas moleculares (SECRETÁRIA DA
SAÚDE, 2004). Nas redes de laboratórios de diagnósticos de febre amarela, requer
pessoal especialmente treinado, infraestruturas apropriadas e reagentes confiáveis
(FUNDAÇÃO NACIONAL DA SAÚDE, 1999).
O diagnóstico da febre amarela quando há suspeita são realizados os
achados de anamnese e exame físico completo, onde irá complementar suas
suspeitas. Entretanto o diagnóstico definitivo pode ser realizado a partir de
isolamento viral, da demonstração de antígenos ou de genoma viral e da resposta
humoral que será desenvolvida contra este vírus pelos pacientes infectados. “O
isolamento do vírus ao ser realizado pode ser constituído de diferentes sistemas
como em camundongos recém-nascidos ou cultivo celular (células VERO, clone
C6/36)” (FUNDAÇÃO NACIONAL DA SAÚDE, 1999). A partir da inoculação da
amostra que se encontra suspeita, obtêm-se evidências de replicação do vírus em
torno do 5o ao 7o dia de cultura. Sendo assim após o isolamento, a amostra contendo
o vírus é identificada em testes de imunofluorescência indireta, onde se utiliza
anticorpos monoclonais ou teste de fixação do complemento. Os métodos
sorológicos que detectam IgM específica, no caso do MAC-ELISA, podem
apresentar um diagnóstico presuntivo rápido, se a mesma for obtida do paciente a
partir do 5o dia de doença. A presença de IgM na amostra sorológica pode ser por
questão de infecção recente que ocorreram (2-3 meses) ou corrente (atual), dá-se
então a importância de se obter a história clínica e epidemiológica completa do
paciente, para a interpretação do resultado laboratorial (SECRETÁRIA DA SAÚDE,
2004). A vacinação anti-amarílica também induz à formação de IgM, contudo, é
importante observar e saber os antecedentes vacinais do caso suspeito.
2.7.1 Exames específicos
O isolamento viral é realizado a partir de amostras de sangue, derivados ou
tecidos coletados nos primeiros 5 dias após o início da febre. Podem ser detectados
antígenos ou ácido nucléico viral no sangue e tecidos humanos, de macacos e
mosquitos, mediante os seguintes métodos de: Reação em cadeia de polimerase
(PCR), imunofluorescência e imunohistoquímica (JÚNIOR, 2004).
23
Sorologia: para sorologia é realizado o ensaio imunoenzimático para captura
de anticorpos IgM (MAC-ELISA). Na maioria dos casos requer somente uma
amostra de soro, sendo possível realizar o diagnóstico presuntivo de infecção
recente ou ativa. Outras técnicas são utilizadas no diagnóstico sorológico, porém
requerem sorologia com amostras pareadas tais como Inibição de Hemaglutinação
(IH); Teste de Neutralização (N) e Fixação de Complemento (FC). Consideram-se
positivos os resultados que apresentam aumento dos títulos de anticorpos de, no
mínimo, quatro vezes, entre a amostra colhida no início da fase aguda comparada
com a da convalescença da enfermidade (intervalo entre as colheitas de 14 a 21
dias (JÚNIOR, 2004)).
Imunofluorescência: a detecção de antígenos virais em tecidos
criopreservados pode ser feita após isolamento viral, pela técnica de
imunofluorescência direta e indireta.
Imunohistoquímica: na mesma amostra de tecidos usada para diagnóstico
histopatológico pode-se fazer a detecção de antígenos virais em tecidos fixados em
formalina, utilizando anticorpo marcado com uma enzima (fosfatase alcalina ou
peroxidase) (JÚNIOR, 2004).
2.7.2 Diagnósticos Inespecíficos
Diversos exames devem ser realizados durante a evolução da febre amarela,
e as formas leves e moderadas apresentam quadro clinico autolimitado. Na
realização do hemograma nos primeiros dias da doença apresenta-se leucopenia
acompanhado de neutropenia e linfocitose, com valores de 3.000 a 4.000 células por
mm3 de sangue. À medida que o quadro progride se acentua a leucopenia, salvo nos
quadros em que ocorre infecção bacteriana. Casos como esses e em pacientes
terminais, ocorre uma inversão no leucograma no qual exibe contagens de 15.000 a
20.000 leucócitos por mm3 de sangue. A série vermelha normalmente se encontra
normal, menos em casos com sangramento severo em que há queda do hematócrito
e da hemoglobina. Diversos fatores de coagulação são consumidos e quando
dosados apresenta-se aumentados, e os mais consumidos durante a infecção pelo
vírus amarílico são a protrombina, fator VIII e tromboplastina. Em consequência os
tempos de sangria e de coagulação se encontram alterados (VASCONCELOS,
2002) (SECRETÁRIA DA SAÚDE, 2004).
24
2.7.3 Diagnóstico Diferencial
Durante episódios epidêmicos é relativamente fácil diagnosticar clinicamente
a febre amarela, pois a existência prévia de casos aumenta a suspeita. Entretanto,
quando ocorre esporadicamente é mais difícil de realizar o diagnóstico clínico, pois a
clínica da enfermidade lembra a de outras doenças, causando dificuldade no
diagnóstico (VASCONCELOS, 2003). As enfermidades infecciosas que devem ser
incluídas no diagnóstico diferencial são: a malária, as hepatites virais, a febre tifoide,
dengue hemorrágico e septicemias. Portanto, as formas leves e moderadas se
confundem com outras viroses, por isso são de difícil diagnóstico, necessitando-se
da história epidemiológica (MS, 2008).
2.4 Vacinação
A descoberta da suscetibilidade do Macaco Rhesus ao vírus da febre
amarela, em 1927, por Stokes, Bauer e Hudson (membros da Comissão de Febre
Amarela da Fundação Rockefeller na África Ocidental) conseguiu trazer o vírus ao
laboratório e estabelecer métodos que permitiram o estudo da doença como
infecção experimental. Portanto, a partir dessa descoberta, um meio eficaz de
vacinação contra a febre amarela passou a ser objeto de atenção por numerosos
investigadores (JÚNIOR, 2004).
A vacina contra a febre amarela é a forma mais importante para se prevenir e
obter o controle da doença. Produzida no Brasil desde 1937, pelo Instituto de
Tecnologia em Imunobiológicos Bio-Manguinhos, é da cepa 17DD, constituída por
vírus vivos atenuados derivados de uma amostra africana do vírus amarílico,
apresentando eficácia de 95% (MOTA et al, 2009). Com a produção da vacina pelo
Instituto Osvaldo Cruz, no Rio de Janeiro, tendo início em março de 1937, nesse
mesmo ano foi usada pela primeira vez em maior escala durante o surto epidêmico
de febre amarela ocorrido no município de Varginha/MG. Posteriormente, a vacina
foi utilizada em programas de vacinação em outros estados brasileiros, com sucesso
satisfatório. A partir de então, passou a ser aplicada a vacina em área endêmica, de
forma sistemática sendo a melhor alternativa estabelecida para o controle da febre
amarela no país. Em 1994, a vacina foi introduzida ao calendário básico de
vacinação (FLEURY, 2014).
Portanto a vacina é reconhecidamente eficaz e segura, entretanto eventos
adversos podem ocorrer, como reações locais e sistêmicas, como febre, dor local,
25
cefaleia (dor de cabeça), mialgia (dor no corpo), dentre outros (PORTAL DA SAÚDE,
2014).
2.8.1 Orientações quanto à vacina
A vacinação é recomendada para grande área do Brasil onde a transmissão é
considerada possível, principalmente em indivíduos não vacinados e que se expõem
em áreas de mata, onde o vírus ocorre naturalmente. A vacina está recomendada
nas ações de rotina dos programas de imunizações (Calendário Nacional de
Vacinação), onde deve ser aplicada em residentes da Área com Recomendação de
Vacina (ACRV), e também em viajantes que se deslocam para essas áreas.
Crianças a partir de nove meses e adultos até 59 anos precisam ser
imunizados, com apenas uma dose da vacina, assim, a proteção está garantida para
o resto da vida. Para indivíduos que ainda não foram vacinados recomenda-se
receber a dose única. Onde as recomendações são apenas para as pessoas que
vivem ou viajam para as áreas de recomendação da vacina. População que não vive
em áreas de recomendações, ou não irá se dirigir a essas áreas, não precisam
buscar a vacinação neste momento (PORTAL DA SAÚDE, 2014).
2.8.2 Quem deve tomar a vacina, com restrições
Pessoas acima de 60 anos devem ser vacinadas apenas se residirem ou
forem se deslocar para áreas com transmissão ativa e que não tiverem alguma
contraindicação para receber a vacina. Gestantes em que estejam em qualquer
período gestacional ou amamentando só deveram ser vacinadas se também
residirem em local próximo onde ocorreu a confirmação do vírus (epizootias, casos
humanos e vetores na área afetada) e que não tiverem quaisquer contraindicações
para receber a vacina (FIOCRUZ, 2014). As mulheres que estão amamentando
devem suspender o aleitamento materno por 10 dias após a vacinação e devem
procurar um serviço de saúde para receber orientações e acompanhamentos, a fim
de manter a produção do leite materno e garantindo assim o retorno à lactação.
Pessoas com HIV/AIDS podem receber a vacina desde que não apresentem
imunodeficiência grave (contagem de linfócitos T-CD4+ menor que 200 células/mm3)
(PORTAL DA SAÚDE, 2017).
26
2.8.3 Quem não deve tomar a vacina
Pessoas com imunossupressão secundária à doença ou terapias,
imunossupressoras (quimioterapia, radioterapia, corticoides em doses elevadas).
Pacientes com uso de medicações anti-metabólicas ou medicamentos modificadores
do curso da doença, transplantados e pacientes com doença oncológica em
quimioterapia, pessoas que apresentaram reação de hipersensibilidade grave ou
doença neurológica após a dose previa da vacina e pessoas com reação alérgica
grave ao ovo (FERREIRA, 2011).
Os viajantes como turistas que forem se deslocar a uma área com
recomendação da vacina, tanto estrangeiros como brasileiros, e que ainda não
receberam nenhuma dose, a recomendação que sejam vacinados pelo menos dez
dias antes da viagem, onde é o tempo que a vacina leva para criar anticorpos e as
pessoas estarem devidamente protegidas. Crianças que contenham alguma dose do
Calendário Nacional de Vacinação em atraso, ela pode ser aplicada ao mesmo
tempo com a vacina da febre amarela, com exceção vacina tríplice viral (que protege
contra sarampo, rubéola e caxumba) ou tetra viral (MS, 2008).
2.8.4 Perguntas em relação à vacina contra febre amarela
O Ministério da Saúde (2017) desenvolveu um questionário com perguntas e
respostas sobre a vacinação da febre amarela com intuito de demostras e orientar a
população sobre os riscos, prevenção e conscientização. Orientando indivíduos
residentes ou viajantes para áreas de riscos. Logo abaixo segue a transcrição literal
das perguntas e respostas desenvolvidas pelo Ministério da Saúde (tabela 1).
Tabela 1 Perguntas frequentes
PERGUNTAS RESPOSTAS
Se a pessoa tomar a vacina e logo
após ingerir álcool, pode haver algum
problema?
Não, pois não há problema de associação
de álcool com a vacina.
Indivíduo que há oito anos tomou
algumas vacinas, mas não se lembra
se entre elas está a de febre amarela.
Ela pode se vacinar novamente?
Caso haja dúvida, a recomendação é
para se vacinar.
27
A partir de quantos meses um bebê
pode se vacinar?
Bebê pode ser vacinado a partir dos seis
meses de idade, quando reside em uma
área que há morte de macacos com
suspeita de febre amarela e na área que
há casos de febre amarela silvestre. Mas
fora dessas situações, indica-se a partir
dos nove meses de idade.
A vacina não pode ser tomada por
pessoas com baixa imunidade. Pode-se
dizer então que quem esteve doente há
pouco tempo não deve tomar?
A vacina não é recomendável para
pessoas que se encontram com baixa
imunidade, e para quem esteve doente,
irá depender da avaliação médica.
Quem está tentando engravidar pode
tomar a vacina?
Não sendo indicada a vacina para
gestantes, quem está tentando engravidar
já pode estar gravida, portanto não pode
tomar a vacina nesse período.
Existe algum cuidado específico que
uma pessoa imunizada há menos de 10
dias precisa tomar para não se
contaminar?
Não, pois a vacina assegura 100% de
imunização, após o décimo dia de
aplicação, onde essa proteção dura 10
anos.
Após retornar de um município em
estado de alerta, a pessoa deve ficar
atenta a quais sintomas?
Se ela não está vacinada é necessário
verificar se irá aparecer febre, dor de
cabeça, dor no corpo, dor abdominal.
Nessa situação, procurar um serviço de
saúde.
Em quanto tempo sai o resultado de um
exame para a identificação do vírus no
sangue?
Por esse exame ser muito especifico e
complexo, leva no mínimo 15 dias por
conta da técnica que é usada para o
isolamento do vírus. Há outro exame que
é a sorologia, e esse exame é rápido,
ficando pronto em 48 horas.
Os recém-nascidos também podem
tomar a vacina?
Não, a partir dos seis meses de idade nas
áreas de risco e onde há indicação de
antecipar a idade vacinal.
28
Como é caracterizada uma epidemia de
febre amarela? Quantas pessoas com a
doença precisam ser identificadas?
A epidemia não se restringe apenas a
uma área. Considera-se epidemia quando
a doença atinge uma grande parte de
municípios, de um estado, outras áreas
territoriais, e ás vezes até de outros
municípios.
Fonte: MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017.
29
3 CONCLUSÃO
A febre amarela ocorre em dois ciclos de transmissão interconectados, sendo
em área silvestre que ocorre através de mosquitos do gênero Haemagogus, onde o
vírus é mantido por infecção de macacos e o ciclo urbano, onde o mosquito Aedes
aegypti tendo o homem como disseminador do vírus. Através de metodologias de
prevenção e a realização das vacinas é possível evitar com que haja disseminação
do vírus na população, permitindo assim que a pessoa não venha adquirir a doença.
O contágio também pode ser prevenido por meio de eventos de conscientização,
demonstrando os riscos em relação ao não uso de repelente e ao deixar água
parada, entre outras situações que possam aumentar os riscos de contaminação. O
diagnóstico para a febre amarela leva-se em consideração os sintomas que o
paciente apresenta e se já foi vacinado alguma vez e há quanto tempo, e a
ocorrência de casos a sua volta, e se fez visita a áreas de riscos ou reside nessas
áreas. A morte de macacos nesses lugares é outro indício muito importante que
deve ser considerado. Entretanto a confirmação do diagnóstico é possível depois de
realizar exames laboratoriais complementares como (MAC-ELISA, PCR ou
isolamento do vírus em cultura) em laboratórios que são indicados pelas secretarias
estaduais de saúde. Outras técnicas são utilizadas no diagnóstico sorológico, porém
requerem sorologia com amostras pareadas tais como Inibição de Hemaglutinação
(IH); Teste de Neutralização (N) e Fixação de Complemento (FC). Consideram-se
positivos os resultados que apresentam aumento dos títulos de anticorpos de, no
mínimo, quatro vezes, entre a amostra colhida no início da fase aguda comparada
com a da convalescença da enfermidade (intervalo entre as colheitas de 14 a 21
dias). O MAC-ELISA, na maioria dos casos, permite o diagnóstico presuntivo com
apenas uma amostra de soro, pois é bastante sensível para detecção de IgM,
dispensando o pareamento do soro. As técnicas de biologia molecular tais como,
PCR, imunofluorescência, imuno-histoquímica e hibridização in situ, mesmo não
sendo muito utilizadas na rotina, são de grande utilidade. Se o resultado obtido
através desses testes for positivo, a única forma de impedir que o vírus acabe se
espalhando é vacinando a população que vive ou esteve dentre essas áreas de
risco. A recomendação de se combater o mosquito Aedes aegypti nas cidades é
uma medida de extrema importância para evitar que ocorram surtos da doença nas
áreas urbanas, pois erradicar o mosquito transmissor é impossível, por isso,
ninguém pode descuidar das normas básicas de prevenção.
30
Concluímos, portanto, que a febre amarela é uma doença grave e de difícil
diagnóstico, porém evitável, quando se realiza ações para impedir seu ciclo de
transmissão.
31
4 REFERÊNCIAS ALVES, J.P.M. Febre Amarela- Manual de Vigilância Epidemiológica. 2004 Disponível em: < https://www.passeidireto.com/arquivo/20531677/febre-amarela---manual-de-vigilância-epidemiológica > Acesso em: 22 mar.2017. BORGES, S. Vigilância Epidemiológica VE da Febre Amarela Histórico da epidemiologia No Brasil. Disponível em:
<http://www.ebah.com.br/search?q=vigil%C3%A2ncia+epidemiol%C3%B3gica+%3B+febre+amarela%3B+enfermagem%3B+epidemiologia%3B> Acesso em: 19 mar.2017 BRITO, L. B. M et al, Febre amarela: Uma revisão de literatura. Brasilian Journal of Surgery and Clinical Research -BJSCR, Vol.8,n.3,pp.61-65 Set- Nov 2014 . FERREIRA, K. V et al, Histórico da Febre Amarela no Brasil e a importância da vacinação antiamarílica v.36, n1, Jan-Abr ,2011. Artigo de Revisão, febre amarela. FLEURY MEDICINA E SAÚDE. Febre amarela. nov.2014 Disponível em:<http://www.fleury.com.br/saude-em-dia/dicionarios/doencas/pages/febre-amarela. aspx> Acesso em: 13 nov. 2017 BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE. Guia de vigilância epidemiológica: Sistema de vigilância epidemiológica de eventos adversos pós-vacinais – 6. Ed. – Ministério da Saúde, Brasília 2005. Acesso em 13 nov. 2017 INSTITUTO DE TECNOLOGIA EM IMUNOBIOLÓGICOS, BIO-MANGUINHOS. Febre amarela: sintomas, transmissão e prevenção. Disponível em:<https://www.bio.fiocruz.br/index.php/febre-amarela-sintomas-transmissao-e-prevencao > Acesso em: 25 out. 2017. INSTITUTO OSWALDO CRUZ, Dengue: prevenção deve priorizar a eliminação de focos do Aedes aegypti. 2014. Disponível em: <http://www.fiocruz.br/ioc/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=336&sid=32>Acesso em: 25 out.2017 JÚNIOR, J. B. S Manual de Vigilância Epidemiológica de Febre Amarela – Brasília: Ministério da Saúde: Fundação Nacional de Saúde, 2004. Acesso em 20 mai. 2017 FUNDAÇÃO NACIONAL DA SAÚDE – MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de vigilância epidemiológica de febre amarela – Brasília: Ministério da Saúde: Fundação Nacional de Saúde, 1999. Acesso em 20 mai. 2017 MINISTÉRIO DA SAÚDE, FUNDAÇÃO NACIONAL DA SAÚDE. Manual de Vigilância Epidemiológica. Febre amarela – manual de normas técnicas 3ª ed., rev. - Brasília: Ministério da Saúde : Fundação Nacional de Saúde, Abril, 2001. Acesso em 08 nov. 2017
32
MÉDICOS SEM FRONTEIRAS (MSF). A febre amarela é uma doença hemorrágica viral aguda transmitida por mosquitos infectados pertencentes às espécies Aedes e Haemagogus. Mar.2017. Disponível em: <https://www.msf.org.br/o-que-fazemos/atividades-medicas/febre-amarela> Acesso em: 15 nov. 2017 MINISTÉRIO DA SAÚDE – PORTAL DA SAÚDE. Febre Amarela: Tratamento. 2017. Disponível em: <http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/tratamento-febreamarela>. Acesso em: 21 mar. 2017 MINISTERIO DA SAÚDE. Febre Amarela. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/febreamarela/sobre.php > Acesso em: 19 mar.2017 MOTA, L. M. H et al, Vacinação contra febre amarela em pacientes com diagnósticos de doenças reumáticas, em uso de imunossupressores Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 42(1):23-27, Jan-fev. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Febre amarela, ficha descritiva. Maio,
2016. Disponível em: < http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs100/pt/ >Acesso em: 20 mar.2017 SECRETARIA DA SAÚDE. Febre amarela- CID10: A95. Jun.2004 Disponível em:<http://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilância-epidemiologica/areas-de-vigilancia/doencas-de-transmissao-por-vetores-e-zoonoses/famarela.html> Acesso em: 15 nov. 2017 SECRETÁRIA DA SAÚDE: Febre amarela: informações técnicas. Aspectos clínicos e epidemiológicos. Jun.2004 Disponível em: <http://www.saude.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=381> Acesso em: 14 nov. 2017 VASCONCELOS, P. F. C. Febre Amarela. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 36(2):275-293, mar-abr ,2003. Artigo de Revisão, febre amarela. VASCONCELOS, P. F. C. Artigo de Revisão, febre amarela reflexões sobre a doença, as perspectivas para o século XXI e o risco da reurbanização vol. 5, n0
2, 2002. Disponível em:<http://www.scielo.br/pdf/rsbmt/v36n2/a12v36n2 > Acesso em: 20 mar. 2017